UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA LEANDRO APARECIDO DA SILVA ARRANJOS PRODUTIVOS TÊXTEIS E SUAS RELAÇÕES COM A CADEIA DE SUPRIMENTOS NATAL/RN 2015 LEANDRO APARECIDO DA SILVA ´ ARRANJOS PRODUTIVOS TÊXTEIS E SUAS RELAÇÕES COM A CADEIA DE SUPRIMENTOS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Strictu Sensu do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos NATAL/RN 2015 SILVA, Leandro Aparecido. Arranjos produtivos têxteis e suas relações com a cadeia de suprimentos / Leandro Aparecido da Silva. - Natal, 2015. 175 f. Orientador: Domingos Fernandes Campos Mestrado Profissional em Administração – Universidade Potiguar. PróReitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação. Bibliografia: 125 - 137 f. 1. Administração – Dissertação. 2. Micro e pequenas empresas. 3. Arranjos produtivos. 4. Cadeias de suprimento. I. Título. LEANDRO APARECIDO DA SILVA ARRANJOS PRODUTIVOS TÊXTEIS E SUAS RELAÇÕES COM A CADEIA DE SUPRIMENTOS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Strictu Sensu do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Aprovada em: 25/06/2015. BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos Orientador Universidade Potiguar – UnP _______________________________________ Prof. Dr. Osmildo Sobral dos Santos Examinador Interno Universidade Potiguar – UnP _______________________________________ Profª. Drª. Patricia Whebber Souza de Oliveira Examinador Externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN AGRADECIMENTOS Agradeço, À Deus, por ter me dado condições de lutar e conseguir os objetivos pretendidos; A minha esposa Priscila Raiane pelo carinho e confiança, pois além de ser uma incentivadora pessoal incansável, foi também uma colaboradora imprescindível para o término deste trabalho. Compreendeu, acompanhou e apoiou todos os passos com muito amor. Tendo sabedoria e paciência nos momentos difíceis junto ao nosso filho Francisco Neto; Ao meu pai Francisco Pereira por todo apoio e incentivo desde o colegial até a chegada deste momento. Por ensinar-me os valores morais que carrego e carregarei por toda vida; A minha mãe Verônica Dutra pelo esforço incomensurável e as renúncias que fez para educar os filhos desde a alfabetização; A minha sogra Dalva que me apoiou e me acolheu durante todo o curso, nesse período e em todos os outros eu recebi o tratamento de um filho; Ao Prof. Domingos Fernandes Campos, meu orientador, que me auxiliou em todas as etapas desta pesquisa, compartilhando seu amplo conhecimento e proporcionando-me horas de aprendizagem; Aos professores Alípio Veiga, Kleber Nóbrega, Osmildo Sobral, Walid Abbas, Rodrigo Leone e Fernanda Gurgel do Mestrado em Administração da Universidade Potiguar (UnP), e a professora Patricia Whebber da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pelos ensinamentos; Aos companheiros de mestrado que participaram dessa jornada; À Glícia pela presteza; Aos meus amigos que sempre me ampararam e compreenderam minhas ausências aos encontros agendados; Aos empresários do setor têxtil da região Seridó/RN que aceitaram contribuir para a realização desta pesquisa, assim como a equipe de entrevistadores. “O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas sim a ilusão de conhecimento.” (Stephen Hawking) RESUMO SILVA, LEANDRO APARECIDO. Arranjos Produtivos Têxteis e Suas Relações com a Cadeia de Suprimentos. 2015. 175 f. Dissertação de Mestrado. Universidade Potiguar – UNP, Programa de Pós-Graduação em Administração Profissional, Natal, RN, Brasil, 2015. Este estudo analisou a formação dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN e suas relações com a cadeia de suprimentos. Os principais grupos têxteis são compreendidos pelos setores de tecelagem, bonelaria e facção (confecções terceirizadas). Essas empresas respondem por uma fatia considerável das riquezas geradas na região, apresentando um alto índice de empregabilidade. O polo têxtil do setor de tecelagem é considerado o maior produtor de panos de limpar pratos da região Nordeste do Brasil. O setor de bonelaria é considerado o segundo maior produtor de bonés e chapéus do território nacional. As facções da região representam a maior parcela de empresas de confecção terceirizadas do estado do Rio Grande do Norte. Para o presente estudo, foi desmembrado e caracterizado cada um dos setores têxteis pertencentes ao universo das micro e pequenas empresas. Mensurou as ações das cadeias de suprimentos. E, utilizou a pesquisa exploratória e descritiva aplicada de forma censitária. As entrevistas elencaram novas variáveis analíticas e informações importantes sobre as cadeias produtivas, contribuindo para elaboração do instrumento de pesquisa, que foi desenvolvido após análise do estudo. Dentro de arranjos produtivos a pesquisa utilizou a colaboração de vários autores. O modelo SCOR (Supply Chain Operations Reference) foi utilizado para a medição de desempenho na cadeia de suprimentos. Em uma análise geral, pode-se observar comportamentos dos arranjos produtivos mais atuantes em alguns setores do que em outros. As tecelagens apresentam arranjos com baixos níveis de relacionamento pois não realizam compras conjuntas e não adquirem cursos de capacitação e/ou mão-de-obra especializada de forma conjunta, não concretizam trocas de equipamentos e conhecimentos entre os integrantes do setor. Sua cadeia de suprimentos apresenta-se bem atuante, com alta incidência de distribuidores locais, fluxo fluido de abastecimento, produção e distribuição. O setor de bonelaria apresenta uma boa incidência organizacional dentro do arranjo produtivo, com associação de classe atuante. A cadeia de suprimentos desse setor apresentou um elevado desempenho, embora, se mostrando inferior aos outros arranjos. As facções, de modo geral, apresentam destaque na atuação do seu arranjo produtivo. Formam associações de classe que aproxima os empresários à seus clientes, fortalecendo o arranjo como um todo. Boa parte da cadeia de suprimentos desse setor, utiliza um sistema de informação que é integrado aos fornecedores. Facilitando e agilizando os processos produtivos, indicando altos níveis de desempenho na cadeia. PALAVRAS-CHAVE: Micro e Pequenas Empresas (MPE’s), arranjos produtivos, cadeias de suprimento, têxteis, tecelagens, facções, bonelarias. ABSTRACT SILVA, LEANDRO APARECIDO. Textile Local Clusters and Their Relations with the Supply Chain. 2015. 175 f. Dissertação de Mestrado. Universidade Potiguar – UNP, Programa de Pós-Graduação em Administração Profissional, Natal, RN, Brasil, 2015. This study analyzes the formation of the leading textile local clusters region Seridó/RN and its relations with the supply chain. Textile companies of weaving sectors of caps and hats manufacturers and outsourced sewing. Understand the main groups. These companies account for a sizeable share of the wealth generated in the region, with a high employment rate. The textile Polo weaving sector is the largest producer of cloth to clean dishes in northeastern Brazil. The caps and hats manufacturers sector is the second largest producer of caps and hats of the country. The outsourced sewing of the region represent the largest share of outsourced manufacturing companies in the Rio Grande do Norte state. For the present study, it was dismembered and characterized each of textiles sectors belonging to the universe of micro and small businesses. The study examined the behavior of local clusters each sector. Measured the actions of supply chain. In addition, he used the exploratory and descriptive research applied census form. Interviews they raised new analytical variables and important information about the production chain, contributing to development of the survey instrument, which was developed after careful analysis of the study. Local clusters within the research used the collaboration of several authors. For performance measurement in supply chain, used the SCOR measurement model (Supply Chain Operations Reference). In an overview, it can be observed behavior of local clusters most active in some sectors than in others. The weaving have arrangements with lower levels of relationship because it does not carry out joint purchases and do not acquire training courses and / or labor-skilled labor jointly, not materialize exchange of equipment and knowledge among others in the same industry. Your supply chain presents and active, with a high incidence of local distributors, fluid flow supply, production and distribution. The caps and hats manufacturers sector has good organizational focus within the local clusters, with active trade association. The supply chain this sector showed a high performance, though, proving inferior to other arrangements. The outsourced sewing, in general, have featured in the performance of their productive arrangement. Form associations approaching entrepreneurs to their customers, strengthening the arrangement as a whole. Much of the supply chain in this industry uses an information system that is integrated with suppliers. Facilitating and streamlining production processes, indicating high performance levels in the chain. KEYWORDS: Micro and Small Enterprises (EPC's), local clusters, supply chain, textile, weaving, outsourced sewing, caps and hats manufacturers. LISTA DE QUADROS Quadro 1– Diagnóstico das Abordagens de Modelos de Análise de Desempenho na Cadeia de Suprimentos.................................................................................................... 57 Quadro 2 – Atributos de Desempenho Logístico em Arranjos Produtivos...................... 74 Quadro 3 – Atributos das Motivações Envolvidas em Arranjos Produtivos................... 75 Quadro 4 – Atributos das Ações Estratégias Envolvidas em Arranjos Produtivo........... 76 Quadro 5 – Atributos de Benefícios e Aprendizagem em Arranjos Produtivos.............. 77 Quadro 6 – Atributos de Externalidades, Densidade e Cooperação em Arranjos Produtivos...................................................................................................................... 78 Quadro 7 – Municípios, Áreas, População e PIB............................................................ 83 Quadro 8 – Atributos para Caracterização dos Arranjos Produtivos Referentes ao Abastecimento e Distribuição......................................................................................... 87 Quadro 9 – Atributos para Caracterização dos Arranjos Produtivos Referentes a Produção......................................................................................................................... 88 Quadro 10 – Atributos de Caracterização dos Arranjos Produtivos Referentes a Aprendizagem e Relacionamento................................................................................... 89 Quadro 11 – Atributos Utilizados na Pesquisa para Medição de Performance utilizando o modelo SCOR 11.0......................................................................................................... 90 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Participação dos Municípios dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN....................................................................................................................... 93 Tabela 2 – Força de Trabalho dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN...... 94 Tabela 3 – Grau de Instrução dos Empresários dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN...................................................................................................................... 95 Tabela 4 – Presença de Administração de Terceiros dentro dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN..................................................................................................... 95 Tabela 5 – Faixa Etária dos Empresários dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN...................................................................................................................... 96 Tabela 6 – Faixa Etária Média das Equipes dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN...................................................................................................................... 96 Tabela 7 – Gênero dos Empresários dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN ........................................................................................................................................ 97 Tabela 8 – Galpões dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN...................... 97 Tabela 9 – Média de Fornecedores por Empresa nos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN....................................................................................................................... 98 Tabela 10 – Produção Mensal dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN..... 98 Tabela 11 – Faturamento Anual por Empresa dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN...................................................................................................................... 99 Tabela 12 – Análise Comparativa dos Arranjos Produtivos dos Setores Referentes ao Abastecimento e Distribuição....................................................................................... 107 Tabela 13 – Análise Comparativa dos Arranjos Produtivos dos Setores Referentes a Produção....................................................................................................................... 110 Tabela 14 – Análise Comparativa dos Arranjos Produtivos dos Setores Referentes a Aprendizagem e Relacionamento.................................................................................. 113 Tabela 15 – Análise Comparativa de Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos dos Setores Utilizando Modelo SCOR.......................................................................... 116 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Sistema de Beamon de Medição na Cadeia de Suprimentos........................ 54 Figura 2 – Indicadores de Desempenho Sugeridos por Gunasekaran............................ 56 Figura 3 – Os Cinco Processos de Negócios do Modelo SCOR.................................... 65 Figura 4 – Processos Hierárquicos do Modelo SCOR................................................... 66 Figura 5 – Fluxograma da Cadeia Produtiva do Setor Têxtil e Confecção.................... 73 Figura 6 – Esquema Metodológico................................................................................ 79 Figura 7 – Ilustração do Mapa do RN com Destaque à Região Seridó/RN................... 84 Figura 8 – Ilustração da Cadeia Produtiva do Setor de Tecelagem............................. 102 Figura 9 – Ilustração da Cadeia Produtiva do Setor Boneleiro.................................... 104 Figura 10 – Ilustração da Cadeia Produtiva do Setor de Facções................................ 106 LISTA DE TERMOS, ABREVIATURAS E SIGLAS AP: Arranjo Produtivo APL’s: Arranjos Produtivos Locais EPC’s: Micro and Small Enterprises. Frq: Frequência GEM: Instituto Global Entrepreneurship Monitor GCS: Gestão da Cadeia de Suprimentos IFRN: Instituto Federal do Rio Grande do Norte MEI: Microempreendedor Individual MP: Matéria-Prima MPE’s: Micro e Pequenas Empresas Q: Variáveis Analíticas Utilizadas na Pesquisa Qnt: Quantidade RN: Rio Grande do Norte SCOR: Supply Chain Operations Reference (Modelo de referência para a gestão da cadeia de fornecimento) SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAR: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SESC: Serviço Social do Comércio SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte V: Variáveis Elencadas na Revisão Bibliográfica Sobre Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos Utilizando o Modelo SCOR VP: Variáveis Elencadas na Revisão Bibliográfica Sobre Arranjos Produtivos SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 17 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ........................................................................................... 17 1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA ................................................................................. 19 1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................................. 21 1.3.1 Geral ................................................................................................................................... 21 1.3.2 Específicos .......................................................................................................................... 21 1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................... 22 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ...................................................................................................... 25 2.1 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS E O SETOR TÊXTIL ......................................................... 25 2.2 AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS ............................................................................................. 27 2.3 ESTRATÉGIA E COMPETITIVIDADE EM AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS ..................... 29 2.4 TIPOS DE ARRANJOS PRODUTIVOS ....................................................................................... 33 2.4.1 O Enfoque da Filière em Arranjos Produtivos ................................................................ 33 2.4.2 As Cadeias Globais de Valor em Arranjos Produtivos ................................................... 35 2.4.3 Os Clusters Empresariais em Arranjos Produtivos ........................................................ 36 2.4.4 Redes Flexíveis de Pequenas Empresas em Arranjos Produtivos .................................. 37 2.4.5 Os Condomínios Industriais em Arranjos Produtivos .................................................... 39 2.4.6 O Enfoque dos Arranjos Produtivos Locais (APL) ......................................................... 39 2.5 COMPETITIVIDADE NAS EMPRESAS E GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ........ 42 2.5.1 Gestão dos Processos na Cadeia de Suprimentos ............................................................ 48 2.5.2 Gestão do Relacionamento com os Clientes ..................................................................... 49 2.5.3 Gestão da Demanda na Cadeia de Suprimentos ............................................................. 49 2.5.4 Gestão do Estoque na Cadeia de Suprimentos ................................................................ 50 2.6 MODELOS PARA ANÁLISE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS .............................................. 50 2.6.1 Abordagem Bowersox e Closs ........................................................................................... 52 2.6.2 Abordagem de Beamon ..................................................................................................... 54 2.6.3 Abordagem Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu .................................................................. 55 2.6.4 Modelo SCOR .................................................................................................................... 56 2.6.5 Diagnóstico Sobre as Abordagens de Modelos de Análise de Desempenho na Cadeia de Suprimentos ................................................................................................................................ 57 2.7 MEDIÇÃO DE DESEMPENHO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS (PMS) ............................... 58 2.7.1 Características e Questões Relacionadas a PMS ............................................................. 60 2.7.2 Moldando a PMS ............................................................................................................... 61 2.7.3 Viabilidade do Sistema de PMS ........................................................................................ 62 2.8 DIFERENCIAÇÃO ENTRE CADEIAS PRODUTIVAS E CADEIAS DE SUPRIMENTOS ...... 63 2.9 MODELO REFERENCIAL DE OPERAÇÕES DE CADEIA DE SUPRIMENTOS (SCOR) ...... 64 2.9.1 Métricas do Modelo SCOR ............................................................................................... 67 2.9.2 Processos Relacionados ao Modelo SCOR ....................................................................... 68 2.9.3 Modelo SCOR - Práticas e Pessoas................................................................................... 69 2.9.4 Alterações do Modelo SCOR 11.0 .................................................................................... 70 2.9.5 Alterações nos Processos no Modelo SCOR 11.0............................................................. 71 2.10 CADEIAS PRODUTIVAS TÊXTEIS.......................................................................................... 72 2.11 VARIÁVEIS ELENCADAS NA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................ 74 3. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 79 3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO .................................................................................................... 79 3.3 UNIVERSO DA PESQUISA ......................................................................................................... 81 3.4 ENTREVISTAS ............................................................................................................................. 85 3.5 VARIÁVEIS ANALÍTICAS.......................................................................................................... 85 3.6 INSTRUMENTO DE PESQUISA ................................................................................................. 91 3.7 PLANO DE COLETA DE DADOS ............................................................................................... 92 3.8 TRATAMENTO DOS DADOS ..................................................................................................... 92 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................................... 93 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SETORES ......................................................................................... 93 4.1.1 Participação ....................................................................................................................... 93 4.1.2 Força de Trabalho ............................................................................................................. 94 4.1.3 Grau de Instrução ............................................................................................................. 95 4.1.4 Administração por Terceiros ............................................................................................ 95 4.1.6 Gênero dos Proprietários .................................................................................................. 97 4.1.7 Estrutura produtiva .......................................................................................................... 97 4.2 POLO DE TECELAGEM ............................................................................................................ 101 4.2.1 Cadeia Produtiva das Tecelagens ................................................................................... 101 4.3 POLO DE BONELARIA ............................................................................................................. 103 4.3.1 Cadeia Produtiva das Bonelarias ................................................................................... 103 4.4 POLO DE FACÇÃO .................................................................................................................... 105 4.3.1 Cadeia Produtiva das Facções ........................................................................................ 105 4.5 ANÁLISE COMPARATIVA DOS SETORES TÊXTEIS DA REGIÃO SERIDÓ/RN ............... 107 4.5.1 Comparativo dos Arranjos Produtivos dos Setores ...................................................... 107 5. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 119 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 125 APÊNDICES .................................................................................................................................... 138 Apêndice A – Roteiro de Entrevista Aplicado aos Empresários Têxteis da Região Seridó/RN.. 138 Apêndice B – Módulo 1 do Questionário de Pesquisa Aplicado aos Empresários Têxteis da Região Seridó/RN ............................................................................................................................. 140 Apêndice C – Módulo 2 do Questionário de Pesquisa Aplicado aos Empresários Têxteis da Região Seridó/RN ............................................................................................................................. 141 Apêndice D – Diretrizes Norteadoras para o Alcance do Objetivo Geral .................................... 148 Apêndice E – Atributos de Confiabilidade, Receptividade, Agilidade e Eficiência do Gerenciamento de Ativos do Modelo SCOR 11.0 .......................................................................... 152 Apêndice F – Tabelas com Frequência, Média e Moda das Variáveis sobre Arranjos Produtivos e Medição de Performance das Tecelagens .................................................................................... 161 Apêndice G – Tabelas com Frequência, Média e Moda das Variáveis sobre Arranjos Produtivos e Medição de Performance das Bonelarias ..................................................................................... 166 Apêndice H – Tabelas com Frequência, Média e Moda das Variáveis sobre Arranjos Produtivos e Medição de Performance das Facções .......................................................................................... 171 17 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Nos últimos anos, no Brasil, tem-se observado um forte aumento no surgimento de novas empresas optantes pelo Simples Nacional, um regime fiscal diferenciado e favorável aos pequenos empreendedores. Em dezembro de 2012 existiam 7,1 milhões de empresas assinaladas neste regime. Em dezembro do ano anterior este número ficou 26% acima do apurado. Em 2011, a expansão já tinha sido de quase 30%. O aumento do número de novas empresas, se associado à evolução na competitividade, tende a gerar impactos significativos na economia brasileira, seja em termos de maior geração de empregos, melhores salários, acréscimo da massa salarial e do arrecadamento de impostos, como também na melhor repartição de renda e no aumento do bem-estar social. Constatou-se, pelos resultados apresentados, que não somente a criação de empresas vem ganhando impulso, como também a taxa de sobrevivência vem melhorando a cada ano. Tratando das Micro e Pequenas Empresas (MPE’s), estas representam quase 100% do total de instituições privadas atuantes no Brasil, em que os pequenos negócios (formais e informais) respondem por mais de dois terços dos empregos do setor privado (SEBRAE-NA, 2013; SEBRAE-SP, 2012). O setor têxtil é um ramo importante para a economia nacional e vem adquirindo importância nas pequenas cidades do Rio Grande do Norte. Dentre estas, pode-se incluir as cidades localizadas na região Seridó do estado, as quais comportam pequenas unidades fabris que passaram a se abrigar nessa região, especialmente a partir da década de 1990. Com relação ao perfil dessas indústrias têxteis, podemos destacar as bonelarias (empresas industriais fabricantes de bonés e chapéus), as facções (empreendimentos industriais de confecção e vestuário que prestam serviços exclusivamente para outras empresas de confecção, seja comércio ou indústria) e as tecelagens (indústrias que tecem e fabricam artigos de cama, mesa e banho). Essas atividades são constituídas não apenas pelo capital local, mas também a partir de investimentos de grandes corporações, como a Hering, a Guararapes e a RM/NOR (Rafael Mansur do Nordeste), as quais terceirizam a sua produção por meio das facções que são instaladas nas cidades interioranas. A mão de obra de baixo custo, disponível nestas cidades, constitui um componente atrativo para esses investimentos. Entretanto, a centralização dessas unidades reforça a importância do desempenho que as pequenas cidades passam a exercer na economia local e nacional (MEDEIROS, 2005). 18 Existem mais de 200 tecelagens atuantes na região do Seridó, principalmente as instauradas na cidade de Jardim de Piranhas (RN), que geram mais de 4.000 empregos diretos e indiretos, oferecendo uma quantidade de postos de trabalho equivalente a um terço da população local. A grande oferta de emprego é nutrida, especialmente, pela produção de mais de 500 toneladas de panos de prato por mês, fazendo deste o maior polo do ramo na região Nordeste do Brasil (PEGN, 2007). Concernente às bonelarias da região Seridó do RN, sabe-se que estas constituem o segundo maior polo produtivo de bonés do Brasil, empregando cerca de 2.400 pessoas e produzindo cerca de 2,4 milhões de bonés por mês, com um faturamento estimado em quase R$5 (cinco) milhões por essa produção. Atualmente, as cidades de Caicó (RN), Serra Negra do Norte (RN) e São José do Seridó (RN) integram as cidades com o maior índice desse tipo de indústria na região do Seridó (V&C, 2011). Conforme dados da Associação Seridoense de Confecções-ASCONF, a região Seridó/RN é o setor do estado do Rio Grande do Norte com a maior concentração de facções, sendo responsável pela ocupação de mais de 1.800 empregos diretos e indiretos, movimentando cerca de R$ 4 milhões/mês. A expectativa é que com o novo programa do governo do estado, o Pró-Sertão, esses números sejam expandidos e 360 novas facções sejam criadas no RN, gerando 20.000 empregos até dezembro de 2018 (FJA-RN, 2013). De acordo com as constatações observadas anteriormente sobre a importância das MPE’s para economia nacional e a importância dos principais setores têxteis para a geração de emprego e renda na região Seridó/RN, observa-se a importância econômica das MPE’s têxteis da região supracitada. Para Porter (2009), a competição global invadiu todas as áreas geográficas, obrigando as empresas a concorrerem entre si, com o objetivo de nutrirem e aumentarem seus níveis de prosperidade. A cadeia de suprimentos é determinada por alguns autores como o meio de auxílio à vantagem competitiva (CHRISTOPHER, 2013; POZO, 2010). De acordo com Ballou (2006), esta cadeia auxilia as empresas, independentemente de seu porte. Deste modo, a procura pela integração das empresas com seus clientes e fornecedores por meio da cadeia de suprimentos faz-se necessária, a fim de tornar a vida do microempresário mais ágil e sólida de informações. No fim dos anos 1990 e início dos anos 2000 percebe-se um importante crescimento do enfoque sobre agrupamentos empresariais nas políticas públicas brasileiras, partindo principalmente de estudos investigados no âmbito acadêmico, onde diversas instituições e órgãos privados e públicos de fomento deliberaram ações de apoio aos Arranjos Produtivos 19 Locais (APL’s), distribuídos no território nacional (BOTELHO; OLIVEIRA; CARRIJO, 2013). Ultimamente, diversos estudos estão sendo realizados com a finalidade de expandir o conhecimento sobre os APL’s que possam atuar em ações de apoio aos empreendedores, partindo da premissa de que todo APL é uma entidade singular, onde as propriedades são esquematizadas ao longo dos seus processos históricos de ampliação, apontadas pelas várias interações que se fundam no local e a partir deste (BOTELHO; OLIVEIRA; CARRIJO, 2013). Segundo Botelho, Oliveira e Carrijo (2013) são bastante corriqueiros estudos estruturados a partir de pesquisas de campo, com técnicas baseadas em entrevistas em empreendimentos e com instituições de apoio e coordenação centradas nos APL’s. Estes estudos adquirem resultados importantes ao compreenderem as características principais dos APL’s e dos relacionamentos que se desenvolvem no seu interior, responsáveis, em maior ou menor grau, pela concorrência das empresas e pela ampliação regional. O gerenciamento da cadeia de suprimentos vem se mostrando como uma tendência nessa busca, por se tratar de um estudo que propõe processos enxutos, eliminação de desperdícios e diminuição de estoques. A cadeia adéqua uma melhor gestão e integração de entradas e saídas de materiais, propiciando uma vantagem competitiva perante seus concorrentes (SANTOS; FORCELLINI, 2012; MARTINS, 2011). 1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA Com base em levantamento da Consult (2006), o setor de MPE’s têxteis da região Seridó/RN emprega direta e indiretamente 4.000 postos de trabalho. Entretanto, o histórico dessas indústrias, problemas aglomerados devido a atos desordenados dos empresários e ao crescimento desenfreado começaram a provocar prejuízos ambientais, falhas nos procedimentos produtivos e, por conseguinte, produção de produtos de má qualidade (LEAL, 2007). Mesmo com a substituição de maquinários antigos por maquinários considerados mais modernos, na década de noventa, os problemas com a produção persistiram. Respondendo a essa situação, no ano de 2003 alguns empresários tiveram a iniciativa de buscar o SEBRAE, que passou a oferecer incentivos por meio da construção de novos conhecimentos e articulou diversos órgãos e instituições com a finalidade de promover a sustentabilidade do setor na região (LEAL, 2007). 20 Dentro da literatura existem alguns autores com estudos voltados à análise da estrutura de arranjos produtivos. Suzigan (2006) a descreve como um método de idenficicação e distinção estrutural de arranjos, decompondo e classificando a estrutura destes e fundamentando em duas variáveis: a sua relevância para a região e para a sua respectiva esfera produtiva. Para o autor, estas variáveis estruturam os arranjos produtivos classificando-os em: núcleo de incremento setorial-regional; vetor de incremento local; vetor avançado e embrião de arranjos produtivos. A Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) tem como enfrentamento a melhoria da competitividade global e dos serviços e produtos segundo a percepção do cliente, de maneira especial, por meio da sinergia entre as partes envolvidas. A visão sistemática associada ao comprometimento dos membros com a criatividade e inovação são elementos permanentemente exercitados para o alcance do diferencial competitivo. Para atingir tais objetivos, a GCS conta com uma ampla gama de processos e dimensões que agem em conjunto para acrescentar valor aos clientes e todos aqueles a que esta fizerem parte (CHAN; ZHANG, 2011; CHAN et al., 2014; WAGNER; GROSSE-RUYKEN; ERHUN, 2012; SHEN et al., 2013; KATUNZI, 2011). No que se refere a seus processos, estes vão desde o abastecimento da matéria-prima, passando pela manufatura, até a entrega do produto final ao consumidor, envolvendo ações como o planejamento e execução de compras de insumos, produção de bens e serviços e a sua distribuição. O cumprimento destes processos envolve uma série de entidades, concebidas por empresas que atuam inteiramente na associação de valor aos produtos, assim como outras organizações e entidades que influenciam a tomada de decisões. Em se tratando das dimensões gerenciais existentes nas cadeias de suprimentos, estas são classificadas nos níveis estratégico, tático e operacional. Cada uma destas etapas está associada a distintos horizontes de tempo, tamanho das implicações e âmbito das decisões a serem tomadas. A pluralidade de aspectos envolvidos torna as cadeias de suprimentos ambientes gerenciais complicados, conflituosos e incertos, mesmo quando se está restrito a uma organização específica. Dessa forma, os decisores das cadeias têm recorrido a ferramentas de gestão que lhes deixem promover a melhoria do seu desempenho. Destaca-se, ainda, a ausência de modelos de medição de performance voltados às MPE’s, cuja aplicação é identificada somente em grandes corporações, havendo, dessa forma, a necessidade de se utilizar modelos estruturados para a realização do diagnóstico de performance da cadeia de suprimentos nas micro e pequenas empresas (KATUNZI, 2011; POZO; TORRICELLI, 2013; JABBOUR et al., 2010). Em levantamentos apresentados no estudo de Pozo e Torricelli (2013), a indústria têxtil brasileira é considerada a quinta maior do mundo, e a de confecção é estimada como a quarta no ranking. Ainda nesse estudo, destaca-se o desempenho negativo da indústria têxtil e de 21 confecção no ano de 2011. Ponderando esses desempenhos negativos, é de relevante importância que as MPE’s têxteis fiquem cientes de tais números e que busquem cada vez mais as ferramentas adequadas para a melhoria do seu desempenho. Com esse estudo, o apoio destinado a estas empresas está na orientação de quais são os obstáculos e problemas existentes nas cadeias de suprimentos enfrentados pelas MPE’s têxteis (ENSSLIN et al., 2010; POZO; TACHIZAWA; SOUZA, 2011; CHRISTOPHER, 2013). Nesse contexto, emerge a questão da presente pesquisa: Como se organizam os principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN e como estes se relacionam com a cadeia de suprimentos? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Geral Analisar a formação dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN e suas relações com a cadeia de suprimentos. 1.3.2 Específicos a) Caracterizar os principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN; b) Compreender a estrutura e o funcionamento dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN; c) Descrever as relações das principais cadeias de suprimentos têxteis da região Seridó/RN; d) Avaliar o desempenho das empresas pesquisadas utilizando medidas do modelo SCOR na gestão da cadeia de suprimentos. 22 1.3 JUSTIFICATIVA No contexto das políticas em favor das MPE’s, as alterações que se tem presenciado no país têm proporcionado uma verdadeira insurreição no ambiente dessas organizações. Como exemplos, cita-se a criação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em 2006, a criação do Microempreendedor Individual (MEI), em 2009, e o aumento dos limites de faturamento do Simples Nacional, em 2012. O surgimento de novas empresas vem dando impulso em todo o território nacional. Com isso, amplia-se a responsabilidade nos órgãos de apoio a essas instituições, no sentido de viabilizar a sua sustentabilidade em longo prazo. É indispensável monitorar não somente a criação de empresas, mas também as suas taxas de sobrevivência. Acredita-se que o crescimento do número de novos empreendimentos e a melhora nas taxas de sobrevivência são fatores que podem contribuir com o desenvolvimento econômico e social do país (SEBRAE-NA, 2013). Para Santos e Forcellini (2012) torna-se imprescindível o desenvolvimento das organizações nesse novo cenário, bem como a identificação dos arranjos produtivos e o uso de um sistema que permita integrar as empresas participantes da cadeia de suprimentos, reavaliando as condicionantes que amparem os empreendimentos no enfrentamento dos desafios do dia a dia, de forma eficiente e duradoura, indo de encontro à necessidade de prosperidade dessas organizações. Essa necessidade se aplica à realidade competitiva das empresas existentes no mercado brasileiro, que se veem na necessidade de integração e aprimoramento do seu modelo de gestão, para suportarem seus objetivos estratégicos de crescimento perante a concorrência globalizada (SANT ANNA, 2013). Conforme assevera Campos (2008), os gestores da logística falham em algumas situações ao optarem por medidas inadequadas para a escolha de seus processos decisórios. Diante desses fatores, as mudanças constantes pertinentes às formas de gestão transformaram as estruturas das empresas e organizações. A ampliação econômica exigiu das instituições privadas e públicas uma gestão mais participativa com relação às ações da competitividade, observando-se a importância da instalação de arranjos produtivos devido às vantagens que estes proporcionam para as MPE’s (SANT ANNA, 2013). Para Sant anna (2013) pesquisas e estudos referentes aos arranjos produtivos não são recentes. Conhecidos como distritos industriais ou agrupamentos, este é um tema que vêm ganhando atenção nos últimos anos, estando relacionado às forças oriundas das localidades e regiões que carecem de desenvolvimento nas suas potencialidades e capacidades. A seriedade atribuída pela literatura acadêmica à abordagem sobre arranjos produtivos de MPE’s orienta a 23 escolha deste tema. Constatou-se que o mesmo vem recebendo importância nas ações governamentais direcionadas para o incremento econômico e social das MPE’s em todo o Brasil. A relevância do setor têxtil para a economia e o incremento social da região Seridó/RN é destaque em uma série de matérias veiculadas em mídias locais, setor esse que vai desde as facções, incluindo as bonelarias e chegando às tecelagens (SÃO JOSÉ DO SERIDÓ-RN, 2013). O governo do estado do Rio Grande do Norte criou, em parceria com o Sebrae/RN e a Federação das Indústrias (FIERN), o Pró-Sertão, projeto que garante interiorizar a indústria têxtil no Rio Grande do Norte por meio da abertura de 360 pequenas unidades de confecções (as denominadas facções), no prazo de até dezembro de 2018. Esse projeto tem como objetivo quadruplicar a quantidade de facções e multiplicar por oito o número de empregos gerados na atividade, nos próximos cinco anos. Atualmente, existem 90 facções gerando cerca de 2,5 mil empregos diretos e indiretos. A produção deverá ultrapassar 150 mil peças por dia e será adquirida inicialmente por grandes corporações, como a Guararapes, que vê a criação das facções no Rio Grande do Norte como uma maneira de sustentar o crescimento da rede de lojas do grupo (a Riachuelo). A Hering, que é uma das pioneiras em terceirizar a costura de suas peças no estado por meio das facções, também ampliará o abastecimento a estas utilizando esse projeto. No nosso estado (RN), esta empresa chega a contratar em média 15 novas facções por ano, no período dos últimos cinco anos, atualmente chegando ao montante de 90 unidades de confecções. A pretensão da empresa é de manter o ritmo de contratos. O projeto será desenvolvido na região do Seridó, por já ter tradição na atividade. O Governo do Rio Grande do Norte apresentou esse projeto a uma plateia de pequenos empresários e prefeitos da região, ressaltando o objetivo de buscar novos empreendedores que realizem parcerias com as prefeituras locais (SENAR-RN, 2013). A indústria boneleira do Rio Grande do Norte congrega 80 bonelarias, principalmente na região Seridó/RN. A região é estimada como o segundo maior polo produtor de bonés do país, com uma fabricação média mensal de 2,4 milhões de produtos. Com relação às tecelagens, principalmente as do município de Jardim de Piranhas/RN, que detém aproximadamente 95% das micro e pequenas indústrias têxteis desse setor na região Seridó/RN, ponderando sobre seu papel no contexto do território, sabe-se que estas possuem um aglomerado de 250 unidades fabris (SEBRAE-ASN, 2013; LEAL, 2007). Esta pesquisa teve por intenção analisar a formação dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN e suas relações com a cadeia de suprimentos. A pesquisa contribuiu para uma melhor gestão destas cadeias das MPE’s, bem como para a caracterização dos 24 principais arranjos produtivos têxteis dessas indústrias, aprimorando conceitos, legitimando técnicas e dando suporte a decisões práticas. Dessa forma, é importante despontar sob a ótica dos gestores de MPE’s o quanto estes estão preparados para analisar as barreiras existentes em suas cadeias produtivas e de suprimentos, evidenciando, por meio do diagnóstico de desempenho e da descrição dos arranjos produtivos, prováveis problemas enfrentados por suas cadeias e quais as dificuldades dentro desses âmbitos (POZO; TORRICELLI, 2013). Outra motivação que foi levada em consideração é que existem poucos trabalhos sobre medição de performance da cadeia de suprimentos em MPE’s, e isto se comprova quando Teixeira e Lacerda (2010) selecionam periódicos acadêmicos na área de GCS. Em sua pesquisa, os autores entrevistaram acadêmicos de diferentes continentes para aferir suas percepções em relação aos periódicos acadêmicos existentes no campo de produção e operações. Foram considerados os periódicos em duas dimensões, consistindo em relevância e qualidade, onde a relevância designa-se à importância do tema estudado para as dificuldades gerenciais e a qualidade refere-se à importância dos problemas avaliados para a teoria e rigor metodológico empregados nos artigos. Arranjos produtivos e avaliação de performance das cadeias de suprimento podem ser instrumentos capazes de suprir certas necessidades de gestão. Chan e Zhang (2011) acrescentam ainda que, na gestão de negócios, a avaliação de performance na cadeia de suprimentos aprovisiona uma abordagem para promover o entendimento da situação e identificar a potencialidade de sucesso de estratégias gerenciais. Além disso, a avaliação de performance na cadeia de suprimentos e a descrição de arranjos produtivos podem ser utilizados como uma ferramenta capaz de implementar algumas estratégias de negócios (AMIR, 2011; DISTELHORST; HAINMUELLER; LOCKE, 2014). A associação de valor para os clientes por meio das operações das cadeias produtivas e de suprimentos concebe uma oportunidade. Táticas como a redução de custos, ampliação da rapidez e confiabilidade de entrega, bem como métodos ambientalmente corretos e disponibilização de capital de giro devido à minimização de estoque, dentre outros, podem ser adquiridas por meio da gestão das cadeias produtivas e de suprimentos (CHAN; ZHANG, 2011; CHAN et al., 2014; POZO; TORRICELLI, 2013; POZO; TACHIZAWA; SOUZA, 2011; KATUNZI, 2011; SANT ANNA, 2013). 25 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS No presente capítulo serão expostos os fundamentos teóricos que orientam o estudo sobre os arranjos produtivos e o desempenho na cadeia de suprimentos nas MPE’s. Serão abordados pontos como a situação atual das MPE’s, o setor têxtil, a competitividade nas empresas, aglomerações e arranjos produtivos, a gestão da cadeia de suprimentos e a medição de performance nesta; além disso, será analisada a diferença entre cadeias produtivas e cadeias de suprimentos. Por fim, a última parte deste capítulo destina-se à apresentação do modelo de medição de performance da cadeia de suprimentos proposto para aplicação nas MPE’s têxteis e as variáveis elencadas dentro do estudo bibliográfico. 2.1 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS E O SETOR TÊXTIL As Micro e Pequenas Empresas (MPE’s) compõem aproximadamente 99% das organizações privadas atuantes no Brasil e são responsáveis por mais da metade dos empregos gerados, chegando a quarenta por cento da massa salarial no país. Referente à categorização destas empresas o SEBRAE adota critérios característicos, como quantidade de servidores e receita bruta anual, consentindo, desta forma, que as organizações desfrutem dos incentivos e benefícios previstos nas legislações, dentro dos limites. Justamente as MPE’s podem ser rotuladas pelo seu faturamento, conforme Lei 9.841/99 e pela quantidade de funcionários. (SEBRAE-SP, 2012; SEBRAE-NA, 2013). Infelizmente existe uma grande dificuldade para que as MPE’s consigam se manter no mercado, em uma pesquisa realizada pelo SEBRAE-NA (2013), adotando como referência MPE’s brasileiras fundadas no ano de 2007, e as informações sobre estas organizações disponíveis na Secretaria da Receita da Fazenda até o ano de 2010, a taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos de fundação foi de 75,6%. Como a taxa de mortalidade é integrante à da sobrevivência, pode-se descrever que a taxa de mortalidade de MPE’s com até 2 anos encontra-se em 24,4% em uma amostra de organizações criadas em 2007.O Instituto Global Entrepreneurship Monitor (GEM), evidencia que o Brasil é um país de alma empreendedora, em pesquisa realizada pelo GEM (2010). Na pesquisa explana a tendência de desenvolvimento da atividade empreendedora no Brasil, fundamentando-se em uma população adulta brasileira de mais de 100 milhões de pessoas, representando uma faixa de aproximadamente 21,1 milhões de brasileiros a frente de atividades empreendedoras. Em números totais o Brasil está atrás 26 somente da China com 131,7 milhões de adultos à frente de ações empreendedoras no país segundo o próprio GEM (2010). Por anos o Brasil se manteve superior à média dos países analisados pela pesquisa do GEM (2010), e dos 59 países integrantes, o Brasil se posicionou na decima colocação em porcentagem da população adulta com alguma ação empreendedora. As MPE’s tendem a iniciar com os chefes da família criando sua empresa, seus filhos trabalhando e aperfeiçoando com os pais as técnicas do negócio. Posteriormente estes filhos adquirem seu próprio empreendimento, contudo sem necessariamente a desistência dos pais no mercado, aumentando assim a quantidade de organizações atuantes. Isto pode estar ligado a tendência de crescimento das MPE’s atuantes na mesma atividade e/ou segmento, manifestando como um amontoado de organizações se concentram geograficamente em um mesmo setor do mercado (POZO; TORRICELLI, 2013). As informações que apresentam as melhores características sobre o setor têxtil são do SEBRAE-NA (2013). Este traz números históricos de crescimento até o ano de 2007. Segundo informações do estudo a indústria têxtil e de vestuário é um dos mais importantes segmentos da economia nacional, tanto na geração de empregos, quanto na importância de sua produção. Em proporções monetários agregaram em 2005 a quantia de US$ 32,9 bilhões (trinta e dois bilhões e novecentos milhões de dólares), que representaram 4,1% do PIB nacional e 17,2% do PIB da indústria de transformação. Os empregos originados são da ordem de 1.523.000, representando 1,7% da população economicamente ativa. Em vários países emergentes como o Brasil, o setor têxtil é responsável por grande parte do desenvolvimento social e econômico. Na década de 80 o Brasil alternou entre momentos de crescimento, estabilidade ou até mesmo retração. A partir dos anos 90, com a abertura dos mercados à concorrentes internacionais, foi necessário reformular grande parte do parque industrial nacional, processos, produtos e preços, objetivando aprimorar a concorrência com os produtos estrangeiros. Observou-se que a conexão com os mercados internacionais incentivou as indústrias brasileiras a seguirem a tendência mundial de modernização, com o intuito de igualar-se ou pelo menos amenizar a diferença em relações ao mercado, qualidade e competição. Esta melhoria foi vista como ponto positivo para a indústria têxtil brasileira, pois além do progresso tecnológico iminente, que está inteiramente relacionado ao crescimento do país como um todo, gerou-se um contexto adequado para o surgimento de inúmeras MPE’s, e o póstumo fortalecimento desta área tendendo não somente atender ao mercado interno, como também colaborar para que as exportações apresentem maior expressão a nível internacional (ARRUDA; SANABIO, 2013). 27 2.2 AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS De acordo com Costa (2007), a observação do período após a década de setenta apresenta um verdadeiro acordar com relação aos estudos das atividades de agrupamentos de pequenos e médios empreendimentos, as quais ganharam destaque em função da crise do paradigma fordista-keynesiano e promoção do método de produção flexível. Marshall (1985) destaca a importância dos agrupamentos industriais produtivos, chamados de “distritos industriais”, para o crescimento das pequenas empresas por estarem limitadas na manufatura de produtos específicos e geograficamente próximas, exibindo economias externas e diminuição nos custos de transação (ZDEBSKI, 2011). Em seu estudo sobre os distritos industriais na Inglaterra Marshall (1985) denominou as externalidades como retornos crescentes de escala, que são externos à corporação, mas internos ao sistema local. Desta forma, o agrupamento de produtores especializados é consegue atrair outros empreendimentos que operam na mesma indústria ou de setores correspondentes e de apoio, gerando ganhos de escala. Conforme Suzigan et. al. (2006), as economias externas assinaladas por Marshall podem ser incidentais, derivadas da existência de um vasto contingente de mão de obra especializada e com aptidões específicas ao sistema local, existência de um grupo de fornecedores especializados de matéria-prima, componentes e serviços, e, por último, uma grande disseminação das informações, habilidades e conhecimentos, por meio de spillovers (transbordamentos locais), relativos ao ramo de atividade dos produtores locais. Já para Mendonça (2008), as externalidades marshallianas podem ser adquiridas por meio de vantagens aglomerativas da escala territorial local, reservadas aos ganhos de especialização-localização e oriundas de economias externas às empresas, mas internas ao agrupamento produtivo, sendo alistadas com a forma de organização da produção. Conforme Fonseca Netto (2002) as externalidades marshallianas estão listadas com: a disponibilidade de mão de obra especializada local/regional, o acesso local/regional de fornecedores de bens de capital e de matérias-primas, o fácil acesso a mercados (domésticos e internacionais), a oferta no local/região de recursos naturais específicos, o acesso a economias de escala, a disponibilidade de infraestrutura física apropriada a produção, ligação à jusante, à montante e horizontais extensivos no método de produção, proveitos tecnológicos via spillovers (transbordamentos de conhecimento) e fácil acesso à informação. Borin (2006) aborda o fenômeno da Terceira Itália que conglomera microrregiões do País e fez insurgir outro grupo teórico importante, que exibe estudos oriundos dos agrupamentos 28 produtivos tradicionais em pequenas e médias empresas, das quais boa parte são de empresas familiares, sendo reconhecida como uma versão dos distritos industriais marshallianos. Para Camagni (1991), existe uma nova visão denominada de milieu inovador que delibera este como sendo o local ou uma complexa rede de relacionamentos sociais em uma determinada área geográfica, intensificando a aptidão inovativa local adotando um método de aprendizado sinergético e coletivo. A noção de milieu inovador observa as relações geradas entre os distintos agentes de um agrupamento local, que proporcionam a geração de um ambiente inovador, estimadas não apenas as relações econômicas, mas também as culturais, sociais e psicológicas, essenciais a um agrupamento específico. Ao se inserir em um agrupamento produtivo, o empreendimento de menor porte passa a ter chances de se associar a uma gama de contatos locais envolvendo produtores, usuários, setores elaboradores de conhecimento como universidades e institutos de pesquisa e desenvolvimento, além de departamentos produtores de bens e serviços da economia. Esses setores elaboradores do conhecimento incitam o aprendizado e a inovação indispensável para modificar as indústrias tradicionais (LEMOS, 2003; NADVI, 1995; NADVI; SCHMITZ, 1997; UNCTAD, 1998). Vários estudos sobre inovação referenciam Joseph Schumpeter, que nos anos cinquenta conferiu importância ao papel das alterações tecnológicas na configuração de mercados e empreendimentos, além de prover à inovação uma posição de destaque na teoria do desenvolvimento econômico. Seus ensinamentos não entusiasmaram decisivamente o pensamento dominador de sua época, sendo retomado por meio da linha evolucionista ou neoshumpeteriana (TIGRE, 1998). O agrupamento admite o desenvolvimento de interdependências não comercializáveis, na configuração de difusão de conhecimento tácito, sem codificação e intencional. As externalidades schumpeterianas estão conexas com a concepção de um ambiente inovativo, formado por: alta demanda de material humano envolvido em atividades de design e inovação, alto grau de qualificação da mão de obra, periódicas trocas de informação pessoal entre fornecedores e usuários, interação com universidades e centros de pesquisa, participação de associações comerciais e de classe voltadas à qualificação da força de trabalho, habilitação tecnológica dos empreendimentos, amparo de rotina às atividades técnicas e produtivas, financeiras e comerciais, intensa cooperação entre empreendimentos competidores (MENDONÇA, 2008; ALBUQUERQUE; NÓBREGA, 2013). Tentando diminuir os custos de transação e distribuir as atividades humanas, as sociedades criam instituições, compostas de um conjugado de regras formais e informais que 29 para Bueno (2004), participam da matriz institucional das sociedades, onde a dinâmica sempre será path dependency. A teoria institucional procurou debater a dependência como um conceito essencial na configuração das redes, porém, a dependência é de recursos de legitimação e não de recursos materiais. Assim, os empreendimentos procuram ganhar legitimidade no período de estruturar-se em redes (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008). Esses estudos enfocam as estruturas institucionais pelas quais as relações inter organizacionais são principiadas, tratadas, esboçadas, coordenadas, monitoradas, ajustadas e finalizadas. O ingresso a um ambiente institucional fortalecido e favorável pode contribuir para a sobrevivência e o desenvolvimento dos agrupamentos produtivos, podendo ocorrer: a partir da concepção de instituições que beneficiam a interação entre empreendimentos, diminuindo a assimetria de informação e, por conseguinte, os custos de transação; por meio do uso de aspectos culturais, encurtando os laços de confiança; enfocando o intercâmbio social, identidade e alvos comuns, a geração de instituições políticas e sociais de apoio, incitando o desenvolvimento de atividades de sociedade e decompondo as redes em sistemas mais extensos de inovação e de produção, em um nível local, regional e até mesmo nacional; a diminuição dos custos pertinentes à informação e à comunicação, reduzindo riscos relacionados à introdução de novos produtos e restringindo o tempo da inovação, por meio das relações estabelecidas entre usuários e produtores; por fim, o incremento de políticas para aproximar os arranjos produtivos às instituições de ensino, pesquisa e setores econômicos, admitindo oportunidades de aprendizado por interação. Por último, é relevante salientar que as diferentes abordagens teóricas não necessitam ser vistas como excludentes, mas sim como integrantes, com o objetivo de realizar uma leitura mais ampla da complexidade do conceito de agrupamentos produtivos (STORPER, 1995; PIORE; SABEL, 1984; BEST, 1990; MORGAN; SAYER, 1988; STORPER; SCOTT, 1993; LUNDVAL, 1988; TIGRE, 2006, MAILLAT; KELBIR, 1999, CASSIOLATO; LASTRES; MACIEL, 2003). 2.3 ESTRATÉGIA E COMPETITIVIDADE EM AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS Conforme destaca Soares (1999), a usabilidade da palavra estratégia em nível empresarial pode ser deparada após a Segunda Guerra Mundial, quando a atmosfera dos empreendimentos passou a ser instável, evidenciando que não era possível que todas os empreendimentos apresentassem um crescimento indefinido, em um mercado cujos alcances passaram a ser móveis. A essência da estratégia no universo dos empreendimentos consiste em 30 afrontar a concorrência. A estratégia representa nesse sentido a preferência de um caminho de ação, uma vez delineados os objetivos, para que as organizações possam aproveitar adequadamente os recursos físicos, humanos e financeiros, tendo como foco o seu crescimento, sua sobrevivência, manutenção e ampliação no mercado. Ansoff e McDonnell (1993) conceituam estratégia como as normas e diretrizes para a decisão, que guiam o processo de desenvolvimento de um empreendimento. As determinações estratégicas são aquelas que admitem as empresas se ampliarem e perseguirem seus objetivos da melhor maneira aceitável, considerando-se suas afinidades com o ambiente em que se insere. Porter (1991) retrata que estratégia competitiva pode ser entendido como a procura de uma posição competitiva adequada em uma indústria, o ambiente real onde ocorre a competição. A estratégia competitiva procura estabelecer uma posição sustentável e lucrativa perante as forças que determinam essa competição nas indústrias. De acordo ainda com o autor, estratégia pode ser compreendido como criar uma posição específica e valiosa, abrangendo distintos grupos de atividades. A estratégia está voltada para criação de objetivos de longo prazo e os meios para obtê-los que comprometem o sistema como um todo. Este significado diferencia a estratégia como o ambiente que une os objetivos em longo prazo, às ações e metas, adentro de um processo sistêmico, que abrange toda o empreendimento, situando por sua vez, um elo com os recursos indispensáveis para sua efetiva prática. Nóbrega (2013) cita que uma estratégia pode replicar a ações que analisa ser essenciais, e que necessitam ser compreendidas no começo da criação de quaisquer serviços ou negócios. Mintzberg (2004) apresenta mais uma definição do termo estratégia, apresentada aos negócios, compreendida no universo acadêmico como os "5 P's”, por meio de cinco definições de estratégia, onde destes temos o plano que representa o direcionamento a ser seguido, o padrão que compreende a consistência comportamental ao longo do tempo, a posição que delibera sobre determinados produtos em determinados mercados, a perspectiva que é a forma como organização faz as coisas e o pretexto que compreende manobras específicas para desajustar o concorrente. Os pontos de vista sistematizados por Mintzberg (2004) podem ser integrantes umas das outras, consoante à circunstância em análise, não sendo conflitantes entre si. Normalmente emprega-se em simultâneo, determinadas perspectivas avaliadas quando se define um conceito de estratégia. Vale salientar que a estratégia abrange toda o empreendimento, buscando definir o comando e orientando à empresa competitivamente. Seguindo o estudo da estratégia como plano padrão, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010), relatou que os escopos plenamente 31 realizados podem ser denominados de estratégias deliberadas e os não realizados de estratégias irrealizadas. Estratégia emergente aparece quando um padrão realizado não era ambicionado e foram adotadas providências que convergiram com o tempo para determinado tipo de consistência ou padrão. Nenhuma ou poucas estratégias são genuinamente deliberadas ou emergentes. Entendese a primeira como aprendizado zero e a segunda remete a controle zero. Uma representação do processo de preparação de uma estratégia é a geração artesanal, pois a arte demanda as qualidades habituais de desenvoltura, dedicação e perfeição, que despontam-se no domínio dos detalhes (MINTZBERG, 1998; ALBUQUERQUE, 2013). Zaccarelli et. al. (2008) asseguram que o conjunto de empreendimentos de um agrupamento forma um sistema, que pode ser compreendido como uma entidade supra empresarial, e que ainda essa entidade possa ser analisada como um abstraimento, ela oferece comportamento com características específicas, que não existem nos empreendimentos isoladamente. Esses autores definem entidade supra empresarial como um sistema estabelecido pelo relacionamento entre um conjugado de negócios ligados a um produto, categoria, linha ou mercado, que ofertam efeitos sistêmicos de ampliação da capacidade competidora do sistema e de seus elementos em relação aos empreendimentos situados externos a ele. Partindo de uma visão sistêmica de análise, conforme Cassiollato e Lastres (2003), a competitividade dos empreendimentos não estar amarrado apenas a sua conduta individual, mas sim a variações macroeconômicas, sociais e de infraestrutura, político-institucionais e reguladoras em planos locais, nacionais e internacionais. Essa compreensão segundo os autores, supõe que o bom emprego das sinergias coletivas provocadas pelas interações entre empreendimentos destes com os demais indivíduos do ambiente onde se localizam, abrangendo cooperação e métodos de aprendizado e inovação interativos, podem ser determinantes da competitividade desses agrupamentos produtivos. Tal abordagem vem sendo constantemente adotada em políticas dirigidas para aumento da competitividade de países e regiões (ALBUQUERQUE; NÓBREGA, 2013). Uma crescente importância tem sido conferida nos últimos anos à estabilização de sistemas produtivos como fator de desenvolvimento à competitividade dos empreendimentos, além, de determinados estudos despontarem que a participação de pequenas empresas nesses sistemas permite o acesso a soluções e competências especializadas disponibilizadas em escala local, o que admite o aprofundamento de métodos de aprendizado e favorece uma inserção mais eficaz aos empreendimentos, numa competição que se intensifica e se torna mais globalizada. Novas classes competitivas, impõem desafios característicos à sobrevivência de pequenos 32 empreendimentos, normalmente mais vulneráveis no que se refere a canais de suprimento, negociação e financiamento (BORIN, 2006). Existem evidências de que a inserção de pequenos empreendimentos em sistemas produtivos reforça suas probabilidades de crescimento e sobrevivência, na medida em que beneficia a capacitação tecnológica e produtiva desses empreendimentos, ampliando suas possibilidades aos canais. As benfeitorias que um agrupamento produtivo pode propiciar são diversos, como, por exemplo, a entrada facilitada à matéria-prima e à mão de obra individualizada, a economias de escala, a ampliação de barreiras aos novos entrantes, a diminuição dos custos de transação, à minimização de custos em pesquisas, ao aumento do desenvolvimento local, entre outros (LASTRES; CASSIOLATO, 2005; FERREIRA JUNIOR; TEIXEIRA, 2007; ANDRIGHI; HOFFMAMM, 2008). Entre os vários benefícios que podem ser identificados, os que preponderam na literatura sobre os benefícios da proximidade geográfica referem-se à propagação da informação, à permuta do conhecimento e ao aprendizado organizacional (BALESTRIN; FAYARD, 2003; HOFFMANN, MOLINA-MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2004). Segundo Garcia, Motta e Amato Neto (2004), as vantagens competitivas dos empreendimentos em agrupamentos industriais podem ser de duas naturezas: as economias externas puras, de estilo incidental, e as ações conjuntas que são instituídas pelos agentes econômicos. Para esses autores, as economias externas são derivadas do extenso processo de separação do trabalho deparado nos sistemas locais de produção e da especialização dos fabricantes, o que origina a manutenção de interações entre os indivíduos econômicos de maneira mais frequente, e, altera, por meio da integração, ao desenvolvimento de um método local de aprendizado. Os benefícios são adequados pelo grupo dos produtores, mesmo que de forma assimétrica, conforme a capacidade de administração da cadeia local e global de produção. Conforme Schmitz (1997), a concentração dos empreendimentos em agrupamentos industriais é capaz de acomodar um maior escopo para o estabelecimento de atuações conjuntas deliberadas, que são frutos de construções sociais específicas dos agentes locais e se decompõem em importantes ganhos de competitividade para os empreendimentos. Amato Neto (2000) lembra que a cooperação interempresarial pode viabilizar o acolhimento de uma cadeia de necessidades dos empreendimentos que seriam de difícil satisfação se as organizações operassem isoladamente. Empresas e instituições locais podem reforçar sua capacidade competidora por meio de ações conjuntas deliberadas, tais como a criação de cursos de capacitação gerencial e formação de mão de obra profissional especializada, aquisição de matérias primas, geração de consórcios 33 de exportação, captação de serviços especializados, criação de cooperativas de crédito, centros tecnológicos de uso coletivo entre outros. A junção das economias externas fortuitas com as adquiridas por ações conjuntas deliberadas deriva na chamada “eficiência coletiva”, fundamental determinante da capacidade competitiva dos empreendimentos locais (SCHMITZ; NADVI, 1999). Costa (2007) retrata que o desenvolvimento de um arranjo produtivo não é algo simples. As questões implementadas devem combinar com as especificidades locais e estarem política e socialmente respaldadas, tanto na esfera interna quanto externa. O autor ressalta determinadas ações a serem implementadas nos agrupamentos produtivos, com vistas ao seu incremento, como: agrupamento dos empreendimentos em cooperativas e associações de maneira que as compras efetivadas aos fornecedores possam ser conjunta, estrutura de armazenamento central, aproveitar e reciclar resíduos, adquirir racionalmente os recursos naturais, atos de responsabilidade social, realinhar as linhas de produção, utilizar coletivamente os equipamentos, criar novos equipamentos, oferecer capacitação técnica, divulgar os produtos dos aglomerados e as atividades dos empreendimentos, padronizar os produtos e as embalagens, preparar estudos de mercados, organizar banco de potenciais clientes. 2.4 TIPOS DE ARRANJOS PRODUTIVOS Serão discutidos neste tópico os distintos tipos de arranjos produtivos, observando uma abordagem ampla instituída pelas cadeias produtivas. Tem-se então como compreensão sobre arranjos produtivos os conjuntos de empresas de diferentes tipos que proporcionam relações comerciais e físicas (permuta de bens e informações) entre elas, formando partes do processo de alteração de matérias-primas em produtos acabados propostos aos mercados consumidores (HANSEN, 2004). 2.4.1 O Enfoque da Filière em Arranjos Produtivos A origem da análise da Filière inicia-se ao fim da década de sessenta. Determinadas razões conduziram ao desenvolvimento deste enfoque de meso-análise econômica dos arranjos de organizações industriais e comerciais, tentando compreender melhor sistemas e estruturas econômicas, admitindo a formulação de teorias comportamentais sobre as mesmas, a partir do anseio dos poderes públicos em definir intervenções estruturantes e eficazes ligadas ao comércio internacional (DE BANDT, 1991). 34 Para Batalha (1997) o enfoque da Filière não expõe uma definição única e específica, possuindo diversos enfoques de acordo com o desígnio específico de análise. São adotadas neste sentido como interpretações da Filière: uma sucessão de intervenções de transformação sobre produtos e bens, separáveis e dissociáveis, onde são ligadas entre si por ligações tecnológicos; um conjunto de inclusões comerciais e financeiras, que adequam as trocas que se constatam entre os contínuos estágios do processo de transformação; um conjunto de ações econômicas fundamentadas em um conjunto de estratégias organizacionais para valorização dos ambientes de produção. Ainda tratando da estruturação da Filière a ser analisada, Batalha (1997) recomenda o método de jusante à montante, que parte do fim para o início. Partindo das condicionantes estabelecidas pelo mercado consumidor final, fundamental indutor do comportamento do subsistema, para erguer a noção da Filière a partir de um determinado serviço ou produto final, até alcançar o primeiro elo da cadeia de empresas integrantes, etapa por etapa. Um outro aspecto a tratar deste modelo de arranjo empresarial reverência os diversos mercados intermediários que podem ser deparados no interior da cadeia, além do mercado consumidor final da cadeia. Analisando-se a amplitude do enfoque anterior, dois temas salientam-se no conceito da Filière (KLIEMANN, 1985). O primeiro diz respeito aos contornos do espaço de análise a ser observado, os dependerão do objetivo de quem administra a análise e, que poderão ser modificados ao longo do tempo em decorrência dos fatores de influência sobre a cadeia, conhecidos como fatores econômico-financeiros, políticos, tecnológicos, socioculturais e jurídicos ou legais. O segundo está relacionado ao grau de detalhamento almejado. Constatase a possibilidade de gerir análises destes tipos de arranjos produtivos sob uma abordagem mais dinâmica ou mais estática. No caso da abordagem dita dinâmica, procura-se verificar as intercâmbios entre empresas da cadeia e seu ambiente ao longo do tempo. Já na abordagem de caráter mais estático, a análise pode ser empregada para retratar, em um apontado período de tempo, os encadeamentos econômicos e técnicos vigentes no segmento em análise. De acordo com o enfoque da Filière a análise de arranjos produtivos proporciona a identificação de questões expressivas para a melhoria de desempenho e de sua competitividade, a partir da assimilação dos chamados “nós”, onde estes se constituem nos pontos chaves onde são instituídas as políticas de toda a cadeia. Tem-se ainda os chamados estrangulamentos, ou fraquezas da cadeia, conhecidos como os elos que afetam o desempenho da cadeia como um todo por suas características específicas, do mesmo modo existem os pontos fortes. Considerando a questão estratégica, constata-se que a análise de arranjos produtivos, na visão 35 do enfoque da Filière, admite abordagens diferentes, entre as quais: análise técnico-econômica de sistemas econômicos e análise de cadeia produtiva como apoio à descrição; análise de cadeia produtiva como base à construção de políticas privadas e públicas; análise da cadeia produtiva como base à julgamento das estratégias empresariais e de inovações na esfera tecnológica (PIRES, 2001; HANSEN, 2004). 2.4.2 As Cadeias Globais de Valor em Arranjos Produtivos As alterações proporcionadas pela globalização vivenciadas pela economia mundial ao longo dos anos, abarcando a expansão e o investimento das organizações transnacionais e a internacionalização dos mercados comerciais dentre outros aspectos, solidificou a estruturação de arranjos empresariais chamados cadeias globais de valor (GEREFFI, 2001). Mesmo distinguindo-se em termos de organização global dos arranjos produtivos, especialmente, em cadeias coordenadas pelos produtores e em cadeias coordenadas pelos consumidores, estes padrões de arranjos organizam-se a partir de uma série de intervenções sequenciais de transformação do processo produtivo efetivadas por diferentes empresas em distintos países, surgindo desta forma a sua característica global, desde a aquisição da matériaprima até o abastecimento do produto acabado ao consumidor final. O julgamento de tais tipos de arranjos é considerado básico para ajuizar as relações econômicas internacionais e comerciais, as tecnologias e estratégias empregadas, a identificação dos “gargalos” na produção e os processos de gestão e coordenação das ações econômicas (GEREFFI, 2000; HANSEN, 2004). Partindo deste julgamento, Hansen (2004) identifica uma semelhança existente entre o enfoque da Filière e o de cadeias globais de valor. Kaplinsky e Morris (2000) aludem que enquanto a proposta da Filière iniciou-se com uma análise de cadeias de agronegócios ficando mais limitada as fronteiras de uma nação na ocasião a França, o enfoque de cadeias globais de valor abrange produtos industrializados de maior tecnologia de diversos segmentos por meio de arranjos distribuídos em diversos países e regiões do planeta. Observa-se, no entanto, que a essência do elemento de análise é o parecido em ambos os casos. Com isso, tem-se que o enfoque de cadeias produtivas proposto acima, poderá ser aplicado aos dois tipos de arranjos acima analisados, pela clara tendência dos objetos de análise (HANSEN, 2004). 36 2.4.3 Os Clusters Empresariais em Arranjos Produtivos Um outro enfoque tratado por Porter (1999) sobre arranjos produtivos é o cluster, onde este abrange arranjos geográficos de empresas de algum setor de atividades e outras organizações correlatas. Diferente dos enfoques anteriores, os clusters são característicos de determinadas regiões e segmentos não genéricos, como pode ser identificado em Hollywood e no Vale do Silício, os dois na Califórnia, EUA. No entanto, estes abarcam tanto características de competição como de cooperação. Esta modalidade de arranjos se desenvolvem em direção aos clientes e vias de distribuição e aproximam para si empreendimentos fabricantes de produtos complementares e serviços afins. Os clusters oferecem alguns atributos que os estimulam, como maior acesso à fornecedores, acesso a especializados sistemas de informações, acesso paralelo à instituições e bens públicos, a excitação à inovação pela competição vivente e o avanço da motivação e da avaliação de atuação das empresas participantes (HANSEN, 2004; PORTER, 1999). A estimação dos clusters habita no fato de que a competição moderna estar amarrado ao alto grau da produtividade e não do acesso a insumos ou da reserva de escala de empresas isoladas, sendo esta produtividade condicionada ao grau de sofisticação da gestão das instituições, à qual é intensamente influenciada pelas condições da atmosfera empresarial local ligadas aos diferentes clusters. Desta forma, os clusters afetam o modo das organizações competirem de três principais maneiras (PORTER, 1999): acrescendo a produtividade dos empreendimentos sediados na região; sugerindo a direção e o compasso da inovação que alimentam a produtividade futura; instigando a formação de novos empreendimentos, o que robustece o desempenho do próprio cluster. Organizações integrantes de um cluster podem conseguir avanços em sua produtividade devido aos fatores antes listados. As oportunidades para a inovação são mais aparentes, ocorrendo mais rapidamente a sua implementação por meio da proximidade de fornecedores e parceiros (PORTER, 1999). Contudo, a abordagem deste enfoque possibilita sua análise de acordo com distintas dimensões, onde estas questões relacionadas evidenciam algumas propriedades importantes de um cluster, evidenciando sua importância, sobretudo regional e, em menor escala nacional de arranjos produtivos (FERSTENSEIFER, 1995). Para Schmitz (1995), cluster é um agrupamento geográfico e setorial de empreendimentos que não implica essencialmente a especialização e cooperação entre firmas. Para o mesmo autor, assim que um cluster gera formas de colaboração que levam à intensificação da produção e da sua aptidão inovativa, um distrito industrial será instituído. 37 Lastres e Cassiolato (2005) mencionam que cluster se refere à agrupamento territorial de empresas, com particularidades similares, destacando, em algumas percepções, mais o aspecto da competição do que o da cooperação. 2.4.4 Redes Flexíveis de Pequenas Empresas em Arranjos Produtivos Outra enfoque acerca das modificações nas relações inter empresariais, está vinculada à visão de redes flexíveis de pequenas empresas produtivas, tratado por Casarotto Filho e Pires (1998). Este enfoque de arranjos produtivos de pequenas empresas, funda-se nas variações no cenário competitivo global que dificultaram as condições de sobrevivência das pequenas e médias empresas, obrigando as mesmas a formarem alianças com vistas a acessarem soluções tecnológicas necessárias à sua manutenção e sobrevivência nos mercados contemporâneos. Com a prática da análise estratégica, as alternativas básicas para as pequenas e médias empresas seriam formadas pela sua inclusão em uma rede topdown, na categoria de fornecedoras de uma grande companhia, ou integrar redes flexíveis de empresas de porte parecido com o seu (HANSEN, 2004). Constata-se, por outro fluxo, que a existência das redes flexíveis é mais corriqueiro em países ditos desenvolvidos. A alusão à flexibilidade prende-se a ocorrência das redes assim constituídas serem formadas por pequenos empreendimentos mais flexíveis e ágeis que as grandes companhias nas funções produtivas (CASAROTTO FILHO; PIRES, 1998). Constata-se nesse enfoque distintos tipos de consórcios e acordos firmados entre os empreendimentos participantes. Os principais grupos de consórcios são representados segundo Casarotto Filho e Pires (1998) por: Consórcio Setorial – empresas complementares e competidoras firmam um acordo que consente o ganho de competitividade dos integrantes pela propagação de informações e complementaridade produtiva; Consórcio Territorial – aglomera empreendimentos de todos os segmentos e atividades de uma região, ocupando-se da promoção do conjunto desses empreendimentos e das atividades informativas; Consórcio Específico – reduz sua atuação às atividades específicas para alcançar um objetivo determinado. Uma das propriedades essenciais destes consórcios formados pelas empresas que compõem a rede, é o estabelecimento de um acordo entre os participantes sobre a configuração operacional mirando o atingimento de objetivos comuns, assim como, a composição de uma entidade pelos consorciados proposta a conseguir aquelas atividades que os mesmos não poderiam satisfazer isoladamente. Alguns tipos de serviços comuns prestados aos empreendimentos integrantes das redes pelos consórcios são os sistemas informatizados, o 38 desenvolvimento de inovação tecnológica, o suporte financeiro, o controle de qualidade, a promoção e venda territorial ou regional e a aquisição de investimentos externos. Analisa-se que a convergência central é a de que as atividades primárias, as voltadas inteiramente à produção do produto ou bem, sejam conseguidas pelas organizações integrantes da rede (HANSEN, 2004; CASAROTTO FILHO; PIRES, 1998). As rede topdown apresentam um formato de uma rede de empreendimentos liderados por uma grande empresa (mãe) que apresenta um conglomerado de empreendimentos menores como seus fornecedores diretos e indiretos. A rede flexível é constituída por um consórcio de pequenos e médios empreendimentos onde cada um atua em determinado estágio do processo produtivo, estabelecendo sua especialização, colaborando para a produção de um bem que abona a sustentabilidade da cadeia como um todo no mercado em que atua. Com relação às variáveis que incidem na caracterização de um consórcio que compõe uma rede flexível, algumas questões podem ser evidenciadas, como sejam as complicações gerenciais, a cultura empresarial, os níveis de colaboração interempresariais, a força produtiva total, o grau de especialização dos empreendimentos, o nível de qualidade dos serviços oferecidos, as necessidades de aportes financeiros, dentre outros (HANSEN, 2004; CASAROTTO FILHO; PIRES, 1998). Balestrin e Verschoore (2008) destacam que o conceito de organizações na forma de rede de cooperação aglomera empreendimentos com comuns objetivos, fortemente interrelacionados, estando organizado para desenvolver e manter ganhos em coletividade, sem que cada integrante da rede perca sua autonomia de gestão. De acordo com Balestrin e Fayard (2003), há três fatores que corroboram o sucesso das redes e pequenas empresas: as economias de escala por meio das redes, a condição de bem-estar social proporcionado pela ampliação da eficiência coletiva de setores industriais regionais e a cooperação e a confiança que existem com a competição. A viabilidade econômica das redes pode ser elucidada pelo foco na economia dos custos de transação. De acordo com a Teoria dos Custos de Transação, o proveito que o mercado abona em termos de economia de escala é reduzido pelos custos crescentes provenientes de verificar, negociar, redigir e implementar o desempenho adequado das cláusulas contratuais (custos de transação) (MENDONÇA, 2008). Schmitz (1997) aponta que os custos de transação podem ser minimizados por meio da eficiência coletiva adquirida pela colaboração horizontal. As externalidades transacionais que são externas aos empreendimentos, porém internas ao agrupamento produtivo estão relacionadas com: vivência de cooperação entre empreendimentos competidores fundamentada em relações de confiança desenvolvidas, existência de potencialidade de cooperação para 39 integrar recursos e aprendizagem, apresentação de eficiência coletiva que diminui os custos de transação, comparecimento de confiança recíproca entre os integrantes, apresentação de contratos mais flexíveis, presença e contatos entre empreendimentos formais e informais, permutas frequentes de conhecimentos e informação entre os participantes locais de forma não codificada, controle da gestão interna, e, por fim, contribuição da gestão interna de maneira a facilitar o processo de compras, vendas e marketing em conjunto (LEMOS; SANTOS; CROCCO, 2003). 2.4.5 Os Condomínios Industriais em Arranjos Produtivos Conforme Salerno e Dias (1999) os condomínios industriais concebem novas configurações produtivas exibidas pelo conjunto das plantas das montadoras de veículos existentes no Brasil. Estes condomínios industriais, apresentam a construção de instalações de fornecedores de primeiro nível próximo as plantas da montadora, e as vezes no mesmo terreno, de onde partem as entregas de componentes ou partes no plano just-in-time ou just-in-time sequenciado. Os condomínios industriais são configurações onde alguns fornecedores, selecionados pela montadora, situam suas instalações nos contornos da planta da montadora passando a abastecer componentes ou subconjuntos completos, uma propriedade basilar do condomínio industrial é a presença da montadora como gestora de todo o projeto. Logo, a montadora é cada vez mais explicitamente a conselheira das estratégias de todos os empreendimentos a montante e, por conseguinte, são as estratégias da montadora que determinam a configuração da rede industrial da região onde a mesma se abriga. Condomínios industriais formam arranjos produtivos específicos, seguindo no restante sua estrutura geral centralizada na organização foco, neste caso as montadoras de veículos automotores (SALERMO; DIAS, 1999). 2.4.6 O Enfoque dos Arranjos Produtivos Locais (APL) Para Motta (2002) os APL’s podem ser compreendidos como um agrupamento geográfico de empresas integrantes de uma cadeia produtiva que obtém vantagens competitivas que não seriam possíveis caso estes empreendimentos estivessem dispersos geograficamente. A importância do enfoque dos APL’s habita no fato desta interpretação consentir a análise das vantagens competitivas que estes conjuntos de arranjos podem obter frente a empreendimentos geograficamente dispersos. Estes tipos de arranjos produtivos devem buscar o estimulo da 40 gestão local ao invés da gestão exterior, representada por grandes companhias transnacionais, como as cadeias globais de valor dirigidas por fabricantes ou compradores, referidos por Gereffi (2000). Com isso os APL’s conseguem alavancar o desenvolvimento das empresas participantes. Como se pode averiguar a partir da interpretação de APL’s proposta por Motta (2002), à similaridade entre estes tipos de arranjos e os clusters mencionados anteriormente é muito grande. Desta forma, tem-se que os APL’s constituem casos específicos de clusters, situados em uma determinada microrregião e com sua ação focada em determinado grupo de produtos e serviços orientados ao mercado (HANSEN, 2004). A denominação 'arranjo produtivo local' está conexa aos estudos sobre clusters e distritos industriais. Para Pannicia (1998), clusters e distritos industriais são formatos da organização produtiva cujas aparições apresentam caráter histórico, resultante de entrelaçamento de atmosfera econômico, de meios culturais e de relacionamentos sociais particulares, exibindo características associadas à história da região sob a qual se desenvolvem. Ao se estudar ocorrências reais, averígua-se uma variedade de configurações, devido à presença mais ou menos desenvolvida daquelas variáveis (COSTA; COSTA, 2007). Conforme apontam Costa e Souto-Maior (2006), arranjos produtivos locais, clusters e distritos industriais são designações parecidas e as distinções entre elas são originárias das suas origens teóricas e abordagens sobre a análise do nível de relação entre os integrantes do agrupamento e vertentes oriundos dele. Para Borin (2006), independente da nomenclatura o que deve atrair a atenção são os meios estruturantes comuns para o incremento de um arranjo produtivo. Ainda de acordo com o autor os vários trabalhos realizados em países como Brasil, Itália, França, México, Estados Unidos, entre outros, para quaisquer que constituam as distintas denominações utilizadas o nível de especialização ou a intensidade das cooperações interinstitucionais, puseram em foco a relevância das estruturas sociais que condicionam as ações econômicas, o importância da história e das tradições locais de colaboração, a autoridade de instituições fundamentadas em regras, formais ou informais, em valores e em reproduções que organizam a sociedade humana de trabalho (MATOS; STALLIVIERI; BRITT, 2014). A expressão arranjo produtivo local (APL) é empregada para representar uma configuração de organização industrial onde a estrutura é constituída por um agrupamento de empresas, de um costume geral de médio e pequeno porte, situadas territorialmente e relacionadas entre si, existindo pouca presença de barreiras à inserção de capital, de aprendizado técnico ou de outra natureza qualquer, apresentando um produto representativo, em volta do qual se desenvolvem ações subsidiárias a montante e a jusante, conter uma 41 institucionalidade formada por associações empresariais, instituições fornecedoras de serviços reais, sindicatos, governança local, encontrando ainda normas, valores e cultura que identificam especificamente o local (COSTA; COSTA, 2007). De acordo com Cassiolato, Lastres e Maciel (2003) a sigla APL é originalmente brasileiro, seguido inclusive em periódicos oficiais do governo federal, como estratégia essencial dentro das políticas de desenvolvimento, tendo sua identificação e prática derivada das bases teóricas de distritos industriais. Os autores retratam ainda que a formação de arranjos e sistemas produtivos locais encontra-se comumente relacionados a movimentos históricos de constituição de identidades e de criação de vínculos territoriais (regionais e locais), partindo de uma alicerce social, cultural, político e econômica comum. A geração dos arranjos é beneficiado em ambientes propícios ao intercâmbio, à cooperação e à confiança entre os integrantes (MATOS; STALLIVIERI; BRITT, 2014). A interpretação sobre APL’s refere-se ao agrupamento de empreendimentos, que reunidos geograficamente, especializam-se na produção ou na ampliação de um determinado produto, seja este primário, secundário ou terciário (BARBOSA, 2004). Já para Sampaio e Mundim (2004) o APL é composto por uma micro rede básica que tem como papel incubar outras micro redes, compondo, portanto, conexões produtivas para frente e para trás. Segundo Tavares, Antoniallil e Santos (2010) é provável identificar alguns elementos convergentes entre as diversas definições. Os agrupamentos produtivos são comumente definidos a partir de quatro elementos básicos: agrupamento espacial de empreendimentos que exercem atividades semelhantes e complementares, agrupamento de instituições locais públicas e/ou privadas que colaboram com as empresas locais, participação de vínculos Inter organizacionais verticais e horizontais e consentimento amplo em torno de regras gerais de conduta abalizados por vínculos sociais e culturais. Considerando que os APL’s podem proporcionar caracterizações significativas, em virtude da sua competência dinâmica, Mytelka e Farinelli (2000) decompõem os APL’s em informais, inovativos e organizados. Os APL’s informais normalmente são compostos por um grande número de pequenos empreendimentos, com nível baixo de tecnologia, cujos gestores têm pouca ou nenhuma habilidade e formação gerencial, ajustando, por um lado, uma dinâmica definida na geração de emprego e, por outro lado, atrapalhando o processo de cooperações interempresariais. Os APL’s inovativos são fundamentados em áreas nas quais a capacidade inovativa é a grande saída de seu desempenho, assinalado por alta capacidade gerencial e adaptativa, treinamento e nível de mão de obra acima da média, conexão estreita ao mercado externo, além de um alto nível de confiança e cooperação entre os integrantes. Os autores tratam 42 ainda sobre os APL’s organizados que são constituídos, normalmente, por pequenos e médios empreendimentos, onde a competência tecnológica encontra-se em ampliação, a mão de obra ganha treinamento constante e a competência gerencial tende a se abranger com o passar do tempo, tendo como sua fundamental característica a capacidade de coordenação entre as empresas. APL’s informais e os organizados predominam em países periféricos, os APL’s inovativos são os mais encontrados nos países centrais (MATOS; STALLIVIERI; BRITT, 2014; MYTELKA; FARINELLI, 2000). O valor de um cluster ou APL está em viabilizar atos que consintam enfrentar e instituir alternativas para os empreendimentos em face da competição desenfreada que a globalização do mercado atribuiu aos vários setores da economia. Esses atos levam a ampliação da produtividade, pois permitem, por meio da conexão de empresas, a obtenção de matéria-prima, mão de obra, maquinários modernos, tecnologia da informação, serviços e produtos mais qualitativos e até inovadores (TRISTÃO, 2000). 2.5 COMPETITIVIDADE NAS EMPRESAS E GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A discussão sobre a Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) para as MPE’s está fortemente ligado às altercações entre as pequenas e grandes empresas. Comparando as MPE’s com as grandes empresas, estas não diferem somente com relação ao seu porte mas também na maneira como são gerenciadas, apresentando implicações sobre como essas organizações gerenciam sua cadeia de suprimentos. Vários artigos realizam a distinção entre as MPE’s e as grandes empresas com relação aos seus pontos fortes e fracos. Randall et al. (2011) ao realizarem uma revisão da literatura sobre internacionalização das MPE’s destacam o forte controle do proprietário ou do gerente nas MPE’s, além de destacarem que os recursos gerenciais, financeiros, humanos, de controle, dentre outros são limitados. Ainda que apontem que a limitação de recursos seja uma informação que está presente na maioria dos artigos, os autores declaram que estes podem ser superados por meio de relacionamentos em rede. Gopal e Thakkar (2012) apontam o papel do proprietário-gerente nas MPE’s, onde a cultura organizacional é uma representação da atitude dos valores, das crenças e habilidades do gestor. Grande parte dessas organizações não tem planos estratégicos escritos, somente um mapa mental que encontra-se na cabeça do gestor na forma de como este gostaria que a sua empresa estivesse em poucos anos. Por mais que a falta de um plano escrito possa derivar na falta de estratégia, ele também proporciona flexibilidade para que a organização ajuste sua 43 estratégia conforme as alterações no ambiente (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010). Para Kumar e Nambirajan (2013) a vantagem competitiva das MPE’s encontra-se na diferenciação, no serviço customizado ao cliente, ao oposto de fatores como preço e custo, como acontece nas grandes corporações. Outras características como a dependência de poucos clientes e o número restrito de concorrentes podem contribuir para o avanço dessas organizações. Porter (2009) relata que a competição é uma das forças mais importantes da sociedade para aperfeiçoar muitos campos do empreendimento humano, as empresas em todas as esferas, necessitam competir para gerar valor. Dangayach e Deshmukh (2001) fazem uma análise SWOT das MPE’s de manufatura. A seguir são expostas algumas das conclusões a que eles chegaram: Pontos Fortes: as MPE’s são dotadas de flexibilidade, estas empresas possuem custos de mudança mínimos, fazendo com que estas absorvam com facilidade novas tecnologias, novos artifícios de produção, etc.; tem um acelerado processo de tomada de decisão, pois contam com poucos níveis hierárquicos; os gestores conseguem mais facilmente cooperação dos funcionários, pois mantém contato diretamente com estes. Pontos Fracos: as MPE’s sofrem com a falta de conhecimento técnico aprofundado, a falta de recursos impede que as MPE’s procurem melhorias em sua capacitação tecnológica; falta de recursos financeiros, elas dependem de bancos para obter financiamento, a falta de reconhecimento, boa imagem corporativa e de marca atrapalha a entrada dessas organizações no mercado de capitais. Oportunidades: as MPE’s podem ser parceiros chave para as grandes corporações; podendo participar de cadeias globais. A integração com grandes instituições ou em cadeias globais podem ser realizadas pelo uso de tecnologias da informação, os autores despedem que essas tecnologias podem proporcionar a troca eletrônica de informações. Ameaças: as aquisições e fusões concretizadas pelas grandes organizações podem afetar fortemente os negócios das MPE’s; políticas governamentais de abertura de mercado podem ocasionar a ameaçar de sua existência. Segundo estudo realizado pelo IBGE (2003), as MPE’s possuem os seguintes predicados: altas taxas de natalidade e mortalidade, baixa intensidade de capital, alta presença de donos, membros e sócios da família como mão de obra do negócio, em muitas ocasiões a propriedade da organização e a propriedade privada da família se embaraçam em termos contábeis, tomada de decisão centralizada, emprego de mão de obra não qualificada ou semiqualificada, baixa aquisição em inovação tecnológica, maior dificuldade de ingresso ao financiamento de capital de giro e relação de complementaridade e submissão com as grandes empresas. 44 Naini, Aliahmadi e Eskandari (2011) mencionam diversas características positivas ou negativas associadas às MPE’s em comparação com as grandes organizações privadas, que são destacadas na literatura. A respeito das MPE’s os autores relatam que estas não têm aptidão a aquisição de recursos, capital de produção, entre outros; tem dificuldades de realizar uma integração vertical verdadeira; são mais vulneráveis no alcance de ativos específicos da atividade da organização, as MPE’s não conseguem desligar ou liquidar facilmente os ativos para transformar sua produção de modo a atender as exigências da cadeia; têm custos elevados de capital e de transação e são mais vulneráveis a custos de contratos, especialmente se estes incorrem em investimentos fixos; normalmente não têm poder de barganha junto às grandes organizações; têm reputação baixa no mercado, lidam com a falta de confiança, pois em grande parte são empresas jovens. Outro contraste entre as MPE’s e as grandes corporações é o foco no curto prazo e nas reivindicações do mercado. Cigolini et al. (2014) afirmam que como as MPE’s comumente sofrem com restrições de recursos financeiros, elas focalizam na maximização de chances de vendas no curto prazo ao invés de elevar ao máximo o desempenho da cadeia de suprimentos em um período mais alongado. No que corresponde a logística, Ballou (2012) dizem que a existência de aliança logística ocasiona oportunidade de melhora de atendimento ao cliente onde ao mesmo tempo, reduz custos operacionais, de armazenagem e distribuição. Chen, Preston e Xia (2013) relatam alguns fatores que podem dificultar a colaboração entre as empresas, sendo: falta de informação, falta de recursos financeiros ou sua escassez, mão de obra pouco qualificada, restrições de recursos como máquinas e equipamentos, falta de confiança, restrições de capacidades das empresas, cultura organizacional, conflito de interesses entre corporações, falta de visão holística do comércio, tecnologia atrasada e taxa de juros elevadas. Para Campos (2012) elementos do serviço logístico podem ser decisivos para o nível de satisfação ao cliente. Uma área respeitável que auxilia as corporações, independentemente de seu porte, é a logística, um campo de estudo relativamente jovem, confrontando-se com campos tradicionais como finanças, produção e marketing. A logística trata de todas as ações de movimentação, informação e armazenagem, tendo como finalidade promover o fluxo do produto desde a obtenção da matéria-prima até o ponto do consumo final (POZO, 2010). As ações logísticas têm sido realizadas há muitos anos, onde esta é uma área fascinante e em plena expansão. Ofício da logística é arranjar produtos ou serviços, no lugar certo, no momento certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo aprovisionando a maior contribuição à organização (BALLOU, 2012). 45 Gerenciar atividades organizacionais separadamente incide em riscos desnecessários para a empresa, (GUARNIERI; HATAKEYAMA, 2010). Os autores expõem que isto se justifica ao ponderar que a relação de todas as atividades logísticas e a consequente troca de informações trata-se de um processo único, objetivando contentamento das necessidades do cliente final. Pozo (2010) considera a logística satisfatória quando há relação total da administração de materiais e a completa satisfação de clientes e acionistas na distribuição física de produtos e serviços é atingida. A finalidade da partilha de informações é aperfeiçoar a eficiência (BALLOU, 2006), porém um dado impreciso ou distorcido poderá trazer mais problemas do que benfeitorias a uma organização (MOREIRA, 2011). Pozo (2010) completa que para o alcance de sucesso no processo logístico, é importante ter um sistema de informação, conseguindo rapidez na resposta ao consumidor. Ballou (2012) traz a importância em empregar um computador para armazenagem das informações, tornando os processos em torno do manuseio de informações mais estruturados. Ballou (2006) relata que a qualidade da tecnologia não é seguida pela qualidade da informação, podendo gerar inúmeros problemas operacionais, tais como: informações recebidas incorretamente ou informações processadas incoerentes ao solicitado pelo cliente. Neste âmbito surge a GCS, onde esta é uma disciplina emergente e em fase de consolidação segundo MIGUEL e BRITO (2010), complementando Christopher (2013) retrata a GCS como a gestão da cadeia do suprimento de forma completa onde matérias-primas, manufatura, montagem e distribuição ao cliente final estão interligados. O GCS é uma área que pode ser aplicada a qualquer organização. Porém, muitos fatores podem tornar-se obstáculos para sua implementação, para Ballou (2006) uma barreira pode ser qualquer fator que proceda tanto na otimização local das etapas da cadeia de suprimentos, como no crescimento da distorção e variabilidade de informações na cadeia de suprimentos. O objetivo básico das é gerar sinergia entre os membros da cadeia produtiva, atingindo eficazmente o consumidor final por meio da redução de custos (POZO, 2010). Melhorar a satisfação do comprador final (MIGUEL; BRITO, 2010), para isso faz-se necessário muita cooperação entre as organizações participantes da cadeia (JABBOUR et al., 2010). Para Pozo, Tachizawa e Souza (2011) o alvo da GCS é controlar o custo total, avanço da qualidade, maximização da gama de serviços ao cliente, expandindo se possível os lucros. A GCS visa parcerias estratégicas, com empenho de beneficiar toda a cadeia, juntando processos de negócios, clientes e fornecedores e a interação de todas as atividades logísticas sendo isto uma realidade do mundo organizacional (GUARNIERI; HATAKEYAMA, 2010). Ainda que exista de forma moderada uma quantidade de literatura acercada implementação da 46 GCS nas MPE’s. Katunzi (2011) traz que a GCS é um estudo ainda contemporâneo, e somente agora que as organizações estão percebendo os benefícios e as barreiras que seguem a implementação da GCS. Integrar processos internos e externos das organizações está bem longe de ser considerada uma tarefa fácil, entretanto quando uma empresa consegue gerenciar e trabalhar efetivamente bem a GCS, estas conseguem objetivos como: aumento da fatia de mercado e aumento de vendas, diminuição do nível de inventário, redução dos custos da GCS, minimização dos tempos de entregas, flexibilidade no atendimento dos componentes solicitados pelos clientes, maximização das previsões (KATUNZI, 2011). Para implementação da GCS segundo Glenn Junior et al. (2010) os obstáculos são em muitas vezes complexos de serem superadas, por motivos associados à aversão à mudança, algumas organizações evidenciam em seus resultados que os facilitadores à interação têm maior impacto no desempenho do que as barreiras, sobressaindo alguns facilitadores como: compartilhamento de conhecimentos, comunicação, metas e objetivos comuns. A modificação e o compartilhamento de informações entre as pessoas, ainda é observado como ameaçador, pois muitos temem em perder o emprego (KATUNZI, 2011). Glenn Junior et al. (2010) coloca que algumas barreiras necessitariam ser enfrentadas para o sucesso da implementação da GCS, e inclui nesta lista, ausência de confiança, incapacidade de entender a importância da cadeia de suprimentos, medo da relação por associar a perda de controle, metas e objetivos desalinhados, dificuldades com sistema de comunicação e a complexidade sobre a cadeia de suprimentos. Para reforçar Katunzi (2011) cita alguns itens como eficazes para a integração da cadeia de suprimentos, sendo: colaboração, cooperação, compartilhamento de informações, confiança, parceria e tecnologia compartilhada. As distorções de informações e o problema de visualizar o conhecimento ao longo da cadeia é uma dificuldade comum no processo de integração. Esta ausência de informações na cadeia de suprimento surge de longo tempo. Katunzi (2011) em seu artigo apresenta uma pesquisa de 2002 evidenciando esta dificuldade, neste mesmo artigo ele apresenta que a falta de compartilhamento de conhecimento poderá causara perda de clientes finais e custos mais elevados. A ausência de compartilhamento de informações também poderá ocasionar em compras de materiais em quantidades maiores do que as que serão empregadas, neste caso os espaços para armazenagem necessitarão ser maiores, conforme Pozo (2010) as despesas com armazenagem e manuseio de produtos, podem variar entre 10 a 40% das despesas logísticas de uma empresa. 47 O conceito de GCS tem sido comumente confundido com o conceito de logística, porém existe um entendimento entre os gestores das organizações que a GCS abrange um escopo maior de ações e funções do que a logística. (TAVANA et al., 2013; BALLOU, 2006). Existe uma obrigação crescente de reorganização dessas relações, onde vai acrescer o potencial de sucesso das empresas que compreenderem a interdependência entre todos os membros da cadeia, ou seja, o processo deve ser observado como um único sistema (TRACHT; NIESTEGGE; SCHUH, 2013). Alicerçado nos modelos de Bourlakis et al. (2013) e Agrell e Hatami-marbini (2013), quando cada empresa observa apenas seus limites logísticos, geram-se limites desnecessários entre as organizações, assim como um rompimento de fluxos de materiais e um concludente aumento dos custos. A integração da logística externa pode efetuar uma composição dentro de toda a cadeia de suprimentos, com a finalidade de remover tais limites entre os membros da cadeia e para que tenha-se um compartilhamento de objetivos comuns entre as empresas chave integrantes da cadeia. A colaboração é o ponto inicial da conexão de uma cadeia de suprimentos, mas não pode ser considerada uma condição suficiente, e o potencial de economias com uma organização na cadeia não deve ser ignorado quanto à permuta de fluxos de materiais conjuntamente com conhecimentos e outros mecanismos que evitem ruptura entre os fluxos ao longo da cadeia, por que tal proximidade resulta em melhor gerenciamento das ações. A atmosfera e a cultura organizacional potencializam a cooperação devido a uma abertura de trocas de conhecimentos e políticas de relacionamento além dos alcances organizacionais para se compartilhar um ambiente de fidelização na cadeia (SHEN et al., 2013). A abertura do nível de cooperação para colaboração solicita maior confiança entre os membros da cadeia para que estes planejem o seu futuro em conjunto, delineiem metas de desempenho, partilhem intenções estratégicas e obtenham os benefícios de rapidez e flexibilidade no atendimento aos clientes, que afeta o nível de serviço e qualidade dos produtos derivando em maior percepção de um preço justo ofertado (BOURLAKIS et al., 2013; DISTELHORST; HAINMUELLER; LOCKE, 2014; GREEN JR.; WHITTEN; INMAN, 2012). Lambert (2010) relata que uma parceria bem gerida traz benefícios similares àqueles interesses baseados em integração vertical, sem as dificuldades de controle de capital. Tavana et al. (2013) explicam que a conexão dos parceiros sem ligação societária pode ser gerenciada de diferentes maneiras e por isso não há uma obrigação de se praticar a mesma condição de parceria entre todos os membros de uma cadeia, ainda que a parceria acaba por originar um maior potencial de implicação em processos e funções cruzadas. A informação para a GCS é o 48 combustível que mantém as práticas colaborativas, permitindo, de modo conjunto entre os membros da cadeia, planejar, mensurar o comportamento da cadeia e aumentar o nível de confiança entre os membros. Tal informação é realizada por meio de práticas tomadas com suporte da tecnologia da informação, que é o veículo que possibilita agilidade dessa informação, ajustamento e tempestividade em uma implantação bem sucedida. A mensuração dos gastos permite o conhecimento sobre a lucratividade de produtos, de frações de clientes e maior visão para transações com parceiros na cadeia de suprimentos, promovendo o estabelecimento de parcerias mais equilibradas. A coordenação de diminuição de custos entre organizações pode auxiliar a encontrar formas adicionais de reduzir custos produtivos, aperfeiçoar a eficiência da cadeia e do serviço ao cliente, o que engrandece a vantagem competitiva da cadeia, com troca de informações entre os membros da cadeia para identificação de oportunidades de progressos de um ou mais segmentos em uma cadeia, fortalecendo a relação de longo prazo. (YOUN et al., 2011; LONGINIDIS; GEORGIADIS, 2012). O ambiente vivenciado atualmente pelas organizações exige a integração de toda cadeia de suprimentos por meio de sua gestão, que compreende todo o fluxo de modificação do produto (SANTOS; FORCELLINI, 2012). Wagner, Grosse-Ruyken e Erhun (2012) complementam alegando que a GCS não deve apenas focalizar processos logísticos, mas sim todos os processos de interesses relacionados aos requisitos dos clientes finais. AGCS pode ser considerada um admirável modelo para alcançar vantagens competitivas, tendo como objetivo adicionar valor na visão dos clientes e demais interessados da cadeia (MELO; ALCÂNTARA, 2011). 2.5.1 Gestão dos Processos na Cadeia de Suprimentos Na década de 80 a 90 as empresas manufatureiras concentraram esforços na modificação de gestão departamental para a gestão por processos. No final dos anos 90 apareceu um novo paradigma segundo o qual os processos de negócios se tornaram os processos da cadeia de suprimentos e não mais apenas os da organização. A modificação da gestão individual para o gerenciamento das relações entre os membros da GCS visa a conexão dos processos de negócios na cadeia de suprimentos, instituindo um sistema de valor (SANTOS; FORCELLINI, 2012). Diante dessa precisão de integração, Tavana et al. (2013) lembra o modelo de Martins (2011), que expõe três elementos: os processos de negócios, o gerenciamento dos elementos e a composição da cadeia de suprimentos. 49 2.5.2 Gestão do Relacionamento com os Clientes Para Ballou (2006), atrelamento entre organizações ajuíza a diferença de poder entre estas pois uma empresa tem mais ou menos poder, em relação às outras, à medida que domina os recursos necessários às outras ou diminui sua própria dependência, por meio da autoridade desses recursos. O poder desempenhado na cadeia de suprimentos sofre transformações ao longo do tempo, passando este dos produtores para os varejistas, por conta do exercício de preferência do consumidor, ou o inverso. Os produtores são afetadas por vários riscos de desabastecimento e rupturas que podem incorrer de várias configurações a serem influenciadas por diversos fatores. Esses fatores alternam desde uma instabilidade geopolítica em uma área fornecedora até fatores mais localizados, como as greves nos produtores, contudo, o risco de desabastecimento está relacionado ao poder exercido por um dos membros da cadeia e, consequentemente, ao processo de gestão de relacionamento. 2.5.3 Gestão da Demanda na Cadeia de Suprimentos A gestão da demanda incide em criar um fluxo coordenado da demanda entre os participantes da cadeia de suprimentos e o cliente final, tendo como meta equilibrar a oferta comparada à demanda e calcular os estoques de segurança imprescindíveis para o nível de serviço predefinido (PEREIRA; MELO; ALCÂNTARA, 2010). A eficiência na gestão da demanda é atingida diretamente pelo fluxo de informações, em que ocasionais interferências podem causar uma redução do nível de serviço, acompanhante à queda do giro de estoque. O andamento de informações é um dos elementos que influenciam a gestão da demanda. A variabilidade dos estoques na cadeia de suprimentos, são frequentemente decorrentes dos problemas de comunicação, é um dado conhecido como efeito chicote, que obedece às distorções entre a demanda real e a prevista, que se proliferam à montante da cadeia de suprimentos, derivado do incremento de garantias no nível de estoque (MELO; ALCÂNTARA, 2011). Essa consequência resulta em variação da demanda, atrapalhando a gestão de estoques e o controle e planejamento dos pedidos de compra ao longo da cadeia, interferindo negativamente nos custos das empresas (TAZELAAR; SNIJDERS, 2012). Low e Chen (2012) resumem o efeito chicote como o efeito provocado pela expectativa de demanda que não se analisa na prática, o que deriva na ampliação da demanda no sentido contrário ao sentido do consumo. 50 2.5.4 Gestão do Estoque na Cadeia de Suprimentos Um olhar estendido sobre a cadeia de suprimentos, que em algumas empresas equivale ao aproveitamento de ciclo dos produtos e a GCS, consegue também o impacto pós-consumo dos produtos, comprovadas pelas preocupações em diminuir a quantidade de estoque (CARVALHO, 2011). A finalidade do gerenciamento de estoques é certificar-se que o produto esteja disponível no tempo e nas quantidades esperadas. Uma das fundamentais preocupações de uma empresa manufatureira na atualidade é a diminuição do inventário. Diante desse panorama, o efeito chicote passa a ser uma questão importante a ser estudado, pois deriva inteiramente em oscilação dos níveis de estoques, que tendem a se intensificar ao se distanciar do ponto de consumo da cadeia (LOW; CHEN, 2012). Para a redução dos estoques sem a diminuição do nível de serviço aos clientes, as organizações varejistas vêm utilizando o sistema de estoque gerido pelo fornecedor (FOLLMANN; RODRIGUEZ, 2009). 2.6 MODELOS PARA ANÁLISE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Os modelos para análise da cadeia de suprimentos estão entre os temas de maior destaque nos dias atuais (BEAMON, 1999; CHAN; QI, 2003; MORGAN, 2004; SAAD e PATEL, 2006; WONG; WONG, 2007). De tal maneira que, Santana (2004) adverte que o ambiente organizacional demanda dos líderes constante adequação logística em suas organizações. Dentre estas adequações, o desenvolvimento de uma análise adequada para suas cadeias de suprimentos. Almeida e Giacon (2001) ressalvam a importância dos indicadores na cadeia de suprimentos sob o aspecto do melhoramento continuado, ou seja, a análise da cadeia possibilita ao gestor uma checagem entre o desempenho corrente com o desempenho planejado. Barbosa et al. (2007) advertem algumas vantagens ocasionadas pelo uso de indicadores de desempenho na cadeia de suprimentos, estas podem ser: melhoramento da eficiência, diminuição de custos e avanço da competitividade. Já Chan e Qi (2003) alegam que a medição de desempenho pode promover a comunicação e a integração entre os integrantes da cadeia, além de adequar um baseamento para a avaliação da estratégia e subsídio na detecção de oportunidades. Designadamente sobre a medição de desempenho em cadeias de suprimento, Almeida e Giacon (2001) sugerem um modelo que admite o monitoramento das ações de melhoria praticadas por meio de: um enfoque 51 analítico com o uso de algoritmo, que admite o cálculo do indicador de desempenho e um enfoque gráfico que emprega o recurso visual, despedindo sobre as regiões de melhoria e as regiões onde os saldos superaram as metas instituídas. Da mesma forma que os modelos de análise da cadeia tradicionais focados em medidas financeiras receberam críticas, os modelos de análise utilizados no contexto da cadeia de suprimentos são seguidos de alguns problemas. Os modelos de análise de medição na cadeia de suprimentos carecem de melhorias por quatro questões. A primeira questão está relacionada com o foco excessivo que é dado aos aspectos de custos financeiros na medição do desempenho das cadeias. A segunda questão está relacionada ao fato de que muitas análises de medição não contemplam a cadeia como um sistema complexo, desconsiderando aspectos de composição entre os integrantes da cadeia. A terceira questão lembra a carência de direcionamento estratégico dentro das cadeias de suprimentos e a quarta questão relaciona-se com a carência de considerar os problemas com incertezas provindas do ambiente organizacional (BEAMON, 1999). Segundo Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) existem outros obstáculos como a ausência de uma abordagem balanceada, várias organizações têm compreendido a importância de utilização de medidas tanto financeiras quanto as não-financeiras. Entretanto, elas têm fracassado na captação de uma abordagem balanceada que pondere a quantidade e a qualidade dos indicadores. Além deste obstáculo os autores ressalvam que não existe uma diferença aberta entre os indicadores estratégicos, operacionais e táticos. Indicadores que são utilizados em medidas de desempenho influenciam nas deliberações que são realizadas no nível estratégico, operacional e tático. Necessita-se garantir que cada indicador encontre-se no seu nível apropriado. Holmberg (2000) assegura que apesar da medição de desempenho ser assinalada como estratégica, esta não está compreendida de maneira satisfatória, necessitando de um sistema estruturado. Beamon (1996) lembra das características necessárias para uma análise da cadeia de suprimentos eficaz, onde estas englobam a abrangência que deve inserir todos os indicadores pertinentes, a universalidade que deve permitir a comparação sob diversas condições, a mensurabilidade que deve garantir que os dados necessários são mensuráveis e a consistência que precisa garantir que as medidas estejam consistentes com os objetivos da organização. Bowersox e Closs (2010) alegam que a medição do desempenho na cadeia de suprimentos é uma necessidade para alocação e monitoramento dos recursos, pois o agrupamento do lento crescimento econômico adicionado a ampliação da concorrência força as organizações a concentrarem-se na ampliação dos seus recursos logísticos. Apresenta-se a 52 seguir quatro abordagens que representam modelos de análise de desempenho na cadeia de suprimentos, juntamente com a motivação pelas escolhas das mesmas: Abordagem Bowersox e Closs (2010): por considerar a necessidade de relação entre as funções de uma mesma organização, e por ponderar sobre aspectos externos pertinentes a outras organizações e aos clientes, além de ser considerada uma das abordagens mais tradicionais sobre o assunto; Abordagem Beamon (1999): por ser uma das abordagens mais propagadas dentro da literatura das cadeias de suprimentos, tanto que Aravechia e Pires (2000) aconselham as suas medidas. Os indicadores aconselhados possuem aspectos gerais pertinentes com três elementos importantes (resultados, recursos e flexibilidade). Outro questão importante estar relacionado à análise da flexibilidade, aspecto-chave frente ao ambiente organizacional instável; Abordagem Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001): que define os procedimentos que fazem parte da cadeia de suprimentos, organizando-os dentro dos três principais níveis gerenciais (estratégico, operacional e tático), além de sugerir uma estrutura delineada de indicadores de desempenho não-financeiros e financeiros para cada nível gerencial. Modelo SCOR: Por se tratar de um modelo de referência que tem uma linguagempadrão para todas as organizações. Este modelo considera cinco processos principais que são: planejamento, compra, fabricação, entrega e retorno. O processo referente ao retorno não é contemplado em outras abordagens, outro motivo é que este é o modelo mais atual entre os demais, sendo atribuído a este novos indicadores que retratam melhor a realidade das organizações (SCC, 2002). 2.6.1 Abordagem Bowersox e Closs Conforme Bowersox e Closs (2010), medir e controlar o desempenho são duas questões primordiais para que a empresa consiga diferenciar quais são as suas ações rentáveis e, por conseguinte, instituir vantagem competitiva. Os três principais objetivos de uma abordagem de medição de uma cadeia de suprimentos incluem monitoramento, controle e direcionamento das ações logísticas, em que a monitoração segue o histórico do desenvolvimento logístico, com o intuito de informar os gestores e os clientes. Como padrão, tem-se o grau de serviço e as despesas logísticos. Já o controle, segundo os autores, confrontam as medidas reais com as medidas desejadas. Neste episódio, um exemplo característico é a quantidade de avarias no 53 transporte. Por fim, direcionamento é utilizado para motivação da equipe por meio de bonificações adicionais de produtividade. Uma análise de desempenho na cadeia de suprimentos pode estar centrada entre dois aspectos: as tarefas, que é fundamentada em tarefas individuais necessárias para conferir e expedir pedidos, e os processos, que ponderam a satisfação do cliente na cadeia de suprimentos por completa. Bowersox e Closs (2010) ressaltam que a última é acatada como mais adequada diante o ambiente atual. Dentro deste argumento, as mensurações internas, externas e abrangente da cadeia de suprimentos são tratadas. Na mensuração interna, tem-se uma comparação das ações e dos processos com metas e/ou ações anteriores. Esta é divindade em 5 categorias que são as de custos onde são os gastos assumidos para se obter certo objetivo; o de serviços aos clientes que avaliam a capacidade da organização em atender as demandas dos clientes; as medidas de produtividade que pautam o resultado com os insumos necessários; a mensuração dos ativos que irá ponderar os investimentos em instalações e equipamentos; e por último a qualidade que analisa a eficácia das atividades (BOWERSOX; CLOSS, 2010). Na mensuração externa, será estimada o ponto de vista do cliente com relação à organização e também a busca das melhores práticas tendo: a mensuração da percepção do cliente onde estas medidas podem ser adquiridas por meio de pesquisas patrocinadas pela organização com o intuito de avaliar o desempenho dos pedidos conforme a ótica dos clientes, e a outra mensuração externa é a do benchmarking que auxilia na comparação do desempenho da organização frente a outras organizações. Estas podem ser do mesmo ramo de atividades ou setores semelhantes, com o intuito de melhorar as práticas empregadas (BOWERSOX; CLOSS, 2010). No planejamento da mensuração interna e externa, faz-se indispensável desenvolver um conjunto abrangente e integrado de medidas para serem utilizadas na cadeia de suprimentos, buscando a satisfação do cliente que mensura a habilidade da organização em satisfazer totalmente seus anseios. O atendimento perfeito do pedido, a qualidade do produto e o tempo da entrada do pedido até a concordância do cliente colaboram. As medidas típicas são o envio do pedido pelo cliente, o frete, os custos base e a mão de obra direta. Os Ativos concentram-se nos planos de vendas que podem ser motivados com determinado grau. Exemplificando tem-se a precisão das previsões e a obsolescência dos produtos em estoque (BOWERSOX; CLOSS, 2010). 54 2.6.2 Abordagem de Beamon Em sua avaliação sobre as medidas de desempenho utilizadas na cadeia de suprimentos, Beamon (1999) ressalta que o uso de uma única medida de desempenho é atrativo, mas é inadequado devido a sua simplicidade. A inadequação existe devido ao fato do SMD não ser inclusivo, ignorar as interações presentes na cadeia de suprimentos e aspectos críticos da estratégia. Portanto, a autora propõe um SMD que envolva três componentes vitais: recurso (relacionado com custo), resultado (relacionado com receptividade do cliente) e a flexibilidade (relacionada com a capacidade de mudança), conforme a Figura 1: Figura 1 – Sistema de Beamon de Medição na Cadeia de Suprimentos Fonte: Adaptado de Beamon (1999). Cada elemento está diretamente conectado com os demais, assim uma modificação em um tipo de indicador irá interferir em todo o sistema. Além de estarem interligados, os elementos possuem objetivos e propósitos distintos. Menciona-se que análise da cadeia de suprimentos deve utilizar no pelo menos um indicador de cada elemento respeitando a conexão com os objetivos estratégicos da empresa. Dentro dos tipos de medida de desempenho tem-se: o Recurso que é normalmente analisado em termos de quantidade mínima ou um ajuste de medida de eficiência. A Eficiência mede o emprego de recursos em um sistema para a obtenção dos objetivos, entre os indicadores característicos, observa-se as solicitações de pessoal, o nível dos estoques, a utilização de equipamentos, o custo e ouso de energia. Normalmente, os gestores perseguem uma redução de recursos sem aferir de forma apropriada o seu impacto na flexibilidade. Vale lembrar que os recursos estão inteiramente relacionados com os resultados e a flexibilidade. Logo o resultado pode ser espontaneamente expresso de forma quantitativa 55 como a quantidade de itens produzidos, o tempo demandado para a produção de um algum item e o número de entregas no prazo (BEAMON, 1999). Existem outras medições que são difíceis de serem expressadas numericamente, como a satisfação dos stakeholders (as partes interessadas) e a qualidade dos produtos. Ainda que os gestores especifiquem a quantidade desejada de saídas, o seu relacionamento com os recursos indispensáveis são normalmente ignorados. As medidas de desempenho de resultado necessitam não só estar sólidas com a estratégia da organização, mas também satisfazer as necessidades dos clientes. Já a flexibilidade no contexto de análise da cadeia de suprimentos tem sido raramente tratada, apesar da sua importância para o sucesso da cadeia como um todo (BEAMON, 1999). 2.6.3 Abordagem Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) descrevem que muitas organizações já constataram as vantagens de se utilizar a análise de medição de desempenho das cadeias de suprimentos, entretanto existe uma carência no desenvolvimento de um modelo eficaz de análise. Os autores sugerem um sistema que pondere os indicadores no nível estratégico, tático e operacional, além da utilização de medidas financeiras e não-financeiras. Neste modelo são discutidos os quatro processos da cadeia de suprimentos, que lidam com: o Planejamento que trata do tempo do ciclo do pedido, procurando diminuir o tempo consumido na entrada do pedido, além de rever o caminho corrido pelo pedido com o intuito de melhorar o tempo de resposta da cadeia de suprimentos como um todo. O Fornecimento que trata da parceria entre os integrantes da cadeia, tornando-se cada vez mais corriqueiro. Estes relacionamentos têm como propriedades principais: visão de longo prazo, esforços conjuntos na solução de problemas e planejamento. A Produção que tem maior impacto na qualidade, no custo do produto, na rapidez da entrega, na confiabilidade e na flexibilidade. Alguns questões no processo de produção necessitam ser considerados para a melhoria do desempenho, como a diversidade de produtos, a capacidade de uso e a eficácia da programação. A Entrega lida inteiramente com os clientes. Porém, devido a sua complexidade, o seu diagnóstico e melhoria são mais complexos de serem realizados (GUNASEKARAN; PATEL; TIRTIROGLU, 2001). Com a exposição dos quatro processos principais, Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) sugerem na Figura 2 uma estrutura de indicadores de desempenho para avaliar cada processo descrito. 56 Figura 2 – Indicadores de Desempenho Sugeridos por Gunasekaran Fonte: Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) Os autores relatam a necessidade de ligação entre a medição na cadeia e a satisfação dos clientes. 2.6.4 Modelo SCOR O SCOR é um modelo de referência que foi elaborado pelo Supply Chain Council que habilita os integrantes a identificar, melhorar e comunicar as melhores práticas da cadeia de suprimentos entre todos os integrantes participantes da cadeia. O modelo é organizado em cinco processos diferentes, que são: Planejar, Comprar, Produzir, Entregar e Retornar. Estes processos são trabalhados dentro de cada participante da cadeia de suprimentos, logo cada empresa é cliente e fornecedora de seus elos imediatos. O modelo só analisa os processos primários, não se procurando descrever todos os processos ou atividades que fazem parte de uma organização. Designadamente, o Planejamento realiza o balanço entre a ação e o 57 fornecimento para o desenvolvimento de uma estratégia que localize o melhor fornecimento, produção, entrega e retorno. Já a aquisição busca os produtos ou serviços para atender a demanda delineada ou a demanda atual. A produção decompõe os recursos em produto final para atender os anseios dos clientes. Com relação a entrega, esta municia produtos ou serviços para atender a demanda, normalmente inclui o gerenciamento do pedido, da distribuição e do transporte. Por último, o retorno é ligado ao retorno dos produtos, abrangendo o atendimento pós-entrega. O modelo prevê que os cinco processos devem estar mapeados e detalhados até o nível das atividades, onde seus indicadores de desempenho são atribuídos a duas categorias: as relativas aos clientes (contemplando a confiabilidade, a responsabilidade e a flexibilidade) e as relativas à organização (relacionados aos custos e ativos), o modelo SCOR será melhor detalhado em um tópico posterior (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 2.6.5 Diagnóstico Sobre as Abordagens de Modelos de Análise de Desempenho na Cadeia de Suprimentos O Quadro 1 apresenta um diagnóstico das propostas sugeridas pelos autores. Quadro 1– Diagnóstico das Abordagens de Modelos de Análise de Desempenho na Cadeia de Suprimentos Abordagens Bowersox e Closs Beamon Gunasekara n, Patel e Tirtiroglu Escopo Sugerem uma ponderação interna, externa e abrangente da cadeia de suprimentos. Analisa três elementos- chave: insumos, flexibilidade e resultados. Indicadores para as quatro áreas: planejamento, fornecimento, produção e entrega. Indicadores para as cinco áreas: planejamento, compra, produção, entrega e retorno. Fonte: Adaptado de XAVIER (2008). SCOR Críticas consideradas em cada abordagem Abrangência Universalidade Mensurabilidade Analisa a visão A comparação é Simples de ser dos clientes, dos feita por meio mensurada. Os concorrentes e de autores sugerem dos benchmarking. um conjunto de funcionários. indicadores para cada aspecto. Não avalia a É universal ao Simples de ser visão dos sugerir um mensurada. O fornecedores modelo genérico autor sugere um nem as ações que pode ser conjunto de internas da aproveitado por indicadores para organização. diversas cada aspectoorganizações. chave. Compreende a É específico Simples de ser satisfação do para mensurada. O cliente, mas não organizações modelo sugere um afere os manufatureiras. conjunto de concorrentes indicadores para nem os cada processo. funcionários. Abrange na É um modelo de Simples de ser mensuração a referência para mensurada. O percepção do ser utilizado em modelo sugere um cliente, além das qualquer cadeia conjunto de cinco áreas de suprimentos indicadores principais. típicos. Consistência Não é contemplado. Lembra a necessidade de orientação estratégica. É direcionado para a estratégia, até apresenta indicadores característicos para o nível. O alinhamento estratégico é destacado na ação de planejamento. 58 A abordagem de Bowersox e Closs (2010) pondera o ambiente interno da organização a partir dos indicadores de custo, de produtividade, de ativos, de serviço ao cliente e de qualidade. No âmbito externo, é analisado a percepção dos clientes e as melhores práticas. Entretanto, falham ao não ponderar os fornecedores e não advertir sobre a precisão de alinhamento entre os indicadores utilizados e a estratégia seguida pela organização. Já na abordagem de Beamon (1999), o ambiente interno não é avaliado. O autor se atem as entradas (insumos) e as saídas (resultados). Contudo, o processo de transformação não é contemplado. A flexibilidade é uma questão em destaque, um fato positivo, ponderando a incerteza presente no ambiente organizacional (XAVIER, 2008; ARAÚJO, 2009). O modelo SCOR abrange a percepção do cliente em sua mensuração, igualmente como Bowersox e Closs (2010), além das cinco principais áreas da cadeia de suprimento. Porém, os competidores e os funcionários não são considerados. O direcionamento estratégico é contemplado no processo de planejamento, onde a demanda e o suprimento são equilibrados. Por fim, Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) abrangem a satisfação do cliente na medição de desempenho advertindo que todo o esforço demandado na cadeia de suprimentos é para a sua satisfação. Contudo, falham ao não aferir a visão dos competidores e dos funcionários (XAVIER, 2008). Os processos na cadeia de suprimentos são corriqueiros no modelo SCOR e também na abordagem de Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001); a fundamental diferença entre estas duas abordagens é que, no modelo SCOR, o processo de retorno é considerado. No mais, os métodos se assemelham, incluindo o planejamento, o fornecimento, a produção e a entrega. A abordagem de Bowersox e Closs (2010) é a única que alude a medição abrangente da cadeia de suprimentos em um formato estruturado, não limitando-se a um diagnóstico isolado, além de advertir sobre a necessidade da integração entre as funções da organização (XAVIER, 2008; ARAÚJO, 2009). 