A formação do relevo e as principais unidades de relevo brasileiro

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EXTENSIVO 2012
Disciplina: Geografia - aula 3
Professores: Aline, Andreia, Marcella, Enderson.
A formação do relevo e as principais unidades de relevo brasileiro
Nas últimas aulas estudamos sobre a composição do
planeta Terra e a formação e configuração atual dos
continentes, decorrente dos movimentos das placas
tectônicas. Esses movimentos de convergência e
divergência das placas tectônicas resultam na formação
de diferentes tipos de relevo, como as cadeias
montanhosas, mas não são os únicos fatores
responsáveis por esse processo. Outro processo
essencial para a formação do relevo é o intemperismo.
O intemperismo “é o processo geral pelo qual as
rochas são destruídas na superfície da Terra. Produz
todas as argilas, todos os solos e as substâncias
dissolvidas e carregadas pelos rios e oceanos” (Para
Entender a Terra, p. 172).
Esse processo ocorre de dois modos:
Intemperismo físico: ocorre quando a rocha sólida é
fragmentada por processos mecânicos que não alteram
sua composição química.
Intemperismo químico: ocorre quando os minerais de
uma rocha são quimicamente alterados ou dissolvidos.
É importante lembrar que ambos os modos ocorrem
ao mesmo tempo e se reforçam mutuamente, já que a
decomposição química deteriora os fragmentos das
rochas e torna-os mais suscetíveis ao rompimento.
Quanto menores os blocos produzidos pelo
intemperismo físico, maior será a superfície disponível
para a ação do intemperismo químico.
Os principais fatores que interferem na maior ou
menor intensidade do intemperismo são (1) as
propriedades da rocha matriz, já que apresentam maior
ou menor resistência devido a sua composição química,
como os granitos; (2) o clima, que irá determinar o
regime de chuvas e a temperatura; (3) a presença de
solo, pois os vegetais e bactérias ali presentes podem
acelerar o processo; e (4) o tempo de exposição da
rocha.
Para que o intemperismo químico ocorra, ou seja, a
dissolução dos minerais, é necessária a presença
constante da água. Por esse motivo, nas regiões em que
o clima é mais quente e úmido, como no Brasil, o
intemperismo químico ocorre com maior intensidade
em relação ao intemperismo físico. As temperaturas
elevadas aceleram as reações químicas e, portanto,
aceleram a decomposição da rocha. Já nos climas mais
secos, como nas regiões de desertos, o intemperismo
físico atua com mais intensidade. A elevada amplitude
térmica diária, ou seja, a alternância de calor e frio,
fragiliza as rochas, propiciando sua fragmentação.
Outro fator importante que contribui para o
intemperismo tanto físico quanto químico é a ação dos
organismos presentes no solo. As bactérias e algas
penetram nas fraturas, produzindo microfraturas. Esses
organismos produzem ácidos que promovem o
intemperismo químico, aumentando essas microfraturas
e permitindo a penetração de raízes e outros pequenos
animais, que podem quebrar a rocha.
A água, apesar de propiciar o intemperismo
químico, também pode gerar intemperismo físico, seja
pelo acunhamento do gelo (fragmentação resultante da
expansão da água ao congelar), pelo escavamento do
substrato rochoso dos vales pelos rios ao carregarem
partículas sólidas e quedas d'água.
Há ainda um último fator que interfere na
intensidade e tipo de intemperismo atuante nas rochas:
o relevo. Áreas com maior declividade tendem a ter
maior atuação do intemperismo físico, enquanto que
áreas mais planas tendem a ter maior atuação do
intemperismo químico. Isso ocorre porque declividade
acentuada dificulta a penetração da água e facilita seu
escoamento. Dessa forma, a água proveniente das
chuvas irá se infiltrar em maiores proporções nas áreas
planas, possibilitando as reações químicas que
degradam a rocha.
O intemperismo é também um importante processo
para a formação dos solos, que nada mais são que
rochas decompostas. Utilizando a mesma lógica de
relação entre o clima e a intensidade do intemperismo,
podemos aferir que quanto mais quente e úmida for a
região, mais profundo será o solo, pois será mais intensa
a ação do intemperismo.
quanto menor o
Duração do
tempo, menor será
intemperismo a ação do intemperismo
minerais mais estáveis (como o
quartzo) apresenTipos de rotam maior resischa
tência e o intemperismo é menos
intenso
menos intemperismo químico
Temperaturas
(dissolução que
mais baixas
auxilia intemperismo físico)
Temperaturas menos intempemais altas
rismo físico
Quantidade
de chuva
Encosta íngreme
Encosta suave
quanto maior o
tempo, maior será
a ação do intemperismo
minerais pouco
estáveis (como o
feldspato) apresentam menor resistência e o intemperismo é mais intenso
mais intemperismo
físico (acunhamento do gelo, rachaduras no substrato
rochoso)
mais intemperismo
químico
muita chuva - mais
pouca chuva - medissolução de minenos dissolução de
rais, produção de
minerais, intempepartículas de perismo físico, fragqueno tamanho e
mentação e erosão
erosão
menos intempemais intemperismo
rismo químico
físico
menos intempemais intemperismo
rismo físico, mequímico
nos erosão
Em 1958, o geógrafo Aziz Ab’Saber publicou um
trabalho propondo alterações nas definições das formas
de relevo brasileiras. Assim, tem-se:
Planalto: área em que os processos de erosão superam os de sedimentação. As unidades dos planaltos
brasileiros são divididas em planaltos em bacias sedimentares (onde se encontram os relevos escarpados de
cuestas), planalto Amazônico oriental, planaltos e chapadas da Bacia do Parnaíba (planalto de Borborema) e
planalto da bacia do Paraná como destaques.
Planície: área mais ou menos plana em que os processos de sedimentação superam os de erosão, independente das cotas altimétricas. No território brasileiro
encontra-se a planície do Rio Amazonas e as planícies e
tabuleiros litorâneos, entre outras.
Quase trinta anos depois da classificação de Aziz, Jurandyr Ross divulgou uma nova classificação do relevo
brasileiro, baseando nos estudos de Ab’Saber e em
imagens de radar. Assim, Ross acrescentou mais uma
forma de relevo brasileiro: as depressões.
Depressão: área de relevo aplainado, rebaixado em
relação ao seu entorno. Nele predominam processos
erosivos. Extensas, no território brasileiro podemos
destacar a depressão da Amazônia ocidental e Depressão sertaneja e do São Francisco. As depressões podem
ser: relativa, quando representa uma área da superfície
localizada em altitude inferior à das regiões próximas
ou absoluta, quando está abaixo do nível do mar. Elas
podem ser formadas de várias maneiras: por deslocamento do terreno, remoção de sedimentos, dissolução
de rochas ou até por queda de meteoritos
Os compartimentos mais significativos do relevo
brasileiro se originaram ao longo da era cenozóica,
quando houve o soerguimento da plataforma sulamericana e intensos processos erosivos nas bordas das
bacias sedimentares.
As unidades do Relevo Brasileiro
Os estudos acerca da estrutura e da forma do relevo
brasileiro datam da década de 1940, com o professor
Aroldo de Azevedo, que, considerando as cotas altimétricas, definiu planaltos como terrenos mais acidentados, e planícies como superfícies planas, dividindo o
território brasileiro segundo essa classificação.
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