Pesquisadores brasileiros e britânicos trabalham para descobrir a

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Pesquisadores brasileiros e britânicos trabalham para
descobrir a disseminação oculta do vírus Zika no
Brasil e nas Américas a partir de sequências de
genomas de vírus
Uma colaboração em pesquisa internacional vem estudando a genética do vírus Zika no
Brasil e exterior, proporcionando uma nova compreensão da doença e sua rápida
disseminação através do espaço e do tempo. A pesquisa traz implicações significantes
para a saúde pública e possui potencial para melhorar as respostas a futuros surtos.
A Pesquisa, publicada hoje na Nature, foi conduzida pelas Universidades de Birmingham
e Oxford, em parceria com a FioCruz Bahia e a Universidade de São Paulo, além do apoio
do Ministério da Saúde.
Ao realizar o sequenciamento do genoma para entender a composição genética do vírus,
a equipe conseguiu acompanhar a disseminação do vírus em todo o Brasil. O estudo
mostrou que o estabelecimento da Zika no Brasil - e sua propagação para outras regiões
– ocorreu antes que a transmissão nas Américas fosse descoberta. A partir da revelação
desta epidemia “oculta”, os resultados irão ajudar cientistas a entenderem melhor a
relação entre a epidemia de Zika e os relatos de problemas nos nascimentos e outras
doenças.
Com pouco conhecimento na época sobre a epidemiologia e evolução do vírus Zika, os
pesquisadores viajaram 2.000 km por todo o nordeste do Brasil em junho do ano
passado. A equipe viajou em um micro-ônibus, equipado com modernos aparatos de
sequenciamento de DNA móvel e testaram amostras de mais de 1.300 pacientes
infectados com o vírus.
Em fevereiro de 2016, a Zika foi declarada "Emergência de Saúde Pública de
Preocupação Internacional" pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em resposta à
evidência de que a infecção pode causar defeitos congênitos nos fetos de mulheres
grávidas infectadas. O vírus pode ser transmitido de uma mulher grávida infectada para
o seu bebê em desenvolvimento, causando problemas, incluindo microcefalia grave uma condição que resulta em bebês que nascem com um menor tamanho da cabeça.
Dr. Nuno Faria, do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford, afirma:
"Apesar de haver provavelmente milhões de casos do vírus Zika no Brasil, havia apenas
um punhado de genomas de vírus conhecidos antes do nosso trabalho. Uma melhor
compreensão da diversidade genética do vírus Zika é fundamental para a concepção da
vacina e também para identificar áreas onde a vigilância é mais necessária ".
O professor Oliver Pybus, também do Departamento de Zoologia da Universidade de
Oxford, disse: "Geramos genomas do vírus Zika para estabelecer a história epidêmica do
vírus nas Américas. Mostramos que o vírus estava presente no Brasil por um ano inteiro
antes dos primeiros casos confirmados em maio de 2015.
"Também descobrimos que o Nordeste do Brasil, que foi a região com mais casos
registrados de Zika e microcefalia, foi a conexão da epidemia no Brasil e teve um papel
importante na sua disseminação para grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro e
São Paulo, antes de se espalhar pelas Américas. Agora temos uma melhor compreensão
da epidemiologia do vírus ".
Durante a jornada de sequenciamento do genoma que percorreu todo o Brasil, os
pesquisadores usaram o sequenciador de DNA portátil Minion da empresa Oxford
Nanopore Technologies, que começou como uma empresa de spinout da Universidade
de Oxford. O dispositivo portátil pesa menos de 100g e é alimentado pela porta USB de
um laptop, por isso é ideal para o trabalho de campo através do país.
"O sequenciamento do genoma tornou-se uma poderosa ferramenta para o estudo de
doenças infecciosas emergentes, no entanto, o sequenciamento do genoma
diretamente de amostras clínicas sem isolamento permanece um desafio para vírus
como Zika", afirmou Nick Loman, da Escola de Biociências da Universidade de
Birmingham.
"Desenvolvemos um novo protocolo que permite o sequenciamento genômico em
tempo real - algo de vital importância na gestão de surtos virais, pois pode fornecer uma
visão real sobre como um vírus está se espalhando, transmitindo e evoluindo.
"Além disso, utilizando equipamentos como o sequenciamento portátil de nanopore,
fomos capazes de realizar pesquisas epidemiológicas de emergência mais rapidamente,
para obter resultados imediatos enquanto trabalhamos no campo, ou enquanto
estamos na estrada no Brasil.
