UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA MARIA DAS GRAÇAS VILELA GOULART Ação do verapamil, bloqueador de canais de cálcio, sobre o desenvolvimento do germe dentário de ratos e sua correlação com os teores séricos de cálcio. Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do título de MESTRE em Ciências- Área de Farmacologia. Piracicaba- S.P. 1996 G729a 31014/BC UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA ~~ .JJr kX'}';~o/f3 F-tu ~lt/ -~, cY;~ o ~~:r [!?'~. ~~ \'1 )fih / ~~· MARIA DAS GRAÇAS VILELA GOULART Ação do verapamil, bloqueador de canais de cálcio, sobre o desenvolvimento do germe dentário de ratos e sua correlação com os teores séricos de cálcio. Orientadores : Prof. Dr. José Ranali - FOP/UNICAMP Profa. Ora. Wilma P. Bastos Ramos- FOSJC/UNESP Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, para obtenyão do título de MESTRE em Ciências • Area de Farmacologia. Piracicaba- S.P. 1996 CM-OOC9'l800-4 Ficha Catalográfica Elaborada pela Biblioteca da FOP/UNICAMP G729a Goulart, Maria das Graças Vilela. Ação do verapamil, bloqueador de canais de cálcio, sobre o desenvolvimento do germe dentário de ratos e sua correlação com os teores séricos de cálcio I Maria das Graças Vilela Goulart.- Piracicaba: [s.n.], 1996. 118f : il. Orientadores:José Ranali e Vilma P. Bastos Ramos. Tese (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Facuidade de Odontologia de Piracicaba. 1. Dente. 2. Medicamentos. 3. Farmacologia. I. Ranali, José. II. Ramos, Vilma P. Bastos.. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. III. Título. 19.CDD- 617.634 -615.2 - 615.1 Índices para o Catálogo Sistemático 1. Dente 2~ Medicameotos 3. Farmacologia 617.634 615.2 615.1 UNICAMP FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA {i ~. A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de Mestrado, em sessão pública realizada em 18/12/96, considerou o candidato aprovado. %_·~·"-~'""_··_"'_t_~J.. _________________ 1.José Ranali _ _ 2. Wilma Pereira Bastos Ramos _..J.{'-11Ju:Lc~4lft~n!..<:Aw.l:.!.41!/.~li!C:::::::l-------- A meus pais HERNANI (In memorian) e CÉLIA, que através de exemplos de integridade, estímulo de vida e luta, me ensinaram a caminhar com meus próprios pés. A meu marido MÁRIO e a meus filhos ROGÉRIO e LARA que suportaram, pacientemente, minhas ausências do lar e por tudo que representam para mim, ofereço o mérito desta conquista. À Profa. Ora. Wilma Pereira Bastos Ramos, cuja sabedoria foi imperativa, quando num gesto generoso soube me dar oportunidades para crescer. Cara MESTRA MENTORA, a minha gratidão por seus ensinamentos, segura orientação e valiosa contribuição à minha formação científica. Inestimável exemplo de integridade e dedicação que merece ser seguido. Ao Prof. Dr. José Roberto de Oliveira e Silva, professor titular da disciplina de Farmacologia da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, com quem tenho a felicidade de conviver, competente mestre e inestimável amigo, minha infinita gratidão pelo apoio e incentivo a me manter sempre perseverante na busca do aprendizado. À lvoneide Ramos Leandro, secretária do Departamento de Ciências Fisiológicas da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, pela amizade, paciência, eficiência e dedicação na digitação e formatação deste trabalho, o meu reconhecimento e admiração. Agradecimentos À Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, através de seu digníssimo diretor Dr. José Ranali, pela oportuna realização do curso de pósgraduação e incentivo aos que se dedicam ao ensino e à pesquisa. Ao Prof. Dr. José Ranali, pela competência profissional, apoio e orientação segura deste trabalho. Aos Profs. Drs. Thales de Matos Filho e Eduardo Dias de Andrade, grandes mestres, incentivadores e amigos, sinceros agradecimentos e admiração pelo exemplo de integridade e dedicação. Ao Prof. Dr. Pedro Luiz Rosalen, coordenador do curso de pósgraduação em Farmacologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba UNICAMP e demais professores e funcionários da Área de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica, pela competência, apoio e incentivo sempre presentes. Às colegas de turma do CPG, Elizabete Míriam, Elizabeth Lúcio, Míriam, Rosa e Cláudia, pelo companheirismo, amizade e respeito mútuo que nos uniu durante toda esta jornada. À CAPES, pelo apoio financeiro (Bolsa de Estudo), que foi de suma importância na realização deste trabalho. À Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, através de seu digníssimo diretor Dr. José Eduardo Junho de Araújo, o meu reconhecimento pela valiosa permissão na realização deste trabalho, através de estágio no Departamento de Ciências Fisiológicas na disciplina de Farmacologia sob orientação da Profa. Ora. Wilma Pereira Bastos Ramos. Ao grande mestre, Prof. Dr. Divo Leonardo Sanioto, chefe do Departamento de Ciências Fisiológicas da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, pelo exemplo de integridade e honestidade profissional, meu sincero respeito e agradecimentos. Ao Prof. José Benedito O. Amorim, pelas preciosas sugestões e valiosa colaboração na aquisição dos artigos e publicações utilizadas na Revisão da Literatura, o meu sincero respeito e admiração. À Profa. Ora. Rosilene Fernandes da Rocha, pela eficiente colaboração na realização da parte experimental deste trabalho, o meu reconhecimento. Aos técnicos do Laboratório de Farmacologia, Guilherme Ortiz de Melo e Domingos Gonçalves Pontes e ao bioterista Lourival Jacob , pelo competente auxílio e dedicação no cuidado e manejo dos animais utilizados nesta pesquisa. À Mônica Oliveira Guimarães Figueiredo, auxiliar acadêmica do Laboratório de Apoio a Pesquisa, pela paciência, dedicação e eficiente execução das lâminas e fotografias utilizadas. Aos docentes e demais funcionários do Departamento de Ciências Fisiológicas da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, pelo apoio, incentivo e sugestões durante a execução deste trabalho. Aos Profs. Drs. Miguel Àngelo Castilho Salgado da disciplina de Histologia e Embriologia da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP e José Merzel da disciplina de Histologia e Embriologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, meus sinceros agradecimentos pela brilhante colaboração na orientação dos processos histológicos. Às Sras. Zélia Sumie lkeda Borget, Bibliotecária da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos- UNESP e Suely Duarte de Oliveira Soliani, diretora técnica da biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba UNICAMP, pelo empenho e dedicação na revisão das referências bibliográficas. Ao Prof. Ivan Balducci, da disciplina de Bioestatística do Departamento de Odontologia Social da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP, pela competente colaboração na análise estatística dos resultados. À ROHM & HAAS Química Lida- Jacareí- S. P. -pelo fornecimento da água deionizada, utilizada nesta pesquisa. À todos que, de alguma forma, colaboraram despretenciosamente para a realização deste trabalho. Sumário Páginas 1-listas 1.1- Lista de tabelas, gráficos, figuras (fotografias) .................................... 01 1.2- Lista de Abreviaturas .... ... .. ... .... .. .... .. ... ..... ... ... ... ...... ... .. ... .. ........ ..... ..... 04 2- Resumo ............... ... ... ... ... ...... ..... .... .. ....... .. ... .. .......... ... .... ... ... ... .. ..... ... ..... .. . 06 3- Introdução e Revisão da Literatura ... ... ... ...... ... .. ...... ... .. ... ... ........ ............... 08 4- Proposição ................................................................................................. 32 5- Material e Métodos ..................................................................................... 33 5.1- Animais utilizados ... ... .... .. ... ..... .. ... ..... ... ... ........ ... ... ..... ...... .. ... .......... .... 33 5.2- Droga e doses .... ... ... ............ .. ....... ...... .. ... ... ... ...... ........ .. ........ ..... ........ . 33 5.3- Metodologia ................ .......................................................................... 34 5.3.1- Tratamento dos animais com verapamil ... ... ... .. ... .. ... ..... ... .. ...... .. .. 34 5.3.2- Acasalamento dos animais ....................................................... .... 35 5.3.3- Diagnóstico de prenhez ................................................................ 35 5.3.4- Cesariana, contagem de implantações uterinas, filhotes e reabsorções fetais. coleta do sangue das mães e filhotes. Coleta do fêmur das mães........................................................................................ 36 5.3.5- Estudo dos filhotes........................................................................ 37 5.3.5.1- Análise macroscópica ............................................................ 37 5.3.5.2- Análise microscópia dos germes dentários- Histologia ........ 37 5.3.6- Dosagens bioquímicas do sangue das mães e filhotes ................ 38 5.3.6.1- Concentração de Cálcio plasmático ...................................... 38 5.3.6.2- Concentração de Fosfato plasmático .................................... 38 5.3.6.3- Concentração de Proteínas Totais plasmáticas .................... 39 5.3.7- Estudo das mães.......................................................................... 39 5.3.7.1- Análise do desenvolvimento ósseo........................................ 39 5.3. 7.1.1- Determinação do comprimento, pesos úmido e seco dofêmur........................................................................................... 39 4- Sistematização da Pesquisa .. .. .. .. . .. . .. .... .. .. .. .. ...... .. .. ... .. .. .. . .. .. .. ...... .. .. .. .. .. .. . 40 5- Análise Estatística .... ... ...... ... .. ....... ... ... ... ..... ... ... ... ... ... ....... ... ..... ... ... ....... .... 42 6- Resultados ....................... .......................................................................... 43 6. 1- Número de implantações uterinas......................................................... 43 6.2- Número de reabsorções fetais.............................................................. 46 6.3- Número de nascidos vivos ................................................................... 49 6.4- Análise macroscópica dos filhotes ....................................................... 53 6.5- Peso médio de nascidos ...................................................................... 54 6.6- Comprimento, pesos úmido e seco dos fêmures das mães ................. 58 6.7- Dosagens bioquímicas .. . .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. ... .. .. .. ... ... . .. .. .. .. .. .. ... ... .. ... .. ... .. .. . 63 6. 7. 1- Concentração de Cálcio plasmático das mães .. . .. .. ... . .. .. .. ... .. .. .. .. . 63 6.7.2- Concentração de Cálcio plasmático dos filhotes .......................... 64 6.7.3- Concentração de Fosfato plasmático das mães ........................... 65 6.7.4- Concentração de Fosfato plasmático dos filhotes ........................ 66 6.7.5- Concentração de Proteínas Totais plasmática das mães ............. 67 6.7.6- Concentração de Proteínas Totais plasmática dos filhotes .......... 68 6.8- Análise microscópica dos germes dentários de filhotes- Histologia ... 77 7- Discussão .... .......... .. ..... ... ... ... ... ......... ... .. ....... .. .. ....... .. ... ...... .. ... .. ... .. ... ..... ... 91 8- Conclusão .................................................................................................. 99 9- Sumary ... ... .. ....... ... ... ... ......... .. ... ... ...... ... ...... .. .... . .. .. ... ...... ..... ... .. ..... ... .. .... . .. 101 10- Referências Bibliográficas .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. ........ ...... .. ..... ........ .... .. .. ........... 103 1 1- Listas Páginas 1.1- Tabelas, gráficos e figuras presentes no texto. Tabela 1 Número de implantações uterinas de ratas prenhes dos grupos Controle e Tratados com verapamil.. ... .. ...... ........ .. .. ...... 44 Tabela 1A Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 1 ...................................................................... 45 Tabela 2 Número de reabsorções fetais de ratas prenhes dos grupos Controle e Tratados com verapamil........................................... 47 Tabela 2A Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 2 ...................................................................... 48 Número de nascidos vivos de ratas dos grupos Controle e Tratados com verapamil............................................................ 50 Tabela 3A Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 3...................................................................... 51 Tabela 3 Tabela 4 Peso individual (g) de nascidos vivos de ratas do grupo Controle..................................................................................... 55 Tabela 4A Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados das tabelas 4 e 5 .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. ... ... ... ... ... .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. . 57 Tabela 5 Peso individual (g) de nascidos vivos de ratas dos grupos Tratados com verapamil............................................................ 56 Comprimento (mm), pesos úmido e seco (mg) do fêmur de ratas dos grupos Controle e Tratados com verapamil............... 59 Tabela 6A Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 6 .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. 60 Tabela 68 Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 6.. ... ..... .... .. ... ... ...... .. .... .. ... ... .... .... ... .... ............. 61 Tabela 6 Tabela 7 Concentrações plasmáticas de Cálcio (mg/100ml), Fosfato inorgânico (mg/100ml) e Proteínas Totais (g/100ml) de ratas dos grupos Controle e Tratados com verapamil........................ 69 Tabela 7A Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 7 .. .. ... ... .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 70 Tabela 78 Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 7 .... .... ..... .. .. .... .. .... .. .... .. .... .. ..... ...... .. ... ... ... .. .. ... 71 2 Tabela ?C Análise de variância (teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 7...................................................................... Tabela 8 72 Concentrações plasmáticas de Cálcio {mg/100ml), Fosfato inorgânico {mg/100ml) e Proteínas Totais {g/100ml) de filhotes de ratas dos grupos Controle e Tratados com verapamil.. ... .... ... ... ... .. ... .... .. ... ... ... ...... ... .. ... ...... ... .. ... ... .......... ... . 