DIREITO ADMINISTRATIVO 1. A assessoria jurídica de determinado órgão público estadual, ao apreciar pedidos formulados por administrados com base no hipotético Decreto Estadual 1.234, vinha adotando, desde 2007, interpretação que fundamentava o deferimento das pretensões apresentadas. Em 2010, revendo sua posição, a assessoria jurídica passou a interpretar a referida norma administrativa de forma diversa, o que conduziria ao indeferimento daqueles pedidos. Nessa situação, o princípio aplicável aos processos administrativos que veda a aplicação retroativa de nova interpretação denomina-se (A)motivação. (B)segurança jurídica. (C)impessoalidade. (D)legalidade. De fato, o princípio da segurança jurídica é que fundamenta a impossibilidade de aplicação retroativa de uma nova interpretação. Nesse sentido, há norma expressa no art. 2º, p. ún., XIII, da Lei 9.784/99. Gabarito “B” 2. A obrigação atribuída ao Poder Público de manter uma posição neutra em relação aos administrados, não podendo atuar com objetivo de prejudicar ou favorecer determinadas pessoas, decorre do princípio da (A)moralidade. (B)impessoalidade. (C)legalidade. (D)motivação. Trata-se de uma das três facetas do princípio da impessoalidade: a) tratamento igualitário às pessoas; b) vedação à autopromoção; c) respeito à finalidade dos atos administrativos). Gabarito "B" 3. “Atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesses ou liberdades individuais, regula a prática de ato ou abstenção de fato em razão do interesse público, nos limites da lei e com observância do devido processo legal”. Este conceito caracteriza: (A)poder disciplinar (B)autotutela da Administração Pública (C)poder de polícia (D)poder regulamentar A, B, C e D: Trata-se da definição de poder de polícia. Gabarito "C" 4. São tradicionalmente afirmados pela doutrina como atributos do ato administrativo (A)presunção de imperatividade e de executoriedade. (B)imperatividade e exigibilidade. (C)executoriedade e vinculação. (D)presunção de legalidade e vinculação. A, B, C e D: Os atributos do ato administrativo são: presunção de legitimidade, imperatividade, exigibilidade, autoexecutoriedade e tipicidade. Assim, apenas a alternativa “B” está correta. Gabarito "B" 5. O ato administrativo, – para cuja prática a Administração desfruta de uma certa margem de liberdade, porque exige do administrador, por força da maneira como a lei regulou a matéria, que sofresse as circunstâncias concretas do caso, de tal modo a ser inevitável uma apreciação subjetiva sua, quanto à melhor maneira de proceder, para dar correto atendimento à finalidade legal, – classifica-se como sendo (A)complexo. (B)de império. (C)de gestão. (D)discricionário. Trata-se da definição de ato discricionário, conclusão que pode facilmente ser verificada pelo fato de o enunciado se referir a ato em que há uma “certa margem de liberdade”, expressão típica quando se define esse tipo de ato. Gabarito "D" 6. O ato administrativo goza da presunção de legitimidade, mas, quando dele decorrerem efeitos favoráveis, para seus destinatários e estiver eivado de vício insanável de legalidade, a Administração tem o direito de anulá-lo (A)enquanto não produzir efeitos. (B)no prazo decadencial de 5 anos. (C)a qualquer tempo. (D)no prazo prescricional de 10 anos. Art. 54 da Lei 9.784/99. Gabarito "B" 7. Assinale a alternativa que contempla os elementos do ato administrativo. (A)habilitação, motivação, finalidade pública, legalidade e conteúdo (B)competência, tutela, motivo, forma e vinculação (C)forma, finalidade, vinculação e decisão (D)competência, finalidade, forma, motivo e objeto Os elementos ou requisitos do ato administrativo são: competência, objeto, forma, motivo e finalidade. Dessa forma, a alternativa “d” é a única correta. Gabarito “D” 8. São insuscetíveis de revogação, exceto: (A) o ato vinculado. (B) o ato que gerou direito adquirido. (C) o ato de autorização para uso de bem público. (D) o edital de licitação em razão de vício de legalidade. Gabarito “C” – São irrevogáveis os atos vinculados (“a”), os atos que geram direito adquirido (“b”), os atos ilegais (“d” – pois atos ilegais devem ser anulados, e não revogados) e os atos já exauridos . O ato de autorização de uso de bem público é ato discricionário (não vinculado) e precário (não gera direito adquirido), de modo que é ato suscetível de revogação. 9. Complete as lacunas na frase a seguir e assinale a alternativa correta. A____________ é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizado pelo (a)__________. O ato ilegal ou ilegítimo ensejará a _____________. (A)revogação - Administração Pública - anulação (B)anulação - Judiciário - revogação (C)revogação - Judiciário - anulação (D)anulação - Administração Pública – revogação De fato, atos legais são passíveis de revogação, se inconvenientes. E esta só pode ser feita pela Administração. Os atos ilegais são passíveis de anulação. Gabarito "A" 10. Acerca de noções de administração pública, assinale a opção correta. (A)Os órgãos públicos, componentes da administração pública desconcentrada descentralizada indireta, categorizados como independentes, no que tange à posição