geograjfico - Biblioteca do IBGE

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B01ETIM
GEOGRAJFICO
p
INFORMAÇÕES
'
NOTICIAS
BIBLIOGRAFIA
LEGISLAÇÃO
•
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
INSTITUTO BHASILEIRO D
~
ANO XI
G OGRAFIA E ESTATÍSTICA
SETEMBRO-OUTUBRO DE 1953
N,o 116
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
BOLE
SECRETARIA-GERAL
(ÓRGÃO EXECUTIVO CENTRAL DE FINALIDADE ADMINISTRATIVA E CULTURAL)
I
ANO XI
Secretário-Geral
Ten. Cel. DEOCLÉCIO DE PARANHOS ANTUNES
Secretário-Assistente
JOSÉ VERÍSSIMO DA COSTA PEREIRA
Consultor Jurídico
ALBERTO RAJA GABAGLIA
DIVISAO DE ADMINISTRAÇAO
DIVISAO DE CARTOGRAFIA
GILVANDRO SIMAS PEREIRA
EDITORIAL: XI Congr
Diretor -
(p.
DIVISAO DE GEOGRAFIA
Diretor - JoRGE ZARUR
454).
TRANSAÇõES: As Estr1
O Gado Bovino e S\l
R~NCIO
BOLETIM GEOGRÁFICO
Responsável
DE ABREl
CONTRIBUIÇÃO À
Ten. Cel. DEOCLÉCIO DE PARANHOS ANTUNES
CIÊ
GRANDE (p. 477)
Diretor
CONTRIBUIÇÃO AO
VIRGILIO CORRÊA FILHO
Secretário
E]
NOTICIÁRIO: CAPITAL
ANTÔNIO LlBERALINO DE MORAIS
Sessão Ordinária da
Auxiliar
zônia (p.
ARNALDO VIEIRA LIMA
516) -
EXTERIOR -
Fran~
•
O "BOLETIM" não insere matéria remunerada, nem aceita qualquer espécie
de publicidade comercial, não se responsabilizando também
pelos conceitos emitidos em artigos assinados.
RELATóRIO DE INSTI'
ASSINATURA
BIBLIOGRAFIA E REV
Ano
Cr$ 30,00
REDAÇAO
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
Avenida Beira Mar, 436
Edifício Iguaçu
Rio de J anelro
DISTRITO FEDERAL
(Enderêço telegráfico) -
SECONGEO•
•
Pede-se permuta
Pidese canje
We ask for exchange
On démande I' échange
Oni petas intersangon
Man bittet um Austausch
Si richiede lo scambio
à XIII Sessão Ordin
e Periódicos Nacion
LEIS E RESOLUÇõES:
fico -
Leis (p.
52
atos de interêsse ge
grafia e Estatística
bléia Geral -
ínte1
GRAFIA
E CULTURAL)
BOLETIM GEOGRÁFICO
I
ANO XI
SETEMBRO-
~UTUBRO DE 1953
I
N.• 116
·~
/
't
,.
Sumário
EDITORIAL: XI Congresso Brasileiro de Geografia (p.
TTE.
CEL.
DE PARANHOS ANTUNES
454).
TRANSAÇõES: As Estruturas Agrárias da Faixa Pioneira Paulista -
P. MONBEIG (p. 455) -
O Gado Bovino e sua Influência sôbre a Antropogeografia do Rio Grande do Sul. DES. FLOR:E:NCIO DE ABREU (p. 466).
CONTRIBUIÇÃO A CIÊNCIA GEOGRAFICA: Cidades que Jamais Foram Vilas -
ES
GRANDE (p. 477) -
O Reflorestamento do País -
CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO: Oceanografia NOTICIARIO: CAPITAL FEDERAL -
ANTôNIO TEIXEIRA GUERRA (p . 487).
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Sessão Ordinária da Assembléia Geral (p. 501) zônia (p.
516) -
EXTERIOR -
~!ita qualquer esp~cie
uo
também
dos.
UNIDAD~S
J.C. PEDRO
WANDERLEY JúNIOR (p. 479).
FEDERADAS -
XIII
Amazonas (p.
517)
São Paulo (p.
517) -
França (p. 517).
RELATóRIO DE INSTITUIÇõES DE GEOGRAFIA E CIÊNCIAS AFINS: Relatórios Apresentados
à XIII Sessão Ordinária da Assembléia Geral do CNG -
Bahia (p. 518).
BIBLIOGRAFIA E REVISTA. DE REVISTAS: Registos e Comentários Bibliográficos -
Cr$ 30,00
-
Plano de Valorização Econômica da Ama-
e Periódicos Nacionais (p.
520) -
Periódicos Estrangeiros (p.
LEIS E RESOLUÇõES: LEGISLAÇÃO FEDERAL fico -
Leis (p. 523) -
grafia e Estatística bléia Geral -
íntegra da legislação de interêsse geográ-
LEGISLAÇÃO ESTADUAL -
atos de interêsse geográfico -
Bahia (p . 527) -
íntegra das leis, decretos e demais
Resoluções do Instituto Brasileiro de Geo-
Conselho Nacional de Geografia -
XIII Sessão Ordinária da Assem-
íntegra das Resoluções ns. 393 a 397 (p. 529) .
•
Folhetos
521).
Editorial
X.f Congresso Brasileiro de Geografia
Sob o patrocínio da tradicional e benemérita Sociedade Brasileira de
Geografia, realizar-se-á, na 1.a quinzena · de maia do próximo ano, na cidade
de Pôrto Alegre, Rio Grande do Sul, o XI Congresso Brasileiro de Geografia.
A Sociedade entregou a presidência do Congresso ao ilustre historiador e geógrafo, desembargador Florêncio de Abreu, atual Presidente do I.B.G.E., nome
que, por si só, é uma garantia do êxito do certame, dado o seu permanente entusiasmo pelas causas da, cultura e seu tirocínio na direção de institutos e
reuniõ~s científicas.
A grande Comissão Nacional, que conta com outros vultos exponenciais
da geografia no país, credenciou o autor destas linhas para ir a Pôrto Alegre, no
corrente mês de outubro, a fim · de organizar ali a Comissão Local, o que fêz,
ficando na direção da mesma o Dr. Guilhermino César, Presidente do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.
Notamos grande interêsse naquele estado sulino pela realização do Congresso. Especialmente, os técnicos, que trabalham na Secretaria da Agricultura,
engenheiros e cartógrafos, deram inteiro apoio ao Congresso, estando o Departamento de Geografia daquela Secretaria preparando uma exposição das atividades geo-cartográficas do estado.
De todos os estad~s da federação tem a Comissão Central tece~ido valiosas adesões, inclusive de instituições culturais, tais o Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro, o Estado Maior do Exército, a Diretoria de Ensino do
Exército, Diretórios Regionais de Geografia de São Paulo e Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército, Subdiretoria de Provisões de Intendência do Ministério da
Aeronáutica, etc.
J
O temário prevê as seguintes secções: 1 - Geografia Hist'órica e História
da Geografia; 2 - Geografia Matemática; 3 - Geografia Física; 4 - Riogeografia; 5 - Geografia Humana,· 6 - Geografia Econômica; 7 - Geografia Política; 8 - Geografia Regional; 9 - Didática da Geografia; 1 O - Metodologia da Pesquisa Geográfica; e 11 - Nomenclatura Geográfica.
Esperamos alcançar pleno êxito na realização dêste Congresso, quer devido ao grande número de geógrafos de nomeada que já a êle aderiram, quer
quanto ao valor das teses a serem discutidas, versando assuntos palpitantes
de geografia moderna, dentro do temário supra.
DE PARANHOS ANTUNES
Secretário-Geral do C. N. G.
T r a n s c r iç õ e s
As Estruturas ·Agrárias da Faixa Pioneira Paulista*
P.
MoNBEIG
O Brasil é um país novo, imenso, onde se processa impiedosarhente, sob nossas
vistas, a conquista pioneira de terras virgens, onde a floresta, cada dia, é abatida
pelo m~chado do homem. Em parte alguma, o desenvolvimento das culturas foi,
nos últimos tempos, tão rápido como no estado de São Paulo, o grande estado cafeeiro da Federação. ~ste movimento, como se sabe, é bastante antigo. A ''marcha
do café" partiu das montanhas do estado do Rio de Janeiro; por volta de 1850,
ganhou o estado de São Paulo através do vale do Paraíba do Sul, e, em seguida,
a região de Campinas, um pouco antes de 1870. A partir desta data, o entusiasmo
pioneiro se acelerou: os plantadores de café transpuseram o escarpamento de
arenitos e basaltos que limita os planaltos ocidentais de São Paulo, e, desde 1880,
mais ou menos, foi no quadro geográfico dêstes planaltos, que a frente pioneira
progrediu para oeste, em direção ao rio Paraná. A fronteira administrativa entre
os estados de São Paulo e Paraná não impediu o avanço dêsses desbravadores.
Assim é que o mapa de Preston James, feito há mais de 10 anos, não corresponde à situação atual. 1
As setas que apontam para o oeste, e que indicavam então as regiões pioneiras e as vias férreas no interior das fronteiras paulistas, atingiram o rio Paraná,
além do qual as condições físicas são radicalmente diferentes. Mais ainda: entre
cada um dêsses postos avançados, os espaços florestais diminuíram sensivelmente;
os homens e suas culturas afastaram-se do planalto, devastando as encostas e,
muitas vêzes, transformando em pasto os fundos de vale. No estado do Paraná,
não somente as plantações formam uma faixa contínua e larga, ao longo da
estrada de ferro (que no mapa de Preston James parte do território paulista e
termina em Londrina) como também avançam até os arredores de uma nova
cidade, Maringá, situada a cêrca de 200 quilômetros a noroeste.
O MEIO NATURAL
Os territórios do oeste de São Paulo, através dos quais se propaga, há quase
meio século, a marcha dos pioneiros, possuem uma homogeneidade notável (fig. 1),
que se evidencia antes de tudo, pelo clima. Des'de o rio Grande, ao Norte, até a
zona de Londrina, domina, um clima tropical com chuvas de verão e sêca de
inverno. A média anual das precipitações é de cêrca de 1 200-1 500mm, sendo os
meses de abril a setembro, os mais secos. (Em julho e agôsto pràticamente não
chove) .
Topogràficamente, trata-se de planaltos que se abaixam regularmente de
800 a 1200 metros para oeste, até 200-300 metros no vale do Paraná. Nestes
planaltos, os espigões,2 fixaram as grandes linhas do povoamento, sem dúvida
porque a construção das rodovias e estradas de ferro é aí mais fácil, e mais barata,
mas sobretudo porque os pioneiros aí encontraram melhores solos: a terra roxa
nas manchas provenientes dos afloramentos de basalto perto do rebôrdo da
cuesta (Ribeirão Prêto, Araraquara, Jaú, Botucatu) e no planalto do norte do
* Artigo traduzido do francês por Maria da Glória de Carvalho Campos - "Les Structures
agraires dans la frange pionniére de São Paulo - Les Cahiers d'Outre Mer - Revue de Geographie de Bordeaux et de l'Atlantique N. 0 13 - 4eme Année - Janvier- Mars 1951.
Foram omitidas as ilustrações que aparecem no texto francês, devido à impossibilidade de
obter as fotografias originais, sem o que não será possível conseguir uma boa reprodução.
1
Henri Enjalbert - A agricultura européia na América do Sul. "Les Cahiers d'Outre Mer".
I, 1948, pp. 149-182 e 201-228; carta p. 208. Para perfeita compreensão do nosso estudo, é aconselhável recorrer à carta do estado de São Paulo - 1:1 000 000 publicada pelo Instituto Geográfico e Geológico do estado. Não há cartas topográficas que representem a faixa pioneira.
2
No singular: espigão . O sentido literal: espiga grande. Designa também a aresta da
cumieira de um telhado. No sentido geográfico, a palavra é de uso corrente, o que autoriza seu
emprêgo aqui. ·
T
456
BOLETIM GEOGRAFICp
Paraná; em seguida, as terras arenosas dos arenitos cretáceos. ~stes são menos
férteis que a famosa terra roxa. mas no estado de São Paulo cobrem grandes
·extensões e seu teor em elementos calcários, pH relativamente elevado, sua profundidade e textura se prestam perfeitamente à cultura cafeeira. Tôdas estas terras boas eram cobertas outrora por grandes florestas tropicais, das quais, em
pouco tempo, só restarão vestígios. A cobertura florestal contribuiu para a qualidade dos solos; os pioneiros do café não se enganaram com isso, êles que desprezaram as savanas, outrora procuradas pelos criadores de gado, vindos de Minas Gerais. Nas baixas encostas dos vales, as condições são muito menos atraentes. Os
rios, interrompidos por quedas e onde aflora o basalto, são impróprios para a navegação moderna e regular. Nos trechos navegáveis, as margens são focos de impaludismo. Os solos das baixas encostas são parecidos com os dos espigões, devido
ao seu aspecto arenoso, mas a sua acidez fortemente marcada limita as possibilidades agrícolas. A densa floresta que se estende nos vales, não mais ocorre nas
terras más; as árvores que os brasileiros consideram como indício de solo fértil,
desaparecem; a mata cede lugar a formações mais baixas, mais esparsas, que,
então se tornam mais , espinhosas (cerrados, catanduvas, quiçaçás) . Nos vales
profundos há outro inconveniente, decisivo. Durante as noites de inverno, as
geadas prejudicam os cafezais ; formam o caminho das camadas de ar frio que,
vindas do sul, invadem acidentalmente a ZQna tropical e destroem radicalmente
as plantações. O perigo, particularmente sensível nas margens dos principais rios,
existe ainda nas margens dos seus tributários. Tudo contribui então para afastar
os homens e suas culturas das zonas sujeitas às enchentes e atraí-los para os
divisores, cabeceiras dos rios que dêles descem, e encostas mais altas.
Tais são, esquemàticamente apresentadas, as grandes linhas da paisagem natural da faixa pioneira paulista. Poder-se-ia evidentemente acrescentar alguns
retoques regionais. Só o Norte do Paraná possui certa originalidade, devida, em
primeiro lugar, à sua localização no Sul do país, ficando assim mais expostos
às rajadas de ar frio, e o seu clima revela o contraste mais atenuado entre os
meses chuvosos e o período sêco. Esta afinidade com o Brasil Meridional, de clima
subtropical com chuvas de inverno, concretiza-se na paisagem pela freqüência
da::; araucárias. ~stes "pinheiros do Brasil" aparecem em grande número até no
meio da floresta tropical, nos vales; mas no limite das zonas que estão sendo
devastadas, medram formações inteiramente compostas de araucárias. Trata-se
de uma região marginal, tanto do ponto de vista climático, como da vegetação.
A altitude (o planalto está a 700-870 metros) e a extensão da terra roxa contribuem para acentuar a originalidade física do Norte do Paraná.
Entretanto, nem o aspecto geral do relêvo, nem o conjunto da cobertura
vegetal, nem o ritmo climático anual perturbam o pioneiro vindo de uma outra
região nova, paulista, do mesmo modo que um desbravador do Norte do Paraná
não se sentiria deslocado, se fôsse instalar-se no norte da faixa pioneira, no município de Votuporanga. Lá, se encontram afinidades com o Brasil Central, que
se fazem sentir: floresta desenvolvida; predominância de solos arenosos e espigões menos elevados. Mas entre essas zonas pioneiras, não há verdadeiros contrastes na paisagem. Esta homogeneidade retarda a formação de regiões e abafa
o surto de um sentimento regional. Os pioneiros deram nome a cada um dos
planaltos sôbre os quáis foram avançando, mas êstes nomes são devidos a razões
sociais, tomados das êompanhias de estrada de ferro que os percorrem: um qualificativo derivadó de uma característica física, ou um vocábulo tirado de um
traço particular do povoamento, não teriam nenhuma originalidade. Fala-se então de uma "Alta Araraquarense", lá por onde passa a "Cia. de Estrada de Ferro
de Araraquara", como se diz "Noroeste" para designar a região nova, atravessada
pelos trilhos da Cia. de E .F. Noroeste do Brasil, e, mais simplesmente ainda, a
"Variante", a propósito de alguns municípios mais novos, criados ao longo de
uma variante desta estrada de ferro. A Alta Paulista, a Alta Sorocabana, designam os espigões onde se estabelecem os prolongamentos da "Cia. Paulista de Estradas de Ferro" e da Cia. Sorocabana. Nestes planaltos de nomes ferroviários,
nem o quadro natural e a paisagem humanizada se opõem senão por leves
nuanças.
·
CONDIÇÃO JURíDICA DAS TERRAS
Poderiam os pioneiros instalar-se nesta terra tropical à sua vontade? Estabelecer seus domínios conforme desejassem? O indivíduo era livre diante da
natureza, ou até que ponto estaria prêso às obrigações sociais?
A condição jurídica das t~rr
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de fato êle se lançava no Pa:
ajuda de tabeliães ou juízes.
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ficando assim mais expostos
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ropical à sua vontade? Esdivíduo era livre diante da
ções sociais?
457
A condição jurídica das terras, num Brasil que havia sido domínio português, trazia sérios obstáculos à colonização pioneira. 3 Juridicamente, não existiam terras sem proprietário, portanto, terras livres. Na época colonial, o rei ou
seus representantes haviam distribuído aos altos funcionários, ou a poderosos
senhores domínios imensos as "sesmarias", que mais tarde foram divididas. Nas
regiões de povoamento antigo, onde a atividade agrícola havia sido intensificada,
conheciam-se mais ou menos os limites das propriedades, -resultado daquele fracionamento, mas nas regiões desabitadas, ou apenas conhecidas na província
de São Paulo, ao tempo do Império, ignoravam-se tanto a validez dos títulos de
propriedade com os limites mesmo aproximados, dessas propriedades. Pode-se
imaginar a confusão que resultava da insegurança à qual estava sujeito o desbravador. Enquanto o povoamento permaneceu concentrado nas regiões vizinhas
do litoral, o problema não existiu, mas, quando em 1830 os brasileiros começaram a plantar café, a situação mudou: à medida que o movimento de expansão
se intensificou, a terra se tornava uma riqueza cada vez mais cobiçada. O govêrno imperial julgou então necessário tornar obrigatório o registro dos títulos
de propriedade, com a condição de que as terras fôssem realmente habitadas e
parcialmente cultivadas. Concedia-se um prazo para regularizar as situações
· irregulares; o momento era propício para qualquer pessoa instalar-se nas terras
não ocupadas e fazer-se reconhecer como prçprietário legítimo.
Na mesma época, certo número de habitantes de Minas Gerais emigrou para
São Paulo, ou para escapar do serviço militar, ou à procura de uma terra menos
pobre que a sua. Eram criadores que procuravam regiões campestres, afastadas
das terras cultivadas, e foram então instalar-se nos campos situados entre o rio
Paranapanema, ainda mal conhecido e o rio do Peixe, êste completamente desconhecido. Foram êles, portanto, precursores do povoamento. Nas suas incursões,
reconheceram os cursos principais dos rios e seus afluentes e conseguiram, à
custa de grandes sacrifícios. fazer valer seus direitos sôbre extensões consideráveis. De fato, esta primeira tentativa de povoamento era muito frágil, para que
a ela se seguisse realmente a posse da terra. Desprezando a floresta, concentran~
do-se nos campos, lançando-se em expedições dignas da tradição dos bandeirantes, os imigrantes mineiros apenas conseguiram constituir pequenos núcleos
dispersos pelo sertão. li:les não conseguiram tornar· a crii:tção de gado uma verdadeira riqueza; sem dinheiro, sem apoio político, pouco numerosos, os mineiros
foram incapazes de resistir aos fazendeiros de café, que seguiram suas pistas e
começaram a derrubar a floresta. Esta segunda onda pioneira, pelo menos na
parte meridional dos planaltos paulistas, não teve dificuldade em obter títulos
de propriedade, à custa de imensos territórios, antes reconhecidos como pertencentes aos criadores de Minas.
Os conflitos sôbre a posse das terras só se tornaram sérios nos fins do século XX, quando se acentuou a competição entre os lavradores, cada vez mais
numerosos e mais cobiçosos de terras. Os menos honestos falsificaram documentos. Era menos perigoso aproveitar-se da confusão dos nomes de lugares, para
pedir revisão dos direitos concedidos a um predecessor ou aos seus vizinhos: há
tantos "rios negros", "rios brancos", ou "claros", "rios das laranjeiras" ou "rio
dos porcos", que era fácil contestar os limites de um terreno, uma vez que êstes
eram sempre fixados pelos rios. Podia-se lançar mão de documentos cartográficos: c;rivados de erros, indicavam que aquêle rio se lançava num outro, quando,
de fato, êle se lançava no Paraná. Tais assuntos eram então resolvidos com a
ajuda de tabeliães ou juízes.
Em tôda a região aconteceu isso. O esfôrço das a·u toridades no sentido de
esclarecer a situação, só serviu para torná-la ainda mais confusa. De 1850 até os
primeiros anos do século XX, o govêrno federal e autoridades provinciais promulgaram decretos e mais decretos, uma vez que as brigas, processos e crimes
se multiplicavam. Embora alguns indivíduos tenham conseguido grandes fortunas com isso, a maioria dos pioneiros, plantadores de café, nada conseguiu. O que
convém reter destas histórias, é que os pioneiros paulistas jamais puderam dispor
de terras gratuitas: nada é mais estranho à faixa pioneira brasileira que a "terra
devoluta". O tamanho da propriedade que o pioneiro pode possuir não depende
tanto do seu ardor ao trabalho, ou das suas ambições, mas sim da sua capacidade
financeira. Somente o sistema das grandes plantaÇões, que supõe um capital
3
Ver algumas informações na obra de Lynn Smith: "Brasil, povo e instituições".
458
BOLETIM GEOGRAFICO
sólido, poderia ser vantajoso. A posse do solo começa por um negociO, à vista
disso, é preciso considerar que a forma da propriedade pioneira não é apenas
obra do acaso, nem do espírito empreendedor do desbravador: ela faz parte da
gleba florestal, da qual ela é apenas uma parte, paga em dinheiro . Convém
então deixar de lado a imagem simpática do pioneiro, que, rifle ao ombro, machado na mão, estabelece livremente sua propriedade na floresta virgem.
AS GRANDES PROPRIEDADES RURAIS
O que eram então aquelas grandes propriedades, cujo parcelamento desigual
chegou ao atual estado de causas? Pode-se fazer uma idéia disso, pelas glebas
que ainda existem no extremo oeste da faixa pioneira, seja além de Votuporanga,
seja na Alta Sorocabana, entre o rio Santo Anastácio, o Paranapanema e o Paraná. Sua forma é quase sempre a de um retângulo orientado de oeste para
leste. Os limites correspondem aos acidel).tes naturais: o lado maiór do retângulo
é servido por um dos principais cursos d'água que cortam os planaltos ocidentais,
e o outro lado, da mesma dimensão, corresponde ao alto do divisor que separa
esta bacia fluvial do seu vizinho, mais setentrional ou meridional. Quanto aos
limites sôbre os dois lados do retângulo que marca a gleba, seria fácil fixá-los
sôbre dois rios que descem do espigão para o rio lindeiro. A configuração do
terreno e o sentido da penetração para oeste, levaram os proprietários a adotar
êstes limites simples, fáceis de definir e reconhecer. É interessante notar que as
fronteiras das antigas circunscrições administrativas foram fixadas do mesmo
modo.
