Sumário executivo - Banco Central do Brasil

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Sumário executivo
A economia brasileira manteve-se, no primeiro
semestre de 2016, na trajetória recessiva iniciada em
2014, processo associado em grande parte à crise de
confiança dos agentes econômicos e aos impactos do ajuste
macroeconômico em curso no país, com reflexos que
abrangem os setores monetário, externo e fiscal.
Ressalte-se que, nos meses mais recentes, os
impactos negativos desse cenário sobre os gastos com
investimentos e consumo apresentaram relativa acomodação,
evidenciada na evolução dos principais indicadores
econômicos. No mesmo sentido, o desempenho dos índices
de confiança de consumidores e empresários, registaram
recuperação importante no trimestre encerrado em maio
– disseminada nas cinco regiões geográficas do país – que
sugerem perspectivas mais favoráveis para a economia do
país nos próximos trimestres.
A trajetória das economias regionais repercute, além
do cenário mencionado, as especificidades das respectivas
cadeias produtivas. No Norte, a evolução da atividade
econômica no trimestre encerrado em maio foi favorecida
pela reação da indústria, que cresceu 4,6% em relação
ao trimestre terminado em fevereiro, impulsionada pelos
aumentos na produção de bebidas, no Polo Industrial de
Manaus, e na extração de minério de ferro, no Pará. Nesse
contexto, o Índice de Atividade Econômica Regional – Norte
(IBCR-N) aumentou 1,1%, em relação ao trimestre findo
em fevereiro, quando declinara 1,8%, no mesmo tipo de
comparação, de acordo com dados dessazonalizados.
As economias dos três principais estados do
Nordeste – consideradas estimativas para os respectivos
Produto Interno Bruto (PIB) – registaram desempenho
negativo no primeiro trimestre do ano. Dados mais recentes,
no entanto, indicaram arrefecimento do processo de retração
atividade no trimestre finalizado em maio, quando o Índice
de Atividade Econômica Regional – Nordeste (IBCR-NE)
recuou 0,4%, em relação ao encerrado ao trimestre terminado
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em fevereiro, período em que havia recuado 1,4%, no
mesmo tipo de comparação. Destacou-se, no trimestre, o
aumento de 2,9% na produção industrial, impulsionada por
expansões nas atividades produtos alimentícios e bebidas,
e consistente com as melhoras nos indicadores de confiança
dos empresários.
O desempenho da economia do Centro-Oeste
repercutiu, no trimestre encerrado em maio, os impactos
negativos do encerramento da colheita da soja e da quebra
da safra de milho, em virtude da estiagem durante a safra
de inverno. A safra de grãos do Centro-Oeste deverá recuar
11,2% no ano, impactando importante fonte de renda da
região. O comércio registrou, igualmente, comportamento
desfavorável no trimestre, evidenciado em reduções
acentuadas nas vendas do varejo e do comércio ampliado,
e no corte de postos de trabalho observado no segmento.
Nesse contexto, o Índice de Atividade Econômica Regional
– Centro-Oeste (IBCR-CO)retraiu 1,2% em relação ao
trimestre finalizado em fevereiro, quando crescera 0,1%, na
mesma base de comparação.
A trajetória de retração da atividade econômica
do Sudeste apresentou sinais de acomodação no trimestre
encerrado em maio, apesar do ambiente de distensão do
mercado de trabalho, contração da renda e acomodação das
operações de crédito. Nesse contexto, em que a persistência
de resultados negativos no comércio e no setor de serviços se
contrapôs a sinais de recuperação da indústria em São Paulo e
em Minas Gerais, o Índice de Atividade Econômica Regional
– Sudeste (IBCR-SE) cresceu 0,4% em relação ao trimestre
finalizado em fevereiro, quando recuara 2,0%, no mesmo
tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados.
A evolução recente dos principais indicadores
econômicos do Sul também sinaliza acomodação do processo
de retração da atividade regional. Nesse cenário, os níveis de
confiança dos agentes econômicos apresentaram reação no
trimestre encerrado em maio, as vendas varejistas registraram
retração mais moderada e a produção da indústria, relativa
estabilidade. O Índice de Atividade Econômica Regional
– Sul (IBCR-S), favorecido pela apropriação das safras
de verão, em especial de soja, cresceu 1,6% no trimestre
finalizado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro,
quando recuara 0,5% nesse tipo de comparação, de acordo
com dados dessazonalizados.
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