"Este novo protocolo será sem dúvida muito benéfico para os pesquisadores que
trabalham em áreas remotas em todo o mundo durante os tempos de surtos virais."
O projeto de pesquisa foi financiado pelo Conselho de Investigação Médica Zika Rapid
Response Initiative, USAID, e com o apoio do Wellcome Trust e do Fundo Newton. Isso
destaca a importância de criar parcerias interinstitucionais confiáveis e compartilhar
dados abertamente durante o trabalho de pesquisa de campo focado na doença.
Qual é o próximo passo? O professor Luiz Alcantara, da FioCruz Bahia, ressalta que: "O
projeto agora está se expandindo para outras áreas geográficas do Brasil, onde estamos
lidando não apenas com o vírus Zika, mas também com Dengue e Chikungunya, bem
como com as recentes epidemias de Febre Amarela. A ameaça representada pelos vírus
transmitidos pelos mosquitos no Brasil é grave e há uma necessidade urgente de
entender melhor sua epidemiologia para evitar sua disseminação ".
Como parte de um esforço internacional de cooperação para compartilhar dados e
resultados valiosos, o relatório foi publicado juntamente com dois artigos
complementares sobre a genética e a evolução da epidemia do vírus Zika (para mais
detalhes, ver DOI: 10.1038 / nature22400 e DOI: 10.1038 / nature22402). A Zika
continua a ser uma ameaça significativa para a saúde pública e o trabalho destaca a
necessidade de contínua pesquisa e vigilância da Zika e outros vírus transmitidos por
mosquitos no Brasil. Juntos, os documentos pintam um quadro coletivo da escala de
impacto da Zika, oferecendo recomendações potenciais para a futura detecção rápida e
controle de epidemias de vírus.
Para mais informações ou entrevistas, contatar:
1.
Emma McKinney, Assessora de Imprensa, Universidade de Birmingham, no 0121 414
6681 ou [email protected]
2.
Lanisha Butterfield, Gerente de Relações Midiáticas, Universidade de Oxford, no
01865 280531 ou [email protected]
Notas aos editores
·
Faria et al. (2017). ‘Establishment and cryptic transmission of Zika virus in Brazil and
the Americas’ DOI: 10.1038/nature22401
·
Acesse
o
relatório
completo
pesquisa: http://nature.com/articles/doi:10.1038/nature22401
·
O vírus Zika foi isolado pela primeira vez em 1947, em um macaco rhesus numa
floresta perto de Entebbe, Uganda. Embora evidências sorológicas indicassem exposição
humana adicional durante as décadas subsequentes em partes da África e da Ásia, antes
do surto do vírus Zika das Ilhas Yap de 2007, apenas 14 casos de vírus Zika humano havia
sido documentados.
·
Em aproximadamente um em cada cinco casos, as infecções por vírus Zika resultam
na Febre Zika, uma doença menor que causa sintomas como febre e erupção cutânea.
·
O vírus é espalhado principalmente pelo mosquito Aedes Aegypti, que é geralmente
encontrado durante por toda a América tropical e subtropical. Pode também ser
espalhado pelo mosquito Aedes Albopictus o "tigre asiático", que ocorre mais ao norte
em regiões como os Grandes Lagos na América do Norte. Os homens infectados com
Zika podem transmitir o vírus aos seus parceiros sexuais.
·
A Universidade de Birmingham está entre as 100 melhores instituições do mundo. Seu
trabalho traz pessoas de todo o mundo para Birmingham, incluindo pesquisadores,
professores e mais de 5.000 estudantes internacionais de mais de 150 países.
·
A Divisão de Matemática, Física e Ciências da Vida (MPLS) é uma das quatro divisões
acadêmicas da Universidade de Oxford que representa as ciências não médicas. Oxford
é uma das principais universidades do mundo para a ciência, e MPLS está na vanguarda
da
da investigação científica em uma ampla gama de disciplinas. A pesquisa nas ciências
matemáticas, físicas e da vida em Oxford foi classificada como a melhor do Reino Unido
na avaliação do Marco de Excelência em Pesquisa de 2014 (REF). A MPLS recebeu £$133
milhões em renda de pesquisa entre 2014/15.
