conversão de energia sonora para energia elétrica

Propaganda
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS CURITIBA
CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
FERNANDA TIEMI BEPPU
JOÃO GASPAR NUNES E SOUZA
TIAGO KUSAKARIBA
CONVERSÃO DE ENERGIA SONORA PARA ENERGIA ELÉTRICA
UTILIZANDO ALTO-FALANTES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURITIBA
2015
FERNANDA TIEMI BEPPU
JOÃO GASPAR NUNES E SOUZA
TIAGO KUSAKARIBA
CONVERSÃO DE ENERGIA SONORA PARA ENERGIA ELÉTRICA
UTILIZANDO UTILIZANDO ALTO-FALANTES
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação,
apresentado à disciplina de TCC 2 do curso de
Bacharelado
em
Engenharia
Elétrica
do
Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT)
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), como requisito parcial para obtenção do
título de Engenheiro Eletricista.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Pinho
CURITIBA
2015
Fernanda Tiemi Beppu
João Gaspar Nunes e Souza
Tiago Kusakariba
CONVERSÃO DE ENERGIA SONORA PARA ENERGIA ELÉTRICA
UTILIZANDO ALTO-FALANTES
Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para
a obtenção do Título de Engenheiro Eletricista, do curso de Engenharia Elétrica do Departamento
Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Curitiba, 24 de novembro de 2015.
____________________________________
Prof. Emerson Rigoni, Dr.
Coordenador de Curso
Engenharia Elétrica
____________________________________
Profa. Annemarlen Gehrke Castagna, Mestre
Responsável pelos Trabalhos de Conclusão de Curso
de Engenharia Elétrica do DAELT
ORIENTAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Antonio Carlos Pinho, Dr.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Orientador
_____________________________________
Alvaro Augusto W. de Almeida, Me.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
______________________________________
Antonio Carlos Pinho, Dr.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
_____________________________________
Celso Fabrício de Melo Júnior, Me.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
folha de aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho de conclusão de curso é consequência de um grande
esforço de todos os membros dessa equipe desde a metodologia de pesquisa até a
finalização do TCC 2. Agradecemos ao nosso orientador, Dr. Antonio Carlos Pinho
por todo o apoio no desenvolvimento do trabalho, e também por toda a dedicação
nas revisões e sugestões para o aperfeiçoamento deste projeto.
Eu, Tiago, agradeço a minha família por estarem sempre ao meu lado e por
sempre incentivarem os meus estudos por todos esses anos. Agradeço aos meus
colegas João e Fernanda, por toda a dedicação e atenção que tiveram nessa
importante etapa final de curso e por fim, um agradecimento para todas as pessoas
que de algum modo sempre estiveram ao meu lado durante essa jornada.
Eu, João Gaspar, gostaria de agradecer primeiramente a minha mãe, Aline e
ao meu pai Adriano, a toda minha família e a minha namorada Ana Carla, que
sempre me apoiaram e estiveram comigo durante toda a minha formação pessoal,
acadêmica e profissional. Agradeço a também a minha equipe, Fernanda e Tiago,
pelo esforço, dedicação e destreza despendidos neste projeto que caracteriza o
término de uma importante etapa de estudos de nossas vidas.
Eu, Fernanda, primeiramente gostaria de agradecer meus pais e minhas
irmãs por todo o apoio, incentivo e motivação. Por permitir minha transferência de
cidade e ter a chance de recomeçar. Agradeço também minha família, cada um me
ajudando e apoiando de alguma maneira. Fernando, acho que tudo que eu
agradecer aqui não vai ser suficiente para expressar todo o sentimento que tenho
por você. Desde o princípio, quando mais sofri, mas precisava de alguém, era você
quem estava. Nas provas mais tensas, era você quem me ajudava. Nos momentos
sozinha, podia sempre contar com a sua presença. E agora, mesmo distante,
continua sempre me ajudando como pode. Aos meus amigos e amigas, citando
especialmente alguns: Lygia, Luiza, Caroline, Andressa, Dário, Faxinal, Rafael,
Lucas e Mário. Obrigada por tudo! Não seria nada sem vocês. Por fim, agradeço
aos meus colegas João e Tiago, por toda a atenção, dedicação e empenho nesse
trabalho. Com certeza sem vocês nada disso aconteria.
RESUMO
SOUZA, João G. N. e; BEPPU, Fernanda T.; KUSAKARIBA, Tiago. Conversão de
energia sonora para energia elétrica utilizando alto-falantes. 2015. 140 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Engenharia Elétrica.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2015.
A energia elétrica utilizada para algum tipo de realização de trabalho gera uma
energia dissipada que não é aproveitada, como por exemplo, a energia sonora
dissipada em processos mecânicos. Apesar de a energia contida na dissipação ser
pequena, é possível fazer a análise de reaproveitamento através do estudo da
conversão de energia. O presente trabalho tem como objetivo estudar o processo de
conversão de energia sonora para energia elétrica por meio do princípio de indução
de Faraday, utilizando transdutores acústicos: woofer, subwoofer e tweeter. Por
meio de trabalhos experimentais, o estudo verificou qual dos transdutores realizou o
melhor rendimento na transdução da energia sonora para energia elétrica em
diversas faixas de frequências e intensidades sonoras. Para uma análise mais
detalhada, foram apresentadas as curvas de tensão por frequência de todos os
dispositivos eletroacústicos estudados. Através das curvas geradas, observou-se
quais foram as faixas de frequências em que se obtém o melhor aproveitamento da
energia dissipada. Além disso, apresenta conceitos sobre onda sonora, campo
magnético, conversão eletromecânica de energia e técnicas de medição.
Palavras-chave: Conversão de energia. Transdutores acústicos. Tensão RMS.
Energia sonora. Energia elétrica.
ABSTRACT
SOUZA, João G. N. e; BEPPU, Fernanda T.; KUSAKARIBA, Tiago. Sound energy
conversion to electricity using loudspeakers. 2015. 140 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação) – Curso de Engenharia Elétrica. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Curitiba, 2015.
The electric energy used for any type of conducting generates some work which is
not used, for example, sound energy dissipated in mechanical processes. Despite
the dissipation of this energy is small, it is possible to analyze the reuse through
energy conversion study. This work aims to study the sound energy conversion to
electricity through Faraday´s induction principle, using acoustic transducers as:
woofer, subwoofer and tweeters. With experimental works, this study verified which
transducer had the best performance in transduction of sound energy to electricity in
several frequency bands and sound intensities. For a more detailed analysis, we
presented voltage-frequency curves of all studied electroacoustic devices. Through
all these curves, we noticed what frequency bands we got the best result.
Furthermore, it shows concepts about sound wave, magnetic field, electromechanical
energy conversion and measurement techniques.
Keywords: Energy conversion. Acoustic transducers. RMS voltage. Sound Energy.
Electricity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Propagação de onda em um determinado espaço. .................................................... 13
Figura 2 - Onda Sonora Propagando-se Através de um Tubo Cheio de Ar. ............................ 16
Figura 3 - Limiar de Audição............................................................................................................. 18
Figura 4 - Forma de Onda de um Sinal Sonoro de Instrumento. ................................................ 19
Figura 5–Propagação do som pela vibração de uma parede, por efeito de choque de
ondas sonoras. ................................................................................................................................... 20
Figura 6 - Fio circular conduzindo corrente contínua I. ................................................................ 24
Figura 7 - Campo Magnético de uma Espira Circular. ................................................................. 26
Figura 8 – Solenóide. ......................................................................................................................... 27
Figura 9 - Campo gerado por um solenóide ideal. ........................................................................ 28
Figura 10 - Microfone de carbono. ................................................................................................... 31
Figura 11 - Diagrama de microfone condensador com circuito de realimentação
mecânica.............................................................................................................................................. 33
Figura 12 - Microfone Condensador................................................................................................ 34
Figura 13 - Microfone de fibra ótica. ................................................................................................ 34
Figura 14 - Intensidade representada como função da fase da luz refletida. ........................... 35
Figura 15 - Microfone piezoelétrico. ................................................................................................ 36
Figura 16 - Estrutura geral de um microfone de eletreto. ............................................................ 38
Figura 17 - Microfone Dinâmico: a) de Bobina móvel; b) de faixa móvel. ................................. 39
Figura 18 - O primeiro protótipo de um alto-falante dinâmico. .................................................... 41
Figura 19 - Corneta usada em fonógrafos e gramofones. ........................................................... 43
Figura 20 - Cornetas atualmente comercializadas........................................................................ 43
Figura 21 - Interação do conjunto magnético, bobina móvel percorrida por corrente,
magnetização do ímã permanente e força resultante em um alto-falante. ............................... 44
Figura 22 - Alto-falante eletrodinâmico. .......................................................................................... 44
Figura 23 - Corte esquemático do alto-falante dinâmico, magnético. ........................................ 46
Figura 24 - Circuito elétrico equivalente de um alto-falante dinâmico, magnético................... 52
Figura 25 - Curvas de Compensação para Medidas do Nível de Pressão Sonora. ................ 55
Figura 26- Decibelímetro Digital e suas Especificações Elétricas.............................................. 56
Figura 27 - Diagrama de blocos do set-up de medição. .............................................................. 57
Figura 28 - Setup padrão definido para todos os experimentos. ................................................ 63
Figura 29 - Software Online Tone Generator................................................................................. 64
Figura 30 - Setup da conversão de energia sonora para energia elétrica utilizando subwoofer
com corneta......................................................................................................................................... 67
Figura 31 - Setup da conversão de energia sonora para energia elétrica utilizando subwoofer
sem corneta......................................................................................................................................... 67
Figura 32 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 95 dB utilizando
corneta. ................................................................................................................................................ 72
Figura 33 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 100 dB utilizando
corneta. ................................................................................................................................................ 72
Figura 34 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 110 dB utilizando
corneta ................................................................................................................................................. 73
Figura 35 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 115 dB utilizando
corneta. ................................................................................................................................................ 73
Figura 36 - Curvas de Tensão x Frequência com todas as intensidades sonoras
sobrepostas. ........................................................................................................................................ 74
Figura 37 - Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 115 dB e frequência
120 Hz. ................................................................................................................................................. 75
Figura 38 - Forma de onda de tensão RMS nos terminais do resistor shunt com intensidade
sonora de 115 dB e frequência 120 Hz. ......................................................................................... 75
Figura 39 - Corneta de papel paraná para subwoofer 6x9. ......................................................... 77
Figura 40- Curva de frequência x tensão RMS utilizando subwoofer 6x9 com corneta a uma
distância de 4,5 cm. ........................................................................................................................... 80
Figura 41 - Curva de frequência x tensão RMS utilizando subwoofer 6x9 sem corneta a uma
distância de 4,5 cm. ........................................................................................................................... 81
Figura 42 - Curva de frequência x tensão RMS utilizando subwoofer 6x9 com e sem corneta
a uma distância de 4,5 cm. ............................................................................................................... 81
Figura 43 - Forma de onda da tensão RMS com intensidade sonora de 95 dB e frequência
120 Hz. ................................................................................................................................................. 82
Figura 44 - Setup da conversão de energia sonora para energia elétrica utilizando woofer
com corneta. ........................................................................................................................................ 84
Figura 45 - Gráfico de potência por frequência utilizando corneta a 95 dB. ............................. 88
Figura 46 - Gráfico de potência por frequência utilizando corneta a 115 dB. ........................... 88
Figura 47 - Curva de Frequência x Tensão com a utilização de corneta e intensidade sonora
de 95 dB............................................................................................................................................... 89
Figura 48 - Curva de Frequência x Tensão sem a utilização de corneta e intensidade sonora
de 95 dB............................................................................................................................................... 90
Figura 49 - Curva de Frequência x Tensão, com intensidade sonora de 95 dB, com corneta e
sem corneta sobrepostas. ................................................................................................................. 90
Figura 50 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 115 dB. .................... 91
Figura 51 - Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 115 dB e frequência
120 Hz. ................................................................................................................................................. 92
Figura 52 - Forma de onda de tensão RMS nos terminais do resistor shunt com intensidade
sonora de 115 dB e frequência 120 Hz. ......................................................................................... 92
Figura 53 - Corneta de papel paraná para tweeter ....................................................................... 94
Figura 54 – Curva de Frequência x Tensão com a utilização de corneta e intensidade sonora
de 95 dB............................................................................................................................................... 97
Figura 55 – Curva de Frequência x Tensão sem a utilização de corneta e intensidade sonora
de 95 dB............................................................................................................................................... 97
Figura 56 – Curva de Frequência x Tensão, com intensidade sonora de 95 dB, com corneta
e sem corneta sobrepostas............................................................................................................... 98
Figura 57 – Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 95 dB e frequência 5
kHz com a utilização de corneta. ..................................................................................................... 99
Figura 58 – Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 95 dB e frequência 5
kHz sem a utilização de corneta. ..................................................................................................... 99
Figura 59 – Forma de onda de tensão RMS nos terminais do resistor shunt com intensidade
sonora de 95 dB e frequência 5 kHz sem a utilização de corneta. .......................................... 100
Figura 60 - Frentes de onda de uma fonte pontual e isotrópica. .............................................. 102
Figura 61 - Os três primeiros modos normais ou harmônicos em um tubo aberto e em um
tubo fechado...................................................................................................................................... 109
Figura 62 - O ar em tubo aberto é forçado a oscilar com a mesma frequência que as ondas
senoidais oriundas de um alto-falante. ......................................................................................... 109
Figura 63 - Curva de ressonância do tubo aberto....................................................................... 110
Figura 64 - Transdução da energia sonora em subwoofer utilizando corneta cônica. .......... 112
Figura 65 - Trandução da energia sonora em subwoofer utilizando estrutura semi-esférica na
recepção da onda de pressão. ....................................................................................................... 112
Figura 66 - Transdução da energia sonora em subwoofer sem a utilização de corneta. ..... 113
Figura 67- Gráfico de tensão x frequência com os seguintes transdutores: Woofer,
Subwoofer, Subwoofer 6x9 e Tweeter. ......................................................................................... 115
Figura 68 - Corneta de plástico acoplada ao alto-falante woofer. ............................................ 117
Figura 69 - Circuito retificador onda completa com diodos de germânio. ............................... 117
Figura 70 - Conexão dos terminais do alto-falante com o circuito retificador em ponte de
onda completa. ................................................................................................................................. 118
Figura 71 - Protótipo conversor de energia sonora para energia elétrica em corrente
contínua. ............................................................................................................................................ 118
Figura 72 - Forma de onda nas terminais adquirida diretamente nos terminais d alto-falante.
............................................................................................................................................................. 119
Figura 73 - Forma de onda adquirida após a retificação com ponte retificadora de onda
completa. ........................................................................................................................................... 119
Figura 74 - Forma de onda adquirida após a inserção de um capacitor na saída da ponte
retificadora. ........................................................................................................................................ 120
Figura 75 - Corneta de plástico utilizada no protótipo. ............................................................... 122
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores Típicos de Intensidade de Nível Sonoro. ........................................................ 6
Tabela 2 - Relação entre Nível de Intensidade Sonora por Metro Quadrado. ........................... 7
Tabela 3 - A Velocidade do Som ..................................................................................................... 15
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Resumo dos resultados das associações. ................................................................. 60
Quadro 2 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica com corneta de reverberação. ............................................................................. 70
Quadro 3- Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica sem corneta de reverberação. ............................................................................. 71
Quadro 4 - Valores de potência RMS produzidas......................................................................... 71
Quadro 5 - Valores de tensão e corrente produzidos utilizando subwoofer 6x9 com corneta.
............................................................................................................................................................... 79
Quadro 6 - Valores de tensão e corrente produzidos utilizando subwoofer 6x9 sem corneta.
............................................................................................................................................................... 79
Quadro 7 - Valores de tensão e corrente produzidos utilizando woofer com corneta............. 85
Quadro 8 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica sem corneta a 95 dB. ............................................................................................ 85
Quadro 9 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora a 115
dB para energia elétrica com corneta. ............................................................................................ 87
Quadro 10 - Valores de potência RMS produzidas pelo woofer com corneta e fonte sonora a
95 dB e 115 dB. .................................................................................................................................. 87
Quadro 11 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica com corneta a 95 dB. ............................................................................................ 95
Quadro 12- Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica sem corneta a 95 dB. ............................................................................................ 96
Quadro 13 – Valores de potência RMS produzidas pelo tweeter com corneta e fonte sonora
a 95 dB e 115 dB. ............................................................................................................................... 96
Quadro 14 – Resultados dos rendimentos dos alto-falantes testados com corneta. ............ 106
Quadro 15 - Resultados dos rendimentos dos alto-falantes testados sem corneta. ............. 107
Quadro 16 - Valores de frequência de ressonancia para primeiro e segundo harmônico de
corneta. .............................................................................................................................................. 111
Quadro 17 - Quadro comparativo dos melhores resultados dos transdutores acústicos
utilizando corneta. ............................................................................................................................ 113
Quadro 18 - Quadro comparativo dos transdutores acústicos com mesma intensidade
sonora utilizando corneta. ............................................................................................................... 114
Quadro 19 - Quadro comparativo dos melhores resultados utilizando transdutores acústicos
sem corneta....................................................................................................................................... 114
Quadro 20 - Valores de tensão em corrente contínua produzidos na transdução de energia
sonora para energia elétrica através do protótipo a 115 dB...................................................... 123
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1
1.1
TEMA ..................................................................................................... 1
1.1.1
Delimitação do Tema
1.2
PROBLEMAS E PREMISSAS ................................................................ 2
1.3
OBJETIVOS ........................................................................................... 8
1.3.1
Objetivo Geral
8
1.3.2
Objetivos específicos
9
1.4
JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 9
1.5
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................. 10
1.6
ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................. 11
2
REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................... 12
2.1
ONDAS SONORAS:............................................................................. 12
2.2
VELOCIDADE DO SOM: ...................................................................... 13
2.3
PROPAGAÇÃO DAS ONDAS SONORAS: .......................................... 15
2.4
QUALIDADES FISIOLÓGICAS DO SOM: ........................................... 17
2.4.1
Altura
17
2.4.2
Intensidade
17
2.4.3
Timbre
19
2.5
PROPRIEDADES DAS ONDAS SONORAS ........................................ 19
2.5.1
Reflexão sonora
19
2.5.2
Refração e difração sonora
20
2.5.3
Interferência sonora
21
2.6
LEI DE INDUÇÃO DE FARADAY......................................................... 21
2.7
LEI DE AMPÈRE .................................................................................. 23
2.7.1
Campo Magnético de uma espira circular
24
2.7.2
Campo magnético criado por um solenóide
27
2.8
CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA ............................. 28
2.8.1
Sensores e Transdutores
29
2.8.2
Transdutores e Sensores Acústicos
30
2.8.2.1.
2
Microfones ............................................................................................................ 30
2.8.2.1.1. Tipos de microfone ............................................................................................ 31
2.8.3
Alto-falantes
40
2.8.3.1.
Cornetas ................................................................................................................ 41
2.8.3.2.
Alto-falantes Eletrodinâmicos ............................................................................... 43
2.9
TÉCNICAS DE MEDIÇÃO ................................................................... 53
2.9.1
Nível Sonoro
53
2.9.2
Pressão Sonora
53
2.9.3
Medidores de Nível de Pressão Sonora
54
2.9.3.1.
Decibelímetro ........................................................................................................ 55
2.10.1
Medição de tensão em alto-falante
57
2.11
RESISTORES DE ALTA PRECISÃO ................................................... 58
2.11.1
Resistência
58
2.11.2
Resistores
59
2.12
RUÍDO E TÉCNICAS DE MINIMIZAÇÃO ............................................ 59
2.12.1
Definição de ruído
60
2.12.2
Procedimentos para redução de ruído em cabeamento
60
3
DESCRIÇÃO DOS EXPERIMENTOS.................................................. 62
3.1
Setup Padrão ....................................................................................... 62
3.2
Subwoofer
Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando
66
3.2.1
Objetivo
66
3.2.2
Materiais Utilizados
66
3.2.3
Metodologia Adotada
66
3.2.4
Resultados
68
3.2.5
Comentários
75
3.3
Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando
Subwoofer 6x9 .......................................................................................................... 76
3.3.1
Objetivo
76
3.3.2
Materiais Utilizados
76
3.3.3
Metodologia Adotada
77
3.3.4
Resultados
78
3.3.5
Comentários
82
3.4
Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando Woofer
83
3.4.1
Objetivo
83
3.4.2
Materiais Utilizados
83
3.4.3
Metodologia Adotada
84
3.4.4
Resultados
84
3.4.5
Comentários
92
3.5
Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando Tweeter
93
3.5.1
Objetivo
93
3.5.2
Materiais Utilizados
93
3.5.3
Metodologia Adotada
94
3.5.4
Resultados
95
3.5.5
Comentários
4
ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................. 101
5
DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO ........................................... 116
5.1.
Materiais Utilizados
116
5.2.
Montagem do protótipo
116
5.3.
Funcionamento do protótipo
118
5.4.
protótipo
Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando o
120
5.4.1.
Objetivo
120
5.4.2.
Materiais utilizados
120
5.4.3.
Metodologia adotada
121
5.4.4.
Resultados
122
5.4.5.
Comentários
123
6
CONCLUSÃO .................................................................................... 124
100
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 126
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
Um grande número de processos de conversão de energia ocorrem na
natureza. O homem foi capaz de projetar alguns processos de conversão de energia
adicionais por meio de diversos dispositivos inventados durante a história da
humanidade. tais dispositivos podem ser classificados de acordo com o tipo de
construção usada, de acordo os seus princípios físicos ou químicos, ou de acordo
com as formas de energia que emergem anteriormente ou posteriormente à ação
realizada pelo dispositivo.(SØRENSEN, 2007, p.3).
A energia elétrica é um dos recursos básicos que possibilitaram ao ser
humano o avanço tecnológico e a qualidade de vida da sociedade contemporânea.
Pois é essa energia que move indústrias, alimenta computadores e celulares,
ilumina os ambientes, etc. Esta é utilizada para alimentar sistemas que não são
conservativos, como por exemplo, os sistemas mecânicos das máquinas elétricas,
que utilizam-se de uma porcentagem da energia fornecida pela fonte para realizar o
trabalho efetivo, e dissipam uma porcentagem menor, porém não irrelevante, na
forma de calor, vibrações, energia sonora, etc (ELETROBRÁS PROCEL E CEPEL,
1998).
A necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias para a otimização
do uso da energia elétrica se torna uma questão importante, visando reaproveitar
algumas formas de energia residuais resultantes de processos que envolvem
inerentemente o uso do recuso citado. Uma forma específica de reaproveitamento
dessa energia residual pode ocorrer através da reutilização de ondas sonoras
dissipadas de diversos processos.
Segundo Nussenzveig (2002, p.123), “O deslocamento de ar provocado por
uma fonte sonora muda a densidade do ar na camada adjacente, o que provoca
uma mudança de pressão. Por sua vez, a variação de pressão produz o
deslocamento da camada de ar contígua, e assim por diante”.
Para Halliday, Resnick e Walker. (2001, p.93), tem-se como uma
característica da ondulatória, o fato de que uma onda não transporta matéria, mas
2
sim transmite energia, logo se pode dizer que as ondas de pressão transmitem certa
quantidade de energia que através dos meios corretos pode ser reaproveitada.
1.1.1
Delimitação do Tema
Neste trabalho apresenta-se o interesse em estudar o processo de
conversão de energia sonora em energia elétrica por meio do princípio de indução
de Faraday, ou seja, através da utilização de alto-falantes, como woofers,
subwoofers e tweeters, a fim de verificar a viabilidade da utilização desses
dispositivos de baixo rendimento eletro acústico para a obtenção de um nível
energético significativo em termos de baixa potência.
1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS
No âmbito da utilização da energia elétrica quando se realiza algum tipo de
trabalho não se tem um aproveitamento eficaz da parte da energia que é dissipada
no processo. Cita-se o exemplo de um motor de corrente contínua onde uma parte
da energia que é utilizada para alimenta-lo transforma-se em trabalho mecânico e a
outra parte composta por vibrações, energia sonora e calor não é reaproveitada e
simplesmente se dispersa no meio. Embora a energia contida nessas formas
dissipativas seja pequena pode-se analisá-la e verificar assim a viabilidade para que
se possa reaproveitar de alguma forma essas perdas.
Perdas mecânicas são responsáveis por 2 a 15% das perdas totais em
motores elétricos de indução e ocorrem devido ao atrito nas escovas, mancais e
ventilação. No processo citado pode-se dizer que as perdas mecânicas
mencionadas originam outras formas de energias dissipadas como a térmica e a
acústica (ELETROBRÁS, PROCEL e CEPEL, 1998). Entretanto restringindo-se a
análise para processos envolvendo a energia sonora dissipada observa-se que se
manipulada de forma correta, através de amplificações acústicas e/ou elétricas,
3
talvez resulte em pequenas potências capazes de alimentar uma pequena carga.
Neste trabalho avalia-se a eficiência para se efetuar uma conversão de energia
sonora para energia elétrica através de conversores eletroacústicos de baixo
rendimento. Esses dispositivos e seus princípios de funcionamento são descritos a
seguir juntamente com alguns conceitos de acústica.
Durante a década de 1830, diversas experiências pioneiras sobre uma força
eletromotriz induzida (f.e.m) magneticamente foram feitas. A mais conhecida dessas
experiências envolve uma bobina conectada a um galvanômetro e um imã. Quando
o imã está em repouso, o galvanômetro não acusa nenhuma corrente. Entretanto
quando o imã se move o galvanômetro acusa uma corrente no circuito (YOUNG,
2005).
Segundo Halliday, Resnick e Walker (1996, p.238). Se colocarmos uma
bobina condutora fechada num campo magnético externo e enviarmos uma corrente
através dela, um torque atuara sobre a bobina fazendo-a girar. Este fenômeno físico
é basicamente o mesmo que possibilita o funcionamento do princípio do gerador
elétrico. Em 1831, Michael Faraday, a partir de seus experimentos de indução
eletromagnética, formulou a lei de indução que consiste em: A força eletromotriz
induzida em uma espira condutora é igual ao negativo da taxa que o fluxo magnético
através da espira esta variando com o tempo. Conforme a equação (1).
𝑓. 𝑒. 𝑚 = −
𝑑𝜙𝐵
𝑑𝑡

