ABP Aprendizagem Baseada em Problema 2º SEMESTRE ABP Aprendizado Baseado em Problema 2011.1 2º Semestre Profa. Maria Luisa Carvalho Soliani Diretora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Prof. Ênio Ribeiro Maynard Barreto Vice-diretor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Prof. Gaspare Saraceno Coordenador de graduação Prof. Urbino da Rocha Tunes Coordenador do curso de Odontologia Prof. Atson Carlos de Souza Fernandes Coordenado do Núcleo I de Odontologia Tutores: Clarissa Gurgel Atson Fernandes Milene Salomão Especial é ser criança. Maria Clara, 7 anos e meio de idade é a segunda filha de um casal de jovens moradores da comunidade da Estrada das Barreiras, distrito sanitário Cabula-Beiru. Apesar da idade, Clarinha ainda não anda com segurança, não articula bem palavras longas e apresenta uma deficiência de aprendizagem que foi percebida por sua professora ainda na pré-escola. Com o início da escola, observando as crianças de mesma idade, os pais de Clarinha começaram a perceber que a filha poderia ter alguma deficiência. Os coleguinhas mais velhos tanto perceberam as diferenças e passaram a apelidá-la de “meninamonstrinha”. Além da deficiência de aprendizagem, Clarinha tinha baixa estatura, olhos esbugalhados, testa protruída, cabeça grande, ausência de dentes, dificuldades motoras em braços e a incrível habilidade de encostar os ombros na frente do corpo. Joana, aluna do 2º. Semestre da Bahiana, foi escolhida para examinar Clarinha. Apesar de estar iniciando o curso de odontologia, percebeu que a menina tinha ausência de dentes que já deveriam ter irrompido, presença de dentes decíduos que já deveriam ter sido perdidos, além de mordida cruzada posterior, lesões de cárie, manchas brancas de cárie e muita placa bacteriana, que fazia a sua gengiva sangrar. Joana chamou a sua professora que a orientou encaminhar Clarinha para a Clínica da Criança da Bahiana, a fim de que fossem realizados exames detalhados. complementares mais Joana fez questão de acompanhar a paciente nos exames iniciais e viu uma estudante mais velha comentar que Clarinha, além das características observadas por Joana, possuía muitos dentes supranumerários impactados, raízes em formato de “cadeira” e maxila hipoplásica. Clarinha estava muito feliz pela atenção dada pelos alunos da Bahiana e a mãe da menina comentou com os estudantes que percebia que a filha ficava muito contente quando se aprontava para os encontros semanais com seus “novos amigos”, estudantes de odontologia, que definitivamente enxergavam Clarinha como uma criança especial. “Tá queimando por dentro!” Juliana tem 25 anos de idade e vai se casar em maio. Ela está muito aflita com os preparativos e quer que tudo dê certo, desde a sua festa de casamento até a nova vida que agora assume junto com seu companheiro. Não bastasse o estresse pela proximidade das bodas, Juliana também está finalizando seu curso de Mestrado em Artes Cênicas e a defesa da dissertação está marcada para uma semana antes do casamento. Muito nervosa com tudo, Juliana ainda está preocupada com a sua saúde. Já faz algum tempo que ela vem sentindo muitas dores no peito após as principais refeições. Na primeira vez ela pensou que estivesse enfartando mas, levada ao cardiologista, o médico não diagnosticou nenhum problema cardíaco. Juliana também se queixa de muita azia às vezes sente uma queimação na boca acompanhada do gosto azedo da comida da sua última refeição. Sua saliva também parece muito grossa. Certos tipos de alimentos agravam isso tudo. Até mesmo o soninho da tarde, que Juliana gosta de tirar, está prejudicado. Se ela deita após o almoço os sintomas pioram. Leonardo, o noivo, assistiu na TV uma entrevista em que um doutor disse que estes sintomas têm a ver com uma tal de H.pylori. O fato é que Juliana quer resolver logo este problema. Ela quer saber o que tem e como se curar. Afinal, ela quer estar linda, feliz e saudável no dia mais importante da sua vida. Seu sorriso é um belo cartão de visita! Marina é uma criança de 9 anos, residente em Salvador, no bairro do Cabula. Ela é a terceira dos cinco filhos de Dona Joana e Seu Valter, donos de uma pequena loja de doces e bombons localizada próximo à unidade básica de saúde do bairro. Marina adora o comércio dos pais e sempre leva para a sua merenda na escola, muitos doces e bombons. Ela divide as guloseimas com as colegas, mas também come várias durante todo o dia. A Tia Sônia, professora de Marina, já disse várias vezes a ela que não coma tanto doce e que escove bem os dentes sempre que comer. Marina não obedece porque acha muito chato escovar os dentes. Outro dia, a escola recebeu a visita dos estudantes do segundo semestre do curso de Odontologia da EBMSP e um deles conversou com Marina. O estudante ficou preocupado com o estado da dentição da menina e até tirou uma foto para mostrar ao professor de clínica I. Ele explicou a Marina que na boca de todos nós existem bactérias patogênicas que podem estragar os dentes. Ele conseguiu convencer Marina a vir ao ambulatório da Faculdade para uma consulta e tratamento odontológico. Vejam só a foto tirada pelo estudante: Nosso corpo é uma WEB! Luís é um empresário de sucesso. Desde cedo sempre trabalhou muito e agora está colhendo o que plantou. Como o trabalho necessita de muita concentração e as exigências do mercado são enormes, ele fica bastante tenso. Há algum tempo ele percebeu que o seu coração não bate no ritmo normal e às vezes acelera bastante. Como ele tem 50 anos de idade e pretende viver muito, Luís procurou um cardiologista pra ver se havia algo de errado com ele. Após os exames, o médico disse que o seu problema estava relacionado a uma insuficiência cardíaca congênita. Luís recebeu alguns conselhos do médico como, por exemplo, não praticar exercícios exagerados, evitar bebidas excitantes como café e refrigerantes do tipo cola, não carregar algo muito pesado. Recomendou que ele adotasse o hábito de caminhar diariamente por 30 minutos e tivesse uma dieta equilibrada, evitando alimentos que pudessem elevar sua tensão arterial. Aconselhou também que ele dividisse melhor o tempo entre trabalho e lazer. Luís se comprometeu em seguir os conselhos do doutor porque, afinal de contas, ele quer viver para conhecer os netos e ainda curtir muito a sua família. O médico recomendou que, sempre que Luís for ao dentista, deve avisar que tem insuficiência cardíaca. Ele afirmou que o dentista precisa saber disso antes de executar qualquer tipo de procedimento odontológico. Luís saiu do consultório se perguntando: O que tem a ver o coração com os dentes, ou os dentes com o coração? Logo agora, que ele precisa ir ao dentista pra ver porque sua gengiva está vermelha, inchada e sangrando toda vez que escova os dentes! “Minha cabeça está pesada!” Rosinha de Chico Bento, agora com 24 anos de idade, passou a se queixar de sensação de peso e desconforto na face com episódios recorrentes de febre oscilando entre 38 39°C. Durante consulta médica, o clínico observou através de radiografia da face, incidência mento-naso (posição de Water), que o seio maxilar esquerdo estava velado. Entretanto, apesar de toda anamnese o profissional não conseguiu identificar o fator etiológico daquele processo patológico. Após prescrever diclofenaco de sódio 50mg a cada 8 horas por 5 dias e Clavulim de 8/8h por 14 dias, o médico orientou Rosinha e procurar um cirurgião-dentista. Este profissional, no dia seguinte, durante consulta observou que a única alteração que sua paciente apresentava de possível relação com sua queixa anterior era uma necrose pulpar na unidade dentária 16. PSF Carla é uma menina muito atenta e perguntou à mãe para onde estava indo, depois da escola, já que o ônibus era diferente. A mãe, D. Rosa, disse que estavam indo ao PSF. Diante da cara de espanto e da pergunta da filha, D. Rosa pacientemente começou a explicar. Lembrou a Carla daquela moça de branco que havia ido à sua casa há alguns dias e disse que ela havia marcado para levar Carla lá no PSF, pois tinha visto que os dentes de Carla estavam estragados. Ao chegar lá, no PSF do bairro Mata Escura, outra moça simpática que as recebeu começou a explicar como o serviço funcionava. Ela explicou que muitos meninos e meninas vão lá para cuidar dos dentes. Ensinou Carla a escovar para tirar a sujeira do dente, que ficou pintado de roxo depois que ela bochechou com um líquido escuro num copinho de café. Depois Carla e D. Rosa foram chamadas para uma consulta com o dentista que ia cuidar dos dentes de Carla. Embora Carla tenha quase 4 anos, ela ainda toma mamadeira antes de dormir.