Urologia, Oncologia e Cirurgia Vascular

Propaganda
CLÍNICA CIRÚRGICA
Urologia,
Oncologia e
Cirurgia Vascular
Autoria e colaboração
UROLOGIA
Ernesto Reggio
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP). Especialista em Cirurgia Geral e Urologia e mestre em Urologia pelo HC-FMUSP, onde foi preceptor na Divisão
de Clínica Urológica. Professor colaborador da Universidade de
Joinville (Univille). Research fellow no Long Island Jewish Hospital, em Nova York.
Assessoria didática
Eduardo Bertolli
ONCOLOGIA
Eduardo Bertolli
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Urologia pelo HC-UFPR.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e membro
efetivo da Sociedade Europeia de Urologia. Mestre e doutor em
Urologia pela UFPR. Médico da Uroclínica de Joinville e professor de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de
Joinville (Univille).
Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Especialista em Cirurgia
Geral pela PUC-SP. Título de especialista em Cirurgia Geral pelo
Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Especialista em Cirurgia
Oncológica pelo Hospital do Câncer A. C. Camargo, onde atua
como médico titular do Serviço de Emergência e do Núcleo de
Câncer de Pele. Título de especialista em Cancerologia Cirúrgica
pela Sociedade Brasileira de Cancerologia. Membro titular do
CBC e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Instrutor de ATLS® pelo Núcleo da Santa Casa de São Paulo.
Marcelo José Sette
Graziela Zibetti Dal Molin
Roberto Gomes Junqueira
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF). Especialista em Cirurgia Geral pelo Hospital São
Vicente de Paulo, em Passo Fundo, e em Urologia pelo Hospital
Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. Mestre em Urologia pelo
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (HC-FMUSP). Médico convidado da cadeira de Urologia do Curso de Medicina da Universidade de Joinville (Univille).
Research fellow no Long Island Jewish Hospital, em Nova York.
Carlos Henrique Suzuki Bellucci
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Cirurgia Geral e em Urologia pelo
Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE-SP).
Research fellow em Urodinâmica e Uroneurologia pelo Spinal
Cord Injury Center da Universidade de Zurique.
Odival Timm Junior
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Urologia pelo Hospital
Governador Celso Ramos, em Florianópolis. Mestre em Urologia
pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e médico colaborador
da Faculdade de Medicina da Universidade de Joinville (Univille).
Jean Carlo de Freitas Datovo
Graduado em Medicina pela Universidade São Francisco (USF).
Especialista em Cirurgia Geral e residente em Urologia pelo Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM-SP).
Natália Corrêa Vieira de Melo
Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Oncologia Clínica
pelo Hospital A. C. Camargo. Oncologista clínica do Hospital São
José/Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes (Beneficência Portuguesa de São Paulo).
Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino
Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP). Especialista e mestre em Ginecologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HC-FMUSP), onde foi preceptora de Internos e Residentes de Ginecologia. Especialista em Endometriose e Sexualidade
Humana pelo HC-FMUSP. Título de especialista em Obstetrícia e
Ginecologia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro da Sociedade Brasileira
de Endometriose (SBE), da Sociedade Brasileira de Reprodução
Humana (SBRH) e da World Endometriosis Society (WES).
Rodrigo da Rosa Filho
Graduado em Medicina e especialista em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pela Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP). Título de especialista em Obstetrícia
e Ginecologia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro da Associação
de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
Médico atuante no corpo clínico das Maternidades Santa Joana
e Pro Matre Paulista.
Rodrigo Antônio Brandão Neto
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Especialista em Clínica Médica pela Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP) e em Nefrologia pelo Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HC-FMUSP). Doutoranda em Nefrologia pela FMUSP.
Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Especialista em Clínica Médica, em Emergências Clínicas e em Endocrinologia pelo
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (HC-FMUSP), onde é médico assistente da disciplina de Emergências Clínicas.
Atualização 2016
Cristina Gonçalves Massant
Ernesto Reggio
Roberto Gomes Junqueira
Marcelo José Sette
Carlos Henrique Suzuki Bellucci
Odival Timm Junior
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Neurologia pela UNIFESP, onde
é médica colaboradora do setor de Doenças Neuromusculares.
Mauro Augusto de Oliveira
Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Especialista em
Neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN). Professor das disciplinas de Neurocirurgia e
Neurologia da PUC-Campinas. Médico da Casa de Saúde
de Campinas.
Atualização 2016
Eduardo Bertolli
Graziela Zibetti Dal Molin
Assessoria didática
Eduardo Bertolli
CIRURGIA VASCULAR
Luciana Ragazzo
Graduada pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Especialista em Cirurgia Geral e em Cirurgia Vascular pelo Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(HC-FMUSP), onde foi preceptora da disciplina de Cirurgia Vascular.
Atualmente, médica assistente do Instituto de Câncer do Estado
de São Paulo.
Allison Roxo Fernandes
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo
Amaro (UNISA). Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia Vascular
pelo Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM-SP).
Atualização 2016
Luciana Ragazzo
Assessoria didática
Eduardo Bertolli
Revisão técnica
Alyne Duarte Bacha
Cleiton Geraldo Terra
Élide Correia Cervantes
Gleica Maria Josino de Macena
Gustavo Swarowsky
Jéssica Hae Lim Lee
Lívia Benini Kohler
Luiz Felipe Ribeiro Cordoni
Maíra de Camargos Resende
Natália Varago Franchiosi
Priscilla Maggiotto Dias
Tamires de Menezes França
Apresentação
O estudante de Medicina, pela área escolhida considerado um apaixonado
por desafios, depois de anos submetido a aulas teóricas e plantões em diversos blocos deve enfrentar uma maratona ainda maior: a escolha de uma
especialização, sobretudo se esta exige pré-requisito, seguida da conquista
do ingresso em um centro e programa de Residência Médica de renome.
Mas isso só é possível com o auxílio de um material didático prático, bem
estruturado e preparado por quem é especialista no assunto, e a Coleção
R3, da qual fazem parte 6 volumes só de Clínica Cirúrgica, foi desenvolvida
nesse contexto. Os capítulos baseiam-se em temas recorrentes nas provas
dos principais concursos do Brasil, com pré-requisito em Clínica Cirúrgica,
ao passo que os casos clínicos e as questões são comentados a fim de oferecer a interpretação mais segura possível de cada resposta.
Bons estudos!
Índice
UROLOGIA
Capítulo 1 - Anatomia cirúrgica do trato
geniturinário.......................................................23
1. Rim................................................................................. 24
2. Ureter .......................................................................... 30
3. Bexiga............................................................................33
4. Testículos e escroto..................................................33
5. Epidídimos, ductos deferentes e vesículas
seminais ..................................................................... 34
6. Próstata .......................................................................35
7. Pênis...............................................................................37
8. Adrenais...................................................................... 39
Resumo............................................................................. 39
Capítulo 2 - Imagens em Urologia..................41
1. Introdução................................................................... 42
2. Radiologia .................................................................. 42
3. Ultrassonografia....................................................... 46
4. Tomografia computadorizada...............................47
5. Ressonância magnética..........................................48
6. Medicina nuclear....................................................... 49
Resumo............................................................................. 50
Capítulo 3 - Urina I............................................. 51
1. Introdução................................................................... 52
2. Cor e aspecto.............................................................. 52
3. Odor...............................................................................53
4. Densidade....................................................................53
5. Parâmetros químicos...............................................53
6. Proteinúria...................................................................55
7. Sedimento urinário....................................................57
Resumo.............................................................................. 61
Capítulo 4 - Infecção do trato urinário......... 63
1. Definição...................................................................... 64
2. Conceitos..................................................................... 64
3. Etiologia e fisiopatologia........................................ 66
4. Classificação............................................................... 68
5. Outros fatores envolvidos e vias de aquisição
da infecção................................................................. 69
6. Achados clínicos........................................................ 70
7. Exames complementares........................................73
8. Diagnóstico diferencial............................................74
9. Tratamento..................................................................74
10. Profilaxia....................................................................77
Resumo ............................................................................ 78
Capítulo 5 - Cistite aguda.................................79
1. Definição......................................................................80
2. Anatomia patológica................................................80
3. Incidência ....................................................................80
4. Aspectos clínicos.......................................................80
5. Diagnóstico diferencial.............................................81
6. Complicação ...............................................................81
7. Tratamento...................................................................81
8. Profilaxia..................................................................... 83
9. Infecção em gestantes............................................ 83
Resumo.............................................................................84
Capítulo 6 - Pielonefrite.................................. 85
1. Pielonefrite aguda..................................................... 86
2. Pielonefrite xantogranulomatosa.......................88
3. Pielonefrite enfisematosa...................................... 89
Resumo.............................................................................90
Capítulo 7 - Litíase urinária..............................91
1. Epidemiologia............................................................. 92
2. Etiologia e fisiopatologia........................................ 92
3. Apresentação clínica e tratamento..................... 99
Resumo........................................................................... 106
Capítulo 8 - Urgências urológicas não
traumáticas.......................................................107
1. Introdução................................................................. 108
2. Cólica renal................................................................ 108
3. Retenção urinária....................................................110
4. Priapismo...................................................................110
5. Escroto agudo........................................................... 115
6. Parafimose................................................................ 120
Resumo............................................................................122
Capítulo 9 - Traumatismo geniturinário.....125
1. Introdução..................................................................126
2. Trauma renal.............................................................126
3. Trauma ureteral....................................................... 131
4. Trauma vesical..........................................................135
5. Trauma uretral..........................................................136
6. Fratura de pênis...................................................... 138
7. Trauma escrotal........................................................139
Resumo............................................................................139
Capítulo 10 - Uropatia não obstrutiva –
refluxo vesicoureteral..................................... 141
1. Introdução ................................................................ 142
2. Incidência .................................................................. 142
3. Etiologia .................................................................... 142
4. Classificação .............................................................143
5. Quadro clínico ......................................................... 144
6. Diagnóstico .............................................................. 144
7. Complicações.............................................................145
8. Tratamento................................................................145
Resumo............................................................................147
3. Prevalência................................................................192
