Parecer do Grupo Técnico de Auditoria em Saúde 0 5 /0 6 Tema: Terapia extracorpórea por ondas de choque em ortopedia. I – Data: 10/02/2006 II – Grupo de Estudo: Dra. Lélia Maria de Almeida Carvalho Dra. Silvana Márcia Bruschi Kelles Dr. Lucas Barbosa da Silva Dra. Célia Maria da Silva Bibliotecária: Mariza Cristina Torres Talim III – Tema: Terapia extracorpórea por ondas de choque em ortopedia. IV – Especialidade(s) envolvida(s): Ortopedia V – Questão Clínica / Mérito: Efetividade da terapia por ondas de choque extracorpórea em pacientes com patologias ortopédicas crônicas que já tenham sido submetidos a longos tratamentos convencionais. VI – Enfoque: Tratamento VII – Introdução: A terapia por Ondas de Choque Extracorpórea é usada há mais de 20 anos na especialidade de Urologia, para tratamento de pacientes com cálculos renais. Neste segmento, o método é também conhecido como Litotripsia. Na década de noventa a terapia por ondas de choque extra-corpórea (ESWT), tornou-se popular na Alemanha, para tratamento de algumas alterações do tecido mole, como por exemplo, tendinite calcárea do manguito rotador, epicondilite umeral e fasceíte plantar. Nos Estados Unidos o Federal Drug Administration (FDA) aprovou sua utilização para tratamento da fasceíte proximal plantar em 2000. A onda de choque (ou onda de impacto) é um pulso sônico ou uma energia cinética. Sua força de transmissão depende das propriedades físicas do tecido aplicado (líquido ou sólido). Por isso, existem equipamentos específicos para utilização em cada área: urologia e ortopedia. Dentre os diferentes métodos de geração de ondas existem: - um sistema eletrohidráulico - um sistema eletromagnético - um sistema piezoelétrico VIII – Metodologia: 1- Bases de dados pesquisadas: Bireme( Lilacs, Medline e Biblioteca Cochrane), PubMed, MD Consult, OVID. 2- Descritores (DeSC) utilizados: Ondas de Choque de Alta Energia/ High-Energy Shock Waves, Extracorporeal Shock Wave Therapy, Lateral Epicondylitis, calcific tendonitis of the shoulder, Plantar Fasciitis, Musculoskeletal Disorders 3- Desenhos dos estudos procurados: Meta-análise, revisão sistemática, ensaio clínico controlado e randomizado. 4- População incluída: adultos portadores de patologias ortopédicas crônicas. 5- Período da pesquisa: 2000 a 2005 6- Resultados: Dezenove ensaios clínicos, 3 artigos de revisão, 1 meta-análise, 1 editorial. IX – Revisão Bibliográfica: Resultados: Meta-análise A efetividade da terapia por ondas de choque extracopórea para dor plantar: uma revisão sistemática e meta-análise (20). Existe uma considerável controvérsia sobre a efetividade da terapia por ondas de choque extracorpórea na conduta da dor plantar. O objetivo desta revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados foi investigar a efetividade da terapia por ondas de choque extracorpórea, que indiquem precisamente os benefícios desta terapia. Foi conduzida uma revisão sistemática de todos os ensaios clínicos controlados registrados na Biblioteca Cochrane, MEDLINE, EMBASE e CINAHL de 1996 até setembro de 2004. Foram incluídos nesta revisão ensaios clínicos que comparavam ESWT com placebo ou com diferentes doses de ESWT. O principal desfecho avaliado foi a dor plantar logo pela manhã, aos primeiros passos. Os desfechos secundários foram dor ao caminhar, dor à pressão no local, qualquer grau de inabilidade, qualidade de vida e eventos adversos. Foram incluídos adultos da população em geral, atletas, indivíduos com artropatias soronegativas e entesopatias. As ferramentas de validade e qualidade dos dados foram verificadas pelas seguintes questões conforme a Biblioteca Cochrane): 1 – O método de randomização foi descrito? 2 – O método de mascaramento da alocação foi descrito? 3 – Foi utilizada a análise de intenção de tratar? 4 – Qual o número de pacientes perdidos durante o follow-up? 5 – A verificação do resultado foi cega? 6 – O paciente foi cegado em relação ao tratamento recebido? A estratégia de busca identificou um total de 205 estudos, entre os quais 15 ensaios clínicos randomizados (ECR) que avaliavam ESWT para tratamento da dor plantar. Seis ECR (n = 897) agrupados permitiram uma estimativa da efetividade baseada nos scores de dor utilizando a 10 cm Visual Analogue Scales (VAS), para dor pela manhã. Patrocínio da indústria: Companhias que produziram o equipamento forneceram patrocínio em três ensaios clínicos (21) (22) (23). Um ensaio clínico (23) serviu como base para aprovação da ESWT pelo FDA. Interesse financeiro com a HealthTronics foi declarada na correspondência da publicação de dois ECR (24) (25). O ensaio clínico realizado por Buch et al (22) foi patrocinado por Dornier Med tech Inc e os dados também foram usados para aprovação pelo FDA, utilizando a ESWT no tratamento da fasceíte plantar. Haake et al (21) declararam ter recebido o equipamento do fabricante e que não houve diferenças estatísticas de desfechos entre o grupo ESWT e o grupo placebo. A meta-análise dos dados dos seis ensaios clínicos