Aparecida Negri Isquerdo (UFMS/P6s-Grad. UNESP/CAr)

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Aparecida Negri Isquerdo
(UFMS/P6s-Grad. UNESP/CAr)
83!..
demonstram
palavras
temas
que,
dada a
diverBidade
de origem onomatopaica
lingUisticos,
de
onomatopeias
existente
e
esse fenOmeno
e/ou de
nos diferentes
passivel
sis-
de classifica9!o
em categorias.
Neste trabalho,
posta por
analise.
Herculano
de
Carvalho
Esse autor distingue
embora distintos,
produzidos
moment&neo
e individual;
objeto sonoro
ficativo
freqUentemente,
paicas -
uma combina9Ao
seja, uma palavra
propriamente
recebe uma
categoria
(Carvalho,
na frase
rentes tipologias
que, alias,
controversos,
palavra
mais
correspondentes
c) palavras
onomato-
lexicalizada,
significante
ou
de uma
onomatopaico
e passa a desempanhar
passa a
um pa-
ser uma forma lexicalizada.
registrar
apresentam
motiva-nos
que se
entre
observa9Ao
apresentadas
si mais
a admitir
da onomatopeia
pontos
submete-se
do sistema
do paradigma
das dife-
palos autores
similares
que
uma certa convencionaliuma vez que, a partir
ela incorpora
da lingua e, quando assume
onomatopaica,
pr6prios
que a
torna vocabulizada,
vocabulos
lavras espac1ficas
nominais
comunidade
em tempos-passados,
de onomatopeias
dade e arbitrariedade
tuto dos
de sons
0
signi-
1970:186-193).
Interessante
em
dita. 5e
gramatical
ditas -
e de valor
dentro da
onomatopeia
que se originou,
onomatopeia
pal sintatico
uma
com carater
s!o constituidos,
da l1ngua dessa comunidade;
geneticamente,
que,
a) sons
propriamente
impreciso,
"objetos sonoros"
por
de fenOmenos
pelo homem,
bem definida
pro-
para a nossa
relacionados:
b) onomatopeias
embora
Esses
aos fonemas
tr~s especies
de configura9!o
a tipologia
como par&metro
acidentalmente
constante,
lingU1stica.
adotando
estAo historicamente
imitativos
momenta
estamos
sufixos
dos nomes
esta-
a categoria
As regras de forma9!o
- recebe
0
e dos
do
de
de pa-
verbais
verbos
e/ou
da
836
lingua em quest~o
e submente-se
cord&ncia
do
dos sons
da natureza
verbo
s~o
res do
idioma. Em
verbos
para serem
com caracteres
onomatopaicos
nome, ser~o
como tic-tac,
acentuado
ao assunto
destinado
lsto posto,
a
Fonetica
atem-se,
elesemos
(2)
sramaticos
demonstra
que, n!o obstante
un&nimes,
em caracteriza-la
de
vozes,
Alem disso,
de
certos
com exce~ao
que
Bunto, par
se detem
fornecerem
plos, todos
Trata-se,
exemplo,
um pouco
apresentam
na
verdade,
a preocupa~!o
orisinario,
de determinados
mais na
assunto
de
de um maior aprofundamento
identidade
aspecto
e Cesalla
entre
0
e de lsmael
explana~~o
forma
de
ruidoso
do as-
de exem-
simplificada.
ao assunto
sem
te6rico.
chamam a aten~!o
vocabulo
que e indiretamente
entre
como um processo
de Napole!o
em
todos s!o
nUmero mais significativo
0
pelos
difiram
apresentada:
de uma breve refer@ncia
lsmael Coutinho
nao perfeita
sons,
de Cesalla,
um
efetivadas
modo seral, um consenso
de onomatopeia
por
aos au-
A aborda-
como corpus 07 (sete)
eles quanto A concep~~o
Coutinho,
portanto,
sua aten~!o
abordasens
ha, de
refer@ncia
nem no reser-
entre as
aspectos,
da onomatopercebemos
Um paralelo
determinados
requisitos
tradicionais
forma, destinaram
da lingua portuguesa.
diferentes
imita~!o
os
delas n!o contem nenhuma
A nossa analise
de alsuma
sramaticas
faltam
caracteimitativas
como a quest~o
sramaticas
nUmero
sem dessa quest~o.
