UFSC/ODONTOLOGIA BIBLICTECA SETORIAL

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RAFAEL LUZ BUSTAMANTE
OVERDENTURES IMPLANTO—RETIDAS:
SISTEMAS DE RETENÇÃO
FLORIANÓPOLIS
2006
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UFSC/ODONTOLOGIA
BIBLICTECA SETORIAL
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RAFAEL LUZ BUSTAMANTE
OVERDENTURES IMPLANTO-RETIDAS:
SISTEMAS DE RETENÇÃO
Trabalho de Conclusão apresentado ao
Curso de Especialização de Prótese
Dentária da Universidade Federal de Santa
Catarina como requisito para obtenção do
titulo de Especialista em Prótese Dentária.
Orientador: Prof. Dr. Izo Milton Zani.
FLORIANÓPOLIS
2006
BUSTAMANTE, R.L. Overdentures Implanto-retidas: Sistemas de Retenção. Trabalho de
conclusão (Especialização em Prótese Dentária) — Curso de Especialização em Prótese
Dentária, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
RESUMO:
As overdentures implanto-retidas transformaram-se em uma alternativa eficaz para os
casos em que os pacientes edêntulos apresentam problemas com suas próteses totais, como a
falta de estabilidade e retenção, baixa eficiência mastigatória, dissipação incorreta de cargas
oclusais, perda de suporte com alteração de perfil bem como a aceitação psicológica,
melhorando assim a qualidade de vida. Relacionamos informações da literatura referentes as
overdentures implanto-retidas e seus sistemas de retenção, auxiliando o Cirurgião Dentista
durante o seu planejamento reabilitador, para que possa selecionar o mais adequado sistema
retenção para cada caso especifico. As Overdentures implanto-retidas são alternativas
reabilitadoras eficazes nos casos em que os pacientes edentados apresentam problemas com
suas próteses totais, melhorando assim sua auto estima, consequentemente, sua qualidade de
vida. Classificamos por ordem crescente de retentividade: magnetos, o-ring, barra-clipe, ERA.
Dos sistemas mais utilizados encontrados no mercado odontológico seja ele magneto, barraclipe ou de anel de retenção, cada um pode se encaixar como o sistema mais adequado para a
reabilitação, independendo do grau de retenção e sim do planejamento especifico de cada
caso.
Palavras-chave: Overdentures. Sistemas de retenção. Attachments Overdentures.
BUSTAMANTE, R.L. Overdentures Implanto-retidas: Sistemas de Retenção. Trabalho de
conclusão (Especialização em Prótese Dentária) — Curso de Especialização em Prótese
Dentária, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ABSTRACT:
Overdentures implant-restrained had been changedded into an efficient alternative for
the cases where the edentulos patients present problems with its total próteses, as the lack of
stability and retention, low chewer efficiency, incorrect oclusais load waste, loss of support
with alteration of profile as well as the psychological acceptance, thus improving the quality
of life. We relate referring information of literature to overdentures implant-restrained and its
arresting systems, assisting the Surgeon Dentist during its rehabilitation planning, so that it
can select the most adequate arresting system for each specific case. The Overdentures
implant-restrained is alternative efficient rehabilitation in the cases where the edentados
patients present problems with its total próteses, thus improving its auto one they esteem, its
quality of life. We classify for increasing order of retentividade: magnetos, o-ring, bar-clip,
ERA. Of the found used systems more in the odontologic market it is magneto, bar-clip or of
retention ring, each one can be incased as the system most adequate for the whitewashing,
independent of the degree of retention and yes of the specific planning of each case.
Key words: Overdentures. Retention systems. Attachments Overdentures.
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO
6
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 OVERDENTURES
2.1.1 CONCEITO
2.1.2 SISTEMAS DE RETENÇÃO
2.1.2.1 Sistema Barra-clip
2.1.2.2 Sistema Tipo Anel de retenção
2.1.2.3 Sistema Magnético
2.1.3 OVERDENTURE- SATISFAÇÃO
2.1.4 GRAU DE RETENÇÃO DOS SISTEMAS
7
7
7
8
9
11
14
16
18
3 DISCUSSÃO
22
4 CONCLUSÃO
27
REFERÊNCIAS
28
UFSC/ODONTOLOGIA
BiBL1OTECA SETORIAL
?-7,717.0
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6
1 INTRODUÇÃO
A perda dos dentes, com conseqüente redução dos tecidos periodontais, altera o
comportamento biomecânico das próteses totais diminuindo sua retenção e estabilidade. Essas
considerações tornam-se ainda mais relevantes na mandíbula edêntula, onde a dinâmica
muscular atua com maior intensidade (FREITAS; VAZ; PEDREIRA, 2003).
Na última década, os implantes osseointegrados passaram a fazer parte da
Odontologia, como importante alternativa de tratamento na ausência de elementos dentários
naturais. Com esta possibilidade houve uma profunda modificação no planejamento e no
prognóstico das reabilitações dentárias em edêntulos totais.
As overdentures implanto-retidas transformaram-se em uma alternativa eficaz para os
casos em que os pacientes edêntulos apresentam problemas com suas próteses totais, como a
falta de estabilidade e retenção, baixa eficiência mastigatória, dissipação incorreta de cargas
oclusais, perda de suporte com alteração de perfil bem como a aceitação psicológica,
melhorando assim a qualidade de vida.