73 Tabela 8A Análise de variância {teste de Kruskaii-Wallis) relativa aos dados da tabela 8...................................................................... 74 Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3 Gráfico 4 Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Valores médios do número de implantações uterinas, reabsorções fetais e nascidos vivos de ratas controle e tratadas com verapamil .. .... ... .... .. .. ...... .. .... .. .. .. .. .. ... .... .. .. .. .... .. .. 52 Valores médios do comprimento (mm), pesos úmido e seco (mg) dos fêmures das ratas controle tratadas com verapamil........................... ... .. ... ...... ...... ... .. ... ... ..... ... ..... ... ... ... .. . 62 Valores médios de concentrações plasmáticas de Cálcio, Fosfato (mg/100ml) e Proteínas Totais (g/100ml) de mães Controle e Tratados com verapamil (01 e 02) ......................... 75 Valores médios de concentrações plasmáticas de Cálcio, Fosfato (mg/100ml) e Proteínas Totais (g/100ml) de filhotes de mães Controle e Tratados com verapamil (01 e 02) .. .. .. .. .. 76 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Controle. Aumento 32X ........................................................................... 79 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (01). Aumento 32X ........................................................................... 80 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (02). Aumento 32X ........................................................................... 80 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Controle. Aumento 60X ........................................................................... 81 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (01 ). Aumento 60X ........................................................................... Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (02). Aumento 60X ........................................................................... 82 82 3 Figura 7 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Controle. Aumento 160X ......................................................................... 83 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (01 ). Aumento 160X ......................................................................... 84 Microfotografia de germe dentário. Incisivo inferior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (02). Aumento 160X ......................................................................... 84 Figura 1O Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Controle. Aumento 32X ... ... ... ... .. .... ......... .............. ... ... ... ....... ... ... ... .. .. ..... 85 Figura 8 Figura 9 Figura 11 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (01 ). Aumento 32X .... ....................................................................... 86 Figura 12 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (02). Aumento 32X ................................................. ..... ..................... 86 Figura 13 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Controle. Aumento 60X ... .... .... ... ... ... ... ........... ... ... ... ...... .. .. ... ... ...... .......... 87 Figura 14 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (01 ). Aumento 60X .. .......... ... .. ....... ... .. .. .... ... ...... .. ...... .. ... .. ... ... ... ..... .. 88 Figura 15 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (02). Aumento 60X .. .... .. ... ...... .. .... ... ... .. ... ... ... ..... .... ... ..... .. ........ .. ... ... 88 Figura 16 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Controle. Aumento 160X ......................................................................... 89 Figura 17 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (01 ). Aumento 160X . ........................................................................ 90 Figura 18 Microfotografia de germe dentário. Incisivo superior, corte longitudinal de filhote oriundo de mãe Tratada (02). Aumento 160X ......................................................................... 90 4 1.2- Abreviaturas e siglas utilizadas no texto. AMPc Adenosina 3'.5' monofosfato ALP Fosfatase alcalina ACTH Adrenocorticotrofina AV Átrio Ventricular BCC Bloqueador dos canais de cálcio Ca +2 íon cálcio +2 íon cobre Cu c o graus centígrados CT calcitonina canais L canais lentos de cálcio 01 dose de verapamil correspondente a 24mg/rato/dia 02 dose de verapamil correspondente a 2,4mg/rato/dia et ai et ali i ex exemplo F frequência g grama g/100ml grama por 100 mililitros g/kg grama por quilograma G.L graus de liberdade ICC insuficiência cardíaca congestiva =e outros litro LEC líquido extra-celular M mediana ± mais ou menos mg/ml miligrama por mililitro mg/100ml miligrama por cem mililitros mEq/1 miliequivalente grama por litro mm milímetro mmol/1 mil imolar por litro mM milimolar 5 nm nanômetro n° número Nacl cloreto de sódio % porcento pH logaritmo negativo da concentração de íons PTH hormonio paratireoideo P450 citocromo P450 q.s.p. quantidade suficiente para Ref Referência S desvio padrão 11g microgramas 11g/kg microgramas por quilograma 11g/ml microgramas por mililitro x média aritmética 6 2. RESUMO Tendo em vista que os bloqueadores dos canais de cálcio, são utilizados na terapêutica, geralmente, por longos períodos de tempo, muitas vezes em gestantes, propôs-se estudar neste trabalho, os efeitos do verapamil sobre o germe dentário de filhotes de ratas tratadas com a droga, antes e durante a prenhez. Avaliou-se os efeitos da droga sobre implantações uterinas, reabsorções fetais, desenvolvimento ósseo e níveis plasmáticos de cálcio, fosfatos e proteínas totais em mães e filhotes. Utilizou-se 73 ratos Wistar (Ratus norvergícus, var. Albinus), com controle de qualidade compatíveis com as necessidades deste experimento, sendo 52 fêmeas virgens e 21 machos reprodutores. As fêmeas foram divididas aleatoriamente em 3 grupos, como segue: o primeiro recebeu verapamil na dose de 24 mg/rato/dia, denominado grupo tratado 01; o segundo recebeu a droga na dose de 2,4 mg/rato/dia, denominado grupo tratado 02 e o terceiro constituiu-se no grupo controle, recebendo água, sem adição de verapamil. As ratas foram mantidas em gaiolas individuais e receberam a droga na água de beber durante 1O semanas a saber, 7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez. Ao 21° dia de prenhez foi realizada a operação cesariana. Nesta ocasião, coletou-se amostras de sangue arterial, heparinizado, para 7 determinação de dosagens bioquímicas de cálcio, fosfato e proteínas totais. Retirou-se também, o osso femoral para estudo do desenvolvimento ósseo. Dos filhotes, por decapitação, , retirou-se as cabeças para estudo histológico dos germes dentários e, amostras de sangue heparinizado, para dosagens bioquímicas. Para análise estatística dos resultados, utilizou-se análise de variância, não paramétrica, através do teste de Kruskai-Wallis. Os resultados mostraram que o verapamil ao lado de estimular as respostas ovarianas aumentando significativamente o número de implantações uterinas, induziu em fases precoces da gestação, morte com reabsorção fetal, sem causar efeitos teratogênicos nos filhotes que sobreviveram a essa fase. Observou-se que o verapamil não causou sinais de intoxicação nas mães, embora tenha ocorrido diminuição nas concentrações plasmáticas de cálcio, quando as mães foram tratadas com a droga na dose alta. O verapamil, em ambas as doses, induziu maior deposição de cálcio no germe dentário, na região da dentina, acelerando, aparentemente, a organização tissular dessas estruturas. Tais resultados são coerentes com uma elevação dos pesos úmido e seco dos fêmures das mães tratadas, indicando aporte de minerais para o tecido ósseo. Palavras-chaves: bloqueadores dos canais de cálcio, verapamil, germe dentário. 8 3. INTRODUÇÃO O íon cálcio é um elemento muito importante na constituição e função do organismo aparecendo em grandes quantidades nos tecidos ósseo e dentário, em pequenas proporções na estrutura e no citoplasma das células dos tecidos moles e no líquido extra-celular. Ê essencial para a integridade fisiológica dos tecidos nervoso e muscular, influenciando na excitabilidade dos mesmos e na liberação de neurotransmissores. Ê necessário para a função cardíaca normal, contração muscular, além de regular um grande número de processos bioquímicas importantes tais como: reações enzimáticas, liberação de hormônios, processos secretórios, integridade de membrana, transporte através da membrana plasmática e coagulação sangüínea. Para manter estas funções em equilíbrio, os teores de cálcio, no meio interno, são regulados rigorosamente pela calcitonina, vitamina D e hormônio paratireóideo (Guyton, 1989, Aires, et ai, 1991, Harper, 1994, Goodman & Gilman, 1996) As necessidades orgânicas de cálcio são atendidas pela alimentação, principalmente pelo leite e derivados. Sua ingestão diária varia de 200 a 1500/mg, sendo que mais de 90% deste cálcio, está armazenado nos tecidos ósseo e 9 dentário, onde junto com o fosfato, formam os cristais de hidroxiapatita, resultando os componentes inorgânicos e estruturais do esqueleto. Os cristais ósseos contêm, adicionalmente, íons como potássio, sódio, magnésio, carbonato e fluoreto. O cálcio dos ossos está em constante equilíbrio de troca com o líquido intersticial e a integridade desse tecido é uma consequência do balanço entre reabsorção óssea e formação do novo osso. O cálcio plasmático se mentém numa concentração razoavelmente constante de 5 mEq/1, onde existe em três formas diferentes: complexado com ânions citrato e fosfato, ligado a proteínas, principalmente à albumina e ionizado. O cálcio ionizado é a fração biologicamente ativa. Sua redução vem associada a sintomas de hipocalcemia. A hipocalcemia causada por hipoproteínemia se dá pela redução da concentração de cálcio ligado a proteínas, não acompanhadas pelos sintomas de hipocalcemia, a não ser que haja, concomitantemente, redução da concentração de cálcio ionizado. Consequentemente a interpretação do significado de qualquer valor plasmático de cálcio é impossível, sem se conhecer a concentração plasmática de proteínas. Uma alteração das concentrações plasmáticas proteicas (albumina), resulta em alterações paralelas de cálcio plasmático. Para cada grama de albumina há uma diminuição de aproximadamente 0,8 mg de cálcio plasmático numa situação de hipoalbuminemia. (Kalant & Roschlau, 1991, Katzung, 1992; Harper, 1994, Goodman & Gilmam, 1996). O cálcio plasmático é mantido dentro de limites muito estreitos, e o organismo é pouco tolerante às alterações significantes dos limites normais de 10 cálcio ionizado que gira em torno de 1,3 m mol/1 na maioria dos mamíferos ' pássaros e peixes de água doce. Alterações do nível de cálcio, biologicamente ativo, dos parâmetros normais, podem provocar desordens nos processos bioquímicas e fisiológicos, ameaçando a vida humana, o que o torna de grande importância médica (Harper, 1994). Na maioria das células, o cálcio intracelular está armazenado no retículo endoplasmático e nas mitocôndrias. As células do músculo esquelético são capazes de mobilizar o cálcio intracelular frente a um estímulo excitatório para manter a junção excitação-contração, por mecanismos menos dependentes da entrada do cálcio extracelular. Já o acoplamento excitação - contração, no músculo cardíaco e liso, depende criticamente da concentração de íons cálcio no líquido extracelular, em função das células lisas vasculares apresentarem um retículo endoplasmático pouco desenvolvido ( Nayler, & Victória, 1967; Guyton, 1989; Rang & Dale, 1993). A entrada de cálcio no citosol se faz através de canais de cálcio específicos e depende de estimulação (Bolton, 1979, Stryer, 1992). Os canais de cálcio são constituídos por proteínas que atravessam a membrana celular favorecendo a entrada seletiva destes íons. Internamente, nestes canais, existem regiões com cargas elétricas que servem de "portões", os quais determinam a abertura ou o fechamento dos canais, permitindo assim a passagem dos íons através da membrana celular, frente a estímulos como mudanças morfológicas, elétricas, hormonais e de receptores vizinhos. Tal mecanismo é ativado durante as despolarizações e repolarizações (alterações de 11 voltagem) das células contráteis, por isso são chamados "voltagem dependentes". Outro mecanismo de ação dos canais de cálcio, decorre da estimulação de receptores de membrana (beta-receptores adrenérgicos) provavelmente, mediado por alterações intracelulares de AMPc (adenosina 3' 5', mono-fosfato) promovendo abertura destes canais. Devido ao fenômeno de abertura ter sido desencadeado pelo estímulo de receptor, tais canais são chamados "receptor-dependentes". (Bolton, 1979; Snyder & Reynolds, 1985, Rang & Dale, 1993). Tsien et ai, 1987, através da técnica de "patch-clamp" (clampeamento de voltagem aplicado à célula isolada) observaram que evidências eletrofisiológicas sugerem a existência de três tipos de canais de cálcio, voltagemdependentes: L, T e N distintos, com base em várias propriedades como grande condutância, transitórios quanto à abertura, ou neuronais quanto à distribuição nos tecidos. Os canais lentos de cálcio do tipo L, dominantes nos músculos cardíaco e vascular, são conhecidos por terem vários receptores para medicamentos e serem ativados em voltagens positivas para -10mV. Estão presentes em células glandulares e neuronais, constituindo o tipo de canal que participa no acoplamento excitação-contração. Acredita-se que os canais N, responsáveis pelo influxo de cálcio que desencadeia a liberação de neurotransmissores, existem somente nas membranas neuronais, sobretudo nas terminações axônicas, enquanto que os canais T estão presentes em células musculares esqueléticas e glandulares, e são ativados em voltagens positivas para -70mV, (Nowycky, 1985, Cognard, 1986, Tsien et ai, 1987; Kalant & Roschlau, 1991; Katsung, 1992). 