Caderno Profissional de Administração – UNIMEP Mestrado Profissional e Doutorado em Administração MARKETING CULTURAL: UMA ESTRATÉGIA COMPETITIVA VIA LEIS DE INCENTIVO À CULTURA Sonia Trigueiro de Almeida E-mail: [email protected] Maria Valéria Pereira de Araujo E-mail: [email protected] Nilberg dos Santos Alcântara E-mail: [email protected] RESUMO Este trabalho tem como objetivo principal diagnosticar as razões que levam as empresas natalenses a investir em projetos culturais, utilizando às Leis de Incentivo à Cultura. Para isso, entrevistou-se duas empresas relevantes no cenário econômico do Estado do Rio Grande do Norte. O estudo é de natureza qualitativa, cuja amostra foi escolhida intencionalmente, constituindo-se das empresas A e B, uma vez que representarem duas grandes marcas, atuantes em áreas distintas: concessionária de serviços públicos e hotelaria. Os resultados mostraram que as empresas investidoras em projetos culturais conseguem ampliar a divulgação da sua marca, fortalecer a sua imagem, aproximar o público alvo, e solidificar a relação entre empregadores e empregados. Ademais, constatou-se que as empresas vinculadas às leis de incentivo não utilizam, ou utilizam o mínimo de recursos próprios, haja vista que os patrocínios são orientados da renúncia fiscal, fato preponderante para que as leis sejam inseridas no planejamento tático de uma empresa. Palavras-chave: Marketing Cultural. Leis de Incentivo à Cultura. Estratégia. ABSTRACT This paper aims to diagnose the reasons why Natal companies to invest in cultural projects, using the Laws of Cultural Incentive. For this, he was interviewed two companies relevant in the economic of Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.2, 2015 24 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura the Rio Grande do Norte state scenario. The study is qualitative, whose sample was chosen intentionally, becoming the companies A and B, since they represent two great brands, active in different areas of public utility and hotel services. The results showed that the investment firms in cultural projects can broaden the dissemination of your brand, strengthen your image, approaching the target audience, and solidify the relationship between employers and employees. Moreover, it was found that companies linked to incentive laws do not use, or use the minimum own resources, given that sponsorships are geared the tax breaks, leading to the fact that laws are inserted into the tactical planning of a company Keyword: Cultural Marketing. Culture Incentive Laws. Strategy. 1 INTRODUÇÃO O marketing cultural constitui ferramenta importante para divulgar e fixar determinada marca, produto ou serviço. Atualmente, diversas empresas utilizam este recurso, pois estão mais conscientes de suas responsabilidades sociais. O tema é relevante e interessante, porém ainda pouco estudado. Vaz (1995), um dos pioneiros no assunto, denomina a importante ferramenta da comunicação que se apoia na cultura para promover relações de troca. Para o autor: “O marketing cultural é um conjunto de ações utilizadas no desenvolvimento de um projeto cultural aplicadas tanto em relação aos objetivos e critérios que orientam a concessão de fundos como quanto aos procedimentos para arrecadação de recursos” (VAZ, 1995, p.248). Com o intuito de participar e incentivar movimentos que gerem interesse na comunidade, levando-a a refletir, ao mesmo tempo em que a insere em uma atmosfera envolvente através da experimentação das artes, o poder público lançou leis que incentivam à cultura (Instrução Normativa 1/2013/ MINC). Contudo este trabalho se propõe a analisar o marketing cultural em Natal, a fim de compreender as razões pelas quais levam as empresas a investir em projetos que utilizam as Leis de Incentivo à Cultura. O texto objetiva levantar o perfil de empresas que utilizam as Leis de Incentivo à cultura, bem como identificar as principais motivações que levam às empresas a utilizar essas leis de incentivo à cultura. Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 25 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura 2 REVISÃO DA LITERATURA Leocadio e Marchetti (2003, p. 4) definem marketing cultural como “[...] o conjunto de recursos de marketing utilizados para atingir o consumidor potencial, através da vinculação de um produto/evento cultural, como a imagem/produto da empresa”. Tais recursos, também denominados esforços de marketing, se traduzem como incorporação da marca da organização à atividade cultural, exposição desta no material promocional dos projetos, dentre outras formas de projeção da empresa. Costa (2004, p. 35) conceitua o marketing cultural de forma semelhante, “[...] refere-se à prática das empresas de patrocinar atividades culturais, associando seu nome ou marca a um evento de caráter sociocultural”. O verdadeiro início da prática de patrocínio no setor corporativo, com viés distinto do mecenato, originou-se por volta da década de 1960, mesmo ainda com um caráter filantrópico, sem uma expectativa de retorno financeiro ou de imagem (ALMEIDA, 1994; REIS, 1996; MUYLAERT, 1994; REIS e SANTOS, 1996). Com o passar dos anos, esta prática se ampliou e ganhou novas dimensões, e, atualmente o patrocínio à cultura é encarado como: meio de diferenciação das empresas, uma ferramenta importante de comunicação com o público da organização, uma maneira encontrada pelas companhias para assumirem sua responsabilidade social, bem como um meio de fortalecimento da imagem institucional (CARMONA; IYER; RECKERS, 2011). Observa-se, assim, o crescimento do interesse das empresas em patrocinar projetos culturais, bem como em se profissionalizar. Por parte do Estado, especificamente no Brasil-, nota-se que há um esforço em aperfeiçoar as leis de incentivo à cultura (ANDERSON, 2009). O marketing cultural une dois conceitos: marketing e cultura, na tentativa de potencializar as condições existentes, transformando-as em fontes de cultura para a