Geografia Humanista: temas e referências teóricas dos estudos

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Geografia Humanista: temas e referências teóricas dos estudos
paulistas
MELO, Aline de Souza
Departamento de Geografia, FFLCH Universidade de São Paulo
1 – Objetivos
Analisar o impacto da entrada das teorias da
Geografia Humanista na ciência geográfica, e fazer
um balanço do alcance e disseminação das idéias
ligadas a este movimento nas principais revistas
cientificas de Geografia em São Paulo.
2 – Materiais e métodos
1. Leitura da bibliografia básica de introdução a
filosofia, história do pensamento geográfico e
estudos
de
geografia
da
percepção
(Periódicos e publicações de mestrado e
doutorado da Universidade de São Paulo).
2. Levantamento bibliográfico sobre a história do
pensamento geográfico, a entrada da
geografia Humanista e a contribuição
Brasileira.
3. Organização dos resultados encontrados:
temas, autores e referencial teórico base, por
eles utilizados;
4. Análise dos resultados encontrados a partir do
entrelaçamento deles com a história do
pensamento geográfico;
5. Elaborar relatório final.
4 - Resultados
O movimento da Geografia Humanista
nasce na década de 1960 como resultado de um
processo de mudança na vida e nas ciências de
perspectiva mundial devido ao fim da segunda
guerra.
Na geografia, percebemos que a
evolução nas técnicas de pesquisas, as
preocupações com o planejamento, a mudança do
objeto da atividade cientifica para definições de
realidades baseados em dados estatísticos e
probabilidades, o posicionamento da ciência
geográfica tentando se justificar enquanto ciência e
tentando se opor a geografia clássica nacionalista
tradicional, fez esta assumir novas metodologias.
Este movimento chega aos pólos anglosaxão e
Frances e estes vão influenciar as pesquisas em
vários lugares no mundo, inclusive no Brasil,
chegando aqui na década de 1980.
5- Conclusões parciais
As conclusões sobre a disseminação e
alcance destes estudos no Brasil, levantando os
autores que influenciaram os estudos, encontra-se
em andamento.
Vários
autores
influenciaram
o
humanismo que criou-se nas universidades de
língua inglesa como Sauer, Wright, Lowenthal, Yufu Tuan e Dardel. Estas idéias germinaram e
posteriormente aos anos 70 cresceram e
influenciaram nomes como Relph, Buttimer e
tantos outros, inclusive no Brasil. Seus estudos
ajudaram a transformar as idéias e reconstruir
conceitos como Lugar, Espaço e paisagem, sendo
reapropriados e utilizados na geografia humanista
como novo aporte teórico para os estudos
Geográficos.
No Brasil abre espaço para os estudos
as transformações da década de 1980, com as
discussões de renovação da geografia do Brasil, e
no âmbito acadêmico a partir da inserção do tema
no currículo em aula da pós graduação de uma
matéria de Teoria da Geografia ministrada pela
professora Berta Becker na Universidade Federal
do Rio de Janeiro.
Ainda não temos a sistematização dos
dados de alcance e disseminação destas idéias
nos estudos paulistas, mas apontamos que possue
poucos pesquisadores que se dedicam ao tema.
Lançam-se questões que tentam propor a
justificativa da entrada desta discussão da
percepção e do comportamento do indivíduo na
geografia como um movimento de renovação da
ciência da época, e que hoje está ainda em
construção, com muita diversidade e falta de
definições claras de categorias e conceitos como a
do próprio sujeito, como da justificativa de suas
pesquisas - que ainda é bem difuso e questionável,
e do seu propósito.
6- Bibliografia
CHRISTOFOLETTI, A. (Org.) (1982): Perspectivas da
Geografia. São Paulo: Difel, 1982.
CLAVAL, P. O papel da nova Geografia Cultural na
compreensão da ação humana. In: Matrizes da Geografia
Culural. Rozendahl, Z & Corrêa,L. org. Rio de Janeiro:
Eduerj, 2001.
CLAVAL, P. Evolución de La Geografía Humana.
Barcelna: Oikos-Tau, 1974.
DARTIGUES, A. “O que é fenomenologia?”. São Paulo:
Centauro, 2005.
GOMES, P. C. C. Geografia e Modernidade. Rio de
Janeiro : Bertrand Brasil, 1996.
HOLZER, Werther. A Geografia Humanista AngloSaxônica – de suas origens aos anos 90. Rio de Janeiro,
UFRJ, 1992. (Dissertação de Mestrado).
____________ A Geografia Humanista no Brasil:
apontamentos para uma epistemologia. In: Anais do I
Colóquio Nacional de História do Pensamento
Geográfico, 2008. Uberlândia – MG: Núcleo Geografia e
Memória/UFU, 2008. p. 1-15.
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova: da crítica da
geografia a uma geografia crítica. São Paulo:HUCITEC,
Ed. Da universidade de São Paulo, 1978.
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