12 A aplicação de um estímulo efetivo à célula muscular, abre os canais de cálcio, provoca seu influxo para dentro da célula que, por sua vez, desencadeia eventos intracelulares os quais resultam em contração muscular. Vários tipos de drogas antagonistas podem alterar essa sequência de eventos que dependem da presença de cálcio. (Kalant & Roschlau, 1991 ). Atualmente, têm sido sintetizadas muitas substâncias medicamentosas, designadas como antagonistas dos canais de cálcio, embora não antagonizem diretamente os seus efeitos. Elas inibem a entrada do íon para o interior das células, ou a sua mobilização a partir de estoques intracelulares, e, por isso foram denominadas genericamente de "bloqueadores dos canais de cálcio". Quando administradas ao organismo, induzem determinados efeitos fisiológicos importantes com grande utilidade terapêutica em várias patologias (Fieckenstein et ai, 1967; Weiner, 1988; Goodman & Gilman 1996). Tais substâncias constituem um grupo heterogêneo de fármacos, com a característica de bloquear a entrada ou acelerar a saída de cálcio das células contráteis. O bloqueio ocorre ao nível dos canais lentos de cálcio voltagem dependentes do tipo L, através dos quais o cálcio extracelular ativa a contratilidade da musculatura vascular. A denominação pelos autores como "bloqueadores dos canais de cálcio", visa distinguir o grupo, de outros antagonistas de cálcio que agem por diferentes mecanismos, como sejam o magnésio, manganês, cobalto, antibióticos aminoglicosídeos e toxinas botulínicas. (Triggle & Swany, 1980; Kalant & Roschlau, 1991; Rang & Dale, 1993, Katzung, 1994 Goodman & Gilman, 1996). 13 Os bloqueadores de canais de cálcio são substâncias que têm a propriedade de inibir o binômio excitação-contração das células musculares lisas e miocárdicas, diminuindo-lhes a força de contração, a utilização do fosfato energético dependente de cálcio e o consumo de oxigênio, levando como resultado final a uma depressão da atividade contrátil celular. Nas doses usadas clinicamente, a ação restringe-se principalmente à musculatura lisa vascular e sistema de condução cardíaco, possuindo ação desprezível sobre a musculatura esquelética. O músculo esquelético utiliza reservas intracelulares de cálcio, para dar apoio ao acoplamento excitação-contração; desta maneira, não requer tanto influxo transmembrana de cálcio. Conseqüentemente, esses agentes são úteis nos tratamentos preventivos da hipertensão arterial, angina do peito, arritmias cardíacas e em outras patologias cardiovasculares, destacando-se três ações fundamentais: eletrofisiológica, miocárdio depressora e relaxante da musculatura lisa dos vasos. Podem atuar também em processos fisiológicos extremamente importantes, como; secreção glandular, liberação de neurotransmissores e função plaquetária (Nayler et ai, 1982; Moser, 1987; Raddino et ai, 1987; Weiss, 1988; Kalant & Roschlau, 1991; Katzung, 1994; Bode et ai, 1994; Goodman & Gilman, 1996). Por outro lado, se vários processos fisiológicos básicos como contração muscular, secreção de hormônios, liberação de neurotransmissores, reações enzimáticas. coagulação sanguínea e outros, dependem da entrada de cálcio nas células, poder-se-ia esperar que uma droga bloqueadora dos canais de cálcio desencadeasse desastres fisiológicos que rapidamente levariam à morte. 14 Entretanto, as razões pelas quais essas drogas não são consideradas venenos letais, ainda são parcialmente compreendidas (Rang & Dale, 1993). Dos muitos bloqueadores dos canais de cálcio sintetizados, quatro classes estão sendo bem estudadas: fenilalquilaminas, diidropiridinas, benzotiazepinas e difenilpiperazinas. Atualmente, são muitos usados na clínica médica o verapamíl (fenilalquilamina) o diltiazem (benzotiazepina) a nifedipina e isradipina (díidropiridina). (Snyder & Reynolds, 1985). Na tentativa de sintetizar análogos mais ativos da papaverina, um alcalóide vasodilatador encontrado na papoula chegou-se ao verapamil, primeira fenilalquilamina a ser usada clinicamente nas coronariopatias. A partir dai, muitos agentes de estruturas variadas foram descobertos, mas com a mesma atividade farmacológica fundamental. (Bolton, 1979; Katsung, 1993; Yedinak, 1993). Acreditava-se inicialmente que o mecanismo de ação do verapamil devia-se à vasodilatação coronariana e ao bloqueio dos receptores beta- adrenérgicos miocárdicos. Porém, em 1967, Fleckenstein et ai., sugeriram que tal mecanismo de ação relacionava-se com o bloqueio do influxo de cálcio para o interior das células, resultando na inibição do acoplamento excitação-contração, e não, com o bloqueio beta-adrenérgico. Em 1969, Rougier et ai, apresentaram evidências definitivas de que a despolarização atrial era mediada por duas correntes iônicas convergentes para o interior das células. Uma, resultante do influxo rápido de sódio através de canais iônicos conhecidos como "canais rápidos de sódio", causando despolarização e aumento da permeabilidade da membrana celular; a outra, causada em grande 15 parte pelo movimento de cálcio para o interior da célula através de um poro da membrana denominado "canais lentos de cálcio", em função do tempo gasto para o desencadeamento da corrente iônica. A entrada de cálcio pelos "canais lentos" contribui para a manutenção da fase de platô do potencial de ação cardíaca e são conhecidas como canais L. Verificou-se, subseqüentemente, que um derivado do verapamil, o D 600, bloqueava o movimento de cálcio através do canal lento, alterando a fase de platô do potencial de ação cardíaco. (Kolhardt et ai, 1972) Os bloqueadores dos canais de cálcio possuem estruturas moleculares diversificadas, o que justifica diferentes mecanismos e locais de ação. Acredita-se que as diidropiridinas atuem em locais diferentes do canal de cálcio do que o verapamil e o diltiazem, embora os efeitos farmacológicos sejam idênticos. O músculo liso arteriolar é mais sensível às ações dos bloqueadores dos canais de cálcio, do que o das veias. Assim, essas drogas consistem em dilatadores predominantemente arteriais, sobretudo do leito arterial coronariano (Scarpa, & Carofoli, 1978, Kalant & Rochlau, 1991; ). A ação seletiva destas drogas no coração e músculo liso varia; o verapamil é cardiosseletivo; as diidropiridinas musculosseletivas e o diltiazem possuem ações intermediárias. (Rang. & Dale, 1993). Triggle, 1992 e Yedinak, 1993, relataram que o uso clínico dos bloqueadores dos canais de cálcio tem sido feito desde 1970, no tratamento das patologias cardiovasculares, e que a seletividade de ação destas drogas pode diferir por vários fatores, entre eles, o tipo de canal envolvido, a possibilidade de 16 mobilização dos íons de cálcio e o estado patológico do tecido. Tais diferenças são largamente responsáveis pelas variações hemodinâmicas e eletrofisiológicas destes agentes. A partir da década de 1980, houve maior interesse dos pesquisadores em estudar o comportamento destas drogas nas doenças cardiovasculares, comparando-as com outras drogas, comprovando sua eficácia e tolerabilidade pelo organismo, além de motivar o estudo em campos variados das pesquisas biológicas (Moser, 1987; Colluci, 1987; Handler et ai, 1988, Dahlof & Sweden, 1989;). Além do verapamil, nifedipina e diltiazem, outros bloqueadores dos canais de cálcio estão atualmente sendo bem estudados, dentre eles várias substâncias do tipo da diidropiridina, como nicardipina, nimodipina, amlodipina, felodipina, pramidipina e a isradipina.(Abemethy, 1988; Opie, 1988; Dahlof . & Sweden, 1989; Yedinak, 1993; Uehara, 1994). Todos os bloqueadores dos canais de cálcio podem causar bloqueio AV (atrio ventricular) e redução da frequência cardíaca. Também possuem efeito inotrópico negativo, resultante da inibição da corrente iônica lenta durante o platô do potencial de ação. Causam dilatação arteriolar generalizada, sem grande alteração venosa. Afetam todos os leitos vasculares, e os efeitos regionais, variam em grau considerável entre as diferentes drogas. A vasodilatação causa redução da pressão arterial. (Zanchetti, 1987; Kalant, & Roschlau, 1991; Rang & Dale, 1993; Katsung, 1994). 17 A musculatura lisa das vias biliares, urinárias e do útero, também se relaxam pela ação dos bloqueadores de canais de cálcio, do tipo diidropirinas, o que sugere o seu uso no tratamento das cólicas biliares e cistite intersticial. (Kalant & Roschlau, 1991; Rang & Dale, 1993, Fleischmam, 1994). Weiner, 1988, mostrou que os antagonistas do cálcio formam um grupo muito importante de drogas no tratamento da hipertensão arterial, orientando no sentido de opções úteis em várias situações em que esta patologia ocorre associada a outros fatores, tais como: obesidade, negros, mestiços e idosos. Atualmente, começam a ganhar importância, indicações terapêuticas no tratamento da síndrome de Reynaud, proteção miocárdica, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), cardiopatia com dilatação e hipertrofia do miocárdio, hipertensão pulmonar e doenças cerebrovasculares. {Rodeheffer et ai, 1983; Colluci et ai, 1987; Opie, 1988; Weiner, 1988; Sauter & Rudin, 1990; Beubler, 1994). A eficácia e segurança da isradipina no tratamento da hipertensão arterial foi estudada por Luscher & Waeber, 1991; sendo considerada medicamento de primeira linha. Anderson, P., 1986; Weiner, 1988;, Katsung, 1994, Goodman & Gilman, 1996, descreveram que os bloqueadores dos canais de cálcio, são fármacos oralmente ativos que prontamente se ligam às proteínas plasmáticas (80 - 90%). O metabolismo hepático de primeira passagem é intenso para o verapamil, o diltiazem e a nifedipina. As meias-vidas de eliminação variam de 3 a 4 horas, sendo que a nifedipina e o verapamil são excretados pela urina, enquanto que o diltiazem, 18 pelas fezes. A isradipina é absorvida de 90 a 95% pelo trato gastrointestinal, com extenso metabolismo hepático de primeira passagem, com meia-vida de 4 a 8 horas. O metabolismo é completo, não sendo detectável na urina, sob forma inalterada, cerca de 60-65% é excretada na urina e 25-35%, nas fezes. Estudos dos bloqueadores dos canais de cálcio relacionados com concentração plasmática de álcool, feitos por Zacny & Yajnick, 1993, constataram que o pré-tratamento com nifedipina, diminuiu o nível de álcool no sangue. A influência dos bloqueadores dos canais de cálcio na mobilização de cálcio intracelular nas células endoteliais da córnea, e o uso terapêutico destas drogas no tratamento da enxaqueca e da dor de cabeça, foram pesquisados por Green et ai, 1994 & Beubler, 1994. Os principais efeitos indesejados dos bloqueadores dos canais de cálcio são consequências diretas de suas reações sobre o músculos liso e cardíaco. Incluem hipotensão postura!, cefaléia e constipação. Podem precipitar a insuficiência cardíaca, e este risco é maior quando são associados a antagonistas dos beta-receptores. Efeitos vasodilatadores como rubor, vertigens e palpitações podem ser observados com todos os bloqueadores de cálcio. Enquanto que edema periférico é comum em pacientes em uso de nifedipina; sintomas gastrointestinais como constipação e náusea, ocorrem mais freqüentemente com o verapamil. (Weiner, 1988; Rang & Dale, 1993 Goodman & Gilman, 1996). Trabalho recente de Nyska et ai, 1994, relata hiperplasia gengiva!, possivelmente causada pelo efeito de bloqueadores dos canais de cálcio na indução do bloqueio na síntese de aldosterona no córtex adrenal, aumentando a 19 secreção hipofisária de adrenocorticotrofina (ACTH), desencadeando hiperplasia da zona glomerulosa da adrenal. Há aumento na produção de andrógenos que são transformados em testosterona, e podem agir nas células gengivais, produzindo hiperplasia. Os estudos relacionados com a influência dos inibidores dos canais de cálcio sobre o tecido ósseo são escassos, embora seu uso clínico, especialmente pela população idosa, esteja sendo discutido como fator de risco para o desenvolvimento de osteoporose. As primeiras drogas bloqueadoras dos canais de cálcio foram introduzidas na prática médica há mais de 25 anos, sendo o verapamil considerado protótipo deste grupo de drogas. Goodmam & Gilmam, 1996; citam que "desde 1962, pesquisadores relatavam os efeitos inotrópicos e cronotrópicos negativos do verapamil, efeitos estes que não eram observados em outras drogas vasodilatadoras aparentemente semelhantes, como a nitroglicerina". Sendo assim, o verapamil foi a primeira droga do grupo a ser usada nas coronoriopatias. É um derivado da papaverina com estrutura química C27 H38 Nz 04 , oralmente ativo e com um perfil farmacocinético bem definido. É bem absorvido pelo trato gastrintestinal, porém sua biodisponibilidade é baixa como conseqüência de uma primeira passagem pelo fígado, 90% se liga às proteínas plasmáticas. Os efeitos eletrofisiológicos são evidentes uma a duas horas após administração oral, com um pico de ação em três a cinco horas. Quando administrado por via intra-venosa, o efeito dromotrópico negativo é precoce, iniciando-se após um a dois minutos, com um pico em dez a 20 quinze minutos. Possui nestas circunstâncias, um efeito hipotensor fugaz com pico de ação em cinco minutos e duração de dez a vinte minutos. É metabolizado pelo fígado, onde se transforma em Nor-verapamil, um metabólito biologicamente ativo, mas menos potente como vasodilatador. Tem uma meia-vida plasmática em torno de 6 horas, sendo eliminado pela urina (Storstein et ai, 1981, Anderson, 1986; Weiner, 1988; Katsung, 1992, Goodman & Gilman, 1996). Atualmente, é usado como antiarrítimico, sendo que em 1967, Fleckenstein et ai. relataram seu mecanismo de ação como conseqüência da inibição do acoplamento excitação-contração muscular e liberação de transmissores neuro-humorais; reduzindo a mobilização do cálcio intracelular nas células cardíacas. O verapamil atua através dos canais lentos de cálcio voltagem dependentes de alto limiar, classificados como "canais L" (Nowycky, 1985). Clinicamente, a ação bloqueadora dos canais L, exercida pelo verapamil, é específica para dois tipos de músculos, o músculo liso vascular e as fibras musculares do sistema cardíaco de condução. Em alguns locais específicos do sistema de condução cardíaco, diminui a transmissão dos estímulos ectópicos do átrio para o ventrículo, controlando a frequência cardíaca. Por suas ações combinadas vascular e cardíaca, a vasodilatação, induzida pelo verapamil, não se acompanha de taquicardia reflexa, como ocorre com outros vasodilatadores coronarianos. No músculo liso arterial, induz diminuição da resistência periférica e dilatação arterial, sendo por isso usado na hipertensão arterial: mantém ou 21 aumenta a função renal, aumenta o fluxo plasmático, o filtrado glomerular, o fluxo urinário e a excreção de sódio. Quando associado a diuréticos, diminui a perda de potássio. (Laragh et ai, 1984; Opie, 1988). Quando comparado com as diidropiridinas, em dose de 160 mg/dia produz queda menor na pressão arterial e certa redução da frequência e débito cardíaco, porém sem praticamente qualquer alteração na resistência vascular sistêmica. (Kalant & Roschlau, 1991 ). Nas doses clínicas, seu principal uso terapêutico abrange, agente antiarrítmico no controle de arritmias supraventriculares, e também na angina pectoris, revertendo 80% das taquicardias paroxísticas atriais quando administrado por via venosa. (Storstein et ai, 1981; Snyder, 1985; Anderson, 1986). No tratamento da angina estável, o mecanismo de ação consiste provavelmente em redução da necessidade de oxigênio do miocárdio, produzida pela diminuição da freqüência cardíaca, inotropismo negativo, vasodilatação coronariana e conseqüente aumento de fluxo coronário. É bastante eficaz na angina instável, angina variante e cardiomiopatia (Weiner, 1980, Snyder, 1985; Anderson, 1986; Opie, 1988; Kalant & Roshlau, 1992; Katsung, 1992, Goodman & Gilman, 1996). Em 1988, Opie estudou o comportamento dos bloqueadores de canais de cálcio frente a distúrbios cardiovasculares, comparando aos efeitos do verapamil comprovando sua eficácia , tolerabilidade e segurança, motivando outros pesquisadores para avaliação científica em outros campos de pesquisas biológicas. 