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DOI: 10.5205/reuol.2450-19397-1-LE.0605201212
ISSN: 1981-8963
Araújo TM de, Barros LM, Caetano JA et al.
Neurotoxoplasmosis boarding in patients with HIV…
ORIGINAL ARTICLE
NEUROTOXOPLASMOSIS BOARDING IN PATIENTS WITH HIV/AIDS IN INTENSIVE
CARE UNIT
NEUROTOXOPLASMOSE EM PACIENTES COM HIV/AIDS INTERNADOS EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
TOXOPLASMOSIS CEREBRAL EN PACIENTES CON VIH/SIDA HOSPITALIZADOS EN LA UNIDAD DE CUIDADOS
INTENSIVOS
Thiago Moura de Araújo1, Lívia Moreira Barros2, Joselany Áfio Caetano3, Rosa Aparecida Nogueira Moreira 4,
Natasha Marques Frota5, Ana Claudia Lima Feitosa6, Bruna Andrade Said7, Cícero Alves Saldanha8
ABSTRACT
Objective: to investigate the clinical and epidemiological characteristics of toxoplasmic encephalitis in patients with HIV/aids.
Method: retrospective study, in the period 2004 to 2008, in the Intensive Care Unit of a referral hospital in infectious diseases in
the State of Ceará, with a quantitative approach and sample comprised 75 records of patients diagnosed with HIV/AIDS and
Neurotoxoplasmosis. Data collection was performed with structured form and previously tested in a pilot study. The data were
tabulated in Excel program and then created a database where the percentages were calculates and frequency of events
analyzed. Data were presented descriptively and analyzed in the literature. The study was conducted in accordance with the
ethical principles of Resolution 196/96 National Health and approved by the Ethics Committee of the institution (CEP 040/2008)
with number CAAE 0052.0.042.000-08. Results: we identified the prevalence of males in 54 (72%) patients as compared to
females (28%). With the diagnosis of cerebral toxoplasmosis, 69.3% (52) had been diagnosed for less than one year, 20% (15) for
more than one year and 10.7% (8) was ignored. The length of ICU stay was less than 30 days in 90.3% (68) of cases and more than
30 days in 9.3% (7). Major complications were pressure ulcers, bleeding, pneumonia, shock and obstruction of the tracheostomy.
Conclusion: we conclude that despite the importance of intensive care patients with HIV/aids co-infections continue to be
factors aggravating the clinical condition of these patients. Descriptors: toxoplasmosis, cerebral; aids; aids-related opportunistic
infections.
RESUMO
Objetivo: investigar as características clínicas e epidemiológicas da neurotoxoplasmose em pacientes com HIV/aids. Método:
estudo retrospectivo, no período de 2004 a 2008 na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital referência em doenças
infecciosas do Estado do Ceará, com abordagem quantitativa e amostra composta por 75 prontuários de pacientes com
diagnóstico de HIV/Aids e Neurotoxoplasmose. A coleta de dados foi realizada com formulário estruturado e previamente testado
em estudo piloto. Os dados foram tabulados no Programa Excel e, posteriormente, foi criado um banco de dados onde foram
calcauladas as percentagens e frequência dos eventos analisados. Os dados foram apresentados de forma descritiva e analisados
com a literatura. O estudo foi realizado de acordo com os preceitos éticos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e
aprovada pelo Comitê de Ética da referida instituição (CEP 040/2008) com número do CAAE 0052.0.042.000-08. Resultados: foi
identificada a prevalência do sexo masculino em 54 (72%) pacientes em relação ao sexo feminino (28%). Com relação ao
diagnóstico de neurotoxoplasmose, 69,3% (52) já haviam sido diagnosticados há menos de um ano, 20% (15) há mais de um ano e
10,7% (8) foi ignorado. O tempo de internamento na UTI foi menor que 30 dias em 90,3% (68) dos casos e superior a 30 dias em
9,3% (7). As principais complicações foram úlcera de pressão, sangramento, pneumonia, choque e obstrução do traqueóstomo.
Conclusão: apesar da importância dos cuidados intensivos com pacientes portadores do HIV/Aids, as co-infecções continuam
sendo fatores agravantes do quadro clínico desses pacientes. Descritores: toxoplasmose cerebral; aids; infecções oportunistas
relacionadas com a aids.
RESUMEN
Objetivo: Investigar las características clínicas y epidemiológicas de la encefalitis toxoplásmica en pacientes con VIH/ aids.
Método: estudio retrospectivo en el período 2004 a 2008 en la Unidad de Cuidados Intensivos de un hospital de referencia
de enfermedades infecciosas en el Estado de Ceará, conun enfoque cuantitativo y la muestra compuesta de 75 historias clínicas
de pacientesdiagnosticados con VIH / SIDA y neurotoxoplasmosis. La recolección de datos se realizó con formulario estructurado
y probado previamente en un estudio piloto. Los datos se tabularon en el programa Excel y luego creó una base de datos,
donde los porcentajes fueron calcauladas y la frecuencia de los eventos analizados. Los datos sepresentan de manera
descriptiva y analizados en la literatura. El estudio se realizó de conformidad con los principios éticos de la Resolución
196/96 Nacional de Salud y aprobado por el Comité de Ética de la institución (CEP 040/2008) con el número de CAAE
0052.0.042.000-08. Resultados: Se identificó la prevalencia de los varones en 54 (72%) pacientes, en comparación con las
mujeres (28%). Con el diagnóstico de toxoplasmosis cerebral, el 69,3% (52) habían sido diagnosticados con menos de un año, el
20% (15) desde hace más de un año y un 10,7% (8) fue ignorada. La duración de la estancia fue de menos de 30 días en el 90,3%
(68) de los casos y más de 30 días en el 9,3% (7). Las principales complicaciones fueron las úlceras por presión, sangrado,
neumonía shock, y la obstrucción de la traqueotomía. Conclusión: Se concluye que a pesar de la importancia de los pacientes de
cuidados intensivos con el VIH / SIDA co-infecciones siguen siendo factores agravantes de la situación clínica de estos pacientes.
Descriptores: toxoplasmosis cerebral; sida; infecciones oportunistas relacionadas con sida.
1
Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). São Luis (MA), Brasil. E-mail: [email protected];
Estudante do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará/UFC. Bolsista de Iniciação Científica (CNPq). Fortaleza (CE), Brasil. E-mail:
[email protected]; 3Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará/UFC. Doutora em Enfermagem.
Pesquisadora do CNPq. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 4Enfermeira. Especialista em Unidade de Terapia Intensiva. Mestranda do Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará/UFC. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 5Enfermeira. Mestranda
do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará/PPGENF/UFC. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: [email protected];
6
Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora da Universidade Fortaleza (Unifor). Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 7,8Enfermeiros
graduados na Universidade de Fortaleza (Unifor). Fortaleza (CE), Brasil. E-mails: [email protected]; cí[email protected]
2
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Araújo TM de, Barros LM, Caetano JA et al.
INTRODUÇÃO
A neurotoxoplasmose (NT) é a infecção
oportunista mais comum que atinge o Sistema
Nervoso Central (SNC), a qual é causada pela
reativação de uma infecção latente provocada
por um parasita intracelular denominado
Toxoplasma
gondii.
Nos
indivíduos
imunocomprometidos, os cistos do toxoplasma
persistem por período indefinido e qualquer
imunossupressão significativa pode ser seguida
por uma reativação da toxoplasmose.1
Os indivíduos acometidos pelo HIV/Aids
apresentam chances elevadas de desenvolver
a NT, devido sua condição clínica de
imunossupressão, podendo essa infecção
resultar em transtornos da função cognitiva,
déficits nos processos mentais, tais como
atenção, aprendizado, memória, rapidez do
processamento de informações, capacidade de
resolução de problemas e sintomas sensoriais
e motores.2
No Brasil, foram notificados 608.230 mil
casos de HIV/Aids no período de de 1980 a
junho de 2011, sendo 397.662 (65,4%) no sexo
masculino e 210.538 (34,6%) no sexo feminino.
Observa-se também que há uma tendência de
aumento na prevalência da infecção pelo HIV
nos jovens, pois, de acordo com as taxas de
incidência de HIV/Aids entre jovens de 15 a 24
anos em 2010, a taxa para os homens foi de 2
casos de Aids e para as mulheres foi de 1,6
casos para cada 100 mil habitantes.3
Essa infecção é a causa mais comum de
lesões cerebrais em pacientes com HIV/Aids,
especialmente
nos
países
em
desenvolvimento. As lesões são multifocais e
são detectadas com maior frequencia no
cérebro (gânglios basais, córtex cerebral,
tronco cerebral e cerebelo) e, em menor
frequência, na retina, miocárdio e pulmões.1,4
A incidência de NT nos pacientes com
HIV/Aids é proporcional à prevalência da
infecção latente do T. Gondii entre a
população em geral. Antes da terapia com os
antiretrovirais, uma em cada três pessoas
infectadas pelo HIV adquiria NT, com intensa
deteriorização imunológica progressiva, caso a
profilaxia terapêutica não fosse indicada de
forma precoce e precisa.5 Assim, o tratamento
com antiretrovirais proporcionou a diminuição
da incidência dessa infecção, aumentando a
expectativa de vida e melhorando a qualidade
de vida desses pacientes.6
O risco de infecção de NT associada ao
paciente com HIV/Aids é cerca de 3 a 50% dos
casos e apresenta elevada morbimortalidade
se não for diagnosticada e tratada
precocemente a fim de reduzir as
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complicações neuropsiquiátricas.2,7 Na prática
clínica, o diagnóstico definitivo de NT requer
a demonstração de taquizoítos no cérebro por
biópsia ou necropsia. Porém, geralmente o
tratamento é iniciado após um diagnóstico
baseado nas características clínicas e nos
resultados dos exames de imagem.8
Diante da incidência de NT em pacientes
com HIV/Aids, é importante conhecermos a
frequência dessa doença oportunista nos
pacientes internados na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), os quais são imunodeprimidos
e vivenciam diariamente a ocorrência de
procedimentos invasivos que aumentam o
risco do surgimento de outras doenças
associadas à infecção pelo HIV. Dessa forma,
foram objetivos do estudo investigar as
características clínicas e epidemiológicas da
neurotoxoplasmose
em
pacientes
com
HIV/Aids
e
descrever
as
principais
complicações associadas e a incidência de
óbitos pela doença.
MÉTODO
Trata-se de um estudo retrospectivo e
descritivo com uma abordagem quantitativa
realizado no período janeiro a abril de 2009
em um hospital referência em doenças
infecciosas do Estado do Ceará, o qual
funciona como referência em doenças
infecciosas no Estado do Ceará, integrante do
Sistema Único de Saúde (SUS), o qual
representa um centro de excelência no
diagnóstico, tratamento, ensino, pesquisa e
prevenção dessas doenças, sendo reconhecido
nacionalmente
e
internacionalmente.
Inicialmente, foi realizado um levantamento
de todos os pacientes que foram atendidos na
UTI do referido hospital num período de
quatro anos, através do sistema de informação
da instituição que disponibilizava essa
informação.
A população foi constituída de 507
prontuários de pacientes que foram internados
na UTI no período de julho de 2004 até julho
de 2008 com diagnóstico de HIV/Aids. Para a
formação da amostra foi aplicado critérios de
inclusão, como: presença de diagnóstico
médico no prontuário de neurotoxoplasmose
como co-infecção pela Aids, confirmados por
laudo de tomografia computadorizada ou
laboratorial ou evidência clínica. Já o critério
de exclusão foi: baixa qualidade de
informações no prontuário traduzida por
impossibilidade do preenchimento mínimo de
80% das informações solicitadas em nosso
formulário. Após o levantamento e análise dos
prontuários e aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão, a amostra foi composta
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por 75 prontuários de pacientes admitidos
neste setor com HIV/Aids associada a NT.
A coleta de dados ocorreu com emprego de
formulário estruturado e previamente testado
em estudo piloto em que foram avaliadas
características sócio-demográficas (idade,
sexo,
naturalidade,
procedência
e
escolaridade), epidemiológicas e clínicas, tais
como: tempo de infecção pelo HIV, tempo de
internação na enfermaria e UTI, exames
realizados, co-infecções associadas, terapia
medicamentosa, complicações e evolução do
caso.
Os dados foram tabulados no programa
Excel e, posteriormente, foi criado um banco
de dados onde foram calculadas percentagens
e frequência dos eventos analisados. Os dados
foram apresentados de forma descritiva e
analisados com a literatura.
O estudo foi realizado de acordo com os
preceitos éticos da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde e aprovada pelo
Comitê de Ética da referida instituição (CEP
040/2008)
com
número
do
CAAE:
0052.0.042.000-08.
RESULTADOS
No período de 2004 a 2008, foram
admitidos 507 pacientes com diagnóstico de
HIV/Aids na UTI da referida instituição.
Destes, 75 foram incluídos no estudo, tendo a
prevalência de 14,8% indivíduos com
diagnóstico de neurotoxoplasmose como coinfecção pelo HIV/Aids.
Foi possível identificar a prevalência do
sexo masculino em 54 (72%) pacientes em
relação ao sexo feminino (28%). A distribuição
por faixa etária revelou que 44% (33) tinham
entre 31-40 anos, 32% (24) entre 41-50 anos,
16% (12) tinham acima de 50 anos e apenas 8%
(6) tinham entre 21-30 anos.
Quanto à naturalidade, a maioria dos
pacientes nasceu na zona rural do Ceará,
totalizando 60% (45) da amostra, enquanto
que 28 (37,3%) eram naturais de Fortaleza e
dois (2,7%) prontuários não continham a
informação. Observou-se que 41 (54,7%) dos
indivíduos eram residentes de Fortaleza ou da
região metropolitana, 33 (44%) procediam das
cidades do interior do Estado e somente um
(1,3%) teve a informação ignorada.
Quanto ao nível de escolaridade 29 (38,7%)
tinham ensino fundamental, 16 (21,3%) eram
alfabetizados, 12 (16%) possuíam o ensino
médio, oito (10,7%) tiveram a informação
ignorada, seis (8%) eram analfabetos e apenas
quatro (5,3%) tinham o ensino superior.
Referente às variáveis clínicas identificouse que o tempo de conhecimento da
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soropositividade de infecção pelo HIV foi
menor que um ano em 48 (64%) pacientes e
acima de um ano em 22 (29,3%) casos. Em
cinco (6,7%) prontuários, a informação foi
ignorada. Com relação ao diagnóstico de
neurotoxoplasmose, 69,3% (52) já haviam sido
diagnosticados há menos de um ano, 20% (15)
há mais de um ano e 10,7% (8) foi ignorado.
O tempo de internamento na UTI foi menor
que 30 dias em 90,3% (68) dos casos e superior
a 30 dias em 9,3% (7). As doenças associadas
foram: insuficiência respiratória (22,7%),
tuberculose pulmonar (14,7%), diarréia (6,6%),
monilíase (4%) e outras co-infecções (26,7%).
Dezenove (25,3%) pacientes não tiveram
nenhuma doença associada. Com relação aos
exames realizados, 77,3% (58) fizeram a
tomografia do crânio, 21,4% (16) fizeram a
sorologia para toxoplasmose e 1,3% (1) a
ressonância magnética.
As principais terapias medicamentosas
utilizadas foram: antibioticoterapia (73,3%),
sedação (61,3%), analgesia (54,3%), drogas
vasoativas (42,7%) e anticoagulação profilática
(29,3%). Foram identificadas complicações
inerentes a internação na UTI como úlcera por
pressão
(21,3%),
sangramento
(20%),
pneumonia (13,4%), choque (10,7%) e
obstrução do traqueóstomo (4,1%).
De acordo com os resultados, a evolução da
neurotoxoplasmose associada a HIV/Aids teve
como desfecho o óbito em 47 (62,7%) casos,
seguido de melhora do quadro em 22 (29,3%)
pacientes, cinco (6,7%) transferências para
outra instituição e ausência da informação em
um (1,3%) prontuário.
DISCUSSÃO
As doenças neurológicas continuam sendo
causas frequentes de complicações da
infecção pelo HIV/Aids no Brasil e as infecções
oportunistas são as principais etiologias das
doenças do sistema nervoso. Fatores como
baixa adesão a terapia antiretroviral, regime
menos potente e falência a múltiplos regimes
retrovirais podem contribuir para o aumento
do risco de complicações neurológicas.9
A
taxa
de
prevalência
de
neurotoxoplasmose entre pacientes com
HIV/Aids internados na UTI foi de 14,8%. Um
estudo realizado em Cuiabá com o objetivo de
identificar
micoses
sistêmicas
nesses
pacientes críticos identificou uma prevalência
de 14% de NT nas unidades especializadas.10
Em Belo Horizonte, a prevalência de
toxoplasmose foi de 42,3% entre os pacientes
internados em um hospital público terciário
para portadores do HIV/Aids, sendo a infecção
oportunista mais comum no SNC.11
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O local do estudo colabora para realização
da pesquisa, já que o mesmo é referencia
para
população
com
doenças
infectocontagiosas.
Os
parâmetros
de
prevalência e incidência desse local têm
tendência a serem superiores aos demais
hospitais que atendem pacientes com perfil
diferenciado.
A predominância do sexo masculino foi
compatível com o estudo,o qual avaliou as
características clínicas e epidemiológicas dos
pacientes com HIV que buscaram atendimento
em um hospital referência em Belo Horizonte
em que 57,6% dos pacientes eram homens.6
Essa maior incidência da doença em homens
pode estar associada ao descuido da classe
masculina em não utilizar preservativo
durante o ato sexual. Podemos ressaltar os
dados do boletim epidemiológico de 2011,
onde a prevalência da doença no sexo
masculina é de 65,4%, confirmando um
número maior de sujeito com a doença desse
sexo. A relação entre os sexos vem diminuindo
a cada ano, passando de 26 casos no sexo
masculino para cada mulher com a infecção,
hoje a relação encontra-se 1,7 casos para o
homem em relação ao sexo oposto.3
Progressivamente, a disseminação da
infecção entre o sexo feminino está
aumentando. Em nosso estudo, verificou-se
que a incidência entre as mulheres foi de 28%.
A transmissão do HIV em mulheres acentua-se
em populações com menor escolaridade e
renda, com acesso restrito aos serviços de
saúde e às políticas públicas de saúde
destinadas à prevenção e tratamento da
infecção pelo HIV. Vários fatores podem estar
relacionados a essa mudança, como maior
vulnerabilidade do organismo feminino à
infecção pelo HIV devido à maior prevalência
de doenças sexualmente transmissíveis
assintomáticas e ao maior risco de infecção no
intercurso sexual.11
A faixa etária mais frequente dos pacientes
diagnosticados com neurotoxoplasmose foi de
31-40 anos (44%), sendo esses dados
compatíveis com o estudo feito na fronteira
brasileira, composta por 588 municípios com
divisão geopolítica com Guiana Francesa,
Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia,
Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai,
com o objetivo de identificar os casos de Aids
e doenças oportunistas transmissíveis mais
prevalentes em que foi observada a
predominância da faixa etária entre 24-43
entre 65,7% dos casos.12
Acredita-se que fatores geográficos e
socioeconômicos influenciam na evolução
clínica da infecção pelo HIV-1, contribuindo
para o aumento do risco de exposição a outros
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agentes infecciosos.9 Verificou-se que 41
(54,7%) dos indivíduos eram residentes da
região metropolitana de Fortaleza e 33 (44%)
procediam das cidades do interior do Estado.
No Brasil, o perfil epidemiológico do
HIV/Aids sofreu muitas alterações desde os
primeiros registros dos casos no início da
década de 1980.13 Observa-se hoje um
processo de interiorização em que se percebe
a propagação da infecção pelo HIV/Aids nos
municípios distantes das principais áreas
metropolitanas, atingindo a população em
comunidades menos assistidas em infraestrutura.12 Esse
processo
compreende
diversos aspectos como o espalhamento da
epidemia dos maiores centros urbanos,
localizados em sua maioria no litoral do país,
para outras regiões.13
Outro processo que está ocorrendo
progressivamente no quadro epidemiológico
da infecção é a pauperização em que se
observa o aumento do número de casos entre
pessoas com menor nível de escolaridade, o
que favorece o acometimento das populações
marginalizadas e vulneráveis.10,11 Em nosso
estudo, os resultados reforçam os dados
presentes na literatura visto que o nível de
escolaridade prevalente foi o do ensino
fundamental
(38,7%),
seguido
pelos
alfabetizados (21,3%) e, posteriormente, os do
ensino médio (16%) e nível superior (5,3%).
A obtenção do diagnóstico de infecção pelo
HIV há menos de um ano (64%) foi
predominante no estudo, estando de acordo
com os achados de outro estudo em que 40,4%
dos participantes tinham conhecimento da
soroconversão há mais de cinco anos.6 A
evolução crônica da doença está relacionada
com o uso dos antiretrovirais e a profilaxia
precoce contra as doenças oportunistas, o que
possibilita a redução da morbimortalidade
desses pacientes, com maior qualidade de
vida e aumento da longevidade dos mesmos.14
Constatou-se que 69,3% (52) já haviam tido
o diagnóstico de neurotoxoplasmose há menos
de um ano. O diagnóstico é baseado na
história clínica, no exame neurológico, no
exame sorológico e nos estudos de imagem.2
Em alguns municípios, o diagnóstico precoce
da neurotoxoplasmose é limitado pela falta de
equipamentos de imagens não invasivos, de
maior sensibilidade e especificidade. A
tomografia computadorizada (TC) de crânio e
a ressonância magnética (RM) são de grande
valor diagnóstico ao mostrarem lesões
isodensas ou hipodensas, únicas ou múltiplas,
com efeito de massa e que captam o contraste
de forma anelar ou nodular.7 Em nosso estudo,
77,3% (58) dos pacientes realizam a TC e
apenas 1,3% (1) a ressonância magnética. A
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ressonância magnética de encéfalo é superior
a tomografia computadorizada de crânio,
além de permitir a demonstração de lesões
hiperintensas e relativamente simétricas na
substância branca.2
A confirmação do diagnóstico precisa de
uma avaliação criteriosa, pois os sinais e
sintomas clínicos e os achados dos estudos
imagem radiológica podem ser confundidos
com os de outras doenças que comprometem
o sistema nervoso central desses pacientes e o
diagnóstico etiológico definitivo pode exigir
procedimentos invasivos e arriscados.7
O perfil sorológico desses pacientes é
semelhante ao da população geral com
infecção crônica. Os anticorpos IgM não são
comumente detectados e os anticorpos IgG
não discriminam entre latente e ativa. O
monitoramento da titulação dos anticorpos
séricos pode ser útil para determinar se os
níveis aumentam durante a reativação da
doença, sendo eficaz para fins de diagnóstico
e para a intervenção precoce com medidas
profiláticas e terapêuticas.7
O diagnóstico tardio contribui para o
comprometimento cognitivo do paciente, o
qual é clinicamente significativo quando afeta
o funcionamento das atividades diárias. Os
indivíduos
infectados
com
alterações
cognitivas leves podem apresentar problemas
ocupacionais, mesmo nos estágios iniciais da
doença.
Indivíduos
HIV-positivos
com
alterações cognitivas, principalmente, em
funções
executivas
e
processos
de
aprendizagem
apresentam,
geralmente,
menor desempenho no trabalho.2
Vários pacientes tiveram, além da
associação da neurotoxoplasmose com o
HIV/Aids, o desenvolvimento de outras
doenças como insuficiência respiratória,
tuberculose pulmonar, diarréia e monilíase
com predomínio da insuficiência respiratória
(22,7%) e da tuberculose pulmonar (14,7%). O
quadro
de
insuficiência
respiratório,
apresentado nos pacientes, justifica a
admissão dentro do centro de terapia
intensiva, na maioria dos casos, confirmando a
ocorrência dessa complicação nos pacientes.
O indivíduo com HIV/Aids é mais susceptível
às doenças emergentes e às doenças
negligenciadas, os quais poderiam ser
acompanhados pelos serviços de saúde.
Funcionalmente, os pacientes com doenças
neuromusculares apresentam diminuição na
capacidade vital e na capacidade pulmonar
total. A forma progressiva do acometimento
da musculatura respiratória nas doenças
neuromusculares produz alterações dos gases
sanguíneos devido à hipoventilação alveolar,
ocasionando hipoxemia e hipercapnia.1
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Atelectasias, pneumonias e insuficiência
respiratória, inicialmente durante o sono e
depois, mesmo na vigília, são as complicações
esperadas nesta situação.15
As infecções respiratórias hospitalares
ocorrem por conta de aspirações repetidas de
secreção
de
vias
aéreas
superiores,
broncoaspiração de conteúdos gástricos ou
contaminação
exógena
por
artigos
16
contaminados. A espirometria, a oximetria
de pulso, a capnografia, as medidas do pico
de fluxo da tosse, da pressão inspiratória
máxima e da pressão expiratória máxima
permitem
ao
prever
quais
pacientes
necessitam de tosse assistida e suporte
ventilatório.15
Os sedativos e analgésicos são os fármacos
mais utilizado nas unidades de terapia
intensiva, os quais são úteis na redução da
ansiedade e do consumo de oxigênio.17 Após a
análise dos dados, podemos observar que
61,3% dos pacientes necessitaram de sedação
e 54,3% de analgesia.
A maioria dos pacientes das UTIs vivenciam
episódios de dor, medo e ansiedade. A
analgesia e a sedação são fundamentais para
dar conforto ao paciente, reduzir o estresse e
evitar o retardo na recuperação e no
desmame da ventilação mecânica. A sedação
inadequada causa dor, ansiedade, agitação,
retirada de cateteres, isquemia miocárdica e
hipoxemia, enquanto que a sedação excessiva
ou prolongada ocasiona escaras, compressão
de nervo, delírio e ventilação mecânica
prolongada.18
Os corticosteróides devem ser usados
apenas em casos de lesões expansivas com
significativo edema ou efeito de massa. A
diminuição do processo inflamatório gera uma
melhora clínica do paciente que não
corresponde necessariamente à melhora da
doença oportunista. O corticóide pode
mascarar a presença de lesão expansiva
cerebral diferente da toxoplasmose cerebral.19
O uso de anticonvulsivantes não deve ser
rotineiro, recomendando-se sua administração
após a presença de convulsões. Estes
medicamentos apresentam numerosos efeitos
adversos
e
interações
farmacológicas,
devendo ser utilizados criteriosamente.19
Além do tratamento medicamentoso para
as complicações e manifestações clínicas da
NT, existem medicações específicas que
atuam para curar o indivíduo. O tratamento
de escolha da toxoplasmose cerebral é
constituído pela associação de sulfadiazina,
pirimetamina e ácido folínico.19 Embora já
existam
outros
medicamentos
com
reconhecida atividade antitoxoplasma, como a
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Araújo TM de, Barros LM, Caetano JA et al.
clindamicina, o sulfametazol, o trimetoprim e
a espirimicina, nenhum tem a eficácia da
combinação
de
pirimetamina
com
sulfonamidas e não apresenta atividade contra
os cistos do parasita.20 A quimioprofilaxia é
uma estratégia que diminui a ocorrência de
NT
em
pacientes
com
HIV/Aids
imunodeprimidos.
Entre a população estudada, 73,3% dos
pacientes utilizaram antibioticoterapia por um
período de no máximo de 30 dias. Esse
tratamento
profilático,
geralmente,
é
utilizado para prevenir a ocorrência de outras
doenças
oportunistas
associadas
à
neurotoxoplasmose.
Entre as complicações apresentadas pelos
pacientes, destaca-se úlceras por pressão,
choque, pneumonia, insuficiência renal aguda,
sangramento com necessidade de transfusão e
obstrução do traqueóstomo. A incidência de
úlceras por pressão é maior nos pacientes
internados na UTI em relação aos que estão
alojados em outras unidades do hospital.21
Essas complicações irão prolongar o tempo de
internação e proporcionar um maior risco para
infecções,
aumentando
os
custo
no
tratamento.
A ventilação mecânica consiste em um
método de suporte para o tratamento de
pacientes com insuficiência respiratória, a
qual tem como principal objetivo a
manutenção adequada das trocas gasosas,
além de permitir a correção da hipoxemia e
da
acidose
respiratória
associada
à
hipercapnia, diminuir a fadiga e aliviar o
trabalho da musculatura respiratória e
diminuir o consumo de oxigênio, melhorando o
desconforto respiratório.22
A toxoplasmose encefálica é uma das
principais causas de morbidade e mortalidade
nos pacientes infectados pelo HIV e pode ser a
manifestação inicial desta afecção.23
A
evolução para óbito ocorreu em 62,7% dos
participantes, o que corrobora com os achados
de outro estudo, o qual teve o óbito como
desfecho em 41,3% dos casos estudados.24
CONCLUSÃO
A partir da análise dos resultados, podemos
concluir que, apesar dos avanços tecnológicos
e científicos, a neurotoxoplasmose continua
acometendo os pacientes com HIV/Aids, tendo
apresentado em nessa pesquisa uma
prevalência
similar comparada a outros
estudos brasileiros. Ressalta-se também a
identificação do processo de feminização,
interiorização e pauperização da epidemia.
Embora o sexo feminino venha aumentando as
estatísticas nos casos de HIV/Aids, ainda se
Portuguese/English
Rev enferm UFPE on line. 2012 May;6(5):1046-52
DOI: 10.5205/reuol.2450-19397-1-LE.0605201212
Neurotoxoplasmosis boarding in patients with HIV…
observa a predomínio do sexo masculino. Para
esses pacientes, a fuga outras cidades
possibilita uma construção de uma nova vida
entre pessoas que desconhecem sua doença.
O predomínio da evolução dos casos a óbito
em mais da metade dos sujeitos confirma o
estado de depleção em que se encontra o
sistema imunológico de um portador do
HIV/Aids e alerta para a necessidade de
intervenções eficazes que visem reduzir as
complicações
decorrentes
das
doenças
oportunistas associadas a infecção pelo HIV.
Torna-se evidente uma maior preocupação
por parte dos profissionais da área da saúde
durante a assistência prestada a essa clientela
visto
que
portadores
de
HIV
são
imunocomprometidos e possuem uma maior
facilidade de adquirir outras infecções e
apresentar várias complicações durante o
período de internamento.
Dessa forma,
conclui-se que as co-infecções continuam
sendo fatores agravantes do quadro clínico
desses pacientes e a neurotoxoplasmose segue
como uma importante infecção que acarreta
alterações na qualidade de vida de seus
portadores, além de configurar-se como um
potencial fator de risco de vida aos pacientes
portadores do HIV/Aids.
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Rev enferm UFPE on line. 2012 May;6(5):1046-52
Sources of funding: No
Conflict of interest: No
Date of first submission: 2011/12/22
Last received: 2012/04/01
Accepted: 2012/04/01
Publishing: 2012/05/01
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