2.7 MEDIÇÃO DE DESEMPENHO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS (PMS) O interesse por procedimentos estruturados de medição de performance empresarial aumentou a partir dos anos 90, especialmente pela insatisfação apresentada pelas organizações com medições somente em resultados financeiros passados. Tais medições apresentam resultados atuais que foram estabelecidos por decisões tomadas em momentos passados. Ocasionais perdas não podem mais ser revertidas, apenas lastimadas. Para que haja mais escolha de controle de resultados, são imprescindíveis medições intermediárias, que ainda não 59 se solidificam como lucro ou prejuízo, mas que possam sugerir a tendência de resultado que a operação proporciona. As variáveis envolvidas na medição devem ajuizar o entendimento da organização acerca das metas, dos artifícios e das relações causa-efeito acatadas válidas na formulação da estratégia (PAPAKIRIAKOPOULOS, PRAMATARI, 2010). Para Chan et al. (2014), medição de desempenho é o processo no qual se mede a eficiência e eficácia de uma atuação ou estratégia. Eficácia faz referência ao grau com que objetivos foram obtidos. Eficiência aludi o modo como o foram. Para Giovanni e Vinzi (2011), performance é uma informação numérica de resultados de uma operação. Tal informação pode ser realimentada e confrontada com metas, padrões, resultados anteriores e outros processos, auxiliando decisões sobre cursos de ações gerenciais. Um sistema de medição de desempenho pode ser ponderado como um escopo hierarquizada de variáveis de estado, com métodos específicos de cálculo para cada variável e sistematizações de tratamento da complexidade presente, especialmente das mútuas influências que podem nascer entre variáveis. Em medição de desempenho, nem sempre é aceitável estruturar o objetivo em hierarquias autônomas, pode existir interferências mútuas, nebulosidades, não-linearidades e sombreamentos entre algumas variáveis, isso depende do modelo utilizado para essa medição. Para Chan et al. (2014), indicadores de desempenho devem ser compatibilizados de modo a improvisar parte de um conjunto maior estruturado em dimensões. Para Giovanni e Vinzi (2011), antes de estabelecer as medições, deve-se acomodar a estratégia da operação em questão. Tal assimilação pode ser mais difícil em cadeia de suprimentos, pois envolve várias organizações com estratégias particulares que devem ser ajustadas para que se obtenha o objetivo comum. Um problema adicional surge quando uma organização participa de várias cadeias ao mesmo momento, sendo obrigada a atuar simultaneamente com mais de uma estratégia, tal como acontece com fornecedores de montadoras de veículos, com fornecedores de organizações focais da indústria calçadista ou com produtores de subsistemas para projetistas montadores de maquinários industriais. A medida de performance (ou desempenho) pode ser descrita como uma informação entregue sobre o funcionamento da gestão, onde esta avalia a eficácia e a eficiência de um determinado recurso, processo ou um resultado (GREEN JR. et al., 2013). Medição do desempenho na cadeia de suprimentos ou PMS é considerada uma área que pode ser conduzida por meio de diferentes perspectivas. Esses variados aspectos podem proporcionar uma imagem negativa a decisão sobre o que o PMS significa para o processo de medição de uma cadeia de suprimentos, desta forma, faz-se necessário um estudo crescente nessa área de atuação, 60 aconselhando um aumento das quantidades atuais de medidas de desempenho disponíveis na literatura. Ao final da década de 90, a grande maioria das medidas de desempenho sugeridas na área de gestão da cadeia de suprimentos enfocavam somente o desempenho da logística e a distribuição em redes (YU et al., 2013). As medidas pertinentes ao custo de estoque ou relacionadas com prazos de entregas são necessárias, porém, fornecer uma visão limitada quando o nível da discussão refere-se para configurações mais complexas da cadeia de suprimentos, pode ser considerado algo insuficiente. Dependendo das atividades e dos processos envolvidos na cadeia de suprimentos, podese detectar as mais variadas perspectivas sobre medidas de desempenho dentro de sua estrutura. A maior parte dos estudos pertinentes à medição de desempenho em cadeias de suprimentos discuti o que é necessário para medir informações valiosas disponíveis dentro da cadeia (LIN; CHEN; NGUYEN, 2011). Dentro da literatura pouca atenção tem sido dada em estudos de casos que comportem a validação e extração de conhecimento sobre a prática e uso de um PMS em um ambiente real. Alguns desses estudos apontam para a necessidade da adoção de um modelo de medição de desempenho específico, destacando também questões que se fazem importantes durante o processo de implementação (PAPAKIRIAKOPOULOS, PRAMATARI, 2010). A utilização de um sistema tecnológico adequado é necessário para o desenvolvimento de um PMS adequado. Defende-se que os desafios para a constituição de uma PMS inclui barreiras gerenciais e tecnológicas que parceiros comerciais da cadeia de suprimentos necessitam superar. 2.7.1 Características e Questões Relacionadas a PMS Quando um modelo, uma abordagem, um procedimento, um estudo de caso, ou uma pesquisa é concretizada na área de PMS, geralmente alguma medida de desempenho do sistema é exibida e analisada (QRUNFLEH; TARAFDAR, 2012) . Normalmente, as pesquisas de medição de desempenho adotam uma análise de sistemas de medição de desempenho que já estejam sendo utilizadas, categorizando medidas de desempenho, onde posteriormente analisam-se as medidas dentro de uma categoria, suas regras de construção e os enquadramentos pelos quais essas medições podem ser desenvolvidas para diversos tipos de sistemas. Dentro das características de medição de desempenho pode-se inserir a inclusão de todos os aspectos pertinentes, a universalidade que permiti a checagem sob diversas condições de operação, a mensurabilidade onde esta se responsabiliza por mensurar os dados necessários, 61 e a consistência que se encarrega de medir os objetivos da organização de forma sólida (YU et al., 2013). Além de avaliar as medidas apoiando-se na sua eficácia, a aferição é outro processo importante que é utilizado na avaliação da medição do desempenho. Comparações podem contribuir na medida em que as mesmas conseguem agir como veículos de identificação de oportunidades e melhorias. A categorização da PMS é considerada uma ferramenta de grande utilidade na análise de sistemas. Um modelo pode ser projetado para melhorar uma característica de um sistema, podemos pegar como exemplo o tempo. O modelo consegue comparar o prazo de entrega ou execução da fabricação de um produto, com base na data das alterações e na configuração do sistema (GREEN JR. et al., 2013). Deste modo, escolhe-se um único tipo de medida, neste caso o tempo, porém dentro desta categoria, existem diversas medidas específicas que podem ser utilizadas. Portanto, todas as medidas dentro de uma categoria podem ser analisadas e comparadas, de modo que a escolha da medida de desempenho dentro de uma categoria pode ser uma tarefa mais fácil. Ainda que nesta abordagem, a categoria de desempenho já tenha sido escolhida. Um dos campos mais difíceis na escolha de medida de desempenho é o de desenvolvimento de sistemas de medição de desempenho (WU; CHUANG; HSU, 2013). Esta área envolve métodos pelos quais uma empresa elabora o seu sistema de medição. Questões importantes devem ser consideradas aqui como: O que medir? Como são integradas as diversas medidas em um sistema de medição? Quantas vezes deve-se realizar as medições? Como e quando são reavaliadas as medidas? Ainda que existam todas estas importantes questões, e que as análises do sistemas de medição já estejam em vigor e prontas para a aplicação, o problema apresenta-se mais difícil do que parece, pois o objetivo é criar o melhor sistema de medição possível para a aplicação da cadeia de suprimentos. Tipos diferentes de sistemas exigem características específicas de medição, e é neste ponto que encontra-se a maior dificuldade para a criação de uma abordagem geral. 2.7.2 Moldando a PMS A PMS pode ser considerado um dos componentes centrais da atividade administrativa com um grau de importância cada vez maior quando se pretende alcançar objetivos estratégicos organizacionais. Espera-se que os gestores moldem o design de PMS que se adeque melhor as necessidades de suas organizações, no entanto, existem poucas evidências de pesquisa que descrevam se isto acontece de fato (YANG et al., 2013). Entretanto, o modelo inverso já ocorre 62 com frequência, e muitos gestores estão utilizando modelos de PMS que foram projetados há 10, 20 anos atrás. Mesmo que estes tenham sido moldados de forma correta, não devem ser utilizados por outras organização. Para a elaboração de PMS que funcione corretamente na organização, este deve se dar de forma individualizada onde as relações entre as estratégias da empresa, a cadeia de suprimentos, a cadeia de distribuição, o processo de agregação de valor e o cliente são fundamentais para o seu funcionamento. Dentro da elaboração de PMS a estratégia é elaborada conforme as restrições deliberadas por: padrões operacionais (comparativo ou genérico) que fundam os qualificadores básicos para competição, as atividades econômicas, o mercado que constituem, perspectivas de desempenho financeiro, ambientes abertos que determinam os limites de operações aceitáveis e a habilidade da organização em termos de conhecimentos, recursos, competências e pessoas (AZEVEDO; CARVALHO; MACHADO, 2011). Independente da escolha da estratégia esta deve ser conduzida pelas atividades operacionais e metas deliberadas para o PMS. As atividades cotidianas de uma organização várias vezes tem muitos níveis de medição de desempenho ocorrendo simultaneamente. Estes outros níveis podem ser focados em problemas transitórios, projetos especiais ou iniciativas de gestão específicas. A vantagem competitiva pode ocorrer por meio do melhor aproveitamento dos recursos, utilizando estes de forma mais eficaz do que os outros competidores. Desafios identificados para a medição de desempenho podem ser aqueles associados com a gestão do conhecimento, interações organizacionais, organizações virtuais e adaptabilidade organizacional (LIN; CHEN; NGUYEN, 2011). Dentro da conjuntura das interações organizacionais, muito ainda deve ser entendido sobre o papel da medição de desempenho nas organizações dentro dos sistemas integrados da cadeia de suprimentos. Atividades de medição de desempenho precisam transformar os aspectos estratégicos de uma organização em metas competitivas para o mercado, manter os aspectos operacionais da organização sobre alvos estratégicos, fornecer informações importantes para os aspectos fundamentais da gestão do conhecimento, dados para o planejamento, controle e monitoramento dos progressos. Eles devem ainda modificar-se juntamente com alterações do mercado, permitindo uma gestão proativa. 2.7.3 Viabilidade do Sistema de PMS A complexidade atual das cadeia de suprimentos na prática é quem acomoda os problemas advindos do mapeamento da estrutura da cadeia, da gestão de relações de integração 63 e da medição do desempenho do sistema como um todo (DISTELHORST; HAINMUELLER; LOCKE, 2014). No que diz respeito à medição do desempenho, os estudos atuais que são relevantes para a seleção das medidas de desempenho e design de PMS, dificilmente cobrem o contexto real da cadeia de suprimentos, ainda que contribuam expressivamente para a melhoria do desempenho da gestão de negócios. Um processo sugerido para essa abordagem baseia-se no objetivo de identificar os integrantes e analisar a estrutura da cadeia de suprimentos. Este enfoque é utilizado para elaborar a performance baseada em processos de medição em PMS. Este tipo de análise em PMS obtém muitas vantagens, como apoiar a melhoria contínua e o progresso de comunicação das metas (CHAN; ZHANG, 2011). Um outro método de seleção com base em um conjunto de métricas tem sido sugerido, onde este consiste nas extensões holísticas de desempenho de atividades. Essas extensões abrangem insumos, resultados e diferentes aspectos críticos de performance da atividade do ponto de vista dos fornecedores e clientes. Este método tem como finalidade facilitar a identificação aplicando as medidas de desempenho e indicadores que se referem a um acesso sistemático. Nos ambientes de negócios atuais, muitos são os tipos de medidas de desempenho, assim como seus métodos de seleção. Existe uma necessidade de um enfoque adequado para agregação das novas medidas de desempenho existentes, ou na criação de um sistema global e integrado, com a finalidade de avaliar a cadeia de suprimentos como um todo. O avanço da maturidade dos métodos de medição de desempenho na gestão da cadeia de suprimentos, acontece paralelamente ao avanço da maturidade desta gestão, afastando-se de um nível inicial para um plano avançado comparado ao seu escopo de medição, coleta de informações, armazenagem de informações, entendimento dos resultados, utilização das medidas e qualidade do processo de medição (FREDERICO, 2012). 2.8 DIFERENCIAÇÃO SUPRIMENTOS ENTRE CADEIAS PRODUTIVAS E CADEIAS DE Considerando-se o conteúdo observado até o momento, ajuíza-se adequado constituir uma distinção entre as cadeias produtivas e cadeias de suprimentos. Observa-se que as cadeias produtivas são arranjos mais amplos, abrangendo desde a aquisição inicial da matéria-prima até o provimento dos produtos acabados ao mercado consumidor final. Logo as cadeias de suprimentos, compõem partes das cadeias produtivas, compreendendo fundamentalmente os elos de maior valor agregado, centrados mais próximos ao mercado consumidor final (HANSEN, 2004; HANSEN ET AL, 2004). 64 Cadeias produtivas conglomeram todas as fases do processo de transformação, abrangendo as várias empresas que atuam em cada etapa, na procura de uma compreensão abrangente dos distintos tipos de relacionamentos existentes. Já as cadeias de suprimentos enfocam no negócio (produto e/ou serviço) característico de determinada organização, desempenhando a coordenação deste negócio, abrangendo um, dois ou mais níveis de fornecedores e clientes do mesmo e as inter-relações ali envolvidas (HANSEN, 2004; HANSEN ET AL, 2004). Hansen (2004) constata que as cadeias produtivas formam arranjos empresariais amplos e complexos, compreendendo, por muitas vezes, organizações de diversos segmentos econômicos com estratégias e conexões interempresariais diversas, centrada em um plano intermediário entre os enfoques da macroeconomia e microeconomia. Para o autor, as cadeias de suprimentos tem seu foco microeconômico, instituindo uma melhora dos processos de desverticalização e desfronteirização de grandes corporações, na procura de aumentar suas aptidões centrais e aprimorar sua competitividade de ação no mercado. Em outro enfoque, as cadeias produtivas formam campo de análise para institutos de classe e governamentais, ao passo que as cadeias de suprimentos constituem-se no campo de análise mais voltado a empresas individuais que comandam os níveis iniciais de fornecedores e clientes (ARAÚJO; CAMPOS, 2011). 2.9 MODELO REFERENCIAL DE OPERAÇÕES DE CADEIA DE SUPRIMENTOS (SCOR) O Modelo Referencial de Operações de cadeia de suprimentos ou Supply Chain Operations Reference Model (SCOR) foi desenvolvido pela organização Supply Chain Council, Inc. (SCC), uma empresa global sem fins lucrativos cujo processos, análises e ferramentas de benchmarking contribuem para que as organizações possam realizar melhorias consideráveis nos processos da cadeia de suprimentos. SCC criou o modelo de referência do processo SCOR para avaliar o desempenho das atividades da cadeia de suprimentos. O SCOR fornece uma estrutura privilegiada que junta processos de negócios, métricas e melhores práticas para aprimorar a eficácia da gestão da cadeia de suprimentos e atividades relacionadas ao progresso da cadeia de suprimentos (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012; TATICCHI; PASQUALINO, 2013). O arcabouço do modelo SCOR inseri todos os elementos de satisfação da demanda, iniciando pela ordem de demanda (ordem ou previsão) findando com a entrega da demanda de 65 forma satisfatória (fatura final e pagamento). Desta forma, segundo Fattahi, Nookabadi e Kadivar (2013) o SCOR pode contribuir de duas maneiras com a melhor performance e desempenho da cadeia: na primeira o modelo da cadeia de suprimentos garante uma estrutura que disponibiliza informações sobre os objetivos do negócios (estratégicas e táticas) e as operações da cadeia de suprimentos. O plano SCOR associa as características com as ações inseridas dentro dos processos fundamentais: planejamento, execução e habilitação. Em um terceiro momento do plano é fornecido dados detalhados com cada elemento do processo abordado no segundo momento. Entre estes dados detalhados estão inseridos entradas, saídas, descrições e fluxos fundamentais de elementos do processo, estes são capturados para o plano do modelo SCOR. As organizações devem implantar práticas específicas de gestão da cadeia de suprimentos, apoiado em um conjunto de preferências competitivas e condições de negócios que obtenham um nível de desempenho desejado, não esquecendo de nenhum dos integrantes pertencentes a cadeia, esta deve estar interligada e coesa com todas as etapas (CHO et al., 2011). O modelo de referência SCOR foi desenvolvido pelo Supply Chain Council (SCC) com a auxílio das 70 maiores empresas de manufatura do mundo e está em contínuo desenvolvimento desde o lançamento da versão 1.0 até a atual, em vigor no ano de 2012, a versão 11.0. Ele pode ser descrito como o modelo mais próspero de tomada de decisões estratégicas na cadeia de suprimentos segundo Ainapur, Singh e Vittal (2012). A Figura 3 apresenta o modelo SCOR e seus cinco processos básicos (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). Figura 3 – Os Cinco Processos de Negócios do Modelo SCOR Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL (2012). 66 O processo de retorno no modelo, proporciona ampliar o mesmo para a área de suporte ao cliente pós-entrega (apesar de não operar com todas as ações nessa área). A Figura 4 apresenta o modelo arquitetado para suportar a análise da cadeia de suprimentos em vários níveis (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012; ELGAZZAR et al., 2012). Figura 4 – Processos Hierárquicos do Modelo SCOR Níveis I Ilustração d Exemplos Tipos de Processos (Escopo) Planejamento, Suprimento, Produção, Entrega e Retorno Categorias de Processos (Configuração) Preparar o estoque, preparar a encomenda, condução da ordem, produtos defeituosos, produtos em excesso Elementos do Processo (Passos) Entregas de programação, receber o produto, verifique o produto, a transferência de produto, autorizar o pagamento Atividades (Implementação) Indústria, empresa, localização e / ou tecnologia de passos específicos Dentro do escopo do modelo SCOR F Fora do escopo do modelo SCOR Definição Descrição Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012. Nível 1 - define o escopo e o conteúdo de uma cadeia de suprimentos. No nível 1 as metas de medição de desempenho da cadeia de suprimentos estão definidas. Nível 2 - define a estratégia de operações. No nível 2 as capacidades de processo para uma cadeia de suprimentos estão definidas. (Preparar o estoque, preparar a encomenda). Nível-3 - define a configuração do processo individual. No nível 3 a capacidade de executar é definida. No nível 3, o foco é sobre as etapas de: - Processos - Entradas e saídas - Desempenho dos processos - Práticas - Recursos de tecnologia - Competências do pessoal Nível 4 descreve as atividades realizadas dentro da cadeia de suprimentos, as empresas implementam e aprimoram as práticas existentes com o intuito de alcançar o desempenho desejado. 67 É importante compreender que este modelo apresenta os processos e não funções. O modelo SCOR focaliza a atividade envolvida, não as pessoas ou os elementos da organização que realizam as atividades. SCOR é um modelo de referência de processos sua arquitetura constitui formato como os processos interagem, como se comportam e como estes são configurados (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 2.9.1 Métricas do Modelo SCOR As métricas do modelo SCOR são dispostos em uma estrutura hierárquica. O SCOR é descrito por meio dos níveis 1, 2 e 3 que compreendem as métricas. As afinidades entre estes níveis é diagnóstica. As métricas do Nível 2 servem como diagnóstico para as métricas do Nível 1. Com isso, observando o desempenho das métricas de Nível 2, pode-se explicar as brechas de desempenho ou melhorias para as métricas doNível1. Este modelo de análise para desempenho na cadeia de suprimentos é popularmente conhecido como Decomposição Métrica. Da mesma maneira as métricas do Nível 3 convêm como diagnóstico para as métricas do Nível 2. O nível de uma métrica abrange a compilação da própria métrica. Métricas de compilação foram inseridas a partir do modelo SCOR 9.0, com o intuito de abonar as empresas que adotam métricas do modelo SCOR sem a obrigação de renomear suas métricas viventes (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). A compilação inicia-se a partir dos atributos de desempenho que compreendem a confiabilidade, a capacidade de resposta, a agilidade e a gestão. A métrica inicia-se com um código de duas letras maiúsculas seguido de um número para indicar o nível, em seguida existe um identificador da variável um exemplo seria RL.1.1, que corresponde ao Nível 1, onde RL corresponderia ao atributo e o último 1 corresponde ao identificador da variável. Os números são atribuídos tendo como base uma ordem alfabética das variáveis, utilizando ainda um agrupamento lógico. Com o passar dos anos e o aprimoramento dos modelos, aposentou-se algumas métricas, o que implicou na existem de identificadores métricos não atribuídos. Esta aposentadoria dos identificadores, é utilizado para garantir a compatibilidade com modelos do SCOR mais antigos. Nessa pesquisa não serão utilizados as nomenclaturas e identificações do modelo SCOR, estes foram adaptados para um melhor entendimento (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 68 2.9.2 Processos Relacionados ao Modelo SCOR Os processos relacionados ao SCOR proveem de um conjunto de descrições prédefinidos relacionado as atividades cotidianas da maioria das empresas, onde estas possam executar eficazmente as suas cadeias de suprimentos. Os cinco processos relacionados ao modelo SCOR que compreendem PLANEJAR, ENTREGAR, COMPRAR, PRODUZIR E RETORNAR são conhecidos e largamente adotados. Pode-se observar os processos descritos aqui na Figura 3 exposta acima. O modelo SCOR identifica-os no Nível l ao qual indica a expansão desses processos. O processo dos níveis l e 3 estão situados em atividades mais detalhadas. Um processo relacionado ao Nível 1 pode abranger diversos processos do Nível 3. A Figura 4 apresenta os Níveis dentro dos processos no modelo SCOR (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). Os processos relacionados ao Nível 2 são relacionados a preparação do estoque e a preparação da encomenda dentro dos 5 processos descritos acima, menos o processo de devolução. No Nível 3 os processos são passos do método que são executados em uma determinada ordem, com o intuito de delinear as atividades da cadeia de suprimentos que englobam as matérias-primas, produção, fornecedores de bens e/ou serviços e lidam com as devoluções de produtos. As empresas podem delinear descrições de processos de atividades padrão dentro do Nível3. Os processos referentes ao Nível4 são comumente relacionado à indústria, localização, produto e/ou alguma tecnologia específica. Grande parte das empresas, se não todas, necessitam realizar uma tarefa como receber, entregar e/ou validar um pedido realizado por um determinado cliente. Este é um processo relacionado ao Nível 3(SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). Os processos de Nível4 expõem as etapas como a ordem foi recebida. Cada uma dessas etapas podem precisar de um nível de descrição única dos processos. Outro cobertura desse nível condiz como a ordem foi inserido. Sistemas de computadores talvez abastecidos automaticamente por um determinado procedimento de programação, vendas direto no balcão, entre outros. O nível em que os processos devem ser descritos depende dos procedimentos utilizados pela empresa. Para a maioria dos procedimentos de nível 2 diagramas de processo contribuem para identificar problemas estruturais na cadeia de suprimentos. Esquemas desenhados sobre os processos de Nível 3 contribuem com a identificação dos pontos de decisão e processos internos. Os processo de codificação podem diferir através dos níveis. Existem representações para os processos de Nível 1, Planejamento, Compra, Produção, Entrega e Retorno. Já os Processos de Nível 2 adiciona-se um número para a maioria como exemplo SD1 69 para entregar os produtos estocado. Para os processos de Nível 3 adiciona-se um período seguido de um número único, como exemplo tem-se sD1.1 que é utilizado em processos de investigação e citações. Existem exceções para os processos de retorno dentro dos processos de Nível2 relacionados ao Retorno, onde estes processos necessitam reconhecer a diferença entre o retorno para si mesmo (advindo do fornecedor) ou a receber um determinado retorno do cliente. O processos de Nível 3 podem ainda ser relacionados com autorização de defeituoso a devolução de produtos, entre outros (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 2.9.3 Modelo SCOR - Práticas e Pessoas As Práticas anteriormente eram conhecidas como "melhores práticas", estas fornecem um conjunto de práticas da indústria e de empresas famosas por seus valores. A prática é uma atitude inédita para configurar um processo ou um conjunto de processos. A singularidade pode estar conexa com a automação do processo, uma tecnologia justaposta no processo, desenvolturas especiais aplicadas para o processo, um encadeamento único para o desempenho do processo, ou um procedimento único para distribuir os processos de transação entre empresas. O modelo SCOR reconhece que distintas qualificações de diferentes práticas podem existir dentro de qualquer organização como práticas emergentes, melhores práticas, práticas padrão, práticas em declínio, entre outras. O modelo SCOR adota a qualificação de uma prática em diversas nomenclaturas propostas pelas organizações e/ou áreas geográficas. Para algumas empresas pode ser utilizado uma prática padrão, enquanto que a mesma prática pode ser nomeada uma prática emergente para uma outra empresa. A classificação de práticas no modelo SCOR foi constituída com base na entrada de profissionais e especialistas de várias indústrias. Todas as práticas utilizadas no modelo SCOR tem sido mapeadas e desenvolvidas através de uma ou mais espécies. O modelo SCOR 11.0 reconhece no total 21 classificações. Estas classificações contribuem na identificação de práticas por área de foco, como exemplo pode-se ter a gestão de inventário ou a introdução de novos produtos (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). As Pessoas foram introduzidas a partir do modelo SCOR 10.0 e estes fornecem um padrão para apresentar as habilidades imprescindíveis para executar afazeres e gerenciar os processos. Comumente essas habilidades são específicas da cadeia de suprimentos. Determinadas habilidades identificadas podem ser aplicáveis fora do escopo dos processos da cadeia de suprimentos. Habilidades são definidas por uma descrição padrão e associadas a aspectos de outras pessoas como aptidões, experiências, treinamentos, nível de competência 70 entre outros. No Nível l essas competências não estão descritas na Figura 4 (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). O modelo SCOR reconhece cinco níveis de competência habitualmente aceitos que são o de Iniciante 1 que está relacionado as pessoas sem qualquer treinamento e/ou experiência. Existe o Iniciante 2 que realiza os trabalhos com uma percepção situacional restrita. Existe o Competente que é aquela pessoa que compreende o trabalho e pode definir as prioridades para se alcançar os objetivos. Existe o Proficiente que supervisiona todos as exterioridades do trabalho podendo priorizar algumas ações com base em aparências situacionais. Por último existe o Especialista que tem uma compreensão intuitiva, estes podem aplicar padrões de experiência para gerar novas situações. Estes níveis de competência são utilizados como processos ou práticas de maturidade entre os níveis (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). A especialização da pessoa ou do trabalho é analisado no indivíduo encontrado (pessoa) e/ou no desejado (especificação de trabalho) de acordo com o nível de competência. A existência de codificação dentro da seção de Pessoas consiste da união das competências, bem como, as disposições, experiências e treinamento que definem as envergaduras. Todos as identificações das pessoas iniciam com uma letra maiúscula seguida da letra T para treinamentos. Estes são sequenciados por um período e um número de dígitos, como exemplo pode-se ter HT.0039. Tal número de identificação, por exemplo, o 0039, não indica qualquer tipo de privilégio, importância ou outro significado. É único e exclusivamente utilizado como um identificador (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 2.9.4 Alterações do Modelo SCOR 11.0 Alterações na revisão do modelo SCOR 11.0 proveem atualizações para três seções que são as métricas, processos e práticas de métricas, estas atualizações ocorreram nas métricas de Custo com relação ao (Custo Total de Servir), substituindo as métricas de relacionadas a custos que eram expostas anteriormente e que causavam confusão. Modificou-se também os Custo dos Produtos Vendidos, onde estes foram rebaixados para uma métrica de Nível 2 servindo como uma análise para o Custo Total de Servir. Foram definidas melhorias para as métricas de Nível2 e 3 com relação a diagnósticos, A habilitação de processos é agora um processo de Nível 1, Alguns processos do Nível3 não são mais categorizações, estando agora no mesmo nível de detalhamento do Planejamento, Compra, Entrega, Produção e Retorno. Todas as melhores práticas devem ser agora classificadas, esclarecendo as descrições a que estão ligadas, processos e métricas (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 71 As alterações nas métricas de custo foram conduzidas com base em preocupações constantes do Nível1, onde estas métricas eram confusas criando potenciais sobreposições. No modelo SCOR 10.0 as métricas do Nível 1 eram difíceis de referenciá-las como exemplo temse a interpretação do Custo dos Produtos Vendidos (CPV) que difere por setor, empresa e provavelmente até mesmo fornecer corrente, isso foi ajustado. Por fim, os profissionais responsáveis pelas alterações levantaram a bandeira de que a tomada de decisões da cadeia de suprimentos com base apenas nos Custos dos Produtos Vendidos poderia proporcionar resultados incertos. O modelo SCOR 11.0 apresenta métricas de custo que sobrevêm sobre o ponto de consumo ou emprego. As alterações de melhores práticas no modelo SCOR 11.0 reflete a mudança na forma como as empresas estão utilizando estas práticas, a maneira como estas padronizam (e automatizar) seus processos (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 2.9.5 Alterações nos Processos no Modelo SCOR 11.0 O modelo SCOR é desenvolvido e sustentado pelos esforços voluntários dos integrantes da Supply Chain Council (SCC). Diferente de outras organizações com vastas equipes técnicas, o SCC depende dos subsídios dos seus membros para progredir o estado dos conhecimentos na cadeia de suprimentos, identificando as modificações necessárias do modelo, pesquisando e validando essas alterações, desenvolvendo um consonância sobre as mudanças propostas. As versões dos modelos SCOR anteriores a versão 6.0 foram criados em uma estrutura de comissão que foi focalizada no desenvolvimento de um modelo estável, que poderia ser utilizado por integrantes experientes da SCC, bem como, por empresas recém-introduzidos no modelo SCOR (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). Em 2002, confiante de que o equilíbrio do modelo havia sido comprovado por mais de cinco anos de experiência de aplicação pelos integrantes da SCC, estes modificaram seu foco desenvolvendo técnicas de implementações específicas. Atualmente, o processo de desenvolvimento técnico atualizado é constituído de equipes de projeto compostas por voluntários da SCC e integrantes de seu Conselho. Estas equipes são grupos curta duração que se concentram na aplicação sobre os desafios de modelos específicos. Acredita-se que o prazo normal de uma equipe gire em torno de três a seis meses de duração. O processo de alteração e arranjo das atividades da equipe do projeto é comandado por um grupo de voluntários eleitos, amparada por um integrante do projeto SCC (pessoal). Modificações no modelo são iniciadas por um integrante voluntário ou membros do SCC. O fundamental mecanismo de modificação do modelo é a equipe do projeto. Essas equipes propõem áreas de investigação, desenvolvendo 72 propostas para o aprimoramento dos modelos, publicando os resultados da pesquisa no site do SCC. Usuários podem adicionar comentários e sugestões às métricas do modelo SCOR, aos processos, às práticas e às habilidades. Para isso, basta obter mais informações no site: http://supply-chain.org/online-access (SUPPLY CHAIN COUNCIL, 2012). 2.10 CADEIAS PRODUTIVAS TÊXTEIS O parâmetro utilizado por Lacerda (2014) para analisar a cadeia produtiva têxtil foi à variedade de negócios que contemplem as fases desta cadeia produtiva. Quanto mais vasta for à variedade de negócios, mais competitivo ele se torna. A distribuição segundo Araújo (2006) pode se dá através de sacoleiros, grandes magazines, varejistas entre outros que adquirem os produtos. Analisa-se que a composição da cadeia produtiva envolve vários elos de cadeias produtivas bastante complexas. Conforme Nascimento (2006) os passos que mais se destacam são os do segmento de fiação e tecelagem, pois são etapas que demandam mais investimento em capital. Outro item que se sobressai está relacionado ao melhoramento do aparato tecnológico, que está voltado ao desenvolvimento de novos desenhos e cortes de produtos (LACERDA, 2014). Após avaliar a cadeia têxtil de confecções do agreste Pernambucano, Lacerda (2014) relata que muitos empreendimentos são compradores de outras empresas do setor na região. Na cidade de Toritama/PE pode-se encontrar desde o fabricante de fios, passando pela produção de artigos têxteis, atacadistas e varejistas de confecção até a confecção de vestuário. As relações de terceirização são dominantes dentro da cadeia. Conforme o estudo de Andrade (2008) todas os empreendimentos formalizados contratam a produção de outras empresas do local, fortalecendo as organizações da cadeia. Dentre as etapas do processo que são mais terceirizadas destacam-se as atividades que envolvem os processos de costura em geral, processos de lavanderia, máquinas e tingimento. Esses processos tornam-se corrente na medida em que existe o aumento das demandas. Uma cadeia produtiva têxtil pode ser composta por múltiplos elos, empreendimentos de vários setores, desde fornecedores de matérias- prima e insumos, embalagens, transformação, entre outros. O SENAI do estado de São Paulo desenvolveu um estudo sobre algumas cadeias produtivas têxteis e mapeou estes em um fluxograma, apresentando uma visão geral de algumas cadeias produtivas (FIESP, 2011). A Figura 5 apresenta um fluxograma com todos os elos da cadeia produtiva da indústria têxtil, confecção e vestuário. 73 Figura 5 – Fluxograma da Cadeia Produtiva do Setor Têxtil e Confecção Fonte: Adaptado da FIESP (2011) 74 Pode-se observar na ilustração anterior a especialização das empresas que constituem a cadeia produtiva têxtil, onde as organizações desenvolvem internamente poucos passos da cadeia produtiva, terceirizando uma parte expressiva de suas atividades e,desta forma, colaborando para o fortalecimento da cadeiatornando esta mais competitiva (FIESP, 2011; LACERDA, 2014). 2.11 VARIÁVEIS ELENCADAS NA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA As variáveis foram elencadas no processo de pesquisa bibliográfica que representam os arranjos produtivos e as variáveis do modelo SCOR para a medição de performance na cadeia de suprimentos. Schönsleben (2000) apresenta alguns atributos de desempenho logísticos em arranjos produtivos. Segundo o autor, esses atributos avaliam o efeito da logística nos escopos globais da organização. O Quadro 2 apresenta os atributos do desempenho logisticos em arranjos produtivos, propostos por Schönsleben (2000). Quadro 2 – Atributos do Desempenho Logístico em Arranjos Produtivos Atributos VP1 Nome dos Atributos Taxa de desperdício de produção VP2 Taxa total de Reclamações VP3 Giro do Estoque VP4 Giro de trabalho no processo VP5 Disponibilidade de capacidade VP7 Eficiência dos núcleos de trabalho Taxa do custo de gestão VP8 Nível de entrega VP9 Tamanho do lote VP10 Parcela de aprovisionamento VP11 Volume de trabalho VP12 Tempo de resposta VP13 Nível de polivalência da equipe VP14 Flexibilidade produtiva VP6 Fonte: Elaborado pelo autor Descrição dos Atributos Referência Taxa de produção rejeitada Taxa de todas as reclamações (cliente, equipe e fornecedor) Giro do estoque dividido pelo estoque médio Trabalho médio em processo de produção Capacidade disponível dividida pela capacidade ideal Unidades produzidas atualmente divididas pelos núcleos de trabalho Custos da gestão no faturamento bruto Produtos entregues no prazo previsto. Quantidade média de produtos em um pedido Tempo demandado no aprovisionamento Tempos dos processos de trabalho Tempo decorrido desde a fabricação até o aprovisionamento Nível de polivalência devido a funcionários que executam várias operações dentro do processo produtivo Tempo de produção médio reduzido por um funcionário Schonsleben (2000) 75 O Quadro 3 apresenta os atributos de arranjos produtivos que incorporam as motivações envolvidas, sendo elencadas de diversos autores da literatura, referenciados na fundamentação teórica. Quadro 3 – Atributos das Motivações Envolvidas em Arranjos Produtivos Atributos VP15 VP16 VP17 VP18 VP19 VP20 VP21 VP22 VP23 VP24 VP25 VP31 VP32 VP33 VP34 Nome dos Atributos Quantidade de fornecedores na região Descrição dos Atributos Disponibilidade de fornecedores na região onde a empresa está situada Existência de mercados domésticos e Mercados próximos internacionais Recursos naturais Existência de recursos naturais Nível de adequação das instalações (galpões, Nível de adequação das instalações maquinário, transportes, entre outros) Informação com fácil acesso Acesso à informação sendo facilitado Presença de rede de relações Existência de uma rede de relacionamentos sociais sociais Existência de cooperação para Existência de cooperação para completar recursos e aprendizagem recursos e aprendizagem Quantidade de negócios realizados Quantidade de negócios realizados entre a com empresas informais e/ou empresa e empresas informais profissionais autônomos Nível de confiança entre a empresa Nível de confiança entre a empresa e os e os concorrentes locais concorrentes locais (integrantes do arranjo) Trocas de conhecimento entre os Trocas de conhecimento entre os integrantes integrantes de forma não codificada Nível da administração da empresa (gestores Nível da administração da empresa e funcionários) relacionada as facilidades de relacionada as facilidades de compra, venda e produção compra, venda e produção Nível de mão-de-obra qualificada na empresa Presença de mão-de-obra especializada dentro da empresa Presença de associações de classe, cooperativas e/ou redes de relacionamento favorecendo a integração do arranjo Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais VP35 Eficiência coletiva presente VP37 Nível de objetivos comuns entre a empresa e os concorrentes locais VP38 Nível de importância para empresa de instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento Instituições para interação entre integrantes Presença de políticas e ações públicas voltadas para VP40 aproximação da empresa as instituições de ensino e pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor VP39 Nível de mão-de-obra qualificada dentro da empresa Presença de mão-de-obra especializada dentro da empresa Existência de associações de classe e comerciais favorecendo a integração da empresa com seus concorrentes (integrantes do arranjo) Nível de cooperação entre empresas competidoras (integrantes do arranjo) Presença de eficiência coletiva entre os integrantes Existência de objetivos comuns entre empresas competidoras (integrantes do arranjo) Nível de importância para empresa de instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento como SEBRAE, SENAI, SESI e IFRN Presença de instituições que favoreçam a interação entre os integrantes Presença de políticas e ações públicas para aproximação as instituições de ensino e pesquisa Referência Fonseca Neto (2002) Lemos (2003) Lemos, Santos e Crocco (2003) Mendonça (2008) Storper (1995) Tigre (2006) 76 O Quadro 4 exibe os atributos que englobam as ações estratégicas envolvidas nos arranjos produtivos. Abordando a teoria de diversos autores da literatura. Quadro 4 – Atributos das Ações Estratégias Envolvidas em Arranjos Produtivos Atributos VP41 VP42 Nome dos Atributos Nível de existência de estrutura física comum entre a empresa e os concorrentes locais Reciclagem e aproveitamento de resíduos VP43 Extração dos recursos naturais VP44 VP46 Ações de responsabilidade social Reestruturar as linhas de produção Ações inovativas VP47 Equipamentos coletivos VP45 VP50 Elaboração de novos equipamentos Padrão e qualidade das embalagens dos produtos Criar um programa de marketing VP51 Presença de controle de qualidade VP48 VP49 VP52 VP53 VP54 Geração de design competitivo e moderno para os produtos Estudos de mercados Banco de potenciais clientes Importância da qualidade da VP55 mão-de-obra Importância do custo da mão-deVP56 obra Relevância da qualidade dos VP57 equipamentos Relevância da capacidade de VP58 inserir inovações VP59 Posicionamento no mercado Frequência de compras de matéria-prima e insumos da VP60 empresa em conjunto com outras do mesmo setor Cursos de capacitação e formação VP61 profissional Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais VP62 na aquisição de serviços especializados Centros tecnológicos de uso VP63 coletivo Nível de importância das cooperativas de crédito que VP64 atendem a empresa e os concorrentes Fonte: Elaborado pelo autor. Descrição dos Atributos Referência Nível de estrutura comum (galpões) entre a empresa e seus concorrentes (integrantes do arranjo) para armazenamento e produção de mercadorias Reciclagem e aproveitamento de resíduos Extrair racionalmente e conscientemente os recursos naturais Realização de ações de responsabilidade social Reestruturar as linhas de produção Existência ao estimulo de ações inovativas Presença de utilização de equipamentos de modo coletivo Costa (2007) Desenvolver e elaborar novos equipamentos Embalagens dos produtos existentes de forma padronizada com qualidade. Criação de um programa de marketing em conjunto Presença de controle de controle de qualidade implementado Geração de design competitivo e moderno para os produtos Criação de estudos de mercados Criar um banco de potenciais clientes Importância da qualidade da mão-de-obra dentro do arranjo Importância do custo da mão-de-obra dentro do arranjo Relevância da qualidade dos equipamentos dentro do arranjo Relevância da capacidade de inserir inovações dentro do arranjo Posicionamento no mercado dentro do arranjo Matos, Stallivieri e Britt (2014) Frequência de compras de matéria-prima e insumos realizadas pela empresa em conjunto com outras empresas junto aos fornecedores. Existência de cursos de capacitação e formação profissional Nível de cooperação entre a empresa e seus concorrentes (integrantes do arranjo) na aquisição de serviços especializados (técnicos, engenheiros, entre outros) Existência de centros tecnológicos de uso coletivo Nível de importância das cooperativas de crédito que atendem a empresa e os concorrentes disponíveis aos integrantes do arranjo Schmitz e Nadvi (1999) 77 O Quadro 5 expõe os atributos que compõem os benefícios e aprendizagem em arranjos produtivos. Contemplando a teoria de diferentes autores da literatura. Quadro 5 – Atributos de Benefícios e Aprendizagem em Arranjos Produtivos Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos VP65 Riscos compartilhados Existência de compartilhamento de riscos VP66 Troca de conhecimento Troca de conhecimento pelo arranjo VP67 Troca de recursos Troca de recursos pelo arranjo VP68 Poder de barganha Diminuição de custos em pesquisa Poder de compra fortalecido pelo arranjo VP69 Barreiras aos novos entrantes Amato Neto (2000) Diminuição de custos em pesquisa Implantação de barreiras aos novos entrantes Facilidade de acesso à matériaFacilidade de acesso à matéria-prima VP72 prima através do arranjo VP73 Estimulo ao treinamento Estimulo ao treinamento dos integrantes Incentivo e políticas públicas que Incentivo e políticas públicas que VP74 a empresa tem na contratação de contribuam para contratação de novos novos funcionários funcionários Nível de aprendizagem adquirido Nível de aprendizagem adquirido pelos VP75 no dia-a-dia da empresa pelos funcionários no dia-a-dia da empresa funcionários Nível de conhecimento que a Aprendizagem adquirida com integrantes VP76 empresa adquire com outros similares do arranjos (concorrentes) concorrentes locais Nível de conhecimento que a Aprendizagem adquirida com outros VP77 empresa adquire com clientes e participantes do arranjo (fornecedores e fornecedores clientes) Nível de conhecimento e Nível de conhecimento e capacitação que capacitação que a empresa a empresa adquire com instituições de VP78 adquire com instituições de apoio apoio ao crescimento e desenvolvimento ao crescimento e como SEBRAE, SENAI, SESI e IFRN desenvolvimento Aprendizagem a partir de Aprendizagem a partir de serviços VP79 serviços especializados especializados Aprendizagem com demais Aprendizagem com demais agentes que VP80 agentes podem a vir compor o arranjo Incremento da produtividade dos Incremento da produtividade dos VP81 integrantes integrantes do arranjo Diminuição dos custos de Diminuição dos custos de transação VP82 transação dentro do arranjo Fonte: Elaborado pelo autor. VP70 Referência Ferreira Junior e Teixeira (2007) Lastres e Cassiolato (2005) Matos, Stallivieri e Britt (2014) Tristão (2000) Zdebski (2011) O Quadro 6 apresenta os atributos de externalidades, densidade e cooperação em arranjos produtivos. Matos, Stallivieri e Britt (2014) apresentam alguns atributos de arranjos produtivos que abordam as externalidades, densidade e cooperação que possam apresentar incidencia perante o grupo. 78 Quadro 6 – Atributos de Externalidades, Densidade e Cooperação em Arranjos Produtivos Atributos VP83 VP84 Nome dos Atributos Qualidade nas externalidades da mão-de-obra Custos de externalidades da mão-de-obra Externalidades para apoio a produção Maior concentração das vendas aos clientes Externalidade relacionadas aos serviços de apoio Integração em redes de produção Descrição dos Atributos Mão-de-obra externalizada de qualidade Custos de mão-de-obra externalizadas Apoio a produção adquirido externamente Regiões ou lugares onde concentram-se VP86 a maior parte das vendas da empresa Serviços de apoio adquiridos VP87 externamente Integração e interação junto as redes de VP88 produção Cooperação entre integrantes similares VP89 Cooperação verticalizada do arranjo (competidores) Cooperação entre outros integrantes do VP90 Cooperação horizontalizada arranjo (fornecedores, clientes) Cooperação com instituições Cooperação junto a instituições de VP91 de ciência e tecnologia ciência e tecnologia Cooperação junto a serviços Cooperação junto a serviços VP92 especializados especializados Cooperação junto a demais Cooperação junto a demais agentes VP93 agentes integrantes do arranjo Fonte: Elaborado pelo autor VP85 Referência Matos, Stallivieri e Britt (2014) Com relação à medição de performance na cadeia de suprimentos, a pesquisa baseou-se na investigação das variáveis do modelo SCOR que foram adaptadas de SUPPLY CHAIN COUNCIL (2012) através da literatura científica. Procurou-se adaptar o instrumento de pesquisa para ser aplicado aos empresários dos principais setores têxteis da região Seridó/RN. Os Quadros A, B e C apresentam os atributos referentes a confiabilidade do modelo SCOR. Com relação ao nível de receptividade do modelo SCOR que foram adaptadas de SUPPLY CHAIN COUNCIL (2012), estes são exibidos nos Quadros D, E e F. As variáveis pertencentes ao nível de agilidade do modelo SCOR serão exibidas no Quadro G. As variáveis integrantes do nível de eficiência do gerenciamento de ativos do modelo SCOR serão expostas nos Quadros H e I. Todos os Quadros com as variáveis utilizadas no modelo SCOR que foram adaptadas de SUPPLY CHAIN COUNCIL (2012), encontram-se no apêndice E. Na etapa que corresponde a preparação da metodologia, esta lida com o esquema metodológico, tipo de pesquisa, universo da pesquisa, entrevistas, variáveis analíticas, instrumento de pesquisa, plano de coleta de dados e tratamento dos dados. 79 3. METODOLOGIA 3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO Para a obtenção dos objetivos da pesquisa, foram realizados os processos metodológicos ilustrados na Figura 6. Figura 6 – Esquema Metodológico Fonte: Elaborado pelo autor 80 O esquema metodológico da figura 6 descreve todas as etapas de criação, execução e obtenção das análises dos resultados obtidos. Durante a revisão, alcançaram-se as opções mais adequadas sobre arranjos produtivos e modelo de medição de desempenho na cadeia de suprimentos, utilizando o modelo SCOR. Com o embasamento teórico sobre o assunto bem estruturado, definiu-se a realização do estudo que caracterizou os arranjos produtivos das micro e pequenas empresas têxteis da região Seridó/RN e suas relações com a cadeia de suprimentos. Após essa definição, uma entrevista estruturada foi utilizada empregando método survey junto aos gestores têxteis. Com isso, as variáveis analíticas do estudo foram definidas, o que possibilitou a realização, elaboração e validação do instrumento de pesquisa. Com os dados coletados junto às empresas, realizou-se um tratamento das informações para a obtenção dos resultados. Foram elaborados quatro quadros que expõem as diretrizes norteadoras para a conquista do alcance dos objetivos específicos. Cada um, desses quadros, apresenta as diretrizes referentes a cada um dos quatro objetivos específicos, os quais foram necessários para a obtenção do objetivo geral do estudo. Os quadros encontram-se no apêndice D. 3.2 TIPO DE PESQUISA O tipo de pesquisa se caracteriza por ser exploratória, adotando o levantamento bibliográfico e a aplicação de questionário. Para Hair Jr. et al. (2005), a pesquisa exploratória objetiva municiar/abastecer o pesquisador de um maior conhecimento sobre a questão ou problema de pesquisa. A presente pesquisa proporcionou maiores esclarecimentos sobre os arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN e suas relações com a cadeia de suprimentos. A pesquisa foi alcançada de forma quantitativa, com o objetivo de ratificar as variáveis identificadas na bibliografia (HAIR JR. et al., 2005; GIL, 1999; MATTAR, 2012). A presente pesquisa abordou as características do universo dos principais setores têxteis. O trabalho foi descritivo e de natureza aplicada. Este método serviu para delinear as características dos sujeitos da pesquisa, aferindo o comportamento dos pesquisados e analisando as frequências obtidas. A aplicação da técnica quantitativa foi empregada em virtude da coleta de dados obtida na pesquisa utilizando uma análise estatística. Desse modo, foi 81 possível confirmar a incidência das variáveis na investigação, convencionando credibilidade à análise do trabalho (HAIR JR. et al., 2005; GIL, 1999; MATTAR, 2012). Existiu ainda a aplicação de uma etapa qualitativa, que foi aplicada em forma de entrevista. O emprego dessa técnica foi utilizado com o objetivo de buscar nas respostas, as percepções dos entrevistados sobre arranjos produtivos têxteis e suas relações com a cadeia de suprimentos. Desse modo, correlacionaram-se as respostas adquiridas nas entrevistas com as variáveis propostas na bibliográfica (HAIR JR. et al., 2005; GIL, 1999). Optou-se por uma pesquisa de campo com a aplicação de questionário. A utilização de uma abordagem de pesquisa quantitativa pode ser ratificada através de uma pesquisa voltada para dados quantificados através de um instrumento de pesquisa (questionário) (HAIR JR. et al., 2005). 3.3 UNIVERSO DA PESQUISA A região Seridó/RN é uma área geográfica e cultural integrante do estado do Rio Grande do Norte. Seu território é compreendido pelas microrregiões do Seridó Ocidental e Oriental. Compreendendo uma área de 9.374.063 km² com uma população estimada em 310.067 habitantes, segundo levantamentos do IBGE de 2014, a região também possui predicados históricos e culturais únicos se conferidas a outras áreas do Rio Grande do Norte. Sendo bastante procurada pelo turismo gastronômico, por eventos culturais e esportes radicais. A região apresenta a maior concentração de municípios com índice de desenvolvimento humano (IDH) elevado ou médio-elevado das regiões Norte e Nordeste do país. Um dos fatores que contribui para esse elevado IDH da região, pode ser a presença de indústrias têxteis, as quais possuem um papel significativo para a economia local (SERIDÓ, 2015). Conforme levantamentos do SENAR-RN (2013) existem na região 90 facções, responsáveis por mais de 1.800 empregos diretos e indiretos. Dados da Associação Seridoense de Confecções (ASCONF), apontam que a região do Seridó/RN é o setor do estado com a maior concentração de facções, responsáveis por movimentar cerca de R$ 2 milhões/mês. A expectativa é que, com o novo programa do governo - o Pró-Sertão, esses números sejam expandidos, e 360 novas facções sejam criadas no RN, gerando 20.000 empregos até dezembro de 2018 (FJA-RN, 2013). Segundo dados do SEBRAE-ASN (2013) e de Leal (2007), a região Seridó/RN reúne 80 bonelarias que respondem por mais de 1.300 empregos diretos e indiretos, 82 produzindo em torno de 1,4 milhões de peças/mês (V&C, 2011). Além de facções e bonelarias, na região seridoense há o funcionamento de 250 tecelagens que geram mais de 2.900 empregos diretos e indiretos, produzindo cerca de 500 toneladas de produtos têxteis ao mês. Segundo levantamentos do PEGN (2007), a região Seridó/RN é o maior polo produtivo de panos de limpar prato da região Nordeste do Brasil, sendo a cidade de Jardim de Piranhas/RN o principal produtor desse ramo. Essas três categorias totalizam 420 MPE’s têxteis, empregando direta ou indiretamente mais de 6.000 pessoas. Existem ainda, na região, a área têxtil de pequenas confecções. Contudo, estas não foram incluídas na pesquisa por não terem uma representatividade elevada, tanto na força de trabalho quanto na contribuição per capita da região. Segundo Hair Jr. et al. (2005), o universo da pesquisa representa a população ou o grupo total de indivíduos no qual o pesquisador precisa obter informações. Nesta pesquisa, optou-se por utilizar o universo dos principais setores têxteis de MPE’s localizadas na região Seridó/RN, englobando facções, bonelarias e tecelagens. Estas empresas situam-se nos municípios de Jardim de Piranhas, Caicó, São José do Seridó, Jardim do Seridó, Acari, Cruzeta, São Fernando, Serra Negra do Norte, Currais Novos, Cerro Corá, Parelhas e Ouro Branco. Utilizou-se uma abordagem censitária que, para Mattar (2012), aumenta o nível de confiança e eleva a precisão da pesquisa. Buscou-se aplicar o questionário em todos os indivíduos do universo proposto, procurando absorver a maior quantidade possível de integrantes. A maior incidência de empresas de tecelagem foi detectada no município de Jardim de Piranhas/RN, seguido por Caicó/RN e Currais Novos/RN. A cidade de Caicó/RN apresentou a maior concentração de bonelarias, seguida por Serra Negra do Norte/RN e São José do Seridó/RN. As facções apresentaram uma maior incidência de fábricas nos municípios de Jardim do Seridó/RN, São José do Seridó/RN e Acari/RN, seguido por Parelhas/RN, Cruzeta/RN, Cerro Corá/RN, São Fernando/RN e Ouro Branco/RN. Durante todo o processo da etapa de coleta, os empresários do setor de tecelagem colaboraram com um retorno de 238 questionários, com representatividade de 95,2% do universo. Dentre os 90 empresários faccionistas, obteve-se um retorno de 77 questionários, representando 85,6% do universo total do grupo. No setor de bonelaria, 58 empresários contribuíram com a pesquisa, obtendo um percentual de 72,5% de respostas. Obteve-se 373 respondentes nos três setores, com representatividade de 88,8% do universo. O Quadro 7 apresenta dados demográficos dos municípios que sediam as empresas envolvidas neste estudo. A Figura 7 ilustra o mapa do RN, destacando a região e as cidades que sediam essas empresas. 83 Quadro 7 – Municípios, Áreas, População e PIB Área (km²) Caicó 1 228,574 66.246 803.9 milhões 12.136,40 São José do Seridó 174,504 4.488 30.7 milhões 6.280,00 Ouro Branco 253,300 4.860 45.7 milhões 9.398,00 Cruzeta 295,829 8.182 69.4 milhões 8.489,00 Jardim de Piranhas 330,533 14.342 122.2 milhões 8.568,00 368,643 12.526 97.8 milhões 7.809,00 Cerro Corá 393,569 10 928 81.6 milhões 7.467,00 São Fernando 404,415 3.556 46.3 milhões 13.029,00 Parelhas 513,052 21.288 165.4 milhões 7.772,00 Serra Negra do 562,395 8.083 40.9 milhões 5.069,00 Acari 608,565 11.355 84.1 milhões 7.406,91 Currais Novos 864,341 44.528 476.8 milhões 10.709,78 Jardim do Seridó Norte Fonte: SERIDÓ 2015. População em 2013 PIB (R$ 1.000,00) em 2013 PIB per capita em 2013 Município 84 Figura 7 – Ilustração do Mapa do RN com Destaque à Região Seridó/RN Fonte: Elaborado a partir de base cartográfica existente no site do IBGE. 85 3.4 ENTREVISTAS Conforme assevera Mattar (2012), o método de entrevistas é útil quando se almeja encontrar aspectos que não podem ser notados e medidos inteiramente, como pensamentos, sentimentos, experiências, intenções e condutas passadas por outros. Nesta pesquisa, foi utilizada a entrevista pessoal realizada individualmente, constituindo um contato direto do entrevistador com o entrevistado - para a obtenção das informações. O entrevistador efetuou as perguntas existentes no apêndice A, tomando nota dos retornos dos entrevistados. As entrevistas foram aplicadas à 30 empresários de MPE’s têxteis da região Seridó/RN. Constituíram 10 entrevistas aos empresários do setor de tecelagem, 10 entrevistas ao setor boneleiro e 10 entrevistas ao setor de facções. O roteiro das entrevistas, aplicado aos empresários têxteis, abordou diversos temas ligados aos arranjos produtivos e às cadeias de suprimentos, tratando questões sobre matériaprima, ambiente de trabalho, mercado de atuação, produção, suporte e apoio de outras instituições, bem como assuntos relacionados aos arranjos produtivos. Após os depoimentos das entrevistas, todas as informações capturadas pelo áudio da gravação foram redigidas na íntegra. Foram identificados, dentre as frequências do padrão de respostas dos entrevistados, questões que seriam compatíveis com as variáveis elencadas na revisão bibliográfica, reconhecendo novas variáveis que pudessem ser aplicadas. Mesmo com declarações fora do padrão, foram averiguadas as relevâncias de suas respostas. Conforme aponta Mattar (2012), a explanação dos dados é subjetiva, uma vez que o pesquisador poderá descobrir por conveniência algo que permaneça ligado aos próprios pontos de vista sobre o problema (HAIR JR. et al., 2005). Partindo da obrigação de conferir e ratificar as variáveis elencadas na literatura, essas entrevistas realizadas em forma de pesquisa qualitativa, aferiram similaridades com as variáveis elencadas. Novas variáveis que não foram abordadas na pesquisa bibliográfica surgiram, contribuindo para o aperfeiçoamento da pesquisa (HAIR JR. et al., 2005). 3.5 VARIÁVEIS ANALÍTICAS As variáveis analíticas foram selecionadas a partir das variáveis elencadas na revisão bibliográfica, presentes no Capítulo 2. Também estão inseridas as novas variáveis que se 86 destacaram no processo de entrevistas. O processo de seleção dessas variáveis seguiu as bases das seguintes diretrizes: A eliminação de similaridades existentes dentro das variáveis de pesquisa que correspondem aos arranjos produtivos (AP). Como exemplo, tem-se: a variável Aprendizagem adquirida com outros participantes com a variável Troca de conhecimento pelo arranjo. Observa-se que ambas as variáveis tratam da aprendizagem adquirida entre os participantes do arranjo. A eliminação de variáveis comuns aos arranjos produtivos (AP) e ao modelo SCOR. Como exemplo, tem-se: Giro do Estoque que pertence aos arranjos produtivos e Capital empatado em estoque de produto acabado do modelo SCOR. Ambas remetem ao capital em quantidade de estoque disponível após os processos produtivos. Aglutinação, justaposição ou variáveis específicas. Como exemplo, tem-se: Cooperação verticalizada, Cooperação horizontalizada, Cooperação com instituições de ciência e tecnologia, Cooperação junto a serviços especializados, Cooperação junto a demais agentes. Universo proposto na pesquisa representado por empresas pertencentes ao grupo das MPE’s têxteis da região Seridó/RN. Existem variáveis que não se aplicam a este grupo, por exemplo: Valor do estoque defeituoso disponível para reparo no fornecedor ou Tempo demandado em testes de produção. A realização das entrevistas com empresários têxteis da região. Percebeu-se que algumas variáveis poderiam ser removidas da pesquisa. Surgiram 15 novas variáveis advindas das necessidades regionais desses grupos, as quais foram inseridas dentro dos arranjos produtivos. O Quadro 8 exibe as variáveis de arranjos produtivos que se referem ao abastecimento e a distribuição. Essas variáveis lidam com a relação de abastecimento entre os fornecedores e as empresas pertencentes ao arranjo além de fazer uso dos relacionamentos de distribuição existentes entre as empresas e os clientes. Essas variáveis de abastecimento e distribuição mantém relação direta com a disponibilidade e dificuldades impostas por fatores externos, 87 comprometimento da produção, acessibilidade, contribuições e colaborações, importância sobre divulgação de produtos, concentração de vendas e dificuldades produtivas em períodos de alta demanda do mercado. As variáveis foram obtidas após análise, utilizando a teoria de Fonseca Neto (2002), Matos, Stallivieri e Britt (2014) e das oriundas do estudo. Quadro 8 – Atributos para Caracterização dos Arranjos Produtivos Referentes ao Abastecimento e Distribuição Atributos Q2 Q4 Q9 Q30 Q31 Nome dos Atributos Quantidade de fornecedores na região Fornecedores com acesso via sistema de informação aos estoques de matériaprima da empresa Descrição dos Atributos Disponibilidade de fornecedores na região onde o arranjo (grupo de empresas) estão localizadas. Em qual medida o fornecedor tem acesso direto via sistema ao estoque da empresa. Nível de comprometimento da Nível de comprometimento da produção devido à produção por baixa oferta de matéria-prima em alguns períodos do sazonalidade de ano matéria-prima Nível de dificuldades impostas pela Nível de dificuldades impostas pela localização da localização no envio de empresa com relação ao envio de mercadorias mercadorias para os produzidas (entrega dos produtos acabados) clientes Maior concentração das vendas aos clientes Nível de dificuldades impostas pela localização da empresa Q32 relacionado ao recebimento de matériaprima e insumos Nível de contribuição na produção de Q37 fornecedores participativos e prestativos Nível de importância dos clientes distribuidores na Q47 divulgação e apresentação dos produto Nível de produção Q50 afetada por período de alta demanda de vendas Fonte: Elaborado pelo Autor. Referência Fonseca Neto (2002) Regiões ou lugares onde concentram-se a maior parte das vendas da empresa Variáveis advindas da pesquisa Matos, Stallivieri e Britt (2014) Nível de dificuldades impostas pela localização da empresa com relação ao recebimento de matériaprima e insumos (obstáculos pela localização no recebimento de matéria-prima) Nível de contribuição na produção do fornecedor que entra sempre em contato, é participativo e prestativo Quão importante é o cliente distribuidor (intermediador) na divulgação e apresentação dos seus produtos frente aos consumidores finais. Nível de produção afetada por aumento de vendas em períodos específicos do ano. Variáveis advindas da pesquisa 88 O Quadro 9 exibe as variáveis de arranjos produtivos referentes à produção em arranjos produtivos. Essas variáveis lidam com a relação de nível de polivalência da equipe, instalações, qualificação de mão-de-obra e a produtividade, por exemplo. Quadro 9 – Atributos para Caracterização dos Arranjos Produtivos Referentes a Produção Atributos Nome dos Atributos Q11 Qualidade da matéria-prima utilizada na produção Q16 Nível de padrão estético e qualidade das embalagens dos produtos Q22 Carteira com clientes antigos contribuindo com a programação da produção Q23 Nível de polivalência da equipe Q26 Nível de aprendizagem adquirido no dia-a-dia da empresa pelos funcionários Q33 Nível de adequação das instalações da empresa Descrição dos Atributos Em que nível de qualidade encontra-se a matéria-prima utilizada no processo produtivo Referência Variáveis advindas da pesquisa Nível de embalagens dos produtos existentes de forma padronizada e com qualidade Costa (2007) O tempo de relacionamento longo com um mesmo cliente contribuindo para a flexibilização na produção e entrega dos produtos Nível de polivalência devido a funcionários que executam várias operações dentro do processo produtivo Nível de aprendizagem adquirido pelos funcionários no dia-a-dia da empresa Nível de adequação das instalações da empresa (galpões, maquinário, transportes, entre outros) Nível da administração da empresa (gestores e funcionários) relacionada as facilidades de compra, venda e produção Variáveis advindas da pesquisa Schonslebe n (2000) Matos, Stallivieri e Britt (2014) Fonseca Neto (2002) Lemos, Santos e Crocco (2003) Nível da administração da empresa relacionada as Q36 facilidades de compra, venda e produção Nível de mão-de-obra Nível de mão-de-obra qualificada na empresa Q38 Mendonça qualificada na empresa dentro da empresa (2008) Presença de mão-de-obra Presença de mão-de-obra especializada Q39 especializada dentro da empresa dentro da empresa Nível de importância das Nível de importância das empresas que Q48 empresas que prestam serviços prestam serviços terceirizados durante os terceirizados processos produtivos Nível de absorção de produção devido à Nível de absorção de produção grande variedade de produtos existentes na Q51 de grande variedade de produtos linha de produção em baixas quantidades, em baixas quantidades podendo interferir em regulagens específicas Variáveis de maquinários, entre outros advindas da Nível de produtividade com a Nível de produtividade com a manutenção de pesquisa continuidade de grandes lotes um mesmo produto na linha de produção por Q52 com pouca variedade de um determinado tempo, ou com uma maior produtos quantidade do mesmo Nível de interferência de rígida Até que ponto uma fiscalização rígida dos fiscalização dos órgãos Q53 órgãos governamentais, atrapalha no dia-agovernamentais nos processos dia dos processos de produção. produtivos da empresa Fonte: Elaborado pelo Autor. O Quadro 10 exibe as variáveis de arranjos produtivos que se referem a aprendizagem e relacionamento. 89 Quadro 10 – Atributos de Caracterização dos Arranjos Produtivos Referentes a Aprendizagem e Relacionamento Atributos Q6 Q24 Q25 Q27 Q28 Q29 Q34 Nome dos Atributos Frequência de compras de matériaprima e insumos da empresa em conjunto com outras do mesmo setor Incentivo e políticas públicas que a empresa tem na contratação de novos funcionários Presença de políticas e ações públicas voltadas para aproximação da empresa as instituições de ensino e pesquisa Nível de conhecimento que a empresa adquire com outros concorrentes locais Nível de conhecimento que a empresa adquire com clientes e fornecedores Nível de conhecimento que a empresa tem como diferencial competitivo em relação aos concorrentes locais Quantidade de negócios realizados com empresas informais e/ou profissionais autônomos Nível de confiança entre a empresa e os concorrentes locais Nível de importância para empresa de instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento Nível de conhecimento e capacitação que a empresa adquire com instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais Nível de objetivos comuns entre a empresa e os concorrentes locais Presença de associações de classe, cooperativas e/ou redes de relacionamento favorecendo a integração do arranjo Nível de existência de estrutura física comum entre a empresa e os concorrentes locais Descrição dos Atributos Frequência de compras de matéria-prima e insumos realizadas por sua empresa em conjunto com concorrentes Incentivo e políticas públicas que contribuam para contratação de novos funcionários Presença de políticas e ações públicas para aproximação as instituições de ensino e pesquisa Aprendizagem adquirida com integrantes similares do arranjos (concorrentes) Aprendizagem adquirida com outros participantes do arranjo (fornecedores e clientes) Schmitz e Nadvi (1999) Matos, Stallivieri e Britt (2014) Tigre (2006) Matos, Stallivieri e Britt (2014) Nível de conhecimento que a empresa tem como diferencial competitivo com relação aos concorrentes Variáveis advindas da pesquisa Quantidade de negócios realizados entre a empresa e empresas informais Lemos, Santos e Crocco (2003) Nível de confiança entre a empresa e os concorrentes locais (integrantes do arranjo) Nível de importância para empresa de Q40 instituições de apoio como SEBRAE, SENAI, SESI e IFRN Nível de conhecimento e capacitação que a empresa adquire com instituições de apoio Q41 ao crescimento e desenvolvimento como SEBRAE, SENAI, SEISI e IFRN Nível de cooperação entre empresas Q42 competidoras (integrantes do arranjo) Existência de objetivos comuns entre Q43 empresas competidoras Existência de associações de classe e comerciais favorecendo a integração da Q44 empresa com seus concorrentes (integrantes do arranjo) Nível de estrutura comum (galpões) entre a Q45 empresa e seus concorrentes (integrantes do arranjo) para armazenamento e produção Nível de cooperação entre a empresa e seus Nível de cooperação entre a empresa concorrentes (integrantes do arranjo) na Q46 e os concorrentes locais na aquisição aquisição de serviços especializados de serviços especializados (técnicos, engenheiros, entre outros) Nível de importância das Nível de importância das cooperativas de Q49 cooperativas de crédito que atendem crédito que atendem a empresa e os a empresa e os concorrentes concorrentes disponíveis aos integrantes Acesso a matéria-prima, mão-deAté que ponto a ausência de parceiros Q54 obra e mercado prejudicado pela comerciais (concorrentes) pode atrapalhar ausência de concorrentes locais no processo e melhoria de produção Fonte: Elaborado pelo Autor. Q35 Referência Piore e Sabel (1984) Matos, Stallivieri e Britt (2014) Mendonça (2008) Piore e Sabel (1984) Mendonça (2008) Costa (2007) Schmitz e Nadvi (1999) Variáveis advindas da pesquisa 90 O Quadro 11 exibe as variáveis de medição de performance na cadeia de suprimentos utilizando o modelo SCOR 11.0. As variáveis foram agrupadas conforme os processos de Confiabilidade, Receptividade, Agilidade e Eficiência do Gerenciamento de Ativos. Quadro 11 – Atributos Utilizados na Pesquisa para Medição de Performance utilizando o modelo SCOR 11.0 Atributos Q1 Q3 Q5 Q7 Q8 Q10 Q12 Q13 Q14 Q15 Nome das Atributos Descrição dos Atributos Classificação processos Capital empatado em estoque de mercadorias acabadas (produtos finalizados em estoque) Capital empatado em estoque de matéria-prima e insumos para produção Capital empatado em estoque de produção acabada, disponível para abastecimento aos clientes Capital de estoque de insumos e matériaEficiência do prima disponíveis para produção. MatériaGerenciamento prima e insumos para abastecimento de Ativos Quantidade de insumos advindos de material Quantidade de material reciclado reciclado utilizados nos processos produtivos. utilizado na produção Nível de insumos e matéria-prima reciclados Nível de desperdício de matériaNível de desperdício de matéria-prima Confiabilidade prima na fabricação dos produtos durante a fabricação dos produtos Prazo médio disponibilizado pelos O tempo médio disponibilizado pelos fornecedores para realização de fornecedores para realização de pagamentos pagamentos de insumos e matéria-prima Receptividade Tempo médio utilizado pelos Tempo médio demandado pelo fornecedor fornecedores para entregar para entrega dos principais insumos e matéria-prima e insumos. matéria-prima Quantidade de recursos naturais Nível de recursos naturais como água e/ou (água, madeira) utilizados na madeira utilizados na produção Eficiência do produção. Gerenciamento Nível de gastos durante os processos de Ativos Gastos com a produção exceto produtivos exceto os gastos com matériamatéria-prima e insumos. prima e insumos Quantidade de pedidos atendidos Quantidade de pedidos atendidos corretamente pelos fornecedores conforme corretamente pelos fornecedores combinado Quantidade de pedidos entregues aos clientes Confiabilidade realizados corretamente com tempo, Quantidade de pedidos entregues quantidades, documentação de envio todos corretamente aos clientes conforme combinado Tempo médio de permanência na Eficiência do Média de tempo em que os produtos empresa dos produtos fabricados Gerenciamento fabricados permanecem dentro da empresa. (mercadoria acabada em estoque) de Ativos Tempo médio de produção dos Média de tempo utilizado na fabricação dos Q18 produtos da empresa produtos Nível de comprometimento da Nível de comprometimento da produção Agilidade produção da empresa quando na quando a mão-de-obra é reduzida por Q19 ausência de um ou mais ausência de indivíduos da equipe por motivos funcionários pessoais Nível do planejamento da Nível de planejamento conforme cronograma Q20 produção da empresa (cronograma de produção de produção). Receptividade Tempo médio de entrega dos Tempo médio gasto para a entrega dos Q21 produtos da empresa aos clientes produtos aos clientes Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. Q17 91 3.6 INSTRUMENTO DE PESQUISA O instrumento de pesquisa foi constituído em dois Módulos. O Módulo 1 representa a caracterização das empresas contendo informações como: nome da empresa, força de trabalho (familiares e funcionários), escolaridade do proprietário, existência de gerentes, faixa etária do proprietário, média idade equipe, atividade, sexo do proprietário, quantidade de galpões, quantidade de fornecedores, produção mensal e faturamento bruto anual. Já o Módulo 2 é composto por um questionário de pesquisa contendo 54 questões que corresponderam à caracterização dos arranjos produtivos e aos atributos de medição de desempenho da cadeia de suprimentos, utilizando o modelo SCOR 11.0. O questionário de pesquisa utilizou uma escala Likert de sete pontos, variando de um a sete. Cada questão ofereceu sete alternativas de respostas, utilizando diversas escalas para cada uma das questões. A seguir, temos quatro exemplos de como as questões se apresentaram no questionário. O instrumento completo encontra-se no Apêndice C. Questão 1 Indique o capital empatado (dinheiro parado) em estoque de mercadorias finais em relação ao faturamento mensal de sua empresa (considere somente o estoque de produtos finalizados): Até 1 mês Até 2 meses Até 3 meses Até 4 meses Até 5 meses Até 6 meses Acima de 6 meses 1 2 3 4 5 6 7 Questão 6 Indique a frequência de compras de matéria-prima e insumos realizadas por sua empresa em conjunto com outras do mesmo setor junto aos fornecedores. A escala varia de 1 (nunca realiza) a 7 (sempre realiza): Nunca realiza 1 Sempre realiza 2 3 4 5 6 7 Questão 24 Incentivos e políticas públicas que ajudem a sua empresa na contratação de novos funcionários (empresas e/ou instituições que ligam empregados a empregadores, como o IEL): Não Existem Existem Existem Existem e Existem e Existem e existem muito Poucos atuam bem atuam muito atuam com poucos bem excelência 1 2 3 4 5 6 7 Questão 25 Você considera a presença de políticas e ações públicas (prefeituras, câmaras de vereadores, órgãos públicos, associações e cooperativas) voltadas para a aproximação de sua empresa às instituições de ensino e pesquisa em um nível: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 92 Para a validação dos questionários foi implementado um pré-teste, no qual 21 empresários contribuíram para o melhor entendimento deste. Estes participantes foram distribuídos em 12 empresários do setor de tecelagem, 4 do setor de bonelaria e 5 do setor de facções. Diversas questões tiveram contribuições advindas do pré-teste, durante o qual aconteceram alguns ajustes sugeridos pelos próprios empresários. Essas sugestões foram filtradas e acatadas na medida do possível, contribuindo para uma melhor aplicação e coleta de informações do instrumento. Como exemplo de contribuição dos entrevistados para um maior esclarecimento das questões do instrumento de pesquisa, vale salientar as questões 1 e 3 do questionário. A primeira trata do capital empatado em estoque de mercadorias acabadas e a terceira refere-se ao capital empatado em matéria-prima e insumos para fabricação dos produtos. Os empresários contribuíram com a adição do termo “dinheiro parado”, tornando as questões claras ao entendimento de todos. 3.7 PLANO DE COLETA DE DADOS O processo de coleta de dados constituiu-se em uma pesquisa de campo, tendo em vista a obtenção de dados primários que, segundo Mattar (2012), são dados coletados para solucionar um problema específico de pesquisa. Os gestores de MPE’s têxteis da região Seridó do estado do Rio Grande do Norte foram pesquisados durante o mês de abril do ano de 2015. Uma equipe - composta por três pesquisadores, sendo um mestrando de administração e dois graduandos do curso de administração - foi treinada adequadamente para a aplicação do questionário. Os gestores das MPE’s têxteis foram abordados em seu ambiente de trabalho. Constituíram-se válidos somente os questionários com o Módulo 1 e o Módulo 2 completamente preenchidos. O Módulo 2 com indicação de uma única resposta. 3.8 TRATAMENTO DOS DADOS Com a coleta, os dados foram tabulados e analisados por meio de estatística descritiva utilizando o software de planilha eletrônica Microsoft Excel 2013, junto as variáveis de arranjos produtivos e as variáveis de medição de desempenho na cadeia de suprimentos. Identificando, além das participações das frequências dentro das sete posições propostas, as médias de importância e a moda para cada uma das variáveis. 93 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS O presente capítulo tem por desígnio explanar os resultados obtidos, conexos com os objetivos da pesquisa. Os empresários do setor de tecelagem contribuíram com um retorno de 238 questionários devidamente preenchidos, os faccionistas colaboraram com o retorno de 77 questionários, já os boneleiros colaboraram com 58 respondentes. Para a análise dos resultados obteve-se 373 respondentes dentro do total de 420 empresas pertencentes ao universo dentro de todos os setores. Para uma melhor interpretação sobre as análises, optou-se por estruturar o capítulo nos moldes: 4.1 Caracterização dos Setores, 4.2 Polo de Tecelagem, 4.3 Polo de Bonelaria, 4.4 Polo de Facção, 4.5 Análise Comparativa dos Setores Têxteis da Região Seridó/RN. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SETORES 4.1.1 Participação A Tabela 1 apresenta a participação dos municípios dentro do setor têxtil. Além de exibir o total a média e a moda de cada um dos setores, a tabela também contempla todos os municípios pesquisados. Tabela 1 – Participação dos Municípios dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN Escala Cidades TECELAGENS BONELARIAS FACÇÕES Frq % Frq % Frq % GERAL Frq % 1 JARDIM DE PIRANHAS 233 97,90% 0 0,00% 0 0,00% 233 62,47% 2 SÃO JOSÉ DO SERIDÓ 0 0,00% 3 5,17% 14 18,18% 17 4,56% 3 CAICÓ 4 1,68% 37 63,79% 0 0,00% 41 10,99% 4 SÃO FERNANDO 0 0,00% 0 0,00% 4 5,19% 4 1,07% 5 SERRA NEGRA DO NORTE 0 0,00% 18 31,03% 0 0,00% 18 4,83% 6 JARDIM DO SERIDÓ 0 0,00% 0 0,00% 22 28,57% 22 5,90% 7 ACARI 0 0,00% 0 0,00% 11 14,29% 11 2,95% 8 CRUZETA 0 0,00% 0 0,00% 8 10,39% 8 2,14% 9 PARELHAS 0 0,00% 0 0,00% 10 12,99% 10 2,68% 10 OURO BRANCO 0 0,00% 0 0,00% 1 1,30% 1 0,27% 11 CERRO CORÁ 0 0,00% 0 0,00% 7 9,09% 7 1,88% 12 CURRAIS NOVOS 1 0,42% 0 0,00% 0 0,00% 1 0,27% Média Moda Fonte: Pesquisa. 1,08 3,57 6,42 2,57 1 3 6 1 94 O município de Jardim de Piranhas/RN aparece com a maior participação de fábricas tanto dentro do setor de tecelagens (97,9%) como no contexto geral (62,47%). A cidade de Caicó/RN apresenta a maior participação dentre as bonelarias (63,79%) e a cidade de Jardim do Seridó/RN dentre as facções (28,57%). As modas exibidas convergem para tais constatações. O setor que apresenta a distribuição mais uniforme é o setor de facções. E, o que apresenta a maior concentração de empresas em uma única cidade é o de tecelagem. 4.1.2 Força de Trabalho A Tabela 2 apresenta a força de trabalho dos principais setores têxteis. Expõe o total, a média e a moda de cada um dos setores, abordando familiares e os não familiares que atuam dentro da força de trabalho existente nas empresas. Tabela 2 – Força de Trabalho dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN SETORES FAMILIARES FUNCIONÁRIOS TOTAL Total 454,00 2505,00 2959,00 Média 1,91 10,53 12,43 Moda 2,00 4,00 7,00 Total 97,00 1215,00 1312,00 Média 1,67 20,95 22,62 Moda 1,00 21,00 13,00 Total 114,00 2223,00 2337,00 Média 1,48 28,87 30,35 Moda 1,00 30,00 31,00 Total 665,00 5943,00 6608,00 Média 1,78 15,93 17,72 Moda 1,00 4,00 8,00 TECELAGENS BONELARIAS FACÇÕES GERAL Fonte: Pesquisa. O setor com a maior concentração de força de trabalho é o de tecelagem, seguido por facções e bonelarias. Um dado que vale salientar é que mais de 15% da força de trabalho das tecelagens é composta por membros da família. Facções tem a maior média de pessoas trabalhando por empresa (30,35), seguida pelas bonelarias (22,62) e por último aparecem as tecelagens (12,43). 95 4.1.3 Grau de Instrução A Tabela 3 exibe informações referentes ao grau de instrução dos empresários têxteis, apresentando frequências, porcentagens, médias e moda. Tabela 3 – Grau de Instrução dos Empresários dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN TECELAGENS GRAU DE INTRUÇÃO BONELARIAS FACÇÕES Frq % Frq % Frq % 5 2% 0 0% 0 0% ENS. BÁSICO 142 59% 27 47% 5 6% ENS. MÉDIO 85 36% 24 41% 43 56% SUP. INCOMPLETO 4 2% 2 3% 9 12% SUP. COMPLETO 2 1% 5 9% 18 23% PÓS-GRADUAÇÃO 0 0% 0 0% 2 3% 238 100% 58 100% 77 100% NENHUM TOTAL Fonte: Pesquisa. Os empresários de tecelagens (59%) apresentam maior incidência no ensino básico, conferindo somente 3% aos empresários do setor de tecelagem que possuem ensino superior (completo e/ou incompleto). Os boneleiros também apresentam uma maior incidência no ensino básico (47%). 11% desses possuem ensino superior (Completo e/ou Incompleto). Já a maior parte dos faccionistas (56%) incidem no ensino médio, com 23% deste grupo no ensino superior. Somados superior completo, superior incompleto e pós-graduação, os empresários de facção apresentam 38% de incidência. 4.1.4 Administração por Terceiros A Tabela 4 apresenta os dados que indicam se as empresas são administradas por terceiros, com as frequências e porcentagens. Tabela 4 – Presença de Administração de Terceiros dentro dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN INCIDÊNCIA TECELAGENS BONELARIAS FACÇÕES Frq % Frq % Frq % SIM 34 14% 30 52% 65 84% NÃO 204 86% 28 48% 12 16% 238 100% 58 100% 77 100% TOTAL Fonte: Pesquisa. 96 A maior parte das tecelagens são administradas pelos próprios empresários (86%). As bonelarias apresentam resultados mais equilibrados, no qual 52% são administradas pelos empresários e 48% por administradores terceirizados. Já as facções, são geridas em sua maioria por administração terceirizada (84%). 4.1.5 Faixa Etária A Tabela 5 apresenta os dados referentes a faixa etária dos empresários com a frequência, porcentagem, média e moda para cada um dos setores. Tabela 5 – Faixa Etária dos Empresários dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN FAIXA ETÁRIA Escala TECELAGENS BONELARIAS FACÇÕES Frq % Frq % Frq % 1 ENTRE 18 E 25 ANOS 5 2% 0 0% 0 0% 2 ENTRE 25 E 35 ANOS 53 22% 11 19% 29 38% 3 ENTRE 35 E 50 ANOS 118 50% 33 57% 43 56% 4 ACIMA DE 50 ANOS 62 26% 14 24% 5 6% TOTAL 238 100% 58 100% 77 100% MÉDIA 3,97 3,66 2,95 MODA 3 3 3 Fonte: Pesquisa. Os três setores apresentam maior incidência de empresários pertencentes à faixa etária compreendida entre 35 e 50 anos, a média e a moda apontam para essa constatação. Tecelagens apresentam 2% dos empresários com idade entre 18 e 25 anos, sendo o único setor que apresenta gestores nessa faixa etária. Tabela 6 – Faixa Etária Média das Equipes dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN FAIXA ETÁRIA Escala TECELAGENS BONELARIAS FACÇÕES Frq % Frq % Frq % 1 ENTRE 18 E 25 ANOS 9 4% 1 2% 10 13% 2 ENTRE 25 E 35 ANOS 218 92% 57 98% 67 87% 3 ENTRE 35 E 50 ANOS 11 5% 0 0% 0 0% 4 ACIMA DE 50 ANOS 0 0% 0 0% 0 0% TOTAL 238 100% 58 100% 77 100% MÉDIA 2,21 2,84 2,83 MODA 2 2 2 Fonte: Pesquisa. 97 Todos os setores apresentaram uma maior participação na faixa que compreende entre 25 e 35 anos. 13% das facções apresentam trabalhadores na faixa etária compreendida entre indivíduos com idade entre 18 e 25 anos. Tecelagens apresentam 5% das empresas com equipes de trabalho que compreendem a faixa etária entre 35 e 50 anos. 4.1.6 Gênero dos Proprietários A Tabela 7 apresenta informações referentes ao gênero dos empresários, explicitando as frequências, porcentagens, médias e moda de cada setor. Tabela 7 – Gênero dos Empresários dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN SEXO Escala TECELAGENS BONELARIAS FACÇÕES Frq % Frq % Frq % 1 MASCULINO 225 95% 56 97% 41 53% 2 FEMININO 13 5% 2 3% 36 47% TOTAL 238 100% 58 100% 77 100% MÉDIA 1,05 1,03 1,47 MODA Fonte: Pesquisa. 1,00 1,00 1,00 Tecelagens e bonelarias apresentam uma predominância de empresários do sexo masculino. Faccionistas exibem um equilíbrio, apesar de uma leve superioridade no sexo masculino (53%), com 47% para o sexo feminino. 4.1.7 Estrutura produtiva A Tabela 8 apresenta a quantidade de galpões por empresa, com média e moda. Tabela 8 – Galpões dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN SETORES TOTAL MÉDIA MODA TECELAGENS 378,00 1,59 1 BONELARIAS 95,00 1,64 1 FACÇÕES 77,00 1 1 489,00 1,41 1 GERAL Fonte: Pesquisa. 98 O setor com a maior quantidade de galpões é o de tecelagem. As bonelarias detêm a maior média de galpões por empresa (1,64). Já o setor com a distribuição mais uniforme é o de facções que possui média e moda 1. Tabela 9 – Média de Fornecedores por Empresa nos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN SETORES MÉDIA MODA TECELAGENS 3,36 3 BONELARIAS 7,64 6 FACÇÕES 1,25 1 ANÁLISE GERAL 4,08 3 Fonte: Pesquisa. O setor de tecelagem apresentou média e moda equivalentes, com algo em torno de 3 fornecedores por empresa. Facções também exibiram uma média de 1 fornecedor por empresa. Já as bonelarias, apresentaram uma discrepância entre a média (7,64) e a moda (6). A análise apurou que algumas empresas do setor boneleiro possuem uma quantidade superior de fornecedores, elevando sua média. O setor boneleiro também detêm a maior quantidade de fornecedores por empresa. Tabela 10 – Produção Mensal dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN SETORES T. PRODUÇÃO MÊS MÉDIA MODA TECELAGENS (Kg) 2.313.700 9.721,43 5.000 BONELARIAS (Pçs) 1.463.500 25.232,76 20.000 FACÇÕES (Pçs) 743.500 9.655,84 8.000 4.520.700 12.119,84 8.000 ANÁLISE GERAL Fonte: Pesquisa. As tecelagens apresentaram a maior produção mensal com 2.313.700 Kg. As Bonelarias apresentam maior média produtiva 25.232,76 peças/mês por empresa. As Facções exibem uma produção mensal de 743.500 peças/mês. O motivo pelo qual as tecelagens apresentam uma média produtiva menor do que o setor boneleiro - mesmo apresentando um total produtivo maior - pode ser ocasionado pela diferença na quantidade de empresas de cada setor, pois o número de tecelagens é quatro vezes superior à quantidade de bonelarias. A Tabela 11 apresenta informações referentes ao faturamento bruto anual de cada empresa, considerando a frequência, porcentagem, média e moda de cada um dos principais setores têxteis. 