CAETANO, Tamires Boenzo Acadêmica do curso de Geografia Licenciatura e Bacharelado Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – FACIP/UFU. Brasil/MG. Pesquisa desenvolvida no Laboratório de Geotecnologias/LAGEOTEC E-mail: [email protected] SOUTO, Thales Silveira Acadêmico do curso de Geografia Licenciatura e Bacharelado Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – FACIP/UFU. Brasil/MG. Pesquisa desenvolvida no Laboratório de Geotecnologias/LAGEOTEC E-mail: [email protected] BRITO, Juliana de Acadêmica do curso de Geografia Licenciatura e Bacharelado Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – FACIP/UFU. Brasil/MG. Pesquisa desenvolvida no Laboratório de Geotecnologias/LAGEOTEC E-mail: [email protected] CASTANHO,Roberto Barboza Licenciado em Geografia/UFSM/Mestre em Engenharia Agrícola/UFSM/Doutorando em Geografia/ Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – FACIP/UFU. Brasil/MG. E-mail: [email protected] A IMPORTÂNCIA DO MEIO RURAL PARA O MEIO URBANO I - INTRODUÇÃO Com o novo modelo de produção, iniciado por volta da década de 70, voltado especialmente para a produção industrial, a agricultura não perdeu seu valor, bem como sua importância, visto que, esta é o pilar de sustentação alimentar de todos os seres humanos. Mesmo nos períodos de guerra, a alimentação e o fornecimento de alimentos eram realizados por países não envolvidos Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 nos conflitos, mas que mantinham os conflitantes através de sua produção primária de alimentos. Neste sentido, este projeto tem como finalidade conscientizar os alunos da 4ª série da Escola Estadual Álvaro Brandão que mesmo com um grande deslocamento (êxodo rural) proporcionado com a modernização da agricultura em meados da década de 60 e 70, e com um processo de industrialização crescente, a agropecuária sempre foi essencial para a manutenção das atividades urbanas, tanto alimentares, como do ramo de vestuário, e até mesmo o industrial propriamente dito. Conforme SILVA (2003), a possibilidade de esgotamento de recursos naturais sempre foi motivo de preocupação de muitos. Alguns agrônomos e economistas clássicos do século passado temiam que, a medida que a produção mundial fosse crescendo, a humanidade teria de ir incorporando terras cada vez menos aptas a produção agrícola, seja em função da sua menor produtividade física, seja devido a má localização (maior distância dos centros urbanos). Explicando em partes o porquê do deslocamento de pequenos produtores para a cidade. Sendo esse deslocamento, nem sempre ordenado, o que constitui em grande parte as áreas periféricas dos centros urbanos, onde não necessariamente todos são absorvidos, criando uma classe social de forma desequilibrada e com grandes carências em vários sentidos (alimentação, saúde, habitação, entre outros). Deve-se enfatizar aos alunos, que os produtos que eles compram em um mercado, tais como enlatados, em conserva, ou até mesmo in natura, advêm do espaço rural. O que de uma forma direta ou indiretamente, traz o conforto e o alimento a todos que nas cidades habitam, é claro que se tem o conhecimento de que existem as desigualdades sociais, e que nem todos têm acesso à alimentação de forma suficiente e nutritiva conforme as recomendações médicas, mas o que se espera com esse projeto, é justamente a valorização do espaço rural, não apenas como uma área distante das cidades ou que serve para lazer, mas sim como um fundamental exercício de cidadania e respeito ao homem do campo, que os citadinos devem ter. Esses aspectos serão bastante frisados no decorrer das atividades, desencadeando a idéia da essência rural e desmistificando aos alunos que, por exemplo, “o leite vem da vaca” e não da embalagem “tetra pak”, como algumas crianças tem idéia. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 Neste sentido, o desenvolvimento desse projeto torna-se essencial para os alunos envolvidos, bem como a conscientização de seus familiares, tendo como ponto de partida, o conhecimento da realidade do fornecimento de alimentos para a sobrevivência humana. Sem contar, a excepcional importância da bolsista com os primeiros passos como extensionista, sendo um dos tripés da Universidade Federal de Uberlândia, cujos princípios permeiam entre o ensino, pesquisa e extensão. A presente pesquisa teve os objetivos: a)Elucidar a importância da produção agropecuária para a alimentação e manutenção da área urbana de Ituiutaba – MG; b)através da organização de palestras referentes aos temas envolvidos, para serem apresentados aos alunos da 4ª série da Escola Estadual Álvaro Brandão; c)exemplificar e diferenciar o espaço urbano do espaço rural; elaborar em conjunto com os alunos da 4ª série os principais produtos do meio rural fundamentais na alimentação populacional do meio urbano, d)conscientizando os alunos da importância e valorização do meio rural bem como sua preservação. II - METODOLOGIA A metodologia desse projeto foi dividida em etapas distintas, porém de fundamental importância para o desenvolvimento das atividades propostas de acordo com o cronograma de trabalho. Foi realizado apresentação do projeto na escola (com os professores e alunos da turma selecionada), mostrando a importância do desenvolvimento dessa atividade junto a comunidade; elaborou-se um debate/palestra referindo-se sobre a importância do meio rural para a manutenção do meio urbano, principalmente enfocando a questão alimentar das pessoas que habitam esse meio; ministramos oficinas com fotos, paralelamente com demonstração de produtos in natura com o objetivo de demonstrar de maneira prática o que foi explanado nos debate /palestra com os alunos; sendo que houve a elaboração de material informativo abordando conceitos chave referente a produção de alimentos no meio agropecuário, bem como a forma de consumo dos mesmos no meio urbano. Essa atividade contou com a participação efetiva dos alunos, através de desenhos em folhas A4, e lápis coloridos fazendo com que houvesse uma participação mútua dos alunos envolvidos. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 III - RESULTADOS PRELIMINARES Através da realização de palestras com os alunos da 4º série, com idade de 10 a 11 anos da Escola Estadual Álvaro Brandão, da cidade de Ituiutaba/MG, podemos demonstrar a parte teórica do tema, com o uso de materiais didáticos, como: o uso de vídeo com áudio, músicas tocadas no violão, frases chamativas e a confecção de maquete mostrando a representação do meio rural em relação ao espaço urbano, propondo também que fosse feito um desenho em folha A4 para a representação do que eles entendem sobre o assunto antes da aplicação do projeto, para que ao fim deste, pudéssemos elaborar folders com desenhos para mostrar o conhecimento adquirido por eles ao longo da realização do projeto. Ressaltando a atenção dos alunos para a questão da diferenciação do espaço urbano para o espaço rural, coletando informações dos mesmos em relação ao que eles entendiam dessa questão antes da aplicação do projeto, e ao fim dos trabalhos buscamos saber desses mesmos alunos qual a visão deles em relação ao meio rural, após a apresentação do conteúdo do projeto, através de oficinas mostradas com fotos do nosso trabalho de campo feito em fazendas do município de Ituiutaba/MG, e na empresa de laticínios Canto de Minas (a produção das verduras, a produção de doces, de queijos, do leite, enfim dos enlatados e engarrafados em geral), mostramos a esses alunos de onde sai a maioria dos alimentos que suprem a necessidade regional, buscando a atenção dos alunos ao tema oferecido e demonstrando de uma forma mais dinâmica e prática o conteúdo proposto. Desta forma apresentamos a importância do pequeno produtor, pois esse é o responsável por grande parte de nossa alimentação, tendo em vista a conscientização da valorização desses produtores que tanto trabalham e poucos são valorizados, tanto pelo governo, quanto pelos bancos que oferecem empréstimos a esses pequenos produtores. Elaboramos uma lista juntamente com os alunos, sobre os principais produtos originários do campo, pois há uma grande dificuldade em deslocar esses alunos para realizar um trabalho de campo, levando assim o campo até eles, houve uma aproximação dos alunos com o meio rural, através da realização dessa lista, onde através da observação dos alunos que residem na cidade e que não possuem o convívio com o meio rural, em relação à origem dos alimentos. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 Mostramos aos alunos que existe a produção agrícola com respeito à fauna e a flora, porém, os grandes produtores, ou seja, os grandes latifundiários que tem como maior forma de produção para exportação desgastam e degradam grandes áreas plantadas, o que quase sempre se diferencia dos pequenos produtores que produzem para a manutenção de alimentos da nossa região, porém não agridem tanto o solo e a natureza quanto os grandes produtores, que na maioria das vezes, devido a grande extensão e pela obtenção de maiores lucros e menores custos acabam usando venenos (defensivos agrícolas) nas plantações, havendo ainda casos do uso da queimada, prejudicando e destruindo áreas preservadas, onde se encontram a flora e a fauna. Através de todas essas atividades realizadas, tivemos um resultado satisfatório, pois, podemos perceber o interesse de todos os alunos envolvidos, alcançando nossos objetivos, valorizando o meio rural em relação ao espaço urbano, pois, mesmo que a maior porcentagem da população a partir da década de 70 seja urbana, o meio rural representa importância mútua para a humanidade. REFERÊNCIAS BRUM, A. J. Modernização da agricultura – trigo e soja. Ijuí: Vozes, 1988. 200 p. CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos (Org.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Porto Alegre, 1998. 185 p. CHELOTTI, Marcelo Cervo. A estância metamorfoseou-se: (re) configurações territoriais e expressões da reterritorialização camponesa na Campanha Gaúcha (1990-1997). Uberlândia: UFU, 2009. 288 p. Tese (Doutorado) – Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, 2009. DINIZ, J. A. F. Geografia da agricultura. 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