Dados: Fechamento em 23/12/2016. = : Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 16/12/2016. SITUAÇÃO GLOBAL Sobe a inflação na UE O Serviço Europeu de Estatísticas divulgou que a taxa de inflação na média tanto da zona do euro (ZE-19) e da União Europeia (UE-28) elevou-se para 0,6% nos 12 meses até novembro de 2016, contra 0,5% em outubro. Apesar da elevação na taxa da inflação ser de apenas 0,1 ponto percentual, confirma-se tendência de aumento gradual da inflação na Europa, observada desde abril deste ano, quando a taxa havia chegado a -0,2%. A taxa anual verificada em novembro último é a mais alta já registrada na ZE-19 desde maio de 2014, e na UE28, desde julho de 2014, na sequência do início do ciclo de medidas monetárias ultraexpansionistas implementadas pelo Banco Central Europeu. Nas maiores economias do bloco, as taxas foram as seguintes: Alemanha: 0,7% (mesmo índice de outubro último); Reino Unido: 1,2% (0,9 em outubro); França: 0,7% (0,5%); Itália: 0,1% (-0,1%); e Espanha: 0,5% (estável). O maior impacto nos preços, para cima, proveio dos itens restaurantes/cafeterias, aluguéis e produtos de tabaco. A principal pressão deflacionária originou-se de gás, óleo para aquecimento e pacote de férias. Argentina: novos Ministros pretendem manter a política econômica A estrutura dos novos Ministérios e os titulares dos cargos serão anunciados no início de 2017. Os recém-nomeados Ministros da Fazenda, Nicolás Dujovne, e das Finanças da Argentina, Luis Caputo, concederam entrevista coletiva em 30/12, na qual buscaram sedimentar que não deve haver inflexões importantes na política econômica argentina. Dujovne informou que seu objetivo será continuar o programa econômico definido pelo Presidente Macri, e seu principal compromisso é o cumprimento da meta fiscal estabelecida no orçamento de 2017, de 4,2% do PIB. Eventuais excessos de receitas oriundas do processo de regularização de capitais serão utilizados para reduzir o déficit. Foi salientado que, em relação ao último ano, o câmbio estaria 17% mais depreciado, o que, aliado a outras melhorias na economia, geraria impacto relevante na competitividade do país. Déficit orçamentário da Arábia Saudita Em consequência da diminuição da renda oriunda do petróleo, o déficit orçamentário saudita passou dos US$ 80 bilhões em 2016. A fim de aliviar as contas, o governo já cortou subsídios ao setor energético, assim como salários de servidores civis. Em relatório intitulado "Programa de Equilíbrio Fiscal 2020", publicado ao final de dezembro, o governo saudita acenou para a adoção de medidas mais dramáticas, com o intuito de reverter o quadro negativo da economia. Entre elas, estão o aumento de preços do petróleo, água e outras fontes de energia por meio da eliminação gradual de subsídios até 2020; implementação de novos impostos em 2017, especialmente sobre bebidas e tabaco, entre outros; e, em 2018, introdução de novo imposto geral sobre vendas, como parte de iniciativa conjunta dos estados formadores do Conselho de Cooperação do Golfo. Por fim, o governo estuda a criação de fundo de investimentos para estimular o setor privado e ajudar a diversificar a economia, no valor de cerca de US$ 50 bilhões. MOEDAS QUE SOFRERAM FORTE DESVALORIZAÇÃO EM 2016 2016 foi um ano de variações bruscas em vários setores, e os mercados monetários não foram exceção. Alguns países se saíram bem, mas outros viram o valor de suas moedas caírem dramaticamente. As moedas nacionais de Angola e Moçambique estão entre as dez que mais desvalorizaram durante o ano passado, com o kwanza a cair quase 20% e o metical a perder mais de 30% em 2016. Libra esterlina: -17% A votação de junho que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia fez a libra britânica cair significativamente, devido à insegurança sobre o impacto que o Brexit terá sobre a economia. Em julho de 2016, a libra foi, por breve período, a pior moeda do mundo em termos de desempenho; e caiu ainda mais em outubro, para US$1,22, o patamar mais baixo em 31 anos. No dia do referendo, foi negociada a US$ 1,50. Peso argentino: -17% A moeda da Argentina seguiu com dificuldades em 2016. Embora reformas importantes tenham criado expectativas de crescimento, a economia do país contraiu 1,8% em 2016, enquanto os salários reais caíram e a inflação atingiu cerca de 40%, de acordo com o FMI. Peso mexicano: -17% O peso mexicano foi fortemente atingido pela campanha eleitoral de Donald Trump e sua vitória nas eleições presidenciais norteamericanas, à luz de sua retórica anti-comércio e anti-imigração. Para ajudar o peso, o Banco Central mexicano elevou as taxas de juros em novembro. Libra egípcia: -59% O Egito tomou a decisão radical de deixar sua moeda flutuar livremente em novembro. A medida foi parte de uma tentativa de aliviar sua profunda crise econômica e garantir um empréstimo de emergência do Fundo Monetário Internacional. A libra egípcia caiu imediatamente 48% em relação ao dólar dos EUA, e seguiu em queda até o final do ano. Naira nigeriano: -37% A Nigéria lutou com os baixos preços do petróleo durante a maior parte do ano, o que colocou sua moeda sob pressão. O país depende do petróleo para 70% da receita do governo. Sua economia também foi atingida por ataques frequentes de militantes, muitos dos quais direcionados à indústria do petróleo. Lira turca: -18% A lira turca caiu 6% logo após o fracassado golpe militar de julho. A moeda continuou a cair no segundo semestre do ano, à medida que as agências de classificação de risco S&P e Moody's rebaixaram sua classificação de crédito. A Turquia acumulou enormes dívidas externas na última década. O FMI e outros observadores alertaram Ancara que seu "vício" em dinheiro estrangeiro é insustentável. Bolívar venezuelano: -71%? A Venezuela está passando por grave crise econômica. A escassez de alimentos é comum, e o país não tem medicamentos suficientes para atender às suas necessidades. O FMI espera que a inflação suba 1.660% em 2017. O bolívar caiu 71% em relação ao dólar em 2016, de acordo com o "dolartoday.com", um sítio não oficial que monitora a taxa de câmbio na Venezuela, uma vez que não há dados oficiais confiáveis a respeito.