4. Etiologia......................................................................192
5. Fisiologia da ereção peniana................................193
6. Diagnóstico............................................................... 194
7. Tratamento ................................................................195
Resumo........................................................................... 199
Capítulo 11 - Doenças císticas do rim...........149
1. Introdução.................................................................202
Resumo........................................................................... 210
1. Introdução................................................................. 150
2. Doença renal policística autossômica
dominante ............................................................... 150
3. Doença renal policística autossômica
recessiva................................................................... 154
4. Doença renal cística adquirida............................155
5. Nefronoftise e doença medular cística ............155
6. Rim espongiomedular ...........................................156
7. Esclerose tuberosa..................................................156
8. Doença de von Hippel-Lindau..............................156
9. Cisto renal simples...................................................157
Resumo .......................................................................... 160
Capítulo 12 - Abscesso renal.......................... 161
1. Abscesso renal cortical (carbúnculo renal) .....162
2. Abscessos renais corticomedulares...................162
3. Abscesso perinefrético..........................................163
Resumo............................................................................165
Capítulo 13 - Prostatites.................................167
1. Introdução................................................................. 168
2. Prostatite bacteriana aguda – categoria I...... 168
3. Prostatite bacteriana crônica – categoria II....169
4. Prostatite abacteriana crônica ou síndrome
da dor pélvica crônica – categoria III................ 171
5. Prostatite inflamatória assintomática –
categoria IV............................................................... 171
Resumo............................................................................172
Capítulo 14 - Hiperplasia prostática
benigna...............................................................173
1. Introdução..................................................................174
2. Anatomia....................................................................174
3. Etiopatogenia............................................................175
4. Fisiopatologia............................................................176
5. Manifestações clínicas...........................................176
6. Diagnóstico................................................................179
7. Tratamento................................................................ 182
Resumo........................................................................... 190
Capítulo 15 - Disfunção erétil........................ 191
1. Introdução..................................................................192
2. Classificação..............................................................192
Capítulo 16 - Bexiga neurogênica................ 201
Capítulo 17 - Bexiga hiperativa..................... 211
1. Introdução..................................................................212
Resumo............................................................................217
Capítulo 18 - Incontinência urinária de
esforço................................................................219
1. Introdução.................................................................220
2. Etiologia e fatores de risco..................................220
3. Avaliação...................................................................222
4. Tratamento...............................................................224
Resumo...........................................................................228
Capítulo 19 - Fístulas urogenitais................ 229
1. Introdução.................................................................230
2. Etiologia.....................................................................230
3. Quadro clínico..........................................................230
4. Diagnóstico................................................................231
5. Tratamento................................................................231
Resumo........................................................................... 232
Capítulo 20 - Urologia Pediátrica................ 233
1. Estenose da junção ureteropiélica.....................234
2. Válvula da uretra posterior.................................236
3. Alterações do descenso testicular....................239
4. Hipospádia.................................................................241
5. Fimose........................................................................242
6. Enurese...................................................................... 243
Resumo...........................................................................246
Capítulo 21 - Câncer renal............................. 249
1. Introdução.................................................................250
2. Apresentação clínica e diagnóstico...................250
3. Tratamento...............................................................254
Resumo...........................................................................258
Capítulo 22 - Câncer de próstata................. 259
1. Introdução.................................................................260
2. Epidemiologia e fatores de risco........................260
3. História natural e quadro clínico.........................261
4. Diagnóstico................................................................261
5. Histologia e graduação.........................................264
6. Estadiamento........................................................... 265
7. Tratamento ............................................................... 267
8. Prognóstico.............................................................. 272
Resumo........................................................................... 274
Capítulo 23 - Câncer de bexiga.................... 275
1. Introdução................................................................. 276
2. Etiologia..................................................................... 276
3. Quadro clínico e diagnóstico............................... 276
4. Tratamento............................................................... 279
Resumo...........................................................................283
Capítulo 24 - Câncer de pênis....................... 285
1. Introdução.................................................................286
2. Patologia....................................................................286
3. Apresentação clínica.............................................. 287
4. Tratamento...............................................................289
Resumo........................................................................... 292
Capítulo 25 - Câncer de testículo................. 293
1. Introdução.................................................................294
2. Diagnóstico...............................................................294
3. Classificação.............................................................296
4. Estadiamento...........................................................296
5. Tratamento............................................................... 297
Resumo.......................................................................... 300
ONCOLOGIA
Capítulo 1 - Princípios de cirurgia
oncológica......................................................... 303
1. Introdução................................................................ 304
2. Tratamento do tumor primário......................... 304
Resumo...........................................................................308
Capítulo 2 - Emergências oncológicas........309
1. Introdução................................................................. 310
2. Emergências metabólicas.................................... 310
3. Emergências infecciosas........................................312
4. Emergências estruturais...................................... 314
Resumo........................................................................... 318
Capítulo 3 - Complicações dos tratamentos
oncológicos........................................................319
1. Introdução.................................................................320
2. Gastrintestinal.........................................................320
3. Medular...................................................................... 322
4. Neurológico.............................................................. 323
5. Cardiovascular......................................................... 323
6. Cutâneo...................................................................... 324
7. Constitucionais......................................................... 326
Resumo...........................................................................328
Capítulo 4 - Câncer de pele........................... 329
1. Introdução.................................................................330
2. Lesões pré-malignas..............................................330
3. Câncer de pele não melanoma.............................331
4. Melanoma maligno................................................. 332
Resumo........................................................................... 336
Capítulo 5 - Doenças malignas da mama... 337
1. Introdução.................................................................338
2. História natural e fatores de risco.....................338
3. Tipos histológicos................................................... 339
4. Fatores prognósticos............................................ 344
5. Estadiamento...........................................................345
6. Tratamento .............................................................. 347
7. Doença metastática...............................................350
Resumo............................................................................351
Capítulo 6 - Doenças benignas da mama... 353
1. Doenças infecciosas da mama............................354
2. Lesões benignas da mama................................... 356
3. Dor mamária............................................................360
4. Alteração da fisiologia mamária: galactorreia...... 361
Resumo........................................................................... 363
Capítulo 7 - Infecção por papilomavírus
humano e neoplasias intraepiteliais de colo
de útero............................................................. 365
1. Introdução.................................................................366
2. Rastreamento do câncer de colo de útero –
Diretrizes do Ministério da Saúde (2011)........368
3. Tratamento .............................................................. 375
Resumo........................................................................... 376
Capítulo 8 - Câncer de colo de útero........... 377
1. Epidemiologia........................................................... 378
2. Rastreamento e prevenção................................. 378
3. Etiopatogenia.......................................................... 380
4. Quadro clínico......................................................... 380
5. Diagnóstico e estadiamento............................... 380
6. Tratamento...............................................................383
7. Seguimento...............................................................383
Resumo...........................................................................384
Capítulo 9 - Tumores de ovários.................. 385
1. Tumores de baixo potencial maligno ou tumores
proliferativos atípicos de ovário.......................386
2. Câncer de ovário..................................................... 387
3. Outros tipos de tumores ovarianos não
epiteliais....................................................................390
Resumo........................................................................... 393
Capítulo 10 - Câncer de endométrio........... 395
1. Epidemiologia...........................................................396
2. Fatores de risco.......................................................396
3. Quadro clínico..........................................................396
4. Diagnóstico............................................................... 397
5. Estadiamento...........................................................398
6. Tratamento..............................................................400
Resumo...........................................................................401
Capítulo 11 - Tumores do sistema nervoso
central...............................................................403
1. Classificação............................................................. 404
2. Quadro clínico......................................................... 404
3. Tumores benignos primários..............................405
4. Tumores malignos primários ............................. 410
5. Metástases do sistema nervoso central..........417
6. Apêndice ................................................................... 418
Resumo........................................................................... 421
Capítulo 12 - Sarcomas de partes moles.... 423
1. Introdução.................................................................424
2. Quadro clínico..........................................................425
3. Tratamento...............................................................427
Resumo...........................................................................428
CIRURGIA VASCULAR
Capítulo 1 - Obstrução arterial aguda.........431
1. Introdução.................................................................432
2. Fisiopatologia...........................................................432
3. Classificação.............................................................434