estatal, caracterizam-se por serem originários da CF e representativos dos poderes do Estado e por não possuírem qualquer subordinação hierárquica. Além disso, seus agentes são denominados agentes públicos. (B)As autarquias são entidades, pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei para desempenhar funções que sejam próprias e típicas do Estado, de caráter econômico. (C)As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da administração pública direta, que desempenham atividades de caráter econômico ou de prestação de serviços públicos, cujos integrantes são denominados servidores públicos. (D)A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, apesar de ter sido constituída como uma empresa pública federal, possui natureza tipicamente pública, por prestar serviço público sujeito à responsabilidade exclusiva da administração direta, e goza de imunidade tributária e impenhorabilidade de seus bens. A: incorreta, pois os órgãos públicos pertencem à administração direta, e não à indireta; B: incorreta, pois as autarquias não têm fins econômicos, atuando no exercício de atividades típicas de Estado; C: incorreta, pois tais entidades são integrantes da Administração Indireta (e não Direta); ademais, seus agentes não costumam ser chamados de servidores públicos, mas de empregados públicos ou funcionários de pessoas públicas governamentais; D: correta, pois, como tal empresa trabalha num regime de monopólio, não há, a rigor, concorrência com outras empresas, o que faz com que ela possa ter prerrogativas como imunidade de impostos e impenhorabilidade de bens Gabarito "D" 11. Atos administrativos discricionários (A) podem ser anulados por motivo de conveniência e oportunidade. (B) são sujeitos a controle judicial. (C) não podem ser revogados de ofício. (D) não se submetem ao princípio da motivação. A: Atos discricionários são revogados (e não anulados) por motivo de conveniência e oportunidade; B: De fato, os atos discricionários são sujeitos a controle judicial, mas somente quanto aos aspectos de legalidade, moralidade e razoabilidade; C: Os atos discricionários podem ser revogados de ofício; D: Todos os atos administrativos devem ser motivados, principalmente os discricionários, pois nestes o administrador tem de explicar bem as razões que utilizou para a sua prática. Gabarit o "B" 12. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. AUTORIZAÇÃO PARA FUNCIONAMENTO DE RÁDIO COMUNITÁRIA. INÉRCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ABUSO DO PODER DISCRICIONÁRIO. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. É entendimento pacífico nesta Corte que a autorização do Poder Executivo é indispensável para o regular funcionamento de emissora de radiodifusão, consoante o disposto nas Leis 4.117/62 e 9.612/98 e no Decreto 2.615/98. 2. Entretanto, em obediência aos princípios da eficiência e razoabilidade, merece confirmação o acórdão que julga procedente pedido para que a Anatel se abstenha de impedir o funcionamento provisório dos serviços de radiodifusão, até que seja decidido o pleito administrativo da recorrida que, tendo cumprido as formalidades legais exigidas, espera há mais de 2 (dois ) anos e meio, sem que tenha obtido uma simples resposta da Administração. 3. Recurso especial não provido. REsp 1062390 / RS. Relator Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA. Data do Julgamento 18/11/2008. Data da Publicação/Fonte. DJe 26/11/2008. Do texto acima descrito, é correto concluir que (A)a discricionariedade é uma garantia que tem o agente público para atuar à margem da lei na escolha dos critérios de conveniência e oportunidade. (B)a discricionariedade é uma atuação legítima e em nenhuma hipótese pode ser passível de controle pelo Poder Judiciário. (C)o controle do poder discricionário no caso se deu com visível violação ao princípio da separação dos Poderes (D)o poder discricionário da Administração Pública não inviabiliza o controle do Poder Judiciário, principalmente quando existe expressa violação ao princípio da razoabilidade. A: Incorreta, pois a discricionariedade é a margem de liberdade ditada pela lei, e não a atuação à margem da lei; B: Incorreta, pois os atos discricionários podem ser controlados pelo Judiciário quanto aos aspectos de legalidade, razoabilidade e moralidade; não se deve esquecer que todo ato discricionário é parcialmente regrado, ou seja, tem um mínimo de amarras legais; Hely Lopes Meirelles entende que o ato discricionário é vinculado pelo menos nos aspectos de competência, forma e finalidade; C e D: A alternativa “C” está incorreta e a “D” correta, pois, como se viu, margem de liberdade não é arbitrariedade, podendo o Judiciário controlar os aspectos de legalidade, razoabilidade e moralidade; no caso, como o caso narrado envolve conduta não razoável por parte da Administração, o Judiciário fez um controle correto (da razoabilidade), não havendo violação à separação dos poderes. Gabarit o "D" 13. Acerca das entidades paraestatais e do terceiro setor, assinale a opção correta. (A)As entidades do denominado sistema S (SESI, SESC, SENAI, SENAC) não se submetem à regra da licitação nem a controle pelo TCU. (B)As entidades paraestatais estão incluídas no denominado terceiro setor. (C)As organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar atividade típica de Estado. (D)As organizações da sociedade civil de interesse público celebram contrato de gestão, ao passo que as organizações sociais celebram termo de parceria. A: Essas entidades são fiscalizadas pelo TCU (art. 70, p. único, da CF); B: De fato, as entidades paraestatais são aquelas que colaboram com a Administração, estando incluídas no terceiro setor; C: Essas organizações não exercem atividades típicas do Estado (por ex.: não exercem poder de polícia); D: As OSCIPS celebram termo de parceira (art. 9º e seguintes da Lei 9.790/99), ao passo que as organizações sociais celebram contrato de gestão (art. 5º e seguintes da Lei 9.637/98). Gabarit o "B" 14. Na administração pública, há servidores estáveis, nomeados por concurso público e aprovados em estágio probatório, e os que adquiriram a estabilidade excepcional. Acerca dessas duas modalidades de estabilidade, assinale a opção correta. (A)A estabilidade excepcional não foi concedida aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, além de não ter sido concedida, ainda, aos ocupantes de cargos declarados, por lei, de livre exoneração. (B)De acordo com a CF, o servidor celetista tem direito à estabilidade nos mesmos moldes do servidor nomeado para cargo de provimento efetivo. (C)A CF reconheceu tanto a estabilidade quanto a efetividade aos servidores que, apesar de não nomeados por concurso público, estavam em exercício, na data da promulgação da CF, há, pelo menos, cinco anos continuados. (D)Os servidores, nas duas modalidades de estabilidade, possuem a garantia de permanência no serviço público, de modo que somente podem perder seus cargos, empregos e funções por sentença judicial transitada em julgado. A: De fato, tais cargos e funções são incompatíveis com a estabilidade, pois a exoneração é livre (art. 37, II, da CF); B: A estabilidade só existe para servidores que detém cargo efetivo (art. 41 da CF); C: Art. 19 do ADCT; D: Servidores estáveis podem perder o seu cargo não só por sentença transitada em julgado, como também por processo disciplinar (pela prática de infração disciplinar), processo administrativo com ampla defesa (em avaliação periódica de desempenho), hipóteses previstas no art. 41, § 1º, da CF, e também para atender a limites de despesa com pessoal (art. 169, § 4º, da CF ). Gabarit o "A" 15. Os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se às atribuições de: (A)direção, apenas. (B)natureza política e de interesse público. (C)natureza técnica, chefia e direção, apenas. (D)direção, chefia e assessoramento, apenas. Art. 37, V, da CF. Gabarit o "D" 16. A forma de provimento dos cargos públicos que consiste na investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica denomina-se (A)readaptação. (B)reintegração. (C)reversão. (D)recondução. A: correta, nos termos do art. 24 da Lei 8.112/90; B: incorreta, pois a reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens (art. 28 da Lei 8.112/90); C: incorreta, pois a reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado, por não mais persistir estado de invalidez ou no interesse da Administração, nos casos especificados no art. 25, II, da Lei 8.112/90; D: incorreta, pois a recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado por inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo, ou reintegração do anterior ocupante (art. 29 da Lei 8.112/90); E: incorreta, pois o aproveitamento é a designação do que estava em disponibilidade para voltar a titularizar um cargo público (art. 30 da Lei 8.112/90). Gabarit o "A" 17. O art. 37, II, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, condiciona a investidura em cargo ou emprego público à prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para os cargos em comissão. Em relação a concurso público, segundo a atual jurisprudência dos tribunais superiores, é correto afirmar que (A)o prazo de validade dos concursos públicos poderá ser de até dois anos prorrogáveis uma única vez por qualquer prazo não superior a dois anos, iniciando-se a partir de sua homologação. (B)os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos devem comprovar a habilitação exigida no edital no momento de sua nomeação. (C)os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos e classificados dentro do limite de vagas oferecidas no edital possuem direito subjetivo a nomeação dentro do prazo de validade do concurso. (D)os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos e classificados entre o número de vagas oferecidas no edital possuem expectativa de direito à nomeação. A: Incorreta, pois a prorrogação do prazo de validade do concurso deve se dar pelo mesmo período de validade deste, e não por qualquer período (art. 37, III, da CF); assim, se o edital prevê que o concurso terá validade de 6 meses, sua prorrogação poderá acontecer apenas 1 vez, por igual período, ou seja, por mais 6 meses. B: Incorreta, pois a habilitação exigida no edital pode ser exigida na posse e não na data da inscrição para o concurso ou da nomeação (Súmula 266 do STJ). C: Correta, pois o STF e o STJ vem entendo que o aprovado em concurso público tem direito à nomeação (e não mera expectativa de direito), no limite das vagas previstas no edital (exs.: STF, RExtr. 227.480, DJ 21/08/09; STJ, RMS 21.323, DJ 21/06/2010). D: Incorreta, pois, como se viu o aprovado tem direito à nomeação entre o número de vagas oferecidas no edital, e não mera expectativa de direito. Gabarit o "C" 18. A Constituição Federal de 1988, como regra geral, não permite a acumulação de cargos públicos. Como exceção, a Constituição admite acumulações, desde que haja compatibilidade de horários. Com relação a esse assunto, assinale a opção que apresenta um caso para o qual há permissão constitucional de acumulação de cargos públicos, desde que haja compatibilidade de horários. (A)Um cargo de médico e um de advogado. (B)Dois cargos de advogado, com quatro horas em repartições públicas diferentes. (C)Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. (D)Dois cargos de professor e um de advogado. Art. 37, XVI e XVII, da CF. Gabarit o "C" 19. Assinale a opção incorreta no que se refere à revogação de atos administrativos. (A) Os atos discricionários são, via de regra, suscetíveis de revogação. (B) Os atos que exauriram seus efeitos podem ser revogados, desde que motivadamente. (C) Ao Poder Judiciário é vedado revogar atos administrativos emanados do Poder Executivo. (D) Os atos que geram direitos adquiridos não podem ser revogados. A: Só atos discricionários podem ser revogados, pois os atos vinculados são aqueles em que somente há uma opção para o agente público; B: Quando um ato exaure (cumpre) seus efeitos, ele fica extinto, de modo que não mais é passível de revogação; C: O Poder Judiciário só pode anular atos do Executivo, e não revogar, pois a revogação importa em análise de conveniência e oportunidade administrativas; D: Atos que geram direitos adquiridos não podem ser revogados (art. 5º, XXXVI, da CF). Gabarit o "B" 20. Quanto às pessoas jurídicas que compõem a Administração Indireta, assinale a afirmativa correta. (A)As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei. (B)As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei. (C)As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei. (D)As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas para o exercício de atividades típicas do Estado. A: correta, pois as autarquias são pessoas jurídicas de direito público – já que são criadas para executar atividades típicas do Estado (art. 5º, I, do Dec.-lei 200/67) –, cuja criação é feita diretamente pela lei (art. 37, XIX, da CF); B: incorreta, pois as autarquias são pessoas jurídicas de direito público e sua criação é feita diretamente pela lei (art. 37, XIX, da CF); C: incorreta, pois as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado (art. 5º, II, do Dec.-lei 200/67), e sua criação é autorizada por lei (art. 37, XIX, da CF); D: incorreta, pois as autarquias é que são criadas para o exercício de atividades típicas do Estado (art. 5º, I, do Dec.-lei 200/67); as empresas públicas são criadas para explorar atividade econômica ou para meramente executar serviços públicos. GABARITO “A” DIREITO CONSTITUCIONAL 21. Para os que dividem as normas constitucionais, quanto à sua aplicabilidade, em normas de eficácia plena, contida e limitada, as deste último grupo são aquelas que (A)apresentam aplicabilidade imediata e geram todos os efeitos essenciais a partir da vontade do seu aplicador, único limitador de sua abrangência. (B)produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais, relativamente aos interesses, comportamentos e situações, que o legislador, direta e normativamente, quis regular. (C)regulam suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, conforme previsão do legislador, mas deixam margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público. (D)apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade. As normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade imediata são as que produzem efeitos plenos tão logo a Constituição entra em vigor; as normas constitucionais de eficácia contida e aplicabilidade mediata correspondem àquelas que, muito embora tenham eficácia direta e aplicabilidade imediata quando da promulgação da CF, podem vir a ser restringidas pelo legislador infraconstitucional no futuro; por fim, as normas constitucionais de eficácia limitada são as que possuem aplicabilidade indireta e eficácia mediata, pois dependem da intermediação do legislador infraconstitucional para que possam produzir seus efeitos jurídicos próprios. Gabarito "D" 22. Suponha que o STF, em ação direta de inconstitucionalidade (ADI), tenha julgado a lei X inconstitucional. Nesse caso, seria correto afirmar que a lei X (A)é federal e deverá ser encaminhada ao Senado para que seja suspensa. (B)pode ser federal, estadual ou municipal e deverá ser encaminhada ao Senado para que seja suspensa. (C)pode ser federal, estadual ou municipal e não precisa ser encaminhada ao Senado para ser suspensa. (D)pode ser federal ou estadual e não precisa ser encaminhada ao Senado para ser suspensa. A, B e C: A ação direta de inconstitucionalidade está prevista no artigo 102, I, “a”, da CF e também na Lei Federal 9.868/99. É uma ação constitucional que tem por objetivo verificar se uma lei ou ato normativo federal ou estadual está em conformidade com o que dispõe a Constituição Federal. Assim, o objeto da ADI pode ser uma lei estadual ou federal, entendida em sentido amplo, abarcando todas as espécies legislativas previstas no artigo 59 da CF, quais sejam: emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. O único requisito é que essas espécies normativas encontrem fundamento de validade direto na CF, pois, caso contrário, haveria crise de ilegalidade e não de inconstitucionalidade. A alternativa “D” traz o objeto correto da ADI e, além disso, menciona que a decisão não precisa ser encaminhada ao Senado para que ele suspenda a eficácia da lei tida como inconstitucional, pois isso seria desnecessário, já que essa decisão produz, em regra, efeitos erga omnes. Gabarito “D” 23. Um determinado deputado federal foi flagrado cometendo delito considerado inafiançável, sendo preso pelos agentes policiais estatais. Consoante as normas constitucionais, os autos da prisão devem ser remetidos para exame do ato (A)ao Senado da República. (B)ao Presidente da República. (C)ao Congresso Nacional. (D)à Câmara Federal. A, B, C e D: Segundo o parágrafo 2º do art. 53 da CF, que desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Na presente situação, como o crime foi praticado por um deputado federal, a casa respectiva, que receberá os autos de prisão, é a Câmara Federal ou também chamada de Câmara de Deputados. Gabarito “D” 24. No que se refere aos remédios constitucionais, assinale a opção correta. (A)A doutrina brasileira do habeas corpus, cujo principal expoente foi Rui Barbosa, conferiu grande amplitude a esse writ, que podia ser utilizado, inclusive, para situações em que não houvesse risco à liberdade de locomoção. (B)O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciário, independentemente de prévio requerimento na esfera administrativa. (C)A ação popular pode ser ajuizada por qualquer pessoa para a proteção do patrimônio público estatal, da moralidade administrativa, do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural. (D)A ação civil pública somente pode ser ajuizada pelo MP, segundo determina a CF. A: Art. 5º, LXVIII, da CF; B:Aart. 8º da Lei 9.507/97 (lei que disciplina o rito processual do habeas data); C: Art. 5º, LXXIII, da CF. Somente está legitimado a ajuizar a ação popular o cidadão, assim entendido, o brasileiro nato ou naturalizado em gozo de seus direitos políticos. Dessa forma, foram excluídos os brasileiros que não estejam no gozo de seus direitos políticos, os estrangeiros e as pessoas jurídicas (Súmula 365, STF); D: A ação civil pública (Lei 7.347/85) pode ser proposta pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelas associações civis e por outros legitimados relacionados na lei. Gabarito “A” 25. Entre os fundamentos da República Federativa do Brasil, NÃO se pode incluir (A)a Soberania. (B)o Pluralismo político. (C)o trabalho e a livre iniciativa. (D)a cidadania. Art. 1o, I a V, da CF. Gabarito "C" 26. Acerca dos direitos e garantias fundamentais, é certo dizer que, ao tutelar o direito à vida, a CRFB/88 (A) proibiu totalmente a pena de morte e a remoção de órgãos. (B) permitiu excepcionalmente a pena de morte e a remoção de órgãos. (C) proibiu totalmente a pena de morte, mas autorizou a remoção de órgãos. (D) permitiu excepcionalmente a pena de morte e permitiu totalmente a remoção de órgãos. A, B, C e D: Conforme dispõe o inciso XLVII do art. 5º da CF, em regra, não há pena de morte no Brasil, mas, ressalta o próprio dispositivo, que em caso de guerra declarada pode haver. Além disso, o parágrafo 4º do art. 199 da CF, determina que a lei disponha sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Gabarito “B” 27, Em matéria de direitos e deveres individuais e coletivos, é certo que (A)o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. (B)poderá ser concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. (C)as provas obtidas por meios ilícitos, excepcionalmente, podem ser admissíveis no processo penal, mas são vedadas no civil. (D)a prisão ilegal poderá ser revogada pelo juiz, membro do Ministério Público ou autoridade policial. A: Art. 5º, LXIV, da CF; B: Não reflete o disposto no art. 5º, LII, da CF; C: Não reflete o disposto no art. 5º, LVI, da CF; D: Só pode ser relaxada pela autoridade judiciária (art. 5º, LXV, da CF). Gabarito "A" 28. Considere as assertivas abaixo: I. O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, os maiores de 65 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos de idade. II. O sufrágio é um direito público subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal. III. São direitos políticos, além de outros, a alistabilidade, a iniciativa popular de lei, a ação popular e a organização e participação de partidos políticos. IV. Podem alistar-se como eleitores, dentre outros, os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório. V. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge, viúvo ou viúva e os parentes consangüíneos, até o terceiro grau ou por adoção, dos detentores de cargos no executivo ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito. Está correto APENAS o que se afirma em: (A)I, II e V. (B)I, III e IV. (C)II e III. (D)II, IV e V. I: Para os analfabetos e maiores de 16 e menores de 18 anos sim, mas para os maiores de 65 anos não (art. 14, § 1º, II, “b”, da CF, que faz referência aos maiores de setenta anos); II: Sim, podendo ser universal ou restrito; III: A alistabilidade é condição para o exercício do direito de votar; a iniciativa popular está expressa no art. 14, III, da CF; a ação popular só pode ser proposta pelo cidadão, podendo ser autor popular todo aquele que estiver no pleno gozo dos direitos políticos, ou seja, aquele que tem título de eleitor válido (art. 1º, § 3º, da Lei 4.717/1965); a filiação partidária é condição de elegibilidade (art. 14, § 3º, V, da CF); IV: Viola o art. 14, § 2º, da CF; V: Não reflete o disposto no art. 14, § 7º, da CF. Gabarito "C" 29. Consideram-se brasileiros natos os nascidos no (A)estrangeiro, de pai e de mãe estrangeiros, desde que venham a trabalhar e residir no Brasil e optem, até no máximo 30 dias após o reingresso, pela nacionalidade brasileira. (B)Brasil, ainda que de pais estrangeiros, estando ou não a serviço de seu país. (C)estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil. (D)estrangeiro, de pais de qualquer nacionalidade, que sejam registrados em embaixada brasileira, no máximo após 30 dias de seu nascimento. A e D: O art. 12, I, da CF não contempla essas regras; B: Não reflete o disposto no art. 12, I, “a”, da CF; C: Art. 12, I, “b”, da CF. Gabarito "C" 30. No que concerne à ação declaratória de constitucionalidade pode-se afirmar que (A)a petição inicial deverá indicar necessariamente a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da demanda. (B)o Ministro de Estado é um dos legitimados à sua propositura. (C)indeferida a petição inicial pelo Relator caberá recurso de apelação ao Plenário do Supremo Tribunal Federal. (D)após o seu ajuizamento, a desistência pelo autor é permitida, mas está condicionada à concordância do Advogado-Geral da União. A: Art. 14, III, da Lei 9.868/1999; B: Não reflete o disposto no art. 103 da CF e no art. 13 da Lei 9.868/1999; C: Não reflete o disposto no art. 15, parágrafo único, da Lei 9.868/1999; D: A desistência é expressamente vedada pelo art. 16 da Lei 9.868/1999. Gabarito "A" 31. Segundo lição doutrinária, “a ideia de objetivos não pode ser confundida com a de fundamentos, muito embora, algumas vezes, isto possa ocorrer. Os fundamentos são inerentes ao Estado, fazem parte de sua estrutura. Quanto aos objetivos, estes consistem em algo exterior que deve ser perseguido”. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a um dos direitos fundamentais da República Federativa do Brasil, relacionados no art. 3º da Constituição Federal de 1988: (A)Construir uma sociedade livre, justa e solidária. (B)Garantir o desenvolvimento nacional. (C)Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. (D)Preservar a autodeterminação dos povos. A, B, C e D: a questão encontra respaldo no art. 3º da CF/88 que enumera os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, quais sejam: construir uma sociedade livre justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos, sem preconceitos de raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. A autodeterminação dos povos não é considerada objetivo fundamental, mas sim um dos princípios que rege o Brasil nas suas relações internacionais (art. 4º, III, da CF/88). Gabarit o "D" 32. Lei estadual de iniciativa do Deputado “X” previu a criação de 300 cargos de fiscal de rendas e determinou o seu preenchimento no mesmo ano, sem indicar a previsão da receita necessária para fazer frente a tal despesa. Realizado o concurso público e depois da posse e exercício dos 100 primeiros aprovados, o Governador ajuíza ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, arguindo a invalidade do diploma legal, por vício de iniciativa e por não indicar a fonte de receita necessária. Considerando as normas existentes a respeito do controle de constitucionalidade, assinale a alternativa que indica o correto posicionamento do STF. (A)Não terá alternativa senão declarar a inconstitucionalidade da lei, por vício de iniciativa, com efeitos ex tunc, e julgar de plano inválido o concurso público, determinando a exoneração de todos os fiscais aprovados e a anulação dos atos por eles praticados. (B)Não poderá acatar os argumentos da ação direta, uma vez que o Governador foi quem autorizou a realização do concurso e deu posse aos candidatos, de modo que a ação proposta por ele mesmo viola a segurança jurídica, denotando conduta contraditória. (C)Deverá realizar uma ponderação de princípios e poderá, ao final, decidir pela constitucionalidade da lei e pela sua manutenção no ordenamento jurídico, apesar da afronta à Constituição, caso em que julgará improcedente a ação. (D)Poderá, ao declarar a inconstitucionalidade, e pelo voto de dois terços dos ministros, restringir os efeitos da decisão ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, preservando os atos já praticados pelos fiscais. A: errada. Caso o STF decidisse por tornar inválido o concurso, determinando a exoneração de todos os aprovados e a anulação dos atos praticados haveria flagrante violação aos princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse público; B: errada. Diante da inconstitucionalidade em razão dos vícios ocorridos no processo de elaboração da lei, como, por exemplo, a violação ao art. 61, §1º, II, “a”, da CF, o Supremo pode acatar os argumentos da ação direta. O artigo mencionado determina que a iniciativa das leis que disponham sobre a criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração é privativa do Presidente da República; C: errada. Se há afronta à Constituição, a decisão deve ser pela inconstitucionalidade da norma e não pela constitucionalidade; D: correta. De fato há possibilidade de o Supremo, ao declarar a inconstitucionalidade, pelo voto de dois terços dos ministros, modular os efeitos da decisão. É o que se extrai da leitura do art. 27 da Lei 9.868/99. GABARITO “D” 33. NÃO pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade (A) decreto que promulga tratado. (B) decreto legislativo que aprova tratado. (C) resolução. (D) súmula vinculante. A e B: erradas. O decreto que promulga o tratado, expedido pelo Presidente da República, e o decreto legislativo que aprova o tratado, expedido pelo Congresso Nacional, são tidos como atos normativos de incorporação dos tratados. Segundo o STF tais atos estão sujeitos ao controle de constitucionalidade por meio de ADI; C: errada. De acordo com o art. 102, I, “a”, da CF é da competência do STF o processo e julgamento, originário, da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. A resolução, considerada ato normativo, traz comando geral e abstrato, portanto, está sujeita ao controle de constitucionalidade por meio de ADI; D: correta. A súmula vinculante, prevista no art. 103-A da CF, possui procedimento próprio de revisão e cancelamento (Lei 11.417/06). Sendo assim, não pode ser objeto da ADI. Há na doutrina e na jurisprudência quem entenda de forma diversa. Gabarito: D. 34. A Constituição assegura, entre os direitos e garantias individuais, a inviolabilidade do domicílio, afirmando que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador” (art. 5º, XI, CRFB). A esse respeito, assinale a alternativa correta. (A) O conceito de “casa” é abrangente e inclui quarto de hotel. (B) O conceito de casa é abrangente, mas não inclui escritório de advocacia. (C) A prisão em flagrante durante o dia é um limite a essa garantia, mas apenas quando houver mandado judicial. (D) A prisão em quarto de hotel obedecendo a mandado judicial pode se dar no período noturno. A: correta. De acordo com o STF (RHC 90.376), o conceito de “casa” deve ser interpretado de forma abrangente e, por estender-se a qualquer aposento de habitação coletiva, desde que ocupado (art. 150, § 4º, II, do CP), compreende-se, observada essa específica limitação espacial, os quartos de hotel; B: errada. O STF também já entendeu que o escritório de advocacia, ou outro compartimento privado não aberto ao público, onde um profissional exerce o seu trabalho ou atividade, como consultórios e escritórios, são protegidos pela regra da inviolabilidade domiciliar; C: errada. Conforme o art. 5º, XI, da CF, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador. O mesmo dispositivo ressalta que em quatro situações excepcionais pode haver violação. São as seguintes: flagrante delito, desastre, para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Desse modo, é possível concluir que apenas a violação decorrente de ordem judicial é que tem de ser realizada durante o dia; D: errada. O mandado judicial deve ser cumprido durante o dia e não no período noturno, como afirmado pela alternativa. Gabarito: A 35. O mandado de segurança coletivo NÃO pode ser impetrado por (A) organização sindical. (B) partido político com representação no Congresso Nacional. (C) entidade de classe de âmbito nacional. (D) associações paramilitares. A, B, C e D: de acordo com o art. 5º, LXX, da CF, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional, b ) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Desse modo, como não constam no rol de legitimados previstos na CF, as associações paramilitares não podem impetrar mandado de segurança coletivo. Gabarito: D 36. A Constituição de 1988 proíbe qualquer discriminação, por lei, entre brasileiros natos e naturalizados, exceto os casos previstos pelo próprio texto constitucional. Nesse sentido, é correto afirmar que somente brasileiro nato pode exercer cargo de (A) Ministro do STF ou do STJ. (B) Diplomata. (C) Ministro da Justiça. (D) Senador. B A: errada. De fato os Ministros do STF têm de ser brasileiros natos, mas, aos Ministros de STJ não há essa exigência (art. 12, §3º, IV, da CF); B: correta. Os cargos privativos de brasileiro nato, conforme o art. mencionado, são: os de Presidente e Vice-Presidente da República, o de Presidente da Câmara dos Deputados, o de Presidente do Senado Federal, o de Ministro do Supremo Tribunal Federal, o da carreira diplomática, o de oficial das Forças Armadas e o de Ministro de Estado da Defesa. O diplomata, portanto, tem de ser brasileiro nato; C: errada. O cargo de Ministro da Justiça não consta do rol do art. 12, §3º, da CF; D: errada. Apenas o Presidente do Senado é que deve ser nato e não qualquer Senador. Gabarito: B 37. João, residente no Brasil há cinco anos, é acusado em outro país de ter cometido crime político. Nesse caso, o Brasil (A) pode conceder a extradição se João for estrangeiro. (B) pode conceder a extradição se João for brasileiro naturalizado e tiver cometido o crime antes da naturalização. (C) não pode conceder a extradição, independentemente da nacionalidade de João. (D) não pode conceder a extradição apenas se João for brasileiro nato. A, B, C, D: de acordo com o art. 5º, LII, da CF, o Brasil não pode conceder a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. Assim, João, que é acusado da prática de crime político, não poderá ser extraditado, independentemente de sua nacionalidade. GABARITO “C” 38. A respeito dos direitos políticos, assinale a alternativa correta. (A) O cancelamento de naturalização por decisão do Ministério da Justiça é caso de perda de direitos políticos. (B) A condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos, é caso de cassação de direitos políticos. (C) A improbidade administrativa é caso de suspensão de direitos políticos. (D) A incapacidade civil relativa é caso de perda de direitos políticos. A: errada. De acordo com o art. 15, I, da CF, o cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é que pode gerar perda dos direitos políticos; B: errada. A condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos, é caso de suspensão dos direitos políticos e não de perda; C: correta (art. 15, V, e 37, §4º, ambos da CF, e a Lei 8.429/92); D: errada. A incapacidade civil absoluta gera suspensão dos direitos políticos (art. 15, II, da CF). Gabarito: C. 39. Assinale a alternativa que relacione corretamente o cargo político e o sistema eleitoral adotado. (A) Governador: sistema proporcional de dois turnos. (B) Prefeito: sistema majoritário de maioria simples para municípios com menos de 200 mil eleitores. (C) Congressista: sistema proporcional. (D) Vereador: sistema distrital. A: errada. O governador e os demais chefes dos executivos são eleitos pelo sistema majoritário e não pelo proporcional; B: correta. De fato o Prefeito é eleito pelo sistema majoritário de maioria simples na hipótese de municípios com até 200 mil eleitores. Se for um município com mais de 200 mil eleitores, as regras aplicáveis são as previstas nos parágrafos do art. 77 da CF, ou seja, o sistema será o majoritário absoluto; C: errada. No Congresso Nacional há Deputados Federais e Senadores e os sistemas de eleição são diferenciados, portanto, é equivocado afirmar que o gênero congressista é eleito pelo sistema proporcional. Simplificando, o Senado, representante dos Estadosmembros, possui senadores que são eleitos pelo sistema majoritário. Já a Câmara, representante do povo, é composta de deputados federais, eleitos pelo sistema proporcional; D: errada. O vereador é eleito pelo sistema proporcional. Gabarito: B 40. A imunidade formal e a imunidade material consistem em prerrogativas conferidas aos ocupantes de determinados cargos públicos. Em relação às referidas imunidades, é correto afirmar que (A) a imunidade formal se aplica inclusive aos Vereadores. (B) o Governador de Estado goza de imunidade formal e de imunidade material na mesma extensão que o Presidente da República. (C) os Vereadores gozam de imunidade material relativa às suas opiniões, palavras e votos, nos limites territoriais do Município a que estejam vinculados. (D) a imunidade relativa à proibição de prisão impede inclusive a prisão em flagrante por crime inafiançável. A: errada. Aos vereadores não se aplicam as chamadas imunidades formais (relativas à prisão e ao processo criminal). De acordo com o art. 29, VIII, da CF, os vereadores possuem imunidade material, sendo invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; B: errada. Os Chefes dos Executivos Estatuais não possuem as mesmas imunidades do Chefe do Executivo Federal. Conforme o art. 86, §3º, da CF, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. Segundo o STF (ADI 1.028), a imunidade do Presidente relativa à impossibilidade de prisão cautelar é insuscetível de estender-se aos Governadores. Também entende o Supremo que os Estados-membros não podem reproduzir em suas próprias Constituições o conteúdo previsto nos parágrafos 3º e 4º do art. 86 da CF, pois essas prerrogativas são unicamente compatíveis com a condição institucional de Chefe de Estado (ADI 978); C: correta. É o que se extrai da leitura do art. 29, VIII, da CF; D: errada. Na hipótese da prática de crime inafiançável não se aplica a imunidade parlamentar formal relativa à prisão. Nesse caso, de acordo o art. 53, §2º, da CF, após a prisão do acusado, os autos serão remetidos à Casa que o parlamentar está vinculado, dentro de vinte e quatro horas, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Gabarito: C.