controlados e randomizados que incluíram um total de 897 pacientes foram estatisticamente significativos a favor da ESWT para tratamento da dor plantar, mas a extensão do efeito era muito pequena. Quando os dois ensaios clíncos de pior qualidade, portanto maiores fontes de viés foram removidos da meta-análise, os resultados não evidenciaram significância estatística. Esta revisão sistemática não dá suporte ao uso da ESWT para tratamento da dor plantar na prática clínica. Ensaios clínicos Aplicação de ondas de choque, em atletas corredores portadores de fasceíte plantar crônica (1). Rompe et al (2003), fizeram um ensaio clínico randomizado cego para determinar a efetividade de três aplicações de 2.100 ondas de choque com baixa energia em corredores de longa distância, portadores de dor plantar com mais de 12 meses de evolução, que tiveram pelo menos três tentativas de tratamento conservador. N = 45 pacientes randomizados para receber ESWT ou placebo. Desfecho primário avaliado foi a redução da dor após a primeira deambulação pela manhã e a ferramenta de avaliação foi a Escala Visual Analógica 10 pontos (VAS). Desfechos secundários: – redução de mais de 50% da dor avaliada pela própria impressão do cliente ao primeiro caminhar pela manhã; – – índice de VAS menor que 4; score de avaliação da dor da American Orthopaedic Foot e Ankle Society's Ankle-Hindfoot Scale. Após 12 meses, 72% (13 de 18) dos pacientes do grupo tratado e 35% (7 de 20) do grupo controle referiram mais de 50% de melhora da dor, após o primeiro caminhar pela manhã. Terapia por ondas de choque guiada por ultrassom no tratamento da fasceíte plantar (2). Buchbinder et al (2002) realizaram um ensaio clínico randomizado, duplo cego, controlado. Grupo tratado (n = 81) recebeu 2.000 ou 2.500 ondas de choque com energia variando de 0,02 e 0,33 mJ/mm². Grupo placebo (n = 85) recebeu 100 ondas de choque com energia de 0,02 mJ/mm². Os resultados foram verificados após 6 e 12 semanas. As ferramentas de avaliação foram: – VAS; – habilidade de continuar a caminhar sem a necessidade de repouso devido a dor; – Maryland Foot Score; – questionário utilizando a Problem Elicitation Technique; – questionário SF-36. De acordo com os autores eles não encontraram benefícios da ESWT sobre o placebo. O estudo apresentou limitações incluindo a pequena duração dos sintomas nos critérios de inclusão, follow-up pequeno, a variação da dose foi muito grande. Avaliação da aplicação de ondas de choque de baixa energia para o tratamento de fasceíte plantar crônica (3). Rompe et al (2002), realizaram um ensaio clínico randomizado, duplo cego com n = 100, onde os pacientes recebiam 1.000 ou 10 impulsos de ondas de choque de baixa energia com uma aplicação semanal durante três semanas. Os resultados foram avaliados de quatro maneiras: excelente, bom, aceitável ou pobre. Aos seis meses o índice de resultados excelente e bom foi significativamente melhor no grupo que recebeu 1.000 ondas de choque, 47% a mais comparado com o grupo que recebeu 10 impulsos por tratamento. Após 5 anos a diferença nos scores diminuiu para 11% devido a alta taxa de bons resultados, devido subsequentes cirurgias no grupo que recebeu 10 impulsos por tratamento. Cinqüenta e oito porcento dos pacientes que receberam 10 impulsos foram submetidos à cirurgia, comparados com 13% daqueles que receberam 1.000 impulsos . Os autores concluíram que três aplicações de 1.000 impulsos de baixa energia é um tratamento útil em casos de fasceíte plantar. Terapia por ondas de choque extracorpórea para fasceíte plantar. Um ensaio clínico randomizado duplo cego (4). No estudo de Speed et al (2003) 46 pacientes foram randomizados para receber ESWT (1.500 impulsos com 0,12mJ/mm²) e 42 para receber placebo. A resposta foi considerada positiva com redução de 50% da dor ao início do tratamento. Após 3 meses 37% do grupo ESWT e 24% do grupo placebo demostraram uma resposta positiva. Os autores concluíram que não foi encontrato tratamento efetivo com doses moderadas de ESWT sobre placebo. Entretanto este estudo utilizou como critério de inclusão pacientes com apenas três meses de tratamento conservador e a energia por ondas de choque transmitida foi menor do que a utilizada na maioria dos outros estudos. Terapia por ondas de choque extracorpórea (ESWT) em pacientes com fasceíte proximal plantar crônica. Um follow-up de 2 anos (5). Hammer et al (2003) publicaram os resultados de dois anos de um estudo randomizado crossover, com pacientes portadores de fasceíte plantar com pelo menos seis meses de tentativa de tratamento conservador. Os pacientes foram randomizados no grupo 1 ( n = 24), com tratamento por três vezes por semana com 3.000 ondas de choque a 0,2 mJ/mm². O grupo 2 ( n= 23) foi tratado com iontoforese, diclofenaco e esteróides orais. Depois de 12 semanas os pacientes do segundo grupo foram orientados a receber o mesmo protocolo do grupo 1. As avaliações clínicas foram realizadas com seis, doze e 24 semanas e após dois anos. Os