sociedade e de renda para a organização patrocinadora. O retorno financeiro é obtido através do investimento em cultura, que gera uma imagem positiva para a empresa através dos seus produtos. Os recursos aplicados são abatidos do imposto de renda a ser pago ao Estado. E o resgate tributário da empresa pode chegar a 100%, dependendo da lei aplicada ao evento (PATROCÍNIO E INVESTIMENTO SOCIAL, CULTURAL, AMBIENTAL E ESPORTIV, 2010). Desse modo, o investimento em cultura surge como um jogo no qual todos ganham: artistas, patrocinadores, colaboradores e sociedade. Todavia, para que estas relações associativas não sejam efêmeras, deve-se considerar que os agentes econômicos tenham certa medida de ética, de Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 26 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura compromisso e de responsabilidade para consigo mesmos1 e com os negócios. Logo, os empreendimentos podem se perpetuar no mercado, rendendo excelentes frutos, sobretudo para o patrocinador, conforme indica Franceschi e Vecchia (1998, p 35) na citação abaixo: "o marketing moderno reserva para o exercício responsabilidade social das empresas, as funções mais nobres no processo da conquista das preferências do mercado. Uma empresa atuante nesta área e, portanto, sintonizada com as demandas culturais e sociais de sua comunidade, será sempre preferida a qualquer outra que não possua a mesma capacidade de responder a essas aspirações". Toda ação que usa a cultura como veículo de comunicação para difundir um nome, produto ou fixar a imagem de uma empresa patrocinadora é denominada marketing cultural. Não há uma fórmula fechada para colocar em prática essa estratégia, pois existem variáveis que, conforme combinadas, podem resultar em uma excelente ação de marketing. Essa estratégia vem ganhando espaço no meio empresarial porque apresenta soluções relativamente baratas a três novas exigências do mercado: a necessidade de diferenciação das marcas; a diversificação do mix de comunicação das empresas para melhor atingir o seu público; e a necessidade do posicionamento socialmente responsável (GEORGIEVA; JANDIK; LEE, 2012; GARON, 2014). Ao patrocinar um projeto cultural, uma empresa se diferencia das demais a partir do momento em que toma para si determinados valores relativos ao projeto, como tradição, modernidade, organização, criatividade e etc (FOGLIA; VALVA, 2014). Também amplia a forma como se comunica com o seu público alvo e mostra para a sociedade que não está preocupada apenas com a lucratividade de seus negócios (ŠARČEVIĆ, 2015). Outro ponto importante é saber que o trabalho de captação de recursos exige conhecimento de mercado, e o patrocinador deve ser pesquisado, de maneira que os interesses se conjuguem e o orçamento seja compatível. Datas, prazos, valores e planos de mídia precisam ser pré-estabelecidos, buscando sempre coerência e precisão em cada uma das etapas do processo. É relevante ressaltar que raramente uma organização voltará a abrir as suas portas para um produtor, ou projeto, que tenha se apresentado, ou sido apresentado, com deficiências e amadorismos (MUYLAERT, 1994). Para Cappelin e Giuliani (1999, p.10-11) a responsabilidade social da empresa pode ser traduzida como uma evolução em busca da excelência. Segundo os referidos autores: "na busca da eficiência e excelência empresarial, parece não ser mais satisfatória a tradicional alquimia do cálculo custo/benefício com o aumento da produtividade e a ampliação das vendas no mercado. Os critérios de avaliação do sucesso começam a incorporar dimensões que vão além da organização econômica e que dizem respeito à vida social, cultural e à preservação ambiental. Pode-se dizer que a eficiência não é só 'fazer as coisas bem', segundo as regras de mercado, mas é 'fazer as coisas boas', segundos princípios éticos". 1 Refere-se à ética dos agentes. Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 27 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura As políticas de responsabilidade social das empresas podem, dessa forma, ser vistas como uma atividade em favor da sociedade, apresentando ganhos semelhantes aos contabilizados com publicidade e propaganda (HILLER e VERDIER, 2014). Ou seja, a política de responsabilidade social, além de um meio de favorecer o meio ambiente e à comunidade circunscrita à empresa, tornase um instrumento mercadológico que faz com que as empresas "que fazem o bem" tenham maior visibilidade no mercado e, diante disso, possam vender mais e maximizar os lucros (SHERWIN; WAGNER, 2013). Assim sendo, a responsabilidade social deve ser considerada como um investimento e não um gasto. Tomando como referências esses conceitos, juntamente com os trabalhos de de Machado Neto (2002) e de Brant (2004), referente ao Marketing Cultural, conceitua-se Projeto de Marketing Cultural como sendo uma estratégia de comunicação institucional de empresas, cuja atividade-fim não é a produção ou difusão cultural, através do patrocínio ou investimento em projeto de terceiros, cuja finalidade é a produção de objetos reais ou imaginários do campo artístico cultural e do qual o principal retorno obtido é o de imagem e valores agregados à sua marca (PAPKE; BROWN; ASIMOW, 2014). Na verdade, um projeto cultural constitui-se de um conjunto de ações com começo, meio e fim, podendo ser novamente implementados, em novo local, em outro momento, ou ainda com grupo artístico diferente, transformando-se, em um novo projeto, cujos conhecimentos desenvolvidos e espaços de mídia já abertos, diminuem os custos e aumentam a eficiência da execução do mesmo (D’ASTOUS e BITZ, 1995; PREFEITURA MUNICIPAL DO NATAL, 2007; LIMA, 2010; DIAS, 2011). Na área cultural esta questão é ainda mais forte cujos artistas não conseguem uma continuidade de suas obras e trabalhos, e não têm uma constância no fluxo de sua remuneração, impactando fortemente na dedicação e no aprimoramento técnico (ADAMS; HOECKE; HEIRBAUT; 2014). As partes envolvidas são indivíduos e organizações diretamente participantes de um projeto, ou aqueles cujos interesses podem ser afetados, de forma positiva ou negativa, no decorrer do projeto ou mesmo após a sua conclusão. Podem, também, exercer influências nos projetos e em seus resultados (SHERWIN; WAGNER, 2013; WITTE; VADI, 2015). 