As v6zes
do
numa, quer noutra catesorias,
a forma
nem no capitulo
tores que,
e se apresentarem'os
quer
pelas
vado A Morfolosia.
pr6prias
onomatopeias.
Ao analisarmos
que um
imitativos
e flex~es
tchibum ... ,
classificados
por isso s~o simples
focalizada
vocabulos
nomes onomatopaicos.
dlim-dl~o,
peia e
As normas de flex~o e de con-
fun~~o disso,
criado e
enfocado
para a
0
ruido
par Cunha e
837
Cintra quando
ruidoso
Entretanto,
a menoionar
a
aludem
reprodu9~0
aproximada
esses quatro gramatioos
essa oaraoteristioa
de oertos
sons e
limitam-se
apenas
da onomatopeia
forneoerem
argumentos
oonvinoentes
e exemplos
Os demais
gramatioos
oonsultados
nenhuma
sem, oontudo,
esolareoedores.
referenoia
fazem a
esse aspeoto.
Ademais,
autores
n~o se peroebe
em estabeleoer
onomatopeias.
onomatopeia
Como
de
distin9~0
vimos,
palavra
a preooupa9~0
por parte dos
entre os diferentes
Heroulano
de Carvalho
diferenoia
Nenhum dos
gramAtloos
onomatopaioa.
referidos
aludem a eSSa ou a outra olassifioa9~0.
oionam a
existenoia
n~o estabeleoem
onomatopeias.
palavras
apenas a
lista-las,
da
palavras
a diferen9a
Cegalla,
oativo de
aoompanhada
de
de origem
derivadas
Em algumas
respeotiva
Alguns
men-
onomatopaioa,
mas
entre tais palavras
por exemplo,
apresenta
e as demais
um rol signifi-
de onomatopeias,
mas limita-se
delas apresenta
a onomatopeia
palavra
derivada.
Assim,
do tipo frufru I frufrutar,
mos exemplifioa9aes
tipos de
enoontra-
I
tique-taque
tiquetaquear.
Ja Napole!o
onomatopeia
matopaioos
topaioa
da
de vozes
n~o apresenta
- apenas refere-se
sem,
todavia,
a interjei9aes
explorar
maior parte dos verbos
de animais
tambem
sequer uma defini9~0
a quest~o.
e a verbos
A origem
e substantivos
e lembrada,
de
ono-
onoma-
indioadores
superfioialmente,
per
Cunha e Cintra.
Ismael Coutinho,
de palavra
jei9aes
grupos:
substantivos,
e arrola oomo exemplos
dlindlin"
urrar,
em tres
por sua vez, agrupa essa oategoria
fonfon,
zumbir,
oriteriosamente
oocoroc6,
pumba!,
estas
verbos
de onomatopeias:
bem-te-vi,
zas-trAs!,
onomatopeias
saltam-nos
inter-
pUm, babalAo,
bimbalhar,
entre outras.
e
cochichar,
Observando-se
aos olhos
as
8JU
diferen~as
palavra
existentes
constatamos
entre elas.
a presen~a
zas-tras!, ... ) e de palavras
char, ... ), umas
Algumas
mais e
correspondem
como pumba,
possuirem
rataplA,
combina~Ao
- no sistema
exemplo,
outras menos
cocoroc6,
grupo de
0
(bem-te-vi,
integradas
da
outras,
apresentam,
fonemas
consonantais
lingua
apesar
na sua
de fonemas nAo caracteristica
da lingua portuguesa
cochi-
ao sistema.
significativas
enquanto
constante,
lingUistico
da
de onomatopeias' (pum, fonfon,
onomatopaicas
a estruturas
significado
tura, uma
Em termos de estrutura
de
estru-
do idioma
nao ocorre;
por
dl no padrAo sila-
bico da ~ingua: dlindlin.