As glebas mais antigas abrangiam superfícies enormes. Em 1854, existia
uma que media 150 quilômetros de comprimento· e 60 de lagura. Calcula-se que,
por volta de 1910, a região de São José do Rio Prêto estava dividida em c&t·ca de
doze glebas, cuja superfície, em média, de trinta mil alqueires paulistas,
aproximadamente, valendo o alqueire 2,5 hectares. Falaram-nos também da
existência de uma gleba de 208 000 alqueires. Evidentemente, os proprietários não
moravam nas suas terras: eram, na maioria, fazendeiros nas velhas zonas cafeeiras, e só permaneciam nas fazendas quando era necessário fiscalizar o trabalho, passando longas temporadas na cidade. Para tais proprietários era fácil tolerar a oresença de famílias de caboclos; em troca desta tolerância, deviam êles
instalar:se, de preferência, nos limites das glebas, das quais eram uma espécie
de guardiães. A êstes caboclos, desbravadores itinerantes, muito modestos, juntavam-se, não raro, pescadores, caçadores e aventureiros. Devemos considerá-los
os verdadeiros pioneiros? Sua ação sôbre a paisagem, como a dos mineiros, foi
pràticamente nula; uns e outros, apenas derrubaram a mata. Econômicamente,
nada os prende ao grande movimento de expansão agrícola e comercial paulista;
quando a onda de povoamento os alcança, ou ela os envolve, ou êles partem
para mais longe, incapazes de se adaptar às novas condições. Êstes caboclos das
glebas são os últimos representantes da velha economia rural e do antigo povoamento do sertão, e não as sentinelas avançadas da marcha para oeste, como se
poderia pensar. Sua presença não implica numa valorização da floresta, no quadro econômico atual.
Além do mais, os proprietários não visavam à exploração das glebas, que
são para êles um emprêgo de capital, que renderá no futuro, isto é, quando as
vias de comunicação aí chegarem, quando aumentar a densidade de população,
quando os preços dos produtos agrícolas aumentarem, o que ocasionará grande
procura de terras. Será então a ocasião de liquidar êsse capital inerte, pela divisão
de terras, o processo é lucrativo, porque atualmente, como não mais exista~
glebas colossais em São Paulo, muitos burgueses da capital possuem algumas
centenas de alqueires em terras de mata, que, adquiridos por baixo preço, serão
revendidos em condições melhores. Êste fato tem importância, porque· significa
que a terra não desbravada, passando por diversas mãos, valoriza-se antes de
ser cultivada, e esta valorização pesará na economia do pioneiro, porque é êle
que por último fará as despesas ãe uma série de felizes especulações.
Desde o momento em que a gleba é dividida e cultivada, observa-se o nascimento e a evolução de uma estrutura agrária. Aí se distinguem dois tipos de loteamento, como duas ma.n eiras diversas de evolução: uma antiga, clássica, que
consiste na fragmentação progressiva e que, começando pela instalação das grandes fazendas, termina na formação de pequenas propriedades um tipo recente,
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FICO
TRANSCRIÇõES
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cultivada, observa-se o nascise distinguem dois tipos de loção: uma antiga, clássica, que
ando pela instalação das granpropriedades um tipo recente,
459
que consiste em dividir a gleba imediatamente em pequenos lotes. A distinção
entre êsses dois processos evolutivos não é sempre muito violenta, muitas glebas
foram divididas em plantações de tamanho respeitável que não foram depois
subdivididas neste caso, as fazendas originadas do parcelamento inicial continuam a existir sob sua forma primitiva. As vêzes, a passagem da grande plantação para a pequena propriedade se efetua sem transição. A oposição entre os
dois tipos de evolução só tem a vantagem de tornar mais clara a exposição.
ã FRAGMENTAÇAO PROGRESSIVA DAS TERRAS
No caso clássico da fragmentação progressiva, uma primeira fase corresponde, à bela época do café, que apesar dos contratempos se estende de 1880 a 1920.
A gleba primitiva é dividida em certo número de grandes fazendas de café. Muitas
delas estavam compreendidas na gleba, mas seus limites, diferiram sensivelmente
dos limites anteriores. Se a fazenda, com efeito, conserva a forma retangular,
alonga-se perpendicularmente aos grandes rios em lugar de ficar paralela a êles,
como ocorria com a gleba: os lados menores, de uma parte têm o espigão; de
outra um grande rio. Os lados maiores correspondem ao divisor de águas entre
as bacias hidrográficas tributárias do rio principal. (Fig. 2) . Nas regiões onde se
estabeleceram os imigrantes vindos de Minas, os rios afluentes serviram de fronteira: isto convinha aos criadores, porque os animais não podiam transpor estas
barreiras naturais. Ao contrário, para os plantadores de café, as partes altas, a
salvo das geadas, são as mais procuradas, e as linhas de cumiada são limites mais
precisos que os rios. As necessidades da cultura cafeeira são plenamente satisfeitas pelo novo traçado, uma vez que cada fazendeiro possui a maior quantidade possível de terras de boa qualidade, atingindo os espigões dos 3" lados, êle
pode utilizar as zonas baixas para a pastoreio dos animais indispensáveis a tal
empreendimento. As margens dos riachos fornecem terrenos úmidos bons para
estabelecer as hortas. No espaço retangular da fazenda esboçou-se, depois se
precisou um processo quase perfeito de ocupação do solo.
As crises econômicas, cujos efeitos sociais são imediatos nos países novos,
não deixaram de molestar a sociedade rural brasileira. Podemos contentar-nos
aqui com lembrar as quedas súbitas do preço do café, que deram um golpe sensível nos lavradores, e o rápido progresso da pequena propriedade no Brasil tropical. Esta tendência anterior à crise mundial de 1929 teve um novo impulso, e
não é mais possível considerar a faixa pioneira como sendo o apanágio dos fazendeiros. Apressemo-nos em acrescentar que seria erradq acreditar que a grande
fazenda desapareceu radicalmente; tal não aconteceu. Quando se deu a transformação da fazenda, isto não se aplicou sem uma alteração dos limites, formas
tradicionais. Os fazendeiros, obrigados a vender todos os seus bens ou parte
dêles, não procederam de modo rigorosamente análogo.
.
Em certos casos, a divisão de uma grande fazenda gerou o aparecimento de
uma explotação agrícola especializada. Se era impossível conservar muita terra,
ainda era possível manter um cafezal mais modesto, salvo do pêso morto das
terras baixas incultas; a venda dessas terras aliviava as finanças do fazendeiro,
assegurando-lhe os meios necessários para cuidar dos cafezais, e esperar a tempestade passar. As circunstâncias eram propícias para realizar tal operação;
houve, com efeito, maior procura de terras de pastoreio, seja porque em seguida
ao avanço pioneiro entre 1912-1929, já nos encontrávamos perto das zonas de
criação -de Goiás e Mato Grosso, e porque uma corrente de circulação do gado,
estabelecendo-se a partir dessas regiões precisaria de pastagens onde os animais
pudessem refazer-se do cansaço da viagem; seja porque, aumentando a população
urbana, a crescente procura de carne para os açougues restituía à pecuária, atrativo que o café lhe havia tomado.
"
Tudo isso favorecia o estabelecimento de fazendas de criação, e a valorização
dos vales, fàcilmente vendidos, quando subdivididas as grandes fazendas de café.
Assim como a subdivisão das glebas em fazendas de café havia trazido modificações na forma das propriedades, esta segunda etapa da evolução só seria exeqüível adotando-se uma nova morfologia agrária. A direção geral perpendicular às
grandes linhas da topografia foi substituída por um desenho contrário: as novas
propriedades foram traçadas paralelamente aos principais cursos d'água, marcando no terreno grandes faixas paralelas aos rios; o lado inferior corresponde
ao domínio da criação, os lados posteriores, às plantações. Esta divisão não é a
460
BOLETIM GEOGRAFICO
mais freqüente e parece corresponder às glebas primitivas, de dimensões relativamente modestas. Por outro lado, numerosos fazendeiros praticavam a criação e plantavam o café, sem vender suas terras: em seu benefício, êles procederam ao desbravamento dos fundos de vale. e aí estabeleceram as invernadas.
Esta evolução da economia agrícola modificou a paisagem rural, mas a simples
observação dessa paisagem nova não permite saber se os cafezais e invernadas
pertencem a um único e mesmo proprietário, ou constituem duas propriedades
distintas.
Desde a crise do café de 1929, muitas dessas grandes fazendas foram sendo
divididas em pequenas propriedades, "sitias". As vêzes êsses sítios se estendem
dos interflúvios ao rio; às vêzes se localizam no vales; o fazendeiro conservou as
terras de café e os "sitiantes", proprietários ou meeiros, cultivam o algodão. Esta
nova riqueza dos paulistas não sofre com o frio, pode ser semeada nas encostas
inferiores. 4
Adiante será descrito o traçado dos sítios. E necessário chamar a atenção
para a constituição de uma verdadeira paisagem agrária, conseqüênci~ da evolução da propriedade rural. As fazendas dos espigões estão em contraste com as
humildes plantações de algodão das encostas inferiores, perto dos novos prados
artificiais, próximos aos rios. O habitat das fazendas se concentra em alguns
pontos precisos: ao longo da estrada principal e da Estrada de Ferro que atravessa o planalto, e algumas vêzes, a curta distância destas vias de comunicação, no
curso superior de um rio. Na zona dos sítios cada pequeno fazendeiro constrói
no seu pedaço de terra e a concentração do habitat rural desaparece. Enquanto
a grande propriedade predominou, a vida urbana se fixou em algumas grandes
aglomerações, como Bauru e Cafelândia, nome tão eloqüente na região do Noroeste. Os trabalhadores das fazendas não precisavam ·de cidades: êles encontravam no local, no centro da propriedade, perto dos secadores de café e da casa
do fazendeiro, ,um armarinho administrado pelo patrão, uma espécie de armazém,
onde podiam co.mprar gêneros alimentícios, sobretudo sal e objetos manufaturados de primeira necessidade: roupas e instrumentos de trabalho. Perto das estações se estabeleciam alguns botequins ou lojas bem pobres, e isto era a vida
citadina, que não se afastava do espigão. A instalação de pequenos lavradores
nos vales modificou êste esquema muito simples: comerciantes de tôda espécie,
sírios, portuguêses japonêses, vieram instalar-se perto dos sítios. As transformações sociais são acompanhadas então por transformações da estrutura agrária, modificações nos modos de ocupação do solo, novas formas de habitat.
O LOTEAMENTO PELAS GRANDES SOCIEDADES
A revolução na paisagem é ainda mais assombrosa, quando se analisam as
conseqüências do loteamento das glebas por sociedades especializadas na venda
de terras, verdadeiros empreendimentos de colonização, de caráter capitalista.
Mesmo antes da baixa do café na Noroeste, foram feitas tentativas dêsse gênero
com o capital inglês, mas é sobretudo a partir de 1930 que essa iniciativa se ge~
neraliza. As perspectivas ótimas dos negócios, a estrutura econômica especial
tudo isto trouxe modificações evidentes, que não podiam ser percebidas no qua~
dro limitado do loteamento de uma fazenda. Tais loteamentos abrangem superfícies consideráveis: uma firma dirigida por um dos homens de negócio mais
ativo de São Paulo, Sr. Moura Andrade, põe à venda 25 000 alqueires, perto de
Andradina nas proximidades da confluência do Paraná e Tietê (um oouco a montante das quedas de Itapura, na margem esquerda do Tietê). Na Altã Sorocabana,
um grupo de negociantes de terras se encarregou de lotear uma propriedad~ de
50 000 alqueires, que ficou intacta devido às disputas de herança. Antes da guerra, uma sociedade japonêsa trabalhava com 90 000 alqueires, divididos em quatro
secções, das quais uma ficava já no Paraná. Isto não é nada, comparado aos
515 000 alqueires, cujo parcelamento começou em 1933, no Norte do Paraná, sob
a direção de uma companhia inglêsa, a Paraná Plantation Co, substituída por
um grupo de negociantes paulistas. Emprêsas comerciais, financiadas muitas
vêzes por estrangeiros, tudo isto significa que começa uma nova fase da econo' A colheita do algodão já está quase terminada quando chega a época das geadas "brancas",
na 2." quinzena de junho. Se as fibras que ainda não foram colhidas podem sofrer êsse efeito
maléfico, somente uma parte da colheita está comprometida. Se a geada cair sôbre os cafeeiros,
estragará tôda a colheita. As geadas "negras" destroem as árvores e arruínam um capital.
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461
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mia pioneira e que novos métodos serão usados. Como as companhias de colonização resolveram o problema fundamental de dividir o solo, de tal .maneira que tal
divisão satisfizesse à clientela? Porque é sobretudo sob êste ângulo que é preciso
considerar o negócio. A estrutura agrária proveniente dêste loteamento só pode
ser compreendida se adotarmos o ponto de vista prático do vendedor de terras.
Faz-se o loteamento quando um comerciante procura tirar proveito, vendendo o
melhor possível a mercadoria que possui, que, no presente caso, é a ter..ra. Como
todo o negociante, êle procura simplificar seu trabalho e oferecer aos seus clientes
eventuais, algo que possa atraí-los, satisfazê-los. As grandes companhias que
fazem o loteamento das glebas são levadas então, antes de tudo, a considerar
as necessidades e possibilidades da clientela; - é na medida em que tomam conhecimento destas possibilidades e satisfazem estas necessidades que elas realizam
um verdadeiro trabalho de colonização. A clientela é composta de chefes de família, de recursos modestos. O antigo assalariado de uma fazenda, o colono, só
pode fazer umas parcas economias; o imigrante que acabou de desembarcar, não
conta com um pecúlio muito grande. Os pequenos pioneiros possuem, em geral,
o mínimo suficiente para investir na assinatura do ato de venda de propriedade:
o restante dependerá das colheitas e do crédito que obterão a prazo. Possuem
apenas a soma necessária à compra das ferramentas indispensáveis. Uma vez
instalados, poucos dentre êles poderão contar com a ajuda de diaristas: a mão-de-obra do sítio é a própria família e raros são aquêles que, tendo adquirido lotes
de tamanho superior à média, possam pagar um ou dois assalariados. Em conseqüência, as terras que êsses pequenos pioneiros podem comprar e cultivar, devem
ter dimensões limitadas. O sitiante que se deixasse tentar pela compra de uma
superfície muito extensa, correria o risco de falência, e, como a grande massa
dos pioneiros tem uma situação financeira precária, convém oferecei' a todos, lotes mais ou menos idênticos.
A fim de satisfazer a estas exigências, impôs-se uma solução fácil: dividir
cada uma das pectuenas bacias hidrográficas em lotes compridos e estreitos, cujas
extremidades atingissem, de um lado, o rio, de outro a linha de cumiada. Contentam-se em adaptar o sistema que serviu para a delimitação das fazendas, a propriedades bem menos extensas. Os pequenos lotes se estendem por 2 ou 3 quilômetros excepcionalmente mais, enquanto a largura, perto do rio, varia de 500 a
50 metros para aquelas talhadas em bisei, no trecho a montante da bacia. A
maioria dos lotes postos à venda tem uma superfície de 10 a 15 alqueires, o que
não quer dizer que não possa haver outros menores (entre 5 e 10) nem outros
maiores: o vendedor não faz questão de lançar um tipo padrão, porque êle deseja
atrair compradores diversos que nem sempre estão nas mesmas condições. É preciso também adaptar-se. às exigências da topografia, o que, às vêzes, dificulta o
loteamento: na confluência de dois rios na parte em que se alarga o fundo do
vale, far-se-á uma explotação de tipo pastoril, quase exclusivamente, que ocupará
cêrca de 30 a 50 alqueires. Êstes pormenores explicam os cuidados das sociedades em não deixar as causas ao acaso e tirar melhor proveito possível das
condições geográficas e de acesso aos mercados. Entretanto, em conjunto, aquêles que fazem loteamento, organizam um sistema de lotes alongados, de superfícies mais ou menos idênticas, que oferecem aos pioneiros as mesmas possibilidades. A topografia uniforme dos espigões e seus contrafortes, o traçado da rêde
hidrográfica com seus grandes eixos paralelos, onde vão ter os vales tributários,
todos mais ou menos na mesma direção, da mesma largura e de vertentes idênticas, prestam-se muito a êste traçado. As partes em questão satisfazem, portanto.
A tarefa do agrimensor torna-se mais fácil, porque se reduz a traçar linhas retas
sôbre ·os pontos mais evidentes. rios e cristas. O corretor, que circula nas velhas
zonas para arranjar compradores apresenta-se com o mapa em mão para vender
uma mercadoria suficientemente padronizada.
Quanto aos sitiantes. é de sua conveniência, a posse de terras que se prestam
a diversos tipos de explotação agrícola: constroem sua primeira cabana próxima
de um rio, ao lado uma horta, um cercado para os porcos e um pasto, no caso de
possuírem um animal, ou pretenderem fazer a agricultura associada com a
criação. As culturas alimentares misturadas com o algodão ou cafeeiros novos,
ocupam a parte alta do terreno. A semelhança entre os lotes dá aos sitiantes o
sentimento de igualdade, promete a satisfação das mesmas aspirações, elemento
psicológico cujos efeitos não devem ser subestimados.
462
BOLETIM GEOGRAFICO
FORMAÇÃO E INFLUÊNCIA DAS CIDADES
Se a forma dos sítios está de acôrdo com as possibilidades dos pequenos pioneiros, suas necessidades econômicas e desejo de ordem psicológica influem também na organização do loteamento. O pioneiro moderno não está isolado; faz
parte de um grupo e não saberia viver e muito menos prosperar afastado dêsse
grupo, tanto por motivos econômicos, como sociais. A proximidade de uma cidade
é uma condição necessária para que o futuro pioneiro se decida a comprar um
sítio; uma estrada transitável por caminhão liga seu lote a um centro comercial,
e, contanto que a distância não seja muito grande (o frete seria muito alto), o
sitiante poderá fàcilmente encontrar comprador para suas colheitas. Conseqüentemente, a fim de que os lotes fiquem bem localizados, o vendedor deve estar
apto para indicar ao público que terá, a uma distância razoável, máquinas para
descaroçar o algodão, descascar o arroz e classificar o café, isto é, comerciantes
que comprarão as colheitas, e ao mesmo, serão os banqueiros indispensáveis do
sitiante. Além dêstes comerciantes, o pequeno proprietário deseja ter uma igreja,
uma escola; apraz-lhe saber que um farmacêutico, um médico, estão instalados
ou ore tendem instalar-se no nascente núcleo urbano. Acostumados a tais confortos espirituais e vantagens materiais meio europeu ou no Japão, como nas
grandes fazendas, o pioneiro moderno não pode dispensá-los. A grande emprêsa
de loteamento procura lutar contra o isolamento do sitiante e faz, conjuntamente, os planos dos loteamentos rurais, de uma rêde de estradas e de estabelecimentos urbanos (patrimônios) . 5 Seus escritórios elaboram uma estrutura agrária
planejada.
Quais os critérios geográficos aos quais obedece a localização deliberada dos
centros comerciais? Ela é a função da distância dos sítios e da proximidade das
estações. Os loteamentos feitos no planalto, os mais raros e menos extensos, não
criam dificuldades porque os trilhos os atravessam ou os contornam. A vida
urbana dos espigões recebeu um impulso desde que surgiu a pequena propriedade: ao lado das grandes estradas e das vias férreas, se alinha um cortejo de
centros urbanos, uns estacionários, outros mais ativos e outros exercendo importante função regional. Eloqüente exemplo da influência exercida pelos sítios no
desenvolvimento das cidades é fornecido por Lins, uma cidade da Noroeste: situada no coração de uma zona de pequenas propriedades, depois de ensaios hesitantes, tornou-se um dos principais centros comerciais ao longo da Estrada de
Ferro Noroeste do Brasil, no trecho entre Bauru e Mato Grosso. Ao contrário, sua
vizinha, Cafelândia, apesar do surto promissor inicial ficou como que paralisada
no seu desenvolvimento, por estar rodeada de grandes fazendas que resistiram à
crise econômica. A localização dos lotes não poderia restringir-se aos espigões:
para que fôssem mais accessíveis ao sitiante, multiplicam-se os lotes nos vales.
Uma fila de aglomerações secundárias amplia o alinhamento urbano dos planaltos, aproveitando os contrafortes de menor altitude, ou terraços que interrompepem a encosta. Assim ocorre entre o espigão onde se encontram Marília e Tupã
e os vales dos rios Tibiriçá e Aguapeí, como sôbre os dois flancos do planalto, por
onde circulam os trens da Companhia Sorocabana: descendo para o Paranapanema ou na direção do rio do Peixe.
Se o estabelecimento de patrimônio é indispensável aos sitiantes, aquêle que
faz o loteamento aí instala comerciantes, antes mesmo de terem chegado os primeiros desbravadores. Uma vez dado o impulso, verifica-se a ação rápida dos
centros urbanos sôbre a estrutura agrária: os lotes mais próximos dos patrimônios se valorizam logo, e o sitiante, sem que o fazendeiro saiba, vende com proveito seu pequeno domínio dividido em chácaras, explotações hortícolas de 3 ou
4 alqueires, com criação de aves e árvores frutíferas. Os corretores não ignoram
esta evolução normal e têm interêsse em organizá-la: prevendo um certo número
de chácaras, cujos preços são mais altos que os dos sítios, apressam a valorização
da terra, organizando-a a seu proveito. Paralelamente, a presença destas explotações hortícolas, traz para os compradores de lotes urbanos a garantia de um apro6
Patrimônio: a terra que, na época colonial, era dada a um santo, por um rico proprietário.
Construia-se uma capela no centro dêste terreno, e os caboclos se instalavam em volta. O doador lhe concedia autorização para residir aí e construir, mediante puros módicos, que teoricamente eram pagos ao santo proprietário do terreno. Era o ponto de partida de uma aglomeração de caráter urbano. A instituição é progressivamente laicizada, mas a porção de solo consagrada a um loteamento urbano recebe sempre o nome de "patrimônio". No fim das contas, um
patrimônio é uma fundação urbana.
visionamento fácil. Chega-se r
ral, estabelecendo uma hierarq
maior ou menor afastamento
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um pouco mais longe, lotes de
a maior parte dos sítios e, fin:
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o caso de Jales é excepcio
se efetua espontâneamente, po
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êles seguem o exemplo de gra:
mundo pioneiro, onde as fortu
Perto dos patrimônios, certos I
afastados, êles tornam a com]
que mais pobres e mepos afort]
recomeçar a triste experiência
ou agentes de transportes, que
a revenda de seus lotes, ofer1
vivem só de crédito. Assim SE
priedades de tamanho médio
os novos proprietários instale~
a maior parte das vêzes, êste1
mam as terras cultivadas em
o comércio do gado. Esta· evol
diminuição de população: un
reside por muitos anos na m
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da frente pioneira, onde se co
A INFLUÊNCIA DE (
Se a uniformidade das c
os corretores adotem soluçõe
diferenças cuja interpretação
suas paisagens. Dentre esta~
menores dos loteadores, ou a
dem dos cuidados tomados ao
cão dos patrimônios. Mais in t E
gências e:r: tre as concepçõ.es ?a
po japones e a companhia 15
Brasil", fundada em 1929, erc
por suas relações com os _repl
Tóquio. Completava-a a1nd~
para recrutar sozinha, sua cl
!eira e assegurar seu transpo
um povoamento dirigido e e
planos de loteamento nas di.
dizer loteamento) da socieda
o plano da rêde de estradas
dividida em parcelas é cons
atravessa e serve todos os lo
de l/3 de sua superfície está
terços, entre a estrada e a 1
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que todos os pioneiros não IJ
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TRANSCRIÇõES
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or para suas colheitas. Conse10Calizados, o vendedor deve estar
istância razoável, máquinas para
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os banqueiros indispensáveis do
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) do sitiante e faz, conjuntamen~ de estradas e de estabelecimenlaboram uma estrutura agrária
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que surgiu a pequena propriedaérreas, se alinha um cortejo de
tivos e outros exercendo imporfi uência exercida pelos sítios no
ns, uma cidade da Noroeste: sipriedades, depois de ensaios hemerciais ao longo da Estrada de
e Mato Grosso. Ao contrário, sua
nicial ficou como que paralisada
;andes fazendas que resistiram à
de ria restringir-se aos espigões:
ultiplicam-se os lotes nos vales.
alinhamento urbano dos planalllde, ou terraços que interrompede se encontram Marília e Tupã
~ os dois flancos do planalto, por
na: descendo para o Paranapa-
ensável aos sitiantes, aquêle que
mesmo de terem chegado os priJ, verifica-se a ação rápida dos
1tes mais próximos dos patrimôa.zendeiro saiba, vende com pro, explotações hortícolas de 3 ou
eras. Os corretores não ignoram
á-la: prevendo um certo número
OS sítios, apressam a valorização
1ente, a presença destas explotaurbanos a garantia de um apro-
a um santo, por um rico proprietário.