𝑓. 𝑒. 𝑚 é a força eletromotriz (𝑒𝑚 𝑉);

𝟇𝑩 é o fluxo magnético(𝑒𝑚 𝑊𝑏);

𝑡 é o tempo(𝑒𝑚 𝑠).
(1)
Por volta de 1834, Heinrich Friedrich Lenz, postulou uma regra que mais tarde
seria chamada de Lei de Lenz, A qual afirma que uma corrente induzida surgirá
numa espira fechada com um sentido contrário à variação do fluxo magnético que a
produziu.
Entretanto se colocarmos um anel de cobre de raio “r” num campo magnético
externo uniforme que desprezando as distorções preenche um volume cilíndrico de
raio “R” e supondo-se um aumento deste campo a uma taxa constante, o fluxo
4
magnético através do anel, variará também de forma constante. Assim, pela lei de
Faraday, uma força eletromotriz induzida e consequentemente uma corrente
induzida e utilizando a lei de Lenz pode-se constatar que o sentido da corrente
induzida será anti-horário.
Com a existência desta corrente no anel de cobre, um campo elétrico
produzido pela variação de fluxo magnético deve estar presente em todos os pontos
do interior do objeto citado. Este campo elétrico induzido é um campo não
conservativo gerado de forma diferente do campo elétrico criado por cargas
estáticas, conhecido como campo conservativo (Bastos, 2012). Tem-se então que
todo o campo magnético variável produz um campo elétrico, ou seja, ocorrerá
indução mesmo sem a presença do anel de cobre. Por isso, segundo Halliday,
Resnick e Walker (1996, p.238), deve-se complementar a lei de Faraday da seguinte
forma:
∮ 𝑬. 𝑑𝑙 = −
𝑑𝝓𝑩
𝑑𝑡
(2)
𝑉

𝑬 é o campo elétrico (𝑒𝑚 𝑚) ;

𝑑𝑙 é o comprimento(𝑒𝑚 𝑚);
Uma das aplicações práticas da teoria apresentada acima é o princípio de
funcionamento dos alto-falantes, que de forma simplista, convertem energia elétrica
em energia sonora.
Os primeiros alto-falantes surgiram entre 1924 e 1925, como equipamento
capaz de ampliar o som produzido pelos fonógrafos elétricos primitivos. O altofalante é um transdutor eletroacústico, da mesma forma que o microfone, no entanto
a função do alto-falante é converter um sinal elétrico em vibração sonora. Seu
princípio de funcionamento consiste em dois imãs, um permanente e outro um
eletroímã, que tanto podem se atrair como se repelir.
O imã gera um campo magnético fixo, enquanto a bobina, ao ser percorrida
por uma corrente elétrica, também gera um campo magnético que tanto pode se
opor como se igualar ao sentido do imã permanente. Isto acontece porque o sinal
aplicado à bobina do alto-falante é de corrente alternada, assim sendo quando a
corrente circula em um determinado sentido, por exemplo, é criado um campo
magnético que faz com que a bobina seja repelida e quando a polaridade se inverte
5
faz com que a corrente circule no sentido contrário e com isso a bobina seja atraída
pelo imã.
A conversão do sinal elétrico para sonoro se dá ao prender a bobina em um
cone que por sua vez encontra-se fixo a estrutura. O movimento da bobina para
frente e para trás da bobina faz com que o cone ao se deslocar movimente o ar
gerando uma onda de pressão.(Haical, 2003, p.11).
Haical (2003, p.14) afirma que existem vários tipos de alto-falantes, e dentre
eles citam-se os woofers que são propícios para sons graves, sua faixa de resposta
a frequência situa-se entre 40 Hz e 1 kHz e suas dimensões são as maiores dentre
estes equipamentos. Os mid-range possuem faixa de trabalho entre 200 Hz e 7 kHz,
possuem uma forma construtiva similar aos anteriores, porém são mais leves, o que
possibilita a extensão da sua faixa de resposta. Existem também os full-range, que
cobrem entre 100 Hz e 10 kHz. E finalmente os tweeters, que são ideais para
respostas aos agudos e possuem frequência operacional entre 5 kHz e quase 20
kHz, que é o final da faixa audível.
Tem-se por definição que o som é uma perturbação de pressão que se
propaga seguindo as características de uma onda através de um meio material. Na
propagação através do ar, tem-se que a velocidade do som em condições normais
de temperatura e pressão é de aproximadamente 344 m/s. A típica faixa de
frequência audível para o homem é de 20Hz a 20 kHz. A onda sonora envolve uma
grande faixa de níveis de potência, como por exemplo, um sussurro humano produz
cerca de 10−10 𝑊, um grito humano 10−5 𝑊, e um avião a jato 105 𝑊. Devido a esta
grande variação de níveis energéticos envolvidos, e a percepção sonora no ouvido
de uma pessoa ocorrer segundo uma escala logarítmica, utiliza-se o decibel para
expressar o nível sonoro, conforme a equação abaixo (HIRCHBERG; RIENSTRA
2006, p.13).
𝑃𝑜𝑡
𝑃𝑊𝐿 = 10. 𝑙𝑜𝑔10 ( −12 )
10
(3)
Onde:

𝑃𝑊𝐿 é o nível de intensidade sonora(𝑒𝑚 𝑑𝐵);

𝑃𝑜𝑡 é a potência transmitida pela onda de pressão (𝑒𝑚 𝑚2 ).
𝑊
6
A partir destes resultados ocorre a possibilidade de associar a alguns níveis
de intensidade sonora, típicos de atividades humanas, ao nível de potência que a
energia transmitida pela onda pode fornecer.
A Tabela 1 apresenta alguns valores típicos de intensidade de nível sonoro.
Tabela 1 - Valores Típicos de Intensidade de Nível Sonoro.
Power/10-
Fonte Sonora
12
dB
Descrição
(I/I0)
Respiração Normal
101
10
Limiar da audição
Farfalhar
102
20
Quieto
Murmúrio (a 5m)
103
30
Quieto
Bibliotecas
104
40
Quieto
Escritório
105
50
Quieto
Conversação normal (a 1m)
106
60
Tráfego intenso
107
70
e 108
80
109
Escritório
c/
máquinas
fábricas médias.
Caminhão Pesado (a 15m)
90
Prejudicial
Trem antigo de metrô
10
10
100
Prejudicial
Obra de construção civil (a 3m)
1011
110
Prejudicial
com 1012
120
Limiar da dor
e 1013
130
grande 1018
180
Conserto
de
rock
amplificadores (a 2m)
Rebitador
Automático
metralhadoras (próximo)
Motor
de
Foguete
(próximo)
Fonte: Tipler; Mosca (2006).
Se forem aplicados os dados acima na equação (3), apresentam-se as
seguintes considerações:
Supondo um ambiente onde existe um nível de intensidade sonora por volta
de 120 dB, calcula-se a quantidade de potência em W/m2 que é transmitida pela
onda de pressão, conforme mostra-se abaixo.
7
𝑃𝑜𝑡
) [𝑑𝐵]
10−12
𝑃𝑜𝑡
120 = 10 ln ( −12 )
10
𝑃𝑜𝑡
12 = ln ( −12 )
10
𝑃𝑜𝑡
1012 = −12
10
𝑃𝑊𝐿 = 10 ln (
𝑃𝑜𝑡 = 100 = 1 [𝑊/𝑚2 ]
(4)
Na sequência extrapolam-se os cálculos acima e estimam-se, em condições
ideais, os resultados obtidos para outros níveis de intensidade sonora, Conforme a
Tabela 2.
Tabela 2 - Relação entre Nível de Intensidade Sonora por Metro Quadrado.
Fonte Sonora
dB
[W/m2]
Respiração Normal
10
1 𝑥 10−11
Farfalhar
20
1 𝑥 10−10
Murmúrio (a 5m)
30
1 𝑥 10−9
Bibliotecas
40
1 𝑥 10−8
Escritório
50
1 𝑥 10−7
Conversação normal (a 1m)
60
1 𝑥 10−6
Tráfego intenso
70
1 𝑥 10−5
Escritório c/ máquinas e fábricas médias.
80
1 𝑥 10−4
Caminhão Pesado (a 15m)
90
1 𝑥 10−3
Trem antigo de metrô
100
1 𝑥 10−2
Obra de construção civil (a 3m)
110
1 𝑥 10−1
Conserto de rock com amplificadores (a 2m)
120
1
Rebitador Automático e metralhadoras (próximo)
130
10
Motor de Foguete grande (próximo)
180
106
Fonte: Tipler; Mosca (2006).
Considerando-se a conversão de um som de 120 dB através de um transdutor
eletroacústico de baixo rendimento, como por exemplo, alto falantes de 4 ohms e 20
8
Watts e rendimento médio de 7%, desconsiderando-se as perdas devido a dispersão
da onda de pressão. Vem que:
Segundo a equação (4):
𝑃𝑜𝑡 = 1 [𝑊/𝑚2 ]
Considerando uma superfície ideal de captação com 1 m2:
𝑃𝑜𝑡 𝑡𝑜𝑡 = 1 [𝑊]
Tem-se que o rendimento médio do alto-falante é 2%, então tem-se uma
potência convertida (𝑃𝐶 ), em condições ideais de aproximadamente (SILVA, 2004,
p.6):
𝑃𝐶 = 1 [𝑊]. 𝜂 = 1 𝑥 2/100
𝑃𝐶 = 20 𝑚 [𝑊]
A partir da equação acima, tem-se que uma fonte sonora de 120 dB pode ser
obtido um nível de energia na ordem de dezenas de miliwatts. Logo, a conversão
realizada pode atender potências necessárias para alimentar vários circuitos, tais
como amplificadores de instrumentação INA118 que possuem potência máxima
consumida de 6mW (FELER, et al.,p5. 2014), ou ainda segundo Apinex (2015)
níveis de potência entre 1 a 20 mW podem ser aplicados em módulos laser para uso
industrial, médico e de aplicação científica.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1
Objetivo Geral
Desenvolver um protótipo de um conversor eletroacústico utilizando altofalantes que sejam capazes de converter energia sonora em energia elétrica.
9
1.3.2
Objetivos específicos

Analisar a eficiência da conversão acústico-elétrica envolvendo os vários tipos
de alto-falantes como woofers, subwoofers e tweeters, para selecionar o
transdutor que será utilizado;

Verificar o comportamento na frequência das tensões e correntes resultantes
para o transdutor escolhido;

Selecionar e testar os possíveis níveis sonoros e frequências que aumentem
a intensidade de energia;

Desenvolver uma estrutura acústica que contribua para a eficiência na
captação da onda de pressão;

Desenvolver um sistema que converta energia sonora em elétrica pelo
princípio da Lei de Faraday, utilizando alto-falantes.

Levantar possíveis usos para energia gerada.
1.4 JUSTIFICATIVA
Pretende-se converter a energia sonora em elétrica, pois é notado que em
diversas
situações
há
muita
energia
acústica
sendo
dissipada
e
sem
reaproveitamento.
O que se pretende com esse projeto é aproveitar a energia dissipada do
som que seria jogada para o meio, para a sua conversão em energia elétrica e
assim poder alimentar sistemas de reduzida potência, como carregadores de pilha,
que apresentam tensão aproximada de 1,2V e correntes de 140 a 360mA e
sensores remotos, os quais demandam uma potência similar de 90mW a 5W.
Um dos principais motivos da escolha do tema é a possibilidade de
desenvolver novas formas de conversão de energia elétrica utilizando os princípios
da acústica, o que poderá resultar em benefícios e praticidade para a sociedade.
10
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Etapa 1 – Pesquisa bibliográfica
Por trás do surgimento de novas ideias e teorias, há sempre pesquisas e
muita
leitura
envolvida.
Essas
pesquisas
são muito
importantes
para
o
desenvolvimento de novas aplicações. A bibliografia utilizada para este projeto vêm
de pesquisas em livros relacionados, acervo de universidades, artigos científicos e
outros meios de pesquisa que possam auxiliar no desenvolvimento do projeto.

Etapa 2 – Onda sonora e sua propagação
É necessário o estudo sobre ondas sonoras e sua propagação para que se
possa entender seu mecanismo de funcionamento e posteriormente, utilizando os
conhecimentos obtidos, aplicá-lo no projeto.

Etapa 3 – Estudo dos alto-falantes
Devem-se pesquisar vários tipos de alto-falantes, analisar sua eficiência,
preço para compra e desempenho para então decidir qual será utilizado no projeto.

Etapa 4 – Geração do ruído através do software
Será feito um levantamento com alguns locais que possuem maior
intensidade sonora, a qual gerará a potência desejada. Em seguida, com auxílio do
software para geração de ondas sonoras, verificar-se-á a eficiência de diversas
faixas de frequência e intensidade do som.

Etapa 5 – Captação do som
A próxima etapa depois de selecionado um alto-falante que atenda aos
requisitos do projeto é a captação do som. Utilizar-se um dispositivo conversor
eletroacústico a fim de gerar uma potência que possa ser reaproveitada.
11

Etapa 6 – Montagem do protótipo
Após definido o melhor alto-falante, será feita uma análise de como o
protótipo deverá ser estruturado, priorizando seu desempenho e custo benefício. A
montagem do protótipo consiste na adequação do alto-falante a uma caixa acústica
a fim de aumentar a intensidade sonora incidente no dispositivo.

Etapa 7 – Documentação
Esta etapa consiste em encerrar o projeto, registrando todos os
procedimentos realizados, desde os métodos de pesquisa, fundamentação teórica
até o desenvolvimento experimental e os resultados obtidos, seguindo as normas de
trabalho de conclusão de curso da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

1ª Parte – Introdução sobre geração de energia e a conversão de energia
sonora em elétrica.

2ª Parte – Embasamento teórico explicitando a conversão de energia, tabelas
referência e equações que poderão auxiliar no desenvolvimento do trabalho.

3ª Parte – Desenvolvimento do projeto, testes e posterior montagem de
protótipo.

4ª Parte – Conclusão do trabalho, comparando os valores calculados com os
medidos e verificando sua aplicação.

5ª Parte – Referências bibliográficas, anexos e apêndices.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O presente capítulo tem como objetivo detalhar os aspectos teóricos dos
assuntos abordados neste trabalho, como o estudo da propagação das ondas
sonoras, a transdução do som, a conversão eletromecânica de energia, o
funcionamento e características dos alto-falantes e amplificadores, e os métodos de
medição utilizados para mensurar o fenômeno em estudo.
2.1 ONDAS SONORAS:
Denomina-se onda uma perturbação que se propaga num meio sólido, líquido
ou gasoso. A onda transfere energia de um ponto a outro sem o transporte de
matéria entre os pontos.
Ondas sonoras tem origem mecânica, pois são produzidas por deformações
em um meio elástico, são longitudinais, que são aquelas que a direção de
propagação da onda coincide com a direção de vibração e não se propagam no
vácuo.
O ar ou outro meio torna-se alternadamente mais denso ou mais rarefeito
quando uma onda sonora se propaga através dele. As variações na pressão fazem
com que os nossos tímpanos vibrem com a mesma frequência da onda, o que
produz a sensação auditiva (RAMALHO; NICOLAU; TOLEDO, 1999).
O sistema auditivo de uma pessoa é sensibilizado pelas ondas sonoras de
frequências entre 20 Hz e 20 kHz. Frequências inferiores a 20 Hz são denominados
infrassons e ocorrem, por exemplo, precedendo abalos sísmicos. Ondas superiores
a 20 kHz são os ultrassons.
O comprimento de onda é a menor distância que vai de uma crista à outra ou
de uma depressão à outra. A amplitude é a distância que vai de uma crista ao eixo
de propagação da onda. Período é o tempo gasto para que uma oscilação seja
completada. A velocidade de propagação das ondas é constante para um
determinado meio. Vale ressaltar que o que se propaga é o movimento e não as
partículas do meio.
13
Na figura 1 tem-se o gráfico de uma onda que se propaga da esquerda para a
direita nos instantes 𝑡1 , 𝑡2 , 𝑡3 , onde A é a amplitude, S é o espaço e λ é o
comprimento
de
onda.
A
partícula
p
localizada
no
espaço
permanece
aproximadamente na mesma posição, já que esta não se propaga com a onda.
Figura 1 - Propagação de onda em um determinado espaço.
Fonte: UFSC (2015).
A frequência de uma onda representa o número de oscilações por segundo.
As
ondas
têm
sempre
a
mesma
frequência
da
fonte
que
as
emitiu,
independentemente do meio em que se propagam.
2.2 VELOCIDADE DO SOM:
A velocidade das ondas mecânicas depende das propriedades inerciais do
meio para poder armazenar energia cinética e também das propriedades elásticas
para armazenar energia potencial. De modo geral, a velocidade de propagação do
som nos sólidos é maior do que nos líquidos, que por sua vez é maior do que nos
gases. Nos líquidos e nos sólidos as moléculas estão mais próximas umas das
outras, justificando a maior velocidade de propagação. Generalizando, tem-se que a
equação de velocidade de uma onda transversal numa corda esticada é:
14
𝑣= √
(5)
µ
Onde:

𝒎
𝒗 é 𝐚 𝐯𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐨𝐧𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚𝐥 𝐞𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐢𝐜𝐚𝐝𝐚 (𝒆𝒎 𝒔 ) ;


é 𝐚 𝐭𝐫𝐚çã𝐨 𝐧𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚(𝒆𝒎 𝑵);
µ é 𝐚 𝐦𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜í𝐟𝐢𝐜𝐚 𝐥𝐢𝐧𝐞𝐚𝐫 𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚 (𝒆𝒎
𝒌𝒈
𝒎
).
Quando uma onda sonora se propaga através do ar ou de qualquer outro gás,
a energia potencial é associada a compressões e rarefações periódicas de
pequenos elementos de volume do gás. A propriedade que determina o quanto um
elemento do gás modifica é seu volume. Quando a pressão sobre ele aumenta ou
diminui, o módulo de compressãoB, em pascal, é definido como: (HALLIDAY;
RESNICK; WALKER, 1996, p. 139).
𝐵=−
∆𝑝
Δ𝑉
(6)
𝑉
Onde:

𝑩 é 𝐨 𝐦ó𝐝𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨 (𝒆𝒎 𝑷𝒂);

∆𝒑 é 𝐚 𝐯𝐚𝐫𝐢𝐚çã𝐨 𝐝𝐚 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨(𝒆𝒎 𝑷𝒂);

𝚫𝑽
𝑽
é 𝐚 𝐦𝐮𝐝𝐚𝐧ç𝐚 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐥𝐚çã𝐨 𝐚𝐨 𝐯𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐨𝐫𝐢𝐠𝐢𝐧𝐚𝐥.
Assim, a partir da equação de velocidade acima citada e substituindo porB e µ
por 𝜌, tem-se:
𝑣= √
𝐵
𝜌
(7)
Onde:
𝒎

𝒗 é 𝐚 𝐯𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐨𝐧𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚𝐥 𝐞𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐢𝐜𝐚𝐝𝐚 (𝒆𝒎 𝒔 ) ;

𝝆 é 𝐚 𝐦𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜í𝐟𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝒎𝟑 ).
𝒌𝒈
15
A tabela 3 mostra a velocidade do som em vários meios.
Tabela 3 - A Velocidade do Som
Meio
Velocidade (m/s)
Gases
Ar (0ºC)
331
Ar (20ºC)
343
Hélio
965
Hidrogênio
1284
Líquidos
Água (0ºC)
1402
Água (20ºC)
1482
Água do mar¹
1522
Sólidos
Alumínio
6420
Aço
5941
Granito
6000
¹A 20ºC e salinidade de 3,5%
Fonte: Halliday; Resnick; Walker (1996, p. 139).
2.3 PROPAGAÇÃO DAS ONDAS SONORAS:
Como já mencionado, as ondas sonoras se propagam em um meio material
(sólido, liquido ou gasoso). Esse meio pode ser unidimensional, como uma corda
esticada; bidimensional, como a membrana de um tambor ou tridimensional como a
atmosfera.
O que se propaga é o movimento e não as partículas do meio, já que estas
apenas oscilam próximas as suas posições de repouso. A onda pode transportar
energia ou informação de um lugar a outro do meio, sem que o meio seja
16
transportado. Pode-se expressar o deslocamento da onda sonora S como uma
função senoidal, seno ou cosseno.
𝑆(𝑥, 𝑡) = 𝑆𝑚 cos( 𝑘𝑥 − 𝜔𝑡)
(8)
Onde:

𝑺 é 𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐥𝐨𝐜𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 (𝒆𝒎 𝒎);

𝑺𝒎 é 𝐚𝐦𝐩𝐥𝐢𝐭𝐮𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐥𝐨𝐜𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 (𝒆𝒎 𝒎);

𝒌 é 𝐨 𝐧ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐨𝐧𝐝𝐚 𝐚𝐧𝐠𝐮𝐥𝐚𝐫 ( 𝐞𝐦

𝝎 é 𝐚 𝐟𝐫𝐞𝐪𝐮ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐚𝐧𝐠𝐮𝐥𝐚𝐫 (𝒆𝒎
𝒓𝒂𝒅
𝒔
𝒓𝒂𝒅
𝒎
);
).
À medida que a onda se propaga, a pressão do ar, em qualquer posição x na
Fig. 2, aumenta e diminui com o tempo, a variação de pressão, Δ𝑝, sendo dada por:
Δ𝑝(𝑥, 𝑡) = Δ𝑝𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡)
(9)
Onde:

𝚫𝒑𝒎 é 𝐚𝐦𝐩𝐥𝐢𝐭𝐮𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨 (𝒆𝒎 𝑷𝒂);
Um valor negativo de Δ𝑝 na equação (9)corresponde a uma expansão,
enquanto que um positivo equivale a uma compressão.
Figura 2 - Onda Sonora Propagando-se Através de um Tubo Cheio de Ar.
Fonte: Halliday; Resnick; Walker (1996, p. 141).
17
2.4 QUALIDADES FISIOLÓGICAS DO SOM:
2.4.1 Altura
A altura é a qualidade pela qual se diferencia sons graves e agudos. Depende
apenas da frequência do som.
O som será mais grave quanto menor a frequência e mais agudo quanto
maior for a frequência.
2.4.2
Intensidade
A intensidade é a qualidade fisiológica pela qual se diferencia os sons fracos
dos sons fortes. Depende da energia transportada pela onda sonora e, portanto, de
sua intensidade física.
A intensidade física, 𝐼, de uma onda é o quociente entre a energia ∆𝐸 que
atravessa uma superfície na unidade de tempo e a área A da superfície.
𝐼=
∆𝐸
𝐴. ∆𝑡
( 10 )
Onde:
𝑱

𝑰é 𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐧𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐚 𝐨𝐧𝐝𝐚 (𝒆𝒎 𝒎𝟐 .𝒔) ;

𝜟𝑬 é 𝐯𝐚𝐫𝐢𝐚çã𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐞𝐫𝐠𝐢𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐭𝐫𝐚𝐯𝐞𝐬𝐬𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟í𝐜𝐢𝐞 (𝒆𝒎 𝑱);

𝑨 é 𝐚 á𝐫𝐞𝐚 𝐝𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟í𝐜𝐢𝐞 (𝒆𝒎 𝒎²);

∆𝒕 é 𝐚 𝐯𝐚𝐫𝐢𝐚çã𝐨 𝐝𝐞 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 (𝒆𝒎 𝒔).
Como o termo
∆𝐸
∆𝑡
constitui a potência da onda, tem-se que:
𝐼=
𝑃𝑜𝑡
𝐴
( 11 )
18
Onde:
𝑾