Por outro
vras que,
lado, existem
embora historicamente
onomatopeias,
no
racteristicas
estruturais
confere
0
estadio
estatuto
nesse rol de exemplos
tenham
se
pala-
configurado
como
atual' da lingua ja assimilaram
dos vocabulos
de palavra.
E
0
da lingua
0
caso de zumbir,
ca-
que Ihes
urrar,
en-
se refere ao restrito
nu-
tre outras.
Outro aspecto
mere de
se a
exemplos
citar os
foi arrolada
zunzum por
a assinalar
fornecidos
classicos
por seis
pelos autores.
exemplos:
dos
autores
quatro;· as palavras
ram citadas
A maioria
a onomatopeia
consultados;
miar, cacarejar,
por tres; zas-tras
e indicada
onomatopaica
curioso,
tambem,
que apenas dois gramaticos
exemplos
interjei~5es
pumba!,
Pudemos,
~Ao de
ainda,
constatar
mais produtivo
cas verbais
que nas demais.
detectadas
que
na primeira
Dentre
no corpus,
mencionaram
tchimbum!
zapel, pum!,
verbos onomatopaicos
e ciciar
e
fo-
por uma como onomatopeia.
onomatopaicas:
trape!,
frufru
em duas gramaticas
como interjei~Ao
(NapoleAo),
e
limita-
tique-taque
chapel
E
como
pIa!
(Ismael Coutinho).
0
processo
de forma-
conjuga~ao
as palavras
e
muito·
onomat9pai-
apenas cinco estao vincula-
839
das ao
balir,
paradigma
terceira
zunir, zumblr;
~!o, enquanto
da
da
primeira
repicar,
as trinta
pressiva.
pertence
mugir,
ao da segunda
e Beta restantes
conjuga~!o
chilrear,
latir,
conjuga-
est!o incluldas
cricrllar,
no
arrulhar,
gorgolejar,
Importante
focaliza
nenhuma
conjuga~!o
a
quest!o
Os
assinalar,
da
tambem,
onomatopeia
demais a enquadram
que
apenas
Bechara
no ambito da fonetica
entre os processos
ex-
de forma-
~!o de palavras.
Por fim,
sunto por
primeiro
habituais
merecem
Gladstone
enumera
por Vasquez
alguns processos
de forma~!o
tua as onomatopeias
sob a
e
destaque
de
imitar
sicas apresentadas
pelos demais
cucular,
as segundas
autoras,
riosa fonte
de forma~!o
e a
desse
As normas
como "palavras
autores:
ronronar,
tutucar,
entre outras.
Ja
como uma "cu-
Enfatizam,
tambem,
lingtiistico na linguagem
desse processo
forjadas
alem das clas-
a onomatopeias
de palavras".
si-
a voz da coisa ou do
tiziu, m!e-terer~,
fen8meno
da Luz. 0
esses processos
como onomatopeias,
consideram
pouca produtividade
linguagem
Dentre
som ou
0
Enumera
importancia
Cuesta e Mendes
caracterizando-as
preocupa~!o
dado ao as-
que n!o obedecem
de palavras.
animal designado".
pitar, pipilar,
os enfoques
de cria~!o
a
infantil
lexical
na
adulta.