)OClos se instalavam em volta. O doamediante puros módicos, que teóricao ponto de partida de uma aglomera!aicizada, mas a porção de solo consa"patrimônio". No fim das contas, um
463
visionamento fácil. Chega-se mesmo a praticar uma espécie de zoneamento rural, estabelecendo uma hierarquia nas diversas partes do terreno, em função do
maior ou menor afastamento do patrimônio. Nas proximidades de Jales (Alta
Araraquarense) o corretor organizou lotes muito pequenos, de 3 a 5 alqueires;
um pouco mais longe, lotes de 5 a 10, depois 10 a 20 alqueires, e êstes constituem
a maior parte dos sítios e, finalmente, as propriedades de cêrca de 50 alqueires.
O preço da terra varia naturalmente, em ordem inversa.
O caso de Jales é excepcional pela sistematização do que, em outros lugares,
se efetua espontâneamente, porque a estrutura agrária, co~o é planejada no loteamento, tem uma duração limitada. Os sitiantes mais ricos e mais atilados não
tardam a se lançar em especulações imobiliárias, mais rendosas que a cultura;
êles seguem o exemplo de grandes' fazendeiros e participam do espírito geral do
mundo pioneiro, onde as fortunas se fazem e desfazem com a mesma .facilidade.
Perto dos patrimônios, certos pioneiros subdividem suas terras em chácaras; mais
afastados, êles tornam a comprar, por preço muito baixo, os lotes dos vizinhos,
que mais pobres e menos afortunados, liquidam seus bens para partir e mais longe
recomeçar a triste experiência. Muitas vêzes, os comerciantes da cidade, lojistas
ou agentes de transportes, que ràpidamente fazem fortuna, propõem aos sitiantes
a revenda de seus lotes, oferecendo preços aos quais não resistem homens que
vivem só de crédito. Assim se reconstituem, logo atrás da frente pioneira, propriedades de tamanho médio (50 a 100 alqueires no máximo). No caso em que
os novos proprietários instalem um gerente e conservem as plantações de café,
a maior parte das vêzes, êstes citadinos acostumados a fazer negócio, transformam as terras cultivadas em pasto, para acrescentar às suas outras atividades,
o comércio do gado. Esta·evolução da propriedade e da agricultura ocasiona uma
diminuição de população: uma família é o suficiente para cuidar do rebanho,
reside por muitos anos na mesma área. As casas dos velhos sitiantes caem em
ruínas, e, não raro, descobrem-se habitações abandonadas a pequena distância
da frente pioneira, onde se constroem outras.
A INFLUÊNCIA DE CONCEPÇõES ECONôMICAS DIFERENTES
Se a uniformidade das condições naturais e comerciais faz com que todos
os corretores adotem soluções análogas, é possível entretanto, acentuar certas
diferenças cuja interpreta.ç ão permite compreender melhor o mundo pioneiro e
suas paisagens. Dentre estas diferenças, umas traduzem os recursos maiores ou
menores dos loteadores, ou ainda, de suas capacidades técnicas desiguais: dependem dos cuidados tomados ao traçar os lotes, da segurança dos caminhos e instalação dos patrimônios. Mais interessantes, são, ainda, aquelas que revelam as divergências entre as concepções da s principais sociedades de colonizadção, entre o grupo japonês e a companhia inglêsa já mencionada. A "Sociedade Colonizadora do
Brasil", fundada em 1929, era exclusivamente japonêsa, pelo seu capital, pessoal,
por suas relações com os representantes diplomáticos e consulares do govêrno de
Tóquio. Completava-a ainda, uma organização bancária e era bastante forte,
para recrutar sàzinha, sua cli.entela no Japão, adaptá-la à vida pioneira brasileira e assegurar seu transporte. Esta sociedade fêz todo o possível para efetuar
um povoamento dirigido e enraizá-lo. Esta intenção se depreende da leitura dos
planos de loteamento nas diferentes fazendas (mas a palavra é falsa; é preciso
dizer loteamento) da sociedade. O traçado dos lotes nada tem de original, mas
o plano da rêde de estradas é bem diferente. Cada pequena bacia hidrográfica
dividida em parcelas é considerada como célula de povoamento. Uma estrada
atravessa e serve todos os lotes que estão divididos em 2 partes desiguais: cêrca
de 1/3 de sua superfície está compreendido entre a estrada e o rio, os dois outros
terços, entre a estrada e a linha de cumiada. Automàticamente, o colono construiu sua casa a alguns metros desta estrada circular, isto é, a uma distância
suficiente do fundo dovale para fugir dos mosquitos; ao mesmo tempo, graças à
destruição rápida da floresta em volta da casa, e à clareira já aberta pela estrada, afastou-se o perigo da leishmaniose. Tôda estrada do vale se lança numa
artéria mais importante, que serve aos patrimônios, espaçados de tal maneira,
que todos os pioneiros não perderiam muito tempo em atingi-los. Em cada uma
destas células de povoamento estavam instaladas serrarias e escolas. O conjunto
464
BOLETIM GEOGRAFICO
mostra a vontade firme em dirigir e proteger o pioneiro, assegurar-lhes boas
oportunidades e fixá-los. A emprêsa japonêsa poderia, com justiça, considerar-se
"colonizadora".
A Companhia de Terras do Norte do Paraná, nome brasileiro da "Paraná
Plantation Company", quando foram feitos os primeiros loteamentos, estava associada a outra companhia inglêsa, que geria a Estrada de Ferro de Ourinhos (São
Paulo) para Noroeste. As duas estavam empenhadas no mesmo negócio, e o progresso da Estrada de Ferro regulava pela venda dos lotes da gigantesca gleba. A
Estrada de Ferro garantia a vinda dos desbravadores, cujo número de ano para
ano aumentava. A Companhia de Estrada de Ferro foi nacionalizada, e a Paraná
Plantation tornou-se brasileira, mas, no fim permaneceu a mesma. 6 A organização imobiliária não trabalha só por si mesma, pois contava com a colaboração de
uma sociedade de tran~orte, que, articulada com a rêde ferroviária paulista e o
pôrto de Santos se interessava sobretudo pelos produtos clássicos da exportação
paulista. Era preciso então facilitar as relações dos sitiantes com o mundo exterior e para isto, organizou-se uma boa rêde de estradas. Aproveitando as vantagens que a topografia oferecia, a Companhia de Terras do Norte do Paraná
abriu no espigão principal, paralelamente ao traçado da Estrada de Ferro, uma
artéria de grande comunicação. A construção dessa estrada sempre precedeu 2.
venda dos lotes e antecedeu de pouco a circulação dos trens, o que não aconteceu
na maioria dos loteamentos paulistas. Patrimônios foram criados no ponto onde
se destaca no espigão um contraforte bastante grande e longo, de sorte que vale
a pena estabelecer aí uma estrada secundária, semeada, ela também de patrimônios menores, menos importantes. Por outro lado, em intervalos bem escolhidos, aproveitando as ramificações de um lado e de outro da estrada principal, a companhia concebeu e realizou fundações urbanas de dimensões superiores às dos patrimônios habituais. Por exemplo, Londrina, Apucarana, Marialva. De cada estrada secundária, destacam-se caminhos carroçáveis, que descem
para os rios, seguindo o eixo das linhas de cumiada, que separam as pequenas
bacias hidrográficas. Como todos os lotes atingem as linhas de cumiada, todos
os sitiantes têm acesso a uma via de comunicação pela parte alta dos seus sítios .
A hierarquia das estradas e caminhos afeiçoa-se à topografia, o conjunto da rêde
cresce em qualidade e a grande artéria é sem dúvida a melhor de tôda a faixa
pioneira paulista . .A circulação no Norte do Paraná é extraordinàriamente rápida,
praticável em tôdas as estações e assegura o escoamento rápido das colheitas.
Todos os cuidados foram dados ao estabelecimento dos meios de comunicação, ao
passo que os outros aspectos da colonização mais cuidados no plano das emprêsas
japonêsas, atraíram menos a atenção dos loteadores.
ESTRUTURAS AGRÁRIAS E PAISAGENS
Extensas fazendas, alongamento dos sítios, são menos visíveis no terreno que
na planta. Quase sempre, no início dos desbravamentos, os contornos dos lotes
aparecem nitidamente na paisagem: as raras clareiras abertas pelos vanguardeiros sobressaem na massa compacta da grande floresta. Mas, à medida que
aumenta o povoamento e caem as grandes árvore.s, a paisagem tende a uniformizar-se. Não é fácil identificar os limites de um sítio; êles se reduzem algumas
vêzes a uma simples cêrca de arame, escondida pelos cafeeiros, ou a uma picada
retilínea que poderia ser um caminho traçado numa grande fazenda. 7 No interior destas pequenas propriedades que têm tôdas a mesma topografia, e são sempre de um só proprietário, tôdas elas orientadas no mesmo sentido, e possuindo os
mesmos tipos de solo, os pioneiros praticam todos as mesmas culturas e as repartem anàlogame:b.te: são culturas sem afolhamento e a sua uniformidade não
permite distinguir a ocupação de um lote da do lote vizinho. Uma vez que um
conjunto de sítios foi completamente desbravado, e cultiv~do, uma vista geral mal
permite distinguir a terras de cada sitiante. A vista percebe melhor a existência
de faixas paralelas entre elas e o rio, recobrindo uma série de parcelas contíguas:
6
Note-se, entretanto, que, se a administração da Estrada de Ferro-nacionalizada realizou a
construção da Estrada, dificilmente fêz face às necessidades do tráfico. Sob êste ponto de vista,
pode-se lamentar a falta da antiga organização.
7
Alguns sitiantes, particularmente japonêses, fazem cêrQas com os troncos de árvores, mas
estas cêrcas situam-se ao longo das estradas e não permitem identificar os sítios, em relação
um ao outro.
faixa de pasto, de plantação
mentos da estrutura agrária
casas com seus arvoredos
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PAISAGENS
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465
faixa de pasto, de plantação de algodão e de café. Para distinguir os diversos elementos da estrutura agrária é preciso buscar ajuda no alinhamento sinuoso das
casas, com seus arvoredos de , mangueira, laranjeira e bananeira. Os campos
alongados da Europa Ocidental, as queimadas e as plantações africanas de contornos irregulares, surpreendem o observador desprevenido: as diferenças de colorido atraem sua atenção, e para o geógrafo essa policromia torna sensível, ao
mesmo tempo, um conjunto de práticas culturais e uma estrutura agrária definida. Ao contrário, o sistema de cultura da faixa pioneira paulista tende a esconder, na paisagem, os traços particulares da estrutura ' agrária. As vêzes uma análise imediata da paisagem feita em função do que estamos acostumados a ver na
Europa, -pode conduzir-nos a uma interpretação errônea do sistema de cultura. Ao ver esta coexistência de pastos e plantações de café, somos tentados a
concluir que se faz ali a associação da criação com a agricultura na pequena
propriedade, e sabe-se quais as conclusões gerais que se tiram de tal ocorrência,
num país tropical. De fato, é muito rara a associação criação-café, corresponder
a uma prática agrícola: são duas atividades econômicas perfeitamente distintas
na técnica; são duas formas de ocupação de solo que não se completam a não
ser porque muitas vêzes uma compensa a falta de lucro que a outra pode acarretar.
A estrutura social do mundo pioneiro está impressa na paisagem: muito cheia
de contrastes, é mais bem compreendida no terreno, o que não se dá nos campos
muito alongados do nosso país. Contrasta a zona de sítios com a de fazendas.
A localização dos dois grandes tipos de propriedade acompanha freqüentemente, não, porém, sempre, as peculiaridades. A sucessão das culturas em andares, a disposição das habitações mais ou menos alongadas, a freqüência dos _
patrimonios, caracteri:iam os sítios, diferentemente das fazendas de café, com o
rigor geométrico das fileiras de cafeeiros, o traçado retilíneo das grandes estradas carroçáveis, a concentração dos trabalhadores nas cidades operárias. Não se
percebe quando terminou um sítio e começou outro, e ainda menos, quando se
passa de uma fazenda de café para a vizinha. Não haverá porém, a mesma hesitação, quando ào passar-se de um centro de loteamento rural para um grupo de
grandes fazendas.
A paisagem da faixa pioneira é um. documento geográfico admirável pelos
aspectos que saltam logo aos olhos, ou os que estão mais encobertos. Por mais
sugestiva que seja, a observação não bastaria para indicar como se organiza, como vive um grupo de homens que vai tomar posse do solo.
A análise das paisagens apresenta problemas e não os resolve todos. Seu
complemento é o exame dos planos que apresentam as minúcias da estrutura
agrária, mas os documentos cartográficos, por sua vez, mostram-se insuficientes;
exprimem projetos que nem sempre se realizam e, neste país em desenvolvimento,
as mudanças são por demais freqüentes para que possamos confiar-nos em dados
tão precários. Somente o clássico inquérito, indispensável na pesquisa geográfica,
p,ermitirá compreender as necessidades, possibilidades, desejos e mentalidade que
guiam os pioneiros na formação da paisagem. Pode-se então medir até que ponto
todo êsse trabalho não é apenas uma mudança de cenário: suas etapas fazem
parte da elaboração de um complexo geográfico.
I
ada de Ferro-nacionalizada realizou a
do tráfico. Sob êste ponto de vista,
s
êrcas com os troncos de árvores, mas
tem identificar os sítios, em relação
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"Boletim", a "Revista Brasileira de Geografia" e as obras da "Biblioteca Geográfica
Brasileira" encontram-se à venda nas prin~ipais livrarias do país e na Secretaria Geral
do Conselho Nacional de Geografia- Avenida Beira-Mar, 436- Edifício Iguaçu- Rio de
Janeiro, D.F.
T
O Gado Bovino e sua Influência sôbre a Antropogeografia do Rio Grande do Sul*
Desembargador
FLORÊNCIO
DE ABREU
PRIMEIRA PARTE
Considerações gerais concernentes à influência do gado sôbre o meio físico e a vida
dos grupos humanos.
As entradas do gado no Brasil e seus focos de irradiação.
.
A sua propagação na zona litorânea e na
hinterlândia brasileira. Caminhos de penetração.
Decadência das minas e multiplicação das
estâncias.
Traços gerais da influência do gado sôbre
a antropogeografia brasileira. O gado como
um dos fatôres da unidade nacional.
I
1 - Se entre os animais algum existe que tenha exercido intensa influência
sôbre o homem e o meio físico imprimindo à paisagem uma feição característica,
"alterando profundamente os hábitos de vida dos grupos humanos e possibilitando-lhes inúmeras realizações" pela soma de benefícios que dêle tira o homem,
êsse animal é o boi. Animal providência, assume êle entre os antigos o caráter
místico de causa sagrada: a imagem do boi e da vaca originam velhos mitos e
contribuem para a formação litúrgica dos rituais.
Para os povos pastôres que habitavam o altiplano da Ásia Central, o pastor
ou senhor do gado era o rei; o que possuía o gado m.a is numeroso o mais poderoso dos reis. Aumentar os seus rebanhos, favorecer a fecundidade das vacas como
reprodutoras e leiteiras era êsse o ideal do antigo ariano. O touro, o fecundador,
é então considerado o tipo de perfeição masculina e símbolo da fôrça dominadora; a vaca é a providência do pastor, "providência visível, amiga, fiel e fecunda".
Daí, passarem a vaca e o touro a constituir as duas figuras zoológicas primaciais
do céu mitológico daqueles povos.1
Do mesmo modo que a importância do gado na vida pastoril dos árias primitivos explica a tendência do espírito ariano para conceber os fenômenos celestes
como sêres vivos, sob a forma de touros e de vacas, também o caráter sagrado
dêsses animais, - identificados com as próprias divindades, origina naturalmente o culto supersticioso do touro e da vaca,- "culto comum a tôdas as nações
arianas, mas particularmente desenvolvido entre os indianos, pela intervenção
da casta sacerdotal dos brâmanes".2 Entre os egípcios, quando as procissões festivas desciam o Nilo, em barcos, até Afroditópolis, onde era o seu templo, conduziam uma vaca numa gôndola engrinaldada de plantas aquáticas, porque a vaca
era sagrada às deusas geradoras, deusas da receptividade. O touro sagrava-se aos
deuses da procriação. 3
Torna-se palpável o sentido l
o leite e a carne para a nutriçãc
utilidades, a fôrça pata a tração,
cilitando ao mesmo tempo o seu
sui generis da riqueza que se de
nha um papel altamente providt
2. Originário das estepes e s
continente pelos conquistadores
trada no Brasil por três portas:
ciativa do primeiro governador
donatarias, por obra de dona An
donatário; 5 a de Pernambuco, ai
donatário Duarte Coelho. 6
3. Portas de entrada a prin1
São Vicente os três focos de irra
as duas primeiras. O gado se afe:
as vacas "parem cada ano e nãc
Gabriel Soares-; "as novilhas c
vêm paridas, pelo que acontece Il
vilha na vaca juntamente".7
4. ~ Na primeira fase, a pro1;
vendo-se especialmente na zona
dades do trabalho dos engenhc
corrente, movido à fôrça d'águ~
genhoca ou trapiche, movido ~
número de cabeças, para a traça
as fornalhas dia e noite duran'
carros de transporte da cana do
destinadas ao corte. - Se na c2
os engenhos de açúcar, o devem
medrar, por motivo da presenç~
"comendo-a logo arrebentam". 8
5. Criava-se, assim, o gado
v aura e dos engenhos. O seu gr:
mórdios do século XVII, quand
hin ter lândia.
A penetração e fixação das
dua e temerária. Como bem obs
as roças de fumo e mantimento
do transporte dos produtos, pat~
nos trechos dos rios navegá v eis
encontrava remuneração satisfa
fácil em São Paulo, "onde a c
atividade geral; na Amazônia,
com preciosos produtos vegetai
riores o problema pedia solução
O fenômeno, aliás, verifico
óbvios, a que faz menç.ão o em
portava das maiores distânciasJ
da cana, quer pela ingratidão a
as fornalhas não podiam labo:
especial, consideração de alta
capitais, capital fixo e circulan
fornecia alimentação constante
da , terra e água, usados na ma
V ARNHAGEN, Hig,tória Geral do E
Vide: RoBERTO SIMONSEN, Histó1
6 ROCHA POMBO, História do Bras·
GABRIEL SOARES DE SOUSA, Trata!
CARDIM, Tratado da terra e gen1
9 CAPISTRANO DE ABREU, Capítulos
10 CAPISTRANO DE ABREU, op, Cit.,
4
ÂNGELO DE GUBERNARTIS, Mitologia Zoológica.
ÂNGELO DE GUBERNATIS, op. cit.
3 OLIVEIRA MARTINS, Mitos ReligiOSOS.
* Tese aprovada no IX Congresso Brasileiro de Geografia, realizado na cidade de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, de 7 a 16 de .setembro de 1940. Transcrita dos Anais do
mesmo Congresso, volume III, ps. 452 a 464.
B. G . - 2
TRANSCRIÇõES
cia sôbre a Antropo-
nde do Sul*
rgador
FLORÊNCIO
DE ABREU
E
ções gerais concernentes à . inado sôbre o meio físico e a vida
1manos.
ias do gado no Brasil e seus fo,ç ão.
.
>pagação na zona litorânea e na
orasileira. Caminhos de penetra-
ia das minas e multiplicação das
:rais da influência do gado sôbre
grafia brasileira . O gado como
~s da unidade nacional.
enha exercido intensa influência
sagem uma feiç.fto característica,
dos grupos humanos e possibililenefícios que dêle tira o homem,
te êle entre os antigos o caráter
~a vaca originam velhos mitos e
S.
iplano da Ásia Central, o pastor
1do mais numeroso o mais podeer a fecundidade das vacas como
o ariano. O touro, o fecundador,
ta e símbolo da fôrça dominadoa visível, amiga, fiel e fecunda".
llas figuras zoológicas primaciais
na vida pastoril dos árias primiconceber os fenômenos celestes
~cas, também o caráter sagrado
as divindades, origina natural"culto comum a tôdas as nações
te os indianos, pela intervenção
lpcios, quando as procissões fesi, onde era o seu templo, condu>lantas aquáticas, porque a vaca
tividade. O touro sagrava-se aos
L
.fia, realizado na cidade de Florianópo:mbro de 1940. Transcrita dos Anais do
467
Torna-se palpável o sentido humano dessa mitologia. Fornecendo ao homem
o leite e a carne para a nutrição, o couro para a cama e para o\ltras inúmeras
utilidades, a fôrça pa'ra a tração, o porte e a domesticidade para a montaria, facilitando ao mesmo tempo o seu próprio transporte, atenta a sua característica
sui generis da riqueza que se desloca por si mesma, - o gado bovino desempenha um papel altamente providencial para a vida humana.
2. Originário das estepes e savanas da Europa e da Ásia, e trazido ao nosso
continente pelos conquistadores europeus do século XVI, o gado bovino deu entrada no Brasil por três portas: a da Bahia, a principal, no ano de 1550 por iniciativa do primeiro governador geral;' a de São Vicente, ao mesmo tempo das
donatarias, por obra de dona Ana Pimentel, consorte e procuradora do respectivo
donatário; 5 a de Pernambuco, ainda sob a fecunda administração do seu grande
donatário Duarte Coelho. 6
3. Portas de entrada a princípio, constituem-se depois Bahia, Pernambuco e
São Vicente os três focos de irradiação do gado para todo o país, principalmente
as duas primeiras. O gado se afeiçoa ao novo habitat e prolifera prodigiosamente:
as vacas "parem cada ano e não deixam nunca de parir por velhas", -informa
Gabriel Soares-; "as novilhas como são de ano esperam o touro, e aos dois anos
vêm paridas, pelo que acontece muitas vêzes mamar o bezerro na novilha e a novilha na vaca juntamente".7
4. _:__ Na primeira fase, a propagação do gado acompanha o litoral, desenvolvendo-se especialmente na zona de produção do açúcar, para suprir as necessidades do trabalho dos engenhos. Ou se tratasse de engenho "real", moente e
corrente, movido à fôrça d'água, ou de engenho inferior, também chamado engenhoca ou trapiche, movido a bois, o serviço reclamava o consumo avultado
número de cabeças, para a tração não só dos carros de lenha, que lhes alimentava
as fornalhas dia e noite durante sete a oito meses no · ano, como também dos
carros de t r ansporte da cana dos canaviais para o engenho, além das quais eram
destinadas ao corte. - Se na capitania de Pôrto Seguro não foi possível manter
os engenhos de açúcar, o devemos justamente à falta de gado, que ali não podia
medrar, por motivo da presença de certa erva que dizimava as vacas, as quais,
"comendo-a logo arrebentam". s
5. Criava-se, assim, o gado em razão especialmente das necessidades da lavoura e dos engenhos. O seu grande desenvolvimento ocorre mais tarde, nos primórdios do século XVII, quando começa a espraiar-se pelas savanas da nossa
hin ter lândia.