resultados foram avaliados utilizando a escala VAS e tempo de duração de uma caminhada sem dor. Os resultados após 2 anos nos dois grupos foram melhora de 94% no grupo 1 e 90% no grupo 2. Terapia por ondas de choque extracorpórea para fasceíte plantar e outras condições músculo esqueléticas utilizando Ossantron – uma atualização (6). Wilner e Strash (2004), publicaram sua experiência tratando 264 pacientes diagnosticados com fasceíte plantar crônica, com mais de seis meses de sintomas, que não responderam ao tratamento conservador. Utilizando anestesia geral os pacientes receberam 1.800 impulsos a 18 kilovolts. Os resultados foram avaliados com o relato da dor pelo paciente, avaliação do grau de atividade principal que inicia a dor e sobre a utilização de medicação ou não. Dois anos após o tratamento, 87% dos pacientes relataram melhora e apenas 2 % não obtiveram resultado positivo. Considerações do GTAS: Estudo apresentando de conflito de interesse, pelo fato de um dois autores ser profissional de referência da Ossatron: http://www.o ssatron.com/ search2.asp Terapia por ondas de choque extracorpórea para tratamento da fasceíte plantar (7). Theodore et al (2004), randomizaram 150 pacientes para ESWT ou placebo. O grupo tratado recebeu 3.800 impulsos (3.500 a 0,36 mJ/mm²) para um total de 1.300 mJ/mm². Os pacientes foram avaliados aos três meses e doze meses após tratamento. Desfecho primário avaliado foi redução da dor aos primeiros passos pela manhã mensurados pela VAS. Os autores referiram 57% de sucesso após três meses e 94% após 12 meses. O grupo crossover (aqueles que receberam ESWT três meses após receber placebo) tiveram 78% de resposta após 3 meses e 93% após 12 meses. O grupo controle obteve uma melhora de 47% na escala VAS. Isto foi atribuído a uma expectativa de melhora espontânea de 30% para esta condição crônica. Injeção de corticóide versus terapia por ondas de choque extracorpórea em fasciopatia plantar (8). Porter e Shadbolt (2005) compararam ESWT com injeção de corticóide (CSI). Sessenta e quatro pacientes receberam uma dose única de corticóide e 61 pacientes receberam aplicações semanais de 1.000 impulsos com fluxo de energia de 0,08 mJ/mm². Os resultados foram medidos pela VAS e measurement of a tenderness threshold (TT). Os autores concluíram após três meses , que a CSI foi mais efetiva que ESWT com relação à melhora da dor, e após 12 meses não houve diferença. Entretanto inúmeros pacientes em cada grupo apresentaram melhora, apesar dos tratamentos, devido ao curso natural de melhora da doença. Ondas de choque eletrohidráulicas de alta energia para tratamento de fasceíte plantar crônica (9). Ogden et. al (2004) publicaram um estudo incluindo pacientes não randomizados (N = 20 – fase 1) que depois foram incluídos em um grupo randomizado (N = 293, com mais 71 adicionais não randomizados – fase 2) e também em outro grupo crossover randomizado, comparados com grupo placebo. Os critérios de inclusão foram : - a falha de resposta ao tratamento conservador por pelo menos três tentativas; - avaliação da dor pelo examinador sobre a fáscia plantar utilizando um dolorímetro ( 5 cm sobre 10 cm VAS); - a auto-avaliação da dor após cinco minutos de caminhada pela manhã 5 cm sobre 10 cm VAS. Um tratamento ativo consistiu em 100 graus de ondas de choque de 0,12 a 0,22 mJ/mm², para verificar a efetividade da anestesia, seguida por 1.400 ondas de choque a 0,22 mJ/mm². Pacientes foram avaliados com um, três, seis, nove e doze meses. Desfechos foram verificados com três meses e doze meses. Tratamento obteve sucesso em 17 dos 20 pacientes da fase 1 após 3 meses, com um melhora para 19 em 20 (95%) após um ano e foi mantida por 5 anos. Na fase 2, três meses após o tratamento, 67 (47%) dos 144 pacientes tratados tiveram um sucesso total no resultado, comparado com 42 (30%) dos pacientes tratados com placebo (p = 0,008). Após um ano, 65 dos 67 tratados mantiveram um resultado de sucesso. Trinta e seis (71%) dos 51 pacientes restantes não randomizados obtiveram sucesso após três meses. Para todos os 289 pacientes que foram submetidos a um ou mais tratamentos, 222 (76,8%), tiveram resultados de bom a excelente. Terapia por ondas de choque para tendinite calcárea do ombro – um ensaio clínico prospectivo com dois anos de follow-up (10). Wang et al (2003), publicaram um estudo com dois anos de follow-up em que foi utilizada ESWT para tratamento de tendinite do ombro. O grupo tratado consistiu de 37 pacientes (39 ombros) e o grupo controle consistiu de 6 pacientes (6 ombros). Foram incluídos no estudos pacientes que não responderam após 6 meses de tratamento conservador que consistiram em analgésicos não corticóides, fisioterapia, injeções de corticosteróides ou imobilização. Para o grupo tratado a ESWT, foram utilizadas aplicações de 1.000 impulsos de ondas de choque a 0,18 mJ/mm² após xilocaína a 2%. Os resultados foram avaliados após o score Constant de 100 pontos, que incluem fatores desencadeadores da dor, atividades diárias, mobilização do ombro, força e extensibilidade. Raios-X foram realizados após 2 e 4 semanas, e 3, 6 e 12 meses, para verificar a presença e quantidade do depósito de cálcio. Os pacientes do grupo controle optaram por obter tratamento alternativo para os seus sintomas. O grupo tratado obteve uma redução estatisticamente significativa do depósito de cálcio após o tratamento. Dezenove casos (57,6%), mostraram completa eliminação do depósito de cálcio. Eliminação parcial foi verificada em 5 casos (15,1%) e não houve alteração do depósito em 9 (27,3%). No grupo controle um paciente teve fragmentação do depósito de cálcio e os depósitos permaneceram inalterados em 5 pacientes. Os autores atribuíram a teoria de que os depósitos de cálcio foram eliminados através de um mecanismo molecular de absorção associado à melhora da circulação na junção ósteo-tendínea após a ESWT. Terapia por ondas de choque extracorpórea para tratamento tendinite calcárea crônica do manguito rotador – um ensaio clínico controlado e randomizado (11). Gerdesmeyer (2003) fez um ensaio clínico controlado, randomizado, duplocego comparando a aplicação de ESWT de alta energia (n = 47), ESWT de baixa energia (n = 46) e placebo (n = 41), para verificar a efetividade do tratamento em pacientes portadores de tendinite calcárea do manguito rotador. O grupo de alta energia recebeu 1.500 ondas de choque a 0,32 mJ/mm², o grupo que recebeu baixa energia recebeu 6.000 ondas de choque de 0,08 mJ/mm². Todos os pacientes receberam uma segunda sessão 12 a 16 dias mais tarde. Após a intervenção todos os pacientes receberam 10 sessões de fisioterapia. O completo desaparecimento do depósito de cálcio foi verificado em 60% no grupo que recebeu alta energia após 6 meses e 86% após 12 meses. No grupo que recebeu baixa energia o completo desaparecimento do depósito de cálcio foi verificado em 21% após 6 meses e em 25% após 12 meses. Imediatamente após o procedimento 20 pacientes do grupo que recebeu alta energia relataram dor moderada e 16 relataram dor grave. No grupo que recebeu baixa energia 22 relataram dor moderada e 5 relataram dor grave. Quatro pacientes do grupo placebo relataram dor grave. Os autores concluíram que ESWT de alta energia é mais efetivo do que de baixa energia, mas o valor ideal ainda não foi definido. Terapia por ondas de choque extracorpórea no tratamento da epicondilite lateral (12). Haake (2002) realizou um ensaio clínico, randomizado, controlado com placebo para avaliar a efetividade da ESWT no tratamento da epicondilite lateral. Os critérios de inclusão basearam-se em dois ou mais testes positivos, seis meses de terapia conservadora sem sucesso com injeções locais, 10 ou mais sessões de fisioterapia. Os pacientes foram randomizados para receber três tratamentos de baixa energia do ESWT (n = 134) ou placebo (n = 137). Os tratamentos consistiram em 2.000 impulsos com um fluxo de energia positivo de 0,07 a 0,09 mJ/mm², administrados uma vez por semana, durante três semanas. Os resultados foram verificados com 6 e 12 semanas e doze meses após o tratamento. O tratamento foi avaliado como sucesso se o score de dor subjetiva descrito por Role e Maudsley era de 1 ou 2 (“excelente” ou “bom”) e o paciente não recebeu qualquer tratamento adicional. O índice de sucesso foi de 32 (25,8%) no grupo ESWT e de 31 (25,4%) no grupo placebo. Não houve diferença significativa nos desfechos entre os grupos ESWT e placebo. Terapia por ondas de choque extracorpórea no tratamento da epicondilite lateral – ensaio clínico duplo cego controlado (13). Speed (2002), realizou um ensaio clínico randomizado para verificar a efetividade da ESWT. Os pacientes foram randomizados para receber três ESWT consistindo em 1.500 impulsos a 0,18 mJ/mm² (n = 40) ou placebo (n = 35). Após três meses 14 (35%) do grupo ESWT e 12 (34%) do grupo placebo demonstraram uma melhora de 50% da dor. Tratamento crônico repetitivo com ondas de choque de baixa energia para epicondilite lateral, em jogadores de tênis (14). Rompe (2004), fez um estudo para determinar a efetividade da ESWT de baixa energia com placebo, em jogadores de tênis. Foram utilizados 2.000 impulsos com um fluxo de densidade de 0,09 mJ/mm² no grupo tratado. O desfecho primário foi a redução da dor em mais de 30% quando acontecesse a resistência à extensão. Os desfechos secundários corresponderam ao número de pacientes que obtiveram mais de 50% da redução da dor, com 4 pontos de melhora no score ‘Roles and Maudsley”, melhora na função da escala da função do membro superior, a extensibilidade e satisfação global. Para o grupo que recebeu ESWT a média de score de dor foi 7,1 ± 1,4 no início, 3,6 ± 2,1 após três meses e 3,1 ± 2,4 pontos após 12 meses. Pra o grupo placebo a média foi de 7,1 ± 1,6 no início, 5,1 ± 2,1 após três meses e 4,3 ± 2,3 após 12 meses. Após doze meses 61% dos pacientes que receberam ESWT e 38% dos pacientes do grupo placebo apresentaram pelo menos 50% da redução da dor. Utilizando o score Roles and Maudsley, 63% no grupo ESWT e 43% no grupo placebo evidenciaram melhora. Houve melhora da extensibilidade em ambos os grupos, sem apresentar significância estatística. Tratamento com ondas de choque de fraturas não consolidadas de ossos longos (15). Wang (2001) apresentou seus resultados em 72 pacientes portadores de fraturas não consolidadas que receberam ESWT. Os critérios de inclusão foram a não consolidação após seis meses de tentativa de tratamento inicial aberto ou fechado. Os critérios de exclusão foram fraturas patológicas, fraturas na região epifisária do osso, fratura com um desnível maior que 5 mm ou com infecção em atividade. Pacientes foram submetidos a anestesia geral e foi utilizado um fluxo de energia de 1.000 a 6.000 impulsos com densidade entre 0,47 e 0,62 mJ/mm², dependendo do tamanho do osso. Follow-up foi verificado com 3 semanas e 3, 6, 9 e 12 meses. Nove pacientes não completaram o follwup e oito pacientes optaram pelo tratamento cirúrgico durante o curso do trabalho. Cinqüenta e cinco pacientes completaram o estudo. Estes pacientes apresentaram união do osso de 50,9% aos três meses, 67% aos seis meses e 80% aos 12 meses. Terapia por ondas de choque extracorpórea em fraturas não consolidadas (16). Cento e quinze pacientes com fraturas não consolidadas foram tratados com terapia por ondas de choque extracorpórea (ESWT). Após o tratamento, a imobilização das fraturas também foi realizada. O follow-up foi no mínimo de 3 meses e no máximo de 4 anos. Em 87 pacientes (75,7%) o tratamento resultou na consolidação óssea com redução simultânea dos sintomas. O autor concluiu que a ESWT pode ser o tratamento de escolha para pacientes portadores de fraturas não consolidadas. Artigos de revisão Terapia por ondas de choque (Ortotripsia®) em alterações músculoesqueléticas (17). Para esta revisão foram selecionados estudos de acordo com a qualidade dos resultados que vão desde nível de evidência A – Estudos prospectivos, randomizados, duplo-cegos, crossover, com as diferenças estatisticamente validadas entre os pacientes tratados e aqueles que receberam placebo e estudos com follow-up significativos, com todos os pacientes sendo tratados exatamente com o mesmo protocolo, até as duas últimas categorias – G e H – que apresentam um número de estudos que eventualmente poderiam ou não ter sido publicados em jornais reconhecidos pelas sociedades científicas. Os tópicos incluídos na revisão são relativo às seguintes alterações músculoesqueléticas: 1 – Fasceíte plantar; 2 – Epicondilite lateral; 3 – Não calcificação de fraturas; 4 – Tendinite calcárea do manguito rotador; 5 – Outras entesopatias; 6 – Aplicações músculo-esqueléticas adicionais. Mais de 8.000 casos de alterações músculo-esqueléticas tratadas com terapia com ondas de choque foram documentados. Se os estudos preenchessem somente os critérios de A até C, este número ficaria reduzido para 2.723, que representaria aproximadamente 34% dos casos publicados. Para fasceíte plantar (primeira indicação aprovada pelo FDA) os estudos envolvem pelo menos 1.131 pacientes. Setecentos e trinta e seis, encontramse na categoria dos níveis de evidência A até C, com aproximadamente 300 incluídos na categoria A. Os dados destes estudos são fortemente favoráveis ao tratamento com terapia com ondas de choque. As taxas de sucesso verificadas nestes estudos foram de 34% a 88%. Para epicondilite lateral os estudos envolveram 1.672 pacientes. Nenhum estudo incluído na categoria A. Onze estudos envolveram 763 pacientes nas categorias B e C. As taxas de sucesso foram de 48% a 73%. Para fraturas não-consolidadas os estudos envolveram pelo menos 1.737 pacientes. Estudos tipo B e C envolveram pelo menos 714 pacientes com taxa de sucesso variando de 62% até 83%. Somente um estudo tipo A (aprovado pelo FDA) foi indicado. Para tendinite calcárea do manguito rotador os estudos publicados envolveram pelo menos 916 pacientes. Mais de 510 destes pacientes estavam incluídos em estudos tipo B ou C, com taxa de sucesso variando de 47% a 70%. Os estudos suportam os efeitos positivos somente para casos de calcificação patológica, mas não podem ser extrapolados para pacientes com dor no ombro, não portadores de calcificação. Para outras entesopatias tais como epicondilite medial, tendinite patelar, bursite trocantérica, tendinopatia do tendão de Aquiles e problemas não cálcicos do ombro, foram achados somente estudos nas categorias D, E, G e H. Terapia por ondas de choque extracorpórea no manejo de condições crônicas do tecido mole (18). Na tendinite calcárea do ombro oitenta pacientes (20 para cada grupo) foram randomizados para não receber tratamento (grupo 0), ou sessão única de 2.000 ondas de choque de 0,1 mJ/mm2 (grupo 1) ou 0,3 mJ/mm2 (grupo 2) ou duas sessões de 2.000 ondas de choque x 0,3 mJ/ mm2 (grupo 3). Houve redução radiológica no depósito de cálcio em dois do grupo 0, em quatro do grupo 1, em 11 do grupo 2 e em 12 do grupo 3. Na epicondilite lateral do cotovelo em uma revisão da Cochrane, foram identificados dois ensaios clínicos de ESWT (3.000 ondas de choque de 0,08 mj/mm ²) versus placebo. O primeiro estudo não foi duplo cego e não ficou claro se os dados foram analisados com base na intenção de tratar. Uma significativa melhora na dor e função foi observada apenas no grupo tratado, após um follow-up de 3 meses. Estudo apresentou falha na análise dos dados estatísticos, no desenho e follow-up pequeno. O outro estudo foi duplo-cego, multicêntrico, randomizado, controlado, envolvendo 270 pacientes que receberam 2.000 ondas de choque com 0,07 a 0,09 mJ/mm2 versus um procedimento placebo. O tratamento foi realizado uma vez por semana, com intervalo de três semanas. Não foi observada diferença entre o grupo tratado e o grupo placebo utilizando o score de dor “Roles e Maudsley” e na força de preensão, após seis e doze semanas e após 12 meses. A taxa de sucesso foi 25,8% no grupo ESWT e 25,4% no grupo placebo, com uma diferença de 0,4% com 95% de intervalo de confiança de – 10,5 até +11,3. Uma melhora foi observada em dois terços de ambos os grupos após doze meses de intervenção. Outro ensaio clínico controlado duplo-cego randomizado envolvendo 75 adultos com epicondilite lateral. Os pacientes foram randomizados para receber ESWT (1.500 a 0,12 mJ/mm² ) ou placebo, mensalmente durante 3 meses. A ferramenta de avaliação foi a Visual Analogue Scores (VAS) para dor, durante o dia e a noite. Os dois grupos demonstraram significativa melhora após dois meses. O grupo ESWT apresentou um score de dor 73,4 ±14,5 no início e 47,9 ±31,4 aos três meses. No grupo controle o score de dor foi de 67,2 ±21,7 no início e 51,5 ±35,2. Após três meses houve uma melhora de 50% em 35% do grupo ESWT e 34% no grupo placebo. Na fasceíte plantar o tratamento com ESWT obteve aprovação do FDA, baseado em um estudo duplo-cego randomizado multicêntrico, envolvendo 260 pacientes com fasceíte plantar crônica com mais de seis meses de duração. Grupo ESWT utilizando 1.500 ondas de choque a >0,18 mJ/mm² comparado com placebo. Os resultados foram avaliados utilizando um índice de investigação de dor com um dolorímetro, que estimava o tempo e distância livre de dor ao caminhar, uso de analgésicos e relato de início de dor pelo paciente. Os dados não foram avaliados como base na intenção de tratar. Três meses após o tratamento, 56% da maioria dos pacientes que foram tratados obtiveram resultado positivo em todos os quatro critérios de avaliação, quando comparados com os pacientes tratados com placebo. Melhora na dor inicial foi observada em 59,7% no grupo ESWT e em 48,2% no grupo placebo. A melhora da dor em atividade foi similar em ambos os grupos, e a dor induzida pelo investigador foi melhor em 62,2% e 43% no grupo ESWT e grupo placebo respectivamente. Um ensaio clínico cego, controlado randomizado, envolvendo 60 pacientes com dor plantar crônica. Os pacientes foram randomizados para receber ESWT (1.200 ondas de choque de 0,03 a 0,4 mJ/mm²) ou placebo. Seis tratamentos foram administrados a intervalos de sete a dez dias. Houve uma diminuição significativa da dor ao repouso, nos primeiros passos pela manhã e ao final das atividades diárias, avaliados no final do curso do tratamento, sendo que o follow-up foi de um e três meses. Nenhuma alteração radiológica no esporão plantar foi verificada. Outro ensaio clínico duplo cego, controlado, randomizado envolvendo 160 pacientes portadores de fasceíte plantar por no mínimo 6 semanas, utilizando ESWT (1.000 mJ/mm²), n = 81 e placebo com dose de 6,0 mJ/mm², n = 85. Após 12 semanas de tratamento houve significante melhora em ambos os grupos com uma média de 18,1 ±30,6 e 19,8 ±33,7 nos grupos tratado e placebo respectivamente, após seis semanas (p = 0,74). Após 12 semanas a diferença entre os grupos foi de 26,3 ±34,8 e 25,7 ±34,9 (p = 0,99) tratado e placebo respectivamente. Melhoras semelhantes foram observadas em ambos os grupos relacionadas com a dor de início pela manhã, capacidade de andar, score de deambulação Maryland e score SF-36. Não houve diferença estatisticamente significativa sob aspectos de melhora entre os dois grupos para qualquer desfecho avaliado. Outro ensaio clínico controlado randomizado duplo cego comparando ESWT (dose moderada 1.500 ondas de choque a 0,12mJ/mm²) com placebo, mensalmente durante 3 meses com n = 88 adultos com fasceíte plantar crônica. Ambos os grupos demonstraram significativa melhora no decorrer do estudo, mas não houve diferença estatísticamente significativa entre os grupos no que diz respeito às alterações verificadas nos desfechos após um período de seis meses. Após três meses 37% dos pacientes do grupo ESWT e 24% do grupo placebo mostraram uma resposta positiva de 50%, com respeito a dor durante o dia. Resposta positiva com relação à dor noturna ocorreu em 41% e 31% no grupo ESWT e grupo controle respectivamente. Resposta positiva à dor inicial ocorreu em 37% e 36% no grupo ESWT e placebo respectivamente. Outro estudo prospectivo cego randomizado controlado utilizando uma dose baixa de ESWT (1.000 ondas de choque de 0,06 mJ/mm²) ou placebo administrado semanalmente durante 3 semanas com n = 30 pacientes portadores de fasceíte plantar crônica, por pelo menos 12 meses. Uma significativa melhora da dor e função foi observada no grupo ESWT, após 3 meses, mas seis pacientes foram retirados do estudo e os dados não foram analisados com base na análise de intenção de tratar. Efetividade da terapia por ondas de choque extracorpórea em cotovelo de tenistas (epicondilite lateral) (19). Esta revisão utilizou inúmeros bancos de dados para identificar artigos em inglês publicados até agosto de 2004. Os desenhos dos ensaios clínicos foram limitados com relação a estudos randomizados controlados que avaliaram ESWT comparando com placebo ou sem tratamento ou outro tratamento. Sete publicações de qualidade foram identificadas. Entretanto havia inúmeras diferenças em termos da duração dos sintomas, quantidade de energia de ESWT administrada e duração do follow-up. Os resultados dos estudos foram conflitantes. Devido a grande variabilidade dos desenhos dos estudos e doses administradas, os autores sugerem que ensaios clínicos controlados melhor desenhados são necessários para estabelecer a efetividade da ESWT para epicondilite lateral. Editorial: Carta ao editor (Clinical Orthopaedics and Related Research) (24). Prezado senhor, Recentemente revisei um artigo escrito por Ogden et. al publicado na edição de junho de 2001. Também revisei a pesquisa enviada ao FDA como processo de pré-aprovação do equipamento da OssaTronTM. Tenho algumas observações relacionadas a esta recente publicação. Nem os recursos do fabricante utilizados na pesquisa e nem os interesses financeiros do autor foram citados na publicação. O resumo do artigo cita “Os resultados sugerem que esta modalidade terapêutica deve ser considerada antes de qualquer opção cirúrgica e até deve ser indicada preferencialmente à injeção de corticóide.....”. A pesquisa e os dados resultantes deste estudo não suportam esta importante afirmação e o desenho do estudo não avaliou esta recomendação. Em inúmeras partes dos resultados do estudo, a publicação dos dados brutos foram perdidas, ou eram falsas ou incorretas. Estes foram os dados enviados para avaliação do FDA. Foram constatados também problemas importantes com a metodologia utilizada na análise dos dados publicados. Na auto-avaliação de atividade do paciente, os autores optaram por excluir os dados brutos, excluíram a relevância do score de 12 semanas e incluíram os valores médios. Os documentos que foram enviados ao FDA, demonstraram que a média de resultados com 12 semanas para o grupo tratado foi de 1,72 com um desvio padrão de ±1,47. A média dos resultados para doze semanas para o grupo que recebeu placebo foi de 1,88 com um desvio padrão de ±1,44. Em ambos os grupos a escala foi de 0,00 até 4,00. Total de 85 de 119 (71,42%) do grupo tratado foi incluído nos critérios de sucesso. Setenta e oito dos 116 (67,42%) do grupo placebo também foram incluídos nos critérios de sucesso. A diferença entre a média dos resultados de 1,00 e 2,00 foi insignificante. Primeiro, os scores médios foram ralatados como inteiros, portanto adicionar duas casas decimais é inapropriado. Segundo, os scores de 1 e 2 sobrepõe com 2 = capacidade de caminhar 4 para seis quadras e 1 = capacidade de caminhar 6 para 10 quadras. A validade do teste na qual mais de 2/3 dos pacientes que receberam placebo foram incluídos nos critérios de sucesso é questionável e o valor de p de 0,486 para este teste confirma a falta de validade. No aspecto de utilização de medicamentos para dor, os autores relataram “69,74% dos pacientes do grupo tratado obtiveram sucesso. Contrastando com 34,65% do grupo placebo”. Os dados submetidos ao FDA fornecem um quadro totalmente diferente dos resultados. Os números informados dos pacientes que receberam tratamento está correto, entretanto o número de pacientes enviados ao FDA foi de 98 de 116 estavam rotineiramente recebendo medicação desde o início e apenas 33 dos 116 pacientes estavam sob uso de medicação após 12 semanas. Entretanto 75 (64,65%),dos 116 do grupo placebo alcançaram os critérios de sucesso, não há referência na publicação de 34,65%dos pacientes do grupo placebo. Na realidade a porcentagem de pacientes que necessitaram de algum ou nenhum medicamento foi ligeiramente mais elevada (sem significância estatística) no grupo placebo, comparado com os pacientes do grupo tratado (83 de 116 versus 83 de 119). A falta de validade deste parâmetro também foi confirmada pelo valor de p = 0,406. (Apesar dos dados brutos estarem presentes no documento encaminhado ao FDA, o texto não discute os resultados dos pacientes que receberam placebo, mas apenas repete as indicações dos pacientes que receberam tratamento). A combinação da omissão dos dados, resultados incorretos, super valorização da indicação no resumo e o erro em não relatar financiamento, pode levar o leitor a ter uma conclusão diferente de toda aquela divulgada como material relevante. X – Interpretanto a literatura (18). Existem consideráveis diferenças entre os resultados dos vários estudos, que avaliaram a eficácia da ESWT em alterações de tecidos moles. Os trabalhos apresentam diferenças com relação aos aspectos técnicos dos equipamentos, e heterogeneidade de fatores tais como a intensidade e geometria das ondas de choque, a freqüência do tratamento e o uso de forma diferentes de tratamento placebo. Existem diferenças nas populações estudadas, particularmente com relação à duração dos sintomas. Os desenhos dos estudos também apresentavam inconsistências, tais como amostras pequenas, populações estudadas heterogêneas, problemas nas medidas dos desfechos, mascaramento inadequado e comparação com placebos. Enquanto a literatura é abundante em ensaios clínicos não randomizados e controlados de ESWT, existe um número inadequado de ensaios clínicos controlados e randomizados levando em consideração os fatores técnicos e dosagem. A ESWT é potencialmente útil como opção de tratamento para pacientes com alterações em tecidos moles. Atualmente existe evidência sobre o beneficio de alguns esquemas de ESWT em tendinite calcárea do manguito rotador e fasceíte plantar crônica. Entretanto existe a necessidade de pesquisas mais apropriadas para verificar os efeitos da ESWT, como ensaios clínicos controlados e randomizados, com melhor investigação dos fatores técnicos relacionados com o tratamento e otimização dos esquemas com relação à dosagem para condições específicas e comparação com padrão ouro de tratamento. Considerações do GTAS: Conflitos de interesses foram observados entre autores de ECR com a indústria fabricante do equipamento de ESWT, configurando viés na concepção dos estudos. XI – Análise direta de custo: Este procedimento não consta nas Tabelas da Unimed-BH e nem no Rol da ANS. Consta na CBHPM conforme descrito: CBHPM 3.07.00.00-0: SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO E ARTICULAÇÕES 3.07.30.00-7: MÚSCULOS E FASCIAS 3.07.30.12-0: Terapia por ondas de choque extracorpórea em partes moles acompanhamento 1ª aplicação Porte 8A + Custo Operacional: 60,000 3.07.30.13-9: Terapia por ondas de choque extracorpórea em partes moles acompanhamento reaplicações Porte 4C + Custo Operacional: 60,000 3.07.32.00-0: OSSOS 3.07.32.05-0 Terapia por ondas de choque extracorpórea em partes ósseas acompanhamento 1ª aplicação Porte: 8A + Custo Operacional: 60,000 3.07.32.06-9 Terapia por ondas de choque extracorpórea em partes ósseas acompanhamento reaplicações Porte 4C + Custo Operacional: 60,000 Unidade de Custo Operacional - UCO = R$ 11,50 Portes 8A R$ 368,00 4C R$ 148,00 XII – Parecer do GTAS: O GTAS não recomenda a incorporação da terapia por ondas de choque extracorpóreas em pacientes com patologias ortopédicas crônicas, por não ter eficácia comprovada na literatura médica. XIII – Referências Bibliográficas: 1 Rompe JD, Decking H et.al: Shock wave application for chronic plantar fasciitis in running athletes. Am j sports med 2003; 31: 268-75. 2 Buchbinder R, Ptasznik R et al. Ultrasound-Guided extracorporeal shock wave therapy for plantar fasciitis. J am med assoc 2002; 288: 1364-72. 3 Rompe JD, Schoellner C, Nafe B. Evaluation of low-energy extracorporeal shock-wave application for treatment of chronic plantar fasciitis. J bone jt surg Am 2002; 84-A: 335-41. 4 Speed CA, Nichols D et.al. Extracorporeal shock wave therapy for plantar fasciitis. J orthop res 2003; 21:937-40. 5 Hammer DS, Adam F et al. Extracorporeal shock wave therapy (ESWT) in patients with chronic proximal plantar fasciitis: A 2-Year Follow-up. Foot ankle int 2003; 24: 823-28. 6 Wilner JM, Strash WW Extracorporeal shockwave therapy for plantar fasciitis and other musculoskeletal conditions utilizing the ossatron—an update. Clin podiatr med surg 2004; 21: 441-7. 7 Theodore GH, Buch M et al. Extracorporeal shock wave therapy for the treatment of plantar fasciitis. Foot ankle int 2004; 25: 290-7. 8 Porter MD, Shadbolt B. Intralesional corticosteroid injection versus extracorporeal shock wave therapy for plantar fasciopathy. Clin j sport med 2005; 15: 119-124. 9 Ogden JA, Alvarez RG et al.: “Electrohydraulic high-energy shock-wave treatment for chronic plantar fasciitis” J bone jt surg Am 2004; 86-A: 2216-27. 10 Wang CJ, Yang KD et al. Shock wave therapy for calcific tendinits of the shoulder: a prospective clinical study with two-year follow-up. Am j sports med 2003; 31: 425-30. 11 Gerdesmeyer L, Wagenpfeil S et al. Extracorporeal shock wave therapy for the treatment of chronic calcifying tendonitis of the rotador Cuff: a randomized controlled trial. J am med assoc 2003; 290: 2573-80. 12 Haake M, Konig IR et al. 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Clin orthop relat res 2001; 387: 47-59. 24 Beckman KD. Letter to the editor. Clin orthop relat res 2002; 398: 267-8. XIV – Anexos: Processo de Solicitação de Incorporação Bibliografia