Enfim,
0
gumas conclusoes
implicariam
um
estudo efetivado
preliminares
estudo mais
mais representativo
tes. Eis algumas
..incentemente
como
0
chegar
que conclusoes
profundo
e de perpectivas
a
partir
a al-
definitivas
de
um corpus
te6ricas mais abrangen-
dessasconclusoes:
- A abordagem
configura-se
ja
permitiu-nos
te6rica
insuficiente
assunto;
fornecida
para
pelas
explicitar
gramaticas
clara e con-
840
- Alem das lacunas perceptive is na abordagem
certa pobreza,
gramaticos
sicos quando,
queza de
no rol
de exemplos
limitam-se,
certamente,
exemplos
conceituados
apenas,
de
0
necessariamente,
tenha grande
concerne
valores
onomatopaicos
das razoes
processo
ao estilo,
e
rendimento
no
clas-
toda uma ri-
fornecidos
obras
por
literarias;
da onomatopeia
seja li-
dos sons e por isso n!o
ambito da nomina~!o
mormente
altamente
que justificam
de cria~!o
onomatopaicas
ao dominie
produtividade
no que
rsto porque os
exemplos
disposi~!o
em suas respectivas
- N!o obstante
mitado,
a
possuem
cria~oes
escritores
elencados.
a citar aqueles
te6ri-
0
literario,
significativo.
uma explora~!o
0
n~cional,
papel dos
Eis mais uma
mais profunda
lexical no estudo dos processos
desse
de forma-
~!o de palavras;
- Tendo em
onomatopaica
uma abordagem
processos
vista a
existente
mais criteriosa
de forma~ao
linguagem
de muito
literaria,
da tipologia
valorizado
tratamento
abordagem
da
0
categorias
que evidencia
quest!o.
peias hauridos
Dos
do corpus,
categoria
na
linguagem
dos
propicia-
de cria~!o
a
mister
no estudo
Tal procedimento
e deixado
de origem
faz-se
lexical
infantil
margem
e na
no estugo
lexical;
- As diferentes
o mesmo
dessa quest!o
de sse mecanismo
normalmente
de cria~ao
de vocabulos
portuguesa,
de palavras.
ria um maior conhecimenteo
que, apesar
riqueza
na lingua
cluidos
na
oitenta
e duas restantes
de onomatopeias
certas
lacunas
cento e onze exemplos
recebem
teoricas
na
de onomato-
apenas vinte e nove podem ser in-
das onomatopeias
configuram-se
propriamente
como palavras
ditas. As
onomato-
(1) Gramatica Tradicional refere-se aqui a gramaticas pedag6gicas da lingua portuguesa.
(2) Coutinho (1973) - Gramatica Hist6rica; Vasquez Cuesta e
Mendes da Luz (1961) - Gramatica do Portugues escrit~ por
autoras espanholas.
Almeida (1989), Cegalla (1'85),
Bechara (1980), Cunha e Cintra (1985), Mello (1970). Gramaticas da Lingua Portuguesa de largo uso no ensino fundamental.
PALAVRAS-CHAVES:
onomatopeia, palavra onomatopaica,
forma~ao, gramatica tradicional.
lexico,
Almeida, N.M. de. Gramatica met6dica da lingua portuguesa. 36
ed. Sao Paulo: Editora Saraiva, 1989.
Bechara, E .. Moderna gramatica portugueaa. 25 ed. Sao Paulo:
Editora Nacional, 1980.
Carvalho, Jose G.H. de. Teoria da linguagem. Tomo I, Coimbra:
Atlantida Editora, S.A.A.L., 1970.
Cegalla, G.P .. Novissima gramatica da lingua portuguesa. 29
ed. Sao Paulo: Editora Nacional, 1985.
Coutinho, I. de L .. Gramatica hist6rica. 7 ed. Rio de Janeiro: A6 Livro Tecnico S.A., 1976.
Cunha, C. e Cintra, L.L.F. Nova gramatica do portuguea contemporaneo. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
Mello, G.C. de. Gramatica fundamental da lingua portugueaa. 2
ed. Rio de Janeiro: Academica, 1970.
Sa Nogueira, R .. Contribui~ao para 0 estudo das onomatopeias.
in: Boletim de filologia. Tomo IX, Fasciculo 1, Lisboa:
Centro de Estudos Filol6gicos, 1948.
Vasquez Cuesta, P. y Mendes da Luz, M.A .. Gramatica portugueaa. 2 ed. Madrid: Editorial Gredos, 1961.
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