INTRODUÇÃO O reino plantae é formado por um grupo monofilético de organismos eucarióticos e autótrofos que realizam sua produção própria de alimento através da realização da fotossíntese (produção de matéria orgânica a partir de matéria inorgânica, incluindo a energia solar) e armazenam os seus produtos fotossintéticos, tal como o amido. Isto ocorre através da ação da clorofila existente em seus cloroplastos. As células destes organismos são, também, revestidas duma parede celular constituída essencialmente por celulose. BRIÓFITAS -Características gerais: são de ambientes úmidos e possuem tamanho reduzido devido à falta de vasos condutores. Os nutrientes são transportados de célula a célula por todo o vegetal. É por isso que não existem briófitas muito grandes, o transporte de água de célula a célula é muito lento e as células mais distantes morreriam desidratadas. Fixam-se ao solo por meio de filamentos chamados rizóides, que absorvem a água e os sais minerais de que o vegetal necessita. Também não possuem verdadeiro caule, tem uma haste denominada caulóide. Suas "folhas" denominam-se filóides e são apenas partes achatadas do cauloide. Seu nível de organização é simples e o gametófito (forma sexual) é a geração predominante, incluem musgos, hepáticas e antoceros. -Principais grupos: 1. Hepatopsida ou Marchantiopsida Hepáticas 2. Bryopsida Musgos 3. Anthocerotopsida Antocerotas -Reprodução: A reprodução das briófitas apresenta duas fases: uma assexuada e outra sexuada. Os musgos verdes que podemos ver num muro úmido são plantas sexuadas que representam a fase chamada de gametófito, isto é, fase produtora de gametas. O gametófito masculino produz gametas móveis, com flagelos, chamados de anterozóides. Já o feminino produz gametas imóveis, chamados de oosferas. Levados pelas gotas de chuva, os anterozóides alcançam a planta feminina e nadam em direção à oosfera. Da união de um anterozóide com uma oosfera, surge o zigoto, que, sobre a planta feminina cresce e forma um embrião, que se desenvolve originando a fase assexuada chamada de esporófito, isto é, fase produtora de esporos. O esporófito possui uma haste e uma cápsula, no interior da qual formam-se os esporos. Quando maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode formar uma espécie de "broto" chamado de protonema. Cada protonema, por sua vez, desenvolve-se e origina um novo musgo verde (gametófito). PTERIDÓFITAS -Características gerais: As pteridófitas são plantas vasculares ou traqueófitas com vasos condutores do tipo xilema e floema para condução de seiva. O aparecimento dos vasos condutores possibilitou uma maior diversidade de formas, desde plantas herbáceas até arborescentes de grande porte. Vivem em locais úmidos, o caule é subterrâneo ou rente ao solo, desenvolvendo-se paralelamente à ele, denomina-se rizoma. Existem também espécies com caules aéreos como o samambaiaçu (de onde é retirado o xaxim). Apresentam o corpo na forma de cormo, isto é, com raiz, caule e folhas verdadeiros. As pteridófitas podem ainda ser classificadas como plantas criptógamas, por não produzirem flores. -Principais grupos: 1. Psilophyta Psylotum 3. Sphenophyta Equisetum 2. Lycophyta Lycopodiaceae 4. Pterophyta Samanbaia -Reprodução: Da mesma maneira que as briófitas, as pteridófitas se reproduzem num ciclo que apresenta uma fase sexuada e outra assexuada. Para descrever a reprodução nas pteridófitas, vamos tomar como exemplo uma samambaia comumente cultivada (Polypodium vulgare). A samambaia é uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada esporófito Em certas épocas, na superfície inferior das folhas das samambaias formam-se pontinhos escuros chamados soros. O surgimento dos soros indica que as samambaias estão em época de reprodução - em cada soro são produzidos inúmeros esporos. Quando os esporos amadurecem, os soros se abrem. Então os esporos caem no solo úmido; cada esporo pode germinar e originar um protalo. Ciclo reprodutivo das samambaias O protalo é uma planta sexuada, produtora de gametas; por isso, ele representa a fase chamada de gametófito. Contém estruturas onde se formam anterozoides e oosferas. No interior do protalo existe água em quantidade suficiente para que o anterozoide se desloque em meio líquido e "nade" em direção à oosfera, fecundado-a. Surge então o zigoto, que se desenvolve e forma o embrião. O embrião, por sua vez, se desenvolve e forma uma nova samambaia, isto é, um novo esporófito. Quando adulta, as samambaias formam soros, iniciando novo ciclo de reprodução. Diferente das briófitas, nas pteridófitas o esporófito é a fase (de roprodução) duradoura. GIMNOSPERMAS -Características gerais: são as primeiras plantas que apresentam semente durante o processo de evolução biológica dos vegetais como conseqüência da heterosporia, que é a produção de dois tipos de esporos, um masculino - micrósporo, e outro feminino megásporo. Foram também os primeiros vegetais a conquistarem definitivamente a independência da água para fecundação (fim do quimiotactismo). -Principais grupos: 1.Cycadophyta 