𝑰é 𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐧𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐚 𝐨𝐧𝐝𝐚 (𝒆𝒎 𝒎𝟐 ) ;

𝑷𝒐𝒕 é 𝐚 𝐩𝐨𝐭ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐚 𝐨𝐧𝐝𝐚 (𝒆𝒎 𝑾);
Em vez de falar da intensidade 𝐼 de uma onda sonora, é muito mais
conveniente falar do nível sonoro 𝛽, definido como:
𝛽 = (10) log
𝐼
𝐼0
( 12 )
Onde:

𝜷 é 𝐨 𝐧í𝐯𝐞𝐥 𝐬𝐨𝐧𝐨𝐫𝐨 (𝒅𝑩);

𝑰 é 𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐧𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐨𝐧𝐝𝐚 𝐬𝐨𝐧𝐨𝐫𝐚 (𝒎𝟐 ) ;

𝑰𝒐 é 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐥 𝐚 𝟏𝟎−𝟏𝟐 (𝒎𝟐).
𝑾
𝑾
A intensidade de referência padrão, 𝐼𝑂 ,é a mínima intensidade física que uma
onda sonora deve ter para ser audível e é aproximadamente 10−12 W/m².
A figura 3 mostra como os limiares de audições e de sensação dolorosa
variam, através do espectro sonoro, para pessoas com audição média.
Figura 3 - Limiar de Audição.
Fonte: Halliday; Resnick; Walker (1996, p. 144).
19
2.4.3
Timbre
O som de menor frequência emitido, por exemplo, por um instrumento
musical, constitui o som fundamental, e os demais, com frequência múltipla, são os
harmônicos. A superposição do som fundamental com os harmônicos determina a
forma da onda emitida pelo instrumento, como representada na figura 4.
Figura 4 - Forma de Onda de um Sinal Sonoro de Instrumento.
Fonte: Ramalho; Nicolau; Toledo (2007, p. 466)
O som fundamental ou primeiro harmônico está sempre presente e é ele que
determina a frequência do som emitido. Essa característica de sons de mesma
altura emitidos por instrumentos diferentes, mesmo que esses sons tenham a
mesma intensidade é chamada de timbre.
2.5 PROPRIEDADES DAS ONDAS SONORAS
2.5.1
Reflexão sonora
A reflexão do som pode dar origem ao reforço, reverberação ou eco,
dependendo do intervalo de tempo entre a percepção do ouvinte ao som direto e
refletido.
20
Se o obstáculo que reflete o som estiver muito próximo, o som direto e o
refletido chegam praticamente no mesmo instante, dando a sensação ao ouvinte de
um som mais forte. Esse fenômeno é chamado de reforço.
Quando o obstáculo refletor está mais afastado, de modo que o intervalo entre
a percepção do som direto e do som refletido é menor que 0,1 segundos (não
desprezível), ocorre a reverberação. Nesse caso o som refletido chega ao sistema
auditivo, enquanto a sensação do som direto ainda não se extinguiu e o ouvinte tem
a impressão de um prolongamento do som.
O eco ocorre quando o som refletido é recebido pelo ouvinte depois que o som
direto já se extinguiu. O ouvinte percebe dois sons distintos. Para que isso aconteça,
o intervalo de tempo entre a percepção dos dois sons (direto e refletido) deve ser
maior que 0,1 segundos.
2.5.2
Refração e difração sonora
A refração do som ocorre quando uma onda sonora produzida em um meio
passa para outro com velocidade diferente, como visto na figura 5. A frequência do
som permanece a mesma, modificando-se seu comprimento de onda.
A difração do som possibilita que as ondas sonoras contornem obstáculos com
dimensões de até 20m.
Figura 5–Propagação do som pela vibração de uma parede, por efeito de choque de
ondas sonoras.
Fonte: Morechi (2012).
21
2.5.3
Interferência sonora
A interferência do som ocorre quando um ponto do meio recebe dois ou mais
sons originados por várias fontes ou por reflexões em obstáculos.As condições
estabelecidas para as ondas em geral valem para a interferência em ondas sonoras.
(RAMALHO; NICOLAU; TOLEDO, 2007, p. 470).
Fontes em concordância de fase:
𝜆
( 13 )
𝜆
( 14 )
𝑑 = 𝑝. 2 (Sendo p = 0,2,4,6...): interferência construtiva
𝑑 = 𝑖. 2 (Sendo i = 1,3,5,7...): interferência destrutiva
Onde:

𝒅 é 𝐚 𝐝𝐢𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧ç𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐚𝐬 𝐝𝐢𝐬𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐫𝐜𝐨𝐫𝐫𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐨𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐝𝐞 𝐚𝐬
𝐫𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜𝐭𝐢𝐯𝐚𝐬 𝐟𝐨𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐚𝐭é 𝐨 𝐩𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐩𝐨𝐬𝐢çã𝐨(𝒆𝒎 𝒎);

𝒑 é 𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐟𝐞𝐫ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐭𝐫𝐮𝐭𝐢𝐯𝐚;

𝒊 é 𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐟𝐞𝐫ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐫𝐮𝐭𝐢𝐯𝐚;

𝝀 é 𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐨𝐧𝐝𝐚 (𝒆𝒎 𝒎).
Fontes em oposição de fase:
𝜆
𝑑 = 𝑝. 2 (Sendo p = 0,2,4,6...): interferência destrutiva
𝜆
𝑑 = 𝑖. 2 (Sendo i = 1,3,5,7...): interferência construtiva
( 15 )
( 16 )
2.6 LEI DE INDUÇÃO DE FARADAY
Também chamada de lei da indução magnética, a Lei de Faraday quantifica a
indução eletromagnética. Esta lei pode ser enunciada em termos de corrente i
induzida em uma única espira C de fio, imersa num campo magnético B, que varia
com o tempo:
22
𝑖= −
1 𝑑Φ𝐶
𝑅 𝑑𝑡
( 17 )
Onde:

𝒊 é 𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐢𝐧𝐝𝐮𝐳𝐢𝐝𝐚 𝐧𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐨𝐫𝐧𝐨 𝑪 (𝒆𝒎 𝑨);

𝑹 é 𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭ê𝐧𝐜𝐢𝐚 (𝒆𝒎 𝜴);

𝒅𝚽𝑪
𝒅𝒕
é 𝐚 𝐭𝐚𝐱𝐚 𝐝𝐞 𝐯𝐚𝐫𝐢𝐚çã𝐨 𝐝𝐨 𝐟𝐥𝐮𝐱𝐨 𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 (𝒆𝒎
𝑾𝒃
𝒔
).
Um campo magnético variável produz uma força eletromotriz 𝜀 que pode
estabelecer uma corrente em um circuito condutor fechado. A força eletromotriz é
uma tensão que aparece nos condutores que se movem em um campo magnético
ou nos quais atuam campos magnéticos variáveis. A lei de Faraday pode então ser
estabelecida como:
𝑓𝑒𝑚 = 𝜀 = −
𝑑Φ𝐶
𝑑𝑡
( 18 )
Onde:

𝜺 é 𝐚 𝐟𝐨𝐫ç𝐚 𝐞𝐥𝐞𝐭𝐫𝐨𝐦𝐨𝐭𝐫𝐢𝐳 (𝒆𝒎 𝑽);
A equação acima implica em um percurso fechado condutor. O fluxo
magnético, ∅𝐶, é o fluxo que atravessa cada superfície genérica, cujo perímetro é o
percurso fechado e
Um valor de
𝑑Φ
𝑑𝑡
𝑑Φ
𝑑𝑡
é a razão de variação deste fluxo no tempo.
diferente de zero pode resultar de uma das seguintes situações:

Um fluxo variável no tempo envolvendo um trajeto fechado estacionado

Movimento relativo entre um fluxo e um trajeto fechado

Uma combinação dos dois.
A lei da indução pode também ser representada na sua forma integral:
∮ 𝑬. 𝑑𝑙 = 𝜀 = −
𝐶
Onde:

𝑽
𝑬 é 𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐨 (𝒆𝒎 𝒎) ;
𝑑Φ𝐶
𝑑𝑡
( 19 )
23
Não havendo mais força de Lorentz, a força eletromotriz corresponde um
campo elétrico E, que não é mais eletrostático, devido à variação com o tempo, e
adquire assim uma circulação diferente de zero ao longo de uma curva C fechada:
(NUSSENZVEIG,1997, p. 164).
𝜀 = ∮ 𝑬 𝑑𝒍 = − ∫
𝐶
𝑆
( 20 )
𝜕𝑩
𝑑𝑺
𝜕𝑡
Onde:

𝝏𝑩

𝑺 é 𝒂 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇í𝒄𝒊𝒆 (𝒆𝒎 𝒎²).
𝝏𝒕
𝑻
é 𝐚 𝐭𝐚𝐱𝐚 𝐝𝐞 𝐯𝐚𝐫𝐢𝐚çã𝐨 𝐝𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨 𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 (𝒆𝒎 𝒔 );
Por outro lado, o teorema do rotacional
∮ 𝑬 𝑑𝒍 = − ∫ 𝑟𝑜𝑡𝑬 𝑑𝑺
𝐶
( 21 )
𝑆
Como o resultado vale qualquer valor que seja o circuito C, infere-seque
𝑟𝑜𝑡𝑬 = −
𝜕𝑩
𝜕𝑡
( 22 )
Que é a forma diferencial da lei de indução de Faraday, e corresponde a uma
das equações de Maxwell. Interpretando o resultado fisicamente, o campo
magnético variável com o tempo produz um campo elétrico que não é mais
eletrostático, chamado campo não conservativo (Bastos, 2012).
2.7 LEI DE AMPÈRE
O cálculo de um campo magnético a partir de uma corrente elétrica
estacionária é regido pela lei circuital de Ampére.
Segundo Hayt (2003, p.136), a lei de Ampère é definida como a integral de
linha de H percorrendo um caminho fechado, seja igual à corrente contínua que
envolve o caminho. Pode-se escrever a equação da seguinte forma:
24
( 23 )
∫ 𝑯. 𝑑𝑳 = 𝜇𝑜. 𝐼
Onde:
𝑨

𝑯 é 𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐧𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨 𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐨 (𝒆𝒎 𝒎) ;

𝑰 é 𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐭𝐫𝐚𝐯𝐞𝐬𝐬𝐚𝐦 𝐨 𝐜𝐢𝐫𝐜𝐮𝐢𝐭𝐨(𝒆𝒎 𝑨);

𝝁𝒐 é 𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐦𝐞𝐚𝐛𝐢𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝒎).
𝑯
Na figura 6 tem-se um fio conduzindo corrente contínua 𝐼 por três caminhos
diferentes, a, b e c. Apesar de os caminhos a e b resultarem em uma mesma
resposta, os integrantes do caminho percorrido será diferente. Isso se deve ao fato
de que H irá variar de ponto para ponto. Como a e b não percorrem o mesmo
caminho, as contribuições para cada integral serão diferentes. Para o caminho a e b,
a integral de linha nos caminhos fechados a e b resultam em uma resposta 𝐼. Já
para o caminho c que passa através do condutor, tem uma resposta menor de 𝐼 e é
exatamente aquela porção da corrente total que é envolvida pelo caminho c. (HAYT,
2003, p. 137).
Figura 6 - Fio circular conduzindo corrente contínua I.
Fonte: Hayt (2003, p.137)
2.7.1
Campo Magnético de uma espira circular
Observa-se que dentro de um alto-falante ou de um eletroímã, possuem
diversas bobinas, com um grande número de espiras agrupadas de modo tão
25
compacto que cada volta do fio pode ser considerada uma espira circular. O
campo magnético produzido por uma única espira circular é devido a corrente
que passa pelas espiras, assim a expressão do campo magnético pode ser
deduzida em função da corrente e das características físicas da espira circular.
Na figura 7 tem-se uma espira circular conduzindo corrente 𝐼, com raio a. A
corrente entra e sai através de dois fios retilíneos colocados um ao lado do outro,
fazendo assim com que as correntes percorram os fios em sentidos contrários,
resultando em um campo magnético zero. Como a figura 7 mostra, ⃗⃗⃗
𝑑𝑙 e 𝑟 são
⃗⃗⃗ particular está
⃗ produzida por esse elemento 𝑑𝑙
perpendiculares e a direção de 𝑑𝐵
sobre o plano xy. Como 𝑟² = 𝑥² + 𝑎², o módulo do campo magnético produzido
pelo elemento ⃗⃗⃗
𝑑𝑙 é: (YOUNG; FREEDMAN, 2005, p.253).
𝑑𝐵 = 𝜇𝑜. 𝐼.
𝑑𝑙
4𝜋 (𝑥 2 + 𝑎2 )
( 24 )
Onde:

⃗⃗ é 𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨 𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐢𝐧𝐟𝐢𝐧𝐢𝐭𝐞𝐬𝐢𝐦𝐚𝐥 (𝒆𝒎 𝑻);
𝒅𝑩

𝑰 é 𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐜𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚 𝐩𝐞𝐥𝐨 𝐞𝐬𝐩𝐢𝐫𝐚 (𝒆𝒎 𝑨);

𝒙 é 𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐨𝐧𝐞𝐭𝐞 𝐝𝐨 𝐞𝐢𝐱𝐨 𝐱 𝐝𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨 𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐨 (𝒆𝒎 𝒎);

𝒂 é 𝐨 𝐫𝐚𝐢𝐨 𝐝𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐢𝐫𝐚 𝐜𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚𝐫(𝒆𝒎 𝒎).
⃗ são dados por:
Os componentes do vetor 𝑑𝐵
𝑑𝐵𝑥 = 𝑑𝐵𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝜇𝑜. 𝐼. 𝑑𝑙.
𝑎
4𝜋. (𝑥 2 + 𝑎2 ). (𝑥² + 𝑎²)1/2
( 25 )
𝑑𝐵𝑦 = 𝑑𝐵𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝜇𝑜. 𝐼. 𝑑𝑙.
𝑥
4𝜋. (𝑥 2 + 𝑎2 ). (𝑥² + 𝑎²)1/2
( 26 )
26
Figura 7 - Campo Magnético de uma Espira Circular.
Fonte: Young; Freedman (2005, p. 253).
“A situação possui simetria rotacional em torno do eixo x, portanto não
⃗ no sentido y. Para cada
existe componente do campo magnético total 𝐵
⃗⃗⃗ , existe um elemento correspondente do lado oposto da espira,
elemento 𝑑𝑙
com sentido oposto. Esses dois elementos opostos fornecem contribuições
⃗ , porém os componentes no sentidoy
iguais para o componente x de 𝐵
possuem
sentidos
opostos,
fazendo
com
que
as
componentes
perpendiculares se anulem e somente os componentes paralelos ao eixo x
sejam diferentes de zero”. (YOUNG; FREEDMAN, 2005, p. 253)
A integral de 𝑑𝑙 é dada pelo comprimento da circunferência, ∫ 𝑑𝑙 = 2𝜋𝑎, então
a componente em x do campo magnético é dado pela equação 27.
(YOUNG;FREEDMAN, 2005, p. 254).
𝐵𝑥 =
𝜇𝑜𝐼𝑎2
( 27 )
3
2
2. ((𝑥² + 𝑎²) )
27
2.7.2
Campo magnético criado por um solenóide
Existem diversar maneiras para aplicação de um campo magnético uniforme,
produzindo um campo com mesmo módulo e direção em qualquer ponto de uma
região no espaço. Um exemplo de aplicação é no solenoide. Na prática um
campo magnético uniforme é gerado com um solenóide. Um solenóide é uma
bobina helicoidal de fio com a mesma corrente 𝐼 passando em cada espira do
enrolamento. Na figura 8 é representado um solenóide com n espiras. (KNIGHT,
2009, p. 1015).
Figura 8 – Solenóide.
Fonte: Knight (2009, p.1015).
O campo gerado por um solenóide ideal pode ser calculado usando a lei de
Ampère. A figura 8 mostra uma seção transversal de um solenóide infinitamente
longo. O caminho fechado usado é um retângulo de comprimento l, que encerra
N espiras do solenóide. Cada uma das N espiras encerrados pelo caminho de
integração conduzem uma corrente I, assim a corrente total através do retângulo
é 𝐼 = 𝑁𝐼. Portanto tem-sea seguinte forma: (KNIGHT, 2009, p. 1015)
∮ 𝑩. 𝑑𝒔 =
𝜇𝑜𝑁𝐼
𝑙
( 28 )
Onde:

𝑵 é 𝐨 𝐧ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐩𝐢𝐫𝐚𝐬;

𝒍 é 𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐬𝐨𝐥𝐞𝐧ó𝐢𝐝𝐞 (𝒆𝒎 𝒎).
A integral de linha ao longo desse caminho é a soma das integrais de linha ao
longo de cada lado.
28
Figura 9 - Campo gerado por um solenóide ideal.
Fonte: Knight (2009, p.1015).
2.8 CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
A conversão eletromecânica ocorre quando um dispositivo, normalmente
chamado de transdutor ou conversor, transforma a energia elétrica em mecânica ou
energia mecânica em elétrica. Um campo elétrico ou magnético estabelecido no
dispositivo é a base de operação e de conversão de energia. Ao ser aplicada a
corrente elétrica no transdutor, o movimento relativo é estabelecido entre as partes
móveis e fixas que o constituem, efetuando-se a conversão eletromecânica de
energia. Por outro lado, ao receber energia mecânica de uma fonte externa poderá
convertê-la em elétrica utilizando como base o campo elétrico ou magnético.
(Creppe, 2002, p. 83)
O processo de conversão eletromecânica de energia utiliza como meio o
campo elétrico ou magnético do dispositivo de conversão. E ainda que os
dispositivos de conversão operem com princípios similares, as estruturas dependem
de suas funções. Os dispositivos de medida e controle são classificados como
transdutores. Estes geralmente operam com sinais relativamente pequenos e sob
condições lineares de entrada e saída. Uma segunda categoria de dispositivos
abrange equipamentos produtores de força incluindo solenoides, relés e eletroímãs.
A terceira categoria inclui os equipamentos de conversão contínua de energia, como
motores e geradores. (Fitzgerald, 2006, p.119).
29
2.8.1
Sensores e Transdutores
Um sensor pode ser definido como “um dispositivo que recebe e responde a
um sinal ou estímulo”, o que consiste em uma definição muito ampla. Por isso a
partir dessa definição pode-se classificar estes dispositivos como naturais, como os
órgãos sensoriais humanos ou de outros seres vivos, e ainda como sensores
artificiais, que são usados em sistemas artificiais para controle e supervisão de
processos relacionados às atividades humanas, como por exemplo, sensores de
nível ou pressão em sistemas de abastecimento de água. Esses tipos de
equipamentos devem ter a capacidade de enviar e receber “estímulos” de outros
equipamentos, com os quais se comunicam, em uma mesma “linguagem”. E esta
linguagem é a eletricidade. Assim sendo, um sensor feito pelo homem deve ter a
capacidade de resposta a sinais que carregam informações por deslocamento de
elétrons.
Em resumo, o propósito de um sensor é responder a algum tipo de entrada de
estímulo oriundo de uma propriedade física e converter essa “entrada” em um sinal
elétrico, que na maioria das vezes deve possuir parâmetros elétricos compatíveis
com a sensibilidade do circuito eletrônico que recebe esse sinal, devido ao fato que
o sinal elétrico pode ser tratado, amplificado e modificado através da eletrônica.
Pode-se ainda dizer que qualquer sensor é um equipamento de conversão de
energia, pois não importa qual grandeza física se deseja medir sempre deve existir
transferência de energia do objeto que se deseja mensurar para o sensor. O
processo de sensoriamento é um caso particular de transferência de informação que
requer transmissão de energia. Deve-se atentar para o fato de que não se pode
confundir transmissão de energia com transmissão de informação pelo simples fato
de que a energia pode fluir em dois sentidos, ou seja, pode ser transmitida tanto do
objeto para o sensor quanto do sensor para o objeto. Já a transmissão de
informação flui somente do objeto para o sensor.
O termo sensor deve ser diferenciado de transdutor, pois este é um conversor
de qualquer forma de energia em outra, ao passo que o sensor transforma qualquer
tipo de energia para energia elétrica. O alto-falante é um exemplo de transdutor que
converte um sinal elétrico em um campo magnético variável e em seguida em ondas
sonoras. É interessante que um alto-falante quando ligado na entrada de um
30
amplificador pode funcionar como um microfone, tornando-se assim um sensor
acústico. (Fraden, 2010, p. 1).
2.8.2
Transdutores e Sensores Acústicos
Denominam-se transdutores acústicos os equipamentos que fornecem uma
variável de saída de natureza elétrica a partir de uma variável de entrada mecânica,
de natureza acústica e vice-versa. No primeiro caso estão os microfones, tanto do
tipo de acoplamento por campo magnético como do tipo de acoplamento por campo
elétrico e no segundo caso os alto-falantes que também existem do tipo de campo
elétrico ou magnético (Falcone, 1979). Já os sensores acústicos, que respondem a
faixa de frequência audível, são geralmente chamados de microfones. Este,
basicamente, é um sensor de pressão adaptado para a transdução de ondas
sonoras em uma ampla faixa espectral. (Fraden, 2010, p. 431).
2.8.2.1. Microfones
Os microfones diferem-se através de características como, sensitividade,
características direcionais, largura de banda de frequência, faixa dinâmica e seus
tipos. Além disso, o seu design pode mudar de acordo com o meio em que as ondas
sonoras estão sendo captadas. Por exemplo, para a transdução de ondas aéreas ou
vibrações em sólidos chamam-se estes equipamentos de microfones, enquanto que
para a sua operação em líquidos é comum utilizar-se o termo hidrofone.
Como
as
ondas
sonoras
são
ondas
mecânicas
de
pressão,
seu
funcionamento se dá através de um diafragma e um transdutor de deslocamento,
que converte as deflexões do diafragma em sinais elétricos. (Fraden, 2010, p. 431).
31
2.8.2.1.1. Tipos de microfone
a. Microfones Resistivos:
No passado, conversores de pressão resistivos eram muito usados em
microfones. O conversor consistia de um pó semicondutor (usualmente o grafite),
cuja resistividade de massa era sensível à pressão. Atualmente diz-se que este pó
semicondutor possui propriedades piezoresistivas. Esses dispositivos possuem
algumas desvantagens como: faixa dinâmica limitada, uma resposta à frequência
ruim e um alto nível de ruído.
Este tipo de microfone é, em termos gerais, uma cápsula contendo grânulos
de carbono prensados entre duas chapas metálicas. A tensão aplicada através das
chapas gera uma pequena corrente que flui através do carbono. Uma das placas
metálicas, que é o diafragma, vibra na presença de ondas sonoras incidentes,
aplicando uma pressão variante no carbono. Essa pressão, por sua vez, deforma os
pequenos grãos de grafite, o que faz com que a área de contato entre um par de
grânulos adjacentes mude, e isto implica em uma mudança na resistência de massa
do carbono. As alterações na resistência causam uma correspondente mudança na
tensão entre as duas placas e também na corrente que flui pelo microfone,
produzindo, assim, um sinal elétrico. Esses microfones de carbono, representados
na figura 10, eram utilizados em telefones antigos. (Fraden, 2010, p. 432).
Figura 10 - Microfone de carbono.
Fonte: George R. School of Engineering (2015).
b. Microfones Condensadores:
Se um capacitor de placas paralelas é carregado com uma carga “q”, a tensão
em seus terminais será dada pela equação 29, já a capacitância, conforme a
32
equação 30, depende da distância entre as placas. Então substituindo 29 em 30,
tem-se:
𝑄 = 𝐶. 𝑉
( 29 )
Onde:

𝑸 é 𝐚 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝑪);

𝑪 é 𝐚 𝐜𝐚𝐩𝐚𝐜𝐢𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 (𝒆𝒎 𝑭);

𝑽 é 𝐚 𝐭𝐞𝐧𝐬ã𝐨 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚(𝒆𝒎 𝑽).
𝐶=
𝐴. 𝜀0
𝑑
( 30 )
Onde:

𝑨 é 𝐚 á𝐫𝐞𝐚 𝐝𝐚 𝐩𝐥𝐚𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝒎𝟐 );

𝜺𝟎 é 𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐦𝐢𝐬𝐬𝐢𝐯𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐨 𝐯á𝐜𝐮𝐨 (𝒆𝒎 𝑭/𝒎);