4. Etiopatogenia........................................................... 435
5. Diagnóstico diferencial..........................................439
6. Síndrome da reperfusão......................................439
Resumo.......................................................................... 442
Capítulo 2 - Obstrução arterial crônica
de MMII.............................................................443
1. Introdução................................................................ 444
2. Epidemiologia......................................................... 444
3. Fatores de risco...................................................... 444
4. História natural...................................................... 444
5. Mecanismo fisiopatológico..................................445
6. Aspectos fisiológicos.............................................445
7. Quadro clínico.......................................................... 446
8. Diagnóstico...............................................................447
9. Classificações...........................................................449
10. Tratamento clínico................................................450
11. Tratamento cirúrgico.............................................451
Resumo...........................................................................456
Capítulo 3 - Doença cerebrovascular
extracraniana.................................................. 457
1. Introdução.................................................................458
2. Etiopatogenia...........................................................458
3. Quadro clínico..........................................................458
4. Diagnóstico...............................................................459
5. Tratamento............................................................... 461
6. Artérias vertebrais.................................................463
Resumo.......................................................................... 464
Capítulo 4 - Insuficiência venosa crônica.... 465
1. Introdução.................................................................466
2. Fisiopatologia e história natural....................... 468
3. Quadro clínico ........................................................ 468
4. Classificação.............................................................469
5. Diagnóstico ..............................................................469
6. Complicações............................................................471
7. Tratamento................................................................ 472
Resumo........................................................................... 473
Capítulo 5 - Aneurismas................................ 475
1. Aneurisma de aorta abdominal.......................... 476
2. Aneurismas da artéria ilíaca................................483
3. Aneurismas toracoabdominais...........................483
4. Dissecção de aorta.................................................485
5. Aneurismas periféricos........................................ 488
6. Aneurismas viscerais............................................ 489
Resumo.......................................................................... 490
Capítulo 6 - Trombose venosa profunda... 493
1. Introdução.................................................................494
2. Fisiopatologia...........................................................494
3. Fatores de risco.......................................................495
4. Quadro clínico..........................................................496
5. Complicações........................................................... 497
6. Diagnóstico diferencial ........................................498
7. Métodos diagnósticos ...........................................499
8. Tratamento...............................................................499
9. Recorrência e sequelas.........................................503
Resumo.......................................................................... 504
CASOS CLÍNICOS
Cap. 5. Doenças malignas da mama......................570
Urologia..........................................................................509
Oncologia........................................................................514
Cirurgia Vascular..........................................................515
Cap. 6. Doenças benignas da mama...................... 573
QUESTÕES
Cap. 8. Câncer de colo do útero.............................. 577
Urologia
Cap. 7. Infecção por papilomavírus humano e
neoplasias intraepiteliais do colo do
útero.................................................................. 575
Cap. 9. Tumores de ovários...................................... 579
Cap. 10. Câncer de endométrio................................580
Cap. 1. Anatomia cirúrgica do trato geniturinário.....521
Cap. 11. Tumores do sistema nervoso central......581
Cap. 2. Imagens em Urologia................................... 523
Cap. 3. Urina I................................................................ 524
Cap. 12. Sarcomas de partes moles........................ 583
Outros temas................................................................585
Cap. 4. Infecção do trato urinário.......................... 524
Cirurgia Vascular
Cap. 5. Cistite aguda................................................... 526
Cap. 6. Pielonefrite...................................................... 527
Cap. 7. Litíase urinária............................................... 527
Cap. 8. Urgências urológicas não traumáticas... 532
Cap. 9. Traumatismo geniturinário........................ 535
Cap. 10. Uropatia não obstrutiva –
refluxo vesicoureteral.................................. 536
Cap. 11. Doenças císticas do rim................................537
Cap. 12. Abscesso renal................................................537
Cap. 13. Prostatites....................................................... 538
Cap. 14. Hiperplasia prostática benigna................ 539
Cap. 15. Disfunção erétil...............................................541
Cap. 16. Bexiga neurogênica......................................542
Cap. 17. Bexiga hiperativa........................................... 543
Cap. 18. Incontinência urinária de esforço............544
Cap. 19. Fístulas urogenitais...................................... 545
Cap. 20. Urologia Pediátrica......................................546
Cap. 21. Câncer renal....................................................548
Cap. 22. Câncer de próstata......................................550
Cap. 23. Câncer de bexiga..........................................554
Cap. 24. Câncer de pênis............................................. 556
Cap. 1. Obstrução arterial aguda........................... 587
Cap. 2. Obstrução arterial crônica de MMII.........591
Cap. 3. Doença cerebrovascular extracraniana.....595
Cap. 4. Insuficiência venosa crônica...................... 596
Cap. 5. Aneurismas..................................................... 599
Cap. 6. Trombose venosa profunda..................... 604
Outros temas............................................................... 608
COMENTÁRIOS
Urologia
Cap. 1. Anatomia cirúrgica do trato geniturinário.. 613
Cap. 2. Imagens em Urologia.................................... 617
Cap. 3. Urina I................................................................. 617
Cap. 4. Infecção do trato urinário...........................618
Cap. 5. Cistite aguda....................................................619
Cap. 6. Pielonefrite......................................................620
Cap. 7. Litíase urinária...............................................620
Cap. 8. Urgências urológicas não traumáticas...624
Cap. 9. Traumatismo geniturinário........................ 627
Cap. 25. Câncer de testículo...................................... 557
Outros temas................................................................558
Cap. 10. Uropatia não obstrutiva – refluxo
vesicoureteral.................................................629
Oncologia
Cap. 12. Abscesso renal...............................................630
Cap. 1. Princípios de cirurgia oncológica..............561
Cap. 2. Emergências oncológicas........................... 562
Cap. 3. Complicações dos tratamentos
oncológicos.....................................................564
Cap. 4. Câncer de pele................................................564
Cap. 11. Doenças císticas do rim...............................630
Cap. 13. Prostatites........................................................631
Cap. 14. Hiperplasia prostática benigna................ 632
Cap. 15. Disfunção erétil.............................................. 633
Cap. 16. Bexiga neurogênica......................................634
Cap. 17. Bexiga hiperativa........................................... 636
Cap. 18. Incontinência urinária de esforço............ 637
Cap. 19. Fístulas urogenitais......................................638
Cap. 20. Urologia Pediátrica...................................... 639
Cap. 21. Câncer renal.................................................... 641
Cap. 22. Câncer de próstata......................................643
Cap. 23. Câncer de bexiga..........................................647
Cap. 24. Câncer de pênis.............................................649
Cap. 25. Câncer de testículo......................................650
Outros temas.................................................................651
Oncologia
Cap. 1. Princípios de cirurgia oncológica............. 655
Cap. 2. Emergências oncológicas........................... 656
Cap. 3. Complicações dos tratamentos
oncológicos......................................................658
Cap. 4. Câncer de pele................................................658
Cap. 5. Doenças malignas da mama.......................661
Cap. 6. Doenças benignas da mama......................664
Cap. 7. Infecção por papilomavírus humano e
neoplasias intraepiteliais do colo do
útero..................................................................665
Cap. 8. Câncer de colo do útero..............................666
Cap. 9. Tumores de ovários...................................... 667
Cap. 10. Câncer de endométrio................................668
Cap. 11. Tumores do sistema nervoso central.....669
Cap. 12. Sarcomas de partes moles........................670
Outros temas................................................................ 672
Cirurgia Vascular
Cap. 1. Obstrução arterial aguda........................... 675
Cap. 2. Obstrução arterial crônica de MMII........ 679
Cap. 3. Doença cerebrovascular extracraniana.... 682
Cap. 4. Insuficiência venosa crônica......................684
Cap. 5. Aneurismas.....................................................686
Cap. 6. Trombose venosa profunda.......................691
Outros temas................................................................694
Referências bibliográficas........................................699
CLÍNICA CIRÚRGICA
Urologia
Carlos Henrique Suzuki Bellucci
Neste capítulo, será revisada a anatomia do trato geniturinário (rim, ureter, bexiga, testículos e escroto, próstata,
pênis, adrenais), com ênfase aos aspectos cirúrgicos. Entender esses conceitos é fundamental para compreender a
fisiopatologia de diversas doenças em Urologia e aplicar as
diversas possibilidades cirúrgicas, de acordo com a patologia em questão. O rim subdivide-se em 3 regiões: pelve
(estrutura coletora); medula – porção média do rim; e córtex
– porção mais externa. A irrigação arterial intrarrenal respeita esta sequência: artéria renal → artérias segmentares →
artérias lobares → artérias interlobares → artérias arqueadas
→ artérias interlobulares → arteríolas aferentes. São acessos cirúrgicos laparoscopia, lobotomia (reversa, mediana)
e acesso percutâneo. As adrenais localizam-se superomedialmente aos rins e são envolvidas pela fáscia de Gerota,
que se delamina para envolvê-las, e o suprimento arterial é
extenso. O ureter drena o líquido formado no rim até a bexiga
e é dividido em 3 porções: superior, média e inferior. Assim
que adentra a pelve, cruza anteriormente os vasos ilíacos,
geralmente na altura da bifurcação, em ilíacos internos e
externos. O acesso cirúrgico se faz com incisão dependente
da subdivisão-alvo do procedimento: por laparoscopia e
aberta. Já a bexiga é um órgão oco, de formato tetraédrico,
que se divide em teto, 2 paredes laterais e base (ou assoalho). A irrigação arterial vesical é feita pelas artérias vesicais
superior, média e inferior (ramos da artéria ilíaca interna –
hipogástrica). Anteriormente, relaciona-se com o espaço
retropúbico; posteriormente, com o canal anal no homem e
com a vagina e a cavidade uterina na mulher; inferiormente,
no homem, relaciona-se com a próstata. O acesso cirúrgico
se faz por via aberta, endoscópica e videolaparoscópica. Os
testículos e o escroto formam uma bolsa localizada na região
genital que abriga os testículos, os epidídimos e elementos
do funículo espermático. A drenagem venosa é realizada
pelo plexo pampiniforme. À esquerda, drena para a veia
renal esquerda e, à direita, para a cava inferior. O funículo
espermático é formado por ducto deferente, componentes
vasculares (artéria testicular, plexo pampiniforme e artéria
do ducto deferente), componentes nervosos e componente
linfático e muscular (cremáster). A próstata, por sua vez,
está localizada inferiormente à bexiga e anteriormente ao
canal anal e se divide em 4 zonas: central, periférica (principal local de desenvolvimento para neoplasias malignas), de
transição (localizada ao redor da uretra) e posterior. As vias
de acesso são aberta (suprapúbica e perineal), videolaparoscópica ou endoscópica. E o pênis, formado por 2 corpos
cavernosos localizados lateralmente e 1 corpo esponjoso
localizado medialmente, tem irrigação oriunda da artéria
pudenda interna e drenagem pela veia dorsal profunda. Os
linfonodos inguinais superficiais, localizados acima da fáscia
lata, recebem a drenagem linfática da pele e do prepúcio. Por
sua vez, estruturas penianas mais profundas drenam para
linfonodos inguinais profundos (abaixo da fáscia lata) e linfonodos ilíacos externos.
1
Anatomia cirúrgica do trato
geniturinário
anaToMia cirÚrgica Do TraTo geniTurinÁrio
uma região renal distinta, sem a existência de circulação colateral entre elas. Assim, a oclusão ou a lesão de um ramo segmentar causará
infarto segmentar renal. Ainda, a inexistência de circulação colateral
entre os ramos segmentares permite a identificação de um plano renal
avascular na congruência do ramo posterior com os ramos anteriores
(linha avascular de Brodel), essencial para a execução de incisões no
parênquima renal com a menor perda sanguínea possível.
No interior do seio renal, as artérias segmentares dividem-se inicialmente em artérias lobares e, posteriormente, em interlobares, que seguem ao lado das pirâmides renais. Próximo à base da pirâmide renal,
passam a ser denominadas artérias arqueadas, que, posteriormente,
ramificam-se em artérias interlobulares. Finalmente, estas fornecem
ramos aos glomérulos renais, denominados arteríolas aferentes (Figura 6).
A drenagem venosa correlaciona-se intimamente com a circulação arterial. As veias interlobulares drenam os capilares pós-glomerulares
e, progressivamente, são chamadas arqueadas, interlobares, lobares
e segmentares. Cursam paralelamente às respectivas artérias e, normalmente, coalescem em 3 grandes troncos para, então, formarem a
veia renal. A veia renal esquerda mede cerca de 6 a 10cm e desemboca
na veia cava inferior, após cruzar anteriormente a aorta e, posteriormente, a artéria mesentérica superior.
Dica
A irrigação arterial
intrarrenal respeita esta
sequência: artéria renal
→ artérias segmentares
→ artérias lobares →
artérias interlobares →
artérias arqueadas →
artérias interlobulares
→ arteríolas aferentes.
Dica
Figura 5 - Ramos segmentares da artéria renal
Figura 6 - Ramificações da artéria renal
Normalmente, a veia
renal esquerda recebe 3
tributárias: veia gonadal
esquerda, veia adrenal
esquerda e veia lombar.
Por outro lado, a veia
renal direita mede de 2
a 4cm e, geralmente, não
recebe tributárias, sendo
que as veias adrenal e
gonadal direitas drenam
diretamente para a
veia cava inferior.
27
CLÍNICA CIRÚRGICA
Oncologia
Graziela Zibetti Dal Molin
Neste capítulo, serão abordados o diagnóstico e o
manejo das principais emergências encontradas nos
pacientes oncológicos. Com o aumento dos casos de
câncer diagnosticados, essas situações se tornam cada
vez mais comuns na prática clínica diária e também nos
concursos médicos, tanto em provas dissertativas como
em simulados de situações práticas. As principais emergências oncológicas são as de natureza metabólica,
infecciosa e as estruturais, por obstrução tumoral. A
hipercalcemia da malignidade é vista principalmente em
pacientes com mieloma múltiplo e tumores de mama,
pulmão, rim e de cabeça e pescoço, e a hidratação é o
tratamento inicial, podendo ser combinado com bisfosfonatos e calcitonina. A síndrome da lise tumoral acomete,
em geral, pacientes após tratamento quimioterápico.
É mais comum em neoplasias linfoproliferativas, como
leucemias e linfomas. As principais alterações são hiperfosfatemia, hipocalcemia, hipercalemia e hiperuricemia.
A neutropenia febril é uma complicação dos tratamentos quimioterápicos. O manejo inicial da neutropenia
febril deve avaliar o risco do paciente. A medida terapêutica mais eficaz é a introdução precoce e adequada
de regime antibiótico empírico. O uso de cobertura para
Gram positivo e fungos deve ser indicado conforme os
critérios para seu uso estiverem presentes. A síndrome
da veia cava superior, que cursa com dispneia, é causada
principalmente por tumores de pulmão. O tratamento
envolve quimioterapia e radioterapia. A síndrome de
compressão medular causa dor como principal sintoma
e acomete principalmente a coluna torácica, e o tratamento envolve analgesia, corticoterapia, radioterapia
e cirurgia. A hipertensão intracraniana decorrente de
metástases cerebrais deve ser tratada, inicialmente,
com hidratação e corticoides. O tratamento definitivo
pode envolver radioterapia e cirurgia.
2
Emergências
oncológicas
310
R3
CLÍNICA CIRÚRGICA - ONCOLOGIA
1. Introdução
Dica
A hipercalcemia é vista
principalmente nos pacientes com mieloma múltiplo e
tumores de mama, pulmão,
rim e cabeça e pescoço.
Importante
Na crise hipercalcêmica,
os pacientes em geral não
estão hipotensos, apesar da
desidratação importante.
Isso é devido ao fato de o
cálcio aumentar o tônus
vascular, o que torna a pressão arterial um indicador
pouco acurado de desidratação nesses pacientes.
Os pacientes oncológicos apresentam maior risco de diversos tipos de
emergências médicas. As principais emergências são as estruturais (relacionadas ao próprio tumor e a quadros obstrutivos), as metabólicas
e as infecciosas.
2. Emergências metabólicas
A - Hipercalcemia
A hipercalcemia é uma das emergências oncológicas mais comuns,
chegando a acometer até 20% dos pacientes oncológicos, sendo uma
síndrome paraneoplásica frequente. O principal mecanismo da hipercalcemia é a secreção do peptídio relacionado ao PTH (PTHrP) pelas
células tumorais. Outras causas menos comuns são a hipercalcemia
secundária a lesões osteolíticas e a produção aumentada de 1,25-hidroxivitamina D. Esse último mecanismo é visto principalmente em
linfomas.
a) Quadro clínico
É representado por sintomas inespecíficos, como letargia, fraqueza
muscular, confusão, anorexia, náuseas, vômitos, constipação, poliúria
e polidipsia. A apresentação dos sintomas depende da velocidade com
que aparece a hipercalcemia.
Na crise hipercalcêmica, os pacientes encontram-se notadamente desidratados. Achados como náuseas, vômitos e rebaixamento do nível de
consciência são indicativos de gravidade.
Pode haver a presença de arritmias, como bradiarritmias e bloqueios
atrioventriculares ou de ramos. As alterações eletrocardiográficas
mais comuns são encurtamento do segmento ST e intervalo QT e
ocorrem em geral na hipercalcemia grave, com cálcio iônico acima de
7mg/dL.
b) Diagnóstico
Importante
O uso de hidratação,
furosemida e bisfosfonato
consegue uma normalização do cálcio em até
90% dos pacientes. O uso
de corticoides só deve ser
prescrito em neoplasias
hematológicas (linfoma
ou mieloma), sem papel em
geral nos demais tumores.
Dosagem preferencialmente do cálcio ionizado. É importante a dosagem dos outros eletrólitos (sódio, potássio, magnésio, fósforo), além da
glicemia e da função renal e da realização do eletrocardiograma.
c) Tratamento
O tratamento depende da gravidade. O 1º passo é a hidratação vigorosa. Diuréticos de alça devem ser prescritos após a hidratação, para
evitar a hiper-hidratação. Outros agentes importantes no manejo são
os bisfosfonatos, como o pamidronato e o ácido zoledrônico. Seu mecanismo de ação é a supressão da reabsorção mediada por osteoclastos e
pela diminuição da ação dos osteoblastos. A calcitonina também pode
ser utilizada. Tem a vantagem de início rápido (poucas horas), até que
ocorram os efeitos dos bisfosfonatos.
CLÍNICA CIRÚRGICA
Cirurgia Vascular
Luciana Ragazzo
Neste capítulo, será abordada a obstrução arterial
crônica em membros inferiores, que compreende um
quadro clínico de claudicação intermitente, composto
de dor em aperto ou sensação de cãibra, acometendo a
musculatura isquêmica, durante caminhada, e melhora
com repouso. Raramente essa claudicação progride
para dor de repouso e isquemia crítica de caráter sistêmico, presentes na obstrução arterial aguda, o principal
diagnóstico diferencial da obstrução crônica. A aterosclerose de vasos periféricos é a principal etiologia dessa
doença e possui, como fatores de risco, hipertensão
arterial crônica, tabagismo, dislipidemia, diabetes mellitus, idade avançada e sexo masculino. O diagnóstico é
feito com base no quadro clínico, na avaliação do índice
tornozelo–braço e no resultado de exames de imagem
como ultrassonografia com Doppler, angiorressonância,
arteriografia e angiotomografia, que evidenciarão obstrução de fluxo sanguíneo no vaso suspeito.
2
Obstrução
arterial crônica
de MMII
oBsTruÇÃo arTerial crÔnica De MMii
Figura 7 - Angiotomografia de membros inferiores com oclusão da artéria femoral
superficial no canal de Hunter
9. Classificações
Há 2 classificações clínicas utilizadas para insuficiência arterial crônica
(Tabelas 1 e 2).
Tabela 1 - Classificação de Fontaine
- Assintomático;
- Claudicação intermitente:
· Grandes distâncias;
· Pequenas distâncias.
- Dor de repouso;
- Lesão trófica:
· Pododáctilos;
· Antepé;
· Retropé.
Tabela 2 - Classificação de Rutherford
Graus
Categorias
0
0
Assintomático
1
Claudicação leve
2
Claudicação moderada
3
Claudicação grave
4
Dor de repouso
5
Necrose menor
6
Necrose maior
I
II
III
Dados clínicos
Há, ainda, a classificação de acordo com o grau de estenose e sua extensão utilizada para nortear o tratamento cirúrgico. Essa classificação
se denomina TASC (Inter-Society Consensus for the Management of Peripheral Arterial Disease) e inclui múltiplas recomendações sobre o tra-
449
CLÍNICA CIRÚRGICA
Urologia,
Oncologia e
Cirurgia Vascular
CASOS CLÍNICOS, QUESTÕES E COMENTÁRIOS
Ú DO M ED
Caro leitor,
Este espaço é reservado para os Casos Clínicos das instituições que optam por esse formato de prova em seus concursos, além de questões dissertativas sobre condutas diagnósticas e terapêuticas elaboradas pelo corpo docente Medcel.