2.Ginkgophyta Cicadófita 3.Conipherophyta (ou Pinophyta) Pinheiro Ginkgo biloba 4.Gnetophyta Gnetum -Reprodução: Vamos usar o pinheiro-do-paraná (Araucária angustifólia) como modelo para explicar a reprodução das gimnospermas. Nessa planta os sexos são separados: a que possui estróbilos masculinos não possuem estrobilos femininos e vice-versa. Em outras gimnospermas, os dois tipos de estróbilos podem ocorrer numa mesma planta. Existem dois tipos de estróbilos, um grande e outro pequeno e, como consequência, há dois tipos de esporângios e de esporos. Nos estróbiolos maiores, considerados femininos, cada esporângio, chamado de óvulo, produz por meiose um megásporo (ou macrósporo). O megásporo fica retido no esporângio, não é liberado, como ocorre com os esporos das pteridófitas. Desenvolvendo-se no interior do óvulo o megásporo origina um gametófito feminino. Nesse gametófito surge arquegônios e, no interior de cada um deles, diferencia-se uma oosfera (que e o gameta feminino). Nos estróbilos menores, considerados masculinos, cada esporângio - também chamado de saco polínico - produz por meiose, numerosos micrósporos. Desenvolvendo-se no interior do saco polínico, cada micrósporo origina um gametófito masculino, também chamado de grão de pólen (ou gametófito masculino jovem). A ruptura dos sacos polínicos libera inúmeros grãos de pólen, leves, dotados de duas expansões laterais, aladas. Carregados pelo vento, podem atingir os óvulos que se encontram nos estróbilos femininos. O processo de transporte de grão de pólen (não se esqueça que eles representam os gametófitos masculinos) constitui a polinização, que, nesse caso, ocorre pelo vento. Cada grão de pólen, aderido a uma abertura existente no óvulo, inicia um processo de crescimento que culmina com a formação de um tubo polínico, correspondente a um grão de pólen adulto (gametófito masculino adulto). No interior do tubo polínico existe dois núcleos gaméticos haplóides, correspondentes aos anterozóides das pteridófitas. Apenas um dos núcleos gaméticos fecunda a oosfera, gerando o zigoto (o outro núcleo gamético degenera). Dividindo-se repetidamente por mitose, o zigoto acaba originando um embrião, que mergulha no tecido materno correspondente ao gametófito feminino. Após a ocorrência da fecundação e da formação do embrião, o óvulo convertese em semente, que é uma estrutura com três componentes: uma casa (também chamada de integumento), um embrião e um tecido materno haplóide, que passa a ser denominado de endosperma (ou endosperma primário), por acumular substâncias de reserva que serão utilizadas pelo embrião durante a sua germinação. A dispersão das sementes, em condições naturais, pode ocorrer pelo vento, no caso do pinheiro comum, ou com ajuda de animais (gralhas-azuis ou esquilos) como acontece com os pinhões do pinheiro-do-paraná. Portanto, ao comparar gimnospermas coníferas com as pteridófitas, as seguintes novidades podem ser citadas: estróbilos produtores de óvulos (que, depois, serão convertidos em sementes), estróbilos produtores de grãos de pólen, polinização, diferenciação do grão de pólen em tubo polínico e, por fim, a fecundação independente da água ambiental (esse tipo de fecundação é conhecido por sifogamia). Perceba que as árvores coníferas representam a geração duradoura, o esporófito, sendo os gametófitos reduzidos e pouco duradouros. ANGIOSPERMAS -Características gerais: são plantas espermatófitas cujas sementes são protegidas por uma estrutura denominada fruto e possuem flores. -Principais grupos: 1. Monocotiledôneas Arroz 2. Dicotiledôneas Morango -Reprodução: Nas angiospermas, o processo reprodutivo pode ser dividido em três etapas: 1. Polinização Consiste no transporte do grão de pólen até o estigma. A polinização pode ocorre em função do vento, de insetos e pássaros. 2. Germinação do pólen Uma vez depositado sobre o estigma, o grão de pólen germina, isto é, emite um prolongamento-tubo polínico-que cresce através do estilete, que cresce em direção ao óvulo. Na frente do tubo, orientando o crescimento, situa-se o núcleo vegetativo; logo atrás encontra-se o núcleo reprodutivo. Antes de atingir o ovulo, o núcleo reprodutivo divide-se e origina dois núcleos espermáticos haplóides, considerados os gametas masculinos. Por isso, o tubo polínico constitui o gametófito masculino. 3. Fertilização O tubo polínico penetra no óvulo pela micrópila e atinge o saco embrionário. A essa altura o núcleo vegetativo degenerou e os dois núcleos espermáticos (gametas masculinos) iniciam o processo de fertilização. Um núcleo espermático formará o zigoto ao se juntar com a oosfera, o outro funde-se com os núcleos polares, formando um núcleo triplóide. Após a fertilização, ocorre intenso desenvolvimento do óvulo, que origina a semente. Acompanhado o desenvolvimento do óvulo, o ovário também cresce e transforma-se no fruto. Então, normalmente com significativa participação do fruto, as sementes já podem ser propagadas e, em condições favoráveis, o embrião se desenvolve e organiza uma nova planta, fechando o ciclo reprodutivo.