𝒅 é 𝐚 𝐝𝐢𝐬𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐥𝐜𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚𝐥𝐞𝐥𝐚𝐬(𝒆𝒎 𝒎).
𝑉 = 𝑞.
𝑑
𝐴. 𝜀0
( 31 )
Onde 𝜀0 = 8,8542 𝑥 10−12 [𝐹/𝑚], que é a constante de permissividade elétrica
do vácuo. A equação 31 é a base da operação de um microfone condensador, que
podem ser chamados de microfones capacitivos. Esses equipamentos convertem
linearmente a distância entre as placas em tensão elétrica, que pode ser ainda
amplificada. Este dispositivo necessita essencialmente de uma fonte de carga
elétrica “q”, a magnitude desta fonte está relacionada diretamente com a
sensibilidade do microfone. Esta carga pode ser fornecida tanto por uma fonte
externa, a qual deve possuir uma tensão no intervalo de 20 a 200 V, ou por uma
fonte interna capaz de produzir tal carga. Isto pode ser feito através de uma camada
embutida de eletreto que é um cristal dielétrico polarizado. Na figura 11 encontra-se
um exemplo de circuito equivalente para um microfone condensador.
33
Figura 11 - Diagrama de microfone condensador com circuito de realimentação
mecânica.
Fonte: Fraden (2010, p.433)
Atualmente muitos dos microfones condensadores são fabricados com
diafragma de silicone, que serve para dois propósitos: converter pressão acústica
em deslocamento e atuar como a placa móvel de um capacitor. Para obter uma alta
sensibilidade nesses microfones, a tensão de polarização no capacitor deve ser tão
grande quanto for possível, resultando em uma grande deflexão estática do
diafragma, que por sua vez pode acarretar numa redução da resistividade de choque
e da faixa dinâmica inferior. Além disso, se a camada de ar entre o diafragma e a
chapa traseira for muito pequena, a resistência acústica da camada de ar reduzirá a
sensibilidade mecânica do microfone em altas frequências. Por exemplo, para uma
camada de ar de 2 µm, ocorre que a sensibilidade diminui em uma frequência de
corte de aproximadamente 2 kHz.
Esse tipo de equipamento abrange desde transmissores telefônicos até
microfones baratos de karaokê e microfones de gravação de alta fidelidade,
apresenta-se um exemplo deste microfone na figura 12. Eles geralmente produzem
um sinal de áudio de alta qualidade e são a opção mais popular em laboratórios e
estúdios de gravação musical. (Fraden, 2010, p. 432).
34
Figura 12 - Microfone Condensador.
Fonte: Art Som Studio (2015).
c. Microfones de fibra ótica:
Figura 13 - Microfone de fibra ótica.
Fonte: Fraden (2010, p.434).
Para medições acústicas diretas em ambientes hostis, como por exemplo,
motores de foguete, utilizam-se sensores com resistência a altas temperaturas, altas
pressões e fortes vibrações. Para estas aplicações os microfones de fibra ótica são
adequados. (Fraden, 2010, p. 434).
Conforme a figura 13, esses sensores possuem um diodo emissor de
radiação luminosa laser com comprimento de onda próximo a 1,3 micrometros. O
raio de luz entra em um dos núcleos de fibra ótica e se propaga pela fibra até a parte
final, que é fundida e acoplada a outra fibra. Quando o raio de luz laser incidente
alcança o final do núcleo da primeira fibra ela é refletida, por um anteparo de
alumínio, para a entrada e a saída do sensor ao mesmo tempo. A porção de luz que
reincide sobre a entrada do sensor não afetará as medições e é desprezada, já a
35
parte da radiação que se direciona para a saída do dispositivo incide sobre um
detector. Tem-se que, dependendo da posição do diafragma, varia-se a fase da luz
refletida, ou de medição, tornando-se diferente da fase da luz refletida.
Figura 14 - Intensidade representada como função da fase da luz refletida.
Fonte: Fraden (2010, p.435).
Enquanto se propagam juntas até a saída do dispositivo, a luz de referência e
a luz de medição interagem uma com a outra resultando em uma modulação de
intensidade luminosa, conforme a figura 14. Portanto, este microfone converte o
deslocamento do diafragma em intensidade luminosa.
O diafragma deste equipamento é fabricado a partir de uma película de 0,05
mm de espessura com 1,25 mm de diâmetro. O material de composição do
diafragma é o cobre, pelo fato de ser um bom condutor de energia térmica e um
módulo de elasticidade relativamente baixo, característica que permite a utilização
de um diafragma mais grosso que possibilita uma melhor dissipação do calor
enquanto mantêm a frequência e deflecções a níveis aceitáveis. (Fraden, 2010, p.
435).
d. Microfones Piezoelétricos:
De acordo com Tichý et al. (2010), “Piezoeletricidade é uma interação linear
entre sistemas mecânicos e elétricos em cristais sem centro de simetria”.
Segundo Vives, (2004) “A palavra piezoeletricidade vem do grego e significa
“Eletricidade por pressão” (Piezo significa pressão). Este nome foi proposto por
Hankel em 1881 um ano após sua descoberta. ”
Existem cristais cuja superfície adquire cargas elétricas sobre deformações.
Esses cristais são chamados de piezoelétricos. Uma vez que a deformação em si
não pode alterar a carga total do cristal, as cargas induzidas resultantes da
36
deformação possuem sinais opostos em diferentes partes da superfície. Dentre
estes cristais pode-se citar o Quartzo, Turmalina, Sal de Rochelle.
Apenas cristais iônicos podem possuir propriedades piezoelétricas. Esse
fenômeno ocorre quando uma subrede de íons positivos do cristal é pressionada por
uma força externa com intensidade diferente da força aplicada sobre a subrede de
íons negativos. Como resultado os íons positivos e negativos são deslocados uns
em relação aos outros, o que leva à polarização do cristal e o aparecimento de
cargas superficiais. Para uma primeira aproximação, considera-se a deformação
diretamente proporcional a polarização e consequentemente a polarização
diretamente proporcional a força externamente aplicada. Assim pode-se medir a
diferença de potencial entre as faces opostamente carregadas e esta informação
pode ser utilizada para se estimar a deformação e a força aplicada. Como exemplos
de aplicação desse material citam-se os transdutores piezoelétricos utilizados para
medir pressões de variação rápida.São utilizados, também, na área da automação e
telemetria, além de microfones. (MATVEEV, 1975, p. 187).
O efeito piezoelétrico pode ser usado para a fabricação de microfones
simples, pois é um conversor direto de vibração mecânica em carga elétrica. Sendo
que o material mais utilizado neste tipo de sensor é a cerâmica piezoelétrica, que
pode trabalhar com uma alta frequência como limite operacional. Esta é a razão de
os sensores piezoelétricos serem utilizados para transdução de ondas ultrassônicas.
Figura 15 - Microfone piezoelétrico.
Fonte: Fraden (2010, p.436).
37
O sensor Piezoelétrico consiste de um disco de cerâmica piezoelétrica com
dois eletrodos inseridos em seus lados opostos. Os eletrodos são conectados por
fios ou ainda por solda. E, uma vez que a impedância elétrica de saída desses
microfones é muito alta, se faz necessário um amplificador com alta impedância de
entrada, como é ressaltado na Figura 15. (Fraden, 2010, p. 436).
e. Microfones de Eletreto:
Quando uma subrede de íons positivos, em um material piezoelétrico, é
deslocado em relação à subrede de íons negativos, no estado de equilíbrio
termodinâmico. Como resultado, esses cristais são polarizados na ausência de um
campo elétrico externo. Portanto esses cristais possuem uma polarização elétrica
espontânea.
É comum a presença desta polarização espontânea ser disfarçada por cargas
superficiais livres, induzidas nas áreas circundantes da superfície do cristal pelo
campo elétrico resultante da polarização citada. Este processo ocorre enquanto o
campo elétrico é completamente neutralizado, isto é até que a presença de
polarização espontânea seja totalmente mascarada. No entanto, a medida que a
temperatura do material muda, por exemplo como resultado de aquecimento, as
subredes iônicas começam a se deslocar uma em relação a outra, o que causa uma
mudança espontânea na polarização, e as cargas elétricas aparecem na superfície
do cristal. O fenômeno de aparecimento dessas cargas chama-se efeito piroelétrico,
e os cristais em que se apresentam são chamados de cristais piroelétricos. É
importante lembrar que todo o cristal piroelétrico é também material piezoelétrico,
mas a recíproca não é verdadeira. (MATVEEV, 1975, p. 189).
Segundo Fraden (2010, p. 437), o eletreto é um material de características
muito parecidas com os materiais piroelétricos e piezoelétricos, citados no parágrafo
anterior e no item “d”, respectivamente. Na realidade estes materiais são todos
eletretos com propriedades piroelétricas ou piezoelétricas aprimoradas. Um eletreto
é um material dielétrico cristalino permanentemente polarizado. A primeira aplicação
de eletretos em microfones e fones de ouvido ocorreu em 1928. Um microfone de
eletreto é um transdutor eletrostático que consiste de um diafragma de eletreto
metalizado e uma placa traseira separada do diafragma por um entreferro. Conforme
se apresenta na figura 16:
38
Figura 16 - Estrutura geral de um microfone de eletreto.
Fonte: Fraden (2010, p.437).
O diafragma e placa traseira são conectados através de um resistor “R” sobre
o qual há uma tensão “V” que pode ser amplificada e utilizada como sinal de saída.
Sabe-se que o eletreto é um dielétrico permanentemente polarizado, logo a
densidade de carga “σ1” em sua superfície é constante e aplica no entreferro um
campo elétrico “E1”. Quando a onda sonora incide sobre o diafragma, este deflete
para baixo reduzindo a espessura do entreferro “s1” de um valor “Δs”.
O microfone de eletreto difere de outros detectores similares pelo fato de não
necessitar de uma tensão contínua (DC) para polarização. Para comparação, cita-se
que um microfone condensador, para as mesmas características de dimensões e
sensibilidade, necessitaria de uma tensão de polarização da ordem de 100 V. De
modo geral o microfone de eletreto apresenta muitas características boas como uma
grande faixa de frequência de operação que vai de 10−3 Hz até aproximadamente
100 MHz. Apresentam também uma resposta a frequência plana (com +-1dB), baixa
distorção harmônica, baixa sensibilidade às vibrações, bom impulso de resposta, e
insensibilidade a campos magnéticos. (Fraden,2010, p. 438).
f. Microfones Dinâmicos:
Os microfones dinâmicos, apresentados na figura 17a, funcionam através da
indução eletromagnética, sendo robustos, resistentes à umidade e acessíveis em
termos de preço comercial. Esses fatores associados ao seu potencial de alto ganho
de sinal sonoro (depois do feedback ser aplicado) tornam estes equipamentos ideais
para o uso em palcos.
Os
microfones
de
bobina
móvel
possuem
o
mesmo
princípio
de
funcionamento de um alto-falante, porém estes fazem o processo inverso. Uma
39
pequena bobina móvel, posicionada em um campo magnético de um imã
permanente, é acoplada ao diafragma do microfone. Quando o som entra pelas
ranhuras do microfone as ondas sonoras movem o diafragma, e quando o diafragma
vibra, a bobina se move no campo magnético, produzindo uma tensão variável nos
terminais da bobina. Assim o movimento da bobina dentro do imã permanente gera
uma tensão induzida e subsequentemente uma corrente relacionada diretamente
com a taxa de variação do campo magnético.
Uma única membrana dinâmica não responde linearmente a todas as
frequências sonoras. Alguns microfones, por esta razão, utilizam múltiplas
membranas para diferentes partes do espectro de áudio, combinando então o
resultado dos sinais. Entretanto, combinar múltiplos sinais corretamente é um
processo difícil e acaba se tornando um investimento financeiro mais alto.
Nessa classe de microfones existem ainda os microfones de faixa, conforme a
figura 17b. Estes equipamentos utilizam faixas metálicas corrugadas finas que ficam
suspensas no campo magnético. A faixa é eletricamente conectada à saída do
microfone, e a vibração desta, na presença de um campo magnético, gera um sinal
elétrico. Seu princípio de funcionamento é o mesmo do que os microfones
magnéticos de membrana, entretanto os do tipo faixa podem detectar o som em um
padrão bidirecional, pois a faixa fica exposta à incidência sonora tanto pela frente
como por trás. (Fraden, 2010, p. 439).
Figura 17 - Microfone Dinâmico: a) de Bobina móvel; b) de faixa móvel.
Fonte: Fraden (2010, p.439)
40
g. Detectores acústicos de Estado Sólido:
Atualmente, o uso de sensores acústicos tem uso mais amplo do que apenas
a detecção de ondas sonoras se propagando no ar. Particularmente estes se tornam
populares para a detecção de vibrações mecânicas na fabricação de sensores como
equipamentos para detecção de microbalanços. As aplicações podem se estender
desde
medição
de
pequenos
deslocamentos,
tensões
mecânicas,
força,
temperatura, etc. Sendo que todos os sensores para estas aplicações se basearão
em movimentos elásticos nas partes sólidas dos sensores. Geralmente os sensores
acústicos nestas aplicações fazem parte de um conjunto de estruturas que
constituem em conjunto um sensor complexo (Fraden, 2010, p.440).
2.8.3
Alto-falantes
Segundo o Edison Tech Center, 2015,o alto-falante tipo dinâmico padrão,
amplamente utilizado na atualidade, foi construído pela primeira vez em 1920 e
utiliza um campo magnético para movimentar uma bobina ou um imã, que por sua
vez são conectados a um diafragma.
O primeiro alto-falante eletrônico foi desenvolvido por Johann Philipp Reis, um
professor em Friedrichsdorf, em 1861 na Alemanha. O aparelho era capaz de
produzir ruídos e consistia apenas de um experimento. Em 1876, Alexander Graham
Bell tentou construir um alto-falante baseado no princípio de Reis. Entretanto, nesta
época, a base de conhecimento na física e engenharia não era suficiente para que
este cientista ou qualquer outro contemporâneo desenvolvesse um alto-falante
eletrodinâmico. A necessidade de telegrafar sinais por longas distâncias e amplificar
o sinal posteriormente ajudou no desenvolvimento dos amplificadores, que mais
tarde tornam-se componentes importantes dos sistemas de áudio. A ideia de um
alto-falante movido a uma bobina eletromagnética foi formulada por Werner Von
Siemens em 1877. Entretanto ele não encontrou, devido à tecnologia disponível na
época, maneiras de amplificar o som para criar um alto-falante funcional. Finalmente
em 1921 C. W. Rice de General Eletric (GE) e, E. W. Kellogg da AT&T trabalharam
juntos em Schenectady, Nova York, para desenvolver o alto-falante moderno e o
primeiro sistema elétrico de amplificação, ilustrado na figura 18.
41
Figura 18 - O primeiro protótipo de um alto-falante dinâmico.
Fonte: EdisonTech Center (2015).
Segundo Øyen (2007, p.10), os alto-falantes convertem sinais elétricos em
pressões sonoras audíveis. E esta conversão não é perfeita, por mais que este tipo
de equipamento já venha sendo estudado por aproximadamente um século.
2.8.3.1. Cornetas
Segundo Edison Tech Center (2015), as cornetas foram os primeiros
dispositivos de amplificação sonora a serem estudados e desenvolvidos. E isto
ocorreu principalmente de 1880 até 1920. As cornetas, como a na figura 19, não
utilizam eletricidade e sua desvantagem é que estas não podem amplificar muito o
som. Dentre alguns dispositivos que utilizavam este equipamento pode-se citar os
Fonógrafos e Gramofones. Na figura 20, apresenta-se uma corneta utilizada
atualmente para a amplificação do som de drivers e alto-falantes contemporâneos.
O desenvolvimento do fonógrafo e do gramofone no final do século XIX trouxe
a necessidade do desenvolvimento das cornetas, já que estes equipamentos
puramente mecânico-acústicos, a energia sob a forma de pressão disponibilizada
em sua saída tinha de ser transferida eficientemente para o ar, e inclusive já se
sabia que com a utilização de uma corneta possibilita-se um maior nível sonoro ao
42
som produzido. Talvez o estudo mais significativo sobre a tecnologia das cornetas
desenvolveu-se por Arthur Gordon Webster em 1919, abordando conceitos de
impedância acústica e analisando várias formas e estruturas de cornetas. (Kolbrek,
2014).
Segundo Kolbrek (p.1, 2008), existem dois aspectos principais para a
utilização de cornetas em elementos eletroacústicos. E são eles o fato de que se
aumentando o carregamento do driver sobre o ar livre, aumenta-se a eficiência do
transporte da pressão gerada na saída do equipamento conversor para o ar.
Juntamente com a característica de que se concentrando o som, em um certo
ângulo sólido, aumente-se também a intensidade de nível sonoro na saída do
dispositivo.
A teoria das cornetas é base para muitos estudos e simplificações que podem
ser utilizadas para se obter informações sobre o ambiente onde a onda sonora está
se propagando. Entretanto o problema da propagação do som em cornetas é
complicado e a sua equação geral não possui solução matemática analítica. A
expressão abaixo descreve a equação de onda geral da propagação do som, de
amplitudes muito baixas, em três dimensões:
𝜕 2∅
𝜕 2∅ 𝜕 2∅ 𝜕 2∅
2
− 𝑐 ( 2 + 2 + 2) = 0
𝜕𝑡 2
𝜕𝑥
𝜕𝑦
𝜕𝑧
( 32 )
Onde:
𝑽

∅ é 𝐚 𝐯𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐩𝐨𝐭𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐥 (𝒆𝒎 𝒎) ;

𝑺 é 𝐚 á𝐫𝐞𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐞çã𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚𝐥 𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐧𝐞𝐭𝐚 𝐞𝐦 "𝐱" (𝒆𝒎 𝑽);

𝒌 é 𝐨 𝐧ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐨𝐧𝐝𝐚 𝐨𝐮 𝐟𝐫𝐞𝐪𝐮ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐚𝐫𝐬𝐚 (𝒆𝒎

𝒙 é 𝐚 𝐝𝐢𝐫𝐞çã𝐨 “𝐱”(𝒆𝒎 𝒎);

𝒚 é 𝐚 𝐝𝐢𝐫𝐞çã𝐨 “𝐲”(𝒆𝒎 𝒎);

𝒛 é 𝐚 𝐝𝐢𝐫𝐞çã𝐨 “𝐳”(𝒆𝒎 𝒎);
𝑾𝒃
𝒔
);
Em 1919, A. G. Webster apresentou uma solução para o problema aplicado a
propagação do som em cornetas. Isto é possível simplificando-se a equação 32 de
um problema de três dimensões para um de uma dimensão. Tudo isto baseado em
algumas hipóteses simplificadoras. Assume-se que a energia do som está
uniformemente distribuída sobre o plano da frente de onda perpendicular ao eixo da
43
corneta e considerou-se movimento apenas na direção axial. Como resultado tem-se
“A equação da corneta de Webster”.
𝑑2 ∅ 𝑑 ln(𝑆) 𝑑∅
+
.
− 𝑘2. ∅ = 0
𝑑𝑥 2
𝑑𝑥
𝑑𝑥
( 33 )
Figura 19 - Corneta usada em fonógrafos e gramofones.
Fonte: Edson tech center (2015).
Figura 20 - Cornetas atualmente comercializadas.
Fonte: Infinity som (2015).
2.8.3.2. Alto-falantes Eletrodinâmicos
Segundo Falcone (1979, p.136), o dispositivo eletromecânico mostrado na
figura 21 é do tipo dinâmico, tendo o seu funcionamento através do movimento da
bobina móvel.
Se injetarmos uma corrente, por meio de uma tensão alternada aplicada em
seus terminais, ele vibrará e cone imprimirá ao ar uma pressão oscilatória acústica, a
44
qual se constitui numa emissão de energia radiante sonora. Assim funcionando ele
constitui o alto-falante magnético, representado na figura 21.
Figura 21 - Interação do conjunto magnético, bobina móvel percorrida por
corrente, magnetização do ímã permanente e força resultante em um altofalante.
Fonte: Lima; Marques; Vargas (2007).
Figura 22 - Alto-falante eletrodinâmico.
Fonte: Edson Tech Center (2015).
Inversamente se o cone é submetido a uma pressão acústica que imponha
uma vibração à bobina móvel no campo magnético, o dispositivo fornecerá uma
tensão de saída e uma corrente elétrica a uma carga aplicada aos seus terminais,
transformando-se em um microfone do tipo magnético. Entretanto, o microfone mais
utilizado em aplicações industriais e populares é o condensador ou de capacitância
que possui acoplamento por campo elétrico, conforme descrito na seção 1.2.1.1 b
deste capítulo.
45
Na figura 22 está representado o alto-falante em corte longitudinal. O campo
magnético, radial no entreferro, tanto pode ser produzido por uma bobina enrolada
sobre o pino central da estrutura, excitada por uma fonte de corrente contínua, como
por um material específico para imãs permanentes. Como por exemplo, ligas de
alumínio, níquel e cobalto.
A bobina móvel apresenta uma resistência elétrica R, uma indutância L e
possui uma força eletromotriz induzida por sua movimentação no campo magnético.
A capacitância para as frequências usuais de áudio pode ser desprezada para uma
primeira análise. O diagrama da figura 23 mostra o sistema eletromecânico de
parâmetros concentrados, tanto do lado elétrico como do lado mecânico, onde m,r e
k são, respectivamente, a massa, o coeficiente de atrito viscoso e o inverso da
compilância do cone mais a bobina móvel. A equação do lado elétrico (lei das
tensões de Kirchhoff) e sua transformada “s” para condições iniciais nulas são
respectivamente:
𝑉(𝑡) = 𝑅. 𝑖(𝑡) + 𝐿.
𝑑𝑖(𝑡)
+ 𝑒(𝑡)
𝑑𝑡
( 34 )
Onde:

𝑽 é 𝐚 𝐭𝐞𝐧𝐬ã𝐨 𝐝𝐞 𝐬𝐚í𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐚𝐥𝐭𝐨 − 𝐟𝐚𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐧𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 (𝒆𝒎 𝑽);

𝑹 é 𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐚 𝐛𝐨𝐛𝐢𝐧𝐚 𝐦ó𝐯𝐞𝐥 (𝒆𝒎 𝜴);

𝑳 é 𝐚 𝐢𝐧𝐝𝐮𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐚 𝐛𝐨𝐛𝐢𝐧𝐚 𝐦ó𝐯𝐞𝐥 (𝒆𝒎 𝑯);

𝒊 é 𝒂 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒊𝒏𝒅𝒖𝒛𝒊𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒃𝒐𝒃𝒊𝒏𝒂 𝒎ó𝒗𝒆𝒍 ( 𝒆𝒎 𝑨);

𝒆 é 𝒂 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂 𝒈𝒆𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒏𝒐 𝒂𝒍𝒕𝒐 − 𝒇𝒂𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆 (𝒆𝒎 𝑽).
E
𝑉(𝑠) = 𝑅. 𝐼(𝑠) + 𝑠. 𝐿. 𝐼(𝑠) + 𝐸(𝑠)
( 35 )
Sendo f(t) a força mecânica de excitação do cone, aplica-se no lado mecânico
a segunda lei de Newton, em função da velocidade u(t) da bobina móvel.
𝑓(𝑡) = 𝑚.
Onde:
𝑑𝑢(𝑡)
+ 𝑟. 𝑢(𝑡) + 𝑘. ∫ 𝑢(𝑡). 𝑑𝑡
𝑑𝑡
( 36 )
46
 𝒇 é 𝐚 𝐟𝐨𝐫ç𝐚 𝐦𝐞𝐜â𝐧𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐜𝐢𝐭𝐚çã𝐨 𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐞 (𝒆𝒎 𝑵);
 𝒎 é 𝒂 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒆 (𝒆𝒎 𝑲𝒈);
𝒎
 𝒖 é 𝒂 𝒗𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒂 𝒃𝒐𝒃𝒊𝒏𝒂 𝒎ó𝒗𝒆𝒍 (𝒆𝒎 𝒔 ) ;
 𝒓 é 𝒐 𝒄𝒐𝒆𝒇𝒊𝒄𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒂𝒕𝒓𝒊𝒕𝒐 𝒗𝒊𝒔𝒄𝒐𝒔𝒐 (𝒆𝒎
𝑵.𝒔
𝒎
)
 𝒌 é 𝐨 𝐢𝐧𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨 𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐢𝐥â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐣𝐮𝐧𝐭𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐞 𝐞 𝐛𝐨𝐛𝐢𝐧𝐚 (𝒆𝒎
𝑵
𝒎
);
Assim o termo "𝑟. 𝑢(𝑡)", presente na equação 36, pode ser interpretado como
a força que engloba a resistência do atrito viscoso mais a força útil do cone. Logo o
coeficiente “r” representa o coeficiente de dissipação total do conjunto bobina e
cone.
Figura 23 - Corte esquemático do alto-falante dinâmico, magnético.
Fonte: Falcone (2010, p.137)
47
E no domínio da frequência:
𝐹(𝑠) = 𝑠𝑚. 𝑈(𝑠) + 𝑟. 𝑈(𝑠) +
1
. 𝑈(𝑠)
𝑠. 𝑐
( 37 )
Onde:

𝑐 é 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑖𝑙â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑒 − 𝑏𝑜𝑏𝑖𝑛𝑎 (𝑒𝑚
𝑁
𝑚
).
Notas:
Alguns autores desprezam o termo correspondente ao elemento elástico. Isto
é válido para pequenas excursões da bobina móvel. Nos casos de deslocamentos
mais amplos, deve ser considerada a força elástica de restauração do cone. Que é
proporcional ao deslocamento (∫ 𝑢(𝑡). 𝑑𝑡). (Falcone, 1979, p. 137).
A
equação
diferencial do movimento apresentada
anteriormente foi
desenvolvida em função da velocidade e não em função do deslocamento, já que a
função de transferência mais significativa é a da velocidade relacionada com a
tensão aplicada. A potência radiante sonora, no caso de uma vibração senoidal, é,
na pratica, aproximadamente proporcional ao quadrado da velocidade imposta ao
cone, e, sendo a potência o produto da força pela velocidade, assim conclui-se que
a força imposta ao cone é do tipo viscoso, ou seja, proporcional a velocidade.
𝑒(𝑡) = 𝐵. 𝑙. 𝑢(𝑡)
Onde:

𝑩 é 𝐚 𝐝𝐞𝐧𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐟𝐥𝐮𝐱𝐨 𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐨 − 𝐟𝐚𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞 (𝒆𝒎 𝑻);

𝒖 é 𝐚 𝐯𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐚 𝐛𝐨𝐛𝐢𝐧𝐚 𝐦ó𝐯𝐞𝐥 (𝒆𝒎 𝒎/𝒔);

𝒍 é 𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐝𝐮𝐭𝐨𝐫 𝐛𝐨𝐛𝐢𝐧𝐚𝐝𝐨 (𝒆𝒎 𝒎);

𝒆 é 𝒂 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂 𝒈𝒆𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒏𝒐 𝒂𝒍𝒕𝒐 − 𝒇𝒂𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆 (𝒆𝒎 𝑽).
E no domínio da frequência
( 38 )
48
𝐸(𝑠) = 𝐵. 𝑙. 𝑈(𝑠)
( 39 )
E a expressão da força mecânica no cone é:
𝑓(𝑡) = 𝐵. 𝑙. 𝑖(𝑡)
( 40 )
Onde:
 𝒇 é 𝐚 𝐟𝐨𝐫ç𝐚 𝐦𝐞𝐜â𝐧𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐜𝐢𝐭𝐚çã𝐨 𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐞 (𝒆𝒎 𝑵).
E no domínio da frequência:
𝐹(𝑠) = 𝐵. 𝑙. 𝐼(𝑠)
( 41 )
Onde “𝑙” é o produto do número de espiras pelo seu perímetro médio e “B” é a
densidade de fluxo magnético na região da bobina. A solução simultânea dessas
quatro equações fornece a função de transferência U(s)/V(s) substituindo-se as
equações 30, 31, 32, 33, nas equações acima. Tem-se:
𝑉(𝑠) = 𝑅. 𝐼(𝑠) + 𝑠. 𝐿. 𝐼(𝑠) + 𝐵. 𝑙. 𝑈(𝑠)
( 42 )
E
𝐵. 𝑙. 𝐼(𝑠) = 𝑠. 𝑚. 𝑈(𝑠) + 𝑟. 𝑈(𝑠) +
1
. 𝑈(𝑠)
𝑠. 𝑐
Eliminando-se a corrente entre essas duas expressões, resulta:
( 43 )
49
1
𝑉(𝑠) =
(𝑅 + 𝑠𝐿). (𝑠𝑚 + 𝑟 + )
𝑠𝑐
𝐺(𝑠) =
𝐵. 𝑙
( 44 )
. 𝑈(𝑠) + 𝐵. 𝑙. 𝑈(𝑠)
𝑈(𝑠)
𝐵. 𝑙
=
𝑉(𝑠) (𝑅 + 𝑠𝐿). (𝑠𝑚 + 𝑟 + 1 ) + (𝐵. 𝑙)2
𝑠𝑐
( 45 )
A equação acima descreve a função de transferência velocidade/tensão
aplicada ao alto-falante, que pode ser transformada na resposta em frequência
apresentada pela equação 46:
𝐺(𝑗𝜔) =
𝑈̇
𝐵. 𝑙
=
𝑉̇ (𝑅 + 𝑗𝜔𝑙) (𝑟 + 𝑗𝜔𝑚 +
( 46 )
1
𝑗𝜔𝑐
) + (𝐵. 𝑙)2
Onde:

𝝎 é 𝐚 𝐟𝐫𝐞𝐪𝐮ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐚𝐧𝐠𝐮𝐥𝐚𝐫 (𝒆𝒎 𝒓𝒂𝒅/𝒔);
Utilizando-se o conceito de impedâncias mecânicas e elétricas, tem-se:
𝑈̇
𝐵. 𝑙
=
𝑉̇ 𝑍𝑒. 𝑍𝑚 + (𝐵. 𝑙)2
( 47 )
Onde:

𝒁𝒆 é 𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐞𝐝â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝜴);

𝒁𝒎 é 𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐞𝐝â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐦𝐞𝐜â𝐧𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝜴𝒎 ).
Se o deslocamento for considerado muito pequeno, pode-se desprezar o
termo elástico da equação 46, apresenta-se um sistema composto apenas por dois
elementos reativos, ou de armazenagem de energia: I e m.(Falcone, 1979).
50
𝑈̇
𝐵. 𝑙
=
𝑉̇ (𝑅 + 𝑗𝜔𝐿). (𝑅 + 𝑗𝜔𝑚) + (𝐵. 𝑙)2
( 48 )
Elaborando a expressão, tem-se:
𝑈̇
𝐵. 𝑙
1
=
. 𝑅𝑟+(𝐵.𝑙)2
𝑅𝑚+𝐿𝑟
𝐿. 𝑚
𝑉̇
+ 𝑗𝜔.
. 𝜔2
𝐿𝑚
( 49 )
𝐿𝑚
Na sequência, objetiva-se encontrar a impedância de entrada "𝑍𝑒𝑛𝑡 (𝑗𝜔)"
oferecida pelo transdutor à fonte de tensão. Elimina-se a velocidade U(s) nas
equações 48 e 49. Logo:
𝑉̇ = 𝑅. 𝐼 ̇ + 𝑗. 𝜔. 𝐿. 𝐼 ̇ + 𝐵. 𝑙.
Pode-se observar que o termo
𝐵. 𝑙. 𝐼 ̇
( 50 )
1
𝑟 + 𝑗𝜔. 𝑚 + 𝑗𝜔.𝑐
(𝐵.𝑙)2 .𝐼̇
𝑟+𝑗𝜔.𝑚+
1
𝑗𝜔.𝑐
nada mais é que a forma fasorial
da f.e.m. representada por “Ea”, que somada a (𝑅 + 𝑗𝜔𝐿). 𝐼 ̇ iguala-se a tensão de
entrada 𝑉̇ . Esse é o termo eletromecânico da tensão “V” de entrada, e é nele que se
desenvolve o processo de conversão eletromecânica. O termo (𝑅 + 𝑗𝜔𝐿). 𝐼 ̇ é
correspondente aos parâmetros elétricos do transdutor, e é responsável apenas por
quedas de tensão, não tomando parte na conversão eletromecânica de energia.
Representa a parte passiva do circuito elétrico. Na sequência, volta-se a expressão
de 𝑉̇ e divide-se esta por 𝐼 ,̇ Tem-se:
𝑍𝑒𝑛𝑡 = (𝑅. +𝑗. 𝜔. 𝐿) +
(𝐵. 𝑙)2
( 51 )
1
𝑟 + 𝑗𝜔. 𝑚 + 𝑗𝜔.𝑐
Onde:

𝒁𝒆𝒏𝒕 é 𝒂 𝒊𝒎𝒑𝒆𝒅â𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒐 𝒂𝒍𝒕𝒐 − 𝒇𝒂𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆.
51
̇ = 𝑍𝑒̇ +
𝑍𝑒𝑛𝑡
(𝐵. 𝑙)2
̇
= 𝑍𝑒̇ + 𝑍𝑒 𝑎𝑛
𝑍𝑚̇
( 52 )
Onde:

𝒁𝒎 é 𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐞𝐝â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐦𝐞𝐜â𝐧𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝜴𝒎 );

𝒁𝒆 é 𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐞𝐝â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝜴).
É interessante notar a contribuição da impedância mecânica na formação da
impedância elétrica desse conversor. Enquanto a impedância elétrica influencia
̇ ", enquanto a impedância mecânica influi inversamente nesta
diretamente em "𝑍𝑒𝑛𝑡
̇ " é um termo que tem relação com a f.e.m. de
impedância. O termo "𝑍𝑒 𝑎𝑛
movimento, conforme a equação 51. Se o conjunto bobina mais cone fosse
infinitamente amortecido (r → ∞ ) ou infinitamente reativo, por ser infinitamente
pesado (m → ∞) ou infinitamente rígido (k → ∞ ou c → 0 ), não haveria deslocamento
nem f.e.m. e a impedância oferecida na entrada seria apenas a elétrica.(Falcone,
1979, p. 139).
A expressão da impedância "𝑍𝑒𝑛𝑡 " sugere a representação por um circuito
elétrico do comportamento desse transdutor do ponto de vista elétrico. Da figura 24
vem:
𝑍̇𝑒𝑛𝑡 = 𝑍̇𝑒 +
1
𝑍𝑚/(𝐵. 𝑙)2
( 53 )
Segundo Falcone, analisando-se o segundo termo do segundo membro,
sendo dimensionalmente uma impedância, o denominador deve ser uma admitância.
Logo:
52
𝑌̇ = 𝐺 ′ + 𝑗𝜔𝐶 ′ + 1/𝑗𝜔𝐿′
( 54 )
Onde:

𝒀 é 𝐚 𝐚𝐝𝐦𝐢𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝑺);

𝑮′ é 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐝𝐮𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 (𝒆𝒎 𝑺);

𝒋𝝎𝑪′ é 𝐚 𝐬𝐮𝐬𝐜𝐞𝐩𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐜𝐚𝐩𝐚𝐜𝐢𝐭𝐢𝐯𝐚 (𝒆𝒎 𝑺);

𝒋𝝎𝑳′ é 𝐚 𝐬𝐮𝐬𝐜𝐞𝐩𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐢𝐧𝐝𝐮𝐭𝐢𝐯𝐚 (𝒆𝒎 𝑺).
Assim:
𝑍𝑒 𝑎𝑛 =
1
=
𝑌̇
1
𝑟
(𝐵.𝑙)2
𝑗𝜔𝑚
( 55 )
1
+ (𝐵.𝑙)2 + 𝑗.𝜔.𝐶(𝐵.𝑙)2
Logo o circuito elétrico equivalente de um alto-falante dinâmico pode ser
representado pela figura 24:
Figura 24 - Circuito elétrico equivalente de um alto-falante dinâmico, magnético.
Fonte: Falcone (2010, p.139)
Quanto aos tipos de alto-falantes eletrodinâmicos Haical (2003, p.14) afirma
que existem os woofers e subwoofers que são propícios para sons graves.Sua faixa
de resposta a frequência situa-se entre 40 Hz e 1 kHz e suas dimensões são as
maiores dentre estes equipamentos. Os mid-range possuem faixa de trabalho entre
200 Hz e 7 kHz, possuem uma forma construtiva similar aos anteriores, porém são
mais leves, o que possibilita a extensão da sua faixa de resposta. Existem, também,
os full-range, que cobrem entre 100 Hz e 10 kHz. E finalmente os tweeters, que são
53
ideais para respostas aos agudos e possuem frequência operacional entre 5 kHz e
quase 20 kHz, que é o final da faixa audível.
2.9 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO
2.9.1
Nível Sonoro
Segundo Halliday, Resnick e Walker (2002, p.159), intensidade de uma onda
sonora em uma superfície é a taxa média por unidade de área com a qual a energia
contida na onda atravessa a superfície ou é absorvida pela superfície. Para a
obtenção do valor da intensidade sonora, será preciso a utilização de um
equipamento que realize a medição dos níveis de pressão sonora, ou seja, a
utilização de um decibelímetro de precisão.
O nível sonoro 𝜷 pode ser definido de acordo com a equação 56: (Halliday,
2002, p. 159)
𝛽 = (10) log
𝐼
𝐼𝑜
( 56 )
A abreviação de decibel é dB, unidade de nível sonoro. 𝑰𝒐 é uma intensidade
de referência cujo valor é 𝟏𝟎−𝟏𝟐 𝑾/𝒎². Esse valor foi escolhido porque está próximo
do limite inferior da faixa faixa de audição humana. O valor de 𝑰 é a intensidade de
uma onda sonora. O valor de 𝜷 aumenta 10 dB toda vez que a intensidade sonora
aumenta de uma ordem de grandeza (um fator de 10). (Halliday, 2002, p. 159).
2.9.2
Pressão Sonora
O número de oscilações completas de uma fonte em um segundo é
caracterizado por sua frequência, sendo sua medida o Hertz. A frequência sonora
54
corresponde aos conceitos de sons graves, que possuem baixa frequência e
agudos, com alta frequência. Ondas de pressão que correspondem a esses
conceitos são percebidas pelo ouvido humano como sons, sendo chamadas de
ondas de pressão sonora. (NOGUEIRA; RAMOS; PEIXOTO, 2011, p.518).
A pressão sonora é uma medida da força que as moléculas do meio aplicam
umas sobre as outras, como consequência da vibração da fonte. A pressão sonora é
medida em Pascal (Pa) pelo Sistema Internacional de Unidades. (NEPOMUCENO,
1997, p.190).
O ouvido humano é sensível a uma faixa de pressão sonora que varia 𝟏𝟎𝟔 de
vezes e uma faixa de intensidade que varia 𝟏𝟎𝟏𝟐 de vezes. Por se tratar de faixas de
valores altas, o uso da escala em decibel (dB) para representar essa faixa de
percepção aos níveis sonoros mostra-se apropriada, já que a escala é logarítmica e
adimensional, conseguindo assim, comprimir todas as faixas de frequências em
pouco mais de uma centena de decibéis. As medidas em dB estão sempre
relacionadas a um valor referência e para a pressão sonora o valor de referência é
𝟐𝒙𝟏𝟎−𝟓 𝑷𝒂, valor que corresponde ao limiar de audibilidade humana. As medidas de
som em 𝒅𝑩 que utilizam essa referência são chamadas de nível de pressão sonora
(NPS) (NOGUEIRA; RAMOS; PEIXOTO, 2011, p.518).
2.9.3
Medidores de Nível de Pressão Sonora
Os medidores de Nível de Pressão Sonora (NPS) capturam a pressão absoluta
através de um microfone, convertendo em um número relativo disposto em decibéis
de nível de pressão sonora (dBNPS). Para tornar as medidas de NPS próximas da
sensação do ouvido humano, foi criado as curvas de compensação. Na figura 25 é
mostrado as curvas de compensação A,B,C e D.

Curva A: é a curva que melhor se aproxima da resposta ao ouvido humano
para baixas frequências. Para frequências abaixo de 1 kHz a curva tem uma
atenuação significativa. O nível relativo é 0 na frequência de 1000 Hz. De
1000 Hz até 5000 Hz a curva volta a ter uma pequena atenuação, amplifica o
nível relativo e cai a partir de 5000 Hz.
55

Curva B: representa atenuações dos níveis médios e têm pouca variação nas
baixas frequências, não tendo nenhuma amplificação. Na faixa de 300 Hz a
3000 Hz a resposta relativa é 0, não tendo nenhuma atenuação na curva.

Curva C: é a curva que apresenta menor atenuação nas baixas frequências.
Na faixa de 100 Hz a 3000 Hz apresenta incidência sobre o ruído emitido
nulo. É recomendado a utilização para altos níveis de pressão sonora. Usado
em monitoramento de impactos.

Curva D: Possui baixa atenuação para baixas frequências e atenuação mais
acentuada para altas frequências. Na faixa de 300 Hz a 1000 Hz possui
resposta relativa 0. Na faixa de 3000 Hz a 5000 Hz volta a ter uma atenuação
mais significativa. É recomendado para altos níveis de pressão sonora, acima
de 120 dB, como por exemplo em turbinas de avião. (FUDOLI, 2012, p.11).
Figura 25 - Curvas de Compensação para Medidas do Nível de Pressão Sonora.
Fonte: Magrab(1975).
2.9.3.1. Decibelímetro
Decibelímetro é um equipamento para a medição de intensidade da pressão
sonora. Um medidor típico é composto por um microfone para captar o som e
56
convertê-lo em um sinal elétrico, seguido por um circuito eletrônico para
funcionamento com esse sinal de modo que as características desejadas possam
ser medidas. O circuito eletrônico pode ser ajustado para a leitura do nível da maior
parte das frequências em que o som seja medido ou a intensidade das bandas de
frequência selecionadas. A corrente alternada do sinal recebido pelo microfone deve
ser convertida para uma corrente contínua e uma constante de tempo deve ser
incorporada para calcular a média do sinal. A constante selecionada depende da
finalidade para a qual o instrumento é utilizado. (ENCYCLOPEDIA BRITANNICA).
Os decibelímetros podem ser digitais ou analógicos. A grande maioria dos
aparelhos encontrados no mercado hoje em dia são digitais.
As padronizações desses equipamentos são regidas pelas seguintes normas:

IEC 61672 – Padronização para decibelímetros.

IEC 60942 – Padronização para calibradores de decibelímetros.
Na figura 26 é mostrado um decibelímetro digital da marca Minipa, modelo
MSL-1325, onde são apresentados especificações técnicas do equipamento.
Figura 26- Decibelímetro Digital e suas Especificações Elétricas.
Fonte: Minipa (2015).
57
2.10
MEDIÇÃO DE TENSÃO E CORRENTE EM ALTO-FALANTE
2.10.1 Medição de tensão em alto-falante
A medição de valores de tensão será de vital importância para definir as
características de melhor funcionamento dos alto-falantes para conseguir os
melhores resultados obtidos possíveis. Com a medição de tensão, pode-se analisar
a tensão gerada para diversas faixas de frequências, e assim, desenvolver um
estudo das melhores faixas de frequências que obtenham as maiores e menores
tensões geradas.
Para isso, será definido uma metodologia baseado na norma NBR 10303.
Essa norma tem como objetivo descrever o método de ensaio para determinação de
potência RMS admissível e tensão RMS em alto-falantes.
Segundo a norma NBR 10303 deve-se gerar um sinal de ruído, filtrado,
conforme o diagrama de blocos mostrado na figura 27.
Figura 27 - Diagrama de blocos do set-up de medição.
Fonte: NBR 10303 (1988).
A aparelhagem mostrada no diagrama da figura 27 deve estar montada em
uma bancada de ensaio, sendo que as ligações elétricas do osciloscópio e do
voltímetro TRUE RMS devem estar localizados o mais próximo possível do corpo de
prova, a fim de que a resistência ôhmica dos condutores não mascare os resultados
do ensaio. (NBR 10303, 1988).
O voltímetro TRUE RMS Impac IP-4128B possui uma faixa de medição de
frequência de 0,01 Hz a 200 kHz. (Impac, 2015).
58
Para a medição de tensão, os equipamentos devem estar ligados à trinta
minutos, para aquecimento e estabilização do sistema.
O nível de tensão deve ser medido através de um voltímetro TRUE RMS com
o sinal de ruído-rosa.
Atribui-se o valor de impedância nominal, o valor mínimo de impedância
encontrado logo após a frequência de ressonância do alto-falante medido ao ar livre
(NBR 10303, 1988).
2.11
RESISTORES DE ALTA PRECISÃO
2.11.1 Resistência
Segundo Halliday (1996, p.118), quando se aplica a mesma diferença de
potencial entre os extremos de duas barras geometricamente iguais, vê-se que as
correntes resultantes são muito diferentes. A característica do condutor, relevante na
situação, é a sua resistência. A resistência R é dada por:
𝑅=
𝑉
𝑖
( 57 )
A unidade SI para a resistência que segue da equação 57 é volt por ampère,
ou então, ohm(Ω).
Esta relação foi descoberta pelo físico Alemão Georg Ohm e a ela foi
atribuída o nome de Lei de Ohm. Ela é uma lei básica e importante em circuitos
elétricos e é aplicada de maneira apropriada em diferentes situações em análises de
circuitos. (BOCTOR, 1992).
59
2.11.2 Resistores
Segundo Halliday (1996, p.118), um condutor cuja função num circuito é
fornecer uma resistência específica é chamado de resistor. Dada uma diferença de
potencial, quanto maior a resistência ao fluxo de cargo, menor será a corrente.
Os valores de resistência para os resistores são tabelados e nem todos os
resistores são comumente fabricados. Estes valores tabelados são chamados de
valores nominais já que o valores reais dos resistores provavelmente não são os
mesmos, mas são muito próximos a este valor nominal. Esta variação é chamada de
tolerância e geralmente são expressas em porcentagem. As tolerâncias mais
comuns encontradas são de 5%, 10% e 20%, indicando que o valor real do resistor
pode variar até ±5%, ±10% e ±20%. (BOCTOR, 1992).
No caso em que será estudado, serão utilizados resistores de alta precisão e
baixa valor devido as baixas potências, correntes e tensões, podendo assim,
calcular a potência gerada e sua corrente e tensão em seus terminais. No mercado
existem resistores disponíveis com precisão de +/-1% e +/- 2%.
2.12
RUÍDO E TÉCNICAS DE MINIMIZAÇÃO
Os ruídos gerados durante as medições podem vir a ser um grande problema
na análise dos dados gerados através da instrumentação de medidas, limitando
assim o desempenho de medição. Como será trabalhado em uma faixa de valores
muito baixos, qualquer ruído será de grande interferência negativamente durante os
experimentos. Para que isso não aconteça, será preciso utilizar técnicas que
minimizam esses ruídos gerados.
Segundo Domingos; Weiss; Wolf (2013), o rendimento da conversão sonora
para elétrica é de 7,21 % utilizando piezoelétrico, resultando em baixos valores de
corrente e potência. O quadro 1 apresenta os valores de tensão RMS, corrente e
potência RMS gerados.
60
Tensão
Corrente RMS
Potência
RMS (V)
(µA)
RMS(µW)
1 piezoelétrico
1,84
0,5576
1,0259
2 em série
5,79
1,7545
10,1588
3 em série
9,2
2,7879
25,6485
2 em paralelo
3,18
0,9636
3,0644
3 em paralelo
3,22
0,9758
3,1419
2x série em paralelo
5,89
1,7848
10,5128
Quadro 1 - Resumo dos resultados das associações.
Fonte: Domingos, B.C; Weiss, C e Wolf S.C (2013).
2.12.1 Definição de ruído
Ruído é todo sinal indesejado que interfere em uma medição, limitando assim
a exatidão do sistema de instrumentação. Podem ser de forma de ruído transmitido,
no qual, é recebido com o sinal de origem e não há como distinguir um do outro, ou
então, ruído intrínseco ou inerente que pode ser originado dentro dos dispositivos
que constituem o circuito. (BALBINOT, 2011, p. 166).
Em qualquer sistema de instrumentação existem dois fatores dominantes que
limitam o desempenho: (BALBINOT, 2011, p. 166).

Ruído aditivo: gerado pelos dispositivos eletrônicos que são utilizados para
filtrar e amplificar os sinais.

Atenuação do sinal: é a redução da amplitude do sinal em função das perdas
geradas no meio de transmissão-recepção.
2.12.2 Procedimentos para redução de ruído em cabeamento
Os cabos utilizados nos sistemas eletrônicos são essenciais e devem ser bem
escolhidos, pois eles atuam como eficientes antenas irradiando ou captando ruído. O
acoplamento entre circuitos pode ser representado pelas capacitâncias e indutâncias
61
entre condutores. Existem três tipos básicos de acoplamento: (BALBINOT, 2011, p.
172).

Acoplamento capacitivo: resulta da interação dos campos elétricos entre os
circuitos.

Acoplamento indutivo: resulta da interação entre campos magnéticos de dois
circuitos.