A penetração e fixação das populações no interior afigurava-se emprêsa árdua e temerária. Como bem observa Capistrano de Abreu, os engenhos de açúcar,
as roças de fumo e mantimentos cabiam dentro de uma área traçada pelo custo
do transporte dos produtos, patenteando-se que só próximo do mar ou em pequenos trechos dos rios navegáveis, livres de corredeiras e saltos, a labuta agrícola
encontrava remuneração satisfatória. Atirarem-se os colonos para o Oeste seria
fácil em São Paulo, "onde a caçada humana e desumana atraía e ocupava a
atividade geral; na Amazônia, tôda cortada de rios caudalosos e desimpedidos,
com preciosos produtos vegetais extraídos sem cultura. Nas outras zonas interiores o problema pedia solução diversa. A solução foi o gado vacum". o
O fenômeno, aliás, verificou-se de modo espontâneo, por diversos motivos
óbvios, a que faz menção o eminente historiador. A si próprio o gado se transportava das maiores distâncias; "dava-se bem nas regiões impróprias ao cultivo
da cana, quer pela ingratidão do solo, quer pela pobreza das matas sem as quais
as fornalhas não podiam laborar; pedia pessoal diminuto, sem traquejamento
especial, consideração de alta valia num país de população rala; quase abolia
capitais, capital fixo e circulante a um tempo, multiplicando-se sem interstício;
fornecia alimentação constante, superior aos mariscos, aos peixes e outros bichos
da , terra e água, usados na marinha". 10
4 VARNHAGEN, His-tória Geral do Brasil, vol. I, p. 305.
" Vide: RoBERTO SIMONSEN, História Econômica do Brasil, VOl. I, pp . 243-244.
6
ROCHA POMBO, História do Brasil, vol. I, pp. 112 e 113.
GABRIEL SOARES DE SOUSA, Tratado DescritiVO do Brasil .
CARDIM, Tratado da terra e gentes do Brasil, p . 299.
CAPISTRANO DE ABREU, Capítulos da História Colonial, p. 139.
10
CAPISTRANO DE ABREU, op, Cit., ' p. 140.
B. G.- 2
BOLETIM GEOGRAFICO
468
Estendeu-se a criação de gado, de Salvador à margem direita do São Francisco e, um tanto tardígrada, porém constante, de Pernambuco à sua margem
esquerda, pois as pastagens ali dispensavam o sal pela presença dos barreiros
salitrosos no vale do rio. Mercê, assim, das suas pastagens e da criação do gado,
assume o São Francisco o seu papel histórico de grande condensador de populações.
Ao tempo das invasões holandesas já se via coberto de copioso armentio o
vale daquele grande rio no seu curso inferior; e nem por outro motivo os incorporava Nassau ao seu domínio. Em fins do século XVII, Domingos Mafrense e
seus companheiros desvendam as excelentes pastagens do sudoeste do Piauí e
fundam várias fazendas de gado, povoando-se dês te modo aquêles sertões. Pode-se dizer, com Agenor de Miranda que o capim mimoso, uma das melhores forragens americanas, foi o principal fator dêsse povoamento. n Dali se estende a
criação à outra margem do Parnaíba, estabelecendo-se nos sertões denominados
dos Pastos Bons, no Maranhão. Constituiu essa uma das etapas mais difíceis de
vencer para o Norte.
6 Intensifica-se, porém, o espraiamento do gado pela hinterlândia ·brasileira,
já no primeiro quartel do século XVIII, por obra da descoberta e da exploração
das minas. Descoberta a mina. tôda a dificuldade cifrava-se na alimentação dos
mineiros, para tornar viável a continuidade do trabalho. Usava, sem dúvida, de
muita fôrça de expressão Jerônimo de Albuquerque, quando escrevia que os
colonos erai:n homens que um punhado de farinha e um pedaço de cobra sustentavam, porque, como informa Antonil, é incrível o que a princípio padeceram
os mineiros por falta de mantimentos, achando-se não poucos mortos com uma
espiga de milho na mão, sem terem outro sustento. 12 Devido à esterilidade das
terras da zona de mineração e dos caminhos que à mesma conduziam, uma
única solução se impunha: a introdução do gado vacum em muita quantidade.
E foi o que aconteceu.
Iniciam-se as remessas de boiadas da zona litorânea já povoada para as regiões das minas, principalmente boiadas da Bahia, por ser muito melhor o caminho que o dq Rio de Janeiro ou o da vila de São Paulo. Aquêle, pôsto que
mais comprido, era "menos dificultoso, por ser mais aberto para as boiadas, mais
abundante para o sustento, e mais acomodado para as cavalgaduras e para as
cargas" . 13 O negócio era, em verdade, tentador e compensava fartamente os sacrifícios, pelos preços escorchantes, pagos a pêso de ouro, que alcançavam nas
minas as utilidades. Daí o dizerem os contemporâneos que quem passava a Mantiqueira ali deixava dependurada, ou sepultada a consciência.
7À medida que o gado se afastava da costa, caminhos de penetração iam-se
abrindo e consolidando no sertão e para o sertão. Um dos mais antigos passava
por Pombal, Itapicuru e Jeremoabo. Começa a trilhar-se o de Jacobina e transpõe-se a passagem de Juàzeiro. Os riachos Terra-Nova e Brígida facilitam a
marcha para o Ceará e pelo do Pontal e pela serra dos Dois Irmãos passam os
caminhos do Piauí. Já em fins do século XVII acham-se abertos ao trânsito,
pelas freguesias do Mocha e Cabrobó, as comunicações interiores entre Maranhão, Pernambuco e Bahia. Pelo rio São Francisco, "ou pelo seu caminho, lhe
entram os gados de que se sustenta o grande povo que está nas minas. Da vila
de São Paulo e da cidade do Rio de Janeiro partem outras estradas para as
regiões mineiras: - a de São Paulo que vai até à serra de Itatiaia, donde se
divide em duas, uma para as minas do Ribeirão da Nossa Senhora do Carmo
e do Ouro Prêto, e outra para as do rio das Velhas; e a do Rio de Janeiro que
se estende às do rio das Velhas e de Cataguases.14 Achadas as minas de Cuiabá,
a população se concentra a princípio em suas cercanias, mas em 1736, deséoqre-se
o caminho por terra de Cuiabá ao Paraguai, encontrando-se em terras do Mato
Grosso o gado procedente do litoral brasileiro com o das missões jesuíticas do
Paraguai. Descobertas, por fim, as de Goiás e dada a situação geográfica da região, permitindo comunicar-se fàcilmente com os chapadões do Parnaíba, do São
Francisco e do Paraná, abrem-se logo picadas de penetração, por onde aflui o
gado não só de Minas, Bahia, Pernambuco, mas ainda do Piauí e Maranhão.
AGENOR DE MIRANDA, Estudos piauienses, p. 17.
ANTONIL, Cultura e opulência do Brasil, Parte III, cap. VII.
ANTONIL, op. cit., III Parte, cap. XIII.
H ANTONIL, op. cit., descreve o roteiro dos caminhos da Bahia, do Rio de Janeiro e de São
Paulo para as regiões das minas.
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14
cap. VII.
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469
Até dos campos de São Pedro do Sul vem êle em quantidade para as zonas de
mineração, estimulados os tropeiros pelos preços extraordinários que o gado ali
fàcilmente alcança.
8 "Na constância da derrama, - diz Capistrano de Abreu -, surgiram os
primeiros fenômenos da decadência da mineração". 15 Desenganada do ouro, procura a população outros meios de subsistência, entre os quais a criação do gado
vacum. Êste, que de comêço afluía do litoral para os sertões, passa a refluir dos
sertões para o litoral, para os entrepostos e grandes mercados de consumo. Multiplicam-se as fazendas de criação com a sua fisionomia :peculiar. Povoações inúmeras,- núcleos de vilas e cidades nascentes-, surgem nos passos dos rios e à
beira dos caminhos, nos pontos mais convinháveis ao repouso prolongado das
tropas, contribuindo, assim, o gado, de modo notável, para a antropogeografia
brasileira.
Feiras importantes vão-se estabelecendo na Bahia, em Minas Gerais, no Rio
de Janeiro, na Paraíba, no Maranhão, em São Paulo, onde brasileiros de tôdas
as latitudes e quadrantes, falando a mesma língua tendo os mesmos costumes
e professando a mesma fé, se entendem no trato de negócios comuns. Destarte,
o gado, fator econômico de grande relevância e fixador por excelência de populações constitui também elemento obscuro, mas valioso, da unidade nacional.
SEGUNDA PARTE
A entrada do gado no território do Rio
Grande do Sul; sua origem, procriação e expansão.
Vacaria do Mar e Var.aria dos Pinheiros.
Campos naturais. Sua modificação pela
ação do gado.
Preponderância inicial da atividade agrícola.
Primeiras estâncias. Abandono da agricultura e intensificação do povoamento na região pampeana. Predomínio da atividade pastoril.
Transformação da paisagem: Estâncias,
habitações, "rodeios", "mangueiras" e invernadas. Queima anual dos campos. Alimentação.
O regime carnívoro; sua importância como fator da saúde, da resistência física e (com a vida campeira) do caráter e tendências do povo.
Formação dos núcleos urbanos.
II
9Entre os grandes focos de irradiação de gado anteriormente referidos,
assume São Vicente especial atenção no que concerne ao copioso armentio que
mais tarde recobriria as estepes pampeanas e as coxilhas do altiplano do Rio
Grande do Sul. Era, então, o gado vicentino o melhor da Colônia. Segundo Gabriel Soares, cujo testemunho remonta a 1587, já naquele tempo havia em São
Vicente grande quantidade de vacas, "por se na terra darem melhor do que na
Espanha, onde as carnes são muito gordas e gostosas, e fazem vantagem às das
outras capitanias, por a terra ser mais fria", informando, mais, que algumas
destas capitanias, se foram prover de vacas na de São Vicente. 16 Abundando nos
mesmos conceitos, escreveria mais tarde Rocha Pita que a carne "por aquela
região é a mais saborosa e apetecida, e as reses tamanhas que as não igualam
as outras na grandeza e pêso". 17
Uma "ponta" dêsse gado de grande porte e pêso e carne saborosa foi levada
até Assunção, onde surgiu em 1555, depois da longa e acidentada marcha através dos impérvios sertões que então se interpunham da costa do mar ao Paraguai. De acôrdo com a decantada lenda que nos transmitiu Rui Gusman e a que
15
16
17
CAPISTRANO DE ABREU, op. Cit., p. 166.
GABRIEL SOARES DE SOUSA, op. cit, pp. 106
RocHA PITA, História da América Portuguêsa.
e
109.
BOLETIM GEOGRAFICO
470
Southey deu foros de cidade seriam sete vacas e um touro as reses confiadas ao
vaqueiro Gaete, "que llegó ~om elas a la Asuncion c~n ~rande tr~~ajo Y difícultad solo por el interés de una vacca, que se le senalo por salano, de onde
quedá en aquela tierra un provérbio que dice: Son mas caras que las vaccas de
Gaete. E dessas "sete vacas e un toro, acrescidos posteriormente da contribuição
peruana, ter-se-ia originado o gado que encheria os campos do Paraguai e inundaria mais tarde os da mesopotâmia Paraná-Uruguai e os da margem oriental
dêste último rio até à costa do Atlântico. Consoante, porém, · o demonstra o
emérito pesquisador sul-rio-grandense Aurélio Pôrto, não seriam sete vacas e um
touro apenas mas muito maior a quantidade de reses então levadas pelos irmãos
Góis e Gaete de São Vicente a Asspnção; tanto assim que, quatorze anos mais
tarde (em 1569) , quando os espanhóis chegam do Peru, com pequena tropa, já
encontram ali grande quantidade de gado originário de São Vicente. 18
10 - A êsse tempo, tôda a extrema meridional do Brasil, além da capitania de
Santo Amaro, achava-se inteiramente desprovida de gado. Gabriel Soares, cujo
Tratado Descritivo data de 1587, ao descrever a zona costeira ao sul daquela capitania, dá o testemunho de haver encontrado "terra de campinas", onde se
"criará" e "se dará" muito bem todo o gado "que lhe lançarem", vendo-se pelo
tempo dos verbos com que se expressa que até 1587 a ausência de gado vacum
era ali absoluta. É que as grandes florestas de araucárias que recobrem o Paraná
interceptaria a sua passagem para o sul. Efetivamente, só entre os anos de 1630
a 1634 penetram os primeiros bovinos no território do Rio Grande, através do alto
Uruguai, na região missioneira, e por obra dos jesuítas. Emílio Coni fixa a primeira entrada de gado nas Missões da margem oriental do Uruguai em 1620;
porém Caviglia Hijo, tendo em consideração que a primeira redução jesuítica na
aludida margem foi a de São Nicolau, fundada em 1626, e que o gado acompanhou sempre a entrada dos- padres e especialmente a · sua instalação definitiva
em determinado sítio, presume que tal entrada se teria verificado nesse ano. 10
Nem 1620, nem 1626, penso; mas somente depois de 1630. Em verdade, a "Anua"
dirigida em 1634 ao padre Diego de Boroa, assim descreve a situação das Reduções do Paraná e Uruguai em 1633: "São êstes índios pobres em extremo, pois
não têm para vestir-se mais do que quatro penas de pássaros, com que cobrem
e tapam o seu "empacho natural", e o mais rico e poderoso não tem mais que
um pelego de veado por vestido; e para seus sustentos a duras penas alcançam
quatro espigas de milho e quatro raízes com que passam sua vida miseràvelmente". 20 E as "Letras Anuas" de 1635, relativas ao ano de 1634, mostram que a
situação ainda não se havia modificado neste particular; sic: "No hay afio niguno
en que estes pobresitos naturales no padescan mil calamidades y desventuras de
hambre, frio, enfermedades, y mortandades de que abundan todas estas pobres
tierras. . . Solo estan solicitas del dia de oy, y enel acaban quanto topan, sin
darles pena lo que an de comer el dia de mafiana, fiados de su industria de
caçar, o pescar, en que tienen li brada toda sus esperanzas, que en esto ti~nen.
Y assi en este exercício gastan todo el afio entero, dando solos algunos dias al
cultibo de sus chacaras, dejando después todo el cuydado dellas a sus pobres mujeres que son las que siembran y cojen sus cosejas". 21
No empenho de remover tão precária situação, e, sobretudo, no de cong!egar
os silvícolas de modo a torná-los aptos a receber a catequese, uma soluçao se
impôs desde logo aos padres da Companhia - a do estabeleciment.o _de curra!s
de gado nas Reduções. Asseg~rando ?e modo :pen;nanente as proviso~s. de allmentacão evitavam a dispersao continua dos Indws na sua hda cotidiana de
caça e~ pe'sca, ao mesmo passo que se promovia a sua estabilida~e J?-a sede das
Reduções. Aurélio Pôrto fixou em 1634 a data de entrada do _pnmeiro ga~o na
região missioneira em número de 99 capeças para cada Reduçao, segundo Infere
da "Anua" dirigida ao provincial Diego de Boroa pelo padre Pedro Romero, em
3 de abril de 1636, tendo tido papel saliente na execução dessa tarefa o mesmo
Pedro Romero e o padrê Cristóvão de Mendoza. 22 Cumpre, todavia, observar que
Vide 'RoBERTO SIMONSEN, op. cit., vol. I, pp. 296 a 298.
B. CAVIGLIA RIJO, El origen e dijusion del bovino en nuestro
20
Biblioteca Nacional, Secção de Manuscritos, (1, 29, 7, 25).
21
Biblioteca Nacional; Secção de Manuscritos; (1, 29, 7, 48).
22
1l:sse documento, encontrado na Secção de Manuscritos da
31), acha-se transcrito, nesta parte, na História Econômica, de R.
18
19
·
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OGRAFICO
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élio Pôrto, não seriam sete vacas e um
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do "que lhe lançarem", vendo-se pelo
~ até 1587 a ausência de gado vacum
de araucárias que recobrem o Paraná
:fetivamente, só entre os anos de 1630
'ritório do Rio Grande, através do alto
dos jesuítas. Emílio Coni fixa a priargem oriental do Uruguai em 1620;
) que a primeira redução jesuítica na
iada em 1626, e que o gado acompa~ialmente a · sua instalação definitiva
;rada se teria verificado nesse ano . 10
epois de 1630. Em verdade, a "Anua"
assim descreve a situação das Reduêstes índios pobres em extremo, pois
penas de pássaros, com que cobrem
s rico e poderoso não tem mais que
~s sustentos a duras penas alcançam
Dm que passam sua vida miseràveltivas ao ano de 1634, mostram que a
~particular; sic: "No hay afio niguno
in mil calamidades y desventuras de
de que abundan todas estas pobres
y, y enel acaban quanto topan, sin
ma:fíana, fiados de su industria de
sus esperanzas, que en esto tienen.
entero, dando solos algunos dias al
o el cuydado
dellas a sus pobres mucosej as". 21
uação, e, sobretudo, no de congregar
eceber a catequese, uma solução se
- a do estabelecimento de currais
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29, 7, 25).
29, 7, 48) •
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mica, de R. SIMONSEN, VOl. I, p . 299.
TRANSCRIÇõES
471
naquele mesmo já se encontravam em São Nicolau algumas juntas de bois (de
quatro a seis em verdade), que auxiliam o transporte de :materiais para a construção da igreja dêsse povo, segundo verifica das citadas "Letras Anuas" de 1635.
11 Para promover o crescimento da criação, impuseram os missionários
de comêço a proibição de matar as vacas e com o decorrer do tempo estabeleceram vacarias em determinados sítios, de onde não se tirava r·ês alguma. Com
tais métodos e as boas pastagens o gado multiplicou-se ràpidamente. Pôsto que
possa parecer paradoxal, as primeiras incursões predatórias dos paulistas na
região das Reduções contribuíram decisivamente para a propagação, de modo
assombroso, do gado em tôda a margem oriental do Uruguai até à costa do mar
(as chamadas "vacarias do mar"). É que se, por um lado, vencidos por Antônio
Rapôso e sua gente em sucessivos e cruentos combates, que culminaram com o de
São Nicolau em 1638, os jesuítas e os índios que puderam escapar transpuseram,
espavoridos, o Uruguai e estabeleceram novas missões entre êsse rio e Paraná,
deixando dêste lado ao abandono muito gado, por outro lado os paulistas, atraídos depois pelas notícias de riquezas fabulosas nos sertões do país e no seu extremo oeste (Mato Grosso), desviaram de preferência as suas incursões para essa
parte, deixando em paz o Rio Grande do Sul. E só depois do ano de 1687 é que,
convencidos os jesuítas da tranqüilidade que então pairava sob a região das
antigas Reduções da margem oriental, se animaram a transpor de novo o Uruguai e fundam os famosos Sete Povos,- de São Nicolau, São Miguel, São Luís, São
Borja, São Lourenço, São João e Santo Angelo. De sorte que, pelo largo espaço
de cinqüenta anos, ficou o gado inteiramente livre, procriando, multiplicando-se
e avançando paulatinamente para leste e para o sul.
Expandindo-se a princípio pelos campos do vale do Jacuí e do seu principal
afluente da margem direita,- o Vacacaí, transporia depois o gado as coxilhas de
Santana, Serrilhada e Aceguá e penetraria afinal em pleno território da atual
República do Uruguai, onde D. Manuel Lôbo, ao ir fundar em 1680 a Colônia do
Sacramento, encontra magníficos exemplares na costa de Maldonado, chamando-lhe a atenção a sua quantidade, seu porte e' sua côr uniforme ("color oscuro") .23
A introdução do gado nos extensos campos da Vacaria, região do planalto,
só ocorre em princípios do século XVIII, ainda por obra dos jesuítas. O padre
Hernandez assim refere a ocorrência: "Registrado el territorio de las Reducciones,
se hallaron en la parte oriental, a distancia de más de 70 leguas de los pueblos
del Uruguay, unos dilatados campos aptos para el ganado, y rodeados .de espeso
bosque que los circundaba formando una faja de tres a cinco leguas de anchura.
Allá se introdujeron abriendo camino con gran trabajo, unas ochenta mil cabezas
de ganado recogidas de la antigua vaqueria y amansadas, resolviendo que no se
tocasen en ocho a:fíos, con lo qual, segundo la experiencia..habida en otras ocasiones, se calculaba que habian de llegar a quatrocentas o quinientas mil". 24 ·A essa
nova vacaria se denominou então dos "Pinheiros", em virtude dos grandes pinheirais que ali existem, e a antiga continuou conhecida naqueles tempos por
"vacaria do Mar".
12 Como é fácil de imaginar, todo êsse gado, em tanta quantidade, propagando-se pelos campos do Rio Grande do Sul, modificou-lhes sensivelmente o
. aspecto físico. As pastagens eram tão altas, cobrindo em alguns pontos um homem de pé. O diário de Pêro Lopes, descrevendo, ao penetrar êle em dezembro
de 1531 no rio Paraná, os campos adjacentes, aliás semelhantes aos do Uruguai e
do Rio Grande do Sul, assim se exprime: "Esta terra dos Carandins he alta ao
longo do rio; e no sartam (sertão) he toda chãa, coberta de feno, que cobre hum
homem". Com o decorrer, porém, do tempo, o pisotear pesado dos bovinos e a
estrumação contínua do solo alteraram as características físicas da região pampeana e das savanas do planalto. Passam agora a predominar os ricos pastos,
caracterizados pelo capim mimoso, o catingueiro, o capim flecha, o jaraguá, a
flechilha, o trevo e outras variedades.
2:1
JôNATAS RÊGO MoNTEIRO, A Colônia do Sacramento, vol. I, p. 45; AuRÉLIO PôRTO, no cit. Tratado de R. SrMONSEN, vol. I, p. 298. Vide ainda, sobre a expansão do gado missioneiro. Informaelon Juridica del derecho que tienen los indios guaranis alas baquerias de Uruguay, o mar.
(Bibl. Nacional, secção de manuscritos, 1, 29, 4 e 10) e "Informe sôbre o direito dos índios tapes
e guaranís do rio Uruguai às vacarias" (Bibl. Nacional, secção de manuscritos, 1, 29, 3, 102).
24
CAVIGLIA HIJO, op. cit., pp. 173 e 174. No mesmo sentido, O padre TESCHAUER, S. J. História
do Rio Grande do Sul, vol. II, cap. III.
BOLETIM GEOGRAFICO
472
TRA
Ulteriormente, a ação do homem, com a prática sistemática da queima dos
campos e com a disseminação das estâncias, contribuiu ainda mais para dar uma
nova fisionomia à terra, como se verá nos parágrafos a seguir. Por outro lado,
as excelentes condições agrostológicas e a abundância de gado, favorecidos pelo
clima, ao mesmo tempo que determinaram o gênero de vida em geral do povo,
forjaram-lhe as tendências e imprimiram o caráter essencial da civilização gaúcha. Evidenciam-se mais uma vez as relações existentes entre os fenômenos
geográficos e a atividade humana.