A cada dia que passa, com o avanço das pesquisas, são lançados inúmeros sistemas de
retenção para as overdentures implanto retidas, o que dificulta para o Protesista a seleção do
melhor tipo de sistema de retenção a ser empregado nos diferentes casos protéticos.
Esta pesquisa tem como objetivo relacionar informações da literatura referentes As
overdentures implanto-retidas e seus sistemas de retenção, auxiliando o Cirurgião Dentista
durante o seu planejamento reabilitador, para que possa selecionar o mais adequado sistema
de retenção para cada caso especifico.
7
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 OVERDENTURES
2.1.1 Conceito
Branemark e colaboradores, em 1969, mostraram as pesquisas que induziram condições
para uma revolução nos tratamentos odontológicos a partir dos implantes osseointegrados,
incitando uma nova era de pesquisas e estudos in vivo, in vitro, que foram fundamentais para
este momento da Odontologia, onde se inclui a reabilitação de
edentados totais
(BRANEMARK et al., 1969).
As overdentures podem ser definidas como próteses totais ou parciais, que cobrem
raizes ou implantes osseointegrados restaurando toda a dentição (TALLGREN, 1972).
A utilização de raizes para suporte e retenção de próteses totais foi primeiramente
descrita por Dolder, na década de 50, que teve seus conceitos revistos e ampliados com o
advento dos implantes osseointegrados, associados a sobredentaduras (overdentures) retidas
por encaixes (attachments) (FREITAS; PEDREIRA, 2003).
Atualmente, os planejamentos protéticos vêm se modificando, permitindo a reposição
dos dentes perdidos por meio de implantes. Na impossibilidade da colocação de implantes em
números e disposição adequados, fez ressurgir as sobredentaduras, agora suportadas por
implantes (BONACHELA et al., 2003).
Segundo Botega et al. (2004), o conceito das overdentures envolve conexões em raizes
dos dentes remanescentes e ou sobre implantes a fim de realçar a retenção e a estabilidade de
próteses totais convencionais, o que permitiu obter mais confiança para a sustentação da
prótese.
8
Cardoso et al. (2005) conceituam as overdentures como próteses totais ou parciais
removíveis com mecanismos de retenção adicionais em raizes de dentes remanescentes ou em
implantes, permitindo uma melhora significativa das condições de estabilidade e retenção
dessas próteses, sendo conhecidas também como sobredentaduras.
Para Fragoso et al (2005), a overdenture sobre implante atua de forma semelhante
prótese convencional, cujo suporte é predominantemente mucoso, mas a retenção e
estabilização do aparelho são amplamente melhoradas através da fixação aos implantes,
apresentando-se como uma prótese muco-suportada e implanto-retida.
2.1.2 Sistemas de retenção
Do ponto de vista mecânico, existem dois tipos de sistema de retenção: rígido e os
semi-rígidos. Os sistemas rígidos são compostos por dispositivos que limitam os movimentos
das próteses, os quais reduzem as forças que incidem sobre o rebordo alveolar, porém
requerem uma maior quantidade de implantes para suportar as cargas oclusais. JA os sistemas
semi-rígidos, permitem dois tipos de movimentos: rotação em torno de um eixo e translação
vertical. Desta maneira, apesar da resiliência da mucosa, parte das forças oclusais vai ser
absorvida diretamente pelo rebordo alveolar, diminuindo a quantidade de cargas que
incidiriam sobre os implantes. A escolha do tipo de sistema de retenção depende dos seguintes
fatores: (1) número de implantes; (2) localização dos implantes, em função da distância; (3)
quantidade de suporte, determinada pelo comprimento e diâmetro dos implantes; (4)
qualidade óssea; (5) conveniência protética e (6) custo. Como nos casos de overdentures,
geralmente esses fatores apresentam-se desfavoráveis, o que provavelmente contra-indicam
próteses fixas, e a maioria deles é solucionada com sistema semi -rígidos (TELLES, 2004).
9
Os implantes osseointegrados tornaram-se mais uma opção reabilitadora a mais na
forma de tratamento para pacientes desdentados totais, proporcionando conforto
e uma
capacidade funcional satisfatória para os portadores de próteses. Na impossibilidade da
colocação de implantes em quantidade que seja adequada para apoiar uma prótese fixa,
ressurgiu as sobredentaduras agora suportadas por implantes. Assim, vários sistemas de
conexão entre a overdenture e os implantes são lançados no mercado, e isto tem confundido o
Cirurgião Dentista na seleção do mais adequado a ser empregado. Ha muitos tipos de encaixes
que podem ser aplicados para overdentures suportadas por implantes. 0 método mais antigo
relatado empregava clipes fixados à base de resina acrílica da prótese total, esses, ficaram
conhecidos como barra-clipe. Posteriormente, disponibilizaram os sistemas do tipo bola
identificados como "o-ring", os do tipo magnético e também o sistema ERA (AQUINO;
ALVES; ARIOLI FILHO, 2005).
Segundo Cardoso et al. (2005), a posição mais favorável do implante para o tratamento
protético deve ser avaliada pré-operatoriamente. Assim, quando do planejamento précirúrgico, já devemos ter as possíveis opções dos sistemas de retenção a ser utilizado. Por
isso, a importância de se terem modelos montados em articulador, em uma correta relação
maxilo-mandibular para que possamos visualizar o espaço intermaxilar disponível para o
sistema de retenção a ser escolhido. Os mais comumente utilizados em overdentures são os
sistemas barra-clipe, o-ring, ERA e associação barra-oring e barra-ERA.
2.1.2.1 Sistema barra-clipe
composto de uma barra metálica rígida, unida a no mínimo dois implantes que sera
a base da prótese. Na região que terá contato com a barra metálica, é introduzido um clipe
10
plástico ou metálico, que abraça a barra quando a prótese for pressionada em uma direção
perpendicular a seu longo eixo. Suas indicações são: em overdentures mandibulares retidas
por dois implantes e em overdentures instalada na maxila, onde deverá ser confeccionada com
maior critério, dispondo-se o mínimo de 4 implantes. Os autores descreveram os tipos de
formato da barra em relação a sua secção transversal onde identificaram quatro tipos básicos
de formato: oval, circular, circular com reforço (Hader) e retangular (figura 1). Com relação
aos clipes, podem ser utilizados os metálicos e os plásticos. 0 clipe plástico é encontrado em
materiais tipo polietileno, polipropileno, nylon e outros (FERNANDES et al., 1999);
BONACHELA e ROSSETTI ( 2003).
1 igura 1. (Formato de barra: oval, circular, hader e retangular respectivamente)
Fonte: BONACHELA e ROSSETTI 2003; TELLES et al. 2004.
Os clipes plásticos são vantajosos porque sua manutenção é mais fácil, e geralmente
são menos caros do que o metal. Além disso, os clipes plásticos produzem menor desgaste da
barra metálica do que o clipe metálico (SADOWSKY, 1997).
A localização bem planejada dos implantes permitirá uma adequada construção
protética da barra. A barra que feruliza os implantes deve ser suficientemente longa (cerca de
20 mm) e proporcionar uma linha reta ao longo do segmento anterior da mandíbula. Os
implantes colocados simetricamente em relação ao ponto mediano da mandíbula, devem estar
afastados em aproximadamente 22 a 24 mm. Se os implantes estiverem muito próximos
barra resultante sera muito curta, e uma barra muito curta pode não garantir uma orientação
definida, nem uma retenção adequada para a prótese removível Se os implantes forem
colocados muito distalmente no arco, a barra de conexão em linha reta estará associada a
11
problemas funcionais e de construção, como, por exemplo, invasão do espaço da lingua.
(SPIEKERMANN et al., 2000).
Segundo Williams et al. (2001), o uso recomendável de barras conectoras entre os
implantes das overdentures deve estar relacionado a vários fatores dentre os quais a facilidade
de localização e colocação dos fixadores, o potencial da estabilidade dos implantes de
prognósticos aquém do ideal e o potencial em fornecer Area de superficie adicional para o
suporte vertical quando em funcionamento.
importante que haja alguma liberdade entre o clipe e a barra, permitindo que ocorra
um pequeno movimento da prótese durante a função mastigatória, reduzindo assim a tensão
na resina em torno do clipe, diminuindo a possibilidade de fratura (JEMT, 1992).
Spiekermann et al. (2000) salientaram que o movimento de rotação anterior da prótese
deve existir, para que não ocorram cargas torcionais excessivas nos implantes e na própria
prótese.
Com as características aqui descritas, acrescidas dos cuidados em relação A fase
laboratorial, a overdenture, tanto maxilar quanto mandibular, reunirá condições para um
adequado desempenho biomeanico, minimizando as cargas sobre implantes, resultantes não
só da ancoragem na Area basal, mas também do fato do mecanismo de retenção permitir os
movimentos de rotação antero-posterior e diminuídas cargas no sentido vertical (CARDOSO
et al., 2005).
2.1.2.2 Sistema tipo anel de retenção (0-RING)
Esse sistema apresenta-se como uma solução de técnica para confecção simplificada e
de menor custo quando comparado a outros retentores, além da facilidade de manutenção e
12
melhor controle de placa. Sob o ponto de vista biomeanico, vale ressaltar o fato de que a
esplintagem ou conexão dos implantes por meio de uma barra pode proporcionar,
teoricamente, maior estabilidade e melhor distribuição das cargas oclusais entre os implantes
conectados. Qu anto As desvantagens deste, podem incluir-se a necessidade de
reembasamentos da base da overdenture inerente a todas as próteses mucosuportadas; a
necessidade anual de avaliação e reaperto dos parafusos centrais dos implantes, sendo esta
causada provavelmente pela característica removível da prótese de recobrimento; e a troca
geralmente em regime anual dos anéis elásticos na base da overdenture, regida pelo desgaste
verificado em cada caso (TEIXEIRA, 1996).
0 sistema tipo anel de retenção é indicado nos casos de sobredentaduras retidas por
implantes independentes e é composto por duas partes, sendo que uma é parafusada ao
implante e a outra fixada na prótese. Esse sistema requer perfeito paralelismo entre os
implantes, caso contrario sofrerá desgaste acentuado, provocado pela concentração de tensão
(FERNANDES et al., 1999).
Telles et al. (2004) relatou que a conexão consiste basicamente de um intermediário
com um encaixe esférico (tipo bola ou em anel cilíndrico), parafusado sobre o implante, e
uma cápsula ou fêmea, que possui um anel de retenção, incorporada na base da prótese. Este
tipo de encaixe possibilita movimentos verticais e rotacionais da sobredentadura, mas exige
que os implantes estejam relativamente paralelos entre si para permitir a inserção da prótese.
Está indicado quando a distância entre os implantes é grande e também pode ser usado como
complemento para outros sistemas de encaixe.
Apesar de seguirem o mesmo conceito funcional, os sistemas tipo anel de retenção
disponíveis no mercado apresentam algumas diferenças entre si. Dependendo da empresa
fabricante, os sistemas podem ser encontrados com inúmeras denominações, tais como: 0-
13
ring, encaixe tipo bola ou esférico (Figura 2), Dal-Ro, Da Ila Bona, ERA, entre outros
(TEL LES et al., 2004).
Figura 2. ( Sistema tipo bola)
Fonte: CARDOSO et al. 2005.
Os encaixes ERA proporcionam uma retenção simples e eficaz, utilizando uma
variedade de graus de retenção através de um código colorido. 0 encaixe macho,
mecanicamente ancorados na base da prótese, fornece resiliencia vertical e movimento
universal de rotação. Os encaixes macho tem aproximadamente 3 anos de vida fail e são
facilmente substituidos. 0 ERA (Figura 3) esta disponível para diversos sistemas de
implantes, além disso, caso o alinhamento dos implantes necessite ser corrigido, o mesmo
oferece conexões com 5, 11 e 17 graus de compensação (Figura. 4) (AQUINO; ALVES;
ARIOLI FILHO, 2005).
Figura. 3 ( Sistema ERA)
Figura 4 (Pilares angulados)
Fonte: site fabricante http://www.sterngold.com .
Para Cardoso et al. (2005) o sistema o-ring é um attachment resiliente onde os
Implantes não se encontram ferulizados, e a carga transmitida pela prótese it-a se dividir de
forma independente sobre cada um dos implantes e também sobre mucosa alveolar. 0 sistema
o-ring para implantes se apresenta na condição de um pilar (macho) com cinta metálica de
14
altura variável, aparafusados sobre implantes com hexágono externo e uma cápsula (fêmea),
que possui internamente um anel de retenção. Durante a mastigação, esse conjunto macho-
fêmea permite movimentos rotacionais e no sentido vertical. A confecção de uma overdenture
com os sistemas do tipo anel de retenção é bem mais fácil para o técnico e o clinico, se
comparados com o sistema barra-clipe. Não precisamos fundir uma estrutura e não teremos
problemas de ajuste passivo dessa estrutura sobre os implantes. Isso simplifica o processo
laboratorial e o tempo clinico. Quando se colocam múltiplos implantes, esse tipo de
attachment não admite divergências entre os implantes maiores que 5 a 8 graus.
2.1.2.3 Sistema Magnético
A retenção por magnetos é indicada para implantes não ferulizados e possui duas
unidades funcionais que são responsáveis pela retenção proporcionada ao sistema: o magneto,
que é fixado na overdenture, e a base, que é fixada diretamente no implante ou no
componente transmucoso (FUGIMOTO, 1998).
No sistema magnético utilizam-se de 2 a 4 elementos. Aumentar o número de
componentes pode dificultar a remoção da prótese pelo paciente. É indicado especialmente
para casos que apresentam reduzida ancoragem dos implantes, implantes curtos ou instalados
em Areas de baixa qualidade óssea. Os magnetos permitem deslocamento horizontal da
prótese, possibilitando uma menor taxa de transferência de tensões não-axiais para os
implantes (FERNANDES etal., 1999).
0 principio de utilização dos magnetos é simples: parafusos de aço são inseridos na
base do implante e os attachments magnéticos são afixados na base da prótese usando resina
15
acrílica. Dois dos mais conhecidos sistemas de magnetos usados mundialmente são os de
Jackson e os de Shiner. Ambos utilizam os magnetos permanentes denominados de terrasraras. Mesmo pequenos magnetos desse tipo possuem uma alta capacidade de força
magnética, próximo a 8N. Sua simplicidade de uso, custo relativamente baixo e alta
coercividade, ou seja, magnetismo que não diminui com o tempo, tem levado o incremento de
seu uso. A desvantagem mais séria dos magnetos é que eles têm tendência à corrosão quando
em contato com os fluidos da cavidade bucal. Todavia, afirma-se até o momento que os
produtos de
corrosão não são tóxicos,
apesar de
frequentemente descolorirem
permanentemente o acrilico da base da prótese e a gengiva circunvizinha. Devido à tendência
dos magnetos sofrerem corrosão torna necessário isolá-los completamente dos tecidos da
cavidade bucal. Assim, alguns magnetos são revestidos com ligas biocompatíveis e
hipoalergenicas (SPIEKERMANN et al., 2000).
Os dispositivos magnéticos podem ser encontrados em dois tipos básicos: com campo
magnético aberto e com campo magnético fechado. Os de sistema aberto apresentam elétrons
desorganizados, interferindo nas estruturas adjacentes acarretando em processos inflamatórios
dos tecidos, o que poderia resultar, a longo prazo, na perda das condições de osseointegração.
sempre preferível utilizar dispositivos magnéticos com campo fechado, onde os elétrons
encontram-se organizados num mesmo sentido, não interferindo na fisiologia dos tecidos,
uma vez que os danos que os dispositivos de campo aberto podem causar aos tecidos que os
circundam, tornando-os mais suscetíveis a processos inflamatórios (TELLES et al., 2004).
Por causa da configuração geométrica plana e simples (Fig. 5), os fixadores imantados
apresentam menor retentividade, próximo a 4N no pico de carga de deslocamento e baixos
valores tensivos. Esta característica retentiva reduzida pode ser desejável para pacientes com
pouca destreza manual, que podem ter dificuldade na inserção e remoção da overdenture. Sob
condições especificas, a combinação das características retentivas do sistema de fixação com
16
as condições e necessidades fisicas do paciente pode ser uma importante consideração no
planejamento do tratamento e critico para o sucesso da reabilitação (CHUNG et al., 2004).
Figura. 5. ( Magnetos)
Fonte: BONACHELA e ROSSETTI 2003
2.1.3 Overdentu re — Satisfação
Valcanaia et al. (1997) constataram que quanto ao nível de satisfação dos pacientes
submetidos a tratamento reabilitador com overdentures, 53,64% responderam que os
resultados corresponderam as suas expectativas, enquanto que 43,9% dos pacientes afirmaram
que suas expectativas foram superadas.
A satisfação do paciente com as overdentures retidas por implante está relacionada
com a estética e funcionalidade. 0 conforto clinico obtido depende de muitos fatores,
incluindo o grau de retentividade fornecido pela localização e orientação correta dos
implantes, ajuste da prótese, uso de componentes de fixação e confecção adequada da prótese
(WILLIAMS et al., 2001).
Frossard et al. (2002) compararam o grau de satisfação de 43 pacientes que utilizaram
prótese
retida
total inferior e que posteriormente foram tratados com uma prótese tipo overdenture
por barra. Dos resultados observaram que 97,67% dos pacientes entrevistados não
consideravam o trabalho anterior estável, e 9,3% dos pacientes mostraram-se insatisfeitos
17
quanto A. instabilidade da overdenture posteriormente instalada. Segundo a pesquisa, 16,28%
dos pacientes com prótese total convencional se mostraram satisfeitos esteticamente, e este
número sobe para 93,02% quando se trata de pacientes com overdentures. Com relação
dificuldade na fonética com as próteses, nenhum paciente com overdenture manifestou algum
tipo de reclamação, enquanto este fato foi constatado em 25,58% dos pacientes com prótese
total convencional.
Freitas e Pedreira (2003) salientaram que a satisfação do paciente reabilitado com
overdentures implantossuportadas esta vinculada à estética e ao conforto obtido, sendo este
último dependente do grau de retenção.
Segundo Botega et al. (2004), a confecção de uma prótese total que ofereça ao
paciente, conforto, função e harmonia estética junto com a estabilidade e a retenção é um dos
procedimentos mais desafiadores na prática odontológica.
Os dentes naturais assumem um papel importante quando relacionados à estética
facial. Contudo, sua maior função esta vinculada à mastigação, propiciando desta forma
saúde. A principal queixa relatada pelos pacientes desdentados totais refere-se à instabilidade
da prótese total inferior, devido a pouca Area de suporte e à coordenação neuromuscular
necessária para estabilizar a peça protética. Assim, algumas pessoas não conseguem aceitar as
limitações deste recurso reabilitador, bem como os problemas sociais oriundos do fato de
serem totalmente desdentados. Logo as overdentures trouxeram muitas vantagens em relação
a uma melhor retenção e estabilidade das próteses totais, beneficiando o paciente com o
aumento da eficiência mastigatória. (AQUINO; ALVES; ARIOLI FILHO, 2005).
18
2.1.4
Gran de Retenção dos Sistemas
Van Kampen et al. (2003) realizaram um estudo para esclarecer a respeito dos
sistemas de retenção mais utilizados em overdentures mandibulares. 0 alvo da pesquisa foi
em relação à força de deslocamento (vertical e horizontal), pois são fatores chaves para o
sucesso das overdentures. Realizaram um levantamento com 18 pacientes portadores de
próteses totais mandibulares. Posicionaram dois implantes na região entre os forames
mentoniano, em cada paciente, de acordo com um protocolo padronizado. Uma nova prótese
total convencional foi confeccionada, de acordo com um esquema protético padrão, com uma
oclusão balanceada e incluindo o uso de dentes acrílicos anatômicos. Seis grupos de três tipos
de attachments foram selecionados, cada grupo com uma seqüência diferente de attachment.
Cada tipo foi usado durante um período de 3 meses. Foram utilizados: Sistema magnético (
magneto ES da Dyna), Sistema 0-ring (Frialit-2, Friadent, Friedrichsfeld, Germany), Sistema
barra-clipe (barra redonda conjuntamente com clipe metálico, Friadent, Friedrichsfeld,
Germany). Os teste realizados, in vivo, foram executados 1 semana após a instalação dos
attachments e após 3 meses de função. A força da retenção dos o-ring e barra-clip não diferiu
significativamente, com valores médios de 29,7 e 31,3 N, respectivamente. A força da
retenção, para os sistemas pesquisados, não mudou após 3 meses de uso. Para os magnetos, o
valor médio de retenção encontrado foi de 8,1 N.
Freitas; Voz; Pedreira, (2003) avaliaram a perda de retenção sofrida por dois modelos
de attachments para Overdentures do tipo barra/clipe (Conexão Sistemas de Prótese, Brasil e
Stemgold Implamed, Brasil), durante 5 anos de uso simulado, utilizando-se 1 e 2 clipes sobre
a barra, correlacionando o tempo de uso das overdentures e a resistência a remoção das
mesmas. Utilizaram uma barra plástica de secção circular e 15 clipes plásticos de cor branca
(Conexão,Brasil) e uma barra Hader de secção "fechadura" e 15 clipes plásticos de cor
19
amarela (Sterngold). As barras foram fixadas a 2 análogos Standard posicionados sobre um
modelo de aço. Os corpos de prova foram divididos em 4 grupos: (1) base contendo 1 clipe da
Conexão; (2) base contendo 2 clipes da Conexão; (3) base contendo 1 clipe da Stemgold; (4)
base contendo 2 clipes da Sterngold. Os clipes foram capturados sob 40 bases de overdentures
e submetidos à ciclagem mecânica na máquina de ensaios mecânicos (Material Test System
810, velocidade de deslocamento vertical de 2 mm/min, freqüência 2 Hz, amplitude 0,3 mm)
a 5400 ciclos. 0 teste estático de resistência ao deslocamento foi realizado em intervalos de
tempo pré-estabelecidos (inicial, 6 meses, 1 a 5 anos) entre os períodos de ensaio dinâmico
realizados na mesma máquina. Ambos os grupos de attachments tiveram sua capacidade
retentiva diminuída ao longo do experimento, sem diferença estatisticamente significante
entre os intervalos de tempo analisados; o tempo de uso influenciou a capacidade retentiva
dos attachments devido a alterações na memória elástica dos mesmos. Nenhum attachment
sofreu perda total de sua retentividade.
Bonachela et al. (2003) avaliaram e compararam a capacidade retentiva entre dois
sistemas 0-ring e 0-S0 e dois sistemas ERA (capsula cinza e branca), a partir da simulação
das funções, de inserção e remoção, do inicio, 6 meses, 1, 2, 3, 4 e 5 anos depois. Dois
implantes do tipo Brinemark foram fixados em duas bases metálicas trapezoidais, sendo os
testes de inserção e remoção feitos em uma máquina adaptada para este propósito, usando um
sistema de correias e polias, movendo um virabrequim. A fim de evitar o aquecimento, os
corpos de prova foram irrigados constantemente com saliva artificial, simulando o meio
bucal. Os testes de resistência ao movimento axial foram realizados numa máquina de ensaios
universal em períodos de tempo pré-estabelecidos, antes e após o término do ciclo.
Concluíram que houve perda de retenção de todos os sistemas testados, porém o sistema ERA
apresentou, desde o inicio, maior retenção quando comparado aos outros sistemas e a cápsula
cinza mostrou o melhor resultado no final da simulação.
20
Chung et al. (2004) estudaram a magnitude da força retentiva nas sobredentaduras
retidas por implante usando uma variedade de sistemas de retenção, comparando e
caracterizando os retentores mais utilizados para overdentures. Foi construido um modelo de
mandíbula edentula em gesso pedra com dois implantes Branemark de 4mm x 13mm
incorporados na região de caninos, onde a osseointegração foi simulada a partir da fixação
rígida dos implantes. Os atachments foram incluídos em uma overdenture experimental
reforçada com metal cromo-cobalto, sendo projetada para ser deslocada do modelo por uma
máquina universal de testes. Uma placa base da overdenture, confeccionada em resina
fotopolimerizável, serviu para a fixação dos sistemas seguindo as instruções dos fabricantes.
A força tensiva de deslocamento foi aplicada com uma velocidade de cruzeta de 50mm/min,
onde essa velocidade foi considerada clinicamente próxima do movimento relevante da
overdenture. Os sistemas avaliados foram: Barra Hader, Clipe metal, Locator branco, Locator
rosa, Esfera Spheroflex, imã Shiner, ima Maxi, imã Magnedisc, Era branco e Era cinza. Cada
dispositivo foi testado em 5 amostras do sistema de fixação. Os resultados foram analisados e
comparados estatisticamente. As cargas de deslocamento para todos os sistemas variaram de
3,68N a 35,24N. Os resultados sugerem que os dados avaliados podem ser agrupados de
acordo com as características retentivas: Alta (Era cinza) com pico de carga de 35,24N, Média
(Locator branco, esfera Spheroflex, barra Hader, clipe metal e Era branco) com valores entre
23,76 a 28,95N de pico de carga, Baixa (Locator rosa) com valor de 12,33N e Muito Baixa
(imã Shiner, imã Maxi e imã Magnedisc) com pico máximo de 3,88N.
Botega et al. (2004) avaliaram e compararam a força de retenção e a resistência A
fadiga de conexão de overdentures. Foram selecionados dois sistemas de encaixes: Conexão e
Lifecore. Cada um oferece dois sistemas de conexão: 0-ring e Barra-Clip. Vinte amostras (Oring e Barra-Clip) foram preparadas e divididas em quatro grupos: (1) Conexão/O-ring; (2)
Conexão/Barra-Clip; (3) Lifecore/O-ring e (4) Lifecore/Barra-Clip, com cinco amostras em
21
cada grupo. As amostras foram submetidas ao teste mecânico da fadiga usando uma máquina
hidráulica (servohydraulic) que executa 5500 ciclos da inserção e da remoção (f= 0.8 hertz),
o que corresponde a 5 anos de uso, imerso em saliva artificial. Os valores da força da retenção
foram calculados antes do teste da fatiga e após 3000 e 5500 ciclos da inserção e da remoção.
A Conexão Barra-Clipe apresentou os valores mais elevados 44,61N. Para o sistema 0-ring, o
do fabricante Lifecore registraram valores maiores em relação ao do fabricante Conexão,
19,75 e 13,91N, respectivamente. A simulação de 5 anos de inserção e de remoção, mostrou
que não houve fraturas de conexões e diminuição dos valores da força de retenção. Os
sistemas de retenção avaliados no estudo foram considerados adequados para o uso clinico,
porque os valores da força da retenção foram mais elevados do que o valor considerado
mínimo (5N) para a estabilidade do overdenture.
22
3 DISCUSSÃO
A perda dos elementos dentários, com conseqüente redução dos tecidos periodontais,
está entre as situações odontológicas mais comuns no paciente idoso. Alterações do
comportamento biomecánico das próteses totais diminuem sua retenção e estabilidade,
levando a uma redução na força mastigatória e a problemas de dicção que podem interferir no
convívio social. Essas considerações tornam-se ainda mais relevantes na mandíbula edentula,
onde a dinâmica muscular atua com maior intensidade (FREITAS; VAZ; PEDREIRA, 2003);
(AQUINO; ALVES; ARIOLI FILHO, 2005).
Estudos tem demonstrado que a partir da utilização de implantes em pacientes edentulos,
os pontos desfavoráveis no uso de próteses totais estão sendo reduzidos quando
confeccionamos sobredentaduras implanto-retidas. Os implantes osseointegrados tern sido
empregados para incrementar o suporte, a estabilidade e a retenção das próteses totais, bem
como melhorando o convívio social dos portadores (FROSSARD et al., 2002); (FREITAS;
VAZ; PEDREIRA, 2003); (BONACHELLA et al., 2003); (CHUNG et al., 2004); (AQUINO;
ALVES; ARIOLI FILHO, 2005).
Os sistemas de retenção para overdentures estão disponíveis no mercado em diversos
tipos e indicações. Com o crescente número destes, cada vez mais pesquisas são necessárias
para determinar a relação biomecânica destes dispositivos com os implantes, bem como o
tempo aproximado de uso de cada attachment, sem que este apresente fadiga que possa
comprometer o processo de osseointegração e o desempenho da prótese (BONACHELA et
al., 2003).
Muito embora se discuta o efeito desta fadiga sobre os implantes osseointegrados, os
fabricantes de attachments não apresentam ainda uma coerência em relação ao tempo de uso
ideal dos sistemas e tempo de troca ou substituição, informando que após seis meses de uso,
23
os componentes plásticos deveriam ser substituidos, porém não mencionam a periodicidade
(BONACHELA et al., 2003).
A retenção inicial de um determinado sistema de fixação pode indicar a sua
previsibilidade clinica e desempenho, influenciando assim a aceitação da prótese pelo
paciente. Estudos têm avaliado a retentividade dos fixadores de sobredentadura retida por
implante. A indicação de um número maior de implantes, localização, material e desenho
adequado dos fixadores podem ter um papel significante no uso e sucesso particular de um
determinado tratamento protético sobre implante. Salientam que a determinação de um grau
clinicamente aceitável de retenção deve ser feita em relação ao desempenho durante o
funcionamento e a habilidade do paciente em colocar e remover adequadamente a prótese,
bem como, o perfil psicológico e estado emocional pode estar relacionado com a expectativa
do nível de retentividade e suporte (WILLIAMS et al., 2001).
A retentividade e a longevidade dos attachments são temas freqüentemente abordados
em estudos clínicos e laboratoriais. No entanto não foram ainda estabelecidos critérios para a
indicação de sistemas específicos para as diferentes situações clinicas, dificultando o
planejamento protético dos casos (FREITAS; VAZ; PEDREIRA, 2003).
Para Rutkunas e Mysutani (2004), estudos adicionais são necessários para esclarecer a
escala do comportamento da retenção e da fadiga dos mecanismos de retenção sistemas para
overdentures além do que os attachments de conexão com propriedades retentivas e
estabilizadoras devem ser selecionados a partir das características de cada caso sendo que a
compreensão das propriedades pode ajudar na seleção apropriada dos sistemas de retenção
(attachments) das overdentures.
Para Chung et al. (2004), em pacientes idosos, podem ser preferíveis, os mecanismos de
fixação que permitem a fácil colocação e remoção da prótese e aquele que são higienizados
facilmente. Portanto, sob condições especificas, a combinação das características retentivas do
24
sistema de fixação com as condições e necessidades fisicas do paciente pode ser uma
importante consideração no planejamento do tratamento
e critico para o sucesso da
restauração, corroborando com a pesquisa de Van Kampen et al. (2003), que registram que os
sistemas magnetos são associados a um nível mais baixo de estresse no implante porque o
campo magnético não resiste a forcas horizontais, sendo assim, indicados não só para
pacientes idosos bem como para casos em que a inserção óssea dos implantes não é a ideal.
Bonachela et al. (2003) e Chung et al., (2004) apresentaram trabalhos sobre sistemas de
encaixes para sobredentaduras. Demonstraram a perda da capacidade retentiva ao longo dos
experimentos que atribuíram As diferentes naturezas dos materiais ou A fadiga decorrente das
sucessivas inserções e remoções, determinando melhores ou piores desempenhos dos encaixes
nos períodos de tempo simulado. Esses trabalhos evidenciam a constante preocupação, por
partes dos autores, em estabelecer parâmetros que norteiem a escolha do sistema ideal de
encaixes para cada planejamento, tendo em vista a diversidade de formas e modelos
encontrados no mercado.
Chung et al. (2004) relatam a respeito do período de destacamento que pode ser definido
como o tempo necessário para o sistema de retenção perca a retentividade ou se solte do pilar
durante uma separação forçada. Este parâmetro possui significância clinica óbvia na retenção
e estabilidade da prótese durante a função, entretanto, um período de destacamento adequado
do fixador pode também servir como mecanismo de segurança mecânica peculiar àquele
sistema de fixação que prontamente se solta quando cargas excessivas são experimentadas
pode bloquear a transmissão de forças potencialmente deletérias ao implante e a critica
interface osso-implante. Portanto, fixadores de destacamento rápido podem diminuir a
transmissão de forças potencialmente deletérias As estruturas de suporte mecânico e biológico.
Botega et al. (2004), a partir da sua pesquisa referente a força de retenção e a resistência
da fadiga de sistemas o-ring e barra-clipe, concluíram que a simulação de 5 anos de inserção e
25
remoção mostrou que não houve diminuição dos valores da força de retenção, conflitando
com a pesquisa de Gamborena et al. (1997), Bonachela et al. (2003), Chung et al. (2004), em
que os autores na suas respectivas pesquisas concluíram que há perda de força de retenção dos
sistemas ao longo do experimento. Sugerem que este aumento de retenção é devido a
deformação de componentes plásticos dos mecanismos, que resulta no aumento da rigidez ou
no aumento da aspereza de superfície após o uso inicial.
Van Kampen et al. (2003) chamaram atenção para necessidade de haver conhecimento
por parte dos dentistas para a escolha correta, para ter sucesso no tratamento de overdentures.
Mesmo que os protesistas pareçam preferir a esplintagem dos implantes por meio de um
sistema barra-clipe os sistemas magnéticos oferecem algumas vantagens potenciais para casos
específicos.
Existem opiniões divergentes na literatura odontológica a respeito de qual sistema
seria o mais vantajoso, se os esplintados (barras) ou os independentes (anéis de retenção e
magnetos), para suportar uma sobredentadura. A biomecânica, a liberdade de rotação da
sobredentadura e a direção axial das cargas que incidem sobre os implantes são normalmente
apontadas como vantagens dos sistemas do tipo barra-clipe. (JEMT, 1992); (SPIEKERMANN
et al., 2000); (TELLES et al., 2004); (CARDOSO et al., 2005).
Sabe-se que a mandíbula sofre deformações transitórias durante os movimentos de
mastigação. Com os sistemas tipo anel de retenção, os dois implantes ficam independentes e
podem acompanhar as deformações do corpo da mandíbula. Por outro lado, com os sistemas
tipo barra-clipe, a conexão rígida entre os implantes tende a contrapor essas deformações,
fazendo com que mais tensões fiquem concentradas no osso ao redor dos implantes (TELLES
et al., 2004); (CHUN, et al. 2005).
Na maxila, acredita-se que os sistemas independentes teriam um potencial maior de
gerar sobrecargas aos implantes, pois estes geralmente estariam inclinados para vestibular
26
devido ao padrão de reabsorção do rebordo. Além disso, em função da qualidade ruim do osso
normalmente encontrada na maxila, os implantes devem, sempre que possível, serem
esplintados com sistema barra-clipe. (SPIEKERMANN et al., 1995).
Em condições ideais, os sistemas tipo anel de retenção e barra-clipe promovem
retenção adequada para as sobredentaduras. Este não é importante fator diferencial entre os
sistemas, para a maioria das situações clinicas, porque um mesmo fabricante pode
disponibilizar componentes protéticos com dispositivos apresentando graus variáveis de
retenção. Entretanto, quando os implantes estiverem muito próximos, impossibilitando a
confecção de uma barra com comprimento adequado, o que restringiria o número de clipes a
serem colocados, melhores resultados podem ser obtidos com
o uso de sistemas
independentes (TELLES et al., 2004).
Os autores, Telles et al., (2004) e Cardoso et al. (2005) corroboram no que diz respeito
ao espaço protético disponível sob a prótese, determinado pela DVO e pelas alterações
teciduais ocorridas após exodontias, salientando que são fatores importantes na escolha do
sistema a ser empregado na reabilitação com sobredentaduras.
27
4 CONCLUSÃO
A partir do levantamento de informações realizado sobre Overdentures implanto retidas
-
e seus sistemas de retenção, conclui-se que:
* As Overdentures implanto-retidas são alternativas reabilitadoras eficazes nos casos em
que os pacientes edentados apresentam problemas com suas proteses totais, melhorando assim
sua auto estima e consequentemente, sua qualidade de vida.
* A partir dos trabalhos levantados podemos classificar por ordem crescente de
retentividade: Magnetos, 0-ring, Barra-clipe, ERA.
* Dos sistemas disponíveis no mercado odontológico, seja ele magneto, barra-clipe ou de
anel de retenção, cada um pode se encaixar como um sistema adequado, independendo do seu
grau de retenção, mas sim do planejamento especifico de cada caso.
28
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