-Almir
Robson
Seção
Técnica
de
Apoio
Assessoria
de
Comunicação
Instituto
de
Medicina
Tropical
de
São
P1
térreo
Fone:
Fone:
e-mail:
site: www.imt.usp.br
Ferreira
Institucional
IMT
Paulo
USP
sala
013
55+11+30617007
55+11+30618704
[email protected]
Embargoed to: May 24th 2017
Pesquisadores brasileiros e britânicos trabalham para descobrir a disseminação oculta
do vírus Zika no Brasil e nas Américas a partir de sequências de genomas de vírus
Uma colaboração em pesquisa internacional vem estudando a genética do vírus Zika no
Brasil e exterior, proporcionando uma nova compreensão da doença e sua rápida
disseminação através do espaço e do tempo. A pesquisa traz implicações significantes
para a saúde pública e possui potencial para melhorar as respostas a futuros surtos.
A Pesquisa, publicada hoje na Nature, foi conduzida pelas Universidades de Birmingham
e Oxford, em parceria com a FioCruz Bahia e a Universidade de São Paulo, além do apoio
do Ministério da Saúde.
Ao realizar o sequenciamento do genoma para entender a composição genética do vírus,
a equipe conseguiu acompanhar a disseminação do vírus em todo o Brasil. O estudo
mostrou que o estabelecimento da Zika no Brasil - e sua propagação para outras regiões
– ocorreu antes que a transmissão nas Américas fosse descoberta. A partir da revelação
desta epidemia “oculta”, os resultados irão ajudar cientistas a entenderem melhor a
relação entre a epidemia de Zika e os relatos de problemas nos nascimentos e outras
doenças.
Com pouco conhecimento na época sobre a epidemiologia e evolução do vírus Zika, os
pesquisadores viajaram 2.000 km por todo o nordeste do Brasil em junho do ano
passado. A equipe viajou em um micro-ônibus, equipado com modernos aparatos de
sequenciamento de DNA móvel e testaram amostras de mais de 1.300 pacientes
infectados com o vírus.
Em fevereiro de 2016, a Zika foi declarada "Emergência de Saúde Pública de
Preocupação Internacional" pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em resposta à
evidência de que a infecção pode causar defeitos congênitos nos fetos de mulheres
grávidas infectadas. O vírus pode ser transmitido de uma mulher grávida infectada para
o seu bebê em desenvolvimento, causando problemas, incluindo microcefalia grave uma condição que resulta em bebês que nascem com um menor tamanho da cabeça.
Dr. Nuno Faria, do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford, afirma:
"Apesar de haver provavelmente milhões de casos do vírus Zika no Brasil, havia apenas
um punhado de genomas de vírus conhecidos antes do nosso trabalho. Uma melhor
compreensão da diversidade genética do vírus Zika é fundamental para a concepção da
vacina e também para identificar áreas onde a vigilância é mais necessária ".
O professor Oliver Pybus, também do Departamento de Zoologia da Universidade de
Oxford, disse: "Geramos genomas do vírus Zika para estabelecer a história epidêmica do
vírus nas Américas. Mostramos que o vírus estava presente no Brasil por um ano inteiro
antes dos primeiros casos confirmados em maio de 2015.
"Também descobrimos que o Nordeste do Brasil, que foi a região com mais casos
registrados de Zika e microcefalia, foi a conexão da epidemia no Brasil e teve um papel
importante na sua disseminação para grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro e
São Paulo, antes de se espalhar pelas Américas. Agora temos uma melhor compreensão
da epidemiologia do vírus ".
Durante a jornada de sequenciamento do genoma que percorreu todo o Brasil, os
pesquisadores usaram o sequenciador de DNA portátil Minion da empresa Oxford
Nanopore Technologies, que começou como uma empresa de spinout da Universidade
de Oxford. O dispositivo portátil pesa menos de 100g e é alimentado pela porta USB de
um laptop, por isso é ideal para o trabalho de campo através do país.
"O sequenciamento do genoma tornou-se uma poderosa ferramenta para o estudo de
doenças infecciosas emergentes, no entanto, o sequenciamento do genoma
diretamente de amostras clínicas sem isolamento permanece um desafio para vírus
como Zika", afirmou Nick Loman, da Escola de Biociências da Universidade de
Birmingham.
"Desenvolvemos um novo protocolo que permite o sequenciamento genômico em
tempo real - algo de vital importância na gestão de surtos virais, pois pode fornecer uma
visão real sobre como um vírus está se espalhando, transmitindo e evoluindo.
"Além disso, utilizando equipamentos como o sequenciamento portátil de nanopore,
fomos capazes de realizar pesquisas epidemiológicas de emergência mais rapidamente,
para obter resultados imediatos enquanto trabalhamos no campo, ou enquanto
estamos na estrada no Brasil.