13 Tirante as estâncias dos jesuítas, por fim abandonadas, as primeiras se
fundaram nos primórdios do século XVIII foi para os lados de Viamão e Capivari. Por êsse tempo, Brito Peixoto, capitão-mor da vila de Laguna enviava ao
Rio Grande do Sul o seu genro João de Magalhães, com trinta homens, que
se foram estabelecendo, aqui e ali, pela zona litorânea. Realizada a penetração
pelo norte do então "Continente de São Pedro", urgia a abertura de uma via de
comunicação permanente, que assegurasse a posse dêsses domínios; e, em 1727,
Francisco de Sousa Faria, à testa de um regimento. iniciava a abertura do caminho que terminou três anos depois Cristóvão Pereira de Abreu. Por êsse
mesmo caminho é que afluía mais tarde para a região das minas o gado, cujo
"casco" saído um século antes da capitania de São Vicente e se multiplicando
no Paraguai, passava à margem oriental do Paraná, daí à margem oriental do
Uruguai, e, espraiando-se pelo Rio Grande, volvia novamente à região de origem,
completando-se assim a sua trajetória histórica.
De 1742 até fins do século XVIII encaminhava-se para o Rio Grande do
Sul a imigração açoriana, instalando-se a princípio em Viamão, em Pôrto Alegre (então Pôrto dos Casais), no Rio Grande e por fim fixando-se em vários
pontos da região oriental da capitania. Salvo o estabelecimento de algumas estâncias de gado nas proximidades das guardas e fortes que de longe em longe
guarneciam a fronteira contra as investidas do castelhano, o centro e a parte
ocidental do "Continente" jaziam semi-desertos. A população nova dedicava-se
de preferência à agricultura, tomando notável desenvolvimento a produção do
trigo, que constituía então a base da economia sul-riograndense. Em 1748 a colheita atingia a 220 299 alqueires; em 1787, a 106 791 alqueires e daí em diante
a produção crescia animadoramente. Colhido em quantidade muito superior às
exigências do consumo, o precioso grão passav a a ser exportado em grande escala. Em 1790 exportavam-se 73 044 alqueires; em 1791 107 298 alqueires e daí em
diante a exportação foi seguindo uma curva ascendente, culminando em 1813
com a cifra de 342 087 alqueires. Dêsse ano em diante a produção agrícola foi
diminuindo sensivelmente e as cifras de exportação decresceram na mesma
proporção. 25 O trigo, em 1823, caía em completo abandono e a população voltava-se para a criação do gado. A própria "Real Feitoria de Linho e Cânhamo"
(refletindo aliás c que acontecia em tôda a província) fôra transformada numa
grande fazenda de criação. E, assim, operava-se nessa época no Rio Grande do
Sul um curioso fenômeno de transição, caracterizado pela transformação de suas
fôrças econômicas, passando-se de um regime predominantemente agrícola para
uma fase quase exclusivamente pastoril.
Atribui-se à "ferrugem" a decadência da cultura do trigo; porém seria fácil
remover o mal, providenciando o poder público sôbre a importação de sementes
novas, de boa qualidade, para a sua conveniente distribuição. A causa devia ter
sido outra, pois o que acontecia com o trigo, observava-se em relação aos cereais
em geral e à própria farinha de mandioca, os quais passaram a ser importados
do Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Paraná e outros portos. 26 Realmente,
a causa era outra, e mais profunda e estendia as suas raízes à revolução de 1810,
no Prata.
14 Antes do movimento emancipacionista dos povos platinas no alvorecer
do século XIX, constituíam Buenos Aires e Montevidéu os grandes empórios
sul-americanos do comércio de produtos bovinos. As dificuldades da navegação
pela barra do Rio Grande e a superioridade do produto platina depreciavam de
tal sorte o produto riograndense que êste não poderia competir com aquêle no
comércio exterior da Capitania. O couro, sem lograr cotação, era aplicado na
25
Veja-se o meu "Retrospecto Econômico e Financeiro", na Revista do Arquivo Público do
Estado, ano de 1922.
126
Cit. "Retrospecto Econômico e Financeiro" . .
fatura de "surrões" para o acondic
desordens oriundas da insurreição
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AzARA, Memória Rural do Rio
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ALFREDO VARELA,
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gênero de vida em geral do povo,
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fim abandonadas, as primeiras se
1i para os lados de Viamão e Capimor da vila de Laguna enviava ao
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litorânea. Realizada a penetração
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posse dêsses domínios; e, em 1727,
imento, iniciava a abertura do castóvão Pereira de Abreu. Por êsse
a a região das minas o gado, cujo
de São Vicente e se multiplicando
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lvia novamente à região de origem,
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o estabelecimento de algumas esas e fortes que de longe em longe
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L lograr cotação, era aplicado na
liro", na Revista do Arquivo Público do
TRANSCRIÇõES
473
fatura de "surrões" para o acondicionamento do trigo. Em virtude, porém das
desordens oriundas da insurreição das colônias espanholas do Prata, acarretando
profundas perturbações nas suas relações dé comércio durante alguns anos operou-se o deslocamento do centro do comércio dos produtos bovinos para o pôrto
do Rio Grande, que passou a ser de alta importância para o Brasil. zr
A criação de gado tornava-se uma indústria altamente remuneradora e não
reclamava as canseiras e os cuidados da cultura do trigo. Como adverte o professor Josué de Castro, o cultivo do trigo é dos mais trabalhosos, exigindo uma
assistência contínua por parte do agricultor. Não é uma destas plantas que se
semeie e, algum tempo depois, se venha buscar o fruto maduro: é necessário
cuidá-lo todo o tempo e na fase da ceifa é preciso um grande número de braços,
para que o trabalho termine num certo período, porque o trigo não espera, e
basta uma mudança súbita do tempo, uma chuvarada imprevista para arruinar
tôda a colheita. 28 A criação do gado, a criação primária ou extensiva, ao contrário não requer quase trabalho e não exige senão o emprêgo de reduzido número de braços. Reunia--se à maravilha o útil ao agradável. Félix de Azara, cuja obra
data de 1801, e que observou de perto a vida campeira do Rio da Prata, informa
que para uma estância de dez mil cabeças de gado vacum, produzindo cêrca de29
três mil por ano, era suficiente o cuidado de um capataz e dez peões apenaS.
Os campos estavam em abandono e o gado não faltava, em abundância, em estado selvagem, ao alcance de todos: bastava apossarem-se de certa extensão de
campo, fundarem as estâncias e arrebanharem o gado que pudessem.
Examinando-se a "Sinopse das concessões de sesmarias", publicada nos primeiros volumes da Revista do Arquivo Público do Estado, pode-se acompanhar
pari passu o desenvolvimento do povoamento do Rio Grande do Sul para o oeste
e sudoeste, isto é, para a região das grandes extensões de pastos finos, onde se
apascentava em quantidade o gado selvagem. No fim do século XVIII achava-se
já relativamente povoada a região irrigada pelos rios das bacias das lagoas dos
Patos e Mirim: o Jacuí com os seus grandes tributários Vacacaí, Pardo e Taquari; o Guaíba com o Caí, Sinos e Gravataí; o Camaquã, o São Gonçalo, o Piratini. Na região do Vacacaí, pôsto que êsse rio tenha suas nascentes em São
Gabriel, não mui longe da fronteira, foram concedidas sesmarias em grande número entre os anos de 1790 e 1794, porque os povoadores que subiam o vale do
Jacuí prosseguiam sem esfôrço pelo seu grande afluente da margem direita, que
tem o seu curso em região mais ou menos plana e se presta em C(trtos trechos à
navegação de pequeno calado. A população da capitania, de 59 182 habitantes em
1803 ascendia a 79 137 em 1814.
·
Dêsse último ano em diante intensificava-se o povoamento da região da
fronteira, com as concessões, em massa de sesmarias sôbre as terras da bacia do
Ibicuí com os seus importantes afluentes Santa Maria, Toropi, Jaguari e Ibirapuitã, da bacia· do Quaraí e sôbre a costa do Uruguai até São Borja. Algumas
outras sesmarias eram concedidas na região do rio Negro. A população atinge
em 1822 à cifra de 106 196 habitantes. ao
15 - O :povoador, tomando posse do seu campo, instala a sua habitação, - o
rancho, sobre uma parte elevada, em geral, ao alto de uma coxilha de onde possa
descortinar os seus domínios, vigiar o seu gado e prevenir as freqü~ntes incursões
d.os .abi~eatários. As paredes do rancho são de "pau a pique", isto é de paus verticais fmcados na terra e em que se prendem varas horizontais tomadas as conjunturas com barro batido; as aberturas são tapadas com um c'ouro; a cobertura
é feita de uma gramínea sêca e comprida, o capim santafé, excelente isolante
que guarda -a frescura no interior durante os meses de canícula e protege ~
morador contra o rigoroso frio do inverno. Ao lado do rancho uma esnécie de
antessala, a ramada, "lugar de assistência cotidiana do monarca das coxilhas", na
expressão de Varela. 31 O homem constrói destarte a sua casa com os materiais
que encontra à mão. Próximo ao rancho levantam-se cercados feitos de estacas
e moirões de madeira para os currais ou mangueiras, onde por vêzes se encerra
parte do gado e se recolhem as vacas leiteiras. Com o decorrer do tem no vai
crescendo o arvoredo plantado aos fundos da casa.
zr
SAINT HILAIRE,
28
JOSUÉ DE CASTRO,
29
Voyage ao Rio Grande do Sul, cap. IV
Geografia Humana, p, 186.
AzARA, Memória Rural do Rio da Prata.
so
Cit. "Retrospecto Econômico e Financeiro".
31
ALFREDO VARELA,
História da Grande Evolução, vol. 1, p. 85.
Tl
BOLETIM GEOGRAFICO
474
Para apropriar-se do gado selvagem ou chimarrão e amansá-lo, o pioneiro
procede preliminarmente ao reconhecimento dos seus diferentes "paradeiros" e
depois o vai cercando, tangendo e repontando até sujeitá-lo a "rodeio", operação
essa que necessitava muitos dias de trabalho. A tarefa assaz se facilitava se êle
dispunha de um "sinuelo",- meia dúzia de reses mansas para servir de guia ao
gado chucro. O rodeio se estabelece geralmente num lugar elevado e o pisotear
contínuo e excessivo do gado sôbre êsse lugar, impedindo o crescimento da vegetação, acaba por formar nos campos certas "manchas" arredondadas, que caracterizam os locais onde se param os rodeios. Com a prática de encerrar o gado
nas mangueiras, ao ser êle sôlto vai ficando por mais tempo nas imediações da
casa, da qual em certas zonas também se aproxima em busca de sal. De sorte que a
freqüência do gado nesses pontos, pisando-os, estrumando-os e pastando continuamente, favorece sobremodo a formação de um tapête vegetativo sempre
fresco, macio e de viva côr verde e "tão quieto e convidativo em comparação ao
chão florido e rico em côres, mas sêco e de vegetação rala dos campos em derredor". (Lindmann) . Nesses prados mais ou menos extensos estabelecem-se potreiros e invernadas. Por outro lado, todos os· anos, depois de um certo período de
estiagem (geralmente no mês de julho), quando a vegetação já está dura e ressequida, pegam fogo nas pastagens para que se renovem e as coma tenra o gado;
e com essa prática reiterada, queimando-se sementes e perecendo as plantas mais
delicadas, vai-se modificando a vegetação do campo subarbustivo.
Destarte, por obra do gado e do homem em função do gado, opera-se uma
transformação importante no aspecto físico do solo e imprime-se à paisagem
uma fisionomia nova, característica das zonas de criação.
16 Se o couro passa a fornecer ao gaúcho quantidade tal de utilidades
que marcam época a que se pode denominar "idade de couro", o leite e a carne
fornecem-lhe o alimento, sobretudo a carne, que passa a constituir. a base por
excelência da nutrição do povo. E que o homem come em geral o que o meio
lhe fornece; e é através de sua alimentação que êle está mais fortemente ligado
ao seu quadro natural. 32 Ora, a carne fresca contém proteína de alto valor biológico, além de outros princípios essenciais à nutrição. O preconceito de sua nocividade caiu de moda, como o demonstram os exemplos dos esquimaus, nas zonas
glaciais, da tribo africana dos "masai" em plena zona equatorial e dos índios
das Montanhas Rochosas na América do Norte. 33 E exato que a carne, propriamente, embora rica em proteína e outros elementos, é pobre em vitaminas; mas
o gaúcho come também o rim, o fígado, os miolos, que contém as vitaminas A e B
e em menor quantidade a vitamina C. 34 A ancilostomíase ou verminose não causa
estragos na saúde do povo, porque o desfalque de ferro no organismo é perfeitamente compensado pelo gênero de alimentação: a carne fresca constitui um
dos alimentos mais ricos em ferro. Foi-se formando, assim, uma população sadia,
resistente, podendo-se dizer do gaúcho que êle vale o que come.
E, neste particular, bastante expressiva esta observação de Saint-Hilaire:
"Os habitantes desta capitania são originários de Açôres, tal como os de Santa
Catarina. Todavia uns e outros pouco se assemelham; os primeiros são grandes,
os outros são pequenos; aquêles são corpulentos, êsses são magros. Os catarinenses de tez amarelada, os riograndense são muito brancos e têm mais vivacidade de modos. . . Os primeiros alimentam-se quase somente de peixe e farinha
de mandioca, os outros comem carne, e algumas vêzes pão. Se a uma distância
tão pequena essa diferença de hábitos e de nutrição pode produzir tão grande
dessemelhança em homens saídos há tão pouco tempo de um mesmo país; compreende-se como é possível a uma mudança total de clima e nutrição e resultarem as sensíveis modificações que vão constituir as raças". 3õ E que é bem verdade, como assevera De Martonne, que as populações regionais refletem, em
vigor ou debilidade, as condicionantes ou possibilidades de seu ambiente.
Nota Capistrano de Abreu que a escassez de lenha obrigava o gaúcho a
comer a carne quase crua, apenas sapecada ao lume, produzido por gravetos ou
dejeções dos animais. Esta prática, todavia longe de prejudicial, trazia vantagem. O ideal da alimentação animal, consoante ensina o professor Escudero,
a2
aa
34
3õ
JosuÉ DE CASTRO, Geografia Humana, p. 71.
Vide Rui CouTINHO, Valor social da alimentação, p. 45; P. Escudero,
JosuÉ DE CASTRO, O problema da alimentação no Brasil, p. 92.
AuG. SAINT-HILAIRE, Voyage à Rio Grande do Sul, cap. II.
consistiria em seu consumo cru, ·
lização alimentar por motivos de:
a carne crua é de digestão três vê
assimilação. 86 O perigo da trans:
com que diminuísse, mesmo em t
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37
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Alimentação, cap. IX.
4.1
Vide CAPISTRANO DE ABREU, Op. <
AUGUSTO DE SAINT-HILAIRE, op.
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AUGUSTO DE SAINT-HILAIRE, lOC.
P. ESCUDERO, op. cit., cap. XII
Cel. SousA DocA, O sentido
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esta observação de Saint-Hilaire:
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p. 45; P. Escudero, Alimentação, cap. IX.
Brasil, p . 92.
cap. II.
TRANSCRIÇõES
475
consistiria em seu consumo cru, tendo sido abolida essa forma primitiva de utilização alimentar por motivos de higiene e de costume. No dizer de Carlos Richet,
a carne crua é de digestão três vêzes mais fácil e, no de Heger, é de muito melhor
assimilação. 86 O perigo da transmissão de doenças dos animais ao homem fêz
com que diminuísse, mesmo em terapêutica, o seu uso.
17 Se a quantidade e a qualidade do que se ingere influem sôbre o caráter,
o aspecto exterior, a vitalidade dos indivíduos e, portanto, sôbre os caracteres
distintivos da raça, pode-se afirmar que a abundância de carne, associada ao
gênero de vida, influiu poderosamente sôbre a constituição física, a formação
do caráter e as tendências em geral do sul-riograndense. Saint-Hilaire, que percorreu o Rio Grande do Sul nos anos de 1820 e 1821 e cujo testemunho é insuspeito, informa que lhe chamou a atenção, desde sua entrada no Rio Grande do
Sul, o ar de liberdade de todos que encontrav~, e· a destreza de seus gestos, livres
da languidez que caracterizava os habitantes do interior. "Seus movimentos têm
mais vivacidade e há menos afabilidade em suas maneiras. Em uma oalavra são mais homens". E acrescenta: "Os homens são bem conformados ê de agradável aparência. As mulheres têm belos olhos, são em geral bonitas, porém têm
pouca delicadeza nos traços e sáo faltas de graciosidade de modos. Entretanto,
repito serem de um modo geral infinitamente superiores às das capitanias centrais". 37 Nas proximidades do Xuí, o conspícuo naturalista encontrou "mulheres
cercadas das mais belas crianças". 88
A sua extraordinária resistência física e a vida perigosa das estâncias originam, sem dúvida, a tendência guerreira dos gaúchos. Além disso, vivendo, por
assim dizer, no meio de matadouros, vendo o sangue dos animais correr sem
cessar em redor dêles e se acostumando desde a infância ao espetáculo da morte
e dos sofrimentos, não é de estranhar tenham talvez menor sensibilidade que os
demais habitantes do país. São ainda de Saint-Hilaire as seguintes observações:
"Em geral os homens desta capitania são extremamente corajosos; contam-se
dêles milhares de feitos que demonstram a sua intrepidez. Estão sempre dispostos às mais árduas lutas, mas ao mesmo tempo é difícil sujeitá-los a uma disciplina regular. Para guerrear deixam, sem pesar algum, suas famílias, mas, após
a vitória, procuram retomar os lares. Nunca desertam pela cobardia, mas o fazem freqüentemente quando os deixam inativos". 39
Lê-se no livro de Escudero que a ingestão da carne, outrora preponderante
na alimentação dos antepassados argentinos, constitui o segrêdo do vigor tradicional daqueles homens aguerridos e valentes nos "entreveros" pequenos e grandes que precederam a Caseros. ro Pode-se, de igual modo, encontrar o segrêdo rlo
vigor, da resistência e da coragem dos homens que fizeram a epopéia dos Farrapos, sustentando a guerra durante dez anos contra todo o poder do Império. Na
campanha do Paraguai, o Rio Grande do Sul contribuiu com o maior contingente
(33 803 homens) e, para a guerra de Rosas, organizou Caxias um exército de
20 200 homens, dos quais mais de 15 000 eram sul-rio-grandenses. 41
18 Bem ao contrário do que seria lícito supor, a grande maioria das vilas e
cidades do Rio Grande do Sul não tira a sua origem da indústria pastoril, embora
ulteriormente não poucas viessem alcançar o seu desenvolvimento e importância
à custa da pecuária. Tendo sido, a princípio e durante largos anos, o Continente
de São Pedro, o grande teatro das campanhas cisplatinas, é natural que as primeiras povoações tenham tido sua origem nos presídios, fortes, guardas e acampamentos militares.
Rio Grande, a primeira capital, nasce com a fundação, por Silva Pais, do
primeiro presídio militar. A vila fronteira de São José do Norte surge com a
guarda ali estabelecida como sentinela avançada, depois da ocupação da vila do
Rio Grande por Pedro Ceballos; Rio Pardo e Santo Amaro eram primitivos depó~·
sitos de provisões do exército para cuja defesa se estabeleceram fortes e guardas;
Cachoeira nasce de um destacamento ali postado da guarda de Rio Pardo. Da
vila de Santo Antônio da Patrulha o próprio nome indica a origem. Santa Maria
36
37
88
39
40
4J.
Vide CAPISTRANO DE ABREU, op. cit., p. 228; P. ESCUDERO, Alimentação, caps XI e XII.
AUGUSTO DE SAINT-HILAIRE, op. Cit. caps. I e IV.
AUGUSTO DE SAINT-HILAIRE, Op. cit. Cap. V.
AUGUSTO DE SAINT-HILAIRE, loc. cit.
P. ESCUDERO, op. cit., cap. XII.
Cel. SousA DocA, O sentido brasileiro da revolução Farroupilha.
BOLETIM GEOGRAFICO
476
da Bôca do Monte surge com um acampamento militar e ainda hoje ali existe,
ao alto da cidade, a histórica rua do Acampamento. Casais de açoritas agricultores fundam Pôrto Alegre e Taquari. Bem conhecida é a origem de São Borj a,
São Luís Gonzaga, Santo ângelo e de outros núcleos de população da região missioneira. Em plena zona pastoril, Bajé e Alegrete nascem de antigos acampamentos militares; Jaguarão, antiga "Guarda da Lagoa", de um pôsto militar português ali estabelecido em fins do século XVIII. Uruguaiana é fundada por Domingos de Almeida, durante a revolução farroupilha, por motivos de ordem militar e
fiscal. Dom Pedrito consta ter-se originado do comércio de contrabando.
Como, entretanto, é natural e já o dissemos de passagem, a indústria pastoril imprime depois grande desenvolvimento a diversos núcleos urbanos da zona
de criação. Mesmo fora desta, a importante cidade do Rio Grande só começa
a florescer depois de 1810, com a insurreição dos povos do Prata, que determinou
o deslocamento do centro do comércio de carnes para êsse pôrto. Antes daquele
acontecimento histórico, não se viam ali senão palhoças. 42 E, sem dúvida, tomará um novo surto quando, mercê de uma rêde racional de ferrovias e rodovias,
encaminhar-se definitivamente para o pôrto do Rio Grande a produção bovina
do oeste e sudoeste do estado, que é desviada presentemente para o de Montevidéu, donde é então exportada.
Relativamente poucos os núcleos de população originários propriamente da
criação do gado. Viamão, a segunda capital, forma-se em virtude da concentração das primeiras estâncias estabelecidas no "Continente de São Pedro". Pedras
Brancas era o ponto de repouso necessário das tropas que da campanha deman ...
davam Pôrto Alegre. Da exploração do gado surgem ainda Vacaria, Bom Jesus,
Rosário, Conceição do Arroio (hoje Osório) . São Gabriel, onde Félix de Azara
fundara primitivamente uma povoação com colonos espanhóis, depois dispersados, foi o local escolhido pelos estancieiros da região para o novo povoado, onde
erigiram um templo. Pelotas, em cujo rincão se estabeleceram, a princípio, alguns criadores e agricultores, inaugura, por iniciativa de um cearense, José Pinto
Martins, a: indústria saladeril, que congregou os habitantes e lhe deu vida, riqueza e opulência. 48
I
AuG. SAINT-HILAIRE, op. cit. cap. IV.
Sôbr eesta matéria há muito a pesqutsar. Merecem referência um ensaio de DE PARANHOS
ANTUNES, "Origens dos primeiros núcleos urbanos no Rio Grande do Sul", inserto no vol. nr
dos Anais do II Congresso de História e Geografia do Rio Grande do Sul, e os dados esparsos
que se encontram no Dicionário Geográfico, Histórico e Estatístico do Rio Grande do Sul, de
ANTÔNIO DE FARIA.
42
43
Contribuição
à Ciência Geográfica
Cidades que .
Em geral, tôda cidade tem seu
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RAFICO
ento militar e ainda hoje ali existe,
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núcleos de população da região misrete nascem de antigos acampamenLagoa", de um pôsto militar portu. Uruguaiana é fundada por Dominilha, por motivos de ordem militar e
io comércio de contrabando.
~mos de passagem, a indústria pas1 a diversos núcleos urbanos da zona
e cidade do Rio Grande só começa
dos povos do Prata, que determinou
1rnes para êsse pôrto. Antes daquele
(não palhoças. 42 E, sem dúvida, torêde racional de ferrovias e rodovias,
do Rio Grande a produção bovina
da presentemente para o de Monte-
mlação originários propriamente da
forma-se em virtude da concentra"Continente de São Pedro". Pedras
as tropas que da campanha deman ...
