ANALISE DE ASPECTOS SELECIONADOS DE LINGUAS TUPI Dia 30

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ANALISE DE ASPECTOS SELECIONADOS
DE LINGUAS TUPI
Dia 30 - Local: telao - 14:00-18:00
Coordenador(a):
A CATEGORIA
Lucy Seki
DE POSSE
NA LiNGUA ASURINi
DO XINGU
Antonia Alves Pereira (UPPAj
Apresentamos
lingua
pertence
neste trabalho
a
como se da a rela<;ao de posse na lingua AsuJini do Xingu. Essa
familia Tupi-Guarani.
grupo Tupi. Sabe-se
da existencia
de dois grupos
de
Asurini: urn localizado em Tocantins e outro no Xingu. Este trabalho estara voltado. exclusivamente. para
0
falado no Xingu. no Posto lndigena de Koatinemo. A categoria de posse. na lingua
AsurinL sera analisada
considerando-se
tres criterios de analise: semantico. morfologico e
sintatico. 0 criterio semantico proporciona uma sub-divisao dos nomes em tres subclasses:
inalienaveis. alienaveis e nao-possuiveis.
De acordo com
0
criterio morfologico. os nomes
inalienaveis sempre aparecem acompanhados do preHxo r- (cuja realiza<;:aoe r- antes de vogal e
o
(zero) antes de consoante). os alienaveis poderao estar acompanhados
ou nao desse prefixo
(isso dependente do seu comportamento sintatico). os nao possuiveis nao aceitam
0
prefu(Q. E.
Hnalmente. pelo criterio sintatico. percebemos que os nomes inalienaveis sempre ocorrem como
nucleos dependentes; os alienaveis como nucleos dependentes e como nucleos independentes;
ja os nao-possuiveis so ocorrem como nucleos independentes. A ordem do sintagma possessivo
e sempre possuidorpossuido.
0 possuidor pode ser expresso por urn pronome dependente ou
por urn nome. Nessa lingua nao ha urn morfema especifico para marcar posse alienavel. como
ha em algumas linguas Ge. e mesmo Tupi.
ASPECTOS
DA FONOLOGIA
DA LiNGUA
TUPARI:
0 INVENTARIO
FONOLOGICO
Mateus Coimbra de Oliveira (UFAM/UNICAMPj
A presente comunica<;:ao e parte de uma pesquisa em andamento e tern por objetivo discutir
alguns aspectos da fonologia da lingua Tupari (tronco Tupi. familia Tupari). falada por 338
pessoas (Instituto Socioambiental-
ISA. com base num censo de 2001). no Estado de Rondonia.
Trata-se de uma lingua ainda muito pouco estudada.
e os trabalhos existentes apresentam
lacunas a serem preenchidas. Na fonologia. por exemplo. ha divergencias quanta ao inventario
fonologico: a proposta de Alves (1991) difere da de Moore & Galucio (1993). entre outros aspectos.
por nao incluir. entre as consoantes.
0
/g/ e /kw/; alem disso. ela nao inclui /oa/
entre os
fonemas vocalicos. Afora essas divergencias. ha outros pontos mencionados por Seki (2001)
relacionados a analise de Alves (1991). dentre os quais a discordancia quanta a interpreta<;:ao
do segmento [oJ.considerado por Alves (1991: 28) como "central nao-arredondado alto fechado".
que seria. na verdade. urn segmento alto nao posterior arredondado
[J. It objetivo desta
comunica<;:ao. portanto. fazer uma revisao do estatuto fonologico das consoantes e vogais da
lingua Tupari objeto dessas analises confiitantes. alem de se deter. de modo particular.
na
discussao do estatuto da sequencia Ipsl. tratada por Alves (1991) como uma sequencia de
consoantes e por Moore & Galucio (1993) como urn alofone "signiHcante" de [pl.
ASPECTOS
DE MORFOLOGIANOMINAL
E VERBAL DALiNGUAAV
A-CANOEIRO
(TUPI-GUARANI)
Monica Veloso Borges (UNICAMPj
A lingua Ava-Canoeiro. que pertence ao subgrupo IV da familia Tupi-Guarani. juntamente
o Tapirape.
0
Tembe.
0
Parakana.
(cf. Rodrigues. 1984/1985).