3 METODOLOGIA A presente pesquisa classifica-se como exploratória pois há pouco conhecimento combinando os temas: leis de incentivo à cultura e estratégias de marketing (BEUREN, 2003). Segundo Mattar Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 28 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura (1994), o processo de observação em estudos exploratórios é chamado de observação informal não dirigida, e a percepção e retenção do que é observado vai depender dos interesses da pesquisa e da capacidade de observação do pesquisador. Como método de pesquisa, foi utilizado o estudo de caso múltiplo, que busca examinar em profundidade um fenômeno no seu contexto da vida real. Conforme Yin (2005, p. 19): os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como” e “por que”, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. Godoy (1995) afirma que, quando o estudo envolve dois ou mais sujeitos, pode-se chamar de casos múltiplos, cujo único objetivo é descrever mais de um sujeito, organização e pretende estabelecer comparativos. Neste trabalho foram estudadas as empresas: COSERN e Hotel Pestana, cujo critério de escolha das mesmas foi por que representam duas grandes marcas, e atuam em áreas distintas: concessionária de serviços públicos e hotelaria. Ambas realizam investimentos em patrocínio cultural, mas possuem percepções diferentes. Quais sejam: q primeira é considerada a empresa que mais realiza investimentos culturais através das leis de incentivo à cultura, enquanto o hotel conheceu as leis há pouco tempo e ainda está descobrindo as possibilidades de investimento e os benefícios delas. Com o objetivo de comparar as duas empresas e as motivações pelas quais realizam investimento cultural através das leis de incentivo, foi realizado um estudo comparativo entre as respostas dadas por ambas. Destaca-se que para a pesquisa foram utilizados, além de consultas, os sites das duas empresas para a busca de informações. Ademais foram feitas entrevistas formais com gestores das duas empresas, para obtenção de dados primários, bem como observações informais. Prodanov e Freitas (2009) relatam que delineamento é o procedimento adotado para coleta de dados, definidos pelas fontes de papel (pesquisa bibliográfica e documental) e dados fornecidos por pessoas (estudo de caso). Os meios utilizados neste trabalho foram a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso, onde a primeira coloca o pesquisador em contato com o que já foi produzido e registrado referente ao tema da pesquisa. Para a complementação do levantamento de dados, buscou-se na análise documental, bem como com entrevistas, o aprimoramento dos dados primários e secundários. Prodanov e Freitas (2009) confirmam que antes da conclusão é necessário agrupar os dados, sintetizando-os, para que sejam ordenados possam dar as respostas desejadas de forma clara e objetiva. Para Beuren (2003, p. 92) na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 29 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por meio de estudo quantitativo. A pesquisa qualitativa, além disso, costuma ser direcionada e não busca enumerar ou medir eventos. Também não emprega instrumentos estatísticos para a análise de dados, cujo foco de interesse é amplo e faz parte da obtenção de dados descritivos mediante contato direto do pesquisador com o objeto de estudo. Para auxiliar nos resultados, foi utilizado um quadro comparador, elaborado a partir de de observações do pesquisador, cujo intuito foi o de possibilitar melhor visualização e dos dados. 4 ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS A Empresa A, é uma concessionária do fornecimento de Águas e esgotos, possui o reconhecimento da empresa que mais investe na cultura norte-rio-grandense. Ela detém uma relação com a comunidade pautada no respeito aos costumes e culturas locais, buscando sempre contribuir com a divulgação dos valores histórico-culturais e a democratização do acesso à cultura. Desde 1999, por meio das leis de incentivo à cultura ou com recursos próprios, a empresa investe em projetos e iniciativas socioculturais diversas como música, dança teatro, artes plásticas, literatura, fotografia e artesanato (COSERN, 2012). Com faturamento de R$ 1,6 bilhão em 2011 e carteira de 1,2 milhão de clientes – sendo 85,8% residenciais–, a empresa Cosern desponta como uma das melhores empresas de energia do Nordeste. As ações de responsabilidade socioambiental, focadas em eficiência energética, pesquisa e desenvolvimento, preservação do meio ambiente e educação, e os investimentos em expansão da rede a colocam entre as melhores distribuidoras do país, de acordo com avaliações da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (ABRADEE, 2014). Criada em dezembro de 1961, pertenceu ao estado até a privatização, em dezembro de 1997, mas atualmente pertence ao Grupo Neoenergia2 que possui 15 anos de atuação em toda a cadeia do setor elétrico brasileiro com geração, transmissão, comercialização e distribuição de energia, presente em 12 estados brasileiros. Desde o início do processo de privatização, em 1995, o setor vem passando por grandes mudanças e expandindo a capacidade, com a entrada de novas empresas no mercado. 2 Com investimentos superiores a R$ 20 bilhões o Grupo Neoenergia é um dos maiores do país. Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 30 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura Segundo dados da Aneel, o país tem 2.583 usinas em operação, que totalizam potência instalada de 117,1 mil MW. A energia distribuída em 2011 totalizou 29.178 GWh, crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. Entre as estatais e empresas privadas, há 63 concessionárias de serviços públicos que atuam no mercado de distribuição de energia, além de cooperativas de eletrificação rural, resultando no fornecimento de eletricidade para 67 milhões de unidades consumidoras, em mais de 99% dos municípios brasileiros. De acordo com estudo da Abradee, o mercado, consumidores livres e cativo totalizou 375 mil GWh em 2010, alcançando receita bruta de R$ 118 bilhões. Com participação de 2,2% no PIB brasileiro, o segmento recolheu R$ 44 bilhões em pagamento de encargos e tributos e emprega um total de 160 mil pessoas. Entre as empresas privadas estão investidores de diversas nacionalidades, como norte-americanos, espanhóis e portugueses, que entraram no segmento em decorrência do processo de privatização. Ainda de acordo com o estudo da Abradee, o investimento anual no mercado de distribuição chega a R$ 8 bilhões, com a execução de 2 milhões de novas ligações. O Hotel Pestana é uma empresa nova quando se fala de patrocínio cultural. Sue entrada na área de incentivo a cultura é recente, onde patrocina projetos que traduzem os conceitos nos quais ele acredita, como por exemplo, o da sustentabilidade, que é demonstrado através do lema “somos apenas hóspedes do Planeta” e transmite a posição do Grupo e dos seus colaboradores com relação ao respeito e valorização ao meio ambiente (HOTEL PESTANA, 2012). O Grupo cuja origem remonta a 20 de Novembro de 1972, por ocasião da fundação da M & J P - Sociedade de Turismo da Madeira, desenvolve a sua atividade principalmente no setor do Turismo, tendo ainda interesses na Indústria e nos Serviços. Em 40 anos assistiu ao nascimento e crescimento do grupo “P. Hotels & Resorts” e à sua consolidação como principal membro da cadeia hoteleira portuguesa e uma das maiores do mundo, presente em 10 países com projetos de construção e desenvolvimentos em seis deles. O Grupo possui atualmente na área de lazer além de 47 hotéis, 12 empreendimentos de Vacation Club, 6 campos de golfe, 3 empreendimentos imobiliário/turístico, 2 concessões de jogo para cassino, cassinos, participação numa companhia de aviação charter e um operador turístico, empregando assim mais de 7.000 colaboradores. Em Natal, fica situado na Via Costeira e dispõe de diversos serviços para atender os hóspedes, como por exemplo, Spa, Fitness, P. Kids e passeio de Buggy. Tem cinco estrelas estando também preparado para receber os eventos e reuniões de empresas, dispondo de salas totalmente equipadas e Business Center. Para que sejam mais bem analisadas e comparadas as respostas dos gestores, foram feito quadros comparativos, com as empresas codificadas aqui como sendo “Empresa A” e “Empresa B”. Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 31 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura 4.1 Investimento em cultura Na primeira pergunta os entrevistados foram questionados se o investimento em cultura é um bom negócio. O entrevistado da Empresa A foi categórico ao afirmar que o investimento em cultura é um excelente negócio, pois considera esse tipo de investimento transformador de vidas em comunidade. Além do mais permite que sonhos se realizem, que pessoas tenham acesso à informação e ao conhecimento, e que tenham direito à vida. Já para o entrevistado da Empresa B, o investimento em marketing cultural é um bom negócio, apesar de o hotel investir nessa área há pouco tempo, já percebeu a importância desse tipo de investimento e acha que a cultura aproxima as pessoas. Logo quando a empresa realiza um patrocínio cultural, está se aproximando cada vez mais de seus clientes. Quadro1: Investimentos em cultura EMPRESAS A B DEPOIMENTOS “Investir em cultura é um excelente negócio. Através do investimento em cultura a Cosern tem conseguido realizar grandes projetos, grandes sonhos da população, e para nós a conquista da comunidade é a nossa conquista, uma vez que estamos inseridos nela. Acreditamos que quanto mais pudermos investir para que as pessoas tenham acesso ao conhecimento, às oportunidades, a momentos de integração social, e à dignidade, estaremos ajudando-as ao direito à vida”. “Sim, é um bom negócio. O Hotel Pestana realiza investimentos nessa área há pouco tempo, mas já pôde perceber o quão importante é esse tipo de investimento. A cultura aproxima as pessoas, e portanto, quando nós patrocinamos projetos nessa área, os clientes se aproximam ainda mais de nós”. CATEGORIAS - Investir em cultura é um bom negócio; (Empresa A), (Empresa B) - Enfatiza o comprometimento com o desenvolvimento da sociedade; (Empresa A) - Cultura aproxima os clientes; (Empresa A), (Empresa B) Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa de campo. Nessa primeira pergunta o respondente da empresa de energia deixou claro que mantém o foco no cliente quando realiza suas ações, uma vez que os projetos culturais promovidos pela empresa possuem o objetivo nas conquistas e desenvolvimento da sociedade. Contudo o respondente da Empresa B não demonstrou ter tanta propriedade ao falar do investimento em cultura, embora considere importante. Ambas acham o investimento em cultura um bom negócio. 4.2 Leis de Incentivo à Cultura Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 32 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura Ao serem perguntados sobre a opinião das empresas a respeito das Leis de Incentivo à Cultura, que permitem à iniciativa privada investir em cultura através da renúncia fiscal, a empresa A disse que essas leis são muito importantes uma vez que possibilitam o patrocínio de projetos com valores altos, e que muitas vezes seria inviável o patrocínio somente através de recursos próprios. O gestor fala ainda que a maior parte dos investimentos em cultura da Companhia se dá através de renúncia fiscal, possibilitada pelas leis de incentivo, o que significa que talvez ela, e muitas outras empresas, não conseguissem investir tanto nessa área se essas leis não existissem. A empresa B disse que elas abriram as portas da área cultural para a empresa, pois foi a partir delas que começaram a investir nessa área. A empresa não sabia que poderia investir em cultura utilizando o mínimo de recursos próprios e a descoberta dessas leis dá a possibilidade para ela aproximar-se ainda mais da comunidade utilizando pouquíssimos recursos. Quadro 2: Leis de Incentivo à Cultura EMPRESAS A B DEPOIMENTOS “As leis de incentivo à cultura permitem que as empresas tornem possíveis projetos, (...) com valores altíssimos e que muitas vezes seriam inviáveis o patrocínio somente através de recursos próprios. A maior parte dos investimentos em cultura da Companhia se dá através de renúncia fiscal, (...) talvez não conseguíssemos investir tanto nessa área se essas leis não existissem. Elas são de extrema importância para o contexto cultural e para as empresas que desejam investir nessa área”. “O Pestana, em Natal, começou a investir em cultura através das leis de incentivo à cultura, o que significa que para nós essas leis nos abriram as portas dessa área. (...) para nós a descoberta dessas leis nos dá a possibilidade de nos aproximarmos da comunidade utilizando pouquíssimos recursos próprios. Depois tivermos a informação de que outros de nossos empreendimentos em outras cidades do Brasil também utilizam a renúncia fiscal para investir em cultura, o que só aumentou nossa vontade de usufruir das leis”. CATEGORIAS - As leis viabilizam maior investimento em cultura; (Empresa A), (Empresa B) - Começou a investir na área cultural com as leis; (Empresa B) - Importância de utilizar poucos recursos próprios; (Empresa A), (Empresa B) Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa de campo. As duas empresas deixaram clara a importância da utilização das leis de incentivo para a viabilidade do investimento em cultura. Inicialmente, o entrevistado da empresa A3, disse que não conseguiria investir tanto na área se as leis não existissem, enquanto a empresa B afirma que só ter começado a investir em cultura quando descobriu essas leis. Os respondentes de ambas as empresas falam ainda que os projetos beneficiaram as marcas pois se aproximaram da comunidade. 3 Empresa que mais investe em cultura do RN. Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 33 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura Dessa forma, conclui-se que as leis de incentivo à cultura constituem parte relevante das estratégias das duas empresas estudadas, uma vez que propiciam um investimento de relevância, e que sem esse investimento, da forma que acontece atualmente, não seria possível. 4.3 Critérios adotados pela empresa ao escolher um projeto a ser patrocinado Analisou-se também os critérios adotados pelas empresas na escolha de um projeto a ser patrocinado. O entrevistado da empresa A respondeu que um projeto deve atender às expectativas e necessidades da sociedade, e que é feita uma prévia pesquisa através de diversos canais para que essas necessidades sejam identificadas. Já o gestor do hotel disse que começou a utilizar as leis através de um projeto apresentado por uma produtora cultural, e que desde então eles trabalham com essa produtora, cujos projetos trazem temas de relevância para a empresa, e que também beneficiam os colaboradores. Quadro3: Critérios das empresas ao escolher um projeto EMPRESAS A B DEPOIMENTOS “A Empresa A identifica as necessidades e expectativas da comunidade por meio dos nossos canais de relacionamento, pesquisas, exposição na mídia, participação em reuniões e fóruns de discussão e do dia a dia de sua atividade. (...) na revisão anual do Programa de Responsabilidade Social Energia para Crescer, por meio do qual a Cosern promove os projetos que contribuem para o desenvolvimento da sociedade, são considerados os projetos que conseguem atingir de alguma forma as necessidades e expectativas identificadas”. “(...) em Natal nós começamos a patrocinar projetos culturais há pouco tempo. Um dia uma produtora cultural nos mostrou um projeto e falou que poderíamos investir em cultura sem utilizar de recursos próprios, e decidimos experimentar disso. Desde então estamos trabalhando com essa produtora (...). Os projetos dela, dentre outros assuntos, abordam a sustentabilidade, tema importante para o Grupo, além de esses projetos beneficiarem nossos colaboradores, nos ajudando a motivá-los ainda mais”. CATEGORIAS - Preocupação com as necessidades da comunidade; (Empresa A) - Relação entre os projetos patrocinados e valores da empresa; (Empresa A e Empresa B) - Funcionários beneficiados pelos projetos; (Empresa B) Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa de campo. A preocupação da empresa A para com a sociedade fica evidente mais uma vez quando o entrevistado responde a terceira pergunta, afirmando que a empresa mantém um programa de responsabilidade social e neste sentido as leis ajudam a Empresa no alcance de seus objetivos. Na fala do gestor da empresa B pode-se perceber que o principal critério para o investimento na área Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 34 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura cultural é o de não utilizar recursos próprios, apenas aqueles possibilitados pelas leis. Estas conseguem então fazer com que a empresa A alcance seus objetivos no tocante à responsabilidade social, enquanto a empresa B se beneficia da renúncia, fortalecendo seus conceitos e valores, e beneficiando os funcionários. 4.4 Razões para investir em projetos vinculados às Leis de Incentivo à Cultura Ao responder a pergunta sobre as razões que levam a empresa a investir em projetos vinculados às Leis de Incentivo à Cultura, o gestor da Empresa A afirma novamente que a maior parte dos investimentos sociais e culturais é realizada através das leis, e diz ainda que são imprescindíveis para que alguns objetivos da empresa sejam alcançados. Enquanto que o respondente da Empresa B fala que a principal razão é usufruir das leis para se aproximar do público e ajudar a comunidade a experimentar a arte. O respondente se empolga ao falar na possibilidade de ajudar “o outro” e cita novamente o fato de não precisar utilizar, ou se utilizar o mínimo possível, de recursos próprios. Quadro 4: Razões para investir em projetos EMPRESAS A B DEPOIMENTOS “Nossa maior preocupação é com o desenvolvimento da sociedade, esse é um compromisso da Empresa A para com a comunidade. (...) Para realização (...) são utilizados recursos próprios ou as leis de incentivo à cultura. Dentro dessa perspectiva consideramos que a utilização dessas leis, para que sejam alcançados os objetivos da empresa, é imprescindível, uma vez que cerca de 75% dos investimentos sociais e culturais da Cosern são provenientes de renúncia fiscal”. “Nossa principal razão é de usufruir das leis para nos aproximar do nosso público ao mesmo tempo em que estamos ajudando a comunidade a experimentar de um universo deslumbrante e encantador, “a arte”. Poder ajudar o outro – artistas, produtores, e público – com a possibilidade de utilizar o mínimo de recursos próprios, e ainda criar uma relação mais íntima com nossos colaboradores e clientes, nos fazem ter o desejo de utilizar cada vez mais as leis de incentivo à cultura”. CATEGORIAS - Mostra preocupação e ajuda a comunidade; Empresa A e Empresa B) - Maior parte do investimento na área é realizado através das leis; Empresa A e Empresa B) - Utiliza as leis para se aproximar do público; Empresa A e Empresa B) Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa de campo Tanto para a empresa A quanto para a B, as leis são importantes para que sejam realizados investimentos em cultura, destacando-se como razões: ajudar a comunidade, se aproximar do público, ou promover uma relação mais próxima com os funcionários. O fato é que beneficiar-se de projetos os quais não utilizem recursos próprios, é de interesse de ambas as empresas. Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 35 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura 4.5 Divulgação da marca e reflexos na imagem da empresa Na quinta pergunta, questionou-se sobre a divulgação da marca em um projeto vinculado às Leis de Incentivo à Cultura e seus reflexos na imagem da organização. Logo, o entrevistado da empresa A cita alguns projetos patrocinados com um número bastante representativo de participantes das ações. Dentre os projetos ele cita o Ação Global que realiza em torno de 5.000 atendimentos nos eventos, e Criança 2000 que tem público estimado em 3 mil pessoas. Além desses grandes projetos, o entrevistado ainda fala sobre projetos com alcances local, estadual e nacional. Diante dos dados e do crescente quantitativo de pedidos de apoio recebidos por ano, e ainda através dos canais de relacionamentos e pesquisas da empresa, o respondente percebe que a comunidade identifica a marca da empresa A como parceira de grandes eventos que a beneficia e devido a isso demonstra confiança e respeito ao compromisso da empresa para com o respondente. Já para o gestor da Empresa B, o alcance da marca a diferentes públicos em todo o estado, ajuda a fortalecer ainda mais conceitos e valores da empresa, fortalecendo assim a imagem perante a comunidade. Quadro 5: Divulgação da marca e seus reflexos na imagem da empresa EMPRESAS A B DEPOIMENTOS “A Empresa A (...) desenvolve diversas ações de cidadania, educação, esporte, cultura e lazer. Nossa marca está vinculada, por exemplo, a ações como Ação Global que realiza em torno de 5.000 atendimentos nos eventos, e Criança 2000 que tem público estimado em 3 mil pessoas, (...). Os inúmeros projetos realizados na Cidade do Natal, como o “natal em Natal”, deixam a marca com enorme representatividade local; através de projetos como o Circo da Luz e o “Dô mó Valô” o alcance da marca se torna estadual; e projetos como a turnê de lançamento do CD no “No Ar”, da cantora Valéria Oliveira, torna a marca conhecida nacionalmente. Diante desse quadro percebemos, através da grande quantidade de pessoas que são atendidas ou prestigiam os eventos, do crescente quantitativo de pedidos de apoio à projetos que recebemos a cada ano, e através dos nossos canais de relacionamentos e pesquisas, que a comunidade identifica nossa marca como parceira de grandes projetos que a beneficia e devido a isso demonstram confiança e respeito ao nosso compromisso para com ela”. “Percebemos a divulgação de uma forma excelente. Quando nossa marca está vinculada a esses projetos, nós a encontramos espalhada por diversos lugares (...). O último projeto que patrocinamos foi um livro infantil, que entre alguns assuntos sociais importantes, abordou a sustentabilidade e preservação do planeta como tema central. O livro teve uma tiragem de 2.000 cópias e foi distribuído gratuitamente para crianças de todo o estado. Nesse último projeto, por exemplo, nossa marca (...) foi vista por no mínimo duas mil pessoas. O mais importante é que, tomando CATEGORIAS - Realização de projetos sociais; Empresa A e Empresa B) - Projetos com alcances local, estadual e municipal; Empresa A - Fortalecimento dos conceitos e valores da empresa; (Empresa A e Empresa B) - Reconhecimento da comunidade; (Empresa A e Empresa B) Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 36 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura ainda como exemplo o livro, nosso conceito de sustentabilidade “Somos apenas hóspedes do Planeta” fica ainda mais forte perante a comunidade, fortalecendo nossa imagem”. - Fortalecimentos da marca; Empresa A e Empresa B Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa de campo. Desta forma, as empresas A e B recebem de uma maneira positiva a divulgação das marcas e seus reflexos na imagem das respectivas organizações, quando estas estão vinculadas a projetos culturais. As duas projetam sua marca de forma ampla, pois possuem projetos que atingem uma grande quantidade de pessoas, mesmo levando em consideração a pouca quantidade da empresa B, uma vez que esta trabalha com as leis há pouco tempo. Ambas ainda possuem uma imagem fortalecida pelo reconhecimento da comunidade como instituições, pois ajudam e possuem responsabilidade social para com o referido público. 4.6 Benefícios do patrocínio cultural Quando indagadas sobre os benefícios que podem alcançar com o patrocínio cultural, os entrevistados das empresas forneceram respostas semelhantes. O respondente da empresa A cita o reconhecimento, segurança e respeito da comunidade para com a sua marca. Disse que “o patrocínio cultural ajuda a conseguir uma ligação mais próxima e direta com a sociedade”, transformando a marca em sinônimo de confiança para a comunidade. Com relação aos benefícios o entrevistado da empresa B lista a divulgação da marca e o fortalecimento da imagem, porém diz que a Empresa está começando a descobrir as muitas possibilidades de retorno do patrocínio cultural, por exemplo, tornar os colaboradores mais motivados e fortalecer ainda mais o elo de confiança entre empregador e empregado. Quadro 6: Benefícios do patrocínio cultural EMPRESAS A DEPOIMENTOS “Acreditamos que os principais benefícios é o reconhecimento da comunidade, a segurança que ela tem em nossos compromissos assumidos e o respeito à nossa marca. As pessoas não desconfiam de nossos serviços, acreditam em todos os nossos projetos e sabem que nossos eventos e ações possuem fins nas necessidades e expectativas delas. Ou seja, o patrocínio cultural nos ajuda a conseguir uma ligação mais próxima e direta com a sociedade, transformando nossa marca em sinônimo de confiança para a comunidade”. “A empresa B está começando a descobrir as possibilidades de retorno do patrocínio cultural. Além dos pontos que já foi falado, divulgação da marca e fortalecimento da imagem, outro benefício que descobrimos é que podemos patrocinar CATEGORIAS - Fortalecimento da imagem; (Empresa A e Empresa B) - Confiança para a comunidade; (Empresa A) Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 37 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura B projetos pontuais que favoreçam, por exemplo, nossos colaboradores, deixando-os mais motivados. Estamos elaborando um projeto que irá atender um bairro carente da Cidade do Natal no qual muitos dos nossos colaboradores moram, ou seja, iremos mandar nossa marca para “dentro das casas” deles e assim fortalecer ainda mais o elo de confiança entre empregador e empregado, e tudo isso sem utilizar de recursos próprios”. - Ações com fins nas necessidades e expectativas da comunidade; (Empresa A) - Fortalecimento da relação empregado - empregador; (Empresa B) Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa de campo. A empresa A e a empresa B via respondentes citaram como benefício o fortalecimento da imagem. Porém o entrevistado da empresa A é mais categórico ao afirmar esse benefício, uma que a comunidade deposita muita confiança e possui muito respeito pela marca, devido aos projetos que são realizados, todos com fins nas necessidades. Já o respondente da empresa B afirmou que ainda está descobrindo os benefícios que os projetos vinculados às leis podem proporcionar, mas que já está ciente dos benefícios que trazem para os próprios funcionários, estreitando a relação entre empregador e empregado. Com as respostas das empresas A e B pode-se inferir que as leis de incentivo cultural trazem inúmeros benefícios para quem as usa, e que as descobertas desses benefícios são diretamente proporcionais ao tempo de utilização delas. 4.7 Relação entre os projetos patrocinados e os níveis esperados de retorno Na última pergunta os entrevistados responderam sobre a relação existente entre os projetos patrocinados pelas empresas e os níveis esperados de retorno. O entrevistado da Empresa A disse: “durante toda nossa história com o investimento em cultura através de recursos próprios, ou através das leis de incentivo à cultura, descobrimos a cada novo projeto patrocinado, a cada novo talento descoberto, a cada pessoa beneficiada, um caminho de possibilidades para o desenvolvimento da sociedade (...)”. Ele insiste em falar que o compromisso da Empresa A é com o desenvolvimento da sociedade e que através do patrocínio cultural, dentre outras ações, esse objetivo é alcançado. Ao responder a última pergunta o entrevistado do hotel fala que ainda não colocou a marca em muitos projetos devido ao pouco tempo de uso das leis de incentivo, mas que teve um bom retorno. Reafirmando que a imagem fica mais fortalecida com o investimento em cultura e que a expectativa da empresa é ampliar o investimento em cultura para tornar a marca ainda mais conhecida. Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 38 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura Quadro 7: Relação entre os projetos patrocinados e os níveis esperados de retorno EMPRESAS A B DEPOIMENTOS “Durante toda nossa história com o investimento em cultura através de recursos próprios, ou através das leis de incentivo à cultura, descobrimos a cada novo projeto patrocinado, a cada novo talento descoberto, a cada pessoa beneficiada, um caminho de possibilidades para o desenvolvimento da sociedade. Já conseguimos patrocinar (...) inúmeros projetos de grande importância social e cultural, e em todos tivemos enorme aceitação da comunidade, mais do que isso, ganhamos a confiança e fidelidade dela. (...) através do patrocínio cultural, dentre outras ações, conseguimos alcançar esse objetivo”. “Como nosso investimento nessa área ainda é recente, não conseguimos colocar nossa marca em muitos projetos, porém nos que colocamos, obtivemos um retorno satisfatório. Como falamos anteriormente, a cultura aproxima as pessoas e realmente percebemos que nossa imagem fica mais fortalecida, nossa marca mais conhecida, e associada a projetos compatíveis com nossos conceitos. Temos a expectativa de ampliarmos nosso investimento em cultura através das leis de incentivo, e com isso aumentarmos o alcance da nossa marca, torná-la ainda mais conhecida, enquanto investimos paralelamente em projetos pontuais que beneficiem nossos colaboradores”. CATEGORIAS - Obteve retorno positivo quanto aos projetos patrocinados; (Empresa A e Empresa B) - Reafirma a confiança e a aproximação da comunidade; (Empresa A e Empresa B) - Reafirma o fortalecimento da marca; (Empresa A e Empresa B) - Satisfação com o investimento em cultura através das leis; (Empresa A e Empresa B) Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa de campo. Com as últimas respostas os respondentes tanto da empresa A como da B afirmam que o retorno esperado com os projetos patrocinados é positivo.Sendo que o gestor da Empresa A ratifica que o desenvolvimento da sociedade é a principal preocupação da empresa, e que o objetivo de ajudar nesse desenvolvimento é alcançado com os projetos. Enquanto que o gestor do Hotel está descobrindo as possibilidades de retorno, mas identificou que os projetos fortalecem a imagem, através do enaltecimento dos conceitos adotados pela empresa. Contudo, as duas empresas estão satisfeitas com a utilização das leis de incentivo à cultura e demonstraram total interesse em continuar trabalhando com os projetos vinculados às leis. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa, pretendeu-se analisar a relevância do marketing cultural para empresas de Natal no tocante a fidelização de clientes, fixação da marca, ou serviço, assim como os efeitos que as Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 39 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura ações possam produzir na comunidade. Entretanto, o sucesso de ações advindas do marketing cultural relaciona-se ao desprendimento das empresas quanto ao entendimento da importância do investimento na área cultural, o que ainda não acontece no cenário corporativo geral. Em relação à identificação das principais motivações que levam às empresas a utilizarem as Leis de Incentivo à Cultura, as empresas pesquisadas notaram o fato da comunidade se aproximar mais; conhecer, respeitar e confiar na marca. Porém a empresa assume uma postura de imensa preocupação com o desenvolvimento da sociedade, enquanto a outra, que investe na área cultural há pouco tempo, empolga-se por poder ajudar a comunidade, desde que, não precise utilizar seus recursos próprios. Os dois respondentes foram categóricos ao afirmar que só conseguiram atingir os objetivos relacionados ao investimento cultural feito atravez das leis de incentivo. Assim, é crível que a demanda por investimento em cultura através das leis tenda a aumentar nas empresas estudadas, já que as motivações são constantes e estão inseridas nas estratégias de marketing de ambas. Quanto aos critérios utilizados para a tomada de decisão na escolha do evento ou projeto cultural a ser patrocinado, a pesquisa revelou que as expectativas e necessidades da sociedade são levadas em consideração seriamente, assim como os projetos que abordarem assuntos relacionados aos conceitos e valores adotados pelas empresas. Os produtores culturais também foram apontados como fator importante nesse processo, pois são responsáveis por apresentar os projetos e disseminar as leis e os seus benefícios no meio corporativo. Ema relação à percepção dos impactos e retorno dos investimentos em projetos patrocinados pelas Leis de Incentivo à Cultura observou-se que as empresas estão bastante satisfeitas com a projeção dada às suas marcas. A comunidade passa a reconhecer, se inteirar, e participar das ações desenvolvidas, o que faz com que o público se aproxime cada vez mais dessas empresas. Alguns projetos ainda possuem alcance nacional, o que deixa a marca com uma imensa visibilidade, além de se tornar exemplo de responsabilidade social entre o empresariado, pelo fato de possuírem atenção nas necessidades da sociedade. As Leis de Incentivo à Cultura possibilitam o investimento em patrocínio cultural pelas empresas através da renúncia fiscal, porém é importante que haja movimentos por parte do governo a fim de expandir essa informação. Os produtores culturais são atualmente os principais agentes da disseminação dos benefícios da utilização das leis, mas o campo de atuação ainda é muito pequeno, pois eles costumam trabalhar sempre com as mesmas empresas. É preciso que haja um envolvimento maior da mídia nesse processo, para que todo o meio corporativo possa se beneficiar. Além do mais, é importante ressaltar que os resultados desta pesquisa são preliminares, espera-se que a mesma impulsione o desenvolvimento de novos estudos para aumentar a utilização das Leis de Incentivo à Cultura em nosso estado. Sugere-se aprofundar o estudo do tema através da Caderno Profissional de Administração – UNIMEP, v.5, n.1, 2015 40 Marketing Cultural: Uma Estratégia Competitiva via Leis de Incentivo à Cultura investigação da influência do marketing cultural em pequenas empresas; ou ainda uma averiguação dos custos para a empresa se o investimento cultural viesse apenas de recursos próprios. Por fim, em relação ao objetivo geral da pesquisa, pode-se dizer que as empresas não citaram pontos negativos quanto a utilização das Leis de Incentivo à Cultura, e apresentaram inúmeras razões positivas: divulgação da marca; fortalecimento da imagem; aproximação do público alvo; minimizar necessidades da comunidade; fortalecimento da relação entre empregadores e empregados; não utilização, ou utilização mínima de recursos próprios; entre outros. Contudo, é importante salientar que as leis devem ser parte integrante das estratégias de marketing das empresas e que a conscientização do investimento de recursos próprios em marketing cultural é fundamental. REFERÊNCIAS AAKER, D. A.; JOACHISTHALER, E. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. ABRADEE http://www.abradee.com.br/escolha-abradee-para-voce/cartilha[ acesso em 28/08/2014]. ADAMS, MAURICE; HOECKE, MARK VAN; HEIRBAUT, DIRK; ADAMS, MAURICE. 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