> surgem ainda Vacaria, Bom Jesus,
. São Gabriel. onde Félix de Azara
colonos espanhóis, depois dispersaa região para o novo povoado, onde
o se estabeleceram, a princípio, alniciativa de um cearense, José Pinto
os habitantes e lhe deu vida, rique-
ICem referência um ensaio de DE PARANHOS
1 Rio Grande do Sul", inserto no vol. III
> Rio Grande do Sul, e os dados esparsos
p e Estatístico do Rio Grande do Sul, de
Contribuição
à Ciência Geográfica
Cidades que Jamais Fora·m Vilas ·
J. C.
PEDRO GRANDE
Em geral, ·tôda cidade tem seu início em um povoado que pode ter surgido
dentro de um lapso de tempo relativamente curto, mas tamb~m pode ter tido
crescimento moroso.
Com suficiente desenvolvimento quanto a casas e habitantes. é o povoado
suscetível de ser elevado à categoria de vila, sede, portanto de um distrito. A
vila, por sua vez, estará habilitada a receber o título de c.idade, logo que tenha
moradias e população em número suficiente, tornando-se assim o centro administrativo de um município.
Entretanto, há pelo mundo afora e também no Brasil um considerável número de cidades que, por motivos vários, não tiveram que passar por todos êsses
'
estágios.
Algumas poucas tiveram a sua edificação planejada. Trata-se sempre de capitais de países, estados ou províncias, cuja construção tiver sido deliberada e
cujos promotores dispõem dos recursos financeiros para os dispêndios com a escolha do sítio e o plano. Citaremos para exemplo, algumas cidades das quais
temos notícia de terem surgido de um plano elaborado.
Filadélfia, a capital do estado de Pensilvânia e ex-capital dos Estados
Unidos, e situada com a sua mais antiga parte entre os rios Delaware e Schuylkill,
foi planejada em 1682 por William Penn e desenvolveu-se para uma cidade de
mais de dois milhões de habitantes.
Temos, em ordem cronológica, São Petersburgo, mais tarde Petrogrado e finalmente Leningrado, ex-capital da Rússia européia. Foi mandada construir em
1703, pelo tzar Pedro o Grande, em obediência ao plana, traçado. Êsse imperador
russo fêz prevalecer na sua escolha do sítio da capital planejada apenas a proximidade da Europa ocidental, e a saída, então a única que seu império possuía,
para o mar Báltico. Não deu importância à pouca propriedade do sítio para uma
capital, porque é terreno baixo, em boa parte pantanoso, ·e sujeito a enchentes
de efeito desastroso quando as borrascas do Báltico forçam as águas dêsse mar
pelo rio Neva acima, destacando as águas dêste. Temos aí um frisante exemplo
da criação, de uma cidade obedecendo a um capricho de potentado ... E mesmo
assim, a Leningrado de hoje abriga perto de cinco milhões de habitantes.
Nem a industriosa cidade de Filadélfia, que servira de primeira capital dos
Estados Unidos e muito menos a bulhenta Nova York noderia continuar a
servir de sede para o govêrno americano . Foi por isso que ã nova República estadunidense resolveu construir a sua própria capital. Muitas cidades porfiaram
para ter a honra de abrigar a capital do país, mas a escolha recaiu sôbre o local
onde hoje existe Washington, à margem do rio Potomaque, construída de acôrdo
com o plano elaborado pelo engenheiro francês major Pierre Charles· L'Enfant
e inaugurada em 1800. E temos aí Washington, menos rica em belezas naturais,
mas criadas pela arquitetura e grandiosidade, a cidade que com os seus mais de
oitocentos mil habitantes ultrapassou muito as previsões de cem mil dos seus
planej adores.
Deixando a cidade de Buenos Aires de ser a capital da província do mesmo
nome, para ser exclusivamente a da República Argentina, foi necessário dar
outra sede à província assim tornada acéfala. Projetou-se para isso, tomando
o exemplo da cidade de Washington, e construiu-se, em 1882, uma cidade moderna que recebeu o nome de La Plata, e situada a 8 quilômetros, ao sul da margem do rio Prata. Amplas e extensas avenidas, ao longo das quais as edíficações
BOLETIM GEOGRAFICO
478
parecem pequeninas, distinguem a cidade que possui hoje cêrca de 280 000 habitantes, e teve há pouco seu nome mudado para Eva Perón.
Temos a de cidades estrangeiras, por fim Canberra, pronuncie "Quenbra"
capital da União Australiana. Sydney e Melbourne, ambas cidades populosas na
confederação australiana, rivalizavam por ser a capital do país. Por essa razão,
resolveu o govêrno da Austrália construir a sua sede própria, visto que as duas
cidades referidas eram capitais de estados. Os passos empreendidos para êsse
fim consumiram mais de um quarto de século, porque sómente em 1925 foi
inaugurada Canberra, às margens do rio Monlonglo, e construída obedecendo ao
projeto de Walter Burley Griffin, de Chicago, que foi escolhido entre 126 projetos
chegados de tôda parte do mundo. Canberra tem uma bela situação em um
anfiteatro de colinas cobertas de mato e a uma altitude de cêrca de 600 metros
e a perto de 160 quilômetros do mar. A sua população é pequena, menos de oito
mil. Vê-se que o australiano é muito comodista. Plantar-se no interior deixando
o confôrto de cidades como Sydney, com mais de 1 500 000 ou Melbo~rne, com
perto de 1 300 00 habitantes, francamente é. duro . . . Só por castigo ...
Petrópolis, a bela cidade serrana, apesar de dever o seu início ao imperador
Pedro I, não pode fazer parte da lista de cidades planejadas. Ao menos não sabemos de um plano especialmente elaborado para a sua edificação quando foi
fundada.
No entanto, ocorre-nos citar três exemplos de cidades planejadas, no Brasil.
A primeira delas, em ordem cronológica, é Teresina, a mais jovem cidade
~centenária, pois foi edificada em 1852, segundo o plano do conselheiro Saraiva,
para ser a sede do govêrno provincial do Piauí, substituindo Oeiras, pequena cidade à margem do riacho da Mocha, de curso intermitente. O desenvolvimento
do seu tráfego urbano demonstra a insuficiência da largura de suas ruas, defÊüto
que nem sempre é fácil remediar, máxime no centro, densamente edificado.
·Vem, a seguir Belo Horizonte, à margem do ribeirão Arrudas, edificada
segundo o projeto do engenheiro patrício Aarão Reis e inaugurada em 1897. Situada em posição mais central no estado de Minas, foi substituir como sede do
govêrno mineiro a velha Ouro Prêto. com as suas ruas de forte rampa e de topografia difícil de permitir sua expansão.
A última e mais moderna das cidades planejadas, no país é Goiânia, moderna
capital do estado de Goiás, à margem direita do rio Meia Ponte. A sua
parte central foi planejada pelo engenheiro Atílio Correia Lima; colaboraram
em seguida os engenheiros da firma Coimbra Bueno Ltda., principalmente na
execução do projeto. Ao engenheiro Werner Sonnenberger coube projetar a parte
sul da novel cidade que teve mais outras ampliações, tôdas projetadas. Goiânia,
com os seus 40 000 habitantes hoje, é uma idéia vitoriosa; uma capital nova para
um estado de brilhante porvir.
Não se esgotou com os três exemplos acima o rol das cidades brasileiras que
tiveram a sua edificação planejada. Pois lembramo-nos de ter visto os planos
das atuais cidades Londrina, Apucarana, Cambé, Arapongas, Faxina!, Mandaguari, e Rolândia, elaborados pela Companhia Colonizadora do Narte üo Paraná.
Por certo haverá mais algumas que não mencionamos porque não nos foi dado
saber.
~
:tste "Boletim" não faz publicidade remunerada, entretanto registará
ou comentará as contribuições sôbre geografia ou de interêsse geográfico que sejam
enviadas ao Conselho Nacional de Geografia, concorrendo dêsse modo para mais ampla
difusão da bibliografia referente à geografia brasileira.
AOS EDITõRES:
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Sôbre êsse importante e
encaminhou à Mesa da Câm~
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escritor fecundo e iluminado,
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da efetivação.
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tornar-se-á um grande reino
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concorrendo dêsse modo para mais ampla
brasileira.
O Reflorestamento do País
Deputado WANDERLEY JÚNIOR
Sôbre êsse importante e atual problema o senhor deputado Wanderley Júnior
encaminhou à Mesa da Câmara dos Deputados o presente pronunciamento, que
transcrevemos do Jornal do Comércio, edição de 27-7-53:
"Na minha mocidade estudantil fui um fascinado dos livros de· Júlio Verne,
escritor fecundo e iluminado, quase um adivinho que previu, como se contemporâneo fôsse, as descobertas que só vários lustros mais tarde surpreenderiam o
mundo, quer no mar, penetrando profundos abismos, quer no ar e mesmo em
incursão à lua, tentativa sôbre que os cientistas de hoje se desgastam em busca
da efetivação.
Sonho ou fantasia , diriam os seus coevos, mas o tempo consagrá-lo-ia oráculo em relação às lucubrações de sua época .
Em "Cinco Semanas em Balão", aos imaginosos vôos sôbre a v~stidão da
Africa, profetiza, nestas palavras: "Talvez aqui estacionem os povos futuros, se
a Europa se exaurir e não puder alimentar os seus habitantes".
Detêm-se nos quatro mil anos do Continente Asiático, "primeira mãe do
mundo", gerando a esterilidade, impondo a migração para a Europa ubérrima, e
esta, a seguir, em caminho da exaustão. E surge a América no fascínio da sua
fecundidade magnífica. Mas, ao Novo Mundo, há de também marcar o rasto ressecante do cavalo de Atila. "E envelhecerá, acentua em previdência impressiva,
porque as suas florestas virgens hão de ser recortadas pelo machado dos industriais, o seu terreno há de enfraquecer-se à custa de muito produzir: e onde se
faziam duas colheitas por ano, só uma e escassa logrará. A Africa abrirá então
às novas raças os seios refertos de tesouros acumulados em séculos. Êstes climas,
hoje fatais para o estrangeiro, hão de depurar-se pelos arroteamentos e drenagens; as águas dispersas se reunirão num leito comum constituindo uma artéria
navegável. E o território sôbre que pairamos, mais fértil e rico que os demais,
tornar-se-á um grande reino, onde se farão descobertas ainda mais assombrosas
que as do vapor e da eletricidade".
·
Júlio Verne evidenciou a razão do empobrecimento do continente asiático e
conseqüente emigração do seu povo . Sem floresta, o solo desnudado e exaurido,
pedras onde existiram searas, clima alterado, desfeito o regime das águas, ora
diminuídas ou quase extintas, ventos desordenados ou imprevistos, enchentes destruidoras, enfermidades que sucedem ao desaparecimento das matas, os seus
habitantes e a sua fauna foram emigrando ou se extinguindo.
Os que emigraram encheram o território europeu, então coberto de florestas,
de rios transbordando humo, em um ambiente climático suave e acolhedor.
Mas, senhores deputados, o desdobrar dos anos e a inconsciência das devastações das matas foram exaurindo, estiolando, esgotando a nova terra, numa.
extinção vagarosa mas fatal de sua vitalidade. E os povos em busca da vida e da
fartura encaminharam-se para os vales dadivosos da América, com os mesmos
hábitos e amesma ferocidade destruidora das florestas. E a América está sofrendo .... E mais se agravarão seus padecimentos se nos conservarmos inertes
ao imperativo de sobrevivência da vitalidade do seu solo.
Depois de um longo período de indiferença, os Estados Unidos reagiram, lutando tenazmente pelo reflorestamento, sendo que, hoje em dia, o crescimento
de novas essências quase que é igual ao corte de suas madeiras. De 1909 a 1918
o esgotamento das florestas daquele país do Norte - diante do crescimento de
menos de duzentos milhões de metros cúbicos - andava por mais de setecentos
milhões! De 1925 a 1929, o esgotamento caía a pouco mais de quatrocentos mi-
CONTRIB
480
BOLETIM GEOGRAFICO
lhões de metros cúbicos e o crescimento ia para cêrca de duzentos e cinqüenta
milhões; em 1936 o crescimento subia para mais de trezentos milhões, o esgotamento chegava a poucos milhões mais, e em 1944 esgotamento e crescimento se
aproximavam. É que os Estados Unidos, no zêlo às suas florestas, à conservação
das suas águas, do seu clima, e, enfim, da defesa do seu território, diminuíram a
extração de suas madeiras, embora o consumo delas aumentasse, suprido pela
importação e providências saneadoras defensivas, permitindo que se fizesse apenas a derrubada na proporção do reflorestamento e da recuperação natural, tendo
em vista ainda os incêndios e as devastações de doenças, insetos e outras causas.
Aqui trago um gráfico* que mostra o trabalho de recuperação do solo estadunidense. Foi elaborado pelo Sr. William Alfredo Maya, ilustre chefe da Divisão
de Cadastro e Estatística do Instituto Nacional do Pinho - após uma excursão
realizada a vários países do mundo, em estudo dos mercados madeireiros.
Pedi-lhe, por ocasião da sua partida para o Congresso Internacional de Estatística, em Nova Delhi, na índia, que ao passar pelos países madeireiros co-,
lhesse, quanto possível, a legislação e as conclusões de estudos sôbre reflorestamento. A devastação das nossas terras já me vinha preocupando profundamente. Várias consultas andei fazendo e cheguei até a recorrer à velha experiência
do ilustrado agrônomo, Sr. William Coelho de Sousa, para um anteprojeto de
defesa das nossas florestas e, conseqüentemente, também, de salutar influência
sôbre o clima, a higiene pública e a produção. Eis que o chefe da Divisão de Cadastro e Estatística do Instituto Nacional do Pinho, além do bom desempenho de
sua missão de estudos do comércio madeireiro, enriqueceu o seu esplêndido relatório - digno de ser di'\fulgado amplamente no país - com observações impressionantes sôbre a devastação das florestas e sua recuperação artificial.
O trabalho notável de reflorestamento que se realiza no Japão: em 1946 o
plantio somava cêrca de cem mil hectares; e até 1948, ascendeu mais cinqüenta
mil hectares. Entretanto, dêste último ano até 1950, o aumento foi mais expressivo, subindo a mais de trezentos mil hectares.
Impulsionado por um espírito argutamente pesquisador, o nosso compatrício
visitou, em companhia de altos funcionários do govêrno jaoonês, as florestas e
os viveiros de Kyushu.
Há quatrocentos anos, os nipônicos reflorestam as suas terras e só durante
a guerra, a derrubada excedeu três vêzes mais. O mal cessou e hoje, aquêle país é
um exemplo de atividade na recuperação florestal. O Japão é dividido em seis
regiões florestais e estas, por sua vez, divididas em quarenta e cinco prefeituras,
que são subdivididas em distritos, com várias administrações. Os japonêses só
cortam árvores que tenham concluído determinado ciclo biológico, e o fazem por
meio de pessoal, autorizado pelo govêrno, que tem ainda a incumbência de efetuar a sua venda por preços razoáveis aos serradores e fábricas de beneficiamento.
As prefeituras florestais estudam: a) a geologia do terreno; b) os dados climáticos da região; c) os tipos de florestas e ervas daninhas; e) as precipitações
pluviais; f) adaptação de cada espécie a cada zona, de acôrdo com as condições
ecológicas.
Nas Filipinas as reservas florestais, que pertencem na quase totalidade ao
govêrno, são exploradas com um limite autorizaqo por lei, de 1,5% da reserva
existente, mas nem êsse limite é atingido. A licença estabelece quais as árvores
a serem abatidas, agrupando-as por diâmetros e essências. O mínimo do diâmetro é de 12 polegadas. Com essa medida oficial, aquela República e~tá executando
ato de defesa das suas terras, e do bem-estar das gerações futuras.
No ano passado, houve na Austrália uma Conferência que recomendou o inventário dos recursos florestais e do seu potencial de crescimento. Desde aí, uma
política nacional florestal, considerada urgente, vem sendo estudada.
Há em todos os países um movimento de alto interêsse quanto à conservação
das florestas .
·
Em Cuba existe uma série de leis protetoras e incentivadoras da produção
florestal, entre as quais a que se refere ao corte da madeira conhecida pelo nome
de "yana", que é considerada de grande utilidade para a fabricação do carvão,
como outras que regulam a preservação dos mananciais e das reservas florestais.
* í:ste gráfico juntamente com o trabalho do Sr.
o número 118 dêste Boletim.
WILLIAM ALFREDO MAIA
será publicado em
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dados históricos com que
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vou fazer: "A Arábia, hoje
florestas. Argélia, Tunísia!
assim como intensa fertil
Assíria, havia luxuriantes
de Cristo. Hoje. desertos.
nha, que, em 1680, depois
miséria, que reduziram a 5
foram rios caudalosos e n
Há, entretanto, a anil
dá ... " e o reflorestamento
tência humana. E daí sab
sáfara, após o reflorestan
chuvas apareceram, a ver<
E Coelho Neto. no seu
"De que modo havemos de
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pergunta e responde: "pela
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CONTRIBUIÇÃO
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o zêlo às suas florestas, à conservação
defesa do seu território, diminuíram a
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es de doenças, insetos e outras causas.
t'abalho de recuperação do solo estaduLlfredo Maya, ilustre chefe da Divisão
iional do Pinho - após uma excursão
iudo dos mercados madeireiros.
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onclusões de estudos sôbre reflorestame vinha preocupando profundamenuei até a recorrer à velha experiência
o de Sousa, para um anteprojeto de
mente, também, de salutar influência
!ão. Eis que o chefe da Divisão de Calo Pinho, além do bom desempenho de
teiro, enriqueceu o seu esplêndido re1e nte no país - com observações im·tas e sua recuperação artificial.
que se realiza no Japão: em 1946 o
e até 1948, ascendeu mais cinqüenta
té 1950, o aumento foi mais expressis.
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os do govêrno japonês, as florestas e
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~is. O mal cessou e hoje, aquêle país é
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rias administrações. Os j aponêses só
iminado ciclo biológico, e o fazem por
[ue tem ainda a incumbência de eferradores e fábricas de beneficiamento.
geologia do terreno; b) os dados clie ervas daninhas; e) as precipitações
da zona, de acôrdo com as condições
te pertencem na quase totalidade ao
ttorizado por lei, de 1,5% da reserva
A licença estabelece quais as árvores
ros e essências. O mínimo do diâmeial, aquela República está executando
ar das gerações futuras.
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ente, vem sendo estudada.
e alto interêsse quanto à conservação
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orte da madeira conhecida pelo nome
~ilidade para a fabricação do carvão,
mananciais e das reservas florestais.
Ir.
WILLIAM ALFREDO MAIA
será publicado em
A
CI~NCIA
GEOGRAFICA
481
Há ali proibição absoluta de cortes nos montes altos do Estado ou de particulares
e o reflorestamento obrigatório às margens dos rios.
Nos dias correntes a utilidade das florestas é um axioma, uma verdade que
ninguém mais contesta. A História está aí a nos transmitir a lição dos tempos.
Coelho Neto, escritor que o Brasil reverencia, num constante preito à sua
memória, em defesa da floresta, nesta Casa do Parlamento, em memorável oração, evocou o passado dos outros povos que desapareceram com a extinção das
suas matas. O seu discurso é de 1911, guardando um vigor de atualidade. Velhas
nações, embaladas por berços férteis, alastradas de searas magníficas, vivendo
n~ fartura a que ficaram reduzidas com a derrubada das matas? Terra estéril,
vasta solidão!
Do alto do Monte Sinai, Moisés vê a Terra da Promissão para onde encaminhou o seu povo, que viveu, no tempo de Davi, em meio de fontes, rios e lagos,
em fartura, solo fertilíssimo que se encobria de palmeiras, oliveiras, vinhas, trigais~ centeio a terra de Canaã! Com a morte das florestas, relata-nos a história contemporânea - e Lamartine observa - a Terra da Promissão passou a
ser terra morta, desoladora pobreza, rios de águas barrentas, escassas. . . tudo
pedra, chão calcinado, uma e outra árvore retorcida como fantasma do passado.
Assim mesmo, o que vemos? Sob a reconquista do povo de Israel a velha terra
se revigora, na recuperação inteligente do chão árido.
É o exemplo salvador; é a luta da sobrevivência dos países, das regiões, dos
povos e da fauna em geral.
O reflorestamento é a ressurreição!
Felix Regnault, citado por Melo Noguéira, procurou provar com informações
históricas que a devastaÇão das florestas é a causa da decadência dos povos, pelas
catástrofes decorrentes. Demócrito, filósofo que viveu séculos antes de Cristo,
observara que nas regiões cobertas· de matas as águas não diminuíram, nem eram
sujeitas a enchentes violentas. Combateram derrubadas de matas, Teofrates, Séneca, Leonardo da Vinci, nomes ilustres que os séculos conservam. E poderíamos
arrolar, do passado longínquo até o presente, os mais renomados cientistas, num
mesmo protesto contra as devastações florestais.
A Grécia, no seu tempo áureo, defendeu as suas florestas com a religião e enquanto os seus deuses habitavam os espessos bosques, as suas florestas, as margens dos rios, a velha e gloriosa Hélade rôra terra feliz e dadivosa. Mas quando '
as potestades foram abandonadas ela caiu em decadência, tornando-se um chão
sêco e pobre. Roma defendeu-se com a lei, integrando no domínio público as
florestas. As leis afrouxaram e a decadência dominou e o homem inaugurou a
devastação. . . e o perecimento das regiões ferazes.
E Melo Nogueira, no Anuário Brasileiro de Economia Florestal do Instituto
Nacional do Pinho, revive em síntese, como êle próprio o diz, os argumentos e
dados históricos com que Félix Régnault, através de revista francesa, impressionara os seus compatrícios, há muitas décadas, na demonstração de que a devastação das florestas é a decadência. E são dessa publicação as citações que
vou fazer: "A Arábia, hoje um vasto deserto foi terra boa e produtiva, com rios e
florestas. Argélia, Tunísia, Pérsia, já tiveram grandes florestas e muitas águas,
assim como intensa fertilidade. E hoje? Perto de Nínive, a antiga capital da
Assíria, havia luxuriantes florestas onde se caçavam elefantes, 17 séculos antes
de Cristo. Hoje. desertos. Sardenha foi rica em florestas, assim como a Espanha, que, em 1680, depois de devastada furiosamente, teve a sua era de fome e
miséria, que reduziram a 50% a população de Madri. Os rios Ebro e Guadalquivir
foram rios caudalosos e navegáveis ... "
Há, entretanto, a animar aos que hoje vivem, a certeza de que "plantando
dá ... " e o reflorestamento, uma contingência de legítima defesa da própria existência humana. E daí saber-se que n,a ilha de Santa Helena, considerada inútil,
sáfara, após o reflorestamento talvez iniciado com o cativeiro de Na~leão, as
chuvas apareceram, a verdura cobriu o solo.
E Coelho Neto. no seu memorável discurso em defesa das florestas, indaga:
"De que modo havemos de reparar o mal feito, redimindo-nos da culpa do passado?" E responde: "Restituindo à terra o que lhe usurpamos". - "Como?" pergunta e responde: "pelo replantio". E justifica: "Salústio na Guerra de Jugurta
descreve a Numídia como uma região sáfara, calcinada de sóis, dessombrada,
adusta, onde a vida era um suplício, tanto para o homem, como para os animais.