Acoplamento
eletromagnético:
combinação
dos
campos
elétricos
e
magnéticos.
Em acoplamento capacitivo, a tensão ruído Vn, pode ser representada por:
𝑉𝑛 = 𝑗 ∗ 𝜔 ∗ 𝑅 ∗ 𝐶 ∗ 𝑉1
(58)
Onde:

𝑉𝑛 é atensão ruído(𝑒𝑚 𝑉);

𝐶 é acapacitância parasita (𝑒𝑚 𝐹);

𝑅 é a resistência do circuito em relação a referência(𝑒𝑚 Ω);

𝜔 é afrequência angular(𝑒𝑚 𝐻𝑧);

𝑉1 é a tensão na fonte(𝑒𝑚 𝑉).
A tensão e a frequência da fonte de ruído não podem ser alteradas, portanto,
somente dois parâmetros para redução do acoplamento capacitivo podem ser
considerados: o circuito receptor operar com baixa resistência R ou a capacitância C
deve ser reduzida através do posicionamento adequado dos condutores.
(BALBINOT, 2011, p.172).
Em acoplamento indutivo é relacionado a campo magnético. Pode-se
expressar a equação da tensão ruído como:
𝑉𝑛 = 𝑗 ∗ 𝜔 ∗ 𝐵 ∗ 𝐴 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑀 ∗
𝑑𝑖
𝑑𝑡
Onde:

𝑉𝑛 é atensão ruído (𝑒𝑚 𝑉);

𝑀 é aindutância mútua(𝑒𝑚 𝐻);

𝐼 é acorrente no circuito da fonte de ruído(𝑒𝑚 𝐴);

𝜔 é a frequência angular (em Hz);
( 5957 )
62

𝐵 é a densidade de fluxo magnético (em T);

𝐴 é aárea(𝑒𝑚 𝑚2 ).
Para reduzir a tensão ruído, B, A ou 𝑐𝑜𝑠𝜃 precisam ser reduzidos. A
densidade de fluxo pode ser reduzida pela separação física dos circuitos ou
trançando os fios da fonte. O 𝑐𝑜𝑠𝜃 pode ser reduzido através da orientação
apropriada da fonte e circuitos receptores. A área do circuito receptor pode ser
reduzida pelo uso de condutores trançados entre si. (BALBINOT, 2011, p.173).
O procedimento da tensão ruído tanto em acoplamento capacitivo, como em
acoplamento indutivo, pode ser feito através de mudança de parâmetros construtivos
do circuito receptor. Portanto, para experimentos em que a tensão ruído seja muito
elevada de modo que interfira na medição de tensão e potência, é preciso fazer um
estudo de qual o melhor parâmetro do circuito receptor pode ser alterado para que a
medição dos experimentos seja satisfatória.
3 DESCRIÇÃO DOS EXPERIMENTOS
Nessa etapa do trabalho serão descritos os experimentos realizados com os
seguintes transdutores acústicos: subwoofer, woofer e tweeter utilizando cornetas
para concentrar as ondas de pressão sonora no receptor. Através dos dados
obtidos, será observado o comportamento da conversão de energia sonora para
energia elétrica utilizando alto-falantes em diversas faixas de frequência.
3.1 Setup Padrão
Definiu-se como setup padrão de todos os experimentos realizados a
disposição e organização dos equipamentos conforme apresentado na figura 28,
com o computador conectado na fonte sonora e o transdutor posicionado em frente
do emissor, de modo que a fonte e o receptor ficassem com seus cones frente a
frete, sem nenhum ângulo de desvio.
63
Figura 28 - Setup padrão definido para todos os experimentos.
Acoplou-se uma corneta no dispositivo receptor para a concentração e
direcionamento das ondas de pressão, no acoplamento desta ao equipamento devese vedar a junção entre a corneta e o alto-falante. Em seguida, foi conectado o
osciloscópio nos terminais do alto-falante transdutor, sendo que para a medição de
tensão realizou-se uma conexão em circuito aberto, já para corrente, utilizou-se um
resistor shunt conectado diretamente nos terminais do dispositivo receptor. O
decibelímetro foi posicionado logo na saída da fonte para a medição de intensidade
sonora.
Para a simulação do som em diversas faixas de frequência empregou-se um
computador munido do Software Online Tone Generator representado na figura 29,
uma caixa de som de 35W que simula a fonte sonora e um decibelímetro.
64
Figura 29 - Software Online Tone Generator.
Fonte: Software Online Tone Generator.
Através da caixa amplificadora conectada ao computador munido do software
de simulação da onda de pressão, reproduziu-se o som nas faixas de frequências
escolhidas. Para cada alto-falante adotaram-se as faixas de frequências de acordo
com as especificações do fabricante (datasheet) de resposta em frequência. No
quadro 2 estão representadas as faixas de frequências de cada transdutor.
A
variação da intensidade de nível sonoro do som foi controlada através da interface
da caixa de som, com auxílio de um decibelímetro posicionado na saída da fonte
sonora. Como dispositivo de conversão eletromecânica de energia, foram utilizados
os seguintes alto-falantes: subwoofer de 25 W, subwoofer de 50 W, woofer 50 W e
tweeter 100 W, munidos de uma corneta feita de papel paraná cuja função é
direcionar as ondas de pressão.
A distância entre a fonte sonora e o transdutor está representada no quadro 2.
Para cada experimento, foi mantido um espaçamento constante para todas as faixas
de frequências. Essa distância foi adotada a partir da fonte sonora até a entrada do
alto-falante transdutor levando-se em consideração as dimensões das cornetas
utilizadas em cada um dos alto-falantes. Para o subwoofer 50 W, foi realizado o
experimento com duas distâncias de 4,5 cm e 14,5 cm. Nos experimentos realizados
65
com o subwoofer 50 W e tweeter 100 W, adotou-se uma intensidade sonora de 95
dB. Variou-se a intensidade sonora nos casos do subwoofer 25 W e woofer 50 W,
como descritos no quadro 2. Estas metodologias foram adotadas para verificar
primeiro o comportamento da tensão RMS na saída do transdutor com a variação da
distância, já no segundo caso para verificação deste comportamento com a variação
da intensidade sonora da onda sonora.
Alto-Falante
Frequência
Distância (cm)
Nível sonoro (dB)
Subwoofer 25 W
10 Hz a 1 kHz
8
95,100,110 e 115
Subwoofer 50 W
80 Hz a 20 kHz
4,5 e 14,5
95
Woofer 50 W
80 Hz a 6 kHz
20
95 e 115
Tweeter 100 W
3,5 kHz a 20 kHz
15
95
Quadro 2 - Frequência, distância e nível sonoro dos experimentos realizados.
A captação da forma de onda e dos valores de intensidade de tensão RMS
produzidos pelo alto-falante foi efetuada através de um osciloscópio digital
conectado nos terminais do transdutor em circuito aberto. Já para a aquisição da
forma de onda de corrente, empregou-se um resistor shunt de 1 Ω e precisão de +/1% conectado nos terminais do alto-falante em circuito fechado com a medição da
corrente em cima do resistor. Os valores de corrente foram extraídos apenas para as
frequências e as intensidades de nível sonoro que apresentaram os melhores
resultados de tensão RMS.
Foram realizados experimentos com a utilização de cornetas, com a utilização
de uma estrutura semi-esférica e sem a utilização de estruturas de concentração das
ondas de pressão para a verificação da influência nos resultados de tensão e
potência RMS obtidos nos terminais do alto-falante receptor.
66
3.2 Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando Subwoofer
3.2.1
Objetivo
Analisar a conversão da energia sonora para energia elétrica utilizando altofalante subwoofer em diversas faixas de frequências e variando a intensidade de
nível sonoro.
3.2.2
Materiais Utilizados
Os seguintes materiais foram utilizados:

1 Alto Falante Subwoofer 8 pol, 4 Ω, 25 W;

1 Osciloscópio ICEL OS-2025C 25 MHz;

1 Computador com Software Online Tone Generator;

3 Protetores Auriculares;

1 Decibelímetro Hikari HDB882;

1 Caixa Amplificadora LL-140;

1 Resistor Shunt +/- 1%;

1 Corneta de papel Paraná 9,5x7x13,5 cm (diâmetro menor x
comprimento x diâmetro maior).
3.2.3
Metodologia Adotada
Foram realizados dois tipos de experimentos. O primeiro representado na
figura 30 com a corneta e o segundo, representado na figura 31, sem a corneta.
Para o último, realizou-se apenas a aquisição dos parâmetros elétricos e da forma
67
de onda de tensão para a frequência que resultou no melhor resultado do
experimento utilizando a corneta.
Fonte
Receptor
Figura 30 - Setup da conversão de energia sonora para energia elétrica utilizando
subwoofer com corneta.
Fonte
Receptor
Figura 31 - Setup da conversão de energia sonora para energia elétrica utilizando
subwoofer sem corneta.
68
3.2.4
Resultados
No quadro 3 estão representados os valores de tensão RMS e corrente
produzidos na transdução da energia sonora emitida através da caixa amplificadora
em diversas frequências e intensidades sonoras para sinais elétricos nos terminais
do subwoofer. Devido a instabilidade do sistema, ocorreu uma variação de tensão
RMS nas medições. Através da onda de pressão sonora emitida pelo caixa acústica
utilizada como fonte, ocorre um deslocamento do cone dentro do subwoofer e
consequente, um deslocamento do subwoofer. Devido a esse deslocamento, ocorre
uma pequena variação na tensão RMS produzida. No quadro 3 são mostrados os
valores médios obtidos nas medições de tensão RMS.
COM CORNETA
FREQUÊNCIA (Hz)
INTENSIDADE SONORA (dB)
TENSÃO RMS (mV)
CORRENTE (mA)
10
95
12,52
-
10
100
27,58
-
20
95
18,58
-
20
100
26,57
-
20
110
35,77
-
30
95
19,02
-
30
100
27,19
-
30
110
36,02
-
45
95
17,82
2,48
45
100
31,38
3,44
45
110
43,19
4,40
45
115
68,13
7,85
60
95
17,78
-
60
100
20,04
-
60
110
24,65
-
75
95
22,56
-
75
100
30,81
-
75
110
30,97
-
69
100
95
13,54
-
100
100
23,75
-
100
110
29,47
-
120
95
28,12
1,56
120
100
41,48
4,23
120
110
84,86
5,96
120
115
144,33
15,45
140
95
35,05
3,17
140
100
47,26
5,15
140
110
52,46
6,95
140
115
136,2
18,20
160
95
30,09
2,99
160
100
46,12
6,55
160
110
61,20
9,89
160
115
99,24
16,87
180
95
10,64
-
180
100
17,26
-
180
110
31,34
-
180
115
41,94
-
200
95
10,86
-
200
100
15,22
-
200
110
28,44
-
200
115
44,34
-
300
95
3,8
-
300
100
6,75
-
300
110
11,10
-
300
115
19,99
-
400
95
1,89
-
400
100
3,79
-
400
110
7,10
-
400
115
18,46
-
500
95
1,32
-
500
100
3,11
-
70
500
110
5,51
-
500
125
23,22
-
600
95
2,28
-
600
100
3,94
-
600
110
7,14
-
600
120
18,68
-
700
95
2,02
-
700
100
3,69
-
700
110
7,81
-
700
122
27,58
-
800
95
2,28
-
800
100
3,70
-
800
110
7,29
-
800
115
17,53
-
900
95
2,22
-
900
100
3,10
-
900
110
5,59
-
900
115
11,30
-
1000
95
3,81
-
1000
100
6,57
-
1000
110
13,28
-
1000
119
15,10
-
Quadro 3 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica com corneta de reverberação.
No quadro 4 está representado o valor de tensão RMS e corrente produzidos
na transdução de energia sonora para sinais elétricos sem a utilização de corneta.
Tomou-se como base o melhor resultado do experimento utilizando a corneta,
mostrado no quadro 2, portanto, foram coletados o valor de tensão e corrente, em
120 Hz e com uma intensidade sonora de 115 dB.
71
SEM CORNETA
FREQUÊNCIA (Hz)
INTENSIDADE SONORA (dB)
TENSÃO RMS (mV)
CORRENTE(mA)
120
115
68,73
8,08
Quadro 4- Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica sem corneta de reverberação.
Os valores de potências produzidos na conversão de energia sonora para
sinais elétricos estão representados no quadro 5. Essas potências foram calculadas
a partir dos maiores valores RMS de tensão e corrente adquiridos com e sem a
utilização de corneta na captação da onda sonora.
INTENSIDADE SONORA DE 115 dB
SEM CORNETA
COM CORNETA
FREQUÊNCIA
TENSÃO RMS
CORRENTE
POTÊNCIA
FREQUÊNCIA
TENSÃO
CORRENTE
POTÊNCIA
(Hz)
(mV)
(mA)
(mW)
(Hz)
RMS (mV)
(mA)
(mW)
120
68,73
8,08
0,555
120
144,33
15,45
2,22
Quadro 5 - Valores de potência RMS produzidas.
Com os dados coletados a partir do quadro 2, foram geradas curvas de
frequência por tensão utilizando corneta. Na figura 31 está representada a curva
com intensidade sonora de 95 dB. Nas figuras 32, 33 e 34 têm-se as curvas com
intensidades sonoras de respectivamente 100 dB, 110 dB e 115 dB. Já na figura 35,
representou-se as curvas de frequência por tensão com intensidades sonoras de 95
dB, 100 dB, 110 dB e 115 dB sobrepostas.
72
Figura 32 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 95 dB utilizando
corneta.
Figura 33 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 100 dB
utilizando corneta.
73
Figura 34 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 110 dB utilizando
corneta
Figura 35 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 115 dB utilizando
corneta.
74
Figura 36 - Curvas de Tensão x Frequência com todas as intensidades sonoras
sobrepostas.
Na figura 36 está representada a forma de onda da tensão RMS produzida
nos terminais do subwoofer a uma intensidade sonora de 115 dB, frequência 120
Hz, gerando uma tensão RMS de 147,30 mV. Já a figura 37 contém a forma de onda
de tensão RMS produzida nos terminais do resistor shunt 1 Ω +/- 1%, com
intensidade sonora de 115 dB, 120 Hz, resultando em 15,45 mV.
75
Figura 37 - Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 115 dB e
frequência 120 Hz.
Figura 38 - Forma de onda de tensão RMS nos terminais do resistor shunt com
intensidade sonora de 115 dB e frequência 120 Hz.
3.2.5
Comentários
Os melhores resultados obtidos da conversão de energia sonora para sinais
elétricos utilizando subwoofer estão em baixas frequências. Observa-se que a
76
intensidade sonora é um fator determinante para o nível de tensão RMS gerada.
Para uma frequência de 120 Hz, têm-se que para uma intensidade sonora de 95 dB,
gera-se uma tensão RMS máxima de 28,42 mV. Com uma intensidade sonora de
100 dB, gerou-se 43,2 mV, para 110 dB, produziu-se uma tensão RMS de 85,67 mV
e já para 115 dB, produziu-se uma tensão de 147,30 mV. Portanto, quanto maior for
a intensidade sonora, maior será o valor de tensão RMS produzido. Isso se deve ao
fato de que quanto maior a intensidade sonora, mais energia terá a onda de pressão
sonora para movimentar o cone do subwoofer, impondo assim, uma maior vibração
na bobina móvel.
Outro fator determinante para os resultados foi a utilização da corneta. No
quadro 1 é mostrado que a tensão RMS produzida em 120 Hz com uma intensidade
sonora de 115 dB foi de 147,30 mV. Sem a utilização de corneta o valor da tensão
RMS foi de 68,73 mV como mostra o quadro 2.
3.3 Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando Subwoofer 6x9
3.3.1
Objetivo
Analisar a conversão da energia sonora para energia elétrica utilizando altofalante subwoofer 6x9 em diversas faixas de frequências e mantendo a intensidade
sonora em 95 dB.
3.3.2
Materiais Utilizados
Os seguintes materiais foram utilizados:

1 Alto Falante Subwoofer 6x9, 4 Ω, 50 W;

1 Osciloscópio ICEL OS-2025C 25 MHz;

1 Computador com Software Online Tone Generator;

3 Protetores Auriculares;
77

1 Decibelímetro Hikari HDB882;

1 Caixa Amplificadora LL-140;

1 Resistor Shunt +/- 1%;

1 Corneta de papel Paraná 21,5x18x26,5 cm (diâmetro menor x
comprimento x diâmetro maior).
3.3.3
Metodologia Adotada
Como transdutor eletromecânico, escolheu-se o subwoofer 6x9 de 50 W e 4 Ω
munido de uma corneta cuja função é direcionar as ondas de pressão, conforme
figura 39.
Figura 39 - Corneta de papel paraná para subwoofer 6x9.
.
Foram realizados dois tipos de experimentos: primeiramente utilizando corneta
e posteriormente sem a corneta. Para o segundo experimento, considerou-se
apenas o melhor resultado do experimento utilizando a corneta.
78
3.3.4
Resultados
No quadro 6 está representado os valores de tensão RMS, corrente e potência
RMS produzidas na transdução da energia sonora emitida através da caixa
amplificadora em diversas frequências e intensidade sonora de 95 dB para sinais
elétricos nos terminais do subwoofer, utilizando corneta. Já no quadro 6 estão
representados os valores de tensão, corrente e potência sem a utilização de corneta.
COM CORNETA
Frequência
Tensão RMS
Tensão RMS
Corrente
Potência
( Hz)
(mV)
(mV)
(mA)
(mW)
14,5cm
4,5 cm
4,5 cm
4,5 cm
80
91,65
-
14,51
1,330
120
94,62
213,32
15,97
3,406
160
116,36
196,81
20,36
4,007
200
26,46
38,57
5,41
0,208
300
11,42
12,21
-
-
400
6,88
8,03
-
-
500
10,37
12,48
-
-
600
15,72
16,31
-
-
700
13,81
12,98
-
-
800
15,80
20,16
-
-
900
7,29
8.89
-
-
1000
5,37
5,41
-
-
2000
1,45
8,01
-
-
3000
5,28
6,74
-
-
4000
6,42
15,47
-
-
5000
20,80
4,63
-
-
10000
-
-
-
-
15000
-
-
-
-
79
20000
-
-
-
-
Quadro 6 - Valores de tensão e corrente produzidos utilizando subwoofer 6x9 com corneta.
SEM CORNETA
Frequência
Tensão RMS (mV)
Tensão RMS (mV)
Corrente (mA)
Potência (mW)
(Hz)
14,5cm
4,5 cm
80
44,54
-
10,76
0,479
120
40,53
95,58
9,85
0,941
160
86,76
174,40
10,99
1,916
200
26,00
44,90
4,23
0,18927
300
10,18
9,00
-
-
400
5,12
3,95
-
-
500
4,92
5,18
-
-
600
4,76
5,97
-
-
700
5,50
7,01
-
-
800
9,82
10,22
-
-
900
13,12
6,38
-
-
1000
12,34
4,90
-
-
2000
2,37
2,32
-
-
3000
2.15
1,5
-
-
4000
7,58
3,73
-
-
5000
19,06
12,07
-
-
10000
2,88
-
-
-
15000
-
-
-
-
20000
1,69
-
-
-
Quadro 7 - Valores de tensão e corrente produzidos utilizando subwoofer 6x9 sem corneta.
Através dos dados coletados a partir dos quadro 6 e 7, foram geradas curvas
de frequência por tensão dos resultados obtidos a 4,5 cm da fonte sonora. Na figura
40 está representada a curva do subwoofer 6x9 com intensidade sonora de 95 dB,
80
utilizando-se corneta a uma distância de 4,5 cm. Na figura 41 representa-se a curva
obtida sem a utilização de corneta a uma distância de 4,5 cm. A figura 42 é uma
sobreposição das curvas dos dois gráficos anteriores.
Figura 40- Curva de frequência x tensão RMS utilizando subwoofer 6x9 com corneta a
uma distância de 4,5 cm.
81
Figura 41 - Curva de frequência x tensão RMS utilizando subwoofer 6x9 sem corneta a
uma distância de 4,5 cm.
Figura 42 - Curva de frequência x tensão RMS utilizando subwoofer 6x9 com e sem
corneta a uma distância de 4,5 cm.
82
Na figura 43 é demostrada a forma de onda obtida da tensão RMS nos
terminais do subwoofer a uma intensidade de nível sonoro de 95 dB e frequência de
120 Hz.
Figura 43 - Forma de onda da tensão RMS com intensidade sonora de 95 dB e frequência
120 Hz.
3.3.5
Comentários
Observa-se, através dos dados obtidos, que os maiores níveis de tensão RMS
ocorreram com a utilização da corneta no alto-falante. Outro fator importante para a
obtenção de valores significativos de tensão é a distância entre a fonte sonora e o
receptor (transdutor). Utilizando uma distância de 14,5 cm entre a fonte de som e o
recptor, os valores de tensão RMS obtidos foram menores quando comparados ao
experimento feito a uma distância de 4,5 cm. Essa diferença de valores pode ser
notada principalmente em baixas frequências, como 120 Hz, em que com a maior
83
distância gerou-se 94,62 mV e utilizando menor distância, registrou-se tensão RMS
de 213,32 mV.
3.4 Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando Woofer
3.4.1
Objetivo
Analisar a conversão da energia sonora para energia elétrica utilizando um
woofer, variando a frequência dentro do intervalo em que o alto-falante opera
segundo dados do fabricante, em intensidades de nível sonoro de 95dB e 115dB.
3.4.2
Materiais Utilizados
Os seguintes materiais foram utilizados:

1 Alto Falante Woofer 12 pol, 8 Ω, 50 W;

1 Osciloscópio ICEL OS-2025C 25 MHz;

1 Computador com Software Online Tone Generator;

3 Protetores Auriculares;

1 Decibelímetro Hikari HDB882;

1 Caixa Amplificadora LL-140;

1 Resistor Shunt 1 Ω +/- 1%;

1 Corneta de papel paraná 26x40x36 cm (diâmetro menor x
comprimento x diâmetro maior).
84
3.4.3
Metodologia Adotada
Três tipos de experimentos foram realizados. O primeiro representado na figura
44, com a utilização de corneta e o segundo sem a corneta, ambos com intensidade
de nível sonoro de 95 dB. Por fim o terceiro experimento foi realizado com objetivo
de refinar as medições realizadas no primeiro experimento, porém agora utilizando
uma intensidade de nível sonoro de 115 dB.
Fonte
Receptor
Figura 44 - Setup da conversão de energia sonora para energia elétrica utilizando woofer
com corneta.
3.4.4
Resultados
No quadro 7 estão representados os valores de tensão RMS e corrente
resultantes da transdução da energia sonora em uma intensidade de nível sonora de
95 dB, emitida através da caixa de som em diversas frequências para sinais elétricos
nos terminais do woofer.
COM CORNETA
FREQUÊNCIA (Hz)
TENSÃO RMS (mV)
CORRENTE (mA)
POTÊNCIA (mW)
85
10
110
10,47
1,15
20
139
17,60
2,44
40
140
18,40
2,57
60
292
24,27
7,08
80
381,83
24,75
9,45
120
81,58
7,67
0,62
160
70,20
7,16
0,50
200
28,06
2,99
0,83
300
21,70
-
400
6,97
-
500
8,12
-
600
7,92
-
700
11,29
-
800
9,19
-
900
7,42
-
Quadro 8 - Valores de tensão e corrente produzidos utilizando woofer com corneta.
No quadro 8 estão representados os valores de tensão RMS e corrente,
produzidos na transdução de energia sonora com nível de intensidade sonora de 95
dB, para sinais elétricos sem a utilização de corneta.
SEM CORNETA
FREQUÊNCIA (Hz)
TENSÃO RMS (mV)
CORRENTE(mA)
POTÊNCIA (mW)
10
34,70
3,22
0,11
20
48,08
5,95
0,29
40
55,33
5,86
0,33
60
20,30
1,54
0,03
80
204,04
15,17
3,09
120
53,67
5,00
0,26
160
33,94
5,54
0,18
200
26,00
2,92
0,07
Quadro 9 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica sem corneta a 95 dB.
86
No quadro 9 estão representados os valores de tensão RMS produzidos na
transdução de energia sonora com nível de intensidade sonora de 115 dB para
sinais elétricos com a utilização de corneta. Também está presente a corrente RMS,
medida através de um resistor shunt, referente ao maior valor de tensão RMS obtido
no experimento em questão.
COM CORNETA
FREQUÊNCIA
INTENSIDADE
TENSÃO RMS
CORRENTE (mA)
Potência (mW)
(Hz)
SONORA (dB)
(mV)
10
115
178,75
24,53
4,38
20
115
390
57,55
22,44
30
115
260
37,04
9,63
40
115
290
33,80
9,80
45
115
214,48
47,96
10,29
50
115
160
31,36
5,02
60
115
229,78
31,06
7,14
70
115
440
52,46
23,08
80
115
430
53,03
22,80
90
115
380
57,03
21,67
100
115
460
62,64
28,81
110
115
669,18
70,29
47,04
120
115
693,11
80,25
55,62
140
115
553,53
81,66
45,20
160
115
379,22
40,27
15,27
180
115
279,31
25,37
7,09
200
115
336,57
30,25
10,18
300
115
90,51
13,34
1,21
400
115
67,88
11,71
0,79
500
115
44,50
8,94
0,40
600
115
98,91
10,57
1,05
700
115
146,21
16,47
2,41
800
115
38,16
5,74
0,22
900
115
48,87
4,61
0,23
87
1000
115
127,83
12,15
1,55
Quadro 10 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora a 115 dB
para energia elétrica com corneta.
Os valores de potências, produzidas na conversão de energia sonora para
energia elétrica através do woofer com corneta a 95 dB e 115 dB, encontram-se
representados no quadro 10. Esses valores foram calculados a partir do melhor
resultado de tensão e corrente adquiridos com a utilização da corneta e sem a
utilização da corneta.
INTENSIDADE SONORA DE 95 dB
INTENSIDADE SONORA DE 115 dB
COM CORNETA
COM CORNETA
FREQUÊNCIA
TENSÃO
CORRENTE
POTÊNCIA
FREQUÊNCIA
TENSÃO
CORRENTE
POTÊNCIA
(Hz)
RMS (mV)
(mA)
(mW)
(Hz)
RMS
(mA)
(mW)
80,25
56,62
(mV)
80
381,83
24,75
9,45
120
693,11
Quadro 11 - Valores de potência RMS produzidas pelo woofer com corneta e fonte sonora a 95 dB
e 115 dB.
As curvas de potência por frequência utilizando corneta a um nível sonoro de
95 dB e 115 dB, estão representadas respectivamente nas figuras 45 e 46. Pode-se
observar que o pico de energia está em 80 Hz, quando utilizado uma intensidade
sonora de 95 dB. Após essa frequência, a potência obtida decai para valores não
significativos de energia. O mesmo ocorre quando o nível sonoro é de 115 dB,
porém, invés de atingir o seu pico em 80 Hz, nesse caso o máximo de potência é
atingida a 120 Hz e após esse valor, começa a decair como ocorre no caso anterior.
Nota-se também, com o aumento da intensidade sonora, a potência obtida é
consideravelmente superior quando utilizado uma intenisidade sonora menor.
88
Figura 45 - Gráfico de potência por frequência utilizando corneta a 95 dB.
Figura 46 - Gráfico de potência por frequência utilizando corneta a 115 dB.
89
Com os dados coletados, foram geradas as curvas de frequência por tensão.
Na figura 47 está representada a curva com a utilização de corneta e intensidade
sonora de 95 dB. Na figura 48 tem-se a curva sem a utilização de corneta e com
intensidade sonora de 95 dB. Já a figura 49 é constituída pelos dois gráficos
anteriores sobrepostos. Por fim, na figura 49 está apresentada a curva de frequência
por tensão produzida pelo mesmo transdutor a uma intensidade de nível sonoro de
115 dB.
Figura 47 - Curva de Frequência x Tensão com a utilização de corneta e intensidade
sonora de 95 dB.
90
Figura 48 - Curva de Frequência x Tensão sem a utilização de corneta e intensidade
sonora de 95 dB.
Figura 49 - Curva de Frequência x Tensão, com intensidade sonora de 95 dB, com
corneta e sem corneta sobrepostas.
91
Figura 50 - Curva de Frequência x Tensão com intensidade sonora de 115 dB.
Na figura 51 está representada a forma de onda da tensão RMS produzida
nos terminais do woofer a uma intensidade sonora de 115 dB, frequência de 120 Hz,
apresentando uma tensão RMS de 693,11 mV. Já na figura 52 é demostrada a
forma de onda de tensão RMS produzida nos terminais do resistor shunt 1 Ω +/- 1%,
com intensidade sonora de 115 dB, 120 Hz, resultando em 80,25 mV.
92
Figura 51 - Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 115 dB e
frequência 120 Hz.
Figura 52 - Forma de onda de tensão RMS nos terminais do resistor shunt com
intensidade sonora de 115 dB e frequência 120 Hz.
3.4.5
Comentários
Os melhores resultados obtidos da conversão de energia sonora para sinais
elétricos utilizando woofer estão em baixas frequências. Observa-se que a
intensidade sonora é um fator determinante para o nível de tensão RMS gerado.
93
Para uma frequência de 120 Hz, em uma intensidade sonora de 95 dB, obtém-se
como resultado uma tensão RMS máxima de 381,83 mV e uma corrente de 24,75
mA. Já para 115 dB, produz-se uma tensão de 693,11 mV e uma corrente de 80,25
mA. Portanto, quanto maior for a intensidade sonora, maior será o valor de tensão
RMS produzido. Isso se deve ao fato de que quanto maior a intensidade sonora,
mais energia terá a onda de pressão sonora para movimentar o cone do woofer,
impondo assim, uma maior vibração a bobina móvel. Outros fatores importantes são
a distância entre a fonte sonora e o transdutor, a presença de corneta na região de
incidência de som do transdutor, assim como a sua geometria e tamanho.
3.5 Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando Tweeter
3.5.1
Objetivo
Analisar a conversão da energia sonora para energia elétrica utilizando um
alto-falante tweeter em diversas faixas de frequências e variando a intensidade
sonora.
3.5.2
Materiais Utilizados
Os seguintes materiais foram utilizados:

1 Alto Falante Tweeter Hinor 5HI 300, 8 Ω, 100 W;

1 Osciloscópio ICEL OS-2025C 25 MHz;

1 Computador com Software Online Tone Generator;

3 Protetores Auriculares;

1 Decibelímetro Hikari HDB882;

1 Caixa Amplificadora LL-140;

1 Resistor Shunt 1 Ω +/- 1%;
94

1 Corneta de papel paraná 10x26x17 cm (diâmetro menor x
comprimento x diâmetro maior).
3.5.3 Metodologia Adotada
Como transdutor eletromecânico, escolheu-se o tweeter de 100 W e 8 Ω
munido de uma corneta cuja função é direcionar as ondas de pressão, conforme a
figura 53.
Figura 53 - Corneta de papel paraná para tweeter
. A distância entre caixa amplificadora (fonte) e o tweeter (receptor) foi de 15
cm. Os valores de corrente RMS coletados foram apenas para as frequências que
apresentaram os melhores resultados de tensão RMS.
Ambos os experimentos, com e sem a utilização de corneta, foram realizados
com intensidade de nível sonoro de 95 dB.
95
3.5.4 Resultados
No quadro 12 está representado os valores de tensão RMS e corrente
produzidas na transdução da energia sonora, de intensidade de nível sonora de 95
dB, emitida através da caixa amplificadora em diversas frequências para sinais
elétricos nos terminais do tweeter.
COM CORNETA
FREQUÊNCIA (Hz)
TENSÃO RMS (mV)
CORRENTE (mA)
3,5k
5,59
0,919
5k
40,96
3,48
7,5k
2,52
-
10k
-
-
12,5k
0,499
-
15k
-
-
17,5k
-
-
20k
-
-
Quadro 12 - Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica com corneta a 95 dB.
No quadro 13 está representado o valor de tensão RMS e corrente produzidos
na transdução de energia sonora com nível de intensidade sonora de 95 dB para
sinais elétricos sem a utilização de corneta.
SEM CORNETA
FREQUÊNCIA (Hz)
TENSAO RMS (mV)
CORRENTE (mA)
3,5k
13,54
1,7
5k
52,35
5,44
7.5k
3,91
-
10k
0,674
-
12,5k
0,678
-
15k
-
-
17,5k
-
-
96
20k
-
-
Quadro 13- Valores de tensão e corrente produzidas na transdução de energia sonora para
energia elétrica sem corneta a 95 dB.
Os valores de potências, produzidas na conversão de energia sonora para
energia elétrica, através do tweeter com corneta a 95 dB, encontram-se
representados no quadro 14. Esses valores foram calculados a partir do melhor
resultado de tensão e corrente adquiridos, com e sem a utilização da corneta, nos
testes das duas intensidades de nível utilizadas na simulação da fonte sonora.
INTENSIDADE SONORA DE 95 dB
COM CORNETA
SEM CORNETA
FREQUÊNCIA
TENSÃO
CORRENTE
POTÊNCIA
FREQUÊNCIA
TENSÃO
CORRENTE
POTÊNCIA
(Hz)
RMS (mV)
(mA)
(mW)
(Hz)
RMS
(mA)
(mW)
(mV)
3,5k
5,59
0,919
0,0051
3.5k
13,54
1,7
56,62
5k
40,96
3,48
0,14
5k
52,35
5,44
0,28
7,5k
2,52
-
-
7.5k
3,91
-
-
Quadro 14 – Valores de potência RMS produzidas pelo tweeter com corneta e fonte sonora a 95
dB e 115 dB.
Com os dados coletados, geraram-se as curvas de frequência por tensão. Na
figura 54 está representada a curva com a utilização de corneta e intensidade
sonora de 95 dB. Na figura 55 tem-se a curva sem a utilização de corneta e com
intensidade sonora de 95 dB. Já na figura 56, foram representadas as curvas de
frequência por tensão sobrepostas.
97
Figura 54 – Curva de Frequência x Tensão com a utilização de corneta e intensidade
sonora de 95 dB.
Figura 55 – Curva de Frequência x Tensão sem a utilização de corneta e intensidade
sonora de 95 dB.
98
Figura 56 – Curva de Frequência x Tensão, com intensidade sonora de 95 dB, com
corneta e sem corneta sobrepostas.
Na figura 57 é demostrada a forma de onda de tensão RMS nos terminais dos
tweeter com intensidade sonora de 95 dB com a utilização da corneta e frequência 5
kHz. Já a figura 58 contém a forma de tensão RMS sem a utilização da corneta. Na
figura 59 mostra-se a forma de onda da tensão RMS nos terminais do resistor shunt
com intensidade sonora de 95 dB e frequência de 5 kHz.
99
Figura 57 – Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 95 dB e
frequência 5 kHz com a utilização de corneta.
Figura 58 – Forma de onda de tensão RMS com intensidade sonora de 95 dB e
frequência 5 kHz sem a utilização de corneta.
100
Figura 59 – Forma de onda de tensão RMS nos terminais do resistor shunt com
intensidade sonora de 95 dB e frequência 5 kHz sem a utilização de corneta.
3.5.5 Comentários
Os melhores resultados obtidos da conversão de energia sonora para sinais
elétricos utilizando tweeter estão em frequências altas, na faixa de 2,5 kHz a 7,5
kHz. Entretanto, o melhor resultado obtido, para uma intensidade de nível sonora de
95 dB, ocorreu em uma frequência de 5 kHz e sem a utilização de corneta. Este fato
diverge dos experimentos realizados em baixas frequências, onde a presença da
corneta no transdutor melhorou significativamente os resultados obtidos. Além disso
nota-se que em altas frequências o nível de tensão e corrente resultante do
processo de conversão também diminui.
101
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES
Através dos testes realizados com os alto-falantes dos tipos woofer, subwoofer e
tweeter, pode-se perceber uma variação significativa do nível de tensão e correntes
eficazes obtidos na conversão, devido a:

Distância entre os transdutores e a fonte sonora;

A intensidade de nível sonoro da onda de pressão emitida;

A utilização de cornetas para a captação do som;

A frequência de trabalho de cada um dos alto-falantes;

A frequência do som emitido pela fonte sonora;

Potência nominal de cada alto-falante.
Com relação ao efeito da distância, entre a fonte emissora de som e o transdutor,
na conversão de energia sonora para energia elétrica, pode-se dizer que a
intensidade do som varia com a distância. Em geral, esta variação ocorre de uma
forma bem complexa. Algumas fontes reais como os alto-falantes, podem emitir o
som apenas em certas direções e o ambiente normalmente produz eco, resultante
do fenômeno de reflexão, que se superpõem as ondas sonoras originais. Entretanto,
para determinadas situações, pode-se simplificar a fonte sonora para uma fonte
pontual e isotrópica, ou seja, que emite o som com uma mesma intensidade em
todas as direções. As frentes de onda desta fonte podem ser representadas
conforme a figura 57. (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2002, p. 158).
102
Figura 60 - Frentes de onda de uma fonte pontual e isotrópica.
Fonte: Halliday; Resnick; Walker (2002, p. 158).
Admitindo-se que a energia mecânica das ondas sonoras é conservada enquanto
elas se espalham a partir da fonte pontual acima citada. Imagina-se então uma
esfera imaginária de raio “𝑟” centrada no dispositivo simplificado emissor das ondas,
conforme a figura 60. Toda a energia emitida pela fonte passa pela superfície da
esfera. Portanto a taxa com que a energia das ondas atravessa a superfície é igual a
taxa com a qual a energia é emitida pela fonte “𝑃𝑠 ”. De acordo com a equação 60 a
intensidade “𝐼𝑒𝑠𝑓 ” da onda sonora na superfície da esfera é dada pela equação 61.
𝐼=
𝑃
𝐴
( 6058 )
Onde:

𝐼 é a intensidade da onda sonora em uma superfície (𝑒𝑚 𝑊/𝑚2 );

𝑃 é a potência da onda sonora (𝑒𝑚 𝑊);

𝐴 é a área da superfície que intercepta o som (𝑒𝑚 𝑚2 );
𝐼𝑒𝑠𝑓 =
𝑃𝑠
4𝜋𝑟 2
( 6159 )
Onde:

𝐼𝑒𝑠𝑓 é a intensidade da onda sonora na superfície da esfera (𝑒𝑚 𝑊/𝑚2 );
103

𝑃𝑠 é a potência da fonte sonora (𝑒𝑚 𝑊);

𝑟 é o raio da esfera (𝑒𝑚 𝑚);
Pode-se assumir que o termo “ 4𝜋𝑟 2 ” da equação acima exprime que a
intensidade do som emitido por uma fonte pontual isotrópica diminui com o quadrado
da distância “ 𝑟 ” da fonte. (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2002, p. 158).
Entretanto a potência da onda emitida pela caixa acústica não pode ser calculada
pela equação 61, pois esta é uma característica construtiva constante que depende
da fonte utilizada. Percebe-se que o nível de intensidade sonora “𝐼” depende da
potência “𝑃𝑆 ”, mas a última não depende da intensidade sonora da onda emitida.
O rendimento de qualquer dispositivo de conversão de energia é dada pela
seguinte equação: (FITZGERALD; KINGSLEY; KUSKO, 2006, p. 676)
𝜂=
𝑠𝑎í𝑑𝑎
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
( 6260)
Onde:

𝜂 é o rendimento da conversão de energia;

𝑠𝑎í𝑑𝑎 é a potência gerada na conversão de energia (em 𝑊);

entrada é a potência de entrada da máquina (em W).
Calculou-se a potência do som emitido a partir da potência nominal da caixa
acústica, considerando-se um rendimento médio de 2 % para os alto-falantes deste
equipamento (SILVA, 2004, p.6). E por fim estimou-se, através das dimensões da
caixa acústica, a potência emitida por metro quadrado. Conforme o equacionamento
a seguir.
𝑃𝑒 = 𝑃𝑛 ∗ 𝜂𝑚
( 6361 )
Onde:

𝑃𝑒 é a potência da onda de pressão sonora emitida pela caixa amplificadora (em 𝑊);
104

𝑃𝑛 é a potência nominal da caixa amplificadora (em 𝑊);

𝜂𝑚 é o rendimento médio da conversão nos alto − falantes.
A potência nominal da caixa acústica é de 35 𝑊 e considerando o rendimento
médio de 2%, tem-se que a potência de entrada da onda de pressão sonora que
incide sobre a corneta é de (SILVA, 2004, p.6):
𝑃𝑒 = 35 ∗ 0,02
𝑃𝑒 = 0,7 𝑊
Considerando-se a área de propagação da onda igual à área da região da saída
de som da caixa acústica utilizada como fonte, tem-se:
𝐴𝑝 = 𝐴𝑐 = 𝑙 ∗ ℎ
( 6462 )
Onde:

𝐴𝑝 é a área de seção transversal da região de propagação do som; (em 𝑚2 );

𝐴𝑐 é a área da saida de som da caixa amplificadora (em 𝑊);

𝑙 é a largura da região de saída de som da caixa amplificadora (em 𝑊);

ℎ é a altura da região de saída de som da caixa amplificadora (em 𝑊).
Assim:
𝐴𝑝 = 0,1667 𝑚2
Como:
𝑃𝑖 =
Onde:
𝑃𝑒
𝐴𝑝
( 6563 )
105
𝑊

𝑃𝑖 é a potência que incide sobre a corneta; (em

𝐴𝑝 é a área de seção transversal da região de propagação do som(em 𝑚2 );

𝑃𝑒 é a potência da onda de pressão sonora emitida pela caixa amplificadora (em 𝑊).
𝑚2
);
Tem-se que:
𝑃𝑖 = 4,1973
𝑊
𝑚2
Segundo Halliday, Resnick e Walker (2002, p.160), a área de uma superfície
cilíndrica é dada por:
𝐴𝑠 = 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟𝑐 ∗ 𝑙𝑐
( 6664 )
Onde:

𝐴𝑠 é a área da superfíce do cilíndro (em 𝑚²);

𝑟𝑐 é o raio da corneta (em 𝑚);

𝑙𝑐 é o comprimento da corneta (em 𝑚).
Finalmente para obter a potência incidente na entrada do transdutor efetua-se
a seguinte relação:
𝑃𝑠 = 𝑃𝑖 ∗ 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟𝑐 ∗ 𝑙𝑐
( 6765 )
Onde:

𝑃𝑠 é a potência incidente na entrada do transdutor (em 𝑊);

𝑃𝑖 é a potência que incide sobre a corneta; (em

𝑟𝑐 é o raio da corneta (em 𝑚);

𝑙𝑐 é o comprimento da corneta (em 𝑚).
𝑊
𝑚2
);
106
De acordo com equação 63, pode-se calcular os rendimentos dos altofalantes receptores da seguinte forma:
𝜂=
𝑃𝑟
∗ 100
𝑃𝑠
( 6668)
Onde:

𝜂 é o rendimento da conversão de energia;

𝑃𝑟 é a potência resultante nos terminais do transdutor (em 𝑊);

𝑃𝑠 é a potência incidente na entrada do transdutor (em 𝑊).
Mantendo-se fixa a relação acima para todos os alto-falantes testados e
aproximando-se a corneta por uma estrutura cilíndrica, obtiveram-se os seguintes
resultados representados no quadro 15. Para se obter a potência de entrada em
Watts, multiplicou-se a mesma pela área da estrutura cilíndrica da corneta. Os
valores de potência resultante foram os resultados obtidos nos testes com corneta
do capítulo 3.
Alto-falante
Subwoofer (25
W)
Woofer (50 W)
Subwoofer 6x9
(50 W)
Tweeter (100 W)
Raio da
Comprimento da
corneta (m)
corneta (m)
0,085
Área (m²)
Ps (W)
Pr (W)
𝜼 (%)
0,05
0,027
0,112
0,0022
2,03
0,18
0,25
0,283
1,186
0,055
4,67
0,065
0,05
0,020
0,209
0,034
1,62
0,085
0,13
0,069
0,291
0,00014
0,048
Quadro 15 – Resultados dos rendimentos dos alto-falantes testados com corneta.
107
No quadro 16, estão representados os rendimentos da conversão de energia
sonora para energia elétrica sem a utilização de corneta, considerando assim a
própria área circular da frente do alto-falante no lugar da área da superfície cilindrica
2𝜋𝑟𝑐 𝑙𝑐 da equação 67. Conforme apresentado na equação 68.
𝑃𝑠 = 𝑃𝑖 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟𝑎 2
( 6967)
Onde:

𝑃𝑠 é a potência incidente na entrada do transdutor (em 𝑊);

𝑃𝑖 é a potência que incide sobre a corneta; (em

𝑟𝑐 é o raio do alto − falante (em 𝑚).
𝑊
𝑚2
);
Alto-falante
Raio (m)
Área (m²)
Ps (W)
Pr (W)
𝜼 (%)
Subwoofer (25 W)
0,047
0,0069
0,029
0,00055
1,86
Woofer (50 W)
0,140
0,061
0,258
0,0030
1,2
Subwoofer 6x9
0,107
0,035
0,152
0,0019
1,25
0,04
0,005
0,021
0,00028
1,34
(50 W)
Tweeter (100 W)
Quadro 16 - Resultados dos rendimentos dos alto-falantes testados sem corneta.
Através dos resultados apresentados nos quadros acima, pode-se comprovar
a afirmação de Silva (2004, p.6), em que o autor afirma que o rendimento médio dos
alto-falantes é de aproximadamente 2%. Com execeção do tweeter, o rendimento da
conversão de energia sonora para energia elétrica é maior quando se utiliza a
corneta, pois consegue-se direcionar de uma forma mais eficiente a onda de
pressão sonora na entrada dos alto-falantes. O tweeter por se tratar de um
transdutor que opera em altas frequências, não consegue-se obter um rendimento
maior utilizando corneta. A corneta utilizada nos alto-falantes tem como objetivo
direcionar de uma forma mais eficiente a onda de pressão sonora na entrada do
alto-falante em baixas frequências. Para altas frequências, a corneta acaba se
108
tornando um obstáculo, fazendo assim, que se tenha uma menor potência de
energia sonora na entrada do alto-falante do que quando não se utiliza a corneta.
Os resultados obtidos nos experimentos realizados com os alto-falantes, em
geral, obedeceram a teoria descrita acima, pois embora a intensidade sonora real,
presente nos experimentos realizados, não seja igual a intensidade teorizada para
uma fonte puntiforme e isotrópica, o nível de intensidade sonora incidente no
equipamento transdutor diminuiu com o aumento da distância entre o transdutor e a
fonte de som. Em consequência da diminuição do nível de intensidade sonora, a
tensão obtida nos terminais do alto-falante, utilizado como receptor da onda de
pressão, também diminuiu. Pode-se verificar este fato analisando-se os dados
obtidos para baixas frequências no experimento realizado com o alto-falante 6x9,
item 3.2.
A intensidade de nível sonoro conforme o item 2.4.2 é qualidade fisiológica do
som através da qual se diferenciam os sons fortes dos fracos. Tem-se, ainda, que a
intensidade sonora é diretamente proporcional à energia transportada pela onda.
Logo quanto maior o nível sonoro, mais energia está se transferindo da fonte sonora
para o transdutor.
O aumento do nível de tensão obtido nos terminais do alto-falante, utilizado
como receptor e conversor de energia sonora, com a utilização de cornetas pode ser
explicado pelo fenômeno da ressonância. Segundo Young (2009, p.158), colocandose um tubo aberto de órgão nas proximidades de um alto-falante, conforme a figura
62, alimentado por um amplificador, emitindo ondas senoidais puras com frequência
“𝑓” que pode variar ajustando-se o amplificador. O ar no interior do tubo aberto é
forçado a oscilar com a mesma frequência “𝑓” da força propulsora produzida pelo
alto-falante. Geralmente, a amplitude desse movimento é relativamente pequena, e
o ar no interior do tubo não se move em nenhum dos modos normais apresentados
na figura 61. Porém, quando a frequência “𝑓” da força propulsora possuir um valor
próximo ao de uma das frequências dos modos normais, o ar no interior do tubo
oscilará com a mesma frequência do modo normal em questão, e a amplitude
aumentará consideravelmente. A figura 63 representa a amplitude das oscilações do
ar no tubo em função da frequência “𝑓” da força propulsora. A forma do gráfico
apresentado na figura citada é chamada de curva de ressonância do tubo. Ela forma
picos quando o valor da frequência “𝑓” é igual a uma das frequências dos modos
109
normais do tubo. Além disso, a forma detalhada da curva de ressonância depende
da geometria do tubo.
Figura 61 - Os três primeiros modos normais ou harmônicos em um tubo aberto e em um
tubo fechado.
Fonte: Young; Freedman (2009, p. 156).
Figura 62 - O ar em tubo aberto é forçado a oscilar com a mesma frequência que as
ondas senoidais oriundas de um alto-falante.
Fonte: Young; Freedman (2009, p. 157).
110
Figura 63 - Curva de ressonância do tubo aberto.
Fonte: Young; Freedman (2009, p. 157).
Se a frequência propulsora for exatamente igual a uma das frequências dos
modos normais, a amplitude da oscilação forçada, que é um tipo de movimento onde
se aplica uma força variando periodicamente sobre um sistema que pode oscilar,
atingirá seu máximo. Caso não houvesse atrito nem qualquer outro mecanismo de
dissipação de energia, uma força propulsora com a frequência de um modo normal
continuaria a adicionar energia no sistema e a amplitude cresceria indefinidamente.
Nesta condição ideal, os picos de ressonância seriam infinitamente grandes. Mas
em sistemas reais existem mecanismos de dissipação de energia e amortecimento o
que faz com que a amplitude da oscilação na ressonância pode ser muito grande,
mas não infinita. A seguir, realizaram-se os cálculos das frequências de ressonância
do primeiro e segundo harmônicos de cada uma das cornetas construídas.
𝑓1 =
𝑣
2𝐿
( 7068 )
Onde:

𝑓1 é a frequência de ressonância do primeiro harmônico dos modos normais (em 𝐻𝑧);

𝑣 é a velocidade de propagação do som ar (em

𝐿 é o comprimento útil da corneta (em 𝑚).
𝑚
𝑠
);
111
𝑓2 =
2𝑣
2𝐿
( 7169)
Onde:

𝑓2 é a frequência de ressonância do segundo harmônico dos modos normais (em 𝐻𝑧);

𝑣 é a velocidade de propagação do som ar (em

𝐿 é o comprimento útil da corneta (em 𝑚).
𝑚
𝑠
);
Corneta
Comprimento (m)
Velocidade (m/s)
𝒇𝟏 (Hz)
𝒇𝟐 (Hz)
Subwoofer (25 W)
0,05
340
3400
6800
Woofer (50 W)
0,25
340
680
1360
0,06
340
2800
5600
0,13
340
1300
2615
Subwoofer 6x9 (50
W)
Tweeter (100 W)
Quadro 17 - Valores de frequência de ressonancia para primeiro e segundo harmônico de
corneta.
Segundo o quadro 17 observa-se que as frequências de ressonância não
influenciaram nos testes realizados, pois tratam-se de altas frequências que não
foram testadas nos experimentos.
O formato geométrico da corneta influenciou diretamente nos experimentos
realizados. Os resultados de tensão e corrente RMS apresentados com a utilização
de cornetas cônicas, conforme figura 64, se mostraram melhores do que no
experimento realizado com estrutura “não-cônica” ou semi-esférica, conforme
representado na figura 65. No caso de não se utilizar corneta nem qualquer tipo
estrutura no receptor da onda de pressão, conforme a Figura 66, os resultados
obtidos foram piores que os resultados do experimento realizado com corneta e
melhores que o experimento com a utilização da estrutura esférica. Estes resultados
convergem com o fato de que as cornetas contribuem para o aumento na
concentração das ondas de pressão, conforme citado no item 2.8.3.1.
112
Fonte
Receptor
Figura 64 - Transdução da energia sonora em subwoofer utilizando corneta cônica.
Figura 65 - Trandução da energia sonora em subwoofer utilizando estrutura semiesférica na recepção da onda de pressão.
113
Figura 66 - Transdução da energia sonora em subwoofer sem a utilização de
corneta.
A seguir nos quadros 18, 19 e 20 estão representados os resumos dos
melhores resultados de corrente, tensão e potência RMS, obtidos na conversão da
energia sonora com a utilização dos alto-falantes subwoofer de 25 W, subwoofer de
50 W, woofer de 50W e tweeter de 100 W, respectivamente.
Frequência (Hz)
Subwoofer
(25 W)
Subwoofer
6x9 (50 W)
Woofer (50
W)
Tweeter (100
W)
Nível Sonoro
(dB)
Tensão (mV)
Corrente
Potência
(mA)
(mW)
120
115
144,44
15,45
2,22
120
95
213,32
15,97
3,406
120
115
693,11
80,25
55,62
5000
95
40,96
3,48
0,142
Quadro 18 - Quadro comparativo dos melhores resultados dos transdutores acústicos utilizando
corneta.
114
Frequência
Nível Sonoro
(Hz)
(dB)
120
Subwoofer
(25 W)
Subwoofer
6x9 (50 W)
Woofer (50
W)
Tweeter (100
W)
Potência
Tensão (mV)
Corrente (mA)
95
35,22
3,17
0,111
120
95
213,32
15,97
3,406
80
95
381,83
24,75
9,44
5000
95
40,96
3,48
0,142
(mW)
Quadro 19 - Quadro comparativo dos transdutores acústicos com mesma intensidade sonora
utilizando corneta.
Subwoofer
(25 W)
Subwoofer
6x9 (50 W)
Woofer (50
W)
Tweeter (100
W)
Frequência
Nível Sonoro
(Hz)
(dB)
120
Potência
Tensão (mV)
Corrente (mA)
115
68,73
8,08
0,555
120
95
174,40
10,99
1,916
80
95
204,04
15,17
3,095
5000
95
52,35
5,44
0,284
(mW)
Quadro 20 - Quadro comparativo dos melhores resultados utilizando transdutores acústicos
sem corneta.
115
Figura 67- Gráfico de tensão x frequência com os seguintes transdutores: Woofer,
Subwoofer, Subwoofer 6x9 e Tweeter.
116
5 DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO
Neste capítulo apresenta-se a composição, montagem e funcionamento de um
protótipo conversor de energia sonora para energia elétrica, composto por um altofalante, uma corneta e um circuito retificador na saída do alto-falante.
5.1.
Materiais Utilizados
Os seguintes materiais foram utilizados:

1 Alto Falante Woofer 12 pol, 8 Ω, 50 W;

1 Corneta plástico 25x42x40 cm (diâmetro menor x comprimento x
diâmetro maior);
5.2.

1 protoboard minipa 830A;

1 capacitor 1000 µF, 35V;

4 diodos de germânio 1n60;
Montagem do protótipo
Inicialmente acoplou-se o alto-falante woofer 50 W a uma corneta de plástico de
25x42x40 cm (diâmetro menor x comprimento x diâmetro maior), conforme a figura
67. Posteriormente montou-se um circuito retificador em ponte de onda completa
representado na figura 68, com quatro diodos de germânio 1n60 (𝑉𝑇 = 0,3 𝑉) e um
capacitor eletrolítico de 1000 µF, 35 V. Finalmente conectou-se o circuito retificador
na saída do alto-falante, como apresentado na figura 69.
117
Figura 68 - Corneta de plástico acoplada ao alto-falante woofer.
Figura 69 - Circuito retificador onda completa com diodos de germânio.
118
Figura 70 - Conexão dos terminais do alto-falante com o circuito retificador em
ponte de onda completa.
Figura 71 - Protótipo conversor de energia sonora para energia elétrica em corrente
contínua.
5.3.
Funcionamento do protótipo
Pode-se dividir o funcionamento do protótipo em três etapas. A primeira etapa
é a transdução da energia sonora em energia elétrica com uma forma de onda
senoidal, conforme a figura 71, que é adquirida conectando-se o osciloscópio
diretamente nos terminais do alto-falante. Na segunda etapa, como apresentado na
figura 72, retifica-se a onda senoidal obtida nos terminais do transdutor através de
119
uma ponte retificadora de onda completa a diodo. E então na terceira etapa conectase um capacitor na saída da ponte retificadora para eliminar o perfil pulsado da
forma de onda resultante, ou seja, para eliminar o efeito de ripple, assim obtem-se
uma tensão contínua estável nos terminais de saída do protótipo, apresentada na
figura 73.
Figura 72 - Forma de onda nas terminais adquirida diretamente nos terminais d
alto-falante.
Figura 73 - Forma de onda adquirida após a retificação com ponte retificadora
de onda completa.
120
Figura 74 - Forma de onda adquirida após a inserção de um capacitor na saída da
ponte retificadora.
5.4.
Transdução de Energia Sonora em Energia Elétrica utilizando o protótipo
5.4.1. Objetivo
Analisar a conversão da energia sonora para energia elétrica utilizando o
protótipo apresentado na figura 68. As frequências da fonte sonora escolhidas para
a realização deste experimento são as mesmas dos resultados mais significativos no
teste do alto-falante woofer, item 3.3, pois este é o equipamento transdutor presente
no protótipo. Manteve-se a intensidade sonora constante em 115 dB.
5.4.2. Materiais utilizados

1 Alto Falante Woofer 12 pol, 8 Ω, 50 W;
121

1 Osciloscópio ICEL OS-2025C 25 MHz;

1 Computador com Software Online Tone Generator;

3 Protetores Auriculares;

1 Decibelímetro Hikari HDB882;

1 Caixa Amplificadora LL-140;

1 Resistor Shunt 1 Ω +/- 1%;

1 Corneta de plástico 25x42x40 cm (diâmetro menor x comprimento x
diâmetro maior).

1 protoboard Minipa 830A;

1 capacitor 1000 µF, 35V;

4 diodos de germânio 1n60;
5.4.3. Metodologia adotada
Para a geração do som, em diversas faixas de frequência, utilizou-se um
computador munido do Software Online Tone Generator, representado na figura 28,
uma caixa de som que representa a fonte sonora e um decibelímetro. Através da
caixa amplificadora, conectada ao computador, munido do software de simulação da
onda de pressão, reproduziu-se o som nas faixas de frequências escolhidas, que
neste experimento abrangem a faixa de 10 Hz a 200 Hz. Foi definida, também, a
forma da onda de pressão como senoidal. Utilizou-se como equipamento transdutor
o protótipo descrito acima.
122
Figura 75 - Corneta de plástico utilizada no protótipo.
A captação da forma de onda e dos valores de intensidade de tensão RMS,
produzida pelo protótipo, foram realizadas através de um osciloscópio digital
conectado nos terminais do equipamento. A distância entre caixa amplificadora
(fonte) e o receptor foi de 22 cm.
5.4.4. Resultados
No quadro 11 está representado os valores de tensão produzidos na
transdução da energia sonora, de intensidade de nível sonora de 95 dB, emitida
através da caixa amplificadora em diversas frequências para sinais elétricos nos
terminais do protótipo.
FREQUÊNCIA (Hz)
INTENSIDADE SONORA (dB)
TENSÃO CC (mV)
10
115
240
20
115
696
30
115
432
123
45
115
440
60
115
392
80
115
416
120
115
800
160
115
240
200
115
188
Quadro 21 - Valores de tensão em corrente contínua produzidos na transdução de energia
sonora para energia elétrica através do protótipo a 115 dB.
5.4.5. Comentários
Os melhores resultados obtidos da conversão de energia sonora para sinais
elétricos utilizando o protótipo estão em baixas frequências e observou-se que após
200 Hz os resultados de tensão contínua tornam-se cada vez menos expressivos.
Para a frequência de 120 Hz, em uma intensidade sonora de 115 dB, conseguiu-se
o melhor resultado em termos de rendimento, apresentando uma tensão contínua de
800 mV.
124
6 CONCLUSÃO
O principal objetivo desse trabalho foi a realização de um estudo sobre a
transdução de energia sonora para energia elétrica através de testes experimentais
com três tipos de transdutores acústicos: woofer, subwoofer e tweeter. Para isso, foi
necessário um estudo mais detalhado sobre ondas sonoras, campo magnético e
conversão de energia eletromecânica, apresentados no capítulo 2.
A primeira dificuldade encontrada foi na obtenção de informação sobre
conversão de energia sonora para energia elétrica. Por ser um tema pouco estudado
no meio científico, e também, pouco difundido nas disciplinas da Engenharia
Elétrica, a quantidade de informações são bastantes restritas. No Brasil
praticamente não existe pesquisa sobre o tema, portanto, buscou-se apresentar de
forma objetiva um estudo sobre as características dos sensores e transdutores.
Após o estudo mais detalhado sobre ondas sonoras, sensores, transdutores e
campo magnético, iniciou-se os experimentos com os transdutores acústicos para
observar o comportamento da conversão da energia sonora para energia elétrica.
Através dos dados apresentados no capítulo 3 e das análises do capítulo 4, nota-se
que existem diversos fatores que influenciam na transdução da energia sonora para
energia elétrica. Para que o sistema se torne viável, é necessário que todos esses
fatores sejam considerados para o melhor aproveitamento na conversão. Por serem
fatores muitos sensíveis, como por exemplo, a intensidade sonora e a frequência,
deve-se realizar um estudo aprofundado da localidade em que o dispositivo de
conversão sonoro-elétrico será alocado.
Outra dificuldade encontrada foi na realização dos experimentos com os altofalantes. Devido ao alto nível de intensidade sonora e diversas faixas de frequências
analisadas, foi de grande incômodo a permanência no local sob o alto nível de
intensidade sonora por diversas horas. Para tentar amenizar o incômodo, foram
utilizados protetores auriculares e abafadores.
Apesar das dificuldades encontradas, o objetivo final foi alcançado. O estudo
detalhado dos alto-falantes, varrendo diversas faixas de frequência e alterando
fatores como intensidade sonora, potência nominal e distância, foi finalizado. Podese considerar um estudo inédito dos alto-falantes, já que no Brasil não existe
nenhum estudo publicado que se assemelha ao estudado.
125
Uma particularidade desse trabalho, foi a elaboração das curvas de tensão
por frequência dos dispositivos eletroacústicos. Através das curvas, é possível
verificar em quais faixas de frequências os transdutores possuem melhor rendimento
na geração de tensão RMS, e também, o fornecimento de dados sobre qual
dispositivo possui o melhor rendimento na conversão de energia sonora para
energia elétrica. Assim, foi possível notar que o transdutor que possui o melhor
aproveitamento na conversão de energia foi o woofer utilizando corneta. Por outro
lado, foi possível notar através do quadro 14 que o tweeter foi pouco efetivo na
conversão da energia dissipada.
Para que o projeto de conversão de energia do som para energia elétrica se
torne viável em termos comerciais, ainda são necessários estudos mais elaborados.
Através dos resultados apresentados neste trabalho, é possível que sejam
realizados estudos mais aprofundados sobre o assunto para a otimização e
desenvolvimento do sistema. Cita-se algumas propostas como:

Formas de associações de alto-falantes;

Desenvolvimento de filtros para a captação da frequência que obtenha
o melhor rendimento para o transdutor;

Estudo da viabilidade da conversão de energia sonora para energia
elétrica utilizando alto-falante como transdutor;

Estudo da conversão de energia sonora para energia elétrica em
ambientes diversificados;

Aplicação em sistemas de baixa potência como: sensores remotos,
microcontroladores e carregadores de baterias.
126
REFERÊNCIAS
APINEX. Módulos Laser Verde. Disponível em: < http://www.apinex.com/pt/Moduloslaser-verde.html>. Acesso em: 17 de set. de 2015.
ART STUDIO. Produção Musical. Disponível em: < http://www.Artsomstudio.com.br/>.
Acesso em: 26 de maio de 2015.
BALBINOT, Alexandre. Instrumentação e Fundamentos de Medidas. Vol 1. 2 ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2011.
BASTOS, J. P. A. Eletromagnetismo para engenharia, Estática e quase estática. 3ª
edição revista. Florianópolis: Editora da UFSC, 2012.
BOCTOR, S. A. Análise de circuitos elétricos.2 ed. Englewood Cliffs: Prentice-Hall,
1992.
CREPPE, Renato Crivallari; SIMONE, Gilio Aluisioi. Conversão Eletromecânica de
Energia. São Paulo: Érica, 1999.
DOMINGOS, B.C; WEISS, C; WOLF S.C. Transdução da Energia Sonora para Sinais
Elétricos Utilizando Material Piezoelétrico. Curitiba:UTFPR, 2013.
EDISON TECH CENTER. História e Tipos de Alto-Falantes. Disponível em:
<http://www.edisontechcenter.org/speakers.html>. Acesso em: 26 de maio de 2015.
127
ELETROBRÁS, PROCEL & CEPEL, “Guia Técnico Motor de Alto Rendimento”,
agosto de 1998.
ENCICLOPÉDIA
BRITANNICA.
Sound-Level
Meter.
Disponível
em:
<http://www.britannica.com/technology/sound-level-meter>. Acesso em: 14 de maio de
2015.
FALCONE, A. Gilberto. Eletromecânica: transformadores e transdutores, conversão
eletromecânica de energia, máquinas elétricas.Vol 1. 1 ed. São Paulo: E. Blücher,
1979.
FELER, L. A.;RIGONI, M.; STAUDT, T.; SANTOS H. F.; ELIAS R. A.;SADOWSKI N.;
KUO-PENG P.; BATISTELA N. J. Desenvolvimento de um sistema para captar
energia a partir de campos magnéticos dispersos. Universidade Federal de Santa
Catarina, UFSC Florianópolis, Brasil, 2014.
FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY, Charles; KUSKO, Alexander. Máquinas elétricas:
conversão eletromecânica da energia, processos, dispositivos e sistemas. São
Paulo: McGraw-Hill, 2006.
FRADEN, Jacob. Handbook of Modern Sensors. 4°ed. Nova Iorque: Editora Springer
Science and Business Media, 2010.
FUDOLI, U.J. Exposição Ocupacional ao Ruído. Belo Horizonte: Pitágoras, 2012.
128
George
R.
School
of
Engineering.
Resistive
Voltage
Dividers.
Rice
UniversityDisponível em: <http://www.ece.rice.edu/~jdw/241/exp3.1.html>. Acesso em:
26 de maio de 2015.
HAICAL, R. da Cruz. Estudos sobre a avaliação de sistemas de amplificação e
reprodução de som através de técnicas adaptativas. Universidade Católica de
Pelotas, 2003.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; Walker, Jearl. Fundamentos de Física:
Eletromagnetismo. Vol 3. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; Walker, Jearl. Fundamentos de Física:
Eletromagnetismo. Vol 3. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; Walker, Jearl. Fundamentos de Física:
Gravitação, Ondas e Termodinâmica.Vol 2. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; Walker, Jearl. Fundamentos de Física:
Gravitação, Ondas e Termodinâmica. Vol 2. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
HAYT JUNIOR, H. William. Eletromagnetismo. 2 ed. São Paulo: Mcgraw Hill – LTC,
1983.
129
HAYT JUNIOR, H. William; BUCK, A. John. Eletromagnetismo.7 ed. São Paulo:
Mcgraw Hill – Artmed, 2003.
HIRCHBERG, A; RIENSTRA, S. W. An Introduction to Acoustics.IWDE 96-02 ed.
Eindhoven University of Technology, 2006.
IMPAC. Multímetro de Bancada Digital True RMS 4 ½ Dígitos IP-4128B. Disponível
em:
<http://www.multimetrodigital.com/bancada/truerms/multimetrobancada.html>.
Acesso em 4 de junho de 2015.
INFINITY SOM. Som Tuning e Equipamentos Eletrônicos. Disponível em:
<www.infinitysom.com.br>. Acesso em: 26 de maio de 2015.
KNIGHT, D. RANDALL. Física umaabordagem estratégica. Vol 3. 2° ed. São Paulo:
Bookman, 2009.
KOLBREK, Bjorn. Development of Horn Loudspeakers Before 1940, Orsted·
University of Science and Technology, Trondheim, Noruega: Forum Acusticum, Krakow,
2014.
KOLBREK, Bjorn. Horn Theory: An Introduction, Part 1.AudioXpress Article, 2008.
LIMA, S. Raone; MARQUES, V.T. Henrique; VARGAS, E.A. Victor. Projeto final da
disciplina
de
Eletromagnetismo
1.
Disponível
em:
http://altofalanteufes2007.blogspot.com.br/>. Acesso em: 26 de maio de 2015.
<
130
MATVEEV, A. N. Eletricity and Magnetism. Russia, Moscou, 1975.
MORECHI, C. João. Propriedades da Madeira. 4° ed. Curitiba: Setor de Ciências
Agrárias
da
UFPR,
2012.
Disponível
em:
<http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasmoreschi/PROPRIEDADES%20DA%20MADEIR
A.pdf>. Acesso em: 11 de maio de 2015.
NBR 10303. Alto-Falantes: Comprovação de Potência Elétrica Admissível. ABNT,
1988.
NEPOMUCENO L.X. Acústica. São Paulo: Edgar Blücher; 1997.
NOGUEIRA, F.H, Maria; RAMOS, G. Eleone; PEIXOTO, V.M, Maria. Identificação de
Fontes de Ruído e de Pressão Sonora em Unidade Neonatal. Rio de Janeiro: UERJ,
2011.
NUSSENZVEIG, H Moysés. Curso de Física Básica 2 – Fluidos, Oscilações e
Ondas, Calor. Vol 2. 4° ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2002.
NUSSENZVEIG, H Moysés. Curso de Física Básica 3 – Eletromagnetismo.Vol 3. 1°
ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1997.
NOSOLINE, N.V. Mário. Estudo Comparativo Entre Dois Métodos de Medição de
Impedância. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2007.
131
ØYEN, Karsten. Compensation of loudspeakers nonlinearities. Orsted·DTU –
Acoustic TechnologyTechnical University of Denmark, 2007.
RAMALHO JUNIOR, Franscisco; TOLEDO, S. Paulo; FERRARO, G. Nicolau.Os
Fundamentos da Física 2 – Termologia, óptica e ondas. Vol 2. 9° ed. São Paulo:
Moderna Ltda, 2007.
SILVA,
Carlos
C.;
SILVA,
Homero
S.
Alto-Falantes
e
Caixas
Acústicas,
Características e Utilização.Eletrônica Selenium S.A. Nova Santa Rita - RS, 2004.
SØRENSEN, B. Renewable Energy Conversion, Transmission and storage.
Roskilde University, Denmark: Academic Press, 2007.
TICHÝ, Jan; ERHART, Jirí; KITTINGER, Erwin; PRÍVRATSKÁ, Jana. Fundamentals of
Piezoelectric Sensorics: Mechanical, Dielectric, and Thermodynamical Properties
of Piezoelectric Materials. Springer, 2010.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene; Física para Cientistas e Engenheiros Mecânica,
Oscilações e Ondas, Termodinâmica. Vol 1. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
UFSC.
Moodle
UFSC
–
Apoio
aos
Cursos
Presenciais.
Disponível
em
<https://moodle.ufsc.br/mod/book/tool/print/index.php?id=504285>. Acesso em: 19 de
junho de 2015.
132
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: Eletromagnetismo.10 ed. São
Paulo: Pearson Addison Wesley, 2005.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física II: Termodinâmica e Ondas.12 ed. São
Paulo: Pearson Addison Wesley, 2009.
VIVES, A. Arnau. Piezoelectric Transducers and Applications. Springer, 2004.
133
APÊNDICE A
ESTUDO DE CASO – Transdução de Som em Sinais Elétricos, com
Variação de Frequência e a um Mesmo Nível de Intensidade Sonora.
134
APRESENTAÇÃO
TEMA
Transdução de onda sonora para sinal elétrico através de um alto-falante
eletrodinâmico mid-range com variação de frequência, a uma mesma intensidade de
nível sonoro (97dB).
OBJETIVO
Verificar o comportamento da forma de onda da tensão elétrica e suas
maiores intensidades na forma de onda adquirida, variando a frequência do som
emitido pela fonte com uma intensidade de nível sonoro de 97 dB.
PERÍODO DE APLICAÇÃO
06 de maio de 2015
MATERIAS UTILIZADOS

Alto-falante 4 ohms 12 W.

Multímetro Fluke 15B.

Fonte Sonora: Caixa de Som com alto-falantes Sattelite.

2 cabos banana jacaré.

1 computador com software para a reprodução do som em frequências
distintas.

1 protetor auricular;

1 Osciloscópio Tectronix TDS220.
METODOLOGIA ADOTADA
Para a geração da onda sonora utilizou-se um computador, munido de um
software para reprodução de som em várias frequências diferentes, conectado a
135
uma caixa de som, constituída por um alto-falante mid-range. Como transdutor
eletromecânico da onda de pressão para sinais elétricos adaptou-se outro altofalante mid-range, com 12W de potência ativa e impedância de 4 ohms.
Posteriormente conectaram-se os terminais do alto-falante transdutor a um
osciloscópio e verificaram-se as intensidades de valores de tensão RMS produzidas
pelo sistema para cada valor frequência entre 0 e 2 kHz.
136
RESULTADOS
GRÁFICO DE FREQUÊNCIA POR TENSÃO GERADA.
COMENTÁRIOS
Verificou-se que os maiores valores de tensão RMS adquiridos no
experimento realizado encontram-se, aproximadamente, entre as frequências de 360
e 760 Hz, conforma o gráfico acima. Resultado que era esperado para a resposta
em frequência dos tipos de alto-falantes envolvidos. Notou-se também que o maior
valor de tensão RMS de saída do transdutor ocorreu na frequência de
aproximadamente 580 Hz.
137
APÊNDICE B
ESTUDO DE CASO – Transdução de Som em sinais elétricos, com
frequência de 580 Hz e a um Mesmo nível de Intensidade Sonora.
138
APRESENTAÇÃO
TEMA
Transdução de onda sonora, com frequência de 580 Hz, para sinal elétrico
através de um alto-falante eletrodinâmico mid-range, a uma mesma intensidade de
nível sonoro (97dB).
OBJETIVO
Verificar o comportamento da forma de onda da tensão elétrica convertida de
uma frequência de som de 580 Hz emitido pela fonte, com uma intensidade de nível
sonoro de 97 dB.
PERÍODO DE APLICAÇÃO
06 de maio de 2015
MATERIAS UTILIZADOS

Alto-falante 4 ohms 12 W.

Multímetro Fluke 15B.

Fonte Sonora: Caixa de Som com alto-falantes Sattelite.

2 cabos banana jacaré.

1 computador com software para a reprodução do som em frequências
distintas.

1 protetor auricular;

1 Osciloscópio Tectronix TDS220.
139
METODOLOGIA ADOTADA
Para a geração da onda sonora utilizou-se um computador, munido de um
software para reprodução de som em várias frequências diferentes, conectado a
uma caixa de som, constituída por um alto-falante mid-range. Como transdutor
eletromecânico da onda de pressão para sinais elétricos adaptou-se outro altofalante mid-range, com 12 W de potência ativa e impedância de 4 ohms.
Posteriormente conectaram-se os terminais do alto-falante transdutor a um
osciloscópio e verificou-se a forma de onda de tensão produzida pelo sistema para
um valor de frequência de 580 Hz.
RESULTADOS
FORMA DE ONDA DE TENSÃO GERADA PARA UMA ONDA SONORA SENDO
EMITIDA A 580 Hz.
140
COMENTÁRIOS
Verificou-se um valor de tensão RMS na saída do alto-falante transdutor de
24,2 mV. Conforme apresentado na figura acima.
Download