22 Assim o uso terapêutico do verapamil no tratamento da enxaqueca foi relatado por Weiner, 1988; Rang & Dale, 1993. Netland et ai, 1995 estudaram seus efeitos na pressão intra-ocular, concluindo que o verapamil reduz essa pressão e altera a hemodinãmica ocular, diminuindo a resistência vascular na artéria central da retina de voluntários humanos, duas horas após a aplicaçao tópica, na concentraçao de O, 125%. Seus efeitos colaterais são conseqüências diretas de suas ações sobre os músculos cardíaco e liso e, incluem constipação, hipotensão postura! e cefaléia. O verapamil pode precipitar a insuficiência cardíaca com um risco maior quando associado com antagonistas b. receptores. (Weiner, 1988; Opie, 1988; Hoffer, et ai, 1993). Experimental e clinicamente foi observado que o verapamil, na verdade, só é eficaz se administrado profilaticamente; não parece reduzir a lesão tecidual ou a mortalidade, se administrado após o desenvolvimento de isquemia. Relatos de provas clínicas sugerem que se administrado após episódio isquêmico, pode ser prejudicial, possivelmente pela deficiência adicional da função ventricular já em risco. (Nayler, 1987; Weiner, 1988; Rang & Dale, 1993). O efeito antiaterogênico dos bloqueadores dos canais de cálcio bem como a influência destes fármacos sobre os sistemas de prostaglandinas e função plaquetária, com relação à possibilidade de benefícios em pacientes portadores de aterosclerose foi demonstrado respectivamente por Weinstein, & Heider, 1987; Heider et ai, 1987; Weiss, 1988 cujos dados apresentam grande valor científico no estudo destas drogas. 23 Pesquisando os efeitos anti-hipertensivos do verapamil relacionados às suas concentrações no plasma e à atividade do seu metabólito Noverapamil, Stortein et ai, 1981, verificaram que variações individuais na concentração da droga eram substanciais para a resposta anti hipertensiva. A análise da concentração plasmática de Norverapamil, após uma hora da administração de 160 mg de verapamil, comprova a metabolização da droga. O aumento na concentração do verapamil, reduziu significativamente a pressão sangüínea em humanos. Vários autores estudaram a influência do verapamil sobre o transporte intestinal de cálcio, sendo que, Wrobel & Michalska, 1977, relataram que na concentração de 1,5 mM, este fármaco reduziu a corrente de oxigênio pelo segmento intestinal, sugerindo que o verapamil reduz o transporte ativo de cálcio por redução da respiração mitocondrial. Subseqüentemente, em 1983, Pento & Johnson, trabalhando com verapamil, nifedipina e diltiazem vieram nos confirmar o efeito inibitório do verapamil sobre o transporte de cálcio, no segmento intestinal, ineficácia dos outros bloqueadores provando a dos canais de cálcio em estudo. Usaram verapamil na concentração de 1-2 mM em ratos como modelo experimental, realizando o experimento in vitro. Através de estudos in vivo, Fox & Green, 1986; Sjõdén et ai, 1987, deram seqüência às pesquisas sobre efeitos dos bloqueadores de canais de cálcio no transporte duodenal, absorção e excreção de cálcio, respectivamente. Fox & Green, 1986, concluíram que o verapamil influenciou diretamente a translocação de cálcio no intestino, afetando a homeostasia de cálcio, durante o tratamento crônico oral em doses altas (90,3-10mM). Sjõdén et ai, 24 1987, mostraram que o verapamil, em doses terapêuticas (80 a 120 mg/dia), não afetou a absorção intestinal de cálcio, a concentração de cálcio sérico ou a excreção urinária, durante dois meses de tratamento, mas reduziu significativamente a pressão arterial, mantendo-a em nível constante durante o tempo da pesquisa, e, aumentou o hormônio paratireóideo. Em 1990, Sjodén et ai, mostraram que o verapamil, nas mesmas condições experimentais anteriores, afeta o metabolismo celular ósseo, induzindo alterações significantes na concentração sérica de fosfatase alcalina (ALP) em pacientes hipertensos. A ALP, tem ação refletora sobre a atividade dos osteoblastos na formação óssea celular, no homem. O efeito do fármaco pode ser secundário ao aumento da secreção do hormônio paratireóideo, já que este é o maior regulador da reabsorção óssea. Katsung, 1994 descreveu que o verapamil bloqueia a glicoproteína P170 responsável pelo transporte de muitas drogas de células cancerosas e que o aumento desta proteína transportadora multidroga, está associado ao desenvolvimento de resistência destas células à quimioterapia. Embora o verapamil seja o primeiro bloqueador de cálcio a ser estudado, é atualmente muito utilizado na clínica médica, o que o torna motivo de preocupação para pesquisadores em função de possíveis interações medicamentosas. A complexidade do mecanismo de ação, bem como sua farmacocinética, são responsáveis pelos efeitos tóxicos. Assim, a administração de drogas antineoplásicas, como o daunomycin e vincristine associados ao 25 verapamil, predomina citotoxicidade dos antineoplásicos (Morrow, et ai, 1986, Nooter et ai, 1987). O índice de mortalidade causado por overdose de verapamil é altamente significante. A cada trinta casos de envenenamento, existem oito fatalidades, sendo os efeitos tóxicos desencadeados por hipotensão, diminuição do nível de consciência, distúrbios do ritmo cardíaco, bradicardia, hiperglicemia, hipokalemia e outros Tais morbidades merecem atenção pela inexistência de antídotos específicos: os intoxicados deverão receber cálcio endovenosamente. A escolha de drogas simpatomiméticas para o tratamento, causa controvérsias. A conduta mais adequada seria a utilização de agentes com ações antagônicas aos bloqueadores dos canais de cálcio, como por exemplo o BayK 8644, que pode melhorar as condições cardíacas diminuindo a hipotensão arterial. (Hofer, et ai, 1993). Renton, (1985) através de estudo da inibição do metabolismo de drogas microssomais hepáticas, demonstrou que o diltiazem e verapamil são inibidores competitivos de drogas de biotransformação hepática, em células isoladas de camundongos. Ambos os fármacos, possuem grupo químico potencialmente oxidáveis pelo citocromo - P450. Mostraram também que tanto o diltiazem como o verapamil prolongam o efeito hipnótico do pentobarbital, quando associados em doses comparáveis àquelas usadas no homem, sugerindo fortemente que, interações de drogas envolvendo inibição de biotransformação, podem desencadear complicações "bloqueadores de canais de cálcio". cardiovasculares durante o uso dos 26 Houve relato de caso de disfunção hepática induzido pelo verapamil na dose de 120 mg, três vezes ao dia por quatro semanas, possivelmente pelas reações idiossincrásicas descritas por Nash, & Feer, 1983. Outro importante efeito deste fármaco relaciona-se ao tecido ósseo, uma vez que a estrutura histológica, metabolismo e densidade óssea estão estritamente ligados à concentração sérica de cálcio e o controle fisiológico deste, rigorosamente controlado pelos hormônios, PTH (hormônio paratireoideo) calcitonina e vitamina D. Tais substâncias hormonais atuam sobre o osso, regulando a troca de cálcio intra e extracelular, bem como a reabsorção, formação e mineralização óssea. A nível de trato gastrintestinal, influenciam a reabsorção de cálcio e fosfato. Em ratos, o verapamil diminui a absorção de cálcio no intestino in vitro (Wrobel & Michalska, 1977, Pento & Johnson, 1983; Datta et ai, 1990; Kalant & Roschlau, 1991 ). Se o balanço de cálcio não for suficientemente mantido no organismo, o cálcio extracelular o será, às custas de sua depleção no osso, sob influência do hormônio paratireóideo. Esta mobilização de cálcio do osso, para líquido extracelular é mediada pelos osteócitos e osteoblastos e somente se a deficiência for prolongada é que ocorre aumento da reabsorção óssea mediada por osteoclastos, secundária ao aumento da secreção do hormônio paratireoideo. Assim sendo, vários autores estudaram a influência das drogas bloqueadoras dos canais de cálcio no metabolismo ósseo, por vários anos (Dziak & Stern, 1975; Simekova et ai, 1987; Chagnac, et ai, 1989; Zaidi, et ai, 1989; Messler et ai, 1990; Datta et ai, 1990; Duriez et ai, 1990; Zaidi et ai, 1990; Samnegard & Sjodén, 1992; Ritchie et ai, 1994). 27 Grygorczyk, 1989 através da técnica "path e clamp", constataram a existência de canais de cálcio tipo L em células esteoblásticas de rato. Usaram diidropiridina (BAYK 8644, nifedipina) como droga de escolha. Estudos realizados em células ósseas isoladas, mostrando os efeitos do hormônio paratireóideo e AMPc no transporte de cálcio nestas células, foram feitos por Dziak, & Stern, 1975, evidenciando que o hormônio paratireoideo causa mudanças no transpote de cálcio através da membrana celular, mas não altera o estado estável de cálcio. Tais efeitos não foram mimetizados pelo AMPc. Em 1987, Simeckova et ai, estudaram os efeitos do verapamil e do cálcio ionóforo A 23187, sobre o cálcio e fósforo contido nos ossos, de ratos, verificando que o verapamil aumentou a concentração de cálcio e fósforo no osso, enquanto que o ionóforo A 23187 reduziu a concentração de cálcio. Assumindo então, que o aumento significante na concentração de cálcio e fósforo nos ossos do rato pelo verapamil causa inibição da função dos osteoclastos, preponderante nos processos catabólicos do tecido ósseo. O ionóforo A 23187 aumenta o cálcio ionizado no citossol, imita a função do hormônio paratireóideo, causa dismineralização do osso em cultura de células ósseas. Na opinião do autor, o uso de substâncias calciotróficas equivalentes, a longo prazo, como o verapamil e o ionóforo A. 23187, pode interferir com o metabolismo ósseo possibilitanto uma culminante síndrome distinta clinicamente, atribuindo estes efeitos à interferência na função do hormônio paratireóideo nas células alvo. Dentre os trabalhos que estudaram a influência dos hormônios, cálcio-regulatórios sobre o metabolismo ósseo e as células do coração, poderíamos citar aqueles realizados por Dziak & Stern, 1975; Ramp et ai, 1979; 28 Pente, & Jonhsom, 1983; Habener et ai, 1984; Bogin et ai, 1981, Bogin et ai, 1987). Chagnac reabsorção e et ai, 1989; formação óssea, pesquisaram os efeitos do verapamil na em ratos urêmicos, relatando que o hiperparatireoidismo secundário é comum em pacientes com doença renal crônica, responsável pelo desenvolvimento de doença óssea possibilitando outras disfunções orgânicas. O verapamil melhora a doença óssea em ratos urêmicos, provavelmente inibindo os efeitos do hormônio paratireóideo no osso, com decréscimo na formação óssea, sugerindo que esta droga pode ser um antagonista do hormônio paratireóideo. Foi demonstrado também, neste mesmo ano, por Zaidi et ai, que os osteoclastos são as únicas células capazes de promoverem reabsorção óssea, sendo que a concentração de cálcio nos sítios reabsortivos é regulada diretamente pelos osteoclastos, através da modulação da concentração de cálcio livre intracelular por mecanismos de feedback, em cultura das respectivas células. Usando drogas "bloqueadoras dos canais de cálcio" como ionomycin, níquel e nifedipina, concluíram que a exposição de células osteoclásticas isoladas a uma elevada concentração de cálcio extracelular e ionomycin, inibe reabsorção óssea. O níquel, bloqueador inorgânico de cálcio, bloqueou a elevação da concentração de cálcio intracelular, enquanto que a nifedipina, bloqueador orgânico de canais de cálcio, mostrou efeito contrário em presença da elevada concentração de cálcio extracelular. 29 Dando continuidade aos estudos das drogas bloqueadoras dos canais de cálcio, relacionados com o metabolismo ósseo, Messler, 1990; colaboraram pesquisando em coelhos, a possibilidade dos antagonistas de cálcio orgânico exercerem efeitos análogos ao magnésio no crescimento epifísárío da lâmina óssea. Trabalhando com verapamíl e nifedípina, concluíram que estes fármacos, antagonistas de cálcio orgânico, produziram mudanças estruturais no crescimento epifisárío da lâmina óssea de animais jovens. Relataram também que mudanças morfológicas produzidas pelos fármacos em estudo, eram análogas às produzidas pelo magnésio. Como consequência dessas reações similares, sugeriram mecanismos de ação similares entre o magnésio e nos antagonistas de cálcio orgânico. Kím et ai, 1991, estudando as respostas da linha celular osteoblástica MC3T3-E1 ao bloqueio de canal de cálcio pelo diltiazem e verapamil, em cultura de células de rato, concluíram que os bloqueadores dos canais de cálcio em estudo, têm efeito inibitório direto sobre a função osteoblástica, aumentando a reabsorção óssea, induzindo osteoporose. Samnergard & Sjõdén, 1992; submeteram ratos machos e fêmeas, a um tratamento com verapamil, por tempo prolongado, demonstrando que este fármaco induziu aumento no comprimento e volume do osso tíbia! e osteopenia em ratas fêmeas, enquanto que em ratos machos, causou, contrariamente, diminuição do volume tíbia!. . É possível que o verapamil atue indiretamente no desenvolvimento de osteoporose, afetando os níveis de hormônios sexuais. Se o verapamíl atua estimulando a secreção de andrógeno, isto pode explicar o porquê 30 das ratas fêmeas desenvolverem osteopenia, enquanto que os ossos dos ratos machos apresentaram mais densamente mineralizados. Trabalho recente de Ritchie et ai., 1994, utilizando drogas bloqueadoras dos canais de cálcio, do tipo diidropiridinas (nifedipina, PN 200-110 e(-) 202-791), em cultura de células enriquecidas de osteoclastos, relataram que estes fármacos poderiam se ligar aos canais de cálcio dos osteoclastos, bloqueando-os e produzindo aumento na concentração intracelular de cálcio com subsequente diminuição da reabsorção óssea local. Estudo feito por Amorim, 1995, sobre a influência da isradipina, bloqueadora dos canais de cálcio, no processo de reparo em feridas de extração dental de ratos, mostrou histologicamente que este fármaco quando administrado em dose única de 2,5 mg/kg, após exodontia, não afetou a crononologia nem a qualidade do processo de reparo alveolar. Devido ao amplo uso clínico dos bloqueadores de canais de cálcio e ao pouco conhecimento dos efeitos do verapamil relacionados ao tecido ósseo, após o tratamento prolongado, propomo-nos a estudar possíveis influências deste fármaco sobre o esqueleto em desenvolvimento e tecidos dentários de filhotes de ratas tratadas com a droga, antes e durante a prenhez. O rato constitui excelente modelo experimental para estudo de tecido, erupção e desenvolvimento dentário, pois apresenta dentição única, desenvolvida na hemiarcada por um dente incisivo e três molares superiores e inferiores. Os incisivos erupcionam-se, calcificam-se e crescem ininterruptamente por toda a vida 31 do animal. Conseqüentemente, apresenta, em um único dente, o ciclo completo de desenvolvimento dentário desde a formação até a maturidade. Com relação aos tecidos dentários, durante sua fase de desenvolvimento embrionário, os mesmos são presumivelmente sensíveis aos níveis séricos de cálcio, haja vista que alterações plasmáticas do íon, podem afetar a função celular dos tecidos em geral. Não foram encontrados na literatura compulsada, estudos sobre a influência deste fármaco sobre tais tecidos. A droga de eleição empregada foi cloridrato de verapamil (DilacoronR), primeiro bloqueador de cálcio a ser usado com finalidade terapêutica. Atualmente, a indicação do seu uso terapêutico se estende além das cardiopatias, como por exemplo no tratamento da enxaqueca. Por isso, constitui uma droga sumamente importante no campo de pesquisas biológicas atuais. 32 4. PROPOSIÇÃO Considerando-se: a) o largo emprego terapêutico dos "bloqueadores dos canais de cálcio", geralmente por longos períodos de tempo, muitas vezes em mulheres grávidas, torna de grande importância o estudo de seus possíveis efeitos colaterais; b) o restrito conhecimento existente quanto aos efeitos destes agentes sobre o tecido ósseo e desconhecimento em relação aos tecidos dentários; Propõe-se: a) estudar os efeitos do verapamil sobre os tecidos dentários e esqueleto em desenvolvimento, em filhotes nascidos de ratas tratadas com verapamil antes e durante a prenhez; b) correlacionar os efeitos observados com os teores séricos de cálcio, fosfatos e proteínas totais, de mães e de filhotes. 33 5. MATERIAL E MÉTODOS 5.1 - Animais Utilizados Foram utilizados 73 ratos, adultos, da linhagem Wistar (Rattus norvegicus var. altbinus), sendo 52 fêmeas virgens com 90-100 dias de idade ao início das experiências, com peso variando entre 180 e 250g e 21 machos adultos, utilizados para acasalamento, fornecidos pelo Biotério da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, UNESP. Os animais mantidos em gaiolas individuais recebiam ração Labina®, fornecida pela Purina SA e água deionizada fornecida pela ROOHM and HAAS - Jacareí SP. 5.2 - Droga e Doses Cloridrato de verapamil (Cz? H38 Nz 04- HCI). A droga foi administrada na água de beber, deionizada, sendo utilizadas em duas doses a saber: -dose 0,8 mg/ml (D 1) correspondente a 24 mg/rato/dia. -dose 0,08 mg/ml (Dz), correspondente a 2,4 mg/rato/dia. 34 5.3 - Metodologia 5.3.1 -Tratamento dos animais com verapamil As ratas foram separadas aleatoriamente e, pesadas, para a formação dos grupos controle e tratados. Os animais do grupo tratado com verapamil foram divididos em dois grupos; um dos quais recebeu verapamil dissolvido em água deionizada na dose de 0,8mg/ml/rato/dia denominada "dose alta" (D1), e o outro, 0,08 mg/ml/rato/dia, denominada "dose baixa" (0 2 ) Os animais foram tratados durante 10 semanas, a saber, 7 semanas antes do acasalamento semanas durante a prenhez, ao termo e 3 da qual foi realizada a cesariana. Cada rata recebeu, diariamente, 30 ml de solução de verapamil e esgotada esta, era oferecida água sem a droga. somaram 24 mg/rato/dia Paralelamente foram Cdose alta.. ) e 2,4 mg/rato/dia Cdose baixá"). realizadas experimentais comparáveis, As doses diárias de verapamil experiências controle em condições porém sem administração de verapamil. Os pesos dos animais foram verificados semanalmente. Foi adicionada sacarose na proporção de 0,5g/rato/dia na água de beber do grupo controle e do grupo tratado. 35 5.3.2- Acasalamento dos animais As ratas foram colocadas com machos durante a noite e pela manhã colhia-se material vaginal para verificar a presença de espermatozóides, determinando-se, se positiva, a instalação de prenhez. 5.3.3- Diagnóstico da prenhez Foi realizado esfregaço de secreção vaginal, em lâmina de vidro, utilizando-se uma alça de platina, que, depois de flambada, era colocada em solução de NaCI a 0,9%, estéril e introduzida na vagina para a coleta de secreção. Constatada ao microscópio óptico a presença de espermatozóides e verificada a fase estro do ciclo estral, fatores estes determinados para diagnóstico positivo de prenhez, esse era considerado como dia zero da gestação. 36 5.3.4 - Cesariana. contagem de implantes uterinos. filhotes e reabsorções fetais. Coleta de sangue das mães e filhotes. Retirada do fêmur das mães. Ao 21° dia de prenhez, as ratas foram anastesiadas com éter etílico, pesadas e presas em decúbito dorsal em placa de cortiça. Foi feita incisão mediana no abdômen com exposição dos cornos uterinos, e retirada amostra de sangue arterial pelo segmento da aorta anatomicamente localizado na altura do diafragma. Excisava-se o útero e contava-se o número de implantes, reabsorções fetais e/ou número de filhotes de cada corno. Foram retirados e pesados os filhotes. Após análise macroscópica dos recémnascidos, seccionou-se as cabeças por decapitação e colheu-se amostra de sangue de quatro filhotes, fazendo-se um "pool" para cada ninhada. Do sangue heparinizado das mães e filhotes obteve-se o plasma por centrifugação a 4.000 r.p.m., durante 10 minutos, processando em seguida a determinação espectrofotométrica de cálcio, fosfato inorgânico e proteínas totais. Das mães, retirou-se também, o fêmur, para determinação de comprimento e pesos úmido e sêco. O número de implantes, que corresponde à somatória dos filhotes e das reabsorções uterinas, era confirmado realizando-se a contagem do corpo lúteo gravídico, o qual corresponde ao número de óvulos liberados na fecundação. 37 5.3.5- Estudo dos filhotes 5.3.5.1- Análise macroscópica Os filhotes foram limpos, secos em papel de filtro e pesados A seguir, com auxílio de lupa de pequeno aumento, fez-se a análise macroscópica dos mesmos, observando-se possíveis alterações morfológicas, tais como: implantação das orelhas, olhos, conformação craniana fenda labial e desenvolvimento dos membros inferiores e superiores. 5.3.5.2 -Análise microscópica dos germes dentários- Histologia Após a análise macroscópica dos filhotes, separaram-se as cabeças dos troncos (ocasião em que foi colhida amostra de sangue) fixando-as em formal a 10%, por 24 horas. Após, foram seccionadas em plano mediano, diafanizadas e incluídas em parafina para confecção de lâminas. Foram separados aleatoriamente 4 filhotes de cada mãe. As peças foram cortadas em micrótomo, na espessura de seis micras, montadas em lâminas, e a seguir coradas pelo método histoquímico de Von Kossa (1901). Ao microscópio, foram observadas células da polpa, tecido alveolar e o próprio germe dentário. 38 5.3.6- Dosagens bioquímicas do sangue das mães e filhotes 5. 3. 6. 1- Concentração de cálcio plasmático As concentrações de cálcio das amostras de sangue das mães e dos filhotes foram determinadas espectrofotometricamente pelo método compleximétrico. O método se baseia na combinação dos íons de cálcio com 0-cresolftaleína-complexona em solução alcalina, formando um complexo colorido que é medido espectrofotometricamente. A intensidade de cor é proporcional à concentração de cálcio presente na amostra. Leu-se em 570nm, em Espectrofotômetro Beckman Du-600. Utilizou-se "Kit" de reagentes Merck. Os resultados foram traduzidos em mg/1 00 ml. 5.3.6.2- Concentração de fosfato plasmático As concentrações de fosfato inorgânico das amostras de sangue das mães e dos filhotes foram determinadas pelo método colorimétrico de FISKE e SUBAROW, (1925). No método, o molibdato de amônio, em presença de fósforo inorgânico, forma o fosfomolibdato de amônio que, posteriormente é reduzido a azul de molibdenio e medido espectrofotometricamente. A intensidade de cor foi medida no comprimento de onda de 650 nm. Utilizouse "Kit" de reagentes Bioclin. Os resultados foram expressos em mg/100 ml. 39 5.3.6.3- Concentração de proteínas totais plasmáticas As concentrações de proteínas totais da amostra de sangue das mães e dos filhotes foram determinadas pelo método fotocolorimétrico do biureto .. As proteínas totais em presença de íons Cu+ 2 , em meio alcalino, reagem-se formando um complexo de cor violeta, cuja intensidade de cor é proporcional à concentração de proteínas totais, presentes na amostra. A leitura espectrofotométrica foi feita no ponto de absorção máxima de 630 nm. Utilizou-se "Kit" de reagentes Bioclin. Os resultados foram expressos em g/100 mL 5.3.7- Estudo das mães 5.3.7.1 -Análise do desenvolvimento ósseo 5.3.7.1.1 - Determinação do comprimento. peso úmido e peso seco do fêmur das mães Do osso femoral removeu-se todo tecido mole por raspagem. Após, foi lavado em acetona e seco, determinando-se: a) comprimento do osso através de paquímetro; b) peso úmido, em balança semi-analítica, c) peso seco, (700°C por 24 horas em forno de fundição) em balança analítica. 40 5.4 - Sistematização da pesquisa Para todo o experimento, foram utilizadas 52 ratas. Desse lote, separaram-se, aleatoriamente, 1O ratas que foram destinadas à observação de ingestão diária de água com, ou sem verapamil. As 42 ratas restantes foram separadas, pesadas e divididas aleatoriamente em grupos 1, 2 e 3, como segue: Grupo 1 - Controle: Formado por 14 ratas, que colocadas em gaiolas individuais, receberam ração e água sem adição de verapamil, durante 1O semanas, a saber, 7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez. Grupo 2 -Tratado: 2.1 - Formado por 18 ratas, que, colocadas em gaiolas individuais, receberam ração e tratamento com verapamil na proporção de 0,8 mg/ml/dia (24 mg/rato/dia) de água de beber durante 1O semanas, antes e 3 semanas durante a prenhez. a saber, 7 semanas 41 2.2 - Formado por 1O ratas, organizadas da mesma maneira que o grupo anterior, sendo que recebiam tratamento com verapamil na proporção de 0,08 mg/ml/dia (2,4 mg/rato/dia). O verapamil foi administrado por via oral, na água de beber, diariamente, preparado da seguinte maneira: trituravam-se, em graal de porcelana; comprimidos de Dilacoron®, dissolviam-nos em água deionizada, filtrava-se a solução e transferia-se quantítativamente para um balão volumétrico, para completar o volume com água deionizada q.s.p. 30ml por rata. Adicionava-se sacarose na proporção de 0,5g/rato/dia, para melhorar o sabor da solução. Colocava-se em frascos, tipo mamadeira, distribuindo-se um por gaiola. Para as ratas do grupo controle também se colocou igual proporção de sacarose em água deionizada, para padronização de experiência. O volume da solução de verapamil oferecida a cada rata, diariamente, experiência foi padronizado de acordo com resultados obtidos de piloto, previamente realizada, quando 10 animais foram observados durante o período de sete dias. Calculando-se a média de consumo semanal de água, por rata, constatou-se que 30 mlldia seria o volume adequado para padronização da experiência, se cada rata ingerisse totalmente a droga dissolvida, na concentração proposta pelo esquema experimental. Este volume estaria sujeito a ajustes de acordo com a temperatura ambiente. Após a ingestão completa do volume padrão de 30 ml de solução com verapamil, oferecia-se, se necessário, água deionizada pura. 42 As ratas mães dos grupos controle e tratado receberam água pura ou adicionada de verapamil durante 7 semanas, quando foi realizado o acasalamento, continuando-se o tratamento até o termo da gestação (21° dia). Nessa ocasião, foi realizada operação cesariana, colheu-se o sangue das mães para dosagens bioquímicas, após o que, foram sacrificadas. Após análise macroscópica, os filhotes foram pesados, sacrificados, separadas as cabeças para histologia, ocasião em que se realizou a coleta de amostras de sangue de cada qual, para dosagens bioquímicas, fazendo-se um "pool" de 4 filhotes. Foi extraído também o fêmur das mães para medida de comprimento, pesos úmido e seco. 5.5 - Anâlise Estatística Como o experimento não apresentou homogeneidade de variância entre os grupos estudados, (teste de Bartlett) utilizamos a análise de variância não paramétrica de Kruskal Wallis. Uma vez verificada a diferença significativa entre os grupos estudados, efetuamos o teste de comparação múltipla, para identificar quais grupos diferem significativamente, mediante o programa computacional GMC (versão 7.0, 1996) que segue CONOVER, W.J.(1980). 43 6. RESULTADOS Constam a seguir os resultados obtidos para o grupo controle e para os grupos tratados com verapamil por tempo prolongado, nas doses de 24 mg/rato/dia (0 1) e 2,4 mg/rato/dia (02). 6. 1. - Número de implantações uterinas Os dados da tabela 1 referem-se ao número de implantações uterinas de ratas prenhes dos grupos controle e tratadas com verapamil, na água de beber, deionizada, na dose de 24 mg/rato/dia (01), 2,4 mg/rato/dia (02 ) durante 10 semanas. Observa-se que as ratas do grupo controle apresentaram média de 8,1 ±2,4 no número de implantações uterinas, enquanto que os animais tratados por 1O semanas e submetidos à cesariana, apresentaram média de 13,3±4,2 (0 1 ) e 13,0±2,7 (02). Verifica-se aumento significante do número de implantações uterinas, nos animais tratados em relação aos animais do grupo controle. O número de implantações correspondeu ao número de óvulos liberados na época da fecundação. Os resultados constam na tabela 1 e são ilustrados no gráfico 1. 44 Tabela 1- Número de implantações uterinas de ratas prenhes dos grupos controle e tratado com verapamil na água de beber na dose de 24 mg/rato/dia (01) e 2,4 mg/rato/dia (02) durante 10 semanas* cesariana, ao 21° dia de gestação. Número de implantações uterinas por rata controle 5 5 10 10 7 9 6 10 10 9 5 13 8 7 8,1 Média O.Padrão ±2,4 Mediana 8,5 Tratado (01) Tratado (02) 13 12 13 15 18 15 16 14 16 15 18 18 02 12 09 06 13 15 16 12 11 12 16 13 18 9 11 12 13,3 ±4,2 14,5 13,0 ±2,7 12,0 * 7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez. e submetidas a 45 Tabela 1 A- Análise de variância (tste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados da tabela 1. Resultado do Teste de Kruskai-Wallis Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 21.2988 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 21.30 Probabilidade H calculado de Ho para esse valor 0.00% *Significante ao nível,de 1% (a= 0,01) Comparação entre médias dos postos das amostras Amostras comparadas Diferenças (Comparações duas a duas) entre médias Valores Críticos (a) 0,05 0,01 0,001 Signifícância Controle XD1 20.0833 5.8211 7.7935 10.2446 0,1% Controle XD2 11.1500 6.7635 9.0552 11.9032 1% 01 XD2 8.9333 6.4427 8.6258 11.3387 1% 46 6.2 - Número de reabsorções fetais Pôde ser verificado pela tabela 2 que não houve nenhuma reabsorção fetal nas ratas prenhes do grupo controle. Observa-se ainda, que as ratas prenhes tratadas por 1O semanas com a droga, em ambas as doses (24mg/rato/dia - (0 1 ) e 2,4 mg/rato/dia - (0 2 )) apresentaram aumento significante na média do número de reabsorções, correspondendo, em valores percentuais, a 61% e 30% respectivamente. Os resultados constam na tabela 2 e gráfico 1. 47 Tabela 2 - Número de reabsorções fetais de ratas prenhes dos grupos controle e tratado com verapamil na água de beber, na dose de 24 mg/rato/dia (01) e 2,4 mg/rato/dia (02 ) durante 10 semanas* submetidas a cesariana, ao 21° dia de gestação. Número de reabsorções fetais por rata Controle o o o o o o o o o o o o o o Tratado(D1) Tratado(D2) o o 01 13 11 12 12 7 9 02 16 14 16 15 14 4 12 o 9 o o 18 o 12 9 6 13 15 Média o O.Padrão O Mediana o 10,1 ±6,0 12,5 5,8 ±5,5 6,5 * 7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez. 48 Tabela 2 A- Análise de variância (teste de Kruskai-Wallis}, relativa aos dados da tabela 2. Resultado do Teste de Kruskai-Wallis Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 16.4497 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 16.45 Probabilidade H calculado de Ho para esse valor 0.03% *Significante ao nível,de 1% (a:= 0,01) Comparação entre médias dos postos das amostras Diferenças Amostras comparadas (Comparações duas a duas) entre médias Significância Valores Críticos (a) 0,001 0,05 0,01 Controle XD1 16.8889 6.9894 9.3577 12.3009 Controle XD2 14.7500 8.1210 10.8727 14.2923 01 XD2 2.1389 7.7359 10.3571 13.6146 0,1% 0,1% ns 49 6.3 - Número de nascidos vivos Analisando a tabela 3, verifica-se que as ratas tratadas com verapamil nas doses de 24/mg/rato/dia (01) e 2,4 mg/rato/dias (02), por 10 semanas, apresentaram redução estatisticamente significante de nascimentos de filhotes, havendo uma diminuição de 61% nas ratas tratadas com a dose maior e de 30% naquelas, tratadas com a dose menor. 50 Tabela 3- Número de nascidos vivos (= número de implantações - número de reabsorções) de ratas dos grupos controle e tratado com verapamil na água de beber nas doses de 24 mg/rato/dia (D1) e 2,4 mg/rato/dia (D2) durante 1O semanas*. Número de nascidos vivos por rata Controle 5 5 10 10 7 9 6 10 10 9 5 13 8 7 Média 8,1 O.Padrão ±2,8 8,5 Mediana Tratado (01) 13 11 o Tratado (02) 16 o 11 4 o 11 13 7 o o o o 9 6 o 11 12 4 o 2 o o o o o 3,22 ±5,67 o 7,2 ±5,8 8,0 *7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez. 51 Tabela 3 A- Análise de variância (teste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados da tabela 3. Resultado do Teste de Kruskai-Wallis Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 6.0727 Valor do X2 para 2 graus de liberdade .6.07 Probabilidade H calculado de Ho para esse 4.80% valor *Significante ao nível,de 1% (a= 0,01) Comparação entre médias dos postos as amostras Amostras comparadas Diferenças (Comparações duas a duas) entre médias Valores Críticos (a.) 0,05 0,01 Significância 0,001 Controle XD1 11.4167 8.1303 10.8851 14.3086 1% Controle XD2 2.2000 9.4465 126473 16.6251 ns 01 XD2 9.2167 8.9986 12.0476 15.8368 5% Representação Gráfica dos dados das Tabelas 1, 2 e 3 Gráfico 1 - Valores médios de implantações uterinas, reabsorções fetais e nascidos vivos de ratas controle e tratadas com verapamil nas doses de 24mg/rato/dia (01) e 2 ,4mg/rato/dia (02) 14 12 +--- - -1 10 11) , ~ontrote 8 ratado (01) .~ I -G> E 6 4 +----1 2 I I O I .,.., Implantações Reabsorções Nascidos vivos I ratado (02) 53 6.4 - Análise macroscópica dos filhotes A análise macroscópica dos filhotes, realizada com auxílio de uma lupa de pequeno aumento, não detectou alterações morfológicas quanto a implantações das orelhas, olhos, conformação craniana, desenvolvimento dos membros inferiores e superiores, em nenhum dos grupos experimentais estudados. 54 6.5 - Peso médio dos nascidos vivos Os dados das tabelas 4 e 5, referem-se ao peso (g) individual dos nascidos vivos de ratas dos grupos controle e tratadas com verapamil na água de beber, deionizada, nas doses de 24mg/rato/dia (01) e 2,4 mg/rato/dia (0 2) durante 10 semanas. Verificam-se alterações significantes do peso médio entre animais dos grupos Controle e Tratado, constatando uma diminuição de peso em cerca de 18% para os animais do grupo Tratado (01) e de 10% para os do grupo Tratado (02). Tabela 4 - Peso individual (em gramas) de nascidos vivos (por ninhada) de ratas do grupo Controle e submetidas a cesariana ao 21° dias de gestação. Peso individual dos nascidos vivos por ninhada (g) Controle ninhadas 1 8,00 2 8,40 3 7,90 4 8,00 5 8,00 6 8,00 7 8 8,00 8,00 8,40 7,90 7,90 8,00 8,00 8,50 8,40 7,80 8,00 8,00 8,00 8,30 7,80 7,50 8,50 8,30 7,00 8,00 9 7,60 10 8,00 11 8,00 12 7,60 13 8,00 14 8,00 8,00 7,90 7,90 8,00 8,00 7,60 8,00 8,00 7,90 8,00 7,90 7,90 8,00 8,00 7,60 8,00 8,00 8,00 7,90 8,00 7,90 7,90 7,90 8,00 7,90 7,90 8,00 7,50 8,00 8,00 8,00 7,80 7,90 8,50 8,00 7,90 7,80 8,00 7,50 7,90 8,50 8,00 8,00 7,90 7,60 8,50 7,90 8,00 8,00 7,50 7,90 8,50 7,90 7,80 8,00 7,90 8,00 8,00 8,00 7,90 7,80 7,90 8,00 8,00 7,90 7,90 8,00 7,90 8,00 8,00 7,70 7,60 8,00 7,60 7,90 8,00 7,70 7,60 7,60 7,60 7,60 7,90 7,95 8,00 7,86 7,85 8,14 7,80 8,07 8,00 8,20 8,36 7,71 7,74 Média D.Padrão ±0,27 ±0,05 ± 0,29 ±O, 19 ±0,24 ±0,05 ±0,00 ±O, 10 ±O, 17 ±0,24 ±0,00 ±0,16 8,00 7,90 7,90 8,00 8,00 7,90 8,00 8,00 7,85 7,60 8,00 8,40 Mediana *7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez. **Média, desvio padrão e mediana correspondente aos valores individuais de todas as ninhadas. 7,96 ±0,07 8,00 8,00 ±0,00 8,00 Tabela 5- Peso individual, em gramas, dos nascidos vivos (por ninhada) de ratas com gestação à termo dos grupos tratados com verapamil na água de beber, durante 10 semanas*, nas doses de 24 mg/rato/dia (0 1 ) e 2,4 mg/rato/dia (0 2 } e submetidas a cesariana, ao 21°. dia de gestação. Peso individual dos nascidos vivos por ninhada (g) Tratado (01) ninhadas Média D.Padrão Mediana Tratado (02) 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 5,90 5,90 6,00 6,40 6,60 6,60 6,80 6,80 6,70 7,00 7,00 5,90 5,90 6,50 6,50 5,80 6,80 5,80 6,50 5,90 5,90 6,80 6,90 6,90 7,00 7,00 7,00 6,90 6,40 6,90 6,40 5,90 6,60 6,50 5,90 6,80 5,90 6,80 6,90 6,40 6,40 6,40 6,50 5,90 5,80 5,80 6,50 6,50 6,40 6,80 6,80 6,90 7,00 5,90 5,90 7,00 7,00 7,00 7,50 7,50 7,50 7,90 7,60 7,60 7,00 7,00 6,90 6,90 7,00 7,20 7,20 7,00 6,90 6,90 7,00 7,20 7,20 6,90 6,90 7,30 7,30 6,80 6,80 7,30 7,00 6,90 6,90 7,00 7,00 7,00 7,30 7,30 7,60 7,60 6,90 6,70 7,00 7,00 7,20 7,50 7,50 7,30 7,30 7,30 7,40 7,00 7,50 6,50 6,50 6,50 7,00 7,00 7,00 7,50 7,50 7,50 6,50 6,50 7,90 7,90 7,20 7,20 7,80 7,80 7,80 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 6,47 ±2,40 6,60 6,89 ±0,45 0,50 6,97 ±0,05 7,00 6,43 ±0,40 6,50 6,39 ±0,30 6,49 7,22 ±0,32 7,10 7,06 ±0,20 7,00 7,05 ±0,17 7,00 6,90 ±0,40 7,00 7,80 ±0,30 7,90 - -- 6,45 ±0,63 6,45 7,00 ±0,00 7,00 7,22 ±0,33 7,20 *7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez **Média, desvio padrão e mediana correspondente aos valores individuais de todas as ninhadas. 7,30 ±0,16 7,30 y 57 Tabela 4 A- Análise de variância (teste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados das tabelas 4 e 5. Resultado do Teste de Kruskai-Wallis Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 21.6659 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 21.67 Probabilidade H calculado de Ho para esse valor 0.00% *Significante ao nível,de 1% (a= 0,01) Comparação entre médias dos postos das amostras Amostras comparadas (Comparações duas a duas) Diferenças entre médias 0,05 Valores Críticos (a) 0,01 0,001 Significância Controle XD1 17.0357 3.6209 4.8987 6.5475 0,1% Controle XD2 10.2500 3.6209 4.8987 6.5475 0,1% XD2 6.7857 4.1810 5.6566 7.5604 1% 58 6.6- Comprimento, peso úmido e peso seco dos fêmures de mães. Constam na tabela 6 e gráfico 2, os resultados referentes ao comprimento, peso úmido e peso seco de fêmures de ratas controle e de ratas tratadas com verapamil nas doses de 24 mg/rato/dia (01) e 2.4 mg/rato/dia (02 ) durante 10 semanas (7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez). Os dados mostram que não houve alterações estatisticamente significante no comprimento do fêmur de ratas tratadas com verapamil, nas duas doses. Os dados das tabelas 6 mostram que nas ratas tratadas com verapamil, em ambas as doses, ocorreu aumento estatisticamente significante dos pesos úmido e seco dos fêmures. Tabela 6- Comprimento, peso úmido e peso seco de fêmures de ratas controle e tratadas com verapamil nas doses de 24 mg/rato/dia (01) e 2,4 mg/rato/dia (02). Comprimento (mm) de fêmur Controle Média D.Padrão Mediana Tratado (O,) Tratado (02) Peso úmido (mg) Peso seco (mg) Conrole Tratado (O,) Tratado (02) Controle 340 320 300 250 322 273 377 300 300 252 270 315 345 345 21 21 21 20 35 36 36 37 35 35 36 35 36 36 36 36 38 36 35 35 36 37 35 22 21 20 21 21 21 20 21 29 31 30 30 30 30 31 29 30 29 825 884 866 835 600 600 740 620 590 500 640 570 620 700 851 894 872 780 852 811 854 815 880 959 867 837 780 902 963 872 755 767 633 769 800 720 689 696 674 674 635 690 31,57 ±7,15 35,00 28,88 ±7,80 35,00 29,90 ±0,73 30,00 685,00 ±123,75 630,00 850,61 ±59,45 853,00 698,00 ±53,10 689,50 Tratado (O,) Tratado (02) 330 341 390 370 323 342 339 347 366 390 360 330 340 350 340 357 392 362 347 350 347 349 330 340 340 350 350 349 307,78 ±37,49 307,50 *?semanas antes e 3 semanas durante a prenhez. **Média, desvio padrão e mediana correspondente aos valores individuais de todas as ninhadas. 353,83 ±21,21 348,50 345,20 ±6,58 348,00 60 Tabela 6 A- Análise de variância (teste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados da tabela 6, referentes ao comprimento e ao peso úmido do fêmur. Resultado do Teste de Kruskal-wallis, relativo ao comprimento do fêmur Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 2.0871 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 2.09 Probabilidade de Ho para H calculado * Não significante (a> 0,05) esse valor 35.22% Resultado do Teste de Kruskal-wallis, relativo ao peso úmido do fêmur Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 19.5686 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 19.57 Probabilidade de Ho para esse H calculado *Significante ao nível de 1% (a> 0,01) valor O. 01% Comparação entre médias dos postos das amostras Amostras comparadas (Comparações duas a duas) Significância Diferenças entre médias 0,05 0,01 0,001 Valores Críticos (a:) Controle XD1 17.0238 6.5549 8.7759 11.5361 0,1% Controle XD2 0.2571 7.6161 10.1967 13.4037 ns 01 XD2 16.7667 7.2549 9.7132 12.7681 0,1% 61 Tabela 6B- Análise de variãncia (teste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados da tabela 6, referentes ao peso seco do fêmur. Resultado do Teste de Kruskal-wallis, relativo ao peso seco do fêmur Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 14.5887 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 14.59 Probabilidade de Ho para esse H calculado *Significante ao nível de 1% (a.> 0,01) valor 0.07% Comparação entre médias dos postos das amostras Amostras comparadas (Comparações duas a duas) Diferenças entre médias 0,05 0,01 0,001 Significância Valores Críticos (a) Controle XD1 15.9484 7.2649 9.7265 12.7857 0,1% Controle XD2 13.8929 8.4411 11.3012 14.8556 1% 01 XD2 2.0556 8.0408 10.7653 14.1511 ns Representação Gráfica dos dados da Tabela 6 Gráfico 2 - Valores médios de comprimento em (mm) e pesos úmido e seco (mg) dos fêmures das ratas controle tratadas com verapamil nas doses de 24 mg/rato/dia (01) e 2,4 mg/rato/dia (02) ---~ 400 . 00 900,00 800,00 350,00 700,00 300,00 600,00 I 1 1Peso úmido (mg) az3 Peso seco (mg) 250,00 ':I 500,00 C) E I 200,00 E E 400,00 150,00 300,00 100,00 200,00 50,00 100,00 0,00 0,00 Controle Tratado (01) Tratado (02) L - comprimento (mm) 63 6. 7 - Dosagens bioguímicas 6.7.1- Concentração de cálcio plasmático das mães Com relação às concentrações de Cálcio plasmático das mães, os dados demonstrados na tabela 7 e gráfico 3, mostram que ocorreu diminuição significante, em cerca de 11% nos animais do grupo tratado com a dose de 24 mg/rato/dia, enquanto que aquelas ratas tratadas com a dose de 2,4 mg/rato/dia, os níveis séricos de cálcio são comparáveis aos do grupo controle. 64 6.7.2- Concentração de Cálcio plasmático dos filhotes Os filhotes das mães dos grupos controle e tratado com verapamil nas doses de 24 mg/rato/dia (01) e 2,4 mg/rato/dia (02), não mostraram diferenças significantes, em relação à concentração de Cálcio plasmático. Esses valores são, contudo, significativamente menores do que nas mães, em todos os grupos. Os dados constam na tabela 8 e gráfico 4. 65 6.7.3- Concentração de fosfato plasmático das mães Os dados da tabela 7 e gráfico 3 referem-se à concentração média de fosfato plasmático das mães dos grupos controle e tratados 1O semanas (T1 O) nas doses de 24mg/rato/dia e 2,4 mg/rato/dia. Certifica-se que houve diminuição significante na concentração média de fósfato plasmático das mães tratadas com a dose maior, não ocorrendo naquelas tratadas com a dose mais baixa. 66 6.7.4- Concentração de fosfato plasmático dos filhotes Pelos dados da tabela 8 e gráfico 4 não houve diminuição significante, quanto à concentração média de fosfato plasmático dos filhotes de mães do grupo tratado quando comparadas com os filhotes das mães do grupo controle. Observa-se que houve uma diminuição significante nos níveis de fosfato plasmático dos filhotes com relação as mães controle. Não se demonstrou influência do tratamento com verapamil sobre o fosfato de filhotes. 67 6.7.5- Concentração de proteínas totais plasmáticas das mães Nas ratas tratadas com verapamil não ocorreram alterações significantes na concentração média de proteínas totais plasmáticas, em relação às ratas pertencentes ao grupo controle. Os resultados constam na tabela 7 e gráfico 3. 68 6. 7.6 -Concentração de proteínas totais plasmáticas dos filhotes Os filhotes apresentaram níveis plasmáticos de proteínas totais consideravelmente mais baixos do que as respectivas mães. Entretanto, o tratamento com verapamil nas duas doses, não causou alteração significante desse parâmetro. Os resultados onstam nas tabela 8 e gráfico 4. Tabela 7- Concentrações plasmáticas de Cálcio (mg/100 ml), fosfato inorgânico (mg/100 ml) e proteínas totais (g/100 ml) de ratas dos grupos controle e tratados com verapamil na água de beber, deionizada, nas doses de 24 mg/rato/dia (0 1 ) e 2,4 mg/rato/dia (02), durante 10 semanas. Concentrações plasmáticas por rata Tratado (01) Controle Câlcio Fosfato Proteínas Câlcio Fosfato Proteínas 5,44 3,36 3,55 5,58 3,51 5,25 3,51 5,37 5,02 2,18 2,36 5,14 2,56 5,08 1,19 5,09 5,02 3,60 3,19 4,45 2,98 5,04 2,78 5,77 2,03 7,65 3,05 6,05 3,32 5,62 1,38 5,25 2,98 5,85 2,79 Média 6,13 3,97 7,66 5,45 ±0,74 D.Padrão ±0,28 ±0,60 ±0,80 ±0,68 2,98 Mediana 6,08 4,18 7,46 5,25 • 7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez **Média, desvio padrão e mediana correspondente aos valores 6,24 6,74 6,02 6,06 5,97 6,53 6,07 6,09 6,40 5,97 6,09 6,05 6,13 5,53 3,80 2,47 3,12 3,68 4,69 4,48 3,57 4,21 4,28 4,35 4,25 4,14 4,07 4,53 8,90 9,08 7,36 7,27 8,27 7,47 6,63 8,03 6,99 6,46 7,09 8,54 7,73 7,45 Tratado (D2) 5,86 6,07 6,00 7,44 6,89 5,92 5,94 7,47 6,97 8,07 7,45 7,63 7,27 8,28 8,36 6,86 7,81 7,07 ±0,85 7,27 Câlcio Fosfato Proteínas 5,97 5,90 5,85 6,08 5,50 6,10 6,30 5,90 6,50 5,90 4,05 3,98 3,70 4,05 3,93 3,70 3,90 4.05 3,93 3,80 7,90 7,48 7,01 8,40 8,78 8,50 7,97 7,65 8,25 7,97 6,00 ±0,27 5,93 3,90 ±0,12 3,83 7,99 ±0,52 7,97 individuais de todas as ninhadas. 70 Tabela 7A - Análise de variância (teste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados da tabela 7, referentes às concentrações plasmáticas de Cálcio das mães. Resultado do Teste de Kruskal-wallis Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 19.0825 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 19.08 Probabilidade calculado de Ho para esse valor H 0.01% *Significante ao nível de 1% (a> 0,01) Comparação entre médias dos postos das amostras Amostras comparadas (Comparações duas a duas) Diferenças Significância Valores Críticos (a) entre médias 0,05 0,01 0,001 Controle XD1 18.1492 6.4924 8.6980 11.4447 0,1% Controle XD2 4.7286 7.4482 9.9785 13.1296 ns 01 XD2 13.4206 7.1692 9.6047 12.6377 0,1% 71 Tabela 78 - Análise de variância (teste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados da tabela 7, referentes às concentrações plasmáticas de fosfato. Resultado do Teste de Kruskal-wallis Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 23.9672 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 23.97 Probabilidade H calculado de Ho para esse valor 0.00% *Significante ao nível de 1% (a.> 0,01) Comparação entre médias dos postos das amostras Amostras comparadas (Comparações duas a duas) Diferenças Significância Valores Críticos (a) entre médias 0,05 0,01 0,001 Controle X 01 19.5021 5.6850 7.6163 10.0214 0,1% Controle X02 2.4286 6.5220 8.7376 11.4968 ns 01 X02 17.0735 6.2776 8.4102 11.0661 0,1% 72 Tabela 7C - Análise de variância (teste de Kruskai-Wallis), relativa aos dados da tabela 7, referentes às concentrações de proteínas totais das mães. Resultado do Teste de Kruskal-wallis Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 7.9557 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 7.96 Probabilidade de Ho para esse valor H calculado 1.87% *Significante ao nível de 5% (a> 0,05) Comparação entre médias dos postos das amostras Amostras comparadas (Comparações duas a duas) Diferenças Significância Valores Críticos (a) entre médias 0,05 0,01 0,001 Controle XD1 7.0105 8.0389 10.7698 14.1708 ns Controle XD2 6.2071 9.2224 12.3554 16.2571 ns 01 XD2 13.2176 8.8769 11.8925 15.6480 1% Tabela 8- Concentrações plasmáticas de Cálcio (mg/100 ml), fósffato inorgânico (mg/100 ml) e proteínas totais (g/100 ml) de filhotes de ratas dos grupos controle e tratados com verapamil na água de beber, nas doses de 24 mg/rato/dia (D 1 ) e 2,4 mg/rato/dia (D2), durante 10 semanas*. Concentrações plasmãticas por ninhada Tratado (01) Controle Cálcio Fosfato Proteínas Cálcio Fósforo Tratado (02) Proteínas Cálcio Fósforo Proteínas 5,19 3,20 2,68 3,50 2,41 5,30 2,60 4,30 3,45 5,21 3,86 2,59 5,10 2,25 2,70 4,45 3,82 5,09 1,66 3,94 2,26 3,58 5,12 5,40 2,38 3,35 3,13 4,83 1,87 2,05 3,19 4,95 2,20 5,28 2,90 5,09 1,80 3,03 4,39 3,31 5,40 2,60 3,60 5,77 3,15 1,86 4,95 5,61 2,20 2,95 2,07 3,13 5,25 5,30 2,30 3,50 3,44 2,41 5,37 3,22 2,32 6,13 3,27 2,76 5,61 3,27 3,03 5,97 3,38 1,93 5,33 3,35 2,25 5,13 3,26 2,68 4,45 Média 5,27 2,48 3,39 5,08 2,47 2,86 5,20 2,42 3,36 D.Padrão ±0,55 ±0,42 ±0,33 ±0,15 ±0,99 ±0,75 ±0,19 ±0,27 ±0,33 Mediana 5,30 2,36 3,27 5,09 1,87 2,51 5 30 2,38 3,45 * 7 semanas antes e 3 semanas durante a prenhez **Média, desvio padrão e mediana correspondente aos valores individuais das ninhadas(pool de filhotes). -- 74 Tabela 8 A- Análise de variância (Teste de Kruskai-Wallis, relativa aos dados da tabela 8. Resultado do Teste de Kruskal-wallis, relativo às concentrações plasmáticas de Cálcio Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 2.5973 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 2.60 Probabilidade de Ho para H calculado *Não significante (a> 0,05) esse valor 27.29% Resultado do Teste de Kruskal-wallis, relativo às concentrações plasmáticas de fosfato. Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado 0.4320 Valor do X2 para 2 graus de liberdade 0.43 Probabilidade de Ho para H calculado *Não significante (a> 0,05) esse valor 80.57% Resultado do Teste de Kruskal-wallis, relativo às concentrações plasmáticas de proteínas totais. Valor (H) de Kruskai-Wallis calculado Valor do X2 para 2 graus de liberdade Probabilidade de Ho para esse valor calculado *Não significante (a> 0,05) H 2.4538 2.45 29.32% Representação Gráfica dos dados da Tabela 7 Gráfico 3 - Valores médios de concentracões plasmáticas de Cálcio e Fosfato (mg/1 OOml) e proteínas totais (g/1 OOml) de ratas controle e tratadas com verapamil nas doses 24mg/rato/dia (01) e 2,4mg/rato/dia (02) 7 , 00 ~-------------------------------------------------------------- 10,00 9,00 6,00 - 1 - --t 8,00 5,00 + - - - 7,00 Cálcio (mg/ 1OOml) 6,00 e 4,oo o o .... o, 5,00 E 3,00 4,00 3,00 2,00 - 1 - - -- i 1,00 0,00 ' e ....g c:n + -----; 2,00 +----1 1' 00 - ma· wra '------+ Controle Tratado (01 ) Tratado (02) o'00 Fosfato (mg/100ml) ..,._Proteína (g/100ml) Representação Gráfica dos dados da Tabela 8 Gráfico 4 - Valores médios de concentracões plasmáticas de Cálcio e Fosfato (mg/1 OOml) e proteínas totais (g/1 OOml) de filhotes de ratas controle e tratadas com verapamil nas doses 24mg/rato/dia (01 ) e 2,4mg/rato/dia (02) 6,00 ·---~~ 6 , 00 5,00 +-- 4,oo I 13,00 -1 I IRI t nszw:' '.61 I 5,00 Mft'ftt I 4,00 Fosfato (mg/1 OOml) _ !. . _Proteína (g/100ml) E ... 3,00 0,00 ' ....g Ql 2,00 1,00 +-- j ~ Cálcio (mg/100ml) 2,00 ---' I 1- 1,00 ' - - - + 0,00 '>'j'"," Controle Tratado (01) Tratado (02) 77 6.8 -Análises microscópicas dos germes dentários dos filhotes - Histologia. Na análise histomorfológica dos germes dentários de todos filhotes , estudouse, ao 21° dia da prenhez ,deposição de cálcio no tecido ósseo e dentário, tecido alveolar, células da polpa e o próprio germe dentário. As características histomorfológicas parecem indicar maior deposição de Cálcio no tecido dentinário dos germes dentários de filhotes oriundos de mães tratadas com verapamil em ambas as doses, em relação aos oriundos de mães do grupo controle. Os germes dentários apresentaram morfologia segundo Farris & Griffith, 1971, Moore, 1976; Mjor, & Fejers, 1990, no estágio caracterizado por fase de "campânula" do órgão do esmalte dental, figuras 1 A 18. As células mesenquimais formadoras dos dentes de crescimento contínuo, aparecem em camadas contíguas , de odontoblastos que são células produtoras de dentina e de ameloblastos produtores de esmalte dental. Observa-se a cavidade pulpar totalmente preenchida por tecido conjuntivo frouxo, circundada por uma nítida e fina camada rósea, clara de matriz de pré-dentina. Pode-se observar ainda aposição de larga camada mais escura avermelhada, de tecido começando a formar a dentina propriamente dita e aparentemente, ausência de esmalte dental, nos germes dentários dos filhotes de mães do grupo Controle. (figuras 7 e 16). Nos germes dentários dos filhotes de mães do grupo Tratado, na região tecidual relativa a dentina propriamente dita, observa-se uma larga camada de 78 tecido bem escuro, praticamente preto, com grande concentração de cálcio uniformemente distribuída, compacta, nitidamente visível e totalmente diferenciada em relação ao Controle. (figuras 8, 9, 17 e 18) Aparece em seguida a esta uma camada de ameloblastos colunares présecretores evidenciando ausência da matriz do esmalte dental. Circundando o germe dentário, verifica-se presença da formação do osso alveolar, com trabéculas de matriz óssea , uniformes e regulares, separadas entre si por tecido conjuntivo frouxo. A matriz óssea mostrou nitidamente a deposição de substância mineral, de maneira bem uniforme em todos os filhotes estudados, caracterizando maior deposição de cálcio na estrutura óssea dos filhotes de mães tratadas com verapamil em ambas as doses. 79 Figura 1- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de fi lhote oriundo de mãe Controle - VON KOSSA - 32X. 80 Figura 2- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (01)- VON KOSSA- 32X. Figura 3- Microfotografia de germe dentário (21 o dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (0 2 ) - VON KOSSA- 32X. 81 Figura 4- Microfotografia de germe dentário (21 ° dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Controle - VON KOSSA - 60X. 82 Figura 5- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (0 1)- VON KOSSA - 60X. Figura 6- Microfotografia de germe dentário (21 o dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (02 ) - VON KOSSA - 60X. 83 Figura 7- Microfotografia de germe dentário (21 o dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Controle - VON KOSSA- 160X. Polpa dentária (3) Pré-dentina (2) Dentina (1 ). 84 Figura 8- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada {D 1) - VON KOSSA - 160X. Polpa dentária (3), Pré-dentina (2) e Dentina (1) Figura 9- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo inferior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (D 2 ) - VON KOSSA - 160X. Polpa dentária (1 ), Pré-dentina (2) e Dentina (1 ). 85 Figura 10- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Controle- VON KOSSA- 32X. 86 Figura 11- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (0 1) - VON KOSSA32X. Figura 12- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (02 ) - VON KOSSA 32X. 87 Figura 13- Microfotografia de germe dentário (21 o dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Controle - VON KOSSA- 60X. 88 Figura 14- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (01)- VON KOSSA 60X. Figura 15- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (02 ) - VON KOSSA60X. 89 Figura 16- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Controle - VON KOSSA 160X. Polpa dentária (3), Pré-dentina (2) e Dentina (1 ). 90 Figura 17- Microfotografia de germe dentário (21 o dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (D1)- VON KOSSA 160X. Polpa dentária (3), Pré-dentina (2) e Dentina (1). Figura 18- Microfotografia de germe dentário (21° dia da gestação). Incisivo superior, corte longitudinal, de filhote oriundo de mãe Tratada (D2) - VON KOSSA160 X. Polpa dentária (3), Pré-dentina (2) e Dentina (1 ). 91 7 - DISCUSSÃO • Uma das grandes preocupações médicas e científicas em relação ao uso indiscriminado de drogas por gestantes, está nos riscos que as mesmas podem trazer para o feto em desenvolvimento. Sabe-se que muitas substâncias medicamentosas administradas antes, durante e depois da gestação, podem causar tanto alterações no desenvolvimento embrionário, como resultar em organismos debilitados ou portadores de malformações congênitas, incompatíveis com a sobrevi da. Tais modificações orgânicas podem ser de origem morfológica ou funcional, observadas em várias espécies animais, inclusive no homem. Fator importante a considerar é a relação entre mãe e unidade feto-placentária. A unidade fetoplacentária é complexa com propriedades específicas de absorção, distribuição e eliminação de drogas. As drogas chegam à placenta pela circulação materna e seu transporte depende da difusão através da membrana, da quantidade de droga que chega ao local de transporte, do fluxo sangüíneo placentário, e da permeabilidade da barreira placentária. Desta maneira, o feto está exposto, essencialmente, á ação de drogas lipossolúveis administradas à mães, as quais podem provocar anomalias congênitas ou efeitos adversos, sobre o concepto. 