482
BOLETIM GEOGRAFICO
CONTRIBU
/
"Os romanos chegando a tal caminho resolveram torná-lo suportável e
como bons conhecedores das leis agrárias, logo despindo armas, entregaram-se a~
trabalho arval, plantando no vasto campo arenoso milhares de oliveiras". E prossegue: "A árvore de Palas tornou o páramo em hôrto, fêz do deserto um eito aceitoso e águas logo abrolharam, refrescando a antiga adustão e onde reinava o
silêncio triste ressoaram gorgeios, responderam vozes de animais sociáveis houve
flores e frutos e cresceram cidades".
·
'
Mas os árabes passaram a rédeas sôltas e as oliveiras morreram sob as patas
dos ginetes árdegos: "as ruínas das cidades remem oram melancàlicamente um
fastígio efêmero".
É ainda do manancial do grande escritor brasileiro que retiro o trecho da
lav:ct de José Bonifácio, o Patriarca, da "Memória sôbre a Escravatura no Brasil".
Diz êle:
"As nossas matas, preciosas em madeiras de construção civil e náutica, estão
sentlo destruídas pelo machado assassino e pelas chamas devastadoras da ignorância. Os cumes das nossas serras, fonte perene de umidade e fertilidade para
as terras baixas, e de circulação elétrica, estão sendo escalvadas pelos ardentes
estios do nosso clima. Precisamos conservar como herança sagrada para a nossa
posteridade as antigas florestas virgens, que pela sua vastidão e frondosidade,
caracterizavam o nosso belo país.
A natureza fêz tudo a nosso favor; nós, porém, pouco ou _nada temos feito
a favor da natureza. As nossas terras estão êrmas; nossas preciosas matas vão
desaparecendo, vítimas do fogo e do machado destruidor, da ignorância e do
egoísmo; nossos montes e encostas vão-se escalvando diàriamente e, com o andar
do tempo, faltarão as chuvas fecundantes, que favorecem a vegetação e alimentam as nossas fontes e rios, sem o que, nosso belo Brasil, em menos de dois séculos·,
ficará reduzido a desertos áridos da Líbia. Virá, então, êsse dia terrível e fatal,
em que a ultrajada natu:r:eza se ache vingada de tantos erros cometidos".
Palavras do ilustre e imortal Patriarca, numa demonstração de notável amor
ao solo pátrio e à nação brasileira, sentindo já em sua época, os prenúncios de
uma infelicidade nacional com a derrubada de suas matas.
Estamos dentro de um dilema: Reflorestamos o Brasil ou marcharemos para
a miséria, para o deserto, para a ruína.
E como levantar um dique que v ha amparar as nossas matas das incursões érescentes dos seus derrubadores?
Temos um Código Florestal. Se não é excelente encerra medidas urgentes e
indispensáveis à defesa das nossas matas. Mas, êsse Código está apenas escrito
em folhetos porque o que está em sua essência, no que é urgente, indispensável no
que é salvação do regime das nossas águas, do nosso clima, da nossa fertilidade,
da nossa própria vida através das futuras gerações, essa parte ninguém cumpriu,
ninguém lhe cuida e os morros despem-se de suas matas, as queimadas criminosas
se repetem diàriamente, os rios baixam as suas águas, ou transbordam às vêzes
em enchentes violentas e arrasadoras, as erosões continuam.
· Pobre Pátria essa nossa em que tudo a empurra para o desfiladeiro do mal
- a ganância dos homens e a falta de estadistas e de executores de leis e planos
que a experiência dos velhos povos aconselha como normas científicas.
O Nordeste Brasileiro, onde patrícios nossos se debatem com a miséria e inúmeros males de que a sêca é a causadora, deve levar nosso pensamento a indagar
porque é que existe a sêca naquela região? E a história nos responde: terra descoberta com preciosas madeiras, objeto da ganância comercial e da cobiça dos
reis que viam nesse comércio a possibilidade de enriquecer o erário da côrte, que
reservavam o pau-brasil e outras madeiras até nas doações e forais de capitanias, com pena de degrêdo perpétuo, para a ilha de São Tomé, para os infratores.
Os barcos veleiros em grande número singravam o oceano em busca do achado
precioso; excursões legítimas e outras, num verdadeiro contrabando, de várias
nacionalidades. A verdade é que as florestas daquelas terras do Nordeste, mais
próximas do continente europeu, foram sendo devastadas, século após século.
Tão grande era o comércio de pau brasil, tal era a atenção do povo de além-mar para o objeto de tão notável procura, que êsse mesmo povo sobrepôs à tradição e ao respeito aos nomes santificados, o índice de sua ganância, passando a
denominar a Terra de Santa Cruz. de apenas. Brasil.
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A
CI~NCIA
GEOGRAFICA
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A devastação das matas do Nordeste foi intensa; tendo começado logo após
o descobrimento do Brasil, continuou, pode-se dizer, até os nossos dias.
No Anuário Brasileiro de Economia Florestal do I. N. P., encontramos uma
citação que não podemos deixar de repetir aqui como refôrço de nossa tese.
Ei-la: "A devastação das florestas, que ameaça dos maiores :verigos o futuro do
Brasil, já preocupava os homens entendidos de três séculos atrás. Gaspar Barlaeus, o grande cronista de História dos feitos praticados no Brasil durante o go-·
verno de João Maurício, conde de Nassau, assim escreveu nesse precioso documento, cuja primeira edição saiu em 1647, em latim: "Creio também que é mal feita
a exploração das madeiras do Brasil, pois não se dispõe nada sôbre a quantidade,
nem sôbre a qualidade das que se deveriam cortar, quero dizer, quantas e quais
árvores conviria cortar, procedendo nós em contrário do que faziam os administradores do rei da Espanha. A êstes não era permitido talhar mais de 10 000
quintais. Vêem-se os nossos derrubar árvores sem lei nem medida, mesmo as
novinhas, ainda não crescidas, de sorte que é mister proibir êste comércio, por
destruir-se nos germes a esperança de novas árvor~s".
E aí está a história da aridez da zona do Nordeste; é a mesma da aridez de
outras terras do continente asiático e das ilhas estéreis da Europa.
O reflorestamento é a única maneira de fazer voltar a uberdade naquela
nossa empobrecida região. Sem reflorestamento tudo que se fizer ali é de pura
perda. Os exemplos do sul da África, do deserto de Gobi, da ilha de Santa Helena
e, agora de Israel são ensinamentos eloqüentes. Façamos no nosso desventurado
Nordeste o que a experiência de outros povos nos sugere, abrindo poços para erguer à superfície as águas subterrâneas para o êxito do reflorestamento. Depois
de reflorestada a região as árvores substituem os poços, erguendo do subsolo a
umidade para transmiti-la à atmosfera pela transpiração e pela evaporação.
Reinhard Maack, ilustre geólogo, em magnífica conferência realizada no
Conselho Nacional de Economia, evidenciou, em estudo impressionante - "que
pela transpiração estomática das copas, isto é, pela evaporação através das fôlhas, forma-se uma atmosfera saturada de vapor de água que, por sua vez, tem
a transpiração regulada pelas variações dos fatôres ambientais, tais como a temperatura e pressão atmosférica. E, continua, "uma árvore de cêrca de cem a
cento e cinqüenta anos elimina aproximadamente 9.000 litros de água no decorrer de cada verão. Um grama de fôlhas frescas de faia transpira de 2,5 a S
gramas de água por dia, e que com 400 árvores numa determinada área, aproximadamente um hectare, perfaz 3,6 milhões de litros de água transpirada. Esta.
quantidade de água cobriria um hectare de terra com uma camada de 30 centímetros de espessura. Calcula:...se que uma floresta desta forma evapora novamente 60% da chuva caída. A quantidade de umidade que as matas devolve!l1 à
atmosfera pela evaporação e transpiração é distribuída pelos ventos sôbre as
zonas limítrofes, beneficiando, desta maneira, zonas de cultivação mais ou menos próximas".
A floresta exerce a função de verdadeiro dreno, absorvendo a ·água que se
encontra em excesso, em um terreno e, por outro lado, as raízes vão buscar nQo
seio da terra a água que as árvores restituem ao meio ambiente. As matas são•
uma reguladora da tem:veratura e têm forte influência sôbre a alimentação das
fontes e regime dos cursos d'água. A floresta ainda impede ou atenua a ação
das águas pluviais que produzem erosões, evitando as enchentes e exerce também salutar influência sôbre o clima e higiene pública.
Mas não é apenas no Nordeste brasileiro que se fazem notar os efeitos da
devastação florestal impiedosa, de profunda tristeza para o povo brasileiro. Na
minha infância derrubava pinhas dos pinheiros que sombreavam os arredores
de Curitiba, cujo nome em língua tupi quer dizer - muito pinhão. E hoje não.
há pinheirais nos arredores da capital paranaense, a não ser um ou outro como•
sentinelas perdidas numa precipitada fuga de guerreiros vencidos . . E faltando
as matas nos arredores daquela cidade, o clima se tem modificado e o regime das.
águas alterado. Banhei-me na minha época de escolar nas águas do rio Ivo e
hoje mal ali se molha o :r>é, é um filête de água barrenta. Também baixaram as
águas do rio Belém. Além do rio Negro que desemboca no Iguaçu, divisor, em
parte, de Santa Catarina e Paraná, o pinheiral fechava os espaços em uma abundância surpreendente. Em Três Barras, no município de Canoinhas, em Santa
Catarina estabeleceu-se uma grande serraria de norte-americanos- a "Southern
Brazil Lumber Cal & Co. Inc.", que ali permaneceu em pleno funcionamento, por
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BOLETIM GEOGRAFICO
cêrca de 40 anos, numa derrubada de pinheiros que se aprofundou pelo território
de um estado e do outro por mais de 60 quilômetros, com montagem de muitas
outras serrarias. Numa sindicância através de velhos funcionários daquela companhia, soubemos que cêrca de 5 milhões de pinheiros foram derrubados! E quando se fala em derrubada de 5 milhões de pinheiros devemos nos lembrar que, com
os grandes pinheiros, uma infinidade de outros, em crescimento, e muitos arbustos de floresta mista também foram sacrificados pela queda e pela puxada dos
velhos troncos.
Hoje aquela região é um descampado. As margens do rio Iguaçu, antes ensombradas hoje são ensolaradas. As águas dêste e dos rios afluentes baixaram,
prenunciando um futuro pessimista que talvez vá comprometer até as notáveis
cachoeiras da Foz do Iguaçu.
~ste triste espetáculo de devastação não é só na zona a que me refiro, é por
tôda parte do Brasil. Ilustre cientista que vive no Paraná, já declarou que o
grande estado sulino dentro de 50 anos vai importar madeira para suas necessidades, mesmo que se inicie agora o replantio das florestas derrubadas.
O Rio Grande do Sul está quase sem florestas; São Paulo também está ficando despido das suas ricas florestas. e vai sofrer as conseqüências dessa mesma
imprevidência, embora se esteja ali substituindo as árvores centenárias por esbeltos eucaliptos, que nunca substituirão na sua utilidade e no seu valor as preciosas madeiras que o machado derrubou. Em Minas Gerais o que acontece é uma
verdadeira calamidade. Vastas regiões sem uma árvore e rios com águas ainda
volumosas, mas águas barrentas que denotam grandes erosões. E que tr.isteza:
nenhuma providência acauteladora do regime das águas e do clima para preservar a benéfica influência do solo sôbre os costumes~ o caráter, a energia moral
dos habitantes de cada região. É de Reclus o seguinte conceito: "Cada período
da vida dos povos corresponde a mudança do meio". Os homens se adaptam aos
meios ou reagem, rebelam-se, alterando-os. Se se submetem aos meios empobrecidos, perdem a sua personalidade porque na verdade o solo influi na vida dos seus
habitantes.
Há, em Minas Gerais, uma poderosa, companhia, a Belga-Mineira, que na
altura dêste século ainda tem como base de sua indústria o carvão vegetal e por
isto é uma grande devoradora das florestas mineiras. Dizem que esta companhia está reflorestando presentemente, mas não o faz na defesa do estado sacrificado, mas tão somente para que não se veja totalmente privada de lenha
para ·suas fornalhas.
E poderíamos fazer referência à situação de cada estado brasileiro, evidenciando a marcha acelerada da calamidade nacional provocada pela devastação
das nossas florestas. Vou incluir nesta minha oração, que é mais um apêlo aos
homens públicos do Brasil, um quadro demonstrativo da situação florestal dos
estados brasileiros, trabalho do Sr. William Alfredo Maya, chefe da Divisão de
Cadastro e Estatística, do Instituto Nacional do Pinho e que julgo digno de ser
divulgado por todos os cantos do país.* ~ste trabalho pode merecer críticas e
comentários, é, entretanto, baseado em dados estatísticos colhidos das melhores
fontes. Não é nem pode ser de uma exatidão matemática porque em assuntos
florestais temos de jogar muito com as observações de · conjunto, nem sempre
verdades incontestáveis.
·
O autor dêsse trabalho foi além das magníficas observações nêle contidas e
procurou, num trabalho minucioso, apresentado em outro mapa demonstrativo,
(numa bela síntese ) estuda r a forma do reflorestamento nacional, admitindo,
_para o necessário equilíbrio entre o corte da madeira e o reflorestamento artificial, o replantio de 50% da área devastada, precisando o número de árvores, por
essência com o preço de custo de tal operação e o período de tempo necessário
para seu aproveitamento e cumprimento do programa proposto. Verifica-se pelo
estudo que revela o mapa em aprêço. que a floresta devastada ,e m 42 anos só po. derá ser restituída, em 50% do seu volume original, num período nunca inferior a 270 anos, se fôr realizada tal récuperação num ritmo de 2 000 quilômetros
qua drados anuais.
Os Estados Unidos, com todo o poder financeiro que possuem, até agora reflorestaram na razão de 2 000 quilômetros quadrados, por ano, mas para recupe•
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GEOGRáFICA
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planos em estudo prescrevem o plantio de 4 000 quilômetros quadrados anuais.
O Brasil, se as suas possibilidades financeiras o permitirem, com o correr do
tempo, também poderá reduzir o período de seu reflorestamento, restabelecendo
as velhas e preciosas essências, ou novas que não exijam no seu ciclo biológico,.
período tão longo.
O que é indispensável é que se inicie urgentemente o reflorestamento no
país. Reflorestar é medida de salvação nacional, desmatar, sem reflorestar é o
aniquilamento, é o deserto, é a morte.
Temos para nós que seria uma obra digna de admiração e alto civismo, se as
prefeituras municipais reservassem, dentro dos seus municípios, e em cada distrito, áreas para formação de parques florestais onde os escolares de todo o paie
no dia da "Festa da Arvore" plantassem uma muda que o Poder Público colocaria -à disposição da infância estudiosa. l!:sses parques deveriam preferencialmente ser colocados nas cabeceiras e nas margens dos rios e nos lugares altos.
Prepararíamos assim, o espírito das futuras gerações para uma das obras de maior
repercussão social e humana. A árvore plantada pelo aluno deveria ser defendida e observada pelo próprio aluno no seu crescimento, sob a orientação e os
cuidados dos seus mestres.
Não seria uma novidade; a lei 1 629, de 4 de outJ.Ibro de 1928, do estado de
Santa Catarina, que autorizava a criar florestas protetoras e reservas florestais
daquela unidade da Federação, diz o seguinte:
- "Art. 8. 0 - Fica o Poder Executivo autorizado a instituir nas escolas primárias o ensino de rudimentos de silvicultura, utilidade e valor econômico das florestas, criando também o "Dia da Arvore", que será comemorado nas escolae
públicas com o plantio de árvores úteis e por outros modos que forem convenientes".
A lei citada é do tempo em que governou o estado o Sr. Dr. Adolfo Konder,
político de alto espírito público que já se havia notabilizado pela criação do Instituto Estadual do Mate, com sede em Joinville, e preocupação do desenvolvimento de cultura do trigo nas terras sob a brilhante gestão. Esta lei precedeu
ao "Código Florestal" e à criação do "Instituto Nacional do Pinho" e talvez exceda
ao Código e ao Instituto nas medidas acauteladoras da defesa florestal.
·Êsse notável diploma se executado na época em que foi sancionado teria evitado que vastas regiões do estado fôssem criminosamente devastadas pelas numerosas serrarias e outros fatôres de destruição.
Mas, dirão os que me ouvem, por que, então, não foi posta em execução a lei?
É que poderosa Companhia americana, a "Lumber", a maior interessada no
corte de pinheiros, procurou através dos maiores jurisconsultos do país, em longos pareceres, demonstrar a inconstitucionalidade da lei, porque ela era uma restrição ao direito de propriedade e escapava ao estado a faculdade de fazê-lo.
Aquêle ilustre governador, impedido na realidade de executar a obra patriótica a que se propunha, passou a fazer veementes apelos aos seus compatrícios e
industriais, que são comoventes chamamentos à .'3ua consciência cívica. Transcrevo alguns trechos dêsses apelos. Ei-los:
" ... Assim valendo-me da presença aqui dos altos representantes do comércio e da indústria, não me parece fora de-lugar e de propósito lançar o primeiro
impulso de uma iniciativa que reputo indispensável para salvar uma das nossas
maiores riquezas, ameaçada de ruína eminente, se não se lhe acudir a tempo.
Quero referir-me à indústria extrativa da madeira e à necessidade de defender as nossas matas contra a "razzia" das derrubadas desnecessárias e sistemáticas.
Guardo na retina o panorama soberbo dos pinheirais que cobrem grandeparte do nosso planalto vastíssimo, fortuna incalculável que o gume do machado
está destruindo sem método nem previsão desapiedadamente! Na floresta serrada
dos pinheirais já se notam imensos claros e a mata vai fugindo sem que o homem
se lembre de reconstruir a riqueza destruída.
As~im não pode ser! E, já que o abuso se aninha à sombra das nossas leis
libérrimas, só resta aos governos apelar para o bom senso para boa vontade e
para o patriotismo dos interessados.
486
· Malditos os criminosos do machado e os que de seus crimes se socorrem!
Convertendo em bosque os descampados, reconstituiremos uma riqueza gast~
e, salvando as fontes de estancamento, evitaremos as torturas das sêcas e a aridez do solo infecundo. (Discurso na cidade de Joinville, em 1928).
"Impressionou-me sobremodo a incrível e crescente devastação das matas nas
regiões percorridas: - "em razzia" louca. o machado e o fogo andam ali a consumir as florestas seculares de pinheiros e imbuia, comprometendo até o regime
climático, a riqueza em águas e a uberdade do solo - estanques as fontes,
árida a terra e o deserto estender-se em chaga corrosiva . Por isso, lancei, então, a
semente de uma iniciativa necessária, no apêlo que fiz para que se cuidasse quanto
antes de recompor a gleba, restituindo-lhe a cabeleira verde. Infelizmente as
minhas palawas não encontraram o desejado eco e a iniciativa não logrou sucesso. Mas não sou homem de recuar no caminho do meu dever. tornei à carga,
assumindo desta vez, em :pessoa, o comando da cruzada bendita .. .
Defendendo a floresta contra a sanha do machado e da ulceração do fogo teremos defendido o cabedal coletivo, teremos defendido o futuro de nossa terra
e da nossa gente (C9ngresso Madeireiro, em 1928 ) .
O presidente do Instituto Nacional do Pinho, Sr. Pedro Sales dos Santos, com
quem tenho tido a satisfação de palestrar sôbre o momentoso problema,' deixoume a impressão de um homem de alta compreensão dos seus deveres funcionais, já pelo que pessoalmente vem realizando, já pelo cuidado com que se ten1
cercado de funcionários de alta capacidade e grande eficiência, entre os quais o
Sr. Lincoln Néri a quem devo preciosos informes da matéria em aprêço, o I.N .P.
exerce incontestàvelmente um grande papel na vida econômica do Brasil.
Quero terminar esta minha palestra e êste meu apêlo prestando homenagem àquele Instituto, na pessoa de seu ilustre presidente e na do Sr. William
Alfredo Maya, chefe da Divisão de Cadastro e Estatística daquela autarquia e que
tem sido o autor espiritual de quase tudo que se tem publicado na imprensa, nesses últimos meses, sôbre o reflorestamento nacional.
.Não quero esquecer também a atividade, neste assunto, de ilustres colegas
desta Câmara que o têm debatido, com brilho e sabedoria, destacando entre êles
os deputados Herbert Levy, Daniel Faraco e Fernando Ferrari .
Entregue ao egrégio Conselho Nacional de Economia está a matéria em debate . Aquêle Conselho com a sua alta autoridade e seus notáveis membros, pelo
seu saber e pela devoção aos problemas econômicos do Brasil, está reunindo as
melhores observações e estudos para sugerir a remessa ao Parlamento oportunamente de um trabalho que possa exaltar a nossa cultura e demonstrar a compreensão brasileira do valor do reflorestamento nacional".
~
•
BOLETIM GEOGRAFICO
O Serviço Central de Documentação Geográfica do Conselho Nacional de Geografia é
completo, compreendendo Biblioteca, Mapoteca, Fototeca e Arquivo Corogrãfico, destinando-se êste à guarda de 4ocumentos como sejam inéditos e artigos de Jornais. Envie ao
Conselho qualquer documento que possuir sôbre o território brasileiro.
Contribuição ao Ens
I)
EVOLUÇÃO F
0 estudo dos oceanos pode
conhecimentos descritivos, 2 - ;
· os dados descritivos são os
oceanos e mares. A segunda
começou em 1854 com o~ aperfe,
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norte.
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Participaram como membros de:
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De 1874 a 1876 a expedição I
comêço dêste século o nome ~2
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Banyuls e outros.
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O presente trabalho resultou
Geografia Física da Pontifícia Uni
cedidas gentilmente pela aluna Ma
que de seus crimes se socorrem!
onstituiremos uma riqueza gasta,
os as torturas das sêcas e a ariJoinville, em 1928).
escente devastação das matas nas
achado e o fogo andam ali a conmia, comprometendo até o regime
~ do solo - estanques as fontes,
~orrosiva. Por isso, lancei, então, a
ue fiz para que se cuidasse quanto
cabeleira verde. Infelizmente as
eco e a iniciativa não logrou sulho do meu dever, tornei à carga,
cruzada bendita ...
achado e da ulceração do fogo teefendido o futuro de nossa terra
28).
, Sr. Pedro Sales dos Santos, com
o momentoso problema,' deixoute ensão dos seus deveres funcioj á pelo cuidado com que se tem
·ande eficiência, entre os quais o
da matéria em aprêço, o I.N.P.
rida econômica do Brasil.
te meu apêlo prestando homee presidente e na do Sr. William
~atística daquela autarquia e que
tem publicado na imprensa, nesnal.
este assunto, de ilustres colegas
abedoria, destacando entre êles
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cos do Brasil, está reunindo as
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i
conselho Nacional de Geografia é
~a e Arquivo Corogrâfico, destinanltos e artigos de jornais. Envie ao
fritório brasileiro.
Con tribuição ao Ensino
Oceanografia
1
ANTÔNIO TEIXEIRA GUERRA
(Conselho Nacional de Geografia)
I)
EVOLUÇÃO HISTóRICA DA OCEANOGRAFIA
O estudo dos oceanos pode ser dividido em duas etapas: 1 - a fase dos
conhecimentos descritivos, 2 - a fase de pesquisas científicas.
·Os dados descritivos são os que dizem respeito à forma e ao tamanho dos
oceanos e mares. A segunda fase, das pesquisas científicas podemos dizer que
começou em 1854 com os aperfeiçoamentos dos métodos de sondagem realizados
por Brookes e a instalação de cabos submarinos. Já em 1850 F. Maury havia começado a fazer um mapa dos ventos e das correntes oceânicas para o Atlântico
norte.
A expedição Challenger em 1873-1876 viajou por quase todos os oceanos.