0
Guajajara.
0
Surui do Tocantins e
0
com
Asurini do Tocantins
e falada por aproximadamente vinte pessoas. dislribuidas em dois
grupos. A maioria da popula<;:aovive desde 1973 na Ilha do Banana!. na aldeia Canoana. dos
indios Javae (falantes de lingua do Tronco Macro-Je). proxima ao municipio de Formoso do
Araguaia. no Estado do Tocantins. 0 grupo menor. constituido por apenas seis pessoas. vive
desde 1983 na Area Indigena Ava-Canoeiro, em Goias, proxima as cidades de Mina<;:ue Colinas.
Sao poucos os estudos existentes sobre essa lingua brasileira, e os poucos que ha limitam-se a
apresentar algumas listas de itens lexicais ou a analisar alguns aspectos fonetico-fonologicos ou
morfologicos (cf. Couto de Magalhaes, 1863/1864 (publicada em 1975): Harrison (1974); Toral
(sid):
Paiva (1996); Borges (2002; 2003; 2004)). Portanto, trabalhos aprofundados
lingua, especialmente
sobre aspectos de sua morfossintaxe,
sobre essa
ainda estao por ser feitos. Esta
comunica<;:ao, resultado parcial de minha tese de doutorado na UNICAMP, intitulada "Aspectos
fonologicos e morfossintaticos
da lingua Ava-Canoeiro (Tupi-Guarani)", tern por objetivo tratar,
de forma preliminar, de aspectos de morfologia nominal e verbal do Ava-Canoeiro, como deliva<;:ao
e composic;:ao, abordando
diminutivos,
nome-nome e nome-desclitivo.
mente nos trabalhos
aumentativos,
causativos
Essa analise fundamenta-se
e compostos formados por
na Tipologia Funcional, especial-
de Anderson (1985a; b). Comlie (1985) e Seki (2000). Quando possivel,
serao estabelecidas compara<;:6es entre
0
Ava-Canoeiro e outras linguas do mesmo subgrupo, no
que diz respeito aos aspectos abordados,
ASPECTOS
FONOLOGICOS
DA LiNGUA
SATERE-MAwE
Raynice Geraldine Pereira da Silva (FAPEAM/UNICAMP)
o objetivo desta
comunica<;:aosera apresentar uma analise preliminar dos aspectos relacionados a
fonologia da lingua Satere-Mawe, descrevendo as unidades segmentais minimas e 0 padrao silabico
da lingua. Conforme classifica<;:aode Rodligues (1984/85), a lingua Satere-Mawe pertence ao tronco
Tupi, como membro unico da familia Mawe. Os indios Satere habitam a Terra Indigena Andira-Marau na regiao do medio lio Amazonas/ AM e sua popula<;:aoaproximada e de 8.000 indigenas. A
analise fonetica da lingua permite perceber 24 fones consonantais
e 18 vocalicos, Da analise
fonol6gica que est<'!baseada na analise fonemica tradicional (Pike, 1947 e Kindell, 1981), resulta
urn inventano de 12 fonemas consonantais e 6 vocaJ.icos.A lingua Satere apresenta os seguintes
tipos de silaba: V, CV, CVV, CVC e VC, os que podem ser resumidos na formula basica (C)V(C).
Exemplos: /a.hut/
'papagaio', /sa.pot/
'escorpiao', /nup/
'pedra', /ut! 'bicho'. A sequencia CVV
interpreta-se como duas silabas (CV+ V) uma vez que qUalquer vogal pode ocorrer em coda, como
em /py.a/'longe'.
Quanto a distribui<;:ao,pode-se considerar que todos os segmentos consonantais
podem ocorrer em onset. Porem somente os segrnentos oclusivos e nasais ocorrem em posi<;:aofinal
de palavra. As seqiiencias de duas consoantes ocorrem separadas por limites de morfema. Foram
observadas algumas sequencias de vogais, menos as sequencias: yu, oe e ya. Esta comunicac;:ao,
portanto, representa
a parte inicial da pesquisa "Estudo fonol6gico da lingua Satere-Mawe",
desenvolvida como dissertac;:ao no programa de pos-gradua<;:aoda UNICAMP.
ELEMENTOS
DA ASTRONOMIA
JURUNA
Cristina Martins Fargetti (UNIMEP)
Serao apresentados resultados de pesquisa de campo entre os juruna, envolvendo seu conhecimento
astronomico. Sob a 6tica de uma linguista, serao tratadas as constela<;:oesreconhecidas por esse povo
e a rela<;:aocom seu calendano. Serno discutidos alguns mitos referentes a tais constela<;:6es.Algumas
comparac;:6es com sistemas de outros povos, analisados por outros pesquisadores,
serao feitas.
ESTUDO PRELIMINAR
DA MORFOSSINTAXE
VERBAL DA LiNGUA KAIOWAjGUARANI
Valeria Faria Cardoso (UNEMAT/UNICAMP)
o
prop6sito deste trabalho e apresenlar urn estudo preliminar da morfologia verbal da lingua
Kaiowa/Guarani, falada por 10.483 indios que vivem no estado de Mato Grosso do SuI. A pesquisa
vem sendo realizadajunto
a comunidade
indigena da Reserva do Caarap6 (MS),uma das areas da
Regiiioda Grande Dourados, onde vivemjuntos Kaiowa e Nandeva, que se autodenominam Guarani,
por isso, os dialetos da lingua Guarani sao denominados de lingua Kaiowa/Guarani. Ressalta-se,
porora, que esta lingua pertence ao subgrupo I da familia Tupi-Guarani (Rodrigues, 1985).0 objetivo
central deste estudo e descrever aspectos da morfossintaxe verbal considerando,basicamente,
os
tipos verbais: transitivo, intransitivo, descritivos: e os marcadores de pessoa. 0 corpus da pesquisa
acopla dados i1imitados e textos escritos par falantes da lingua em questao. Este estudo ampara-se
teoricamente na TIpologia Funcional, mais especialmente, nos trabalhos de Comrie (1985), Givon
(1984), Payne (1997], e Seki (2000).
NOMES DE AVES EM KAMAIURA: ASPECTOS
LINGuiSTIC OS E EXTRALINGuiSTIC OS.
Lucy Seki (UNICAMP)
A presente comunica<;:aoapresenta resultados parciais de pesquisa em andamento voltada para
a elabora<;:aode urn dicionano da lingua kamaiura
(familia Tupi-Guarani). 0 trabalho incide
sobre urn conjunto de termos designativos de especies de aves e tern como objetivos principais
a analise dessa terminologia em seus aspectos Iinguisticos,
0
exame dos criterios usados pelos
Kamaiura para classificar as aves e do modo como a terminologia e a classifica<;:aotransmitem
informa<;:6essobre
ainda
0
0
comportamento e caracteristicas
morfol6gicas das mesmas. 0 estudo tern
prop6sito de mostrar que a terminologia e, mais particularmente,
a categoriza<;:aofeita
pelos falantes kamaiura refietem aspectos da cultura e organiza<;:aosocial do grupo.
NUCLEOS DE PREDICADOS
EM TAPIRAPE
Walkiria Neiva Prw;a (UnE)
Este trabalho
considerando
pretende
mostrar
a diferen<;:a entre nome e verbo, argumento
que nao ha uma cisao morfol6gica dos verbos intransitivos
e predicado,
em agentivos e
nao-agentivos em Tapirape, uma lingua Tupi-Guarani. falada no nordeste do Mato Grosso, por
cerca de 620 pessoas. Nesta lingua, como em outras linguas da mesma familia, tanto nomes
quanta verbos podem ocorrer na fun<;:aode predicado. Estas duas classes compartilham muitos
recursos morfol6giCOS,entretanto
somente os verbos, quando nucleos de predicado, podem
receber os preflxos pessoais nominativos. Ja os nomes, quando nucleos de predicado, tern
comportamento analogo ao dos verbos intransitivos. Alem disso, alguns nomes, morfol6gica e
semanticamente, assemelham-se mais a verbos. Por exemplo, os nomes que denotam qualidades,
sensa<;6es psiquicas e fen6menos mentais podem ser relativizados com
0
SUflXO
de "nominaliza-
<;ao'relativa -ma'e, fato comum aos verbos intransitivos processuais. Apesar disso, eles nao
podem ser considerados como uma subclasse de verbos intransitivos do tipo nao-agentivos.
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