92 O embrião é mais sensível às agressões químicas do que o feto em estágios mais avançados de desenvolvimento, devido à alta taxa de proliferação e menor diferenciação celular, desencadeadas em curto período de tempo. A agressão indireta ao feto, através dos efeitos sobre a mãe, seja pelo suprimento inadequado de nutrientes, conseqüentes de má nutrição materna, fisíopatologia, ou diminuição do fluxo sangüíneo útero-placentário para o feto, pode trazer conseqüências graves, como reabsorções fetais. O fluxo sangüíneo materno-fetal pode ser mantido pela perfusão de outros órgãos maternos, mas a homeostasia pode ser influenciada por altas doses de droga que alteram o débito cardíaco. No presente trabalho, foi observado que a administração de drogas bloqueadoras dos canais de cálcio (BCC), por tempo prolongado, em diferentes doses, em ratas, antes e durante a prenhez, provocou elevado número de reabsorções fetais, crescente em proporção direta às doses, sem causar, contudo, nos filhotes que evoluíram para o nascimento, anomalias congênitas mensuráveis, caracterizando embriofetotoxicidade da droga. Uma das conseqüências visíveis sobre os resultados obtidos, ao invés de malformações, parece ser um atraso no desenvolvimento somático dos filhotes, o que foi verificado pela diminuição do peso, quando as mães foram tratadas com a dose mais alta. Pode-se supor que o verapamil não foi tóxico para os fetos, em que pese a menor metabolização de drogas nestes, em decorrência da baixa atividade dos sistemas enzimáticos envolvidos na biotransformação de drogas. Somam-se ainda, mecanismos de excreção imaturos, sobrepostos à 93 combinação de uma barreira hematoencefálica pouco desenvolvida e mais permeável. A significante diminuição do número de nascidos-vivos, o menor peso dos filhotes e as menores concentrações séricas de cálcio e fosfato, podem estar associados ao transporte da droga em estudo, da mãe tratada para o feto, através da unidade placentária. As conseqüências mais pronunciadas para os recém-nascidos de cujas mães receberam o bloqueador dos canais de cálcio na dose mais alta (24 mg/rato/dia), indicam a importância da relação mãe e unidade feto-placentária, a ser considerada quando do uso clínico destas substâncias, durante a gestação. No presente trabalho, o esquema experimental de tratamento foi semelhante ao adotado por Samnegard & Sjõdén (1992), quando estudaram a influência do verapamil sobre o tecido ósseo de ratos, constatando que a droga causou aumento do volume ósseo e osteopenia em ratas fêmeas, enquanto que nos ratos machos ocorreu, contrariamente, aumento do peso das cinzas, traduzindo maior volume de mineralização, a par de diminuição de volume. Esses autores supõem que, se o verapamil age por estimulação de hormônios androgênicos, isso poderia explicar por que as fêmeas desenvolveram osteoporose, enquanto que os ossos dos machos se tornaram mais mineralizados. Os resultados obtidos no presente trabalho, contrariam tal hipótese, uma vez que se observou maior mineralização nos ossos de fêmeas tratadas, ao lado de significante hipocalcemia. Por outro lado, é bem conhecido que a absorção de cálcio aumenta durante a gravidez e lactação (Brommage et 94 ai., 1990). Tal não foi demonstrado neste trabalho, porque, apesar de fatores que aumentam o aporte de cálcio, como sejam a gestação e o verapamil, ao lado de dieta normal, fornecendo 0,360 mg/dia/rato do íon, a hipocalcemia foi a resposta observada. Durante o presente experimento as ratas não evidenciaram efeitos colaterais associados ao verapamil, quando receberam a droga nas duas doses, as quais corresponderam a 1,2 e 12 vezes àquelas usadas no homem. Entretanto, Hofer et ai, 1993, relataram um índice significante de mortalidade, causada por superdosagem de verapamil, envolvendo adultos e crianças. Para trinta casos de intoxicação, dos quais oito tiveram êxito letal, as pacientes apresentaram hipotensão, alteração da consciência, bradicardia, hiperglicemia e outros. As doses de verapamil que causaram intoxicação, variaram de 0,48 g a 9,3 g. Foi demonstrado por Triggle & Swamy, 1992, que a ação seletiva dos bloqueadores dos canais de cálcio, depende de vários fatores, dentre eles o estado patológico do tecido; pacientes com disfunção hepática ou renal que fazem uso de doses terapêuticas são passíveis de superdosagem, com intoxicação decorrente. Os resultados obtidos das ratas mães, submetidas ao esquema experimental proposto, chamaram a atenção visto implantações uterinas - estimulado que o número de significativamente pelo verapamil - correspondeu ao número de óvulos liberados, mas não ao de filhotes: em 61% das ratas tratadas com a dose mais elevada (D1), e em 30% daquelas tratadas com a dose menor (0 2 ), houve reabsorção total dos embriões. Tais resultados 95 indicam que o verapamil, ao lado de estimular as respostas ovarianas das ratas, induziu, em fases precoces da gestação, morte com reabsorção fetal, enquanto que não afetou, de maneira aparente, os filhotes que sobreviveram a essa fase. Sabe-se que o íon de cálcio exerce papel preponderante no desenvolvimento dos tecidos mineralizados, principalmente ósseo e dentário. Assim, qualquer alteração dos níveis de cálcio sérico pode causar desordens fisiológicas, comprometendo as células responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento estrutural desses tecidos. A diminuição da concentração sérica do cálcio das mães, observada com a dose mais elevada (01) de verapamil, pode estar relacionada com o elevado índice de reabsorções fetais nas ratas tratadas, afetando, em conseqüência, o número de filhotes nascidos vivos. Contudo essa assertiva é contrariada pelo fato de que reabsorções fetais ocorreram também em ratas tratadas com a dose dez vezes menor (02), e nas quais o nível de cálcio sérico não foi significativamente alterado pelo verapamiL O aumento das implantações uterinas correspondeu ao maior número de óvulos liberados; o fato, observado nas mães tratadas com as duas doses de verapamil, é curioso e de difícil explicação. Como já foi referido, tal aumento de implantações não correspondeu a aumento do número de filhotes, ocorrendo, contrariamente, diminuição significante de nascidos vivos. Pode-se especular, para verificação futura, que o cálcio teria influenciado na atresia ovariana, a qual é calciodependente, induzindo a liberação de alguns óvulos imaturos, os quais, ainda que implantados não evoluíram para a formação de filhotes. Como o número de filhotes nascidos vivos foi significativamente menor do que nas ratas controle, 96 supõe-se uma toxicidade intrínseca do verapamil sobre o embrião, resultando em reabsorção. É bem conhecido que os mecanismos concentrações fisiológicas de cálcio se processam, de controle das principalmente, sob influência dos hormônios calcitonina (CT) e paratormônio (PTH), e de Vitamina D. Mudanças nas concentrações de cálcio extracelular, podem influenciar a liberação e secreção dos hormônios cálcio-regulatórios. Assim, a liberação da calcitonina é diretamente proporcional às concentrações de cálcio do líquido extracelular, enquanto que a do paratormônio, ocorre de maneira inversa. A calcitonina atua como regulador de cálcio a curto prazo, eleva a quantidade de cálcio na urina e inibe a reabsorção óssea, por mecanismos de retroalimentação. O paratormônio é um regulador de cálcio a longo prazo. Por mecanismos de retroalimentação, aumenta a concentração extracelular, pelo aumento da reabsorção tubular, de cálcio aumenta a absorção intestinal e mobiliza o cálcio do osso com subsequente reabsorção óssea. As ações do paratormônio sobre o tecido ósseo implicam ativação da adenilatociclase com formação de AMPc, nas células alvo. Aumentam a permeabilidade dos osteoclastos, osteócitos e osteoblastos para o cálcio, mobilizando-o do osso para o líquido extracelular, sob estimulação de vitamina D; conseqüentemente, dispara a formação de osteoclastos, diminuindo a síntese dos osteoblastos, aumentando a reabsorção óssea. Com base nessas informações, vários autores estudaram a influência desses hormônios cálcio regulatórios e os efeitos das drogas 97 bloqueadoras dos canais de cálcio sobre o metabolismo de cálcio ósseo e plasmático (Dziak & Stern, 1975; Sjõden et ai., 1977, Ramp et ai, 1979, Haberner et al.1984, Fox & Della Santina, 1989, Chagnac et ai, 1989, Zaidi et ai., 1989; Datta, 1990; Kim et ai, 1991; Bogin et ai, 1981, Samnegard & Sjõden, 1992; Richtie et ai, 1994). Conforme trabalho de Ritchie et ai, (1994), os osteosclastos atuariam na superfície óssea mineralizada, reabsorvendo a matriz óssea, liberando cálcio dentro de uma área circunvizinha a essas células, dando como resultado final, aumento da concentração intracelular de cálcio e subsequente reabsorção óssea local. Utilizando bloqueadores dos canais de cálcio em cultura de células ricas em osteosclastos, observaram que esses fármacos poderiam se ligar também aos canais de cálcio dos osteoclastos, bloqueando-os e promovendo aumento na concentração de cálcio intracelular, com significativa diminuição na reabsorção óssea. Foi demonstrado por Simekova et ai, 1987; Sjõden et ai, 1987; Fox & Della-Santina, 1989, Chagnac et ai, 1989; Zaidi et ai., 1990; Kim et ai., 1991; que o verapamil atua possivelmente bloqueando os canais de cálcio dos osteoclastos, mimetiza os efeitos do cálcio extracelular, promove uma rápida e sustentada elevação da concentração de cálcio intracelular, inibe a liberação e o transporte de cálcio do tecido ósseo e diminui a reabsorção, facilitando a deposição de cálcio no esqueleto. Já que a integridade do tecido ósseo depende de modo crítico do íon cálcio para o equilíbrio dinâmico entre absorção óssea e neoformação, é de 98 se esperar que ocorra, também, bloqueio dos canais de cálcio voltagem- dependente do tipo L, existentes nas células osteoblásticas de rato, relatadas por Grygorczyk et ai, 1989. Foi observado no presente trabalho, em cortes histológicos de germes dentários dos filhotes de mães tratadas com verapamil, maior deposição de cálcio em tecido relativo à dentina, a par de aparente aceleração na organização tissular dessas estruturas. Por outro lado, observou-se elevação dos pesos úmido e seco do fêmur das mães tratadas, fazendo supor que o verapamil tenha estimulado o aporte de minerais para o tecido ósseo. Esse resultado é coerente com os achados de Simekova et ai., 1987, quando relataram aumento da concentração de cálcio e fósforo no osso de rato, influenciado pelo verapamil. Os resultados apresentados neste trabalho sugerem que se estudem os efeitos do verapamil na incorporação de cálcio por ameloblastos e osteoblastos, usando-se técnica de cultura de tecidos. Encontra-se em andamento trabalho em que se verifica, usando o presente esquema experimental, a influência do verapamil no tempo de erupção dentária e na calcificação de dentes de ratos, após o nascimento. 99 8. CONCLUSÃO Os resultados do presente trabalho permitem concluir, que o verapamil, no esquema experimental utilizado e nas duas doses empregadas, a saber, 24 mg/rato/dia (D1) e 2,4 mg/rato/dia (0 2). a) não induziu sinais de intoxicação nas mães tratadas durante 1O semanas, embora a dose mais elevada tenha causado hipocalcemia, aparentemente assintomática; b) a droga causou significante aumento do número de óvulos liberados na fecundação e correspondente aumento de implantações uterinas; acarretou, contudo, elevada taxa de reabsorção fetal e correspondente diminuição do número de filhotes nascidos vivos. O efeito embriotóxico foi maior com a dose mais elevada (O,). c) a droga não apresentou efeito teratogênico, embora tenha sido observada redução de peso dos filhotes. d) em mães, e somente com a dose mais elevada, foi observada redução dos níveis plasmáticos de cálcio e fosfato, enquanto que nos filhotes, os níveis foram comparáveis aos controles. Entretanto, os níveis plasmáticos de cálcio, fosfato e proteínas nos filhotes, foram significativamente mais baixos que nas respectivas mães. 100 e) nas ratas tratadas com verapamil, nas duas doses, ocorreu aumento dos pesos úmido e seco dos fêmures, indicando aumento da mineralização. O comprimento do osso foi, contudo, reduzido. f) nos germes dentários de filhotes de mães tratadas com ambas as doses, o verapamil induziu maior deposição de cálcio na dentina, a par de aparente aceleração na organização tissular dessas estruturas, traduzindo maior mineralização de tecidos. 101 9. SUMMARY Calcium channel blockers are widely used in therapeutics, usually in long term treatments, often in pregnant women. lt was íntended, thís occasíon, to study the effects of verapamíl on dental germ of new-born from mothers treated with this drug, before and duríng pregnancy. lt was studíed the effects of the drug on uteríne implantatíon, fetal reabsorption, bone development and serum leveis of calcium, phosphate and total proteins in mothers and new-born. lt was used 73 Wistar rats (Ratus norvergicus, var. Albinus), quality controlled. The female were randomly divided in 3 groups, as fallows: the first receíved verapamil in doses of 24 mg/raVday, named group (01) the second received the drug in doses of 2.4 mg/raVday, named group (02); the third was a control group. The rats were kept in individual cases and received the drug in the drinking water during 1O weeks: 7 weeks before mating and three weeks during pregnancy. The cesarean surgery was performed at the 21st day. This occasion, heparinized blood samples were taken (to biochemical determinations) as well as ísolated the femoral bone (to bone development determinatíon). The new-born heads were isolated to hístology of dental germs and taken blood samples to biochemical determinatíons. To statistical analysis of the results were analyzed using nonparametrics Kruskai-Wallis variance test. 102 Results show that verapamil stimulates ovarian ovulation, increasing the uterine implantation, induced early fetal death and reabsorption but no malformation in the fetuses that succeed in overcoming this phase. lt was observed that verapamil caused no sign of intoxicatíon to mothers, but induced a lower serum calcium levei when the higher dose was used. Verapamil, in booth doses, induced a higher deposition of calcium in the dental germ accelerated its tissue organization. These results are coherent with the finding that verapamil increased femur wet and dry weight, indicating a hígher mineral bone depositíon. KEY-WORDS: calcium channel blockers, verapamil, dental germ. 103 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 - ABERNETHY, D.R., GUTKOWSKA, J., LAMBERT, M.D. Amlodipine in elderly hipertensive patients: pharmacokinetics and pharmacodynamics. J. card.lovasc. Pharmac.,.NewYork, v 12, n.p. 567-571, 1988. 2 -AIRES, M.M. et ai. Fisiologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991, 795 p. 3- AMORIM, J.B.O. Efeitos da isradipina (LOMIR). Agente inibidor de canais de cãlcio no processo de reparo em feridas de extração dental: estudo histológico em ratos. Dissertação (Mestrado em Odontologia, Área de Prótese-Buco-Maxilo-Facial) Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", 1995. 76p. 4 - ANDERSON, P., BONDESSAN, U., FAIRE, U. verapamil in patients with hyppertension. 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