"Este novo protocolo será sem dúvida muito benéfico para os pesquisadores que
trabalham em áreas remotas em todo o mundo durante os tempos de surtos virais."
O projeto de pesquisa foi financiado pelo Conselho de Investigação Médica Zika Rapid
Response Initiative, USAID, e com o apoio do Wellcome Trust e do Fundo Newton. Isso
destaca a importância de criar parcerias interinstitucionais confiáveis e compartilhar
dados abertamente durante o trabalho de pesquisa de campo focado na doença.
Qual é o próximo passo? O professor Luiz Alcantara, da FioCruz Bahia, ressalta que: "O
projeto agora está se expandindo para outras áreas geográficas do Brasil, onde estamos
lidando não apenas com o vírus Zika, mas também com Dengue e Chikungunya, bem
como com as recentes epidemias de Febre Amarela. A ameaça representada pelos vírus
transmitidos pelos mosquitos no Brasil é grave e há uma necessidade urgente de
entender melhor sua epidemiologia para evitar sua disseminação ".
Como parte de um esforço internacional de cooperação para compartilhar dados e
resultados valiosos, o relatório foi publicado juntamente com dois artigos
complementares sobre a genética e a evolução da epidemia do vírus Zika (para mais
detalhes, ver DOI: 10.1038 / nature22400 e DOI: 10.1038 / nature22402). A Zika
continua a ser uma ameaça significativa para a saúde pública e o trabalho destaca a
necessidade de contínua pesquisa e vigilância da Zika e outros vírus transmitidos por
mosquitos no Brasil. Juntos, os documentos pintam um quadro coletivo da escala de
impacto da Zika, oferecendo recomendações potenciais para a futura detecção rápida e
controle de epidemias de vírus.
Para mais informações ou entrevistas, contatar:
1.
Emma McKinney, Assessora de Imprensa, Universidade de Birmingham, no 0121
414 6681 ou [email protected]
2.
Lanisha Butterfield, Gerente de Relações Midiáticas, Universidade de Oxford, no
01865 280531 ou [email protected]
Notas aos editores
·
Faria et al. (2017). ‘Establishment and cryptic transmission of Zika virus in Brazil
and the Americas’ DOI: 10.1038/nature22401
·
Acesse o relatório
http://nature.com/articles/doi:10.1038/nature22401
completo
da
pesquisa:
·
O vírus Zika foi isolado pela primeira vez em 1947, em um macaco rhesus numa
floresta perto de Entebbe, Uganda. Embora evidências sorológicas indicassem exposição
humana adicional durante as décadas subsequentes em partes da África e da Ásia, antes
do surto do vírus Zika das Ilhas Yap de 2007, apenas 14 casos de vírus Zika humano havia
sido documentados.
·
Em aproximadamente um em cada cinco casos, as infecções por vírus Zika resultam
na Febre Zika, uma doença menor que causa sintomas como febre e erupção cutânea.
·
O vírus é espalhado principalmente pelo mosquito Aedes Aegypti, que é geralmente
encontrado durante por toda a América tropical e subtropical. Pode também ser
espalhado pelo mosquito Aedes Albopictus o "tigre asiático", que ocorre mais ao norte
em regiões como os Grandes Lagos na América do Norte. Os homens infectados com
Zika podem transmitir o vírus aos seus parceiros sexuais.
·
A Universidade de Birmingham está entre as 100 melhores instituições do mundo.
Seu trabalho traz pessoas de todo o mundo para Birmingham, incluindo pesquisadores,
professores e mais de 5.000 estudantes internacionais de mais de 150 países.
·
A Divisão de Matemática, Física e Ciências da Vida (MPLS) é uma das quatro divisões
acadêmicas da Universidade de Oxford que representa as ciências não médicas. Oxford
é uma das principais universidades do mundo para a ciência, e MPLS está na vanguarda
da investigação científica em uma ampla gama de disciplinas. A pesquisa nas ciências
matemáticas, físicas e da vida em Oxford foi classificada como a melhor do Reino Unido
na avaliação do Marco de Excelência em Pesquisa de 2014 (REF). A MPLS recebeu £$133
milhões em renda de pesquisa entre 2014/15.
--
Fonte: Almir Robson Ferreira - Seção Técnica de Apoio Institucional - Assessoria de Comunicação – IMT - Instituto
de Medicina Tropical de São Paulo – USP - e-mail: [email protected] - site: www.imt.usp.br
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