Participaram como membros desta expedição: Wyville Thomson, J. Murray, Buchanan e Carpenter.
O resultado desta viagem foi a publicação de uma obra composta de 50 volumes dedicada ao relêvo do fundo do mar, à vida submarina e às características dos oceanos.
De 1874 a 1876 a expedição de Tuscarori foi realizada no oceano Pacífico. No
comêço dêste século o nome mais importante da oceanografia é do príncipe Alberto de Mônaco que construiu o Museu Oceanográfico em Mônaco, realizou a
execução de um mapa geral dos oceanos e instalou o Instituto de Oceanografia
em Paris. Tôdas estas pesquisas visavam, principalmente, ao campo da oceanografia física. As pesquisas dos sêres biológicos existentes nos oceanos e mares
foram feitas graças aos trabalhos de Lacaze Duthiers nos laboratórios de Roscoff,
Banyuls e outros.
Atualmente o professor Jacques Bourcart é quem está dirigindo o laboratório
de Roscoff. Outro nome importante na oceanografia é o de Jean Charcot que
morreu numa expedição polar.
É necessário antes de falarmos dos conhecimentos atuais, e da parte morfológica, dizermos algo referente à evolução dos conhecimentos biológicos do fundo
marinho.
Desde a mais remota antiguidade encontramos os pesquisadores preocupados
com a vida dos fundos abissais. Já Heródoto de Halicarnaso falava dos depósitos
existentes na plataforma continental na foz do Nilo, pois fizera uma sondagem
de 11 orgias (onze braças mais ou menos) e havia encontrado limo que era
transportado pelo Nilo. Em 1841 o naturalista inglês Forbes nos seus trabalhos
de investigações oceanográficas do mar Egeu concluiu que não havia vida submarina além de 250 metros. Em 1861 houve uma quebra do cabo telegráfico submarino que unia a Sardenha à Argélia. E isto ocorreu a cêrca de 2 000 metros de
profundidade, e encontraram-se, incrustados, organismos vivos que estavam aderentes desde muito tempo. Em 1873 a Inglaterra colocou o navio "Challenger" à
disposição dos homens de ciência, seguindo-se a França e outras nações. O
~~challenger" realizou pesquisas muito importantes para a oceanografia, como já
tivemos oportunidade de falar. Hoje está comprovado que a fauna submarina é
muito rica e muito variada entre 1 000 e 5 000 metros. Êsses organismos são muito
delicados e não são destruídos pelas grandes pressões abissais, simplesmente
porque seus órgãos internos estão adaptados à pressão exterior. A quantidade de
1
O presente trabalho resultou da atualização das notas de aulas ministradas na cadeira de
Geografia Fisica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em outubro de 1950.
cedidas gentilmente pela aluna Maria Madalena Vieira Pinto, a quem o autor agradece.
488
BOLETIM GEOGRAFICO
gases dissolvidos é a mesma que na superfície e a respiração dos organismos na
profundezas do mar se faz como os que vivem na parte superficial.
A, presença da vi,~ a nos fundos marinhos é uma prova da circulaçã~ aérea
atraves das massas _d agua, que se comportam como um corpo poroso. Na região
da plataforma continental 2 vamos encontrar a vida mais ativa das algas e dos
peixes. Na batial ela irá ser reduzida e na abissal onde não há luz não há plantas, e os peixes são luminosos e carnívoros.
'
!I)
DEFINIÇAO E DIVISAO
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fizeram sentir no continen
munhos dessas posições suc1
1
A oceanografia ou hidrografia marinha em sentido amplo é o estudo dos
oceanos. No dizer de P. Fourmarier: o domínio desta parte da ciência pode ser
tratada de modo amplo ou restrito. É desejável ao oceanógrafo ocupar-se unicamente da massa líquida; mas poderá também interessar-se pela forma e origem
das bacias ou depressões da superfície do globo onde estas águas aparecem e a
construção dos depósitos que cobrem o fundo". s
'
A oceanografia é dividida em duas partes: 1 oceanografia física, 2) oceanografia biológica.
A oceanografia física é o estudo das águas marinhas, isto é, composição, tem-
peratura, densidade, deslocamento das massas aquosas, profundidades e formas
topográficas; enquanto a oceanografia biológica é o estudo dos sêres vivos que
povoam as águas dos mares. O Prof. Claude Francis-Boeuf disse a êste propósito
que: geralmente se tem o hábito de distinguir duas disciplinas diferentes em
oceanografia: oceanografia biológica, ciência que se ocupa essencialmente da
vida nos oceanos, e oceanografia física que se interessa pelo meio físico que é a
água do mar. Na realidade a oceanografia física grupa igualmente por extensão,
as pesquisas de ordem química e de ordem geológica".' E mais adiante o mesmo
autor diz: "à medida que os diferentes ramos da oceanografia progridem, sentimos que é difícil, e mesmo muito arbitrário separarmos uns dos outros. As interações entre o meio físico-químico que constitui a água do mar, a vida que pulula
no seu seio, e os sedimentos que se depositam no fundo são múltiplos e variados". •
Na França o Prof. Jacques Bourcart, diretor do Laboratório de Geologia Submarina da Escola de Altos Estudos de Paris, está orientando uma grande turma
de pesquisadores no que diz respeito ao ·estudo das formas do relêvo submarino,.
o que implica no conhecimento da natureza das rochas, ou melhor dos depósitos,.
e também do processo genético-evolutivo dessas formas.
III)
CARACTERES DAS AGUAS OCEANICAS
a)
Origem dos oceanos e suas águas
Para compreendermos com exatidão o problema da origem das águas oceânicas e também das águas continentais devemos rememorar, a velha e discutida
hipótese de Laplace. Pois considerando a terra como u'a nebulosa destacada do
sol, estaria por conseguinte em sua origem no estado incandescente. Pouco a
pouco se foi operando o resfriamento superficial desta nebulosa e num momento
crítico, quando a temperatura estava suficientemente baixa e as pressões adequadas, a grande quantidade de vapor d'água que formava uma camada em redor
do que é hoje a terra, imediatamente se condensou. O Prof. Claude Francis
Boeuf a propósito desta explicação que demos acima, formula duas interessantes
perguntas, cujas respostas ainda não puderam ser dadas pela ciência: 1 - A condensação do vapor d'água se teria efetuado de uma só vez? 2 - Tôda a superfície
da área terrestre foi então submergida?
Poderíamos em continuação passar a estudar a origem dos sais da água do
mar, todavia reservaremos êste assunto para o tópico seguinte, quando passaremos
a considerar sua composição química.
Pedro S. Cabral "Fondos Marinos" in: GAEA, tomo VI, pp. 23 a 30, Buenos Aires, 1938 ..
P. Fourmarier Princíples de géologie (P. 1 201).
Claude Francis Boeuf Les Oceans (P. 19).
Claude Francis Boeuf Les Oceans (P. 20).
As águas dos oceanos
Bourcart: "as águas do m
minerais comuns em propl
de água do mar possuem ~
dos seguintes corpos simpl
Cloro ..... .
Sódio
Magnésio ..
Enxôfre
Cálcio .... .
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Ferro
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Zinco
Rádio
e o Dr. Betim Pais Leme a
costa, salientou que: "É necessál
rante o deslocamento, sofreu u l
zontal, à supressão duma área
assim se exprimiu o autor: "1 do Sul oriental, observada desd1
torção da América do Sul.
2 - O estudo tectônico, e ~
absolutamente contrários à teOJJ
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Boletim Geográfico, ano VII, n. 0
T
Claude Francis Boeuf Les
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D
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a 30, Buenos Aires, 1938 ..
AO
ENSINO
489
As águas oceânicas cobrem 3/4 parte da superfície do globo, ou seja ....... .
S71 000 000 de quilômetros quadrados, o que equivale a 71% de sua área. Mas, ao
tratarmos da distribuição das terras e dos mares no decorrer das diferentes eras
geológicas, isto é, considerando a repartição das mesmas no tempo geológico, e
no espaço {área geográfica), sabemos que os contornos têm variado muito.
A elucidação. dêstes problemas paleogeográficos nos é dada pelas velhas
teorias de A. Wegener e E. Suess, quais sejam: gêneses dos continentes e oceanos
e pontes continentais, respectivamnte.
A teoria de Wegener teve sua origem baseada numa observação de ordem geográfica, que todo mundo faz ao olhar num planisfério: o recortamento do litoral
oriental do Brasil e a parte oeste do continente africano, que à primeira vista parecem encaixar-se perfeitamente.~~ E desta simples verificação é que o célebre
geofísico partiu para estabelecer tôda a sua bela teoria, trazendo, porém, vários
argumentos científicos de ordem geológica, biológica, climatológica, geodésica e
geofísica.
Em breves têrmos podemos dizer que a teoria de Wegener se baseia na mobilidade dos blocos de sial boiando sôbre o sima, daí a existência da translação
dos mesmos e o aparecimento de oceanos, como é o caso do Atlântico sul. Aliás
somente após o mesozóico, ou mais exatamente no período cretássico é que se deu
a rutura do bloco afro-brasileiro que fazia parte do antigo continente austral chamado de Gondwana. Enquanto a parte setentrional, isto é, o Atlântico norte
surgiu no fim do terciário e no início do quaternário.
O Prof. Claude Francis-Boeuf ao tratar do assunto referente à hipótese de
Wegener e à fragmentação dos continentes disse que: "os continentes na sua
origem, constituíam um só bloco, e, mares e oceanos eram contínuos. Contudo,
sôbre êste único bloco continental, os oceanos efetuaram incursões, depois se retiraram para de novo o recobrir; o que significa que transgressões e regressões se
fizeram sentir no continente, pois os terrenos sedimentares marinhos são teste, munhos dessas posições sucessivas das linhas de costa". 7
b)
Composigão química
As águas dos oceanos são carregadas de sais e no dizer do Prof. Jacques
Bourcart: "as águas do mar contêm em solução todos ou quase todos os sais
minerais comuns em proporções muito variadas".8 De modo geral 1000 gramas
de água do mar possuem 36 gramas de sais que são resultantes da combinação
d.os seguintes corpos simples:
Cloro ......................... . 19,93 gr
Sódio ........................ . 11,055 gr
Magnésio ..................... . 1,353 gr
Enxôfre ...................... . 0,908 gr
Cálcio ........................ . 0,432 gr
Potássio ...................... . 0,399 gr
Cromo ........................ . 0,07 gr
Iôdo .......................... . 0,005 gr
Ferro ........................ . 0,0002 gr
Ouro ......................... . 0,000012 gr
Zinco ...... ..................... . 0,000001 gr
Rádio ......................... . 0,000000000014 gr
6
o Dr. Betim Pais Leme ao tecer comentários a respeito da morfologia das duas linhas de
costa, salientou que: "É necessário admitir que se o contacto foi perfeito, a América do Sul, durante o deslocamento, sofreu uma deformação (uma torção) correspondente, em projeção horizontal, à supressão duma área triangular assaz ·considerável" (p. 613). E, nas suas conclusões
assim se exprimiu o autor: "1 - A identidade morfológica entre a Africa ocidental e a América
do Sul oriental, observada desde Bacon, na aparência perfeita, exige entretanto uma verdadeira
torção da América do Sul.
·
2 - o estudo tectônico, especialmente os dobramentos huronianos apresentam resultados
a.bsolutamente contrários à teoria .
3 - As comparações geológicas são extremamente imperfeitas" (p. 622).
"Esbôço dos conhecimentos geológicos referentes ao Brasil" Trad. de Alfredo J. P. Domingues. ~
Boletim Geográfico, ano VII, n. 0 78, pp. 610 a 622 - p. 613).
7
Claude Francis Boeuf Les Oceans (p. 29).
s Jacques Boucart Oceanographie (Introduction à la Geologie), 89 páginas, Centre de Documentation Universitaire. Paris 1952.
BOLETIM GEOGRAFICO
490
Dêsses 36 gramas, cêrca de 31 são de cloreto de sódio, e as 5 restantes formadas por um número considerável de sais de metais muito diversos.
Do estudo dos sais dissolvidos nas águas dos oceanos ainda não se conhece
bem o "estado dos minerais", e também se desconhecem as reações moleculares
que permitem à vida orgânica assimilar em quantidades infinitesimais para a sua
subsistência e para a formação da parte sólida do seu invólucro. As análises das
águas indicam a existência de cálcio, magnésio, ácido carbônico, ácido sulfúrico,
etc. No entanto nada sabemos se êste magnésio está sob a forma de sulfatos, ou
de carbonatos. 9
IV)
REPARTIÇÃO GEOGRAFICA DOS OCEANOS E MARES
Os oceanos podem ser definidos como uma superfície de águas salgadas onde
dominam as regiões profundas, isto é, pelágica e abissal. Estas águas oceânicas
são limitadas pelos continentes. É comum dividirmos as massas oceânicas da seguinte maneira:
1 - Oceano Pacífico - 145 milhões de quilômetros quadrados
2 - Oceano Atlântico- 80 milhões de quilômetros quadrados
3 - Oceano indico - 60 milhões de quilômetros quadrados
I?o ponto de vista geográfico nada existe autorizando semelhante divisão. Os
oceanos formam massas contínuas sem nenhum limite que os definam.
Oceano Pacífico - A forma do oceano Pacífico é elíptica sendo limitado a
leste pelas Américas e a oeste pela Asia e Austrália. Uma característica do oceano
Pacífico é a existência de grande número de ilhas.
A dissimetria do relêvo é extremamente importante no oceano Pacífico.
Próximo ao litoral do Chile nós encontramos 2 fossas: Arica e Copiapó junto
da cordilheira dos Andes. A primeira com 6 867 metros de profundidade e a segunda com 7 635. A mais profunda das fossas do Pacífico é a de Mindana u, nas
Filipina_s, com 11 682 metros. A profundidade média do oceano Pacjfico é. de
4 000 metros.
Oceano Atlântico - sua forma é a de um S - tendo ào norte a soleira de
Wyville Thomson que é tomada como limite das águas do Atlântico para as águas
do oceano Glacial Artico. Esta soleira10 passa ao norte da Islândia tendo a direção
mais ou menos este-oeste.
O relêvo submarino do Atlântico é muito importante e quando observamos a
topografia submersa temos a existência de um grande maciço a tlân ti co chamado
soleira Mediana e que pode ser dividida em cadeia Norte Atlântica e cadeia Sul
Atlântica. Os picos da soleira constituem ilhas, ex.: a dos Açôres, São Paulo e São
Pedro, Ascensão e Tristão da Cunha.
No hemisfério norte a plataforma continental do oceano Atlântico é muito
desenvolvida. A soleira. Mediana divide o oceano Atlântico em várias bacias:
1 -Norte Americana
a) Canárias
2 - Euro-Africana {
b) Cabo Verde
3 - Brasileira
4 - Argentina
a) 1 da Guiné
5 - Africana {. b) Angola
C)
Cabo
A profundidade média do oceano Atlântico é de 3 300 metros. A fossa mais
profunda é a das Virgens com 8 ~26 metros. A importância do oceano Atlântico
do ponto de vista da navegação .é superior a de todos os outros. Constantemente
está sendo cruzada pelos navios que fazem ligação da Europa com as Américas.
Os normandos foram os primeiros a cruzar o oceano Atlântico sendo seguidos
nesta aventura pelos portuguêses e espanhóis, no início da Idade Moderna.
9
10
Pedro S. Cabral "Fondos Marinos" pp. 23 a 30 in GAEA, tomo VI, 1938, Buenos Aires.
"Soleira": podemos defini-la como um enrugamento no fundo oceânico.
oceano indico -
.
sendo fechado a~ nort
indico está na faixa tr
do oceano indico.
oceanos Glaciais -
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0 oceano Glacial
com os outros o~eanc
mente desconhecido.
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A classificação de
O cea
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da por continen
2 _ predominam as
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3 _ grande semelha
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1 _
Tipos de mares:
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braços; subdividem·
os mares mancJ
nos, ex.: Mancha, I
os
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ralmente, um braç
México, Okotsk.
2 _Mares me
tes e sua ligação C<
Mediterrâneo na E
plos: Mar Báltico
3 _Mares fe'
lagos. Ex.: Mar, 1\
do mar. Mar Cas
V)
As águas dos
dos pequenos lag;
movimentos: a)
Embora não
águas dos oce~nc
respeito ao releve
no entanto conce
vagas- são
principalmente 1
águas dos ocea1
vagas: a) man
de maré.
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' 0 das corren,te__s
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1
FICO
CONTRIBUIÇÃO
o de sódio, e as 5 restantes foretais muito diversos.
s oceanos ainda não se conhece
cmhecem as reações moleculares
~idades infinitesimais para a sua
o seu invólucro. As análises das
ácido carbônico, ácido sulfúrico,
~stá sob a forma de sulfatos, ou
AO
491
ENSINO
Oceano indico- A forma do oceano indico não é definida geometricamente
sendo fechado ao norte e aberto em direção sul. A quase totalidade do oceano
indico está na faixa tropical. A fossa de Java com 7 450 metros é a mais prófunda
do oceano indico.
Oceanos Glaciais - O oceano Glacial Ártico, é quase desconhecido do ponto
de vista morfológico e de suas características biológicas. Sua superfície é de
14 milhões de quilômetros quadrados, e a sua maior profundidade é de 5 400 metros ao norte da ilha de Wrangel.
O oceano Glacial Antártico, situado no pólo sul, suas águas se interpenetram
com os outros oceanos não !)ossuindo limites definidos. Seu relêvo é inteiramente desconhecido. Ao sul da África é que vamos encontrar as maiores profundidades: cêrca de 5 000 metros.
OCEANOS E MARES
perfície de águas salgadas onde
abissal. Estas águas oceânicas
nos as massas oceânicas da se-
A classificação dos mares e suas diferenciações em relação com os oceanos:
b.etros quadrados
etros quadrados
~ros quadrados
Mares
Oceanos
1 -
I
izando semelhante divisão. Os
limite que os definam.
co é elíptica sendo limitado a
Uma característica do oceano
Z34-
grande superfície líquida limitada por continentes
predominam as regiões pelágicas
e batiais
grande semelhança na salinidade
e temperatura
influência continental (pouca)
ocupam uma área restrita
predominância de plataformas
continentais pouco profundas.
Ex.: Mar da Mancha.
3 - as características das águas são
in di vid ualizadas
4 - grande influência continental
1-
2-
~ante no oceano Pacífico.
fossas: Arica e Copiapó junto
etros de profundidade e a se1acífico é a de Mindana u, nas .
dia do oceano Pac.ífico é de
- tendo ào norte a soleira de
as do Atlântico para as águas
;e da Islândia tendo a direção
tante e quando observamos a
de maciço atlântico chamado
No r te Atlân ti c a e cadeia Sul
L dos Açôres, São Paulo e São
io oceano Atlântico é muito
,n tico em várias bacias:
'
Tipos de mares: 1 - mares costeiros - são aquêles que estão localizados na
borda do continente e cuja ligação com os oceanos é feita por um braço ou vários
braços; subdividem:..se: a) mares manchas, b) mares golfos.
Os mares manchas são aquêles que possuem 2 ou 3 bôcas ligando com os oceanos, ex.: Mancha, Bering, Norte, Japão. ·
Os mares golfos são aquêles que possuem uma ligação feita por um braço geralmente, um braço mais apertado e onde aparecem várias ilhas, ex.: Oman,
México, Okotsk.
2 - Mares mediterrâneos- são aquêles cujo regime depende dos continentes e sua ligação com o oceano é geralmente estreita. O melhor exemplo é o mar
Mediterrâneo na Europa, com os seus auxiliares, Adriático e Negro. Outros exemplos: Mar Báltico e Mar Vermelho.
3 - Mares fechados - são também considerados . por alguns autores como
lagos. Ex.: Mar Morto ou lago Asfaltite que está a 394 metros abaixo do nível
do mar. Mar Cáspio menos 26 metros e Mar de Aral.
V)
.
3 300 metros. A fossa mais
'tância do oceano Atlântico
os outros. Constantemente
1 Europa com as Américas.
o Atlântico sendo seguidos
~io da Idade Moderna.
1om o VI, 1938, Buenos Aires.
p.ncto oceânico.
MOVIMENTOS DAS ÁGUAS DOS OCEANOS
As águas dos oceanos e mares não permanecem paradas, como na maioria
dos pequenos lagos. Estas grandes massas d'água estão sujeitas a três tipos de
movimentos: a) vagas, b) correntes, c) marés.
Embora não pretendamos insistir nestes diferentes tipos de movimentos das
águas dos oceanos, uma vez que nossa atenção está mais voltada para o que diz
respeito ao relêvo submarino, tópico de que trataremos logo a seguir a êste, vamos
no entanto conceituar de modo sucinto cada um dêsses movimentos.
Vagas - são as oscilações que aparecem na superfície dos oceanos, produzidas
principalmente pelo vento. Assim, são as vagas ou ondas que fazem com que as
águas dos oceanos estejam em perpétua agitação. Temos diferentes tipos de
vagas: a) marulho, b) vaga forçada ou de vento, c) vagas de fundo ou rás
de maré.
O efeito abrasivo das vagas sôbre os litorais é bem ·mais importante, do que
0 das correntes marinhas. Aliás até bem pouco tempo se dava às correntes marinhas importância que na realidade não possuem.
1
I
co
492
BOLETIM GEOGRAFICO
A corrente marinha é um verdadeiro rio de água salgada que se desloca segundo determinadas direções na su:perfície do oceano. A velocidade dessas correntes é pequena. E, nos litorais vemos 1diàriamente o embate das águas, isto é,
as ondas, as quais realmente, realizam o trabalho construtivo e destrutivo nos
diferentes trechos das costas. Não se deve pensar que no fundo das baías há sempre sedimentação, enquanto que nas pontas ou cabos há erosão. Muitas vêzes
estas reentrâncias da costa, isto é, golfos e baías são escavados pela própria
erosão seletiva ou diferencial. Assim o que acontece é que sendo as rochas mais
tenras no local onde hoje encontramos determinadas baías, a erosão vai desgastar com mais intensidade deixando em proeminência, à semelhança de pontas,
as rochas mais duras.
Estudando-se as diferentes correntes nos diversos oceanos, vamos observar
que umas são quentes e outras são frias. Estas correntes vão ter muitas vêzes
grande influência no clima de uma região, como é o caso da corrente do Gôlfo
na península Escandinava, ou ainda a corrente fria de Humboldt no litoral do
Chile, etc.
Além dêsses movimentos devemos salientar o das marés, devidos ao efeito
da atração da lua e também do próprio sol (muito secundàriamente) produzindo
um entumescimento das águas oceânicas.
Os fluxos e refluxos diários se sucedem na razão de dois fluxos de 6 horas
cada um e dois refluxos também de igual duração. Todavia, uma série de anomalias podem intervir na duração dêsses fluxos e refluxos. Assim no litoral do
Amapá a maré montante, dura de 3 a 4 horas, enquanto a vazante se faz de modo
suave em 8 ou mesmo 9 horas. E, há mesmo regiões onde a maré montante e a
maré vazante duram 12 horas cada.
VD
REL~VO
SUBMARINO
O estudo do fundo dos oceanos é feito por intermédio das sondagens. Uma
sondagem completa fornece dados referentes à topografia submarina e à litologia
do fundo dos oceanos, isto é, a natureza do depósito localizado no ponto de
sondagem.
O conhecimento que atualmente possuímos das formas de relêvo submersas
só foi possível com o aumento do número de sondagens.
Há vários tipos de sondagem sendo uns diretos e outros indiretos. Vejamos
primeiramente as sondagens diretas: a) sonda de mão, e b) sonda de máquina.
A sondