PANTANAL: A CONSTRUÇÃO DE UMA PAISAGEM A PARTIR DAS

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PANTANAL: A CONSTRUÇÃO DE UMA PAISAGEM A PARTIR DAS
CATEGORIAS DE ESTÉTICA E NATUREZA: PRIMEIRAS CONSIDERAÇÕES
Marcelo Fontanive
[email protected]
Bolsista CAPES/CNPQ. Mestrando em Geografia pela UFGD – Universidade Federal da
Grande Dourados. Professor da SED/MS – Secretaria do Estado de Educação. Professor
temporário no curso de Turismo da UEMS/Dourados.
Cláudio Benito Oliveira Ferraz
[email protected]
Professor Assistente Doutor da UNESP de Presidente Prudente e do Programa de
Pós-Graduação em Geografia da UFGD. Coordenador do Grupo de Pesquisa Linguagens
Geográficas
INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho visa apresentar, de forma resumida, algumas considerações
elaboradas com base nos estudos que realizamos até agora em nossa dissertação de
mestrado, a qual aprofunda determinados aspectos trabalhados pelo Grupo de Pesquisa
Linguagens Geográficas; buscamos contribuir com perspectivas outras de entendimento dos
conceitos estruturadores da linguagem geográfica a partir da análise dos fenômenos presentes
na lógica espacial de nossa sociedade, os quais não são abordados usualmente pelo discurso
científico da geografia.
Pretendemos, dessa forma, exercitar essa leitura geográfica tomando o caso do
Pantanal sul-mato-grossense e de como o mesmo é lido/interpretado, enquanto natureza
esteticamente valorizada numa dada idéia de paisagem, presente nos livros e materiais
didáticos que tratam da geografia do Mato Grosso do Sul; tal leitura se dará por meio da
comparação dos discursos presentes nesses materiais com os elaborados pela mídia impressa
e eletrônica.
Através, portanto, de técnicas como Análise de Conteúdo, visamos comparar os
discursos elaborados por esses diferentes veículos informativos/comunicativos, para, por meio
do emprego da hermenêutica, estabelecer o contexto social em que os mesmos podem ser
interpretados enquanto expressões de valores e idéias que delimitam os sentidos socialmente
aceitos ou hegemonicamente praticados. A comparação desses discursos permite estabelecer
elementos de identificação de significados sociais, assim como apontar atritos e tensões de
interesses em jogo, tanto por parte das instituições, e os objetivos e funções destas, em que
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os mesmos foram elaborados, assim como os vínculos ideológicos, políticos e culturais que
estas estabelecem com o conjunto da sociedade.
A análise desses enunciados se complementa com as entrevistas realizadas com
os vários professores do ensino básico, de escolas públicas e privadas, das principais cidades
do Estado. Por meio da análise desses enunciados oriundos das instituições (escola e mídia
impressa) e das práticas dos professores que trabalham com alunos de diferentes contextos
sociais e geográficos, podemos melhor identificar os elementos ocultos, ou negados, que
permitem apontar tanto para afirmação de uma dada visão, assim como para outras
possibilidades de leitura da natureza no Pantanal.
Analisaremos também alguns textos que contribuem para um melhor
entendimento da construção histórica da idéia de Pantanal; para tanto, focaremos nossa
discussão em elementos presentes em textos que discutem a expedição Langsdorff, (1825 a
1829) e os conteúdos produzidos por seus tripulantes de formação variada ( desenhistas,
pintores, astrônomos etc.). Por fim, tentaremos articular essas idéias de um Pantanal lido
majoritariamente a partir de sua paisagem estética e natural, apontando para outras
possibilidades de interpretação que permitam ampliar a idéia de natureza no contexto do
discurso geográfico sobre Pantanal.
A NATUREZA NO PANTANAL: ELEMENTOS DA LINGUAGEM NOS
MATERIAS DIDÁTICOS E NO DISCURSO MIDIÁTICO
Com base em entrevista aplicada aos professores das redes públicas e privadas
do ensino básico do Estado do Mato Grosso do Sul evidenciamos apontamentos sobre a
prática discursiva hegemônica praticada sobre a idéia de natureza no Pantanal.
O entendimento desses profissionais de educação
sobre o Pantanal está
vinculado à uma dada idéia de natureza. O intocado, o belo, o paradisíaco são qualificações
constantes em seus discursos definidores. Quando questionados sobre a forma com que
compreendiam a paisagem pantaneira, se achavam uma paisagem natural ou humanizada, a
maioria apontou a primeira opção. Entendo que os elementos que compõem essa categoria
de análise são de ordem natural, não concebendo nessa leitura as práticas humanas em sua
organização social e produtiva presente nessa área.
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As respostas delinearam um imaginário sobre o Pantanal como se essa região
fosse composta apenas pela sua grande beleza e diversidade de flora e fauna. Contudo, houve
uma minoria de resposta que explicitaram um entendimento da natureza pantaneira enquanto
uma paisagem humanizada; o que lhe confere esse qualitativo é a presença das marcas
concretas dos homens nesse espaço, citando a presença das estradas, vilas, cidades, barcos,
meios de comunicação, hotéis, etc., enquanto elementos das ações do homem no meio desse
complexo natural.
Outra questão que tratamos a partir da entrevista foram os parâmetros de
estética e beleza com que freqüentemente o Pantanal toma sentido. Todos quando
questionados sobre o Pantanal é Bonito? responderam afirmativamente que sim, em
respostas, por exemplo, tais como: “Sim, é maravilhoso!!! Principalmente para quem gosta de
praticar o turismo contemplativo”; “Sim, porque toda área natural e não modificada pelo
homem é bonita”; (FONTANIVE, 2010). Dessa forma, tanto os que entendem o Pantanal
como natureza em si, quanto aqueles que identificam a presença humana em seu meio natural,
tendem, do ponto de vista estético, classificar a sua ordem natural como fruto de uma beleza
única, “naturalmente” bela.
Nesse sentido, observamos como a idéia majoritária sobre o Pantanal está
claramente ligada ao imaginário dos professores com uma forma especifica de se conceber a
natureza. Entendo por natural toda a sua diversidade de plantas, animais, peixes, rios, lagos
etc., não estendendo a esse conceito os sentidos humanos imbricados nesse ambiente nas
relações sócias que acontecem no seu interior, ou seja, não percebendo que a própria idéia
de beleza não é natural, mas humanamente criada a partir de determinado contexto e
condições tempo-espaciais das relações sociais.
O discurso da mídia sobre o Pantanal é um grande veículo difusor de uma idéia
de natureza pautada em elementos estéticos de beleza e exuberância. Fruto, na maioria das
vezes, de comerciais, propagandas de viagens e publicidade de agências de turismo e de
administrações municipais, divulgados em mídia impressa e sites eletrônicos.
O que se observa, em uma primeira análise desses textos midiáticos, é uma
relação muito próxima entre os temas que se tornam notícia sobre o Pantanal com os nomes e
logotipos de agências de viagens, administrações públicas, assim como publicidade de
locadora de automóveis, grupos imobiliários, redes hoteleiras, restaurantes e eventos que
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acontecem nas principais cidades pantaneiras, em especial Corumbá. As notícias de destaque
apresentam relação direta entre o que convencionalmente se chama de Pantanal com as
atividades e serviços vendidos ou prestados por essas empresas.
A linguagem midiática, na maioria das vezes, se apresenta enquanto divulgadora e
praticante dessa idéia majoritária sobre a forma com que se aborda a natureza no Pantanal.
Com isso, nos dias atuais, faz com que muitas pessoas confundam os valores das informações
divulgadas por essa indústria, comprometida com e dependente dos recursos financeiros de
seus patrocinadores, com os conteúdos e conhecimentos que são sistematizados e discutidos
nas instituições de ensino como escolas e universidades.