Isso significa que o seu conteúdo é exclusivo, servindo como complementação às questões comentadas ao final do livro.
Para tanto, foi extraído material de importantes provas, além de novos casos, com base nos temas mais abordados em
processos seletivos para Residência Médica, o que permite estudar resolvendo testes semelhantes aos aplicados nos
principais concursos do país. Temos certeza de que, com mais forma de revisar o conteúdo dos capítulos, você se sentirá
mais preparado para garantir a sua vaga na especialidade e na instituição desejadas.
UROLOGIA
2014 - FMUSP - CLÍNICA CIRÚRGICA
1. Uma mulher de 59 anos refere, há 2 dias, dor lombar, febre, diminuição do volume urinário e fraqueza. Apresenta
diabetes mellitus dependente de insulina e hipertensão
arterial, ambas controladas. Hábitos: tabagista (40 maços/ano). Ao exame físico apresenta-se em regular estado
geral, desidratada (++/+++) e dispneia. PA = 100x60mmHg;
FC = 93bpm e temperatura = 38,6°C. O abdome é flácido,
com ruídos hidroaéreos presentes, descompressão brusca
negativa, dor moderada à palpação do flanco esquerdo e
Giordano positivo à esquerda. Exames laboratoriais: hemoglobina = 10,2g/dL e hematócrito = 28%; leucócitos =
14.020/mL, neutrófilos = 68% e plaquetas = 302.000/mL;
ureia = 105mg% e creatinina = 2,9mg%; Na = 135mEq/mL
e K = 4,9mEq/mL. Foi submetida a exame investigatório
cujas imagens são mostradas a seguir:
a) Cite 2 aspectos importantes que são evidenciados
neste exame radiológico.
b) Descreva o diagnóstico completo do presente caso.
R3 Casos Clínicos
CE
TE
Urologia, Oncologia e Cirurgia Vascular
C ON
L
L
C ON
Ú DO M ED
CE
Casos Clínicos
TE
514
sic
R3
urologia, oncologia e cirurgia vascular
d) Qual é o tratamento mais adequado para o caso?
ONCOLOGIA
a) Qual é a principal hipótese diagnóstica?
b) Qual deve ser a conduta ou o exame inicial a serem
realizados nesse caso?
2014 - FMUSP - CLÍNICA MÉDICA
11. Uma mulher de 68 anos apresenta diminuição de
suas atividades habituais, insônia e anedonia há 6 meses. Em mamografia de rastreamento é diagnosticado
nódulo com características suspeitas de câncer de mama
(BIRADS® 5). A filha solicita que você não conte à mãe
sobre o achado diagnóstico, alegando que a mesma “não
terá condições psicológicas para aguentar”.
a) Diante da necessidade de prosseguir na investigação
diagnóstica, baseando-se nos princípios éticos médicos,
qual seria a sua conduta neste caso?
c) A respeito da propedêutica armada relacionada a esse
caso clínico, analise as seguintes afirmativas (se verdadeiras ou falsas):
I - A tomografia computadorizada da face e do pescoço
com contraste é essencial para a realização do estadiamento.
II - É fundamental a pan-endoscopia de vias aerodigestivas altas.
III - A cintilografia óssea deve ser realizada, devido ao
alto risco de metástases ósseas.
IV - Há elevadas chances de metástase a distância, sendo
o pulmão o principal sítio de metástases.
R3 Casos Clínicos
MEDCEL
12. A.R., de 67 anos, com história de tabagismo (2 maços/
dia há 45 anos) e etilismo (2 doses de destilados/dia há
30 anos), queixa-se de “ferida” na língua há 3 meses, com
crescimento progressivo, dor leve e sem sangramento.
Nega alterações de voz, disfagia ou odinofagia. Ao exame físico o paciente apresenta BEG, corado, hidratado,
eupneico, afebril, acianótico, anictérico. Oroscopia: lesão
endurecida irregular, elevada, ulcerada, com 3,2cm de
maior diâmetro na borda lateral direita da língua oral.
Mobilidade da língua preservada (Figura), pescoço sem
linfonodomegalias, auscultas cardíaca e respiratória sem
anormalidades, abdome sem alterações.
d) Como deve ser o tratamento desse paciente?
515
e) A respeito do esvaziamento cervical para carcinoma
epidermoide, quando ele deve ser realizado?
b) Qual é a conduta a seguir com esse paciente?
CIRURGIA VASCULAR
2014 - SUS-BA - CLÍNICA CIRÚRGICA
13. Um homem de 85 anos, com massa pulsátil no abdome, realizou tomografia (reproduzida a seguir) que confirmou o diagnóstico de aneurisma de aorta abdominal.
2012 - FMUSP - CLÍNICA CIRÚRGICA
15. Um homem de 62 anos foi submetido a ultrassonografia de rotina para avaliação da próstata. O exame
detectou um aneurisma da aorta abdominal com colo
abaixo das artérias renais, de 2cm de diâmetro e 3cm de
extensão. O maior diâmetro do aneurisma é de 3,8cm.
As artérias ilíacas comuns possuem calibre de 1cm e as
ilíacas externas 0,8cm, com todos os fluxos arteriais
normais. Ao exame clínico, apresentava todos os pulsos
periféricos normais. O paciente refere que está prestes
a ser transferido para o exterior para assumir cargo importante na empresa em que trabalha.
a) A ultrassonografia é suficiente nesse caso para definir
conduta?
a) Cite o nome das estruturas A, B, C.
b) Qual é a conduta vascular para o paciente em questão?
2013 - UNICAMP - CLÍNICA CIRÚRGICA
14. Um homem de 73 anos, com antecedente de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e tabagismo, foi
encaminhado da unidade básica de saúde porque uma ultrassonografia abdominal de rotina demonstrou aneurisma de aorta abdominal com diâmetro máximo de 4,3cm.
a) Qual é a melhor conduta para esse paciente no momento? Justifique.
R3 Casos Clínicos
urologia, oncologia e cirurgia vascular
d) Do ponto de vista anatômico, qual é a diferença entre
a origem das artérias carótidas direita e esquerda?
RESPOSTAS
UROLOGIA
Caso 1
a) Rim direito pequeno aparentemente com atrofia renal e provável ausência de função adequada. Rim esquerdo dilatado
com cálculo ureteral obstrutivo, sendo esta a provável causa
do quadro infeccioso e da insuficiência renal em rim único funcionante.
b) Cálculo ureteral obstrutivo em rim único funcionante levando a pielonefrite aguda e insuficiência renal.
c) Antibioticoterapia intravenosa + desobstrução do rim esquerdo com duplo J ou nefrostomia. A presença de ar na via
urinária associada a cálculo ureteral obstrutivo homolateral
sugere o diagnóstico de pielonefrite enfisematosa.
A pielonefrite enfisematosa é uma condição rara e grave que
se desenvolve por apresentar níveis baixos de tensão de oxigênio tecidual permitindo às bactérias anaeróbicas facultativas
a fermentação de glicose com produção de gás. Os agentes
mais comuns são: E. coli (50 a 70% dos casos), Proteus mirabilis,
Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella Pneumoniae e raramente
anaeróbios. O tratamento de eleição é a hidratação com uso de
antibioticoterapia e desobstrução da via urinária com duplo J
ou nefrostomia. Em casos sistêmicos graves a necessidade de
nefrectomia de urgência deve ser aventada, sendo que o índice de mortalidade global é de 43%. Além do cálculo obstrutivo,
outro fator predisponente à pielonefrite enfisematosa é o diabetes mellitus.
Caso 2
a) Síndrome ou doença ou gangrena de Fournier ou fasciite necrosante ou síndrome de Mellené.
b) Flora multibacteriana ou flora bacteriana mista ou flora
mista ou polimicrobiano (Clostridium perfringens, Bacteroides
fragilis, Clostridium, Peptostreptococcus, Enterobacteriaceae, coliformes, Proteus, Pseudomonas e Klebsiella) ou Streptococcus
hemolítico do grupo A ou Staphylococcus aureus.
c) - Debridamento da pele necrosada;
- Qualquer outro tipo de desbridamento;
- Debridamento da fáscia necrosada com incisões escalonadas;
- Manter a ferida aberta.
517
Caso 3
a) - Cintilografia óssea com difosfonato de tecnécio;
- Tomografia computadorizada de pelve;
- Ressonância magnética de pelve (bacia);
- Radioimunocintilografia.
O paciente apresenta sinais e sintomas clínicos característicos
de doença oncológica mais avançada. Os exames laboratoriais
e a biópsia confirmam este achado clínico. Para estadiamento deve-se solicitar exame para pesquisa de metástase óssea,
além de estadiamento locorregional. Entretanto, o achado de
metástase óssea, muito frequente em tumores mais avançados, com PSA muito elevado, já permite definição de doença
metastática e tratamento por bloqueio hormonal.
b) Hormonoterapia antiandrogênica (castração química) ou
castração cirúrgica ou bloqueadores androgênicos.
O adenocarcinoma de próstata é dependente dos hormônios
masculinos, pelo menos na fase inicial. Diversas são as formas de
bloqueio hormonal, como a castração cirúrgica, bloqueio periférico
com antiandrogênicos, bloqueio central com análogos do LHRH. Todas essas estratégias podem ser utilizadas, lembrando-se apenas
que nunca se inicia tratamento com análogos em paciente com risco
de fratura patológica, compressão medular (efeito flare), devendose nestes casos realizar inicialmente bloqueio com antiandrogênico. Este paciente certamente receberá tratamento hormonal por
uma dessas alternativas. Outros detalhes importantes do tratamento são controle da dor, avaliação de obstrução, medicações
pra prevenir eventos ósseos e apoio multidisciplinar.
Caso 4
a) - Alteração em exame clínico da próstata sugestiva de câncer – nódulo endurecido, por exemplo;
- Elevação de PSA acima de 4ng/dL;
- Elevações sucessivas de PSA acima do nadir em paciente submetido a radioterapia primária para tratamento de câncer de
próstata;
- Seguimento de paciente com diagnóstico de câncer de próstata bem diferenciado e que optaram por observação vigiante;
- Elevação de PSA maior que 0,75 em período de 1 ano (velocidade do PSA).
Caso 5
a) O quadro clínico descrito é compatível com tumor de Wilms.
O principal sinal clínico é a presença de massa abdominal, seguido dos sintomas de dor, náusea, febre, perda de apetite e
hematúria.
b) O tipo histológico é o principal fator prognóstico, sendo o tipo
anaplásico ou sarcomatoso o pior. Outros fatores de risco são o
peso do espécime e o acometimento de linfonodos.
Caso 6
a) A tomografia demonstra hematoma perirrenal com desvio
do eixo e do pedículo vascular. Presença de extravasamento de
contraste para o hematoma sugere lesão da via excretora.
b) O tratamento conservador com repouso absoluto é a melhor
escolha; se houver piora do quadro clínico, como sangramento
retroperitoneal, a arteriografia com embolização de área de
sangramento pode ser a escolha, e se houver perda de urina
para o retroperitônio, a drenagem renal (nefrostomia ou passagem de duplo J) pode ser útil.
Se todas essas medidas não são suficientes para estancar o
sangramento (possível acontecer pelo fato do paciente utilizar
ácido acetilsalicílico), a nefrectomia é a última alternativa.
R3 Casos Clínicos
urologia, oncologia e cirurgia vascular
A urografia excretora e a tomografia computadorizada são exames utilizados para o diagnóstico quando permanece a dúvida
diagnóstica. A tomografia diagnostica acima de 90% dos casos
de cálculo ureteral. A seguir, raio x simples e com contraste:
519
É prudente que, nesse ínterim, a paciente seja encaminhada
para avaliação psicológica e/ou psiquiátrica, para melhor lidar
com a sequência do tratamento.
Caso 12
a) Neoplasia de língua, provavelmente carcinoma epidermoide.
b) Biópsia incisional e, confirmando-se o diagnóstico, exames
de estadiamento.
c) I - Verdadeira. A tomografia serve para avaliação do tumor e
dos linfonodos regionais.
II - Verdadeira. O paciente apresenta o chamado campo de cancerização, com alto risco para desenvolver tumores de esôfago
e vias aéreas superiores, de modo que deve ser estadiado para
tanto.
III - Falsa. O risco de metástases ósseas é baixo, salvo em pacientes sintomáticos.
IV - Há chances maiores de metástases linfonodais. Entretanto,
não só o pulmão é o sítio mais frequente de metástases, como
pode ser sede de tumores sincrônicos.
d) Está indicada cirurgia (glossectomia parcial com esvaziamento supra omo-hióideo) seguida de radioterapia adjuvante. Se no
laudo de anatomopatológico houver margens comprometidas
ou linfonodos positivos com extravasamento capsular, estará
indicada a associação de quimioterapia à base de platina, com
intuito radiossensibilizante.
e) Em tumores maiores que 2cm ou com linfonodos clinicamente suspeitos durante o estadiamento.
CIRURGIA VASCULAR
Caso 13
d) O tratamento inicial está limitado ao uso de anti-inflamatórios não hormonais, antieméticos e, se necessário, opioides. Na
sequência, pode-se imaginar que o cálculo ureteral em questão
tem aproximadamente 1cm de diâmetro, portanto, o tratamento pode ser feito com litotripsia extracorpórea por ondas de
choque ou ureterolitotripsia transureteroscópica. O tratamento do cálculo renal tem como 1ª escolha a nefrolitotripsia percutânea, pois tem mais de 2cm de diâmetro. Esse procedimento
deve ser realizado em um 2º momento.
ONCOLOGIA
Caso 11
a) Explicar para a filha sobre o direito de a mãe saber o provável
diagnóstico.
Trata-se de paciente adulta, em pleno exercício de suas faculdades mentais, de acordo com o enunciado. Ela deve ser informada da necessidade de investigação perante os achados e que
isso poderá acarretar tratamentos futuros; ainda que a palavra
“câncer” não seja usada, respeitando assim o pedido da filha.
a) A - O 1º ramo apontado faz parte do tronco celíaco, que é
formado pelas artérias hepática, gástrica esquerda e esplênica.
A artéria apontada está em direção ao hipocôndrio esquerdo e,
portanto, trata-se da artéria esplênica.
B - O 2º ramo apontado é o próximo ramo que emerge após o
tronco celíaco, a artéria mesentérica superior.
C - Este ramo aponta a artéria que irriga o rim direito e, portanto, a artéria renal direita.
Caso 14
a) Paciente assintomático com aneurisma menor do que 5,5cm
deverá ser seguido com ultrassonografia de abdome a cada 6
meses para controle do crescimento do aneurisma. Além disso,
deverá fazer o controle dos fatores de risco como interrupção
do tabagismo e controle do diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica.
b) Se no exame de controle o paciente não apresentar alteração no diâmetro, deverá continuar com o tratamento clínico.
Se o aneurisma crescer mais de 0,5cm em 6 meses ou atingir o
diâmetro de 5,5cm, deverá ser indicado o tratamento cirúrgico.
Caso 15
a) Sim. Os pacientes que apresentam aneurisma de aorta abdominal infrarrenal com diâmetro máximo menor do que 5cm
podem ser acompanhados por exame de ultrassonografia a
cada 6 meses. Não é necessário exame de imagem complementar.
R3 Casos Clínicos
urologia, oncologia e cirurgia vascular
Urologia
Anatomia cirúrgica do trato geniturinário
2015 - UFPR - CLÍNICA CIRÚRGICA
1. Com relação a aspectos anatômicos do rim, é correto
afirmar que:
a) a apresentação anatômica anteroposterior do pedículo renal é: artéria renal, veia renal e pelve renal
b) as artérias gonadais emergem da aorta anterolateralmente logo acima da emergência das artérias renais
c) no lado esquerdo, a veia adrenal drena diretamente
para a veia cava inferior
d) variações no número de artérias renais são incomuns,
ocorrendo em menos de 10% dos casos
e) a veia renal direita é mais curta do que a esquerda e
habitualmente não recebe tributárias
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2015 - HCV - CLÍNICA CIRÚRGICA
2. A respeito da varicocele, quais são a fisiopatogenia
e a fisiopatologia e qual é a sua consequência clínico-laboratorial?
a) a veia gonadal direita desemboca direto na cava que
tem pressão alta; dilatação da mesma e hematoma crônico no testículo e oligospermia com dor e infertilidade
b) veias testiculares esquerdas drenam na veia renal; incompetência da válvula, dilatação das veias, calor excessivo no testículo e oligoastenospermia com infertilidade
e/ou dor
c) artéria testicular esquerda de alta pressão; lesão crônica dos túbulos seminíferos e imunocomplexos e oligospermia e hipogonadismo com dor e/ou infertilidade
d) artéria testicular direita e ramo direto da aorta; incompetência valvular, dilatação da mesma e lesão crônica do testículo ipsilateral por calor excessivo, oligospermia e dor
e) veias gonadais à esquerda recebem tributárias da região pélvica; incompetência valvular e oligoastenospermia por falta de drenagem sanguínea adequada e dor
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2015 - HCV - CLÍNICA CIRÚRGICA
3. Alguns órgãos do sistema geniturinário têm baixa
sensibilidade dolorosa por conta da inervação sensitiva
pobre. Com esse conhecimento de anatomia, entende-se
o porquê de os tumores da glândula suprarrenal, quando não funcionantes, serem achados de exames de imagem abdominais (incidentalomas). Na cirurgia dessas
glândulas, um cuidado especial deve ser tomado quanto
ao estado hemodinâmico do paciente. Por quê?
a) liberação aguda de endorfinas e corticosteroides
b) possibilidade de sangramento intenso no transoperatório
c) liberação aguda de catecolaminas e corticosteroides
d) arritmias cardíacas e crise tireotóxica
e) liberação aguda de catecolaminas e eritropoetina
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2015 - HCV - CLÍNICA CIRÚRGICA
4. A drenagem venosa dos testículos direito e esquerdo
se faz através do plexo pampiniforme para as seguintes
veias, respectivamente:
a) dorsal profunda do pênis e sacral média esquerda
b) dorsal superficial do pênis e ileolombar esquerda
c) renal direita e ilíaca interna esquerda
d) veia cava e veia renal esquerda
e) ilíaca interna direita e ilíaca interna esquerda
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2015 - HCV - CLÍNICA CIRÚRGICA
5. Quanto à anatomia dos vasos renais, é incorreto afirmar que:
a) as veias renais são anteriores às artérias renais em
ambos os rins
b) a artéria renal direita deixa a aorta e corre anterior
(pela frente) à cava até chegar ao rim
c) a artéria renal esquerda é mais curta do que a direita e
entra diretamente no hilo renal
d) a vascularização renal arterial é terminal, não havendo colaterais entre os ramos arteriais
e) geralmente, o 1º ramo da artéria renal é posterior, irrigando quase a metade posterior do rim
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2014 - UFF - CLÍNICA CIRÚRGICA
6. Na hipótese de seccionar inadvertidamente a artéria
segmentar posterior durante a pieloplastia, o resultado
deve ser a perda isquêmica de:
Urologia - R3 Questões
Questões
Oncologia
Princípios de cirurgia oncológica
2015 - HNMD - CLÍNICA CIRÚRGICA
274. Com relação a marcadores tumorais, assinale a afirmativa correta:
a) o antígeno carcinoembrionário (CEA) não é útil como
teste de rastreamento em função de sua baixa sensibilidade em doença em estágio inicial
b) a alfafetoproteína (AFP) é usada para a detecção do
carcinoma hepatocelular, porém não se correlaciona com
seu estágio e prognóstico
c) o antígeno 19-9 (CA-19-9) é usado como marcador
diagnóstico do câncer de pâncreas, sendo útil no rastreamento desta devido à sua alta sensibilidade em doença
em estágio inicial
d) o antígeno prostático específico (PSA) é amplamente
usado no rastreamento do câncer de próstata, porém
sua utilização não tem validade na monitorização da resposta a terapia
e) o antígeno 125 (CA-125) é útil como ferramenta diagnóstica para câncer de ovário devido à sua alta especificidade, porém não tem validade na monitorização do
curso da doença
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2015 - SES-GO - CLÍNICA CIRÚRGICA
275. O cirurgião tem papel de grande importância na
prevenção, no diagnóstico, no estadiamento e no tratamento do paciente com câncer. A cirurgia pode ter
caráter paliativo ou ser curativa. A ressecção curativa
é aquela em que todo o câncer visível é removido e as
margens cirúrgicas são microscopicamente livres de lesão. O termo status R foi criado para descrever o status
após a ressecção tumoral. Assim, que status é indicativo
de doença microscopicamente residual?
a) R1
b) R2
c) R3
d) R4
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2015 - SURCE - CLÍNICA CIRÚRGICA
276. Uma adolescente de 15 anos apresenta lesão de
crescimento progressivo em parede abdominal, con-
forme imagem de tomografia computadorizada (vide
Figura), medindo 9x8x5cm. Apresenta bom estado geral
e sem outras lesões detectáveis nos exames de estadiamento. Realizou biópsia por agulha grossa da lesão, que
revelou sarcoma de Ewing.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência terapêutica inicial mais apropriada a esse paciente:
a) cirurgia seguida de radioterapia
b) cirurgia seguida de quimioterapia
c) quimioterapia seguida de cirurgia
d) radioterapia seguida de quimioterapia
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2014 - UFAM - CLÍNICA CIRÚRGICA
277. O diagnóstico laboratorial da síndrome carcinoide
se dá pela elevação de:
a) ácido 5-hidroxindolacético (5-HIAA) na urina de 24 horas
b) ácido vanil mandélico
c) catecolaminas na urina de 24 horas
d) metanefrina na urina de 24 horas
e) catecolaminas plasmáticas
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2013 - UERJ - CLÍNICA CIRÚRGICA
278. Uma paciente de 32 anos apresenta tumor indolor,
não móvel, de consistência firme, medindo 3cm, que
surgiu há 4 meses na região inguinal direita. A ultrassonografia mostrou massa de situação musculoaponeurótica, com contornos levemente irregulares e ausência
Oncologia - R3 Questões
Questões
Cirurgia Vascular
Obstrução arterial aguda
d) desaparecimento dos pulsos, dor aguda, palidez
e) pulsos presentes, dor em salvas, palidez
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
2015 - UFRN - CLÍNICA CIRÚRGICA
442. Uma senhora de 77 anos, diabética, dá entrada no
pronto-socorro com quadro de dor, diminuição da temperatura e cianose no membro inferior direito há cerca
de 1 hora. Ao exame: pulso femoral direito palpável e
demais no membro acometido ausentes. No contralateral, todos os pulsos estão palpáveis. O diagnóstico mais
provável para esse paciente é:
a) trombose arterial
b) embolia arterial
c) dissecção de aorta abdominal
d) trombose venosa profunda
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2014 - SANTA CASA-SP - ACESSO DIRETO/CLÍNICA CIRÚRGICA
443. No quadro clínico da oclusão arterial aguda temos:
a) dor, palidez, hipotermia e parestesia
b) dor, edema, hipotermia e hiperemia
c) edema, dor, palidez e hipotermia
d) edema, cianose, hiperemia e empastamento muscular
e) dor, cianose, edema e claudicação
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2014 - UFRJ - ACESSO DIRETO/CLÍNICA CIRÚRGICA
444. Na embolia arterial, deve-se cogitar a amputação
primária quando há:
a) rigidez muscular
b) paralisia
c) parestesia
d) palidez cutânea
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2014 - UFF - CLÍNICA CIRÚRGICA
445. A oclusão arterial aguda caracteriza-se pela presença dos seguintes sinais clínicos clássicos:
a) pulsos presentes, dor aguda, palidez
b) desaparecimento dos pulsos, ausência de dor, vômitos
c) pulsos presentes, ausência de dor, vômitos
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2014 - CERMAM - CLÍNICA CIRÚRGICA
446. Uma paciente cardiopata, que refere história de
valvulopatia e fibrilação arterial, dá entrada no prontosocorro com histórico de dor excruciante de início súbito
no membro inferior direito há cerca de 1 hora. Refere parestesia e impotência funcional do membro acometido,
mas nega tabagismo, diabetes, episódios anteriores e
claudicação prévia. Ao exame físico, observa-se membro inferior direito pálido e frio, com pulso poplíteo,
tibial e pedioso ausente. Não há atrofia muscular no
membro, e a pele e os fâneros também não apresentam
alterações. O membro inferior contralateral, por sua
vez, está normal. Assinale a alternativa incorreta:
a) podemos afirmar que a paciente é provavelmente portadora de doença aterosclerótica sistêmica
b) o caso clínico justifica anticoagulação sistêmica urgente e aquecimento do membro
c) a história de cardiopatia e arritmia é essencial para o
diagnóstico clínico da paciente
d) há necessidade de tratamento cirúrgico urgente
e) o uso do cateter de Fogarty provavelmente é mais efetivo no tratamento da paciente que um bypass arterial
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2013 - UNICAMP - CLÍNICA CIRÚRGICA
447. Após o quadro agudo de isquemia de membro inferior em um paciente, vítima de acidente automobilístico
com lesão da artéria femoral superficial, que foi revascularizado, pode ocorrer síndrome compartimental. A
conduta, nestes casos, é:
a) administrar diuréticos
b) realizar fasciotomias
c) manter decúbito elevado (Trendelenburg)
d) realizar revisão das anastomoses cirúrgicas
Tenho domínio do assunto
Reler o comentário
Refazer essa questão
Encontrei dificuldade para responder
2013 - UNESP - CLÍNICA CIRÚRGICA
448. Complete com Verdadeiro (V) ou Falso (F) sobre a
Oclusão Arterial Aguda (OAA) e assinale a alternativa
com a classificação correta, de cima para baixo.
Cirurgia Vascular - R3 Questões
Questões
Urologia
Anatomia cirúrgica do trato geniturinário
Questão 1. Questão conceitual, que aborda vários aspectos da anatomia cirúrgica urológica.
Analisando as alternativas:
a) Incorreta. A estrutura mais anterior do pedículo renal
é a veia renal, seguida da artéria renal, e, mais posteriormente, encontra-se a pelve renal.
b) Incorreta. As artérias gonadais emergem da aorta abdominal, logo abaixo das artérias renais.
c) Incorreta. As veias adrenais direita e esquerda drenam, respectivamente, para a veia cava inferior e a veia
renal esquerda.
d) Incorreta. Variações anatômicas no pedículo renal são
bastante comuns, podendo estar presente em cerca de
20% dos indivíduos.
e) Correta. A veia renal esquerda mede cerca de 6 a 10cm
e desemboca na veia cava inferior, após cruzar anteriormente a aorta e, posteriormente, a artéria mesentérica
superior. Normalmente, recebe 3 tributárias: veia gonadal esquerda, veia adrenal esquerda e veia lombar.
Por outro lado, a veia renal direita mede de 2 a 4cm e,
geralmente, não recebe tributárias, sendo que as veias
adrenal e gonadal direitas drenam diretamente para a
veia cava inferior.
Gabarito = E
Questão 2. Varicocele é a dilatação anormal das veias
do plexo pampiniforme testicular. Há associação direta
entre varicocele e infertilidade masculina, muito embora 2/3 dos portadores da primeira sejam férteis. A
varicocele é a causa tratável mais comum de infertilidade masculina, e a sua preponderância no lado esquerdo está ligada à anatomia da veia gonadal esquerda e
constitui base para várias teorias que tentam explicar
sua etiologia. Dentre estas, destacam-se: a veia gonadal esquerda é mais longa do que a direita e entra em
ângulo reto na veia renal deste lado. Assim, forma-se
uma longa coluna hidrostática, com alta pressão, que,
em virtude da incompetência valvular venosa, dilata o
plexo pampiniforme. A insuficiência valvular na veia gonadal esquerda pode resultar em aumento da pressão
transmitida pela veia renal para o plexo pampiniforme.
A fisiopatologia da infertilidade causada pela varicocele
é objeto de estudo até hoje. A hipótese mais comum e
mais facilmente aceita é que a elevação da temperatura
testicular alteraria a função das células germinativas.
Outras hipóteses incluem a hipóxia testicular resultante de alterações circulatórias locais, com subsequente
diminuição da concentração de oxigênio, aumento do
gás carbônico e dano ao tecido testicular, e o refluxo
de metabólitos renais e adrenais (esteroides e catecolaminas) por meio da veia gonadal, com efeitos deletérios sobre os testículos. Outras teorias com ênfase
imunológica, hormonal e mesmo de aumento de fatores
oxidantes relacionados à varicocele também têm sido
cada vez mais relatados.
Gabarito = B
Questão 3. As adrenais podem originar-se de neoplasias
funcionantes com produção exacerbada de corticoides e
catecolaminas. Ao realizar procedimento cirúrgico sobre
essas glândulas, um cuidado especial necessário é a manipulação cuidadosa da glândula, bem como a ligadura
precoce da veia adrenal, com o intuito de diminuir a liberação aguda desses hormônios na corrente sanguínea,
que podem acarretar arritmias cardíacas, crise hipertensiva e eventos cerebrovasculares (“c” correta). Endorfinas (“a”), tíreo-hormônios (“d”) e eritropoetina (“e”) não
se associam à cirurgia da glândula adrenal. A possibilidade de sangramento é um cuidado em qualquer cirurgia, não sendo uma preocupação específica da glândula
adrenal (“b” incorreta).
Gabarito = C
Questão 4. Questão conceitual: a veia renal esquerda
desemboca na veia cava inferior, após cruzar anteriormente a aorta e, posteriormente, a artéria mesentérica superior. Normalmente, recebe 3 tributárias:
veia gonadal esquerda, veia adrenal esquerda e veia
lombar. Por outro lado, a veia renal direita geralmente
não recebe tributárias, sendo que as veias adrenal e
gonadal direitas drenam diretamente para a veia cava
inferior.
Gabarito = D
Questão 5. Analisando as alternativas:
a) Correta. A veia renal posiciona-se anteriormente à
artéria renal no hilo renal. A pelve renal é posterior às
estruturas vasculares. Essa disposição ocorre bilateralmente, independente da lateralidade avaliada.
Urologia - R3 Comentários
Comentários
Oncologia
Princípios de cirurgia oncológica
Questão 274. O PSA é um marcador de doença prostática, que pode se elevar em qualquer doença que acometa
a glândula, como HPB, prostatite e câncer de próstata,
não sendo específico para neoplasia. Entretanto, uma
vez feito o diagnóstico de câncer de próstata e instituída terapia, o PSA é um excelente marcador da eficácia
e resposta do tratamento, permitindo seguimento laboratorial seguro e indicando precocemente recidiva da
doença.
Gabarito = A
Questão 275. Classifica-se o status R da seguinte maneira:
- R0: ressecção completa;
- R1: ressecção com margens microscópicas comprometidas;
- R2: ressecção com margens macroscópicas comprometidas.
Gabarito = A
Questão 276. O protocolo atualmente aceito para tratamento do sarcoma de Ewing compreende quimioterapia
neoadjuvante seguida de cirurgia. A radioterapia adjuvante depende do resultado da anatomia patológica da
peça removida.
Gabarito = C
Questão 277. O diagnóstico de síndrome carcinoide se
dá, entre outros dados clínicos, pela elevação do 5-HIAA
na urina. Os demais exames listados são utilizados no
diagnóstico de feocromocitoma.
Gabarito = A
Questão 278. Tumores desmoides, ou fibromatose, são
lesões caracterizadas por proliferação exagerada de tecido conjuntivo e produção de grandes quantidades de
fibras colágenas formando massas irregulares ou nódulos, de caráter infiltrativo e com grande potencial de
recorrência. Sempre que possível, o tratamento deve ser
cirúrgico, uma vez que são tumores que não respondem
à quimioterapia. Radioterapia pode ser usada em lesões
irressecáveis ou após ressecções marginais.
Gabarito = A
Questão 279. As diversas etapas da carcinogênese foram primeiramente descritas por Friedewald & Rolls
(1944) e confirmadas por Deelman (1964). O 1º estágio,
chamado de indução ou iniciação, ocorre por efeito carcinogênico inicial, quando há alteração do DNA, RNA ou
proteínas específicas. Vários agentes podem atuar nessa
fase, sendo chamados de indutores. O estágio seguinte
é o de promoção, com alterações da dinâmica da divisão
celular ou do meio intracelular, provocada pelos promotores. A partir daí, pode haver progressão ou mesmo regressão do tumor quando já instalado.
A indução é um fenômeno irreversível, pois há interação e
incorporação de fragmentos da molécula do carcinógeno
ao DNA, ao RNA ou às proteínas específicas. A expressão
do genoma da célula se modifica e essa alteração é então
transmitida da célula-mãe para a célula-filha, ocorrendo,
portanto, reprodução celular com genoma alterado. As
moléculas de alguns carcinógenos, como os agentes alquilantes, apresentam alta reatividade com o centro
nucleofílico das células, comportando-se como potentes
carcinógenos cutâneos indutores. Outros, entre eles os
hidrocarbonetos aromáticos polinucleares, são inativos, porém penetram rapidamente na célula epidérmica
e pela ação de oxidases de função mista intracelulares
transformam-se em indutores tumorais potentes.
Na fase de promoção, atuam, entre outros, a antralina,
fenol, ácido peracético, certos detergentes, hidrocarbonetos alifáticos saturados, álcoois graxos, vírus, radiações e traumatismos. Em geral, são potentes irritativos
da pele ou agentes que solubilizam gorduras, talvez por
solubilizarem os lipídios das membranas celulares. Parecem alterar o ambiente dentro da célula, sendo um fenômeno reversível.
A forma mais comum de radiação a que estamos expostos é dos raios UVA e UVB. Essa radiação UV provoca
diretamente danos do DNA, com formação de dímeros
de bases. Estes são corrigidos sem problemas a maioria
das vezes, mas podem ser reparados erroneamente com
substituição por 1 base diferente, dando início ao processo de carcinogênese.
Gabarito = E
Questão 280. Analisando as assertivas:
I - O coleperitônio pela perda da ligadura do ducto cístico
é complicação relativamente comum em submetidos à
colecistectomia videolaparoscópica e é compatível com
o quadro.
Oncologia - R3 Comentários
Comentários
Cirurgia Vascular
Obstrução arterial aguda
Questão 442. O quadro clínico apresenta paciente com
obstrução arterial aguda (dor, diminuição da temperatura e cianose unilateral há 1 hora) em que o exame físico do membro não acometido não apresenta alteração
dos pulsos. Tal achado é fortemente sugestivo de embolia arterial (alternativa “b”), uma vez que pacientes
com trombose arterial aguda, pelo caráter sistêmico da
aterosclerose, em geral têm diminuição nos pulsos do
membro contralateral. Não há dados como edema de
membros inferiores ou empastamento muscular para
aventar o diagnóstico de trombose venosa profunda.
As dissecções da aorta abdominal podem cursar com
obstrução arterial aguda devido à extensão do flap da
dissecção para a artéria femoral comum, evento que se
apresentaria com abolição/diminuição do pulso femoral,
algo não observado no enunciado. Além disso, para um
diagnóstico de dissecção aórtica, seria necessária a presença de dor toracoabdominal de grande intensidade,
que é o principal sintoma da doença.
Gabarito = B
Questão 443. O quadro de obstrução arterial aguda é
caracterizado por:
- Parestesia;
- Paresia;
- Hipotermia;
- Paralisia;
- Dor.
Gabarito = A
Questão 444. A parestesia e a palidez cutânea são
sintomas iniciais e podem ser revertidos com o aporte
sanguíneo. Já a paralisia pode ser irreversível e o sinal
de isquemia é grave, mas não indica sozinha perda da
função completa do membro. A rigidez muscular e o empastamento indicam falência da musculatura de forma
irreversível e, portanto, devemos indicar amputação primária nestes casos.
Gabarito = A
Questão 445. A obstrução arterial aguda caracteriza-se
clinicamente pelos 5 Ps:
- Pain – dor;
- Paresis/Paresthesia – Paresia/Parestesia;
- Pulse deficit – ausência de Pulsos;
- Poikilothermia – diminuição de temperatura;
- Pallor – Palidez.
O vômito não é sinal direto da obstrução arterial aguda,
podendo ocorrer como efeito secundário à dor.
Gabarito = D
Questão 446. O caso descreve um quadro de obstrução
arterial aguda de membro inferior de provável causa
embólica, isto porque o paciente não apresenta nenhum
sintoma de obstrução arterial crônica prévio, como claudicação, redução de fâneros e ausência de pulso contralateral. O tratamento deve ser anticoagulação imediata,
investigação de cardiopatia e arritmia prévia com eletrocardiograma e ecocardiograma e o tratamento cirúrgico
é de urgência e a técnica é a remoção do êmbolo com
cateter de Fogarty.
Gabarito = A
Questão 447. Após revascularização, pode ocorrer
uma tumefação significativa do membro, podendo resultar em síndrome compartimental. O edema dentro
dos compartimentos faciais fechados pode resultar
em comprometimento neurológico ou deterioração
do fluxo sanguíneo distal, complicações que podem
ser evitadas por fasciotomias. Se já existia uma isquemia prolongada antes da revascularização, o cirurgião
pode decidir-se por uma fasciotomia empiricamente,
caso contrário pode optar por conduta expectante e
realizar fasciotomia caso ocorra a síndrome compartimental.
Gabarito = B
Questão 448. A principal fonte de OAA decorrente de
embolia arterial é a cardíaca, sendo que a principal causa é a fibrilação atrial. As outras possíveis causas são
arterial, embolia ou trombose de placa, ou a paradoxal,
quando por uma comunicação interatrial, o trombo venoso passa para o lado esquerdo, embolizando na árvore
arterial.
Já quando a causa é por trombose, a principal etiologia é
a oclusão da artéria decorrente de aterosclerose ou processos inflamatórios.
O tratamento inicial é clínico com antiagregante plaquetário, analgesia, e aquecimento passivo do membro,
nunca ativo pelo risco de queimaduras e lesões.
Cirurgia Vascular - R3 Comentários
Comentários
Download