99 Tabela 11 – Faturamento Anual por Empresa dos Principais Setores Têxteis da Região Seridó/RN FATURAMENTO ANUAL Escala TECELAGENS BONELARIAS FACÇÕES Frq % Frq % Frq % x R$ 1.000,00 1 ATÉ 20 0 0% 0 0% 0 0% 2 DE 20 A 40 1 0% 0 0% 0 0% 3 DE 40 A 80 4 2% 0 0% 0 0% 4 DE 80 A 160 13 5% 4 7% 0 0% 5 DE 160 A 240 60 25% 0 0% 3 4% 6 DE 240 A 360 26 11% 2 3% 39 51% 7 DE 360 A 500 63 26% 12 21% 22 29% 8 DE 500 A 750 18 8% 11 19% 6 8% 9 DE 750 A 1000 25 11% 16 28% 3 4% 10 DE 1000 A 2000 13 5% 9 16% 4 5% 11 DE 2000 A 2900 8 3% 2 3% 0 0% 12 ACIMA DE 2900 7 3% 2 3% 0 0% TOTAL 238 100% 58 100% 77 100% MÉDIA 8,79 9,88 7,89 MODA 7 9 6 Fonte: Pesquisa. As bonelarias apresentam maior incidência na faixa de faturamento anual, em que abrangem a faixa entre R$ 750.000,00 à R$ 1.000.000,00. As tecelagens apresentaram uma maior incidência na faixa que compreende entre R$ 360.000,00 à R$ 500.000,00. Mais da metade das facções (51%) estão na faixa de faturamento anual que compreende valores de R$ 240.000,00 à R$ 360.000,00. Um dos fatores que podem influenciar o faturamento de facções, sendo inferior ao de tecelagens e bonelarias, pode ser o fato desse setor não demandar recursos para compra de matéria-prima e insumos, diminuindo consideravelmente os volumes monetários operados. Em uma análise geral sobre os resultados apresentados, o setor de tecelagem é o que concentra o maior número de empresas, consequentemente este também possui a maior força de trabalho, quantidade de galpões e volume de produção mensal. Quanto ao grau de instrução dos empresários, o setor de tecelagem encontra-se abaixo dos outros arranjos. Em sua maioria são administradas por homens e possuem pouca participação de administração por terceiros. Este é o único setor que apresenta jovens empresários que compreendem a faixa etária entre 18 e 25 anos. Possuem em média 3 fornecedores por empresa, onde estes localizam-se próximos ao arranjo. Com relação ao faturamento anual, foram os únicos que apresentaram 2% dos empresários na menor faixa registrada que compreende entre R$ 40.000,00 à R$ 80.000,00 100 anuais, este setor ainda apresenta 3% de suas empresas em um faturamento que ultrapassa os R$ 2.900.000,00, sendo este o maior registrado junto as empresas do setor boneleiro. O setor boneleiro, como o de tecelagem, apresenta uma maior concentração de empresas em um mesmo município, com mais da metade das indústrias do setor localizadas no município de Caicó/RN. Mais de 80% dos empresários do setor possuem ensino básico, ou ensino médio. Este setor apresenta uma distribuição mais equilibrada entre empresários administrando as empresas com 52% e uma administração por terceiros com 48%. É o setor dentre os três arranjos que possui a maior proporção de empresários do sexo masculino, sendo estes 97% do total. Este setor detém a maior média de galpões (1,64) e fornecedores (7,64) por empresa. Uma maior disponibilidade de espaço físico e fornecedores locais disponíveis, podem colaborar para o crescimento do arranjo. As bonelarias possuem a maior média produtiva com produção de 25.232,76 peças/empresa. Esta média apresenta-se superior a do setor de tecelagem, que detém o maior volume produtivo, devido ao fato da quantidade de tecelagens serem quatro vezes superior que a de bonelarias. Bonelarias apresentam 28% de suas empresas em uma faixa de faturamento anual entre R$ 750.000,00 e R$ 1.000.000,00 e 3% destes ultrapassam a faixa de R$ 2.900.000,00, sendo o arranjo com a maior média de faturamento anual, comparado aos outros. Um dos fatores que colaboram com esse faturamento, pode ser as próprias médias produtivas do setor, que são quase três vezes maiores do que as médias produtivas do setor de tecelagem e facções. As facções apresentaram uma distribuição mais uniforme entre as cidades. As políticas de distribuição de peças pelas empresas abastecedoras podem contribuir para essa maior distribuição. O arranjo apresenta média de 30 trabalhadores por empresa, sendo esta a maior dentre os setores. O setor de confecção, para o alcance de uma alta produtividade, demanda muitas máquinas de costura, consequentemente uma quantidade maior de costureiros, podendo ser esta uma das causas para essa quantidade de trabalhadores. Mais da metade dos empresários de facções possuem ensino médio, e 38% destes possuem ensino superior (completo/incompleto). Empresários com um grau maior de instrução podem proporcionar uma melhor gestão para suas empresas. Mais de 80% das facções tem uma administração terceirizada. A administração terceirizada sendo executada por profissionais - que possuem o conhecimento de técnicas adequadas para a área de atuação -pode proporcionar um melhor aproveitamento produtivo da empresa. Mais de 10% das facções possuem equipes de trabalho com idade entre 18 e 25 anos. Comparado aos outros grupos, as facções possuem maior 101 incidência de empresárias do sexo feminino (47%). Este dado pode ser atribuído a cultura da costura que, segundo Leite (2004) tem uma predominância feminina. 4.2 POLO DE TECELAGEM Este polo é representado por indústrias localizadas nas cidades de Jardim de Piranhas/RN com participação de mais de 95% das empresas deste setor, seguida por Caicó/RN e Currais Novos/RN. As tabelas com frequência, média e moda sobre arranjos produtivos e medição de performance deste setor encontram-se no apêndice F. 4.2.1 Cadeia Produtiva das Tecelagens Durante a fase de entrevistas, descobriram-se variáveis analíticas utilizadas na caracterização de arranjos produtivos. Foram entrevistados 30 empresários, sendo 10 empresários do setor de tecelagem, que contribuíram para compreensão e caracterização de sua cadeia produtiva. As entrevistas levantaram informações importantes que relatam a origem da matéria-prima, o tipo de matéria-prima utilizada para a produção, os principais insumos que compõem o arranjo, a origem dos fornecedores (localização) e eventuais problemas com o abastecimento do setor têxtil. Esse setor, ainda apresenta etapas que contemplam a produção do arranjo, considerando os procedimentos padrões utilizados praticamente por todo o grupo de empresas. Etapas como recebimento e preparação, produção, acabamento, revisão, conferência e envio, foram consideradas. Durante os processos produtivos, constatou-se a utilização de serviços de manutenção, reparos e operações, verificando os produtos e acessórios necessários e a origem dos fornecedores destes serviços. Dentro desses processos, identificou-se a existência de serviços terceirizados e que tipo de serviços desta natureza. Indicando suas localizações e os produtos utilizados na prestação destes serviços. Relacionado à distribuição das mercadorias junto aos clientes, identificou-se os principais artigos produzidos dentro do arranjo, qual o tipo dos clientes e se estes são consumidores finais ou distribuidores. Os eventuais problemas, referentes ao envio de mercadorias, foram esclarecidos. Informações como o destino e reaproveitamento dos resíduos foram constatados. A Figura 8 apresenta e ilustra as etapas dos componentes da cadeia produtiva de tecelagem. 102 Figura 8 – Ilustração da Cadeia Produtiva do Setor de Tecelagem Fonte: Elaborado pelo autor. 103 4.3 POLO DE BONELARIA Este polo é representado por empresas localizadas nas cidades de Caicó/RN, com participação de mais de 63% das empresas deste setor. Seguida por Serra Negra do Norte/RN com 31,03% e São José do Seridó/RN com 5,17%. As tabelas com frequência, média e moda sobre arranjos produtivos e medição de performance deste setor encontram-se no apêndice G. 4.3.1 Cadeia Produtiva das Bonelarias Durante a fase de entrevistas, descobriu-se variáveis analíticas utilizadas na caracterização de arranjos produtivos. Foram entrevistados 30 empresários, sendo 10 empresários do setor de bonelaria - que contribuíram para compreensão e caracterização de sua cadeia produtiva. As entrevistas levantaram informações importantes que relatam a origem da matéria-prima, o tipo de matéria-prima utilizada para a produção e os principais insumos que compõem o arranjo e origem dos fornecedores (localização). Relatando também eventuais problemas com o abastecimento do arranjo. Apresentam-se ainda as etapas que contemplam a produção do arranjo, considerando os procedimentos padrões utilizados praticamente por todo o grupo de empresas desse segmento. Etapas como recebimento, preparação, produção, acabamento, revisão, conferência e envio, foram consideradas. Durante os processos produtivos, constatou-se a utilização de serviços de manutenção, reparos e operações, verificação dos produtos (acessórios necessários) e a origem dos fornecedores destes serviços. Dentro dos processos produtivos, identificou-se a existência de serviços terceirizados, o tipo de serviço desta natureza, a localização destes serviços e - quando informados - os produtos utilizados na prestação destes serviços. Relacionado à distribuição das mercadorias junto aos clientes, identificou-se os principais artigos produzidos dentro do arranjo, o tipo dos clientes e se estes são consumidores finais, distribuidores ou outros. Eventuais problemas que acontecem com o envio de mercadorias, também foram esclarecidos. Informações como o destino e reaproveitamento dos resíduos foram constatados. A Figura 9 apresenta as etapas e componentes da cadeia produtiva do setor boneleiro. 104 Figura 9 – Ilustração da Cadeia Produtiva do Setor Boneleiro Fonte: Elaborado pelo autor. 105 4.4 POLO DE FACÇÃO Este polo apresenta uma distribuição uniforme das empresas frente aos municípios. Estas empresas estão localizadas nos municípios de Jardim do Seridó/RN com 28,57% de participação, São José do Seridó/RN com 18,18%, Acari/RN com 14,29%, Parelhas/RN com 12,99%, Cruzeta/RN com 10,39%, Cerro Corá/RN com 9,09%, São Fernando/RN e Ouro Branco/RN com aproximadamente 7% as duas cidades. As tabelas com frequência, média e moda sobre arranjos produtivos e medição de performance encontram-se no apêndice H. 4.3.1 Cadeia Produtiva das Facções Durante a fase de entrevistas, descobriu-se variáveis analíticas utilizadas na caracterização de arranjos produtivos. Foram entrevistados 30 empresários, sendo 10 empresários do setor faccionista, que contribuíram para compreensão e caracterização de sua cadeia produtiva. As entrevistas levantaram informações importantes que relatam a origem da matéria-prima, o tipo de matéria-prima utilizada para a produção, os principais insumos que compõem o arranjo, a origem dos fornecedores (localização) e os eventuais problemas com o abastecimento desse arranjo. Apresentam ainda as etapas que contemplam a produção do arranjo, considerando os procedimentos padrões utilizados praticamente por todo o grupo de empresas. Etapas como recebimento, preparação, produção, acabamento, revisão, conferência e envio foram consideradas. Durante os processos produtivos, constatou-se a utilização de serviços de manutenção, reparos e operações, verificando os produtos e acessórios necessários, além da origem dos fornecedores destes serviços. Dentro dos processos produtivos, identificouse o retorno de peças defeituosas para o reprocesso, em que a empresa abastecedora utiliza um controle de qualidade interno para avaliar a mercadoria oriunda de suas terceirizadas. Pois se o produto não estiver dentro de suas especificações pré-estabelecidas, a mercadoria retorna para facção de origem para eventuais correções. Relacionado à distribuição das mercadorias junto aos clientes, identificou-se as principais confecções produzidas dentro do arranjo, o tipo dos clientes - que no caso das facções são as próprias empresas abastecedoras que ocupam a função de clientes – e seus fornecedores. Eventuais problemas que acontecem com o envio também foram esclarecidos. Informações como o destino e o reaproveitamento dos resíduos também foram mencionados. A Figura 10 apresenta as etapas e componentes da cadeia produtiva do setor faccionista. 106 Figura 10 – Ilustração da Cadeia Produtiva do Setor de Facções Fonte: Elaborado pelo autor. 107 4.5 ANÁLISE COMPARATIVA DOS SETORES TÊXTEIS DA REGIÃO SERIDÓ/RN Diante das informações adquiridas, apresenta-se o comparativo sobre os arranjos produtivos e a medição de desempenho na cadeia de suprimentos, utilizando o modelo SCOR, junto aos três principais arranjos têxteis da região Seridó/RN. 4.5.1 Comparativo dos Arranjos Produtivos dos Setores O comparativo dos arranjos produtivos dos setores apresenta a média e a moda de cada arranjo, comparados por 3 perspectivas: 1 - Abastecimento e Distribuição; 2 – Produção; 3 – Aprendizagem e Relacionamento. Abastecimento e Distribuição No que diz respeito ao Abastecimento e Distribuição, a Tabela 12 apresenta o comparativo dos arranjos produtivos dos três setores, expondo a média e moda de cada um dos setores. Tabela 12 – Análise Comparativa dos Arranjos Produtivos dos Setores Referentes ao Abastecimento e Distribuição RELAÇÃO ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) - ARRANJO Setores Variáveis TECELAGEM BONELARIA MÉDIA MODA MÉDIA MODA MÉDIA MODA Q2 - Quantidade de fornecedores na região 5,62 6 4,05 Q4 - Fornecedores com acesso via sistema de informação aos estoques de matéria-prima da empresa 1,26 1 2,00 Q9 - Nível de comprometimento da produção por 1,47 1 5,28 sazonalidade de matéria-prima Q32 - Nível de dificuldades impostas pela localização da empresa relacionado ao recebimento de matéria-prima e 3,26 4 1,60 insumos Q37 - Nível de contribuição na produção de fornecedores participativos e prestativos 4,55 7 5,83 RELAÇÃO ARRANJO - MERCADO (CLIENTES) Variáveis Q30 - Nível de dificuldades impostas pela localização no envio de mercadorias produzidas Q31 - Maior concentração das vendas aos clientes Q47 - Nível de importância dos clientes distribuidores na divulgação e apresentação dos produtos Q50 - Nível de produção afetada por período de alta demanda de vendas Fonte: Pesquisa. FACÇÃO 4 2,65 2 1 4,68 6 7 2,21 1 1 1,75 1 7 6,34 7 MÉDIA MODA MÉDIA MODA MÉDIA MODA 3,91 4 1,57 1 1,83 1 5,42 6 5,90 6 6,00 6 3,49 4 2,93 1 1,21 1 5,42 6 4,90 7 4,92 7 108 Os empresários do setor de tecelagem apontam para uma alta quantidade de fornecedores locais. Um dos fatores que pode contribuir para essa elevada disponibilidade, são os interesses de fornecedores e distribuidores em abastecer a região que comporta grande quantidade de empresas têxteis. Os faccionistas indicam a baixa quantidade de fornecedores locais. Pois esse setor é abastecido por grandes empresas, sendo 95% deste abastecimento realizado por dois dos maiores confeccionistas de roupas do Brasil. Já os boneleiros, consideram a quantidade de fornecedores locais em escala normal. Segundo Marshall (1985), a proximidade de fornecedores de matéria-prima são favoráveis ao desenvolvimento do aglomerado, ponderando ainda, que uma aglomeração é capaz de atrair outras empresas do mesmo segmento econômico e de apoio à produção, promovendo ganhos de escala. O setor faccionista é o único que apresenta uma incidência de uso de um sistema de informação integrado aos seus fornecedores. Algumas destas empresas abastecedoras utilizam um sistema de informação que conecta os dados operacionais, como abastecimento e transporte, para controlar a dinâmica de produção de cada empresa abastecida. O uso desse sistema pode proporcionar uma melhor performance no abastecimento de matéria-prima, reduzindo eventuais rupturas. Um período sazonal de matéria-prima compromete a produção nos arranjos de tecelagens e facções. Ambos os setores utilizam o algodão na composição de seus produtos que, em períodos de baixa oferta, compromete o abastecimento. Na contramão desse cenário, o setor boneleiro não sofre com a sazonalidade. A grande disponibilidade de fornecedores e a utilização de material sintético na confecção de bonés, pode beneficiar o abastecimento do setor. Quanto ao recebimento de matéria-prima e insumos, os três arranjos não apresentam dificuldades relacionadas a sua localização espacial. A alta disponibilidade e proximidade de fornecedores que abastecem as tecelagens e as bonelarias, além do fornecimento das facções sendo de total responsabilidade das empresas abastecedoras, podem minimizar as dificuldades da localização espacial desses arranjos. Os empresários dos três arranjos comungam da opinião de que um fornecedor participativo e prestativo, contribui com os processos produtivos da empresa. Conforme Christopher (2013), fornecedores atuantes contribuem com a eficiência produtiva, melhoram o abastecimento e minimizam eventuais rupturas dentro dos processos de fabricação. Na distribuição dos produtos produzidos, bonelarias e facções não apresentam dificuldades pertinentes a localização espacial de suas empresas. As tecelagens também apontam que estas dificuldades encontram-se dentro de uma normalidade. Em geral, os três arranjos não apresentam problemas com a distribuição dos produtos. Na maior parte das 109 entregas, o cliente é o responsável pelo transporte das mercadorias adquiridas. No setor faccionista esse transporte é de total responsabilidade das empresas abastecedoras. Os empresários dos três arranjos, evidenciam que suas vendas são distribuídas em todo o território brasileiro, não concentrando-se apenas em uma região geográfica específica. Para Matos, Stallivieri e Britt (2014), a expansão das vias de comercialização estabelece uma significativa vantagem para o fortalecimento do arranjo. Bonelarias e facções apontam que a importância dos clientes distribuidores na divulgação e apresentação dos produtos é muito baixa. Já para as tecelagens, esses índices de importância apresentam-se normais. Para os três arranjos, um período de alta demanda de vendas afeta consideravelmente a produção. Empresas faccionistas são prejudicadas com a pressão, por maior produtividade, impostas pelas empresas abastecedoras. A cobrança exercida pelos clientes por uma maior demanda de mercadorias pode afetar a produção de bonelarias e tecelagens. Nesses períodos os três arranjos costumam aumentar o quadro de funcionários. Produção Na análise comparativa dos arranjos produtivos dos setores referentes a produção, há os comparativos das ações da equipe de trabalho. Tais ações referem-se a: qualidade da matériaprima utilizada na produção, nível de padrão estético e qualidade das embalagens dos produtos, carteira com clientes antigos contribuindo com a programação da produção, nível de polivalência da equipe, nível de aprendizagem adquirido no dia-a-dia da empresa pelos funcionários, nível de adequação das instalações, nível de administração da empresa relacionada as dificuldades (compra, venda e produção), nível de mão-de-obra qualificada na empresa, presença de mão-de-obra especializada dentro da empresa, nível de importância das empresas que prestam serviços terceirizados, nível de absorção de produção de grande variedade de produtos em baixas quantidades, nível de produtividade com a continuidade de grandes lotes com pouca variedade de produtos e nível de interferência de rígida fiscalização dos órgãos governamentais nos processos produtivos da empresa. A Tabela 13 compara as variáveis de arranjos produtivos dos setores, apresentando média e moda de cada uma. 110 Tabela 13 – Análise Comparativa dos Arranjos Produtivos dos Setores Referentes a Produção Escala Variáveis Q11 - Qualidade da matéria-prima utilizada na produção Q16 - Nível de padrão estético e qualidade das embalagens dos produtos Q22 - Carteira com clientes antigos contribuindo com a programação da produção Q23 - Nível de polivalência da equipe Q26 - Nível de aprendizagem adquirido no dia-adia da empresa pelos funcionários Q33 - Nível de adequação das instalações Q36 - Nível da administração da empresa relacionada as facilidades de compra, venda e produção Q38 - Nível de mão-de-obra qualificada na empresa Q39 - Presença de mão-de-obra especializada dentro da empresa Q48 - Nível de importância das empresas que prestam serviços terceirizados Q51 - Nível de absorção de produção de grande variedade de produtos em baixas quantidades Q52 - Nível de produtividade com a continuidade de grandes lotes com pouca variedade de produtos Q53 - Nível de interferência de rígida fiscalização dos órgãos governamentais nos processos produtivos da empresa Fonte: Pesquisa. TECELAGEM BONELARIA FACÇÃO MÉDIA MODA MÉDIA MODA MÉDIA MODA 4,79 4 5,86 6 5,86 6 3,98 4 4,84 4 4,31 4 4,92 5 2,34 1 1,43 1 4,26 4 4,90 5 5,22 6 3,18 4 4,33 4 5,23 6 3,97 4 4,28 4 4,52 4 3,03 2 4,14 4 4,26 4 3,32 4 4,31 4 5,71 6 1,70 1 1,45 1 1,71 1 4,24 4 4,97 6 1,47 1 3,55 4 3,09 4 4,48 4 6,08 7 6,78 7 6,69 7 6,53 7 2,52 1 1,47 1 Facções e bonelarias apontam que a matéria-prima utilizada na produção é de boa qualidade. Já as tecelagens apontam para uma normalidade na qualidade da matéria-prima. Tanto os processos produtivos quanto o produto final podem apresentar melhorias, devido a boa qualidade da matéria-prima. Para Leal (2007), a matéria-prima de má qualidade pode causar transtornos para empresa. Os três setores apontam para uma normalidade no padrão estético e na qualidade das embalagens dos produtos. Para Costa (2007), ações como a padronização estética e a qualidade das embalagens dos produtos, reforçam a capacidade competitiva, contribuindo com o desenvolvimento do arranjo. Segundo os empresários de tecelagem, uma carteira de clientes de longa data pode contribuir com a programação da produção. O fato das empresas já conhecerem os produtos solicitados por seus clientes, pode agilizar os processos de fabricação. Faccionistas e boneleiros 111 apontam que essa modalidade de clientes não contribuem com seus processos produtivos. Bonés e roupas estão sempre seguindo tendências de moda, sendo este um dos influenciadores. Facções apresentam uma alta polivalência em sua equipe de trabalho, e um alto índice de aprendizagem dos funcionários no dia-a-dia da empresa. Um fator que pode contribuir com essas ações, é a capacitação adquirida junto a instituições como o SENAI e o SEBRAE. As bonelarias apresentam uma leve alta na polivalência da equipe, e uma aprendizagem diária em níveis normais. Tecelagens apontam para uma normalidade em ambos os quesitos. Para Matos, Stallivieri e Britt (2014) a aprendizagem decorrente da prática das atividades corriqueiras do dia-a-dia da organização, contribui com a experiência cotidiana da equipe, aprimorando as demandas de produção. Os três arranjos apontam para uma normalidade na adequação das instalações, apresentando-se satisfatória para suas funções. Segundo Ballou (2012), a existência de instalações adequadas colabora com a redução dos custos de produção. O arranjo de tecelagem indica uma considerável dificuldade relacionada a facilidades de compra, venda e produção dentro de suas empresas. A baixa capacitação de funcionários e gestores dentro do setor, pode influenciar nessas dificuldades. Para os outros arranjos, há uma normalidade. Conforme Santos e Forcellini (2012) as facilidades de compra, venda e produção, contribuem com a administração das entradas de matéria-prima e insumos e as saídas de mercadorias acabadas. O setor faccionista assinala para uma alta qualificação de mão-de-obra. A capacitação dos colaboradores, organizada pelas instituições como SENAI e IFRN, podem colaborar com esse alto nível capacitivo. Bonelarias e tecelagens incidem em níveis normais de qualificação. Os empresários do setor de tecelagem não investem em capacitação de funcionários. Para Suzigan et al (2006), a qualificação da equipe de trabalho pode aprimorar o contingente de mãode-obra produtiva. Os três arranjos apontam para uma ausência de mão-de-obra especializada. Os empresários alegam que estes serviços tem elevado custo para sua implementação. A grande quantidade destes serviços especializados vem das regiões sul e sudeste, não havendo disponibilidade nas proximidades. Indo na contramão das afirmativas, Fonseca Neto (2002) salienta que a disponibilidade de mão-de-obra especializada pode aperfeiçoar os processos produtivos. 112 Bonelarias apontam para uma alta importância dos serviços prestados por empresas terceirizadas. Serviços de dublagem, bordado e costura, contribuem de forma significativa com os processos produtivos do arranjo. O setor faccionista aponta para uma baixa importância dos serviços prestados por empresas terceirizadas. As empresas abastecedoras não permitem que facções estabeleçam vínculos com outros serviços terceirizados, pois esse processo configura uma quarteirização. Nesse quesito, tecelagens incidem em uma normalidade. Para Lacerda (2014), as relações com empresas terceirizadas podem contribuir com o crescimento da cadeia. Os empresários dos três arranjos apontam para uma normalidade na absorção de produção de pequenos lotes com grande variedade de produtos. Esses lotes podem dificultar os processos produtivos, na medida em que há a necessidade de ajustar o maquinário e reorganizar o layout (modo como estão organizados os equipamentos), no entanto, as empresas indicaram que não existem tais interferências. Os arranjos evidenciam um aumento considerável na produção quando há a permanência de grandes lotes com pouca variedade de produtos. A permanência de um mesmo produto por um longo tempo na linha de produção, pode proporcionar uma aprendizagem e aperfeiçoamento produtivo. Os empresários do setor de tecelagem afirmam que uma alta fiscalização por parte dos órgãos governamentais, dificulta os processos produtivos. Já os faccionistas e boneleiros afirmam que tais órgãos fiscalizadores não atrapalham a produção. Facções afirmam que essa fiscalização tem início a partir das empresas abastecedoras, sendo passiveis de penalização com o corte no abastecimento. As bonelarias afirmam que encontram-se regularizadas e que a visita de tais órgãos fiscalizadores a suas empresas, não atrapalham a produção. Aprendizagem e Relacionamento No campo de arranjos produtivos relacionados à aprendizagem e relacionamento, observa-se vários fatores ligados às inter-relações dentro do arranjo e conhecimento adquirido com outros competidores, clientes, fornecedores, instituições de apoio ao crescimento, incentivo e políticas públicas que contribuam para a absorção de funcionários. A Tabela 14 apresenta os comparativos dos setores exibindo médias e moda para cada um. 113 Tabela 14 – Análise Comparativa dos Arranjos Produtivos dos Setores Referentes a Aprendizagem e Relacionamento Escala TECELAGEM BONELARIA FACÇÃO Variáveis MÉDIA MODA MÉDIA MODA MÉDIA MODA Q6 - Frequência de compras de matéria-prima e insumos da empresa em conjunto com outras do 1,18 1 1,60 1 1,17 1 mesmo setor Q24 - Incentivo e políticas públicas que a empresa 1,11 1 1,24 1 2,35 1 tem na contratação de novos funcionários Q25 - Presença de políticas e ações públicas voltadas para aproximação da empresa as 1,08 1 1,16 1 1,65 1 instituições de ensino e pesquisa Q27 - Nível de conhecimento que a empresa 2,60 2 3,72 5 4,42 4 adquire com outros concorrentes locais Q28 - Nível de conhecimento que a empresa 2,84 4 4,36 4 4,91 4 adquire com clientes e fornecedores Q29 - Nível de conhecimento que a empresa tem como diferencial competitivo em relação aos 3,87 4 4,14 4 4,94 4 concorrentes locais Q34 - Quantidade de negócios realizados com 3,66 3 2,83 1 1,27 1 empresas informais e/ou profissionais autônomos Q35 - Nível de confiança entre a empresa e os 3,28 4 3,74 4 4,88 4 concorrentes locais Q40 - Nível de importância para empresa de instituições de apoio ao crescimento e 1,31 1 4,33 4 6,32 7 desenvolvimento Q41 - Nível de conhecimento e capacitação que a empresa adquire com instituições de apoio ao 1,27 1 3,83 4 4,99 5 crescimento e desenvolvimento Q42 - Nível de cooperação entre a empresa e os 2,42 2 4,62 6 4,88 6 concorrentes locais Q43 - Nível de objetivos comuns entre a empresa e 2,60 2 4,83 4 5,92 7 os concorrentes locais Q44 - Presença de associações de classe, cooperativas e/ou redes de relacionamento 1,37 1 3,02 4 3,47 4 favorecendo a integração do arranjo Q45 - Nível de existência de estrutura física 1,68 1 1,26 1 1,39 1 comum entre a empresa e os concorrentes locais Q46 - Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais na aquisição de serviços 1,73 2 1,24 1 1,47 1 especializados Q49 - Nível de importância das cooperativas de 1,20 1 2,93 1 4,00 4 crédito que atendem a empresa e os concorrentes Q54 - Acesso a matéria-prima, mão-de-obra e mercado prejudicado pela ausência de 2,19 2 3,21 4 4,81 6 concorrentes locais Fonte: Pesquisa. Os empresários dos três arranjos afirmam não realizarem compras conjuntas de matériaprima e insumos. Esse fato pode ser prejudicial para o arranjo, porquanto segundo Costa (2007), a aquisição de produtos através do arranjo pode alavancar um desenvolvimento produtivo. 114 Os três setores afirmam que não existem políticas públicas que incentivem as empresas na contratação de novos funcionários. Os empresários alegam que apesar da importância de seus arranjos para a economia local, estes não tem o apoio de instituições e órgãos públicos. Balestrin e Verschoore (2008) admitem que essas políticas e ações de aproximação de empregados e empregadores, podem colaborar para integração e expansão do arranjo. Nas bonelarias percebe-se uma ligeira incidência de conhecimento adquirido com outros concorrentes locais. Nas tecelagens essa aquisição é baixa. Já entre os faccionistas há a incidência de uma normalidade nesse quesito. Com base nessas assertivas, pode-se mencionar os autores Balestrin e Fayard (2003), que apontam para uma existência de benefícios advindos da permuta de conhecimento entre os integrantes do arranjo. No diferencial competitivo das empresas e no conhecimento adquirido com clientes e fornecedores, os três arranjos apontam para uma normalidade. Para Guarnieri e Hatakeyama (2010), os conhecimentos advindos de clientes e fornecedores podem contribuir com a gestão do arranjo. Segundo Chan e Zhang (2011), o conhecimento como diferencial competitivo acrescenta valor aos clientes, e a todos os outros integrantes do arranjo. As tecelagens realizam poucos negócios com empresas informais, o mesmo não ocorre com os outros arranjos, pois estes não efetuam negócios com o setor informal. Nessa perspectiva, Lemos (2003) evidencia que os contatos com empresas informais podem facilitar alguns processos de compras e permutas. Os três segmentos empresariais incidem em uma normalidade relacionada aos níveis de confiança entre os concorrentes locais. De acordo com Balestrin e Fayard (2003), a confiança mútua entre os integrantes do arranjo colabora com o sucesso e crescimento individual de cada empresa. Empresários do setor de tecelagem indicam que as instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento, como SEBRAE e SENAI, não são importantes para o seu arranjo, uma vez que as empresas não adquirem conhecimento e capacitação junto a essas instituições. A baixa atuação da associação de classe deste setor, pode contribuir para esse dado. A importância das instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento e a capacitação adquirida junto a estes, dentro do setor boneleiro, encontra-se em níveis normais. Já nas facções as instituições de apoio são agentes fundamentais para o desenvolvimento do arranjo. Com uma associação de classe atuante, os faccionistas conseguem junto a estas instituições, vários cursos de gestão e capacitação. Leal (2007) afirma que estas instituições oferecem incentivos e promovem a sustentabilidade e o desenvolvimento do arranjo. 115 Facções e bonelarias apontam para uma alta cooperação entre os concorrentes locais. Ambos os arranjos possuem associações de classe atuantes. Já as tecelagens apresentam uma baixa cooperação entre si. Para Mendonça (2008), essa intensa cooperação entre empresas competidoras pode proporcionar benefícios ao grupo. O grupo de empresários do ramo de tecelagem salienta que há poucos objetivos em comum em relação aos outros do mesmo segmento. Nas bonelarias o cenário é de normalidade. Enquanto que nas facções os mesmos objetivos são compartilhados por todos. Diante disso para Hansen (2004), os objetivos comuns entre as empresas competidoras é uma das propriedades basilares para uma formação apropriada do arranjo. A participação de associações de classe no setor de tecelagens é baixa, enquanto que nas facções e bonelarias essa participação encontra-se normalizada. Segundo Mendonça (2008) o agrupamento de empresas competidoras admite um maior desenvolvimento individual. Os três arranjos apontam para a ausência de uma estrutura física comum ao grupo. Diante desta situação, vale salientar que o setor de tecelagem possui um galpão construído para o uso das empresas pertencentes a associação, mas, a ausência de atuação da associação ocasionou a inoperabilidade do galpão. Sobrepondo-se a essas afirmativas, Mendonça (2008) revela que uma estrutura física aglomerativa pode proporcionar vantagens ao arranjo. Os três setores ainda indicam que não existe cooperação entre os concorrentes locais para a aquisição de serviços especializados. Nesse quesito, Schmitz e Nadvi (1999) afirmam que cooperações advindas do arranjo podem reforçar sua capacidade competidora com a captação de serviços especializados. Tecelagens e bonelarias indicam que as cooperativas de crédito, que atendem a região, tem uma importância muito baixa para o crescimento dos arranjos. Os empresários de ambos os setores alegam ter dificuldades para captação de crédito dentro de tais cooperativas. Nesse sentido as facções apontam para uma normalidade. Segundo Schmitz e Nadvi (1999), a captação de economias externas pode colaborar com investimentos internos de equipamentos e infraestrutura. Os empresários do setor de tecelagem afirmam que se não existissem concorrentes locais, o acesso tanto de matéria-prima como de mão-de-obra poderiam ser prejudicados. Ao contrário do cenário anterior, os faccionistas assinalam que com a ausência de outras facções, suas empresas produziriam mais. Já os boneleiros acreditam que esse fator não mudaria o panorama atual de produção. Para Marshall (1985), a existência de um arranjo produtivo consegue atrair outras empresas que atuam no mesmo segmento, proporcionando o crescimento do arranjo como um todo. 116 4.5.2 Comparativo de Performance das Cadeias de Suprimento dos Setores A medição de performance na cadeia de suprimentos utilizando o modelo SCOR 11.0 abordou relações da cadeia referentes a Confiabilidade, Receptividade, Agilidade e Eficiência do Gerenciamento de Ativos. A Tabela 15 apresenta os comparativos das medições de performance na cadeia de suprimentos dos três arranjos. As variáveis foram separadas em três blocos: abastecimento, produção e entrega. Tabela 15 – Análise Comparativa de Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos dos Setores Utilizando Modelo SCOR ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) Setores TECELAGEM BONELARIA FACÇÃO Variáveis MÉDIA MODA MÉDIA MODA MÉDIA MODA Q3 - Capital empatado em estoque de matéria1,12 1 1,60 1 1,00 1 prima e insumos para produção Q8 - Prazo médio disponibilizado pelos 2,37 2 2,14 2 1,00 1 fornecedores para realização de pagamentos Q10 - Tempo médio utilizado pelos fornecedores 1,57 1 2,50 2 1,00 1 para entregar matéria-prima e insumos Q14 - Quantidade de pedidos atendidos 5,17 6 4,97 4 4,69 4 corretamente pelos fornecedores PRODUÇÃO Variáveis MÉDIA MODA MÉDIA MODA MÉDIA MODA Q5 - Quantidade de material reciclado utilizado na 2,41 1 2,98 4 1,58 1 produção Q7 - Nível de desperdício de matéria-prima na 4,89 6 4,41 4 5,90 6 fabricação dos produtos Q12 - Quantidade de recursos naturais (água, 3,01 2 2,33 2 2,32 1 madeira) utilizados na produção Q13 - Gastos com a produção exceto matéria4,84 4 5,95 6 5,58 6 prima e insumos Q18 - Tempo médio de produção dos produtos da 1,64 1 1,33 1 1,00 1 empresa Q19 - Nível de comprometimento da produção da empresa quando na ausência de um ou mais 4,85 7 4,12 5 5,31 5 funcionários Q20 - Nível do planejamento da produção da 3,42 4 4,88 5 6,35 7 empresa (cronograma de produção) ENTREGA (CLIENTES) Variáveis Q1 - Capital empatado em estoque de mercadorias acabadas (produtos finalizados em estoque) Q15 - Quantidade de pedidos entregues corretamente aos clientes Q17 - Tempo médio de permanência na empresa dos produtos fabricados (mercadoria acabada em estoque) Q21 - Tempo médio de entrega dos produtos da empresa aos clientes Fonte: Pesquisa. MÉDIA MODA MÉDIA MODA MÉDIA MODA 1,18 1 1,48 1 1,00 1 4,53 4 5,33 6 5,06 4 1,84 2 2,24 3 1,00 1 2,27 2 2,28 2 1,00 1 117 No abastecimento de matéria-prima e insumos referente à cadeia de suprimentos. O capital empatado em estoque de matéria-prima e principais insumos, abastece os três arranjos por um período de até um mês. Uma constatação que pode influenciar essa afirmativa, pode ser o fato das empresas pertencerem ao grupo das MPE’s, não disponibilizando de capital para estocagem de MP por mais de um mês. Reforçando essa ideia, Santos e Forcellini (2012) afirmam que o gerenciamento da cadeia de suprimentos propõe processos enxutos por meio da diminuição de capital investido em estoques. Bonelarias e tecelagens tem um prazo de até dois meses para realização de pagamentos de MP e insumos junto aos fornecedores. Prazos maiores podem contribuir com um melhor abastecimento, minimizando o risco de ruptura. As facções que prestam serviços terceirizados de costura, não contraem despesas com aquisição de MP. Estas empresas recebem os pagamentos pelos seus serviços, junto as empresas abastecedoras, em um período de até um mês. As facções e tecelagens recebem MP e insumos dos fornecedores em um prazo máximo de até 1 semana. As bonelarias recebem seus produtos em até 15 dias. Um pronto atendimento do fornecedor referente as entregas, pode contribuir para o abastecimento das empresas do arranjo, diminuindo eventuais rupturas na produção. Para a tecelagem, é alta a quantidade de pedidos atendidos corretamente pelos fornecedores. A alta oferta de fornecedores próximos ao arranjo, pode contribuir com esse elevado índice. As bonelarias e as facções apontam para uma normalidade. Ballou (2006) indica que uma reposição adequada do estoque, contribui com o nível de serviços prestados pela empresa. Dentro da cadeia produtiva, a quantidade de material reciclado utilizado em tecelagens e facções é considerado muito baixo. Neste panorama, as bonelarias apontam para uma normalidade. Segundo Christopher (2013), a reutilização de material contribui com a redução dos custos de produção e colabora com uma cadeia sustentável. As tecelagens e as facções indicam um baixo desperdício de MP. No que se refere as facções, as empresas abastecedoras enviam as peças cortadas juntamente com os insumos (linha e aviamento) com projeto de montagem, reduzindo o desperdício de material. Já as bonelarias incidem em índices de normalidade. Para Pozo (2010) a eliminação de desperdícios contribui com um melhor desempenho da cadeia. Os três arranjos apontam para uma baixa utilização de recursos naturais como água e madeira, por exemplo. Alguns empresários do ramo de tecelagem e bonelaria, utilizam poços artesianos e centrais de reaproveitamento de água. Nessa perspectiva, Christopher (2013) 118 ratifica que a utilização consciente de recursos naturais colabora com uma cadeia produtiva mais sustentável. Faccionistas e boneleiros assinalam um alto gasto produtivo exceto a MP. As facções não apresentam despesas com a aquisição de MP e insumos. Com isso, todos os outros gastos são considerados altos para essas empresas. A mão-de-obra e serviços terceirizados como dublagem e bordado, representam uma fatia considerável nas despesas das bonelarias. As tecelagens apontam para uma normalidade quanto a estes gastos. Reforçando essa ideia, Youn et al (2011) afirmam que a mensuração dos gastos permite o conhecimento sobre a lucratividade da empresa. Os três arranjos apontam para um tempo médio de produção de seus produtos de até uma semana. Esse baixo tempo demandado para a produção pode colaborar com o desempenho dos arranjos. Quando um ou mais funcionários se ausentam por motivos pessoais, o rítmo produtivo é comprometido nas tecelagens. As facções e bonelarias apresentam um leve comprometimento. As MPE’s não apresentam um quadro de funcionários elevado como as grandes, a falta de um ou mais integrantes pode interferir na sua produção. Existe um planejamento produtivo dentro das facções. O sistema integrado junto às empresas abastecedoras, pode contribuir com esse dado. As bonelarias apresentam um ligeiro planejamento produtivo. E, as tecelagens apontam para uma normalidade. Com relação aos processos de entrega aos clientes, o capital empatado em estoque de mercadorias finalizadas nos três arranjos é de até um mês. Segundo Santos e Forcellini (2012), o gerenciamento da cadeia de suprimentos propõe processos enxutos por meio da diminuição de capital investido em estoques. As tecelagens e as facções apontam para uma normalidade na quantidade de pedidos entregues aos seus clientes. As bonelarias apontam para uma alta quantidade. Grande parte das empresas do setor boneleiro, possuem uma área de conferência de mercadorias finalizadas, que contribuem para essa alta incidência de pedidos entregues corretamente. O tempo médio de permanência dos produtos fabricados nas tecelagens é de até 15 dias, nas bonelarias é de até 1 mês e nas facções é de até 1 semana. O tempo médio para realização da entrega dos produtos para os clientes, nas tecelagens e nas bonelarias é de até 15 dias. Nas facções esse período é de até 1 semana. O planejamento produtivo e o sistema integrado são fatores que podem contribuir com a rápida performance de distribuição das facções. Conforme Christopher (2013), uma menor permanência dos produtos acabados proporciona um melhor desempenho da cadeia de suprimentos. 119 5. CONCLUSÃO Esse estudo analisou a formação dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN e suas relações com a cadeia de suprimentos. Para o alcance do primeiro objetivo específico que contornava sobre a caracterização dos principais arranjos produtivos têxteis, estabeleceu-se a população da pesquisa, englobando empresários de tecelagens, bonelarias e facções. O setor de tecelagem concentra o maior número de empresas, tem a maior força de trabalho, quantidade de galpões e volume de produção. A grandeza do setor atrai diversas empresas do mesmo segmento. Esse setor possui em média três fornecedores por empresa, onde estes se localizam próximos ao arranjo. Essa proximidade pode colaborar com os processos produtivos. Dentre os três setores é o que apresenta o maior faturamento bruto anual, sendo um dos mais importantes para economia local. O setor boneleiro, como o de tecelagem, apresenta uma maior concentração de empresas em um mesmo município. Este grupo detêm a maior média de galpões e fornecedores por empresa, uma maior disponibilidade de espaço físico e fornecedores locais disponíveis. O grupo apresenta a maior média produtiva e faturamento anual mostrando-se superior a do setor de tecelagem, que detêm o maior volume produtivo. Um dos fatores que colaboram com esse faturamento, pode ser as próprias médias produtivas do setor que são quase três vezes maiores do que as de tecelagem e o de facção. O arranjo boneleiro é um dos principais setores da economia têxtil da região Seridó/RN. As facções apresentaram uma distribuição de empresas uniforme entre as cidades. As políticas de distribuição de peças das empresas abastecedoras colaboram com essa uniformidade. Dentre os três arranjos, esse setor apresenta a maior média de trabalhadores por empresa. Mais da metade dos empresários de facção possuem ensino médio e mais de um terço possuem ensino superior (completo/incompleto). Os empresários com um grau maior de instrução podem proporcionar uma melhor gestão administrativa. A grande maioria das empresas são administradas por terceiros. Essa terceirização quando executada por profissionais que entendam da área de atuação, colabora com um melhor aproveitamento produtivo da empresa. O setor apresenta a maior incidência de empresárias. Este dado pode ser atribuído a cultura da costura que, segundo Leite (2004) tem uma predominância feminina. O segundo objetivo específico incidiu em compreender a estrutura e o funcionamento dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN. No setor de tecelagem existe 120 uma grande disponibilidade de fornecedores locais. Em períodos sazonais de matéria-prima, as empresas tem suas produções prejudicadas. Os fornecedores prestativos e participativos contribuem bastante junto aos processos produtivos do setor. As vendas distribuem-se em todo o território brasileiro, não apresentando concentração em uma única região específicas. O setor apresenta dificuldades relacionadas a períodos de alta demanda de vendas. A presença de mãode-obra especializada é muito precária nesse setor. O vínculo à clientes antigos, colabora com os processos produtivos das empresas. O setor é o único que aponta uma alta interferência de órgãos fiscalizadores junto aos seus processos produtivos. O setor não apresenta qualquer tipo de parceria junto aos outros integrantes do arranjo, havendo ausência de instituições de apoio ao crescimento como SEBRAE, SENAI e IFRN. No setor boneleiro o comprometimento da produção por sazonalidade de matéria-prima é elevado. Os fornecedores prestativos são importantes. As vendas distribuem-se em todo território brasileiro. A produção do setor é afetada por um período de alta demanda de vendas. A qualidade da matéria-prima utilizada é considerada alta. Apresenta uma alta polivalência da equipe de trabalho. Este setor considera alta a importância de empresas que prestam serviços terceirizados. Relacionado a parcerias dentro do arranjo, o setor reconhece que o conhecimento adquirido com outros concorrentes locais é elevado. Existe uma elevada cooperação entre a empresa e os concorrentes locais. O setor aponta para uma normalidade com relação a contribuição de instituições de apoio ao crescimento. Nas facções, a quantidade de fornecedores é considerada baixa, pois estas confecções são abastecidas por grandes empresas. Este setor foi o único que apresentou a utilização de um sistema de informação que integra fornecedor-empresa, com trocas constantes de informação. Tal sistema proporciona um total abastecimento das empresas, minimizando os níveis de ruptura em sua produção. O setor sofre com a sazonalidade de matéria-prima. As vendas são distribuídas em todo o Brasil. As equipes de trabalho apresentam altos níveis de polivalência e de aprendizagem no cotidiano da empresa. Os níveis de mão-de-obra qualificada são considerados altos no setor. As instituições de apoio ao crescimento apresentam-se atuantes no setor, realizando cursos de gestão e capacitação. Asempresas apresentam alto índice de cooperação de umas facções com outras. Estas apontam para uma grande incidência de objetivos comuns. O terceiro objetivo especifico descreveu as relações das principais cadeias de suprimentos têxteis da região Seridó/RN. Observou-se na pesquisa que a origem da matériaprima e insumos atua de forma diferente dentro de cada um dos setores. Nos setores de 121 tecelagem e bonelaria os insumos e matéria-prima são adquiridos através dos próprios fabricantes ou distribuidores locais. As facções por serem empresas terceirizadas, são aprovisionadas pelas empresas abastecedoras, estas enviam todos os insumos e matéria-prima necessários à produção. Quando necessário, tecelagens e bonelarias se valem da terceirização. Algumas etapas de seus processos produtivos são realizados por empresas que prestam esses serviços. Para bonelarias, existem os serviços terceirizados de dublagem, bordado e costura. Para as tecelagens, existem o alvejamento e/ou tingimento, estamparia e costura. As facções não contratam serviços terceirizados. Dentro das instalações de cada um dos três setores produtivos, acontecem os processos de preparação, produção, acabamento, conferência (revisão) e envio. Os transportes utilizados para o recebimento de matéria-prima e insumos dos setores de bonelaria e tecelagem são em sua maioria de responsabilidade dos fornecedores. A grande maioria dos fornecedores desses dois setores se encontram próximos aos arranjos, facilitando a entrega de seus produtos. Para a distribuição de mercadorias, bonelarias e tecelagens utilizam transportes alternativos, na maioria das vezes essa responsabilidade é do próprio cliente. Existe uma baixa incidência de frota própria para entrega de produtos. O transporte no recebimento de matéria-prima e no transporte dos produtos finalizados no setor faccionista, é de responsabilidade da própria empresa abastecedora. Estes serviços podem ser realizados por frota própria ou por empresas específicas contratadas para transporte de mercadorias. A maioria dos clientes dos setores de bonelaria e tecelagens são os intermediadores, aqueles que adquirem os produtos para revenda. Estes intermediadores podem ser distribuidores, lojistas, ambulantes e comerciantes autônomos. Existe a venda direta para o consumidor final, só que esta tem uma pequena incidência dentro de ambos os setores. Os principais clientes dos faccionistas são as empresas abastecedoras. Atuam na região dois grandes confeccionistas de roupas, os quais são responsáveis por mais de 95% do abastecimento. O quarto objetivo específico avaliou o desempenho das empresas utilizando medidas do modelo SCOR para medição de performance na cadeia de suprimentos. A coleta e organização dos dados levantaram informações sobre cada um dos principais setores têxteis. No setor de tecelagem com relação ao abastecimento, os fornecedores realizam a entrega de MP e insumos em até uma semana, estes apresentam uma alta incidência de entrega de pedidos além de disponibilizar um prazo de até dois meses para realização de pagamentos, contribuindo com a 122 cadeia de suprimentos do setor. O capital empatado em estoque de matéria-prima para produção comporta um abastecimento de até um mês, não apresentando uma alta estocagem. Com relação a produção, são baixos os índices de utilização de material reciclado, desperdício de matériaprima e o uso de recursos naturais. O tempo médio para fabricação dos produtos é de até uma semana. Quando um ou mais funcionários faltam ao trabalho, a produção fica comprometida. Com relação a distribuição dos produtos finalizados junto aos clientes, o tempo médio de permanência dos produtos na empresa e o tempo médio de entrega dos produtos aos clientes é de até 15 dias, apresentando uma boa performance na distribuição dos produtos. No setor boneleiro, com relação ao abastecimento de matéria-prima e insumos, os fornecedores disponibilizam um prazo de até dois meses para realização dos pagamentos de produtos e necessitam de um período de 15 dias para realizarem seu abastecimento, apresentando um desempenho satisfatório. O capital empatado em estoque de matéria-prima para produção admite um provimento de até um mês, não exibindo uma alta estocagem. Com relação a cadeia produtiva, o setor utiliza poucos recursos naturais em sua produção. Os gastos com a produção exceto matéria-prima são elevados. O tempo necessário para produção dos produtos é de até uma semana, apresentando uma excelente performance produtiva da cadeia. Na ausência de um ou mais integrantes da equipe de trabalho, a produção fica ligeiramente comprometida. O setor apresenta uma leve incidência de um planejamento produtivo. Apresenta uma elevada quantidade de pedidos entregues aos clientes, onde estes recebem os produtos em um período de até 15 dias, proporcionando uma boa performance na cadeia. Já o setor faccionista, apresenta uma cadeia de suprimentos com a melhor performance entre os três arranjos. Com relação ao abastecimento de matéria-prima e insumos, as empresas abastecedoras necessitam de até uma semana para realizarem a entrega dos produtos, estes realizam os pagamentos junto aos faccionistas em um período de até 1 mês. A estocagem de matéria-prima para produção admite um provimento de até um mês, apresentando um controle regular de abastecimento. Relacionado à cadeia produtiva, o desperdício de matéria-prima é baixo. As facções não apresentam gastos com matéria-prima e insumos, estes são de responsabilidade das empresas abastecedoras. O tempo médio para produção dos produtos é de até uma semana, apresentando um ótimo desempenho da cadeia produtiva. O setor apresenta um leve comprometimento na produção quanto há a ausência de um ou mais funcionários. O setor apresenta um alto nível de planejamento na produção, este pode ser atribuído aos cursos de capacitação e gestão adquiridos em instituições como SEBRAE, SENAI e IFRN. Com relação a distribuição dos produtos aos clientes (empresas abastecedoras), o tempo de 123 permanência dos produtos na empresa e o tempo médio para realização das entregas as empresas abastecedoras é de até 1 semana, apresentando um elevado desempenho. O objetivo geral desse estudo era analisar a formação dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN e suas relações com a cadeia de suprimentos. Com o alcance dos quatro objetivos específicos, acredita-se que o objetivo geral do trabalho foi preenchido. Em uma análise geral, pode-se observar comportamentos dos arranjos produtivos mais atuantes em alguns setores do que em outros. As tecelagem não apresentam de forma direta e organizada a atuação de um arranjo produtivo. Este setor não realiza compras conjuntas, não adquire cursos de capacitação e/ou mão-de-obra especializada de forma conjunta, não realiza trocas de equipamentos e conhecimentos. O setor afirma que se não existissem concorrentes, suas cadeias de produção poderiam estar comprometidas. Existe na região uma associação de classe, mas os empresários advertem que a mesma encontra-se inoperante, não contribuindo para o fortalecimento do arranjo. O setor aponta para a ausência de empresas de apoio ao crescimento. Embora a cadeia de suprimentos deste arranjo apresente-se bem atuante e com alta incidência de distribuidores locais, exibindo uma cadeia produtiva com elevada performance. O setor de bonelaria apresenta uma boa incidência organizacional dentro de seu arranjo produtivo. Sua associação de classe realiza ações que contribuem com o avanço do arranjo. A participação de empresas de apoio ao crescimento industrial acontece de forma moderada. Sua cadeia de abastecimento é bem estruturada, com fácil acesso aos fornecedores, e a distribuição dos produtos sendo realizada de forma eficiente. Este é o setor com a maior média de fornecedores por empresa. Apesar dessa boa quantidade, a cadeia de suprimentos do setor apresentou uma performance inferior aos setores de tecelagem e facção, no entanto, essa ainda expõe índices de entregas e recebimentos elevados, apresentando um bom desempenho produtivo em sua cadeia de suprimentos. O setor de facções foi o que apresentou um arranjo produtivo mais atuante. A associação de faccionistas aproxima os empresários as empresas de apoio ao crescimento, adquirindo vários benefícios dessa parceria, fortalecendo o arranjo como um todo. O setor está progredindo com relação ao seu crescimento na região, com a operacionalização do projeto Pró-Sertão, por exemplo. Suas cadeias produtivas aparecem como um fator diferenciado, pois comungam de um sistema de informação que é utilizado em conjunto com as empresas abastecedoras, facilitando e agilizam os processos produtivos. Boa parte dos empresários relatam que se não existissem outros parceiros (facções), suas empresas poderiam estar em uma situação mais 124 confortável. A cadeia de suprimentos apresenta os melhores resultados relacionados ao abastecimento e a distribuição. Com isso, seu sistema produtivo é bastante eficiente. Ao comparar os resultados da pesquisa aos encontrados no estudo de Kieckbusch (2010), que abordou a cadeia de suprimentos da indústria têxtil e de confecções do médio vale do Itajaí, os estudos desse autor apontaram para a dificuldade das empresas de apresentarem forças advindas da visão de um arranjo organizado, e não apenas de suas individualidades. Na pesquisa o setor de facções aponta que um arranjo organizado e estruturado pode apresentar forças e colher frutos. Ao conferir os resultados do estudo de Albuquerque (2013) sobre APL’s de panificação e cerâmica vermelha, estes apresentam um alto nível de objetivos comuns dentro de seus arranjos produtivos, convergindo com os resultados apresentados pelo setor faccionista e divergindo dos resultados exibidos no setor de tecelagem. As fundamentais contribuições da pesquisa podem ser desmembradas em teóricas, práticas e metodológicas. Quanto ao modelo utilizado para a mensuração do constructo que considera estudos sobre arranjos produtivos e medição da cadeia de suprimentos (utilizando o modelo SCOR 11.0) explanou-se a contribuição deste estudo dentro do universo das MPE’s têxteis da região Seridó/RN. Vale salientar que em todo referencial bibliográfico analisado, não foi encontrado trabalhos que abordassem arranjos produtivos e suas relações com a cadeia de suprimentos em uma única pesquisa. O estudo concentrou um grupo de variáveis analíticas que completaram lacunas específicas, podendo estas serem aproveitadas em outros estudos. Apesar do esforço científico, algumas limitações devem ser observadas. Após uma análise detalhada, uma quantidade significativa de variáveis do estudo foram retiradas da pesquisa por fatores relacionados ao público pesquisado. Para a realização de outras pesquisas seriam necessárias novas análises dentro das variáveis do estudo. Embora a presente pesquisa tenha preenchido os requisitos básicos de um procedimento de validação de constructo, as escalas utilizadas demandam novos estudos para que sua eficácia possa ser aprimorada. Toda via, para uma afirmação das variáveis descobertas, seria necessário uma pesquisa utilizando o mesmo padrão e instrumento. A aplicação desse estudo em empresas têxteis de maior porte, ou empresas de segmentos diversificados (independentemente do seu porte), poderia confrontar os resultados dessa pesquisa. Dessa forma, recomenda-se a prática de novos estudos de cunho qualitativo, inseridos na mesma parábola de pesquisa, apresentando algumas alternativas dentro dessa gama de possibilidades de estudos sobre arranjos produtivos e suas relações com a cadeia de suprimentos. 125 REFERÊNCIAS AGRELL, P. J.; HATAMI-MARBINI, A. Frontier-Based Performance Analysis Models for Supply Chain Management: State of the art and research directions. Computers & Industrial Engineering. 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DOMINGOS FERNANDES CAMPOS Período: 2013.2 à 2015.1 INFORMAÇÕES DO ENTREVISTADO RAZÃO SOCIAL NOME FANTASIA ROTEIRO DE ENTREVISTA MATÉRIA-PRIMA 1) Qual a origem da matéria-prima (Indústria ou Distribuidores)? Como se dá a aquisição? 2) Quais são as principais matérias-primas e insumos? 3) Existem problemas no abastecimento? Explique como acontece no dia a dia. 4) Qual a sua opinião sobre a infraestrutura das rodovias para transporte de mercadorias e matéria-prima? 5) Existe alguma preocupação com relação à qualidade da matéria-prima adquirida? 6) Existe algum fator na matéria-prima que possa agregar valor ao seu produto em uma eventual divulgação do mesmo (algodão ecologicamente correto)? 7) Fale um pouco sobre os principais fornecedores: como estes atuam? AMBIENTE 1) Como funcionam os órgãos de fiscalização que atuam na sua região? 2) Existe a utilização de produtos reciclados em sua produção, tratamento de resíduos, coleta seletiva, dentre outros? Quais são? Como funcionam? 3) O que acontece com o desperdício da produção? 4) Existe alguma preocupação com o meio ambiente? Qual? Exemplifique. 5) Quais medidas tomadas por sua organização com relação a esses problemas ambientais? Até que ponto isso afeta a produção? 6) Há alguma legislação específica ou restrições para produção? MERCADO 1) Quais os principais obstáculos enfrentados por sua empresa para o abastecimento dos seus produtos no mercado? Existe alguma ação para solucionar esses obstáculos? 2) Como se dá o transporte da mercadoria pronta no pós-venda? 3) Comercializa por mediação de intermediários? Como funciona? 4) Quais os principais destinos no mercado (interno e/ou externo)? Explique melhor. 139 5) Como se dá o relacionamento com os concorrentes locais? 6) Na sua visão, o que motiva a ascensão de indústrias têxteis no seu ramo de atuação localizadas na região Seridó/RN? 7) Quais os principais obstáculos enfrentados no transporte da mercadoria? 8) Existe algum projeto para a expansão da capacidade de transporte da mercadoria? Qual? 9) Qual a região (outra localidade) que você considera como maior concorrente na fabricação dos seus produtos? Por quê? 10) Com relação ao seu cliente, você considera este um consumidor final ou um intermediário do seu produto? Como se dá o relacionamento? 11) Existe alguma preocupação de como o cliente intermediador trabalha na divulgação e fornecimento do seu produto para o consumidor final? PRODUÇÃO 1) Quais os principais produtos? Caso exista, descreva acerca dos produtos secundários (outros produtos fabricados). 2) Qual a produção mensal da empresa (em kg, peças, litros, outros)? 3) A quantidade de funcionários muda no período de alta produtividade? Em que proporção isso ocorre, conforme o quadro médio de funcionário (ex: aumenta 20%)? 4) Há aquisição de produção terceirizada? Como se dá esse processo? Quem fornece? 5) Embalagem e empacotamento dos produtos produzidos? 6) Qual o tipo de transporte utilizado? Estes fazem parte da frota própria ou esta é terceirizada? Como funciona? 7) Qual o período do ano ideal para a produção? Por quê? 8) Quais os principais complicadores na produção? 9) Quais fatores favorecem a produção? SUPORTE 1) Existe algum órgão envolvido nos processos de soluções de problemas? 2) Qual sua opinião sobre as instituições de apoio como SEBRAE, SENAI e SENAC? 3) Existe alguma participação de universidades e institutos educacionais (como o IFRN)? Como se dá essa participação? 4) Existe capital disponível no mercado financeiro (bancos) com condições adequadas para a sua indústria? Como é o acesso? 5) Possui certificação? Quais são? ARRANJOS PRODUTIVOS 1) Existe alguma cooperativa ou associação de empresas do mesmo setor na região? Como funciona? 2) O transporte na compra (matéria-prima) e venda (produtos) é compartilhado ou auxiliado pelos parceiros comerciais (concorrentes)? 3) Você observa alguma vantagem comercial na participação dessas associações e/ou cooperativas? 4) Quais as ações organizacionais (estratégicas) envolvidas na participação dessas associações e/ou cooperativas? 5) Quais os benefícios e aprendizagens envolvidos nessas associações e/ou cooperativas? 6) Quais as cooperações entre as empresas participantes existentes nessas associações e/ou cooperativas? 140 Apêndice B – Módulo 1 do Questionário de Pesquisa Aplicado aos Empresários Têxteis da Região Seridó/RN UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Matrícula: 201317538 Responsável pela Pesquisa: LEANDRO APARECIDO DA SILVA Professor Orientador: PROF. DR. DOMINGOS FERNANDES CAMPOS Período: 2013.2 à 2015.1 Ementa Solicito a sua colaboração para responder este questionário. Todas as respostas serão tratadas de maneira consolidada garantindo o sigilo das informações individuais. O questionário leva em torno de 30 minutos. Agradeço imensamente a sua colaboração. Para qualquer dúvida ou esclarecimento, segue a informação sobre os contatos. Leandro A. da Silva: (84) 9921 9206. Coordenação do Mestrado: (84) 3216-8616. FICHA CADASTRAL DAS EMPRESAS PESQUISADAS RAZÃO SOCIAL NOME FANTASIA CIDADE EQ. DE TRAB. ESCOLARIDADE DO PROPRIETÁRIO FAIXA ETÁRIA DO PROPRIETÁRIO ____ FAMILIARES ____ FUNCIONÁRIOS NENHUM ENSINO BÁSICO ENSINO MÉDIO SUP. INCOMPLETO SUP. COMPLETO PÓS-GRADUAÇÃO ENTRE 18 E 25 ANOS ENTRE 25 E 35 ANOS ENTRE 35 E 50 ANOS ACIMA DE 50 ANOS ATIVIDADE FACÇÃO TECELAGEM BONELARIA SEXO PROPRIETÁRIO MASCULINO FEMININO QNT. FORNECEDORES FATURAMENTO BRUTO EM 12 MESES (VEZES R$ 1000,00) ______________________ ATÉ 20 DE 20 A 40 DE 40 À 80 DE 80 A 160 EXISTÊNCIA DE GERENTE(S) SIM NÃO MÉDIA DE IDADE DA EQUIPE ENTRE 18 E 25 ANOS ENTRE 25 E 35 ANOS ENTRE 35 E 50 ANOS ACIMA DE 50 ANOS QNT. GALPÕES (INSTALAÇÕES) ______________________ PRODUÇÃO MENSAL (Kg, litros, peças, outros) DE 160 A 240 DE 240 A 360 DE 360 À 500 DE 500 A 750 ______________________ DE 750 A 1000 DE 1000 A 2000 DE 2000 À 2900 ACIMA DE 2900 141 Apêndice C – Módulo 2 do Questionário de Pesquisa Aplicado aos Empresários Têxteis da Região Seridó/RN UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Abastecimento e Estoque Questão 1 Indique o capital empatado (dinheiro parado) em estoque de mercadorias finais em relação ao faturamento mensal de sua empresa (considere somente o estoque de produtos finalizados): Até 1 mês Até 2 Até 3 meses Até 4 Até 5 meses Até 6 Acima de 6 meses meses meses meses 1 2 3 4 5 6 7 Questão 2 Você considera a quantidade de fornecedores disponíveis em sua região (mesma cidade, cidades vizinhas): Muito baixa Baixa Ligeiramente Normal Ligeiramente Alta Muito alta baixa alta 1 2 3 4 5 Matéria-Prima 6 7 Questão 3 Indique o capital empatado (dinheiro parado) em estoque de matéria-prima e insumos em relação ao faturamento mensal de sua empresa: Até 1 mês Até 2 Até 3 Até 4 Até 5 Até 6 Acima de 6 meses meses meses meses meses meses 1 2 3 4 5 6 7 Questão 4 Indique em que medida os seus fornecedores têm acesso às informações do estoque de matérias-primas de sua empresa (em que medida o seu fornecedor gerencia seus estoques): Não tem Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto acesso baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 5 A quantidade de material reciclado que sua empresa utiliza na produção é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 Muito alto 7 Questão 6 Indique a frequência de compras de matéria-prima e insumos realizadas por sua empresa em conjunto com outras do mesmo setor, junto aos fornecedores. A escala varia de 1 (nunca realiza) a 7 (sempre realiza): Nunca Sempre realiza realiza 1 2 3 4 5 Questão 7 O desperdício de matéria-prima na fabricação dos seus produtos é: Muito alto Alto Ligeiramente Normal Ligeiramente alto baixo 1 2 3 4 5 6 Baixo Muito baixo 6 7 Questão 8 O prazo médio para pagamento (tempo) dado pelos fornecedores de matéria-prima: Até 1 mês Até 2 Até 3 meses Até 4 Até 5 Até 6 meses meses meses meses 1 2 3 4 5 7 6 Acima de 6 meses 7 142 UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Questão 9 Indique o nível de comprometimento da produção da sua empresa pela falta de matéria-prima em alguns períodos do ano. A escala varia de 1 (sempre comprometida) a 7 (nunca comprometida): Sempre comprometida 1 Nunca comprometida 2 3 4 5 6 7 Questão 10 O tempo médio de entrega da matéria-prima e insumos mais importantes pelo fornecedor é: Até 1 Até 15 dias Até 1 mês Até 45 dias Até 2 meses Até 3 Acima de 3 semana meses meses 1 2 3 4 Questão 11 A qualidade da matéria-prima utilizada na produção é: Muito ruim Ruim Ligeiramente Normal ruim 1 2 3 4 5 6 7 Ligeiramente boa Boa Muito boa 5 6 7 Questão 12 A quantidade de recursos naturais (como água, madeira ou outros) utilizada na sua produção é: Muito baixa Baixa Ligeiramente Normal Ligeiramente Alta Muito alta baixa alta 1 2 3 4 5 6 7 Pedidos e Faturamento Questão 13 Os gastos com a produção, exceto matéria-prima (mão de obra, energia, entre outros), são considerados: Muito Baixos Ligeiramente Normais Ligeiramente Altos Muito altos baixos baixos altos 1 2 3 4 5 Questão 14 A quantidade de pedidos atendidos corretamente pelo fornecedor é: Muito baixa Baixa Ligeiramente Normal Ligeiramente baixa alta 1 2 3 4 5 6 7 Alta Muito alta 6 7 Questão 15 A quantidade de pedidos entregues corretamente aos seus clientes (tempo, quantidades, documentação), o chamado pedido perfeito, é: Muito baixa Baixa Ligeiramente Normal Ligeiramente Alta Muito alta baixa alta 3 4 5 6 7 1 2 Questão 16 O padrão (estético) e a qualidade das embalagens de seus produtos são: Muito Baixos Ligeiramente Normais Ligeiramente baixos baixos altos 1 2 3 4 5 Altos Muito altos 6 7 143 UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Tempo Questão 17 O tempo em que os produtos fabricados permanecem dentro da sua empresa (considere somente produtos finalizados; mercadoria acabada em estoque) é: Até 1 Até 15 dias Até 1 mês Até 45 dias Até 2 Até 3 Acima de 3 semana meses meses meses 1 2 3 4 5 6 7 Questão 18 O tempo de produção dos seus produtos (tempo utilizado na fabricação dos produtos) é: Até 1 Até 15 dias Até 1 mês Até 45 dias Até 2 meses Até 3 Acima de 3 semana meses meses 1 2 3 4 5 6 7 Questão 19 Indique o nível de comprometimento da produção de sua empresa quando falta um ou mais funcionários. A escala varia de 1 (muito baixo) a 7 (muito alto): Muito baixo Muito alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 20 Indique o nível de planejamento da produção de sua empresa (cronograma de produção). A escala varia de 1 (sem planejamento) a 7 (totalmente planejado): Sem Totalmente planejamento planejado 1 2 3 4 5 6 7 Questão 21 O tempo de entrega dos seus produtos aos clientes (tempo médio de entrega dos produtos aos clientes) é: Até 1 Até 15 dias Até 1 mês Até 45 dias Até 2 meses Até 3 Acima de 3 semana meses meses 1 2 3 4 5 6 7 Questão 22 Indique em que medida o fato de ter uma carteira com clientes antigos, de longa data, contribui para a programação da produção de sua empresa. A escala varia de 1 (nada contribui) a 7 (contribui muito): Nada Contribui contribui muito 1 2 3 4 5 6 7 Funcionários Questão 23 A polivalência dos seus funcionários (aqueles que executam mais de uma operação no processo de fabricação dentro da empresa) é: Muito baixa Baixa Ligeiramente Normal Ligeiramente Alta Muito alta baixa alta 1 2 3 4 5 6 7 144 UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Questão 24 Incentivos e políticas públicas que ajudem a sua empresa na contratação de novos funcionários (empresas e/ou instituições que ligam empregados a empregadores, como o IEL): Não Existem Existem Existem Existem e Existem e Existem e existem muito Poucos atuam bem atuam muito atuam com poucos bem excelência 1 2 3 4 5 6 7 Questão 25 Você considera a presença de políticas e ações públicas (prefeituras, câmaras de vereadores, órgãos públicos, associações e cooperativas) voltadas para a aproximação de sua empresa às instituições de ensino e pesquisa em um nível: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 Aprendizagem 6 7 Questão 26 O nível de aprendizagem adquirido no dia a dia dentro da sua empresa, pelos seus funcionários, é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 Questão 27 O nível de conhecimento que sua empresa adquire com outros concorrentes é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 Questão 28 O nível de conhecimento que sua empresa adquire com clientes e fornecedores é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Muito alto 7 Muito alto 7 Questão 29 O nível de conhecimento que sua empresa tem como diferencial, em relação aos seus concorrentes, é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 Localização e Infraestrutura 6 7 Questão 30 O nível de dificuldades impostas pela localização de sua empresa, com relação ao envio de suas mercadorias produzidas (obstáculos pela localização na entrega dos produtos), é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 Questão 31 Em termos de distância, a maior parte das vendas de sua empresa se concentra: Em sua Na região No Rio Nos No No Brasil cidade Seridó Grande do estados que Nordeste Norte fazem Brasileiro divisa com o RN 1 2 3 4 5 6 7 Em outros países 7 145 UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Questão 32 O nível de dificuldades impostas pela localização de sua empresa com relação ao recebimento de matéria-prima e insumos (obstáculos pela localização no recebimento de matéria prima) é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 33 O nível de adequação de suas instalações (galpões, máquinas, transportes, estrutura física, dentre outros) está: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Relacionamento e arranjos produtivos Questão 34 A número de negócios realizados entre sua empresa e empresas informais (as consideradas fundo de quintal) e/ou profissionais autônomos é: Muito pouco Pouco Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto pouco alto 1 2 3 4 5 Questão 35 O nível de confiança entre sua empresa e seus concorrentes locais é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Alto Muito alto 6 7 Questão 36 O nível da administração de sua empresa (você e seus funcionários), com relação às facilidades de compra, venda e produção é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 37 Indique em que nível um fornecedor que é participativo e prestativo e que sempre entra em contato pode ajudar na sua produção, entre 1 (não ajuda) e 7 (ajuda muito): Não ajuda Ajuda muito 1 2 3 4 5 6 7 Ligeiramente alto Alto Muito alto 5 6 7 Mão de Obra Questão 38 O nível de mão de obra qualificada em sua empresa é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal baixo 1 2 3 4 Questão 39 Qual a presença de mão de obra especializada (engenheiros, técnicos) em sua empresa, entre 1 (muito ausente) e 7 (muito presente): Muito Muito ausente presente 1 2 3 4 5 6 7 146 UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Questão 40 Indique o nível de importância que instituições como SEBRAE, SENAI, SESI e IFRN têm para o desenvolvimento de sua empresa. A escala varia de 1 (nenhuma importância) a 7 (muita importância). Nenhuma Muita importância importância 1 2 3 4 5 6 7 Questão 41 O nível de conhecimento e capacitação que sua empresa (você e sua equipe de trabalho) adquiriu por meio de instituições como SEBRAE, SENAI, SESI e IFRN é: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 42 Indique o nível de cooperação entre sua empresa e suas concorrentes (exemplos: empréstimos de equipamentos, matérias-primas, funcionários, dicas de como produzir, indicação de novos fornecedores e clientes): Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 Questão 43 Indique em que nível os objetivos de sua empresa são comuns aos dos concorrentes. varia de 1 (nenhum objetivo comum) a 7 (todos objetivos comuns): Nenhum objetivo comum 1 2 3 4 5 6 7 A escala Todos objetivos comuns 7 Questão 44 Indique em que nível a presença de associações de classes, redes e/ou grupos de empresas e cooperativas favorece a integração de sua empresa com seus concorrentes: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 45 Indique em que nível há uma estrutura comum entre sua empresa e seus concorrentes para armazenamento e produção de mercadorias (galpões em comum): Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 46 Indique o nível de cooperação (parceria) entre sua empresa e seus concorrentes na aquisição de serviços especializados, como técnicos, engenheiros e outros profissionais autônomos: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 47 Indique o nível de importância dos distribuidores (clientes intermediários) na divulgação e apresentação dos seus produtos: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 147 UNIVERSIDADE POTIGUAR Mestrado Profissional em Administração Questão 48 Indique o nível de importância das empresas que prestam serviços terceirizados, como alvejamento, tingimento, estamparia, dublagem (serviço de bonelaria), costura e corte, dentre outros, para sua empresa: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 49 Indique o nível de importância das cooperativas de crédito que atendem sua empresa e aos seus concorrentes: Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Produção Questão 50 Indique em que nível a sua produção pode ser afetada por um período sazonal de vendas (ex: aumento de vendas no final de ano), entre 1 (não afeta) e 7 (afeta bastante): Não afeta Afeta bastante 1 2 3 4 5 6 7 Questão 51 Indique o nível que sua empresa tem de absolver uma produção com grande variedade de produtos em baixas quantidades (ex. produz 10 bonés de um tipo, 20 de outro, etc.): Muito baixo Baixo Ligeiramente Normal Ligeiramente Alto Muito alto baixo alto 1 2 3 4 5 6 7 Questão 52 Quando ocorre a produção de grandes lotes com pouca variedade nos produtos, o nível de produtividade de sua empresa: Não Aumenta aumenta muito 1 2 3 4 5 6 7 Questão 53 Em que nível uma fiscalização rígida dos órgãos governamentais (IDEMA, IBAMA, Ministério do Trabalho) pode atrapalhar na produção, entre 1 (não atrapalha) e 7 (atrapalha bastante)? Não Atrapalha atrapalha bastante 1 2 3 4 5 6 7 Questão 54 Caso não existissem concorrentes (parceiros comerciais) em sua região, o acesso à matériaprima, mão de obra e mercado poderia ser: Muito Prejudicado Ligeiramente Normal Um pouco Melhor Bem melhor prejudicado prejudicado melhor 1 2 3 4 5 6 7 148 Apêndice D – Diretrizes Norteadoras para o Alcance do Objetivo Geral Quadro – Diretrizes Norteadoras para o Alcance do Primeiro Objetivo Específico OBJETIVO GERAL: ANALISAR A FORMAÇÃO DOS PRINCIPAIS ARRANJOS PRODUTIVOS TÊXTEIS DA REGIÃO SERIDÓ/RN E SUAS RELAÇÕES COM A CADEIA DE SUPRIMENTOS. OBJETIVO ESPECÍFICO a) Caracterizar os principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN. QUESTÕES O QUÊ PERGUNTAR 1- Quais as principais característi cas dos arranjos produtivos têxteis da região? 2- Em que contexto econômico social está inserida a região? 3- Qual o perfil do setor têxtil local? 4- Qual o perfil das indústrias que compõem o setor têxtil local? Quais os municípios que compõem o setor têxtil da região? Fonte: Elaborado pelo Autor. A QUEM PERGUNTAR? (PEGN, 2007) (V&C, 2011) FINALIDADE TIPO DE DADO Estabelecer a população da pesquisa Primária/ Secundário (FJA-RN, 2013) IBGE Qual a população dos municípios envolvidos na indústria têxtil da região? IBGE e WEB Conhecer o potencial Secundário Qual o PIB dos municípios envolvidos na indústria têxtil da região? Órgãos Governamentais Conhecer o potencial Secundário Como estão distribuídas as indústrias têxteis nas cidades? IBGE e WEB Conhecer as condições de produtividade Primário/ Qual o porte das indústrias têxteis? Indústrias Têxteis da Região Identificar o tipo e a participação da indústria Primário Qual a produção da indústria dentro do setor têxtil local? Indústrias Têxteis da Região A participação na produção Primário Qual a quantidade de funcionários no período de alta demanda em períodos normais? Indústrias Têxteis da Região A demanda de mão-de-obra e a geração de emprego e renda Primário Participações de cooperativas e/ou associações de classe? Indústrias Têxteis da Região IdentificaR a integração das indústrias. Primário Participações de empresas de apoio ao crescimento como SENAI, SEBRAE, SESC, SENAC e IFRN? Indústrias Têxteis da Região Apoio ao crescimento do setor têxtil local Primário/ IBGE e WEB Secundário Secundário 149 Quadro – Diretrizes Norteadoras para o Alcance do Segundo Objetivo Específico OBJETIVO GERAL: ANALISAR A FORMAÇÃO DOS PRINCIPAIS ARRANJOS PRODUTIVOS TÊXTEIS DA REGIÃO SERIDÓ/RN E SUAS RELAÇÕES COM A CADEIA DE SUPRIMENTOS. OBJETIVO ESPECÍFICO b) Compreender a estrutura e o funcionamento dos principais arranjos produtivos têxteis da região Seridó/RN. QUESTÕES 1 Qual o desempenho logístico em arranjos produtivos? 2 Quais as motivações envolvidas em arranjos produtivos? 3 Quais as ações estratégias envolvidas em arranjos produtivos? 4 Quais os benefícios e aprendizagem envolvidos em arranjos produtivos? 5 Quais as externalidades , densidade e cooperação existentes nos arranjos produtivos? O QUÊ PERGUNTA R A QUEM PERGUNTAR? FINALIDADE TIPO DE DADO Questões do instrumento de pesquisa que abordam as variáveis analíticas dos arranjos produtivos Indústrias Têxteis da Região Conhecer o funcionamento dos arranjos produtivos Primário Conhecer a estrutura dos arranjos produtivos Conhecer o desempenho logístico dos arranjos produtivos. Identificar as motivações envolvidas dentro dos arranjos produtivos. Verificar as ações estratégicas envolvidas nos arranjos produtivos. Identificar os benefícios e aprendizagens advindas dos arranjos produtivos. Identificar as externalidades, densidades e cooperação existentes nos arranjos produtivos Fonte: Elaborado pelo Autor. 150 Quadro – Diretrizes Norteadoras para o Alcance do Terceiro Objetivo Específico OBJETIVO GERAL: ANALISAR A FORMAÇÃO DOS PRINCIPAIS ARRANJOS PRODUTIVOS TÊXTEIS DA REGIÃO SERIDÓ/RN E SUAS RELAÇÕES COM A CADEIA DE SUPRIMENTOS. OBJETIVO ESPECÍFICO c) QUESTÕES Descrever as relações das principais cadeias de suprimentos têxteis da região Seridó/RN. 1- Como está estruturada as cadeias de suprimentos têxtil da Região Seridó/RN? 2- Como funciona a cadeia de suprimentos têxtil local? 3- Quais as principais etapas da cadeia de suprimentos têxtil? 4- Quais os principais agentes da cadeia de suprimentos têxtil? 5- Como se estabelece a matriz origemdestino? O QUÊ PERGUNTAR A QUEM PERGUNTAR? Acesso aos insumos e equipamentos? Indústrias Têxteis da Região TIPO DE DADO Conhecer a origem. Primário Adquiri produção terceirizada? Como se dá esse processo? Quem fornece? Conhecer volume comercializado através de terceiros e/ou parceiros. Possui instalações adequadas para produção, embalagem e empacotamento dos produtos produzidos? Capacidade interna de beneficiamento, aprovisionamento e desempenho interno. Possui certificação? Quais são? Nível de qualidade exibida no mercado. Qual o tipo de transporte utilizado? Estes fazem parte da frota própria? Capacidade de transporte, modelo de acordo utilizado, como funciona. Comercializa por mediação de intermediários? Conhecer a forma de comercialização. Quais os principais destinos no mercado (interno e/ou externo)? Qual o volume comercializado? Fonte: Elaborado pelo Autor. FINALIDADE Conhecer a matriz origemdestino. 151 Quadro – Diretrizes Norteadoras para o Alcance do Quarto Objetivo Específico OBJETIVO GERAL: ANALISAR A FORMAÇÃO DOS PRINCIPAIS ARRANJOS PRODUTIVOS TÊXTEIS DA REGIÃO SERIDÓ/RN E SUAS RELAÇÕES COM A CADEIA DE SUPRIMENTOS. OBJETIVO ESPECÍFICO QUESTÕES O QUÊ PERGUNTAR A QUEM PERGUNTAR? FINALIDADE TIPO DE DADO d) Avaliar o desempenho das empresas pesquisadas utilizando medidas do modelo SCOR na gestão da cadeia de suprimentos. 1- Qual é a Confiabilidade dentro do modelo SCOR? 2- Qual é a Receptividade dentro do modelo SCOR? 3- Qual é a Agilidade dentro do modelo SCOR? 4- Qual é a Eficiência do Gerenciamento de Ativos dentro do modelo SCOR? Questões do instrumento de pesquisa que abordam as variáveis analíticas de medição de performance na cadeia de suprimentos utilizando o modelo SCOR 11.0 Indústrias Têxteis da Região Conhecer a Confiabilidade dentro do modelo SCOR junto as classificações interativas na cadeia de suprimentos Primário Conhecer a Receptividade dentro do modelo SCOR junto as classificações interativas na cadeia de suprimentos Conhecer a Agilidade dentro do modelo SCOR junto as cadeia de suprimentos Conhecer a Eficiência do Gerenciamento de Ativos dentro do modelo SCOR junto as classificações interativas na cadeia de suprimentos Fonte: Elaborado pelo Autor. 152 Apêndice E – Atributos de Confiabilidade, Receptividade, Agilidade e Eficiência do Gerenciamento de Ativos do Modelo SCOR 11.0 Quadro A – Atributos de Confiabilidade do Modelo SCOR 11.0 Classificação COMPRA e COMPRAR E DEVOLVER Atributos Nome dos Atributos V15 Quantidade de pedidos atendidos corretamente pelos fornecedores V16 Mercadorias recebidas pelo fornecedor livres de defeitos V17 Insumos recebidos dos fornecedores, que atendam a solicitação dos clientes Pedidos atendidos pelo fornecedor, para que o atendimento ao cliente possa ocorrer dentro do prazo solicitado V18 Pedidos atendidos pelos fornecedores que dispõem de conteúdo correto Pedidos atendidos pelos fornecedores com material e especificações dos produtos conforme solicitado V20 Pedidos entregues pelo fornecedor com tempo e documentação corretos Pedidos entregues pelos fornecedores dentro do prazo e com documentação de embarque corretos. V21 Pedidos entregues pelos fornecedores livres de defeitos. Pedidos entregues pelos fornecedores livres de defeitos, dentro do total de pedidos recebidos. V22 Produtos recebidos dos fornecedores no prazo solicitado. Produtos recebidos pelos fornecedores no prazo solicitado. V23 Produtos recebidos pelos fornecedores sem erros de transação. Produtos recebidos pelos fornecedores sem erros de transação. V4 Produtos devolvidos ao fornecedor referente a erros no envio do pedido. Produtos devolvidos aos fornecedor por defeito, excesso ou a falta de produtos ou divergentes do que foram solicitados no pedido. V5 Produtos armazenados para manutenção, revisão e reparos que devem retornar aos fornecedores. Produtos armazenados que serão devolvidos aos fornecedores para manutenção, revisão e reparos. V25 Atendimento de devolução de produtos realizados pelos fornecedores. Devolução de produtos defeituosos atendidos pelo fornecedor, com tempo de atendimento correto. V34 Ocorrências de devolução de produtos aos fornecedores referentes a excesso dos mesmos em estoque. Ocorrências de produtos devolvidos aos fornecedores, referente ao excesso dos mesmos em estoque. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. Descrição dos Atributos Classificação segundo processos Quantidade de pedidos atendidos corretamente pelos fornecedores conforme combinado. Mercadorias recebidas dos fornecedores livres de defeitos, dentro do total de mercadorias recebidas COMPRAR COMPRAR e DEVOLVER 153 Quadro B – Atributos de Confiabilidade do Modelo SCOR 11.0 Classificação PRODUZIR e PRODUZIR E ENTREGAR Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos V40 Fabricação de produtos realizadas no tempo correto. Produtos fabricados no tempo correto, pré-determinado por um cronograma de produção. V43 Custos de produtos de garantia dentro da empresa. Custos de produtos de garantia incluindo (material, mão de obra, tempo de reparo, dentre outros). V44 Erros de processamento de insumos Erros de processamento de insumos, dentro do total de insumos utilizados para fabricação do produto. V45 Rendimento dos insumos dentro da fabricação dos produtos Rendimento de matéria-prima na fabricação dos produtos. V46 Nível de desperdício de matéria-prima na fabricação dos produtos. V26 Documentação de conformidades de produtos corretas. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. Nível de desperdício de matéria-prima durante a fabricação dos produtos. Documentação de conformidade do produto correta e disponível aos que interessarem. Classificação segundo processos PRODUZIR PRODUZIR E ENTREGAR 154 Quadro C – Atributos de Confiabilidade do Modelo SCOR 11.0 Classificação ENTREGAR, PLANEJAR e PLANEJAR, PRODUZIR E ENTREGAR Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos V6 Produtos alocados corretamente. Produtos alocados corretamente, dentro do total de produtos disponíveis para alocação. V8 Pedidos solicitados pelos clientes atendidos de forma correta. V27 Quantidade de pedidos entregues corretamente aos clientes V28 Pedidos entregues aos clientes corretamente. Pedidos entregues aos clientes corretamente, conforme quantidades e especificações de produtos. V29 Pedidos entregues no local e ao cliente corretamente. Pedidos entregues no local e ao cliente corretamente. V30 Pedidos entregues aos clientes com as quantidades de produtos sendo atendidas. Pedidos entregues aos clientes com as quantidades de produtos atendidos de forma satisfatória. V35 Pedidos entregues aos clientes livres de danos Pedidos entregues aos clientes livres de danos de transporte. V36 Pedidos entregues aos clientes livres de defeitos Pedidos entregues aos clientes livres de defeitos. V41 Precisão na documentação de expedição do pedido. Precisão de documentação de envio de pedido, atendido de forma adequada e correta. V32 Precisão de fabricação de produtos, conforme estimativa de tempo prédeterminado. Precisão de fabricação de produtos, conforme estimativa de tempo de produção. V7 Pedidos recebidos e/ou entregues de forma correta ao destino correto (pedido perfeito). Pedidos recebidos e/ou entregues de forma correta ao destino correto, atendendo o cronograma, com os produtos e a documentação correta (pedido perfeito). V31 Pedidos concluídos dentro do prazo de 24h, após seu recebimento. Pedidos concluídos dentro do prazo de 24h, após seu recebimento. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. Classificação segundo processos Pedidos processados sem problemas ou erros pela empresa. Quantidade de pedidos entregues aos clientes realizados corretamente com tempo, quantidades, documentação de envio todos conforme combinado. ENTREGAR PLANEJAR PLANEJAR, PRODUZIR 155 Quadro D – Atributos de Receptividade do Modelo SCOR 11.0 Classificação COMPRAR, COMPRAR E DEVOLVER e PRODUZIR Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos V53 Prazo médio disponibilizado pelos fornecedores para realização de pagamentos O tempo médio disponibilizado pelos fornecedores para realização de pagamentos de insumos e matéria-prima. V55 Atrasos de entrega realizados pelo fornecedor em dias V78 Tempo médio utilizado pelos fornecedores para entregar matériaprima e insumos. Atrasos de entrega realizados pelo fornecedor em dias, comparado com o total de entregas dos fornecedores. Tempo médio demandado pelo fornecedor para entrega dos principais insumos e matéria-prima. V155 Média de tempo negociada com os fornecedores para a entrega de insumos Média de tempo acordada entre empresa e fornecedores para a entrega de insumos. V157 Tempo médio de devolução associado a terceirização. Tempo médio de devolução associado a terceirização. V49 Receita bruta disponível para produção. Receita bruta disponível para produção, conforme receita bruta ideal para produção dos produtos. V66 Média de tempo gasto para produção. Média de tempo demandado na produção. V91 Tempo de problemas na produção. Tempo de problemas na produção, conforme tempo total de ciclo de produção. V131 Tempo demandado em testes de produção. Tempo demandado em testes de produção. V158 Média de tempo gasto com o protótipo do produto, Média de tempo gasto com o protótipo do produto. Conforme o tempo total do ciclo de produção. V165 Média de tempo gasto para coleta e armazenamento adequado de insumos para produção. Média de tempo gasto para coleta e armazenamento adequado de insumos para produção. V166 Média de tempo gasto na embalagem dos produtos. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012 Média de tempo gasto na embalagem dos produtos. Classificação segundo processos COMPRAR COMPRAR E DEVOLVER PRODUZIR 156 Quadro E – Atributos de Receptividade do Modelo SCOR 11.0 Classificação ENTREGAR e ENTREGAR E DEVOLVER Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos V61 Média de tempo gasto no transporte e entrega dos produtos. Média de tempo gasto no transporte e entrega dos produtos feitos pela empresa. V62 Média de tempo gasto na conferência do pedido. Média de tempo gasto pelo cliente para conferencia do pedido recebido. V65 Tempo médio de entrega dos produtos da empresa aos clientes Tempo médio gasto para a entrega dos produtos aos clientes V89 Quantidade de insumos que estão em estoque quando necessários para produção. Quantidade de insumos que estão em estoque quando necessários para produção. Em proporção de produção. V90 Média de tempo gasto na geração e emissão de uma fatura ao cliente. Média de tempo gasto na geração e emissão de uma fatura ao cliente. V93 Média de tempo demandado para carregamento e faturamento do produto para envio ao cliente. Média de tempo demandado para carregamento e faturamento do produto para envio ao cliente. V123 Média de tempo gasto com a cotação de pedidos realizados pelos clientes. Média de tempo gasto com a cotação de pedidos realizados pelos clientes. V124 Tempo de permanência de pedidos dos clientes. Tempo de espera do pedido do cliente, referente a atividades e exigências impostas pelos clientes. V130 Tempo médio gasto pelo cliente com orçamento de compras. Tempo médio gasto pelo cliente com orçamento de compras. V145 Média de tempo gasto para entrega de um pedido realizado pelo cliente, a partir do estoque. Média de tempo gasto para entrega de um pedido realizado pelo cliente. A partir da análise do estoque de produtos existentes na empresa. V154 V160 V161 Classificação segundo processos ENTREGAR Média de tempo gasto por transportadores para entrega de pedidos. Média de tempo gasto por transportadores para entrega de pedidos. Média de tempo de transição de processos de devolução dos produtos defeituosos. Média de tempo gasto na devolução dos produtos defeituosos (recebimento, conferencia, reparo, entre outros). Média de tempo de transição de processos de devolução dos produtos excedentes no pedido Média de tempo gasto na transição de processos de devolução dos produtos excedentes no pedido (recebimento, conferencia, entre outros). Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012 ENTREGAR E DEVOLVER 157 Quadro F – Atributos de Receptividade do Modelo SCOR 11.0 classificação PLANEJAR Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos V47 Desempenho dos processos de entrega dos produtos. Desempenho dos processos de entrega dos produtos conforme tempo de produção. V48 Desempenho dos fornecedores na entrega dos insumos. Desempenho dos fornecedores na entrega dos insumos conforme o tempo de solicitação dos mesmos. V72 Nível do planejamento da produção da empresa (cronograma de produção). Nível de planejamento conforme cronograma de produção. V74 Média de custo anual de estoques de insumos obsoletos. Média de custo anual de estoques de insumos obsoletos. A partir do custo total de compra de insumos. V87 Média de tempo gasto para identificar e priorizar as necessidades da cadeia de suprimentos. Média de tempo gasto para identificar e priorizar as necessidades da cadeia de suprimentos. V103 Tempo demandado no gerenciamento de estoque da cadeia de suprimentos. Média de tempo gasto no gerenciamento de estoque da cadeia de suprimentos. V104 Média de tempo gasto no gerenciamento de transportes da cadeia de suprimentos. Média de tempo gasto no gerenciamento de transportes da cadeia de suprimentos. V105 Média de tempo gasto no gerenciamento de instalações e equipamentos de produção. Média de tempo gasto no gerenciamento de instalações e equipamentos de produção. V112 Média de tempo gasto no gerenciamento de desempenho de produção. Média de tempo gasto no gerenciamento de desempenho de produção. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. Classificação segundo processos PLANEJAR 158 Quadro G – Atributos de Agilidade do Modelo SCOR 11.0 Classificação COMPRAR, COMPRAR E DEVOLVER, PRODUZIR, ENTREGAR, ENTREGAR E DEVOLVER. Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos Insumos adicionais adquiridos em 30 dias. Conforme total de insumos necessários para produção no período. Média de tempo necessário para confirmação de Média de tempo necessário para confirmação de compra de V175 compra de insumos ao fornecedor. insumos ao fornecedor. Quantidade de insumos adquiridos junto ao fornecedor. Conforme V177 Quantidade de insumos adquiridos. o total de insumos necessários para produção. Pedidos atendidos corretamente pelo fornecedor. Dentro do total V179 Pedidos atendidos corretamente pelo fornecedor. solicitado. Quantidade de ocorrências de devoluções ao Quantidade de ocorrências de devoluções ao fornecedor. Conforme V176 fornecedor. o total de pedidos solicitados aos fornecedores. Comprometimento produtivo por mão-de-obra Nível de comprometimento da produção quando a mão-de-obra é V168 reduzida reduzida por fatores externos. V174 Tempo de produção Média de tempo utilizado na fabricação dos produtos Mão-de-obra utilizada especificamente na Mão-de-obra utilizada especificamente na logística. Não inclui V167 logística. trabalhadores da linha de produção. Entregas de pedidos adicionais dos fornecedores. Conforme o total V170 Entregas de pedidos adicionais. de pedidos solicitados no período. Pedidos entregues aos clientes. Diante o total de pedidos V173 Pedidos entregues aos clientes. solicitados por estes. Devolução de pedidos adicionais atendidos. Diante o total de V169 Devolução de pedidos adicionais atendidos. devoluções solicitados pelos fornecedores no período. Devolução de pedidos atendidos. Diante o total de devoluções V172 Devolução de pedidos atendidos. solicitadas pelos clientes no período. Devoluções atendidas corretamente no prazo de 30 dias. Devoluções atendidas corretamente no prazo de 30 Compreendendo todos os processos, desde a solicitação de V178 dias. devolução por parte do cliente até o retorno do produto enviado pela empresa. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. V171 Classificação segundo processos Insumos adicionais adquiridos em 30 dias. COMPRAR COMPRAR E DEVOLVER PRODUZIR ENTREGAR ENTREGAR E DEVOLVER 159 Quadro H – Atributos de Eficiência do Gerenciamento de Ativos do modelo SCOR 11.0 classificação COMPRAR, COMPRAR E DEVOLVER. Atributos Nome dos Atributos Descrição dos Atributos Pedidos entregues pelo fornecedor com toda a documentação oportuna e correta. Quantidade de recursos naturais como água, madeira ou outros, V181 Recursos naturais utilizados na produção. utilizados na produção. Capital empatado em estoque de matéria-prima e insumos Capital de estoque de insumos e matéria-prima disponíveis para V190 para produção. produção. Matéria-prima e insumos para abastecimento produtivo. Tempo médio de permanência na empresa dos produtos Média de tempo em que os produtos fabricados permanecem dentro da V185 fabricados (mercadoria acabada em estoque) . empresa. Valor do estoque defeituoso disponível para reparo no Valor de estoque defeituoso disponível para reparo no fornecedor. V198 fornecedor. Dentro do valor total de estoque disponível. Valor de produtos em transporte para devolução ao Valor de produtos em transporte para devolução ao fornecedor. Dentro V203 fornecedor. do total de estoque excedente na empresa. V206 Valor do excesso de estoque. Valor do excesso de estoque. Dentro do valor total do estoque. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. V179 Classificação segundo processos Pedidos entregues pelo fornecedor com a documentação oportuna e correta. COMPRAR COMPRAR E DEVOLVER 160 Quadro I – Atributos de Eficiência do Gerenciamento de Ativos do modelo SCOR 11.0 classificação PRODUZIR, PRODUZIR E ENTREGAR, ENTREGAR, COMPRAR ENTREGAR E RETORNAR. Atributos Nome dos Atributos V182 Materiais de embalagem reutilizáveis no processo de empacotamento. V183 V184 V186 V188 V189 V191 V213 V197 Descrição dos Atributos Insumos e matéria-prima reutilizados na produção. Quantidade de material reciclado utilizado na produção. Utilização da capacidade de produção da empresa. Insumos emitidos (por peso) para produção classificados como material perigoso. Resíduos gerados na produção (por peso) classificados como material perigoso. Gastos com a produção exceto matéria-prima e insumos. Capital em estoque de produção acabado disponível para abastecimento aos clientes. Materiais de embalagem reutilizáveis no processo de empacotamento (sucatas de embalagens que podem ser provenientes de armazenamento inadequado e transporte). Dentro do total de material de embalagem disponível na produção. Insumos e matéria-prima reutilizados na produção (sucatas provenientes de erros de produção). Quantidade de insumos advindos de material reciclado utilizados nos processos produtivos. Nível de insumos reciclados utilizados na produção. Utilização da capacidade de produção da empresa. Considerando potencial de produção dos equipamentos, mão de obra, dentre outros. Insumos emitidos (por peso) para produção classificados como material perigoso. Dentro do total de insumos dispostos na produção. Resíduos gerados na produção (por peso) classificados como material perigoso. Dentro do total de resíduos produzidos. Nível de gastos durante os processos produtivos exceto os gastos com matériaprima e insumos. Capital de estoque de produção acabado disponível para abastecimento aos clientes. Produto final em estoque. Valor de estoque defeituoso existente na empresa (entrada e saída). Valor de estoque defeituoso existente na empresa (entrada e saída). Conforme faturamento bruto. Fonte: Adaptado de SUPPLY CHAIN COUNCIL 11.0, 2012. Classificação segundo processos PRODUZIR PRODUZIR E ENTREGAR ENTREGAR COMPRAR, ENTREGAR e RETORNAR 161 Apêndice F – Tabelas com Frequência, Média e Moda das Variáveis sobre Arranjos Produtivos e Medição de Performance das Tecelagens Tabela A – Análise Sobre Arranjos Produtivos das Tecelagens Referentes ao Abastecimento e Distribuição RELAÇÃO ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) Escala Variáveis MB Frq % B LB Frq % Frq N % Frq LA % Q2 - Quantidade de fornecedores na região 1 0% 3 1% 2 1% 35 15% Q32 - Nível de dificuldades impostas pela localização da empresa 9 4% 65 27% 42 18% 107 45% relacionado ao recebimento de matéria-prima e insumos Escala NTA AB ALB N Q4 - Fornecedores com acesso via sistema de informação aos estoques de 10% 1% 3% matéria-prima da empresa 203 85% 23 2 6 Escala SC 2 3 4 Q9 - Nível de comprometimento da produção por sazonalidade de matéria172 72% 48 20% 4 2% 7 3% prima Escala NAJ 2 3 4 Q37 - Nível de contribuição na produção de fornecedores participativos e 15 6% 14 6% 47 20% 43 18% prestativos RELAÇÃO DISTRIBUIÇÃO (CLIENTES) Escala Variáveis Q30 - Nível de dificuldades impostas pela localização no envio de mercadorias produzidas Q47 - Nível de importância dos clientes distribuidores na divulgação e apresentação dos produtos Escala Q31 - Maior concentração das vendas aos clientes Escala Q50 - Nível de produção afetada por período de alta demanda de vendas MB B LB Frq % Frq % Frq 5 2% 58 24% 25 35 15% 24 10% 46 C 0 RS 0% 2 NAF 1 0% 1% 11 % 8 % Frq % 20% 100 42% 50 21% 5,62 6 8 3% 0 0% 3,26 4 7 ALA 2% 4 3% AA 5 3 0% 0 6 1% NC 1 5 43 0% 0 AMA 0% 6 1% AJM 18% 21 LA 3 9% 55 A 23% MA MÉDIA MODA 1,26 1 MÉDIA MODA 1,47 1 MÉDIA MODA 4,55 7 MÉDIA MODA Frq % Frq % Frq % 11% 81 34% 14 6% 45 19% 10 4% 3,91 4 19% 85 36% 24 10% 19 8% 5 2% 3,49 4 1% ERN 19 3 5% Frq MÉDIA MODA % 3 Frq % MA 47 N RN 2 Frq A 8% NB 83 4 3% 28 35% 131 55% 5 12% 63 B 6 26% 73 I 0 MÉDIA MODA 0% AFB 31% 54 23% 5,42 6 MÉDIA MODA 5,42 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; SC=Sempre Comprometida; NC=Nunca Comprometida; NAJ=Não Ajuda; AJM=Ajuda Muito; C=Mesma Cidade; RS=Região Seridó; RN=Rio Grande do Norte; ERN=Estados Vizinhos do RN; NB=Nordeste Brasileiro; B=Brasil; I=Outros Países; NTA=Não Tem Acesso; AB=Acesso Baixo; ALB=Acesso Ligeiramente Baixo; ALA=Acesso Ligeiramente Alto; AA=Acesso Alto; AMA=Acesso Muito Alto; NAJ=Não Ajuda; AJM=Ajuda Muito; NAF=Não Afeta; AFB=Afeta Bastante. Fonte: Pesquisa. 6 162 Tabela B – Análise sobre Arranjos Produtivos de Tecelagens Referentes a Produção Escala MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 Variáveis Frq % Frq % Frq Q16 - Nível de padrão estético e qualidade das embalagens dos produtos 0 0% 20 8% 28 12% 146 61% Q23 - Nível de polivalência da equipe Q26 - Nível de aprendizagem adquirido no dia-a-dia da empresa pelos funcionários Q33 - Nível de adequação das instalações Q36 - Nível da administração da empresa relacionada as facilidades de compra, venda e produção Q38 - Nível de mão-de-obra qualificada na empresa Q48 - Nível de importância das empresas que prestam serviços terceirizados Q51 - Nível de absorção de produção de grande variedade de produtos em baixas quantidades Escala 11 5% 39 16% 23 10% 83 9 4% 60 25% 63 26% 93 2 1% 12 5% 16 7% 5 2% 87 37% 61 26% 74 4 2% 57 24% 17 7% 30 46 19% 6 Q11 - Qualidade da matéria-prima utilizada na produção 1 Escala Q22 - Carteira com clientes antigos contribuindo com a programação da produção Escala Q39 - Presença de mão-de-obra especializada dentro da empresa Escala Q52 - Nível de produtividade com a continuidade de grandes lotes com pouca variedade de produtos Escala Q53 - Nível de interferência de rígida fiscalização dos orgãos governamentais nos processos produtivos da empresa MR 0% 3% % Frq % 32 13% 10 4% 2 1% 3,98 4 35% 19 8% 12 5% 51 21% 4,26 4 39% 10 4% 3 1% 0 0% 3,18 4 175 74% 28 12% 3 1% 2 1% 3,97 4 31% 3 1% 8 3% 0 0% 3,03 2 56 24% 107 45% 8 3% 5 2% 1 0% 3,32 4 13% 34 14% 70 29% 19 8% 22 9% 46 19% 4,24 4 3% 24 10% 111 47% 36 15% 15 6% 0 0% 3,55 4 9 NC 7 Frq R 4% 5% 1% 3 1% 42% 1 11% 0 64 1 0% 21% 2 3 1% 4 10 13 8% 0 57 2% 44 45 0 0% AUM 18% 137 58% 6 4% 24% MP 0% 6 5% CM 6 5 1% 32% 28% 19 5 50 MB 6 67 4 0% 11% 75 5 1 3 2% 27% 4 0% B 5 4 26 2 4 5% % 26 4 3 0% Frq LB 109 46% 3 2 NAT 2% 13 2 109 46% 99 2 5 % N 3 11 NAU Frq LR 2 MA % MÉDIA MODA ATB 19% 173 73% MÉDIA MODA 4,79 4 MÉDIA MODA 4,92 5 MÉDIA MODA 1,70 1 MÉDIA MODA 6,08 7 MÉDIA MODA 6,53 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; MA=Muito Ausente; MP=Muito Presente; NC=Não Contribui; CM=Contribui Muito; NAU=Não Aumenta; AUM=Aumenta Muito; MR=Muito Ruim; R=Ruim; LR=Ligeiramente Ruim; LB=Ligeiramente Boa; B=Boa; MB=Muito Boa; NAT=Não Atrapalha; ATB=Atrapalha Bastante Fonte: Pesquisa. 7 163 Tabela C – Análise sobre Arranjos Produtivos das Tecelagens Referentes a Aprendizagem e Relacionamento Escala MB B LB N LA A MA MÉDIA MODA Variáveis Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q25 - Presença de políticas e ações públicas voltadas para aproximação da empresa as instituições de ensino e pesquisa 223 94% 12 5% 1 0% 2 1% 0 0% 0 0% 0 0% 1,08 1 Q27 - Nível de conhecimento que a empresa adquire com outros concorrentes locais 51 21% 66 28% 61 26% 50 21% 7 3% 3 1% 0 0% 2,60 2 Q28 - Nível de conhecimento que a empresa adquire com clientes e fornecedores 49 21% 47 20% 57 24% 67 28% 15 6% 3 1% 0 0% 2,84 4 Q29 - Nível de conhecimento que a empresa tem como diferencial competitivo em relação aos concorrentes locais 4 2% 19 8% 38 16% 141 59% 18 8% 15 6% 3 1% 3,87 4 Q34 - Quantidade de negócios realizados com empresas informais e/ou profissionais autônomos 21 9% 48 20% 50 21% 47 20% 25 11% 39 16% 8 3% 3,66 3 Q35 - Nível de confiança entre a empresa e os concorrentes locais 47 20% 20 8% 30 13% 109 46% 25 11% 7 3% 0 0% 3,28 4 Q40 - Nível de importância para empresa de instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento 211 89% 9 4% 2 1% 10 4% 1 0% 3 1% 2 1% 1,31 1 Q41 - Nível de conhecimento e capacitação que a empresa adquire com instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento 205 86% 21 9% 2 1% 4 2% 3 1% 3 1% 0 0% 1,27 1 Q42 - Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais 55 23% 100 42% 20 8% 58 24% 2 1% 3 1% 0 0% 2,42 2 Q43 - Nível de objetivos comuns entre a empresa e os concorrentes locais 63 26% 73 31% 43 18% 34 14% 12 5% 7 3% 6 3% 2,60 2 Q44 - Presença de associações de classe, cooperativas e/ou redes de relacionamento favorecendo a integração do arranjo 183 77% 37 16% 6 3% 9 4% 3 1% 0 0% 0 0% 1,37 1 Q45 - Nível de existência de estrutura física comum entre a empresa e os concorrentes locais 132 55% 83 35% 6 3% 5 2% 9 4% 3 1% 0 0% 1,68 1 Q46 - Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais na aquisição de serviços especializados 97 41% 124 52% 8 3% 3 1% 6 3% 0 0% 0 0% 1,73 2 Q49 - Nível de importância das cooperativas de crédito que atendem a empresa e os concorrentes 208 87% 9% 1 0% 7 3% 1 0% 0 0% 0 0% 1,20 1 MÉDIA MODA 2,19 2 MÉDIA MODA 1,18 1 MÉDIA MODA 1,11 1 Escala Q54 - Acesso a matéria-prima, mão-de-obra e merecado prejudicado pela ausência de concorrentes locais Escala Q6 - Frequência de compras de matéria-prima e insumos da empresa em conjunto com outras do mesmo setor Escala Q24 - Incentivo e políticas públicas que a empresa tem na contratação de novos funcionários 21 MPR 69 PR 29% 107 NR 214 90% NE 217 91% 45% LPR 21 2 15 34 3 6% 4 EMP 17 9% N 7% 14% 3 4 2% 2 EP 2 PM 1% 4 5 1% 2 E 2 1% M 0 2% 0 6 1% EAB 1% BM 0% 0 SR 0% EAM 0 0% 0% 1 0% EAE 0 0% Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; NR=Nunca Realiza; SR=Sempre Realiza; MP=Muito Pouco; P=Pouco; LP=Ligeiramente Pouco; NOC=Nenhum Objetivo Comum; TOC=Todos Objetivos Comuns; NI=Nenhuma Importância; MI=Muita Importância; NE=Não Existem; EMP=Existem Muito Poucos; EP=Existem Poucos; E=Existem; EAB=Existem e Atuam Bem; EAM=Existem e Atuam Muito Bem; EAE=Existem e Atuam com Excelência; MPR=Muito Prejudicado; PR=Prejudicado; LPR=Ligeiramente Prejudicado; PM=Pouco Melhor; M=Melhor; BM=Bem Melhor. Fonte: Pesquisa. 164 Tabela D – Análise da Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos das Tecelagens Utilizando o Modelo SCOR (Abastecimento) ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) Escala MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 MÉDIA MODA Variáveis Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q14 - Quantidade de pedidos atendidos corretamente 0 0% 0 0% 25 11% 44 18% 52 22% 99 42% 18 8% 5,17 6 pelos fornecedores Escala A1M A2M A3M A4M A5M A6M 6MA MÉDIA MODA Q3 - Capital empatado em estoque de matéria-prima e 213 89% 22 9% 3 1% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,12 1 insumos para produção Q8 - Prazo médio disponibilizado pelos fornecedores para 13 5% 133 56% 85 36% 6 3% 0 0% 1 0% 0 0% 2,37 2 realização de pagamentos Escala A1S 15D A1M 45D A2M A3M 3MA MÉDIA MODA Q10 - Tempo médio utilizado pelos fornecedores para 162 68% 22 9% 50 21% 3 1% 1 0% 0 0% 0 0% 1,57 1 entregar matéria-prima e insumos Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; A1M=Até 1 Mês; A2M=Até 2 Meses; A3M=Até 3 Meses; A4M=Até 4 Meses; A5M=Até 5 Meses; A6M=Até 6 Meses; 6MA=Acima de 6 Meses; A1S=Até 1 Semana; 15D= Até 15 Dias; 45D=Até 45 Dias; 3MA=Acima de 3 Meses. Fonte: Pesquisa. 165 Tabela E – Análise da Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos das Tecelagens Utilizando Modelo SCOR (Produção e Entrega) PRODUÇÃO Escala MB Variáveis Frq % B Frq LB N LA A MA MÉDIA MODA % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % 15% 5 2% 14 6% 7 3% 37 16% 6 3% 2,41 1 130 55% 24 10% 18 8% 7 3% 34 14% 8 3% 3,01 2 Q5 - Quantidade de material reciclado utilizado na produção 134 56% 35 Q12 - Quantidade de recursos naturais (água, madeira) utilizados na produção 17 7% Q13 - Gastos com a produção exceto matéria-prima e insumos Q19 - Nível de comprometimento da produção da empresa quando na ausência de um ou mais funcionários Escala 0 0% 5 2% 10 4% 81 34% 70 29% 66 28% 6 3% 4,84 4 6 3% 18 8% 26 11% 51 21% 49 21% 30 13% 58 24% 4,85 7 Q7 - Nível de desperdício de matéria-prima na fabricação dos produtos 1 MA Escala 0% A 2 A1S Q18 - Tempo médio de produção dos produtos da empresa 1% 15D 122 51% 80 Escala SP Q20 - Nível do planejamento da produção da empresa (cronograma de produção) 48 LA 34% 42 18% 52 A1M 35 15% 2 20% N 0% 45 22% 45D 1 0% 3 1 LB 38 B 16% 87 A2M 0 0% 4 31 37% A3M 0 5 19% 103 43% MB 0% 16 3MA 0 6 13% 7% 0% TP 9 4% 1 MÉDIA MODA 4,89 6 MÉDIA MODA 1,64 1 MÉDIA MODA 0% 3,42 4 ENTREGA (CLIENTES) Escala Variáveis Q15 - Quantidade de pedidos entregues corretamente aos clientes Escala Q1 - Capital empatado em estoque de mercadorias acabadas (produtos finalizados em estoque) Escala Q17 - Tempo médio de permanência na empresa dos produtos fabricados (mercadoria acabada em estoque) Q21 - Tempo médio de entrega dos produtos da empresa aos clientes MB B LB Frq % Frq % Frq 1 0% 2 1% 29 A1M A2M 201 84% 32 A1S 13% 15D N % % 12% 110 46% A3M 5 Frq LA 2% A4M 0 A1M 0% 45D Frq 33 % Frq 14% 59 A5M 0 A 0% A2M MA % Frq % 25% 4 2% A6M 0 0% A3M 6MA 0 0% 3MA MÉDIA MODA 4,53 4 MÉDIA MODA 1,18 1 MÉDIA MODA 87 37% 106 45% 41 17% 3 1% 1 0% 0 0% 0 0% 1,84 2 43 18% 112 47% 67 28% 9 4% 6 3% 0 0% 1 0% 2,27 2 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; A1M=Até 1 Mês; A2M=Até 2 Meses; A3M=Até 3 Meses; A4M=Até 4 Meses; A5M=Até 5 Meses; A6M=Até 6 Meses; 6MA=Acima de 6 Meses; A1S=Até 1 Semana; 15D= Até 15 Dias; 45D=Até 45 Dias; 3MA=Acima de 3 Meses; SP=Sem Planejamento; TP=Totalmente Planejado. Fonte: Pesquisa. 166 Apêndice G – Tabelas com Frequência, Média e Moda das Variáveis sobre Arranjos Produtivos e Medição de Performance das Bonelarias Tabela F – Análise sobre Arranjos Produtivos das Bonelarias Referentes ao Abastecimento e Distribuição RELAÇÃO ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) - ARRANJO Escala Variáveis Q2 - Quantidade de fornecedores na região Q32 - Nível de dificuldades impostas pela localização da empresa relacionado ao recebimento de matéria-prima e insumos MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % 1 2% 9 16% 15 26% 15 26% 3 5% 9 16% 6 10% 4,05 4 37 64% 13 22% 2 3% 6 10% 0 0% 0 0% 0 0% 1,60 1 Escala Q4 - Fornecedores com acesso via sistema de informação aos estoques de matéria-prima da empresa Escala 33 Q9 - Nível de comprometimento da produção por sazonalidade de matéria-prima 4 NTA 57% AB 8 SC Escala 7% 1 2% 14% ALB 2 2 5 NAJ Q37 - Nível de contribuição na produção de fornecedores participativos e prestativos MÉDIA MODA 14 3 9% 4 2 0 3% N 7% 0 24% 1 4 10% 5 4 0% 2% AA 0 5 6 3 0% ALA 12% 14 0 0% 6 9% 24% NC 7 5 7 0% AMA 12% 6 27 47% 13 AJM 22% 23 40% MÉDIA MODA 2,00 1 MÉDIA MODA 5,28 7 MÉDIA MODA 5,83 7 RELAÇÃO DISTRIBUIÇÃO (CLIENTES) Escala MB B LB N LA A MA MÉDIA MODA Variáveis Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q30 - Nível de dificuldades impostas pela localização no envio de mercadorias 39 67% 11 19% 2 3% 6 10% 0 0% 0 0% 0 0% 1,57 1 produzidas Q47 - Nível de importância dos clientes distribuidores na divulgação e apresentação dos 23 40% 8 14% 4 7% 5 9% 9 16% 9 16% 0 0% 2,93 1 produtos Escala C RS RN ERN NB B I MÉDIA MODA Q31 - Maior concentração das vendas aos clientes Escala Q50 - Nível de produção afetada por período de alta demanda de vendas 0 0% 0 NAF 7 12% 0% 0 2 3 0% 0 3 5% 2 0% 6 4 3% 7 10% 52 5 12% 14 24% 90% 6 8 0 0% AFB 14% 17 29% 5,90 6 MÉDIA MODA 4,90 7 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; SC=Sempre Comprometida; NC=Nunca Comprometida; NAJ=Não Ajuda; AJM=Ajuda Muito; C=Mesma Cidade; RS=Região Seridó; RN=Rio Grande do Norte; ERN=Estados Vizinhos do RN; NB=Nordeste Brasileiro; B=Brasil; I=Outros Países; NTA=Não Tem Acesso; AB=Acesso Baixo; ALB=Acesso Ligeiramente Baixo; ALA=Acesso Ligeiramente Alto; AA=Acesso Alto; AMA=Acesso Muito Alto; NAJ=Não Ajuda; AJM=Ajuda Muito; NAF=Não Afeta; AFB=Afeta Bastante. Fonte: Pesquisa. 167 Tabela G – Análise sobre Arranjos Produtivos de Bonelarias Referentes a Produção Escala Variáveis MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 MÉDIA MODA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q16 - Nível de padrão estético e qualidade das embalagens dos produtos 0 0% 0 0% 3 5% 24 41% 14 24% 13 22% 4 7% 4,84 4 Q23 - Nível de polivalência da equipe 4 7% 4 7% 0 0% 9 16% 18 31% 15 26% 8 14% 4,90 5 Q26 - Nível de aprendizagem adquirido no dia-a-dia da empresa pelos funcionários 3 5% 3 5% 1 2% 26 45% 16 28% 8 14% 1 2% 4,33 4 Q33 - Nível de adequação das instalações Q36 - Nível da administração da empresa relacionada as facilidades de compra, venda e produção Q38 - Nível de mão-de-obra qualificada na empresa 0 0% 2 3% 0 0% 42 72% 8 14% 6 10% 0 0% 4,28 4 0 0% 2 3% 0 0% 46 79% 8 14% 2 3% 0 0% 4,14 4 0 0% 1 2% 2 3% 40 69% 8 14% 7 12% 0 0% 4,31 4 Q48 - Nível de importância das empresas que prestam serviços terceirizados Q51 - Nível de absorção de produção de grande variedade de produtos em baixas quantidades Escala 0 0% 3 5% 5 9% 12 21% 15 26% 17 29% 6 10% 4,97 6 4 7% 14 24% 18 31% 19 33% 1 2% 2 3% 0 0% 3,09 4 Q11 - Qualidade da matéria-prima utilizada na produção 0 MR 0% Escala Q22 - Carteira com clientes antigos contribuindo com a programação da produção Escala Q39 - Presença de mão-de-obra especializada dentro da empresa R 1 NC 29 50% 71% 2% 0 2 5 MA 41 LR 2 3 9% 3 2 12 0% N 3 3% 10 4 5% 19 3 21% LB 1 35 5 33% 0 4 5% 17% B 0 60% 10 6 0% 2 5 2% MB CM 3% 0 6 0% 1 17% 0% MP 2% 0 0% MÉDIA MODA 5,86 6 MÉDIA MODA 2,34 1 MÉDIA MODA 1,45 1 Escala NAU 2 3 4 5 6 AUM MÉDIA MODA Q52 - Nível de produtividade com a continuidade de grandes lotes com pouca variedade 0 0% 0 0% 0 0% 1 2% 2 3% 6 10% 49 84% 6,78 7 de produtos Escala NAT 2 3 4 5 6 ATB MÉDIA MODA Q53 - Nível de interferência de rígida fiscalização dos orgãos governamentais nos 28 48% 9 16% 5 9% 4 7% 6 10% 3 5% 3 5% 2,52 1 processos produtivos da empresa Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; MA=Muito Ausente; MP=Muito Presente; NC=Não Contribui; CM=Contribui Muito; NAU=Não Aumenta; AUM=Aumenta Muito; MR=Muito Ruim; R=Ruim; LR=Ligeiramente Ruim; LB=Ligeiramente Boa; B=Boa; MB=Muito Boa; NAT=Não Atrapalha; ATB=Atrapalha Bastante Fonte: Pesquisa. 168 Tabela H – Análise sobre Arranjos Produtivos das Bonelarias Referentes a Aprendizagem e Relacionamento Escala Variáveis MB B LB N LA A MA MÉDIA MODA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q25 - Presença de políticas e ações públicas voltadas para aproximação da empresa as instituições de ensino e pesquisa 49 84% 9 16% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,16 1 Q27 - Nível de conhecimento que a empresa adquire com outros concorrentes locais 9 16% 9 16% 2 3% 12 21% 21 36% 5 9% 0 0% 3,72 5 Q28 - Nível de conhecimento que a empresa adquire com clientes e fornecedores 2 3% 6 10% 1 2% 20 34% 19 33% 9 16% 1 2% 4,36 4 Q29 - Nível de conhecimento que a empresa tem como diferencial competitivo em relação aos concorrentes locais 0 0% 2 3% 0 0% 47 81% 7 12% 1 2% 1 2% 4,14 4 Q34 - Quantidade de negócios realizados com empresas informais e/ou profissionais autônomos 16 28% 13 22% 9 16% 12 21% 2 3% 5 9% 1 2% 2,83 1 Q35 - Nível de confiança entre a empresa e os concorrentes locais 1 2% 6 10% 3 5% 45 78% 3 5% 0 0% 0 0% 3,74 4 Q40 - Nível de importância para empresa de instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento 11 19% 2 3% 2 3% 14 24% 10 17% 9 16% 10 17% 4,33 4 Q41 - Nível de conhecimento e capacitação que a empresa adquire com instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento 12 21% 8 14% 3 5% 13 22% 8 14% 5 9% 9 16% 3,83 4 Q42 - Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais 2 3% 8 14% 13 22% 5 9% 2 3% 15 26% 13 22% 4,62 6 Q43 - Nível de objetivos comuns entre a empresa e os concorrentes locais 1 2% 0 0% 4 7% 21 36% 14 24% 13 22% 5 9% 4,83 4 Q44 - Presença de associações de classe, cooperativas e/ou redes de relacionamento favorecendo a integração do arranjo 17 29% 2 3% 3 5% 35 60% 1 2% 0 0% 0 0% 3,02 4 Q45 - Nível de existência de estrutura física comum entre a empresa e os concorrentes locais 43 74% 15 26% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,26 1 Q46 - Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais na aquisição de serviços especializados 44 76% 14 24% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,24 1 Q49 - Nível de importância das cooperativas de crédito que atendem a empresa e os concorrentes 16 28% 16 28% 6 10% 7 12% 2 3% 11 19% 0 0% 2,93 1 MÉDIA MODA 3,21 4 MÉDIA MODA 1,60 1 MÉDIA MODA 1,24 1 Escala Q54 - Acesso a matéria-prima, mão-de-obra e merecado prejudicado pela ausência de concorrentes locais MPR 4 Escala Q6 - Frequência de compras de matéria-prima e insumos da empresa em conjunto com outras do mesmo setor 11 NR 38 Escala Q24 - Incentivo e políticas públicas que a empresa tem na contratação de novos funcionários 7% PR 66% NE 44 76% 19% LPR 14 2 13 28 3 22% 5 EMP 14 24% N 24% 48% 0 4 9% 0 EP 0 PM 0 1 5 0% 0 E 0% 0% M 0 2% 0 6 0% EAB 0% BM 0% 0 SR 0% 0 EAM 0 0% 0% 0% EAE 0 0% Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; NR=Nunca Realiza; SR=Sempre Realiza; NE=Não Existem; EMP=Existem Muito Poucos; EP=Existem Poucos; E=Existem; EAB=Existem e Atuam Bem; EAM=Existem e Atuam Muito Bem; EAE=Existem e Atuam com Excelência; MPR=Muito Prejudicado; PR=Prejudicado; LPR=Ligeiramente Prejudicado; PM=Pouco Melhor; M=Melhor; BM=Bem Melhor. Fonte: Pesquisa. 169 Tabela I – Análise da Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos das Bonelarias Utilizando Modelo SCOR (Abastecimento) ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) Escala Variáveis Q14 - Quantidade de pedidos atendidos corretamente pelos fornecedores Escala MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 Frq % Frq % Frq % Frq 0 0% 0 0% 0 0% 26 A1M A2M A3M % Frq 45% 14 A4M % Frq % Frq % 24% 12 21% 6 10% A5M A6M 6MA MÉDIA MODA 4,97 4 MÉDIA MODA Q3 - Capital empatado em estoque de matéria-prima e insumos para produção 29 50% 24 41% 4 7% 1 2% 0 0% 0 0% 0 0% 1,60 1 Q8 - Prazo médio disponibilizado pelos fornecedores para realização de pagamentos 11 19% 33 57% 10 17% 3 5% 1 2% 0 0% 0 0% 2,14 2 Escala A1S 15D A1M 45D A2M A3M 3MA MÉDIA MODA Q10 - Tempo médio utilizado pelos fornecedores para entregar matéria-prima e insumos 13 22% 21 36% 12 21% 6 10% 6 10% 0 0% 0 0% 2,50 2 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; A1M=Até 1 Mês; A2M=Até 2 Meses; A3M=Até 3 Meses; A4M=Até 4 Meses; A5M=Até 5 Meses; A6M=Até 6 Meses; 6MA=Acima de 6 Meses; A1S=Até 1 Semana; 15D= Até 15 Dias; 45D=Até 45 Dias; 3MA=Acima de 3 Meses. Fonte: Pesquisa. 170 Tabela J – Análise da Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos das Bonelarias Utilizando Modelo SCOR (Produção e Entrega) PRODUÇÃO Escala MB Variáveis B LB N LA A MA MÉDIA MODA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q5 - Quantidade de material reciclado utilizado na produção 7 12% 15 26% 12 21% 22 38% 1 2% 0 0% 1 2% 2,98 4 Q12 - Quantidade de recursos naturais (água, madeira) utilizados na produção 11 19% 31 53% 2 3% 14 24% 0 0% 0 0% 0 0% 2,33 2 Q13 - Gastos com a produção exceto matéria-prima e insumos Q19 - Nível de comprometimento da produção da empresa quando na ausência de um ou mais funcionários Escala 0 0% 0 0% 0 0% 3 5% 8 14% 36 62% 11 19% 5,95 6 7 12% 6 10% 9 16% 7 12% 13 22% 12 21% 4 7% 4,12 5 Q7 - Nível de desperdício de matéria-prima na fabricação dos produtos 1 MA Escala Q18 - Tempo médio de produção dos produtos da empresa 3 A1S 42 Escala Q20 - Nível do planejamento da produção da empresa (cronograma de produção) 2% A 72% 5% 15D 13 SP 0 LA 22% 5 9% 3 28 A1M 3 5% 2 0% N 5 48% 45D 0 3 5% LB 0% 8 14% A2M 0 0% 4 9% 10 B 9 22 16% A3M 0 5 17% MB 0% 4 3MA 0 6 38% 14 7% 0% TP 24% 4 MÉDIA MODA 4,41 4 MÉDIA MODA 1,33 1 MÉDIA MODA 7% 4,88 5 ENTREGA (CLIENTES) Escala Variáveis Q15 - Quantidade de pedidos entregues corretamente aos clientes MB B LB N LA A MA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % 0 0% 0 0% 2 3% 11 19% 18 31% 20 34% 7 12% MÉDIA MODA 5,33 6 Escala A1M A2M A3M A4M A5M A6M 6MA MÉDIA MODA Q1 - Capital empatado em estoque de mercadorias acabadas (produtos finalizados em 30 52% 28 48% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,48 1 estoque) Escala A1S 15D A1M 45D A2M A3M 3MA MÉDIA MODA Q17 - Tempo médio de permanência na empresa dos produtos fabricados (mercadoria 17 29% 15 26% 18 31% 6 10% 2 3% 0 0% 0 0% 2,24 3 acabada em estoque) Q21 - Tempo médio de entrega dos produtos da empresa aos clientes 6 10% 30 52% 22 38% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 2,28 2 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; A1M=Até 1 Mês; A2M=Até 2 Meses; A3M=Até 3 Meses; A4M=Até 4 Meses; A5M=Até 5 Meses; A6M=Até 6 Meses; 6MA=Acima de 6 Meses; A1S=Até 1 Semana; 15D= Até 15 Dias; 45D=Até 45 Dias; 3MA=Acima de 3 Meses; SP=Sem Planejamento; TP=Totalmente Planejado. Fonte: Pesquisa. 171 Apêndice H – Tabelas com Frequência, Média e Moda das Variáveis sobre Arranjos Produtivos e Medição de Performance das Facções Tabela K – Análise sobre Arranjos Produtivos das Facções Referentes ao Abastecimento e Distribuição RELAÇÃO ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) - ARRANJO Escala MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 MÉDIA MODA Variáveis Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q2 - Quantidade de fornecedores na região Q32 - Nível de dificuldades impostas pela localização da empresa relacionado ao recebimento de matéria-prima e insumos Escala Q4 - Fornecedores com acesso via sistema de informação aos estoques de matéria-prima da empresa Escala 10 13% 34 44% 6 8% 27 35% 0 0% 0 0% 0 0% 2,65 2 48 62% 16 21% 2 3% 8 10% 1 1% 2 3% 0 0% 1,75 1 Q9 - Nível de comprometimento da produção por sazonalidade de matéria-prima 39 NTA 10 13% AB 5 6% SC Escala 51% 0 3 4% 2 12 0% 14 16% 18% 7 3 0% ALA 7 9% 4 12 2 0 N 3 16% NAJ Q37 - Nível de contribuição na produção de fornecedores participativos e prestativos ALB 0 9% 6 26 5 3 0 5 8% 7 34% AMA 12 6 4% 4 0% AA NC 0% 6 9% 19 16% 4 5% AJM 25% 45 58% MÉDIA MODA 4,68 6 MÉDIA MODA 2,21 1 MÉDIA MODA 6,34 7 RELAÇÃO ARRANJO - MERCADO (CLIENTES) Escala Variáveis MB B LB N LA A MA MÉDIA MODA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q30 - Nível de dificuldades impostas pela localização no envio de mercadorias produzidas Q47 - Nível de importância dos clientes distribuidores na divulgação e apresentação dos produtos Escala 50 65% 11 14% 3 4% 10 13% 0 0% 1 1% 2 3% 1,83 1 64 83% 10 13% 3 4% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,21 1 Q31 - Maior concentração das vendas aos clientes 0 Escala C RS 0% NAF 0 0% 2 RN 0 0% 3 ERN 0 0% 4 NB 0 0% 5 B 77 100% 6 I 0 MÉDIA MODA 0% AFB 6,00 6 MÉDIA MODA Q50 - Nível de produção afetada por período de alta demanda de vendas 8 10% 3 4% 2 3% 17 22% 14 18% 10 13% 23 30% 4,92 7 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; SC=Sempre Comprometida; NC=Nunca Comprometida; NAJ=Não Ajuda; AJM=Ajuda Muito; C=Mesma Cidade; RS=Região Seridó; RN=Rio Grande do Norte; ERN=Estados Vizinhos do RN; NB=Nordeste Brasileiro; B=Brasil; I=Outros Países; NTA=Não Tem Acesso; AB=Acesso Baixo; ALB=Acesso Ligeiramente Baixo; ALA=Acesso Ligeiramente Alto; AA=Acesso Alto; AMA=Acesso Muito Alto; NAJ=Não Ajuda; AJM=Ajuda Muito; NAF=Não Afeta; AFB=Afeta Bastante. Fonte: Pesquisa. 172 Tabela L – Análise sobre Arranjos Produtivos das Facções Referentes a Produção Escala Variáveis MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 Frq % Frq % % Frq % Frq % Frq % Q16 - Nível de padrão estético e qualidade das embalagens dos produtos 0 0% 2 3% 2 3% 59 77% 1 1% 10 13% 3 4% 4,31 4 Q23 - Nível de polivalência da equipe 0 0% 0 0% 1 1% 23 30% 19 25% 26 34% 8 10% 5,22 6 Q26 - Nível de aprendizagem adquirido no dia-a-dia da empresa pelos funcionários 0 0% 0 0% 0 0% 28 36% 11 14% 30 39% 8 10% 5,23 6 Q33 - Nível de adequação das instalações Q36 - Nível da administração da empresa relacionada as facilidades de compra, venda e produção Q38 - Nível de mão-de-obra qualificada na empresa 0 0% 3 4% 5 6% 35 45% 17 22% 17 22% 0 0% 4,52 4 4 5% 0 0% 0 0% 53 69% 9 12% 10 13% 1 1% 4,26 4 0 0% 0 0% 0 0% 5 6% 23 30% 38 49% 11 14% 5,71 6 Q48 - Nível de importância das empresas que prestam serviços terceirizados 58 75% 14 18% 1 1% 0 0% 1 1% 2 3% 1 1% 1,47 1 Q51 - Nível de absorção de produção de grande variedade de produtos em baixas quantidades 2 3% 4 5% 3 4% 34 44% 20 26% 8 10% 6 8% 4,48 4 Escala Q11 - Qualidade da matéria-prima utilizada na produção MR 0 0% Escala Q22 - Carteira com clientes antigos contribuindo com a programação da produção Escala Q39 - Presença de mão-de-obra especializada dentro da empresa R 0 84% 66% 0 3 5 6% 3 2 18 N 0% 11 2 MA 51 LR 0% NC 65 Frq % Frq MÉDIA MODA 1 14% 6 8% 4 4% 0 3 23% LB 0 43 5 0% 0 4 1% B 1 56% 17 6 0% 2 5 0% MB 2 6 1% 5 22% 5,86 CM 3% 3% MP 6% 1 MÉDIA MODA 1% 6 MÉDIA MODA 1,43 1 MÉDIA MODA 1,71 Escala NAU 2 3 4 5 6 AUM MÉDIA Q52 - Nível de produtividade com a continuidade de grandes lotes com pouca variedade de 1 1% 0 0% 0 0% 0 0% 6 8% 6 8% 64 83% 6,69 produtos Escala NAT 2 3 4 5 6 ATB MÉDIA Q53 - Nível de interferência de rígida fiscalização dos orgãos governamentais nos processos 61 79% 9 12% 3 4% 0 0% 1 1% 1 1% 2 3% 1,47 produtivos da empresa Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; MA=Muito Ausente; MP=Muito Presente; NC=Não CM=Contribui Muito; NAU=Não Aumenta; AUM=Aumenta Muito; MR=Muito Ruim; R=Ruim; LR=Ligeiramente Ruim; LB=Ligeiramente Boa; B=Boa; MB=Muito Boa; NAT=Não ATB=Atrapalha Bastante Fonte: Pesquisa. 1 MODA 7 MODA 1 Contribui; Atrapalha; 173 Tabela M – Análise sobre Arranjos Produtivos das Facções Referentes a Aprendizagem e Relacionamento Escala Variáveis MB B LB N LA A MA MÉDIA MODA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q25 - Presença de políticas e ações públicas voltadas para aproximação da empresa as instituições de ensino e pesquisa 47 61% 18 23% 4 5% 8 10% 0 0% 0 0% 0 0% 1,65 1 Q27 - Nível de conhecimento que a empresa adquire com outros concorrentes locais 1 1% 8 10% 2 3% 40 52% 6 8% 13 17% 7 9% 4,42 4 Q28 - Nível de conhecimento que a empresa adquire com clientes e fornecedores 0 0% 5 6% 1 1% 27 35% 13 17% 25 32% 6 8% 4,91 4 Q29 - Nível de conhecimento que a empresa tem como diferencial competitivo em relação aos concorrentes locais 0 0% 0 0% 0 0% 37 48% 14 18% 20 26% 6 8% 4,94 4 Q34 - Quantidade de negócios realizados com empresas informais e/ou profissionais autônomos 57 74% 19 25% 1 1% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,27 1 Q35 - Nível de confiança entre a empresa e os concorrentes locais 0 0% 1 1% 0 0% 35 45% 15 19% 23 30% 3 4% 4,88 4 Q40 - Nível de importância para empresa de instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento 1 1% 2 3% 0 0% 6 8% 3 4% 12 16% 53 69% 6,32 7 Q41 - Nível de conhecimento e capacitação que a empresa adquire com instituições de apoio ao crescimento e desenvolvimento 4 5% 2 3% 2 3% 18 23% 23 30% 13 17% 15 19% 4,99 5 Q42 - Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais 2 3% 4 5% 4 5% 21 27% 10 13% 32 42% 4 5% 4,88 6 Q43 - Nível de objetivos comuns entre a empresa e os concorrentes locais 0 0% 0 0% 0 0% 15 19% 9 12% 20 26% 33 43% 5,92 7 Q44 - Presença de associações de classe, cooperativas e/ou redes de relacionamento favorecendo a integração do arranjo 11 14% 5 6% 5 6% 51 66% 3 4% 2 3% 0 0% 3,47 4 Q45 - Nível de existência de estrutura física comum entre a empresa e os concorrentes locais 58 75% 11 14% 5 6% 3 4% 0 0% 0 0% 0 0% 1,39 1 Q46 - Nível de cooperação entre a empresa e os concorrentes locais na aquisição de serviços especializados 54 70% 15 19% 3 4% 5 6% 0 0% 0 0% 0 0% 1,47 1 Q49 - Nível de importância das cooperativas de crédito que atendem a empresa e os concorrentes 3 4% 9 12% 9 12% 32 42% 13 17% 10 13% 1 1% 4,00 4 MÉDIA MODA 4,81 6 MÉDIA MODA 1,17 1 MÉDIA MODA 2,35 1 Escala Q54 - Acesso a matéria-prima, mão-de-obra e merecado prejudicado pela ausência de concorrentes locais MPR 2 Escala Q6 - Frequência de compras de matéria-prima e insumos da empresa em conjunto com outras do mesmo setor 3 4% NR 67 Escala Q24 - Incentivo e políticas públicas que a empresa tem na contratação de novos funcionários 3% PR 87% NE 35 45% LPR 3 2 7 25 3 9% 3 EMP 10 4% N 13% 32% 14 4 4% 0 EP 10 PM 13% 27 5 0% 0 E 14 18% M 8 35% 3 6 0% EAB 18% BM 10% 0 SR 0% 0 EAM 0 4% 0% 0% EAE 0 0% Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; NR=Nunca Realiza; SR=Sempre Realiza; NE=Não Existem; EMP=Existem Muito Poucos; EP=Existem Poucos; E=Existem; EAB=Existem e Atuam Bem; EAM=Existem e Atuam Muito Bem; EAE=Existem e Atuam com Excelência; MPR=Muito Prejudicado; PR=Prejudicado; LPR=Ligeiramente Prejudicado; PM=Pouco Melhor; M=Melhor; BM=Bem Melhor. Fonte: Pesquisa. 174 Tabela N – Análise da Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos das Facções Utilizando Modelo SCOR (Abastecimento) ABASTECIMENTO (FORNECEDORES) Escala Variáveis Q14 - Quantidade de pedidos atendidos corretamente pelos fornecedores Escala MB B LB N LA A MA 1 2 3 4 5 6 7 Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % 2 3% 6 8% 0 0% 29 38% 14 18% 21 27% 5 6% A1M A2M A3M A4M A5M A6M 6MA MÉDIA MODA 4,69 4 MÉDIA MODA Q3 - Capital empatado em estoque de matéria-prima e insumos para produção 77 100% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,00 1 Q8 - Prazo médio disponibilizado pelos fornecedores para realização de pagamentos 77 100% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,00 1 Escala A1S 15D A1M 45D A2M A3M 3MA MÉDIA MODA Q10 - Tempo médio utilizado pelos fornecedores para entregar matéria-prima e insumos 77 100% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,00 1 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; A1M=Até 1 Mês; A2M=Até 2 Meses; A3M=Até 3 Meses; A4M=Até 4 Meses; A5M=Até 5 Meses; A6M=Até 6 Meses; 6MA=Acima de 6 Meses; A1S=Até 1 Semana; 15D= Até 15 Dias; 45D=Até 45 Dias; 3MA=Acima de 3 Meses. Fonte: Pesquisa. 175 Tabela O – Análise da Medição de Performance da Cadeia de Suprimentos das Facções Utilizando Modelo SCOR (Produção e Entrega) PRODUÇÃO Escala MB Variáveis B LB N LA A MA MÉDIA MODA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Q5 - Quantidade de material reciclado utilizado na produção 43 56% 27 35% 3 4% 4 5% 0 0% 0 0% 0 0% 1,58 1 Q12 - Quantidade de recursos naturais (água, madeira) utilizados na produção 25 32% 21 27% 12 16% 19 25% 0 0% 0 0% 0 0% 2,32 1 Q13 - Gastos com a produção exceto matéria-prima e insumos Q19 - Nível de comprometimento da produção da empresa quando na ausência de um ou mais funcionários Escala 0 0% 0 0% 1 1% 21 27% 9 12% 24 31% 22 29% 5,58 6 0 0% 7 9% 2 3% 7 9% 24 31% 18 23% 19 25% 5,31 5 Q7 - Nível de desperdício de matéria-prima na fabricação dos produtos 1 MA Escala Q18 - Tempo médio de produção dos produtos da empresa 1% 2 A1S 77 100% Escala Q20 - Nível do planejamento da produção da empresa (cronograma de produção) A 3% 15D 0 SP 0 LA 0% 0 0% 0 8 A1M 0 0% 2 0% N 10% 45D 0 3 0% 0 LB 0% 4 5% A2M 0 0% 4 0% 2 B 37 10 48% A3M 0 5 3% MB 0% 25 3MA 0 0% 6 13% 24 32% TP 31% 41 MÉDIA MODA 5,90 6 MÉDIA MODA 1,00 1 MÉDIA MODA 53% 6,35 7 ENTREGA (CLIENTES) Escala Variáveis Q15 - Quantidade de pedidos entregues corretamente aos clientes MB B LB N LA A MA Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % Frq % 0 0% 0 0% 0 0% 35 45% 9 12% 26 34% 7 9% MÉDIA MODA 5,06 4 Escala A1M A2M A3M A4M A5M A6M 6MA MÉDIA MODA Q1 - Capital empatado em estoque de mercadorias acabadas (produtos finalizados em 77 100% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,00 1 estoque) Escala A1S 15D A1M 45D A2M A3M 3MA MÉDIA MODA Q17 - Tempo médio de permanência na empresa dos produtos fabricados (mercadoria 77 100% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,00 1 acabada em estoque) Q21 - Tempo médio de entrega dos produtos da empresa aos clientes 77 100% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 1,00 1 Notas: MB=Muito Baixo; B=Baixo; LB=Ligeiramente Baixo; N=Normal; LA=Ligeiramente Alto; A=Alto; MA=Muito Alto; A1M=Até 1 Mês; A2M=Até 2 Meses; A3M=Até 3 Meses; A4M=Até 4 Meses; A5M=Até 5 Meses; A6M=Até 6 Meses; 6MA=Acima de 6 Meses; A1S=Até 1 Semana; 15D= Até 15 Dias; 45D=Até 45 Dias; 3MA=Acima de 3 Meses; SP=Sem Planejamento; TP=Totalmente Planejado. Fonte: Pesquisa.