O que provoca, no campo do entendimento dos sentidos do existir e das
relações humanas, uma grande confusão de significados. O processo de ensino/aprendizagem
nunca se restringiu ao ambiente escolar, mas atualmente outros mecanismos e meios de
distribuição de informação competem para a formação das novas gerações.
Uma série de veículos de comunicação como a internet, o rádio, programas de
TV, filmes, músicas, telefonia móvel, enfim, uma grande variedade de instrumentos de
transmissão de imagens, sons, idéias, frases, informações etc. que buscam atrair os alunos,
permitindo assim a elaborar determinadas idéias, opniões e imagens do mundo e seus detalhes
fenomênicos.
Esse fato faz com que as pessoas, no nosso caso professores e seus alunos,
desenvolvam um sentido de estranhamento da escola, pois a maneira com que ela se
apresenta nesse cenário “mundo” faz com que ela seja apenas mais uma possibilidade de
obtenção de informação. Enquanto professores e alunos, notadamente esses últimos, acessam
com mais facilidade e com maior carga de satisfação, aos outros veículos e meios
informativos, a relação ensino/aprendizagem em sala de aula apresenta-se lenta, disciplinadora
e distante da dinâmica experimentada fora da sala de aula. O resultado disso é um discurso
escolar desconectado de suas reais funções, ou seja, de exercitar linguagens várias visando o
domínio analítico interpretativo da diversidade de leituras do mundo. Complementar a isso, o
distanciamento da escola se torna mais plausível para com as reais necessidades dos alunos.
Diante dessa crise instaurada, a resposta da escolar é imitar, no interior da sala
de aula, o mesmo padrão lingüístico dos demais veículos comunicativos, fazendo da escola um
arremedo de mídia eletrônica. A pratica escolar, nesse contexto, se distancia ainda mais de
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suas funções pedagógicas essenciais, ao mesmo tempo que subsume seu discurso aos
referenciais lógicos e objetos das linguagens midiáticas, ampliando ainda mais o aspecto
meramente espetacularizante das informações e não contribuindo para uma melhor análise dos
limites e potencialidades comunicativas das diversas linguagens e veículos informativos
presentes na ordem social atual.
Diante disso, a partir da escolha do tema por nós abordado, podemos intentar
que discutir o sentido de natureza tendo como referência a abordagem desse conceito no
conteúdo Pantanal, só pode ser melhor compreendido em decorrência de como o discurso
midiático aborda o mesmo.
A abordagem do Pantanal, como aferido anteriormente, pela mídia, tanto
eletrônica quanto a impressa, visa atender os objetivos e necessidades majoritariamente de
ordem publicitária, tanto de empresas relacionadas com o turismo, quanto de divulgação de
administrações públicas municipais. Contudo, essa mesma mídia acaba por apontar outro
aspecto, mas a partir do que omite, ou seja, é marcado normalmente pela ausência do nome
Pantanal. Podemos identificar, ao analisar o teor de reportagens que possuem a mesma região
pantaneira como cenário, que questões pertinentes aos problemas de fronteira e narcotráfico,
como apreensão de drogas e mercadoria não declaradas à receita, imigração ilegal de
bolivianos que atravessam o Brasil, conflitos entre indígenas e proprietários rurais, violência no
campo etc., não são entendido como pertencentes ao Pantanal.
Esses elementos, quando tratados por essa mídia, objetivam descaracterizar
qualquer vinculação direta entre problemas sociais, conflitos internos e outras situações que
julguem pejorativas, que possam atrelar qualitativos negativos à idéia de Pantanal. Como se o
Pantanal não fosse uma expressão do arranjo territorial das relações sociais atualmente em
curso, mas que se restringisse a uma concepção de natureza a priori existente, ou seja, uma
realidade não humana, mas que se justifica a partir das necessidades idealizadas
humanamente. Nesse aspecto, a mídia reforça um imaginário de natureza vinculada a um
progresso harmonioso, pautada num conforto idílico, como local de lazer para escapar do
stress da vida urbana, exercitando esportes radicais, e permitindo aventuras em meio a
natureza devidamente domesticada.
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Isso demonstra como a visão da mídia é comprometida em construir e manter
uma imagem sobre a natureza pantaneira com base apenas em fragmentos, partes do que se
faz real no processo que compõe a vida e as relações humanas entre si e com esse ambiente.
O problema que surge desse contexto, quando nos voltamos ao ensino de
geografia no Estado do Mato Grosso do Sul sobre o Pantanal, é que além do acesso dos
alunos a esses textos, muitos professores utilizam esse material midiático enquanto
complemento didático, reforçando a idéia construída em referencias que, além dicotômicos,
impossibilitam outras formas de leitura/interpretação geográfica sobre o lugar.
CONCULSÃO
Como citado anteriormente, nosso objetivo nesse trabalho é enriquecer a
linguagem conceitual da geografia a partir de um estudo de caso, o Pantanal
sul-mato-grossense. Entendemos que o atual modelo de ciência, e o discurso científico
praticado pela geografia nos dias atuais, não possibilita de forma mais instigante esse
exercício.
O discurso majoritariamente praticado pelos geógrafos tende a
estabelecer o conhecimento oriundo dos estudos científicos a partir de referencias pautados
na idéia de metafísica da verdade. (FERRAZ, 2005). No interior dessa concepção
metafísica, os objetos da geografia já estão dados no mundo, constituindo o que
conceitualmente se chama de espaço geográfico; na perspectiva de Santos (2009, p. 7), tal
postura epistemológica “pouco ou quase nada contribui para o entendimento da categoria”,
ou seja, do que vem a ser espaço por uma leitura geográfica.
Diante dessas observações críticas, buscamos uma geografia que possibilite ao
aluno um conhecimento interpretação/leitura do mundo com base na linguagem geográfica
estruturada a partir das categorias/ferramentas do processo cognitivo. Nesse sentido,
categorias como lugar, paisagem, região e território não existem em si, não estão no mundo à
espera de apreensão do geógrafo a partir de aplicação racional e do método dedutivo. Elas
existem apenas no plano teórico da geografia ou de outros saberes que queiram utilizá-las,
são ferramentas para leitura e interpretação do fenomênico e não entidades concretas
pré-existentes em relação ao homem.
Como destaca (FERRAZ, 2009, p. 2),
Sendo a linguagem, e as palavras que a constitui, uma construção
sócio-cultural, esta carrega em si todo o jogo de significações e
simbologias que as relações humanas produzem em acordo com as
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condições técnicas, tecnológicas, políticas e ideológicas de cada época
e lugar.
O exercício cognitivo por meio da linguagem é o ponto de partida para uma
reflexão que valorize o elemento humano em meio as suas diferentes significações e sentidos.
O mundo se faz a partir da trama de linguagens com que as relações humanas vão significando
o mundo em suas partes, fenômenos e processos; ou seja, a partir do lugar em que as
relações humanas se territorializam, o mundo passa a acontecer humanamente, sendo falado,
pensado, simbolizado, representado e construído em acordo com as condições técnicas e
tecnológicas da ordem sócio-espacial estabelecida, ordem essa decorrente das linguagens
humanas em jogo.
É com base na perspectiva da linguagem geográfica que podemos interpretar e
representar um dado lugar, e/ou fenômeno ali localizado e manifestado, como algo qualificado
geograficamente em decorrência da forma como é lido e abordado. Assim, o fenômeno não é
geográfico em si, não existe uma paisagem, território, lugar, região que seja geográfica
independente da capacidade de leitura humana assim denominar. O fenomênico torna-se uma
expressão da ordem geográfica quando passa a ser analisado em sua expressão paisagística,
em sua configuração territorial, em sua delimitação regional, como resultado de um exercício
cognitivo de interpretação do real, estabelecendo o sentido espacial a partir da necessita
humana de se localizar e se orientar no mundo a partir do lugar em que se encontra.
A ordenação do que antes era estranho e desconhecido para uma interpretação
com base em referencias que lhe permitam estabelecer sentidos é o elemento definidor que
permitirá classificar uma área enquanto paisagem ou território, ou seja, enquanto lugar
geograficamente interpretado. Essa forma de leitura do mundo não se coloca como uma
linguagem que decorre de um padrão racionalizante que visa encontrar a essência verdadeira
e absoluta do fenômeno, como se no fenômeno se ocultasse a sua verdade imutável. Pelo
contrário, entende ao fenômeno como constructo das linguagens humanas que assim tentam
significá-lo e dar sentido ao mesmo a partir da necessidade humana de melhor se localizar e
se orientar. Aí se manifesta o sentido mais pleno da leitura geográfica.
Perante esses pressupostos, o texto aqui visa se colocar para delinear as
conclusões iniciais da idéia majoritária sobre a natureza no Pantanal. Hoje o que se observa a
partir desse estudo do Pantanal com base nos livros didáticos e textos presentes nas mídias,
principalmente impressa, é essa visão que ora se caracteriza
por representar a região
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pantaneira destacando seus aspectos selvagens e danosos para uma idéia de homem
civilizado, ora como uma beleza natural que atraia este mesmo civilizado para essa espécie de
paraíso intocado pelo progresso.
A paisagem geográfica não é compreendida para além de sua aparência, que
nesse caso ainda se apresenta excludente de uma série de elementos, ou seja, a paisagem é
lida pela sua redação estética das formas imediatas, de uma natureza em si, sem ser humano,
não levando em consideração a figura do pantaneiro, dos indígenas, dos problemas de
fronteira com o narcotráfico, a situação de pobreza e miséria da grande parcela de seus
habitantes. Esses outros aspectos, ocultos e silenciados, é que tornam-se necessários resgatar
para se ampliar o sentido de natureza a partir da paisagem pantaneira.
O discurso geográfico deve ampliar seu seus horizontes de análise sobre o
Pantanal, para além de suas referências de extensão, localização, hidrografia e biodiversidade.
Que construa conhecimento sobre sua espacialidade com perspectivas outras que estejam
para além de sua existência em si, que deva ser contemplado e entendido em sua apreensão
estética. Como destaca Ferraz (2009), os geógrafos devem olhar o Pantanal enquanto
resultado de uma produção humana, tanto do conhecimento, da ação e das configurações
territoriais. Com base nesses elementos poderemos ampliar nossa leitura sobre o mundo e
sobre a produção dos lugares.
Essa forma de abordagem nos possibilitará interpretar o pantanal não mais com
base apenas em referencias de isolamento, de uma região distante e de pouco contato com o
resto do mundo como se dá o imagético desse lugar a partir do ensino e de sua idéia de
natureza. E sim na relevância de uma amplitude maior de elementos que compõem o processo
de produção e significado da vida a partir dos referenciais locacionais aí existentes em sua
relação com o mundo. Pois o pantanal hoje também é um lugar urbanizado, interligado ao
mundo por meio dos principais veículos de comunicação (rádio, internet, TV, jornais, etc.),
transporte rodoviária, aéreo e fluvial, pelo seu sistema produtivo e societário, e que também
produz em virtude disso, uma série elementos outros, ocultos em sua paisagem com uma
profunda desigualdade social e pessoas marginalizadas que não tem emprego ou que atuam
em um trabalho informal.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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FERRAZ, Cláudio, B. O que é Pantanal? (vídeo-documentário). Edvaldo C. Moretti e
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SANTOS, Douglas. O que é Geografia? PUC, Campinas, 2009 (mimeo).
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