o positivismo lógico e a nova geografia.

Propaganda
Correntes do pensamento
geográfico
Nomenclaturas

Determinismo
Ambiental
Possibilismo
Geográfico
Geografia
Regional ou
Método
Regional
Nova
Geografia
Geografia
Pragmática,
Geografia
Teorética ou
Quantitativa
A Geografia
Ativa,
Crítica,
Radical ou
Marxista
Geografia
Humanística ou
Cultural
Alemanha
França
França, EUA
EUA e GrãBretanha
1950
França
1970 Al, Br,
It, Esp,
Suíça, Méx
EUA, 1960
Friedrich
Ratzel
Paul Vidal de
la Blache
La Blache
(Genre de
Vie) Richard
Hartshorne
No Brasil,
Christofoletti
Pierre
George
J.Tricart
Yves
Lacoste
Yi-Fu Tuan,
Anne Buttimer,
Edward Relph
No Brasil,
Lívia de Oliveira
Nova Geografia
(Teorética-Quantitativa)

 Década de 1950
 Transformação profunda provocada pela II G.M., Nos
setores científico, tecnológico, social e econômico,
abrangendo também o aspecto filosófico e metodológico
 Tentando superar as dicotomias e os procedimentos
metodológicos da Geografia Regional, a Nova Geografia
desenvolveu-se procurando incentivar e buscar um
enquadramento maior da Geografia no contexto científico
global.
NOVA GEOGRAFIA

 Aplicação da metodologia científica

Desenvolvimento de teorias

O Uso de Técnicas Estatísticas e matemáticas

A Abordagem sistêmica, TGS

O Uso de Modelos
Geocrítica

 Década de 1960
 Tendência nos estudos geográficos, que se iniciou na transição
entre a Geografia Tradicional e a Geografia Crítica, publicado por
Pierre George “A Geografia Ativa” (1965)
 Rompe com a NOVA GEOGRAFIA




ambiente contestatório EUA,
função da guerra do Vietnã,
da luta pelos direitos civis,
da crise da poluição e da urbanização,
 Engajada, Marxista, contestatória
Proposições da
Geografia crítica

 Estabelece o rompimento da neutralidade
 propõe engajamento e criticidade (aproximação com
os movimentos sociais)
 conjuntura social, econômica e política
 Na Educação: estímulo ao espírito crítico
 analisar em primeiro os processos sociais, e não os
espaciais, ao inverso do que se costumava praticar na
geografia teorético-quantitativa.
 Por questões políticas, geopolíticas e ideológicas, a
NOVA GEOGRAFIA não foi muito bem recebida na
França. Lá predominava uma visão la Blacheana de
Geografia.

 O que houve foi uma fusão entre a visão vidaliana, a
Teoria Geral de Sistemas (Bertalanffy) e o marxismo
em alguns momentos, gerando a GEOGRAFIA
CRÍTICA
 uma revolução que procura romper, de um lado,
com a geografia tradicional e, de outro, com a
geografia teorético-quantitativa, a maior expressão
foi Pierre George.
 Tal como a Nova Geografia, a Geografia Ativa tinha
como mote a ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO, o uso
tecnocrático e tecnológico do e no espaço, para fins de
planejamento regional/territorial.

 É o momento pós-IIGM, com forte politização da
sociedade francesa, ao mesmo tempo forte urbanizaçãometropolização, onde os temas de REDES, FLUXOS,
REDE URBANA E POLARIZAÇÃO, são muito fortes.
Essa foi uma marca dos trabalhos de MICHEL
ROCHEFORT tentativa de integrar os processos sociais e
os espaciais no estudo da realidade.
 M. Rochefort: as cidade coordenam e dirigem as atividades produtivas,
sendo que na rede urbana, cada cidade tem uma FUNÇÃO e é isso que
ASSEGURA A UNIDADE REGIONAL.

 Essa postura favorável ao desenvolvimento capitalista, levou ao
rompimento da noção de harmonia homem-meio dos vidalianos e assumiu
a ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO.
ESSE PENSAMENTO DOMINAVA BERNARD KAYSER e PIERRE GEORGE.
 JEAN TRICART, militar, procurou incorporar alguns conceitos marxistas na
geomorfologia (GEOMORFOLOGIA E O MARXISMO, Textos para
discussão AGB), ESCALAS GEOMORFOLÓGICAS (Escrito com Andre
Cailleux)
depois passou a adaptar esses conceitos com a TGS,
desenvolvendo o tema da ação humana nos processos geomorfológicos no
último capítulo do livro GEOMORPHOLOGIE CLIMATIQUE. Mais tarde,
como assessor da CISRO na Austrália, publicou com J. KILLIAN o livro
ECOGEOGRAFIA E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO.
Jean Tricart

 Personagem de grande influência no Brasil.
(1920-2003)
 Aqui chegou em 1956 durante o Congresso da UGI
 Influenciou a geomorfologia de Aziz AB’Saber, J. J. Bigarella,
Mousinho e Olga Cruz.
 Assessorou o RADAM BRASIL, deu aulas na UFBA,
 Criou o Laboratório de Geomorfologia onde trabalhou MILTON
SANTOS (primeiro trabalho publicado foi de geomorfologia dos
tabuleiros).
 Em Estrasburgo (França) orientou os doutorados de Milton Santos
(O SÍTIO URBANO DE SALVADOR) e de Tereza Cardoso de Mello.
 Fruto dos trabalhos do RADAM, publicou ECODINÂMICA, que
influenciou JURANDYR ROSS (que trabalhou no RADAM).

 Para os geógrafos alemães, geralmente nutridos
pelas ciências naturais, a paisagem compõe-se de
diversos elementos concretos do ambiente: relevo,
plantas, solos. Mas eles não registram as modificações
introduzidas pelo homem e, se for o caso, eles
distinguem entre paisagem natural e paisagem
humanizada. (TRICART, 1981, p.7)
Pierre George

1909-2006
 Além de flertar com a visão vidaliana, da nova
geografia, também adaptou uma certa postura marxista
em seus escritos “ O HOMEM E A AÇÃO HUMANA
NA SUPERFÍCIE DA TERRA”.
 “a geografia aparece assim como uma ciência do
espaço, em função do que ele oferece ou fornece aos
homens e como uma ciência da conjuntura e do
resultado das sucessões de conjunturas.”
 (GEORGE, La Géographie Active, 1966)
 centro de referência dessa renovação.
 continuador dos trabalhos e idéias de Max Sorre,
 re-divide o mundo capitalista/socialista

 toma referência os sistemas econômico-sociais,
vendo as formas de organização do espaço mundial
segundo os sistemas socialista e capitalista, /
desenvolvidos e subdesenvolvidos.
 Determinação histórica- A história determina o
modo da relação do homem com o seu meio natural.
Yves Lacoste

 Discípulo de George > ruptura com o naturalismo:
Geografia do Subdesenvolvimento (1965)
 O que distingue os homens são suas condições
econômicas e sociais de existência, emanadas da
capacidade de transformar e distribuir a riqueza
vinda da ação sobre a natureza. Afortunados/
famintos. A determinação da estrutura econômicosocial das sociedades, eis o substrato da geografia em
suas diferenças.
Cartografia
Dirigida por Yves Lacoste
Vietnã

isto serve, antes de mais nada para fazer a guerra
“conhecer o espaço, para nele se organizar e nele combater”
 Corrente ganhou mais força na Alemanha, Espanha,
França e Brasil, com um grande movimento de
renovação da geografia na década de 1980.

 Diversas publicações que reagem às deformações
quantitativo-formalistas da “new geography”
 A Justiça social e a cidade , David Harvey
 Marxismo e Geografia , Massimo Quaini
 Por uma geografia nova, Milton Santos
 A fim de considerar que os procedimentos metodológicos baseados no
positivismo lógico são inadequados, em vários textos radicais o
termo"cientifico" surge com conotação pejorativa.

 Por outro lado, digladiam-se temas como a objetividade e a exigência
de verificação e refutabilidade na metodologia cientifica, e o dogmatismo e
a impossibilidade de se verificar e refutar as explicações marxistas dadas
aos fenômenos sócio-espaciais. Na perspectiva positivista as respostas e as
soluções podem ser erradas e modificadas; procura-se melhorá-las e
verificar sua validade pela refutação. Na perspectiva marxista as
proposições não podem ser verificadas nem colocadas sob refutação. Elas
são dogmáticas e as respostas e soluções são mais importantes que os
problemas. Encontram-se já prontas as soluções marxistas para os
problemas do mundo. Quando uma situação não preenche
as pressuposições aventadas, ela deve ser modificada e alterada
radicalmente.
 (RUY MOREIRA, O que é Geografia)
Positivismo Lógico

 Para POPPER, tanto a indução (esquema metodológico, em que dado um
problema ou uma hipótese inicial, ela deverá ser testada em campo e
laboratório e caso ela não seja consistente, isto significa que os enunciados e
conceitos são fracos e todo o trabalho começa na estaca zero) quanto a
dedução apresentavam sérios problemas intrínsecos a si. Para tanto
ele formulou as noções de FALSEABILIDADE e de PENSAMENTO
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO.
 A FALSEABILIDADE, trabalha com a ideia de que a ciência não é
um dogma, e um fato ou fenômeno somente é CIENTÍFICO, se for
FALSEÁVEL. Ou seja, passível de crítica e de substituição dado a
noção de progresso dos enunciados.
 POPPER é contra a noção de contexto histórico na evolução de uma
ciência, ele é INTERNALISTA.
POSITIVISMO LÓGICO
(Empirismo, Filosofia Analítica)

 Formulação de leis gerais na geografia e no seu
desenvolvimento teórico-metodológico. (Cientifizar o
mundo)
 A LINGUAGEM utilizada pelo positivismo lógico e pela
nova geografia (sua derivada) será a da matemática,
mais especificamente a da estatística e, será, na geografia
dado ênfase na construção de modelos.
 O primado filosófico é de que o real é um caos, e a razão
ordena logicamente,
 DAÍ ELES FALAREM EM ORGANIZAÇÃO DO
ESPAÇO.
NOVA GEOGRAFIA
(Geografia Pragmática, Geografia Teorética ou
Quantitativa)

A nova geografia serviu muito bem ao planejamento estatal
com ênfase nas políticas regionais.
Os principais nomes foram: David Harvey, Doreen Massey,
Richard Chorlley, Peter Haggett, Torsten Hägerstrand
(suéco). Alguns trabalharam com geografia humana,
outros com geografia física.
No Brasil, os principais centros difusores foram o IBGE e a
UNESP-RIO CLARO, com Antonio Christofoletti,
Antonio Olívio Ceron, Alexandre Filizolla Diniz, dentre
outros.
 Acreditava que a Geografia não era uma ciência como as
Exatas, pois carecia do problema da subjetividade e da
falta de uma linguagem universal. Ou seja, os
enunciados da geografia deveriam passar por uma dura
prova lógica e deveriam ser verificados sem paixões.
 Não deveríamos nos basear apenas no campo
(empírico), mas também na construção de hipóteses e no
seu teste, além do uso da quantificação.
 Para o POSITIVISMO LÓGICO uma ciência deve ter um
núcleo teórico, leis, enunciados, que levem ao progresso
no conhecimento do objeto.
 O contexto é a ESCOLA DE VIENA, mais
particularmente os trabalhos de KARL POPPER.

 No Brasil, particularmente na UNESP-RC, houve a tentativa de fusão
da Nova Geografia com a Teoria Geral de Sistemas (TGS).
 Espaço foi funcionalmente tomado como uma totalidade fechada e
cada região seria um subespaço.

 No plano internacional, houve uma relativa dissociação. Assim, a
TGS (nascida na década de 1930 com von Bertalanffy na Biologia),
nos USA influenciou a ESCOLA DE CHICAGO e os estudos
ambientais. Enquanto a quantificação foi aplicada em separado. O
mesmo aconteceu na Inglaterra. A exceção é Peter Haggett, que
influenciado pela Conferência de Estocolmo em 1972, definiu pela
primeira vez que o OBJETO DA GEOGRAFIA, seria o estudo
ambiental e o espaço era apenas um PALCO de conflitos (sistêmico).
 É que nesse momento nos USA, está acontecendo a publicação do
livro de Thomas Khun (A estrutura das revoluções científicas).
 O pessoal da nova geografia e da TGS, passam a acreditar que elas
são novos paradigmas para a geografia, uma ciência espacial e
regional. Exemplos são as reflexões de Brian Berry, Chorlley, Haggett.

 No Brasil, Christofoletti coordenou a tradução do
livro
“ Modelos em Geografia” e “ Modelos
Integrados em Geografia” de Chorlley e Haggett,
além de criar a AGETEO (Associação de Geografia
Teorética) que editou uma revista chamada de BOLETIM
DE GEOGRAFIA TEORÉTICA e outro chamado
GEOGRAFIA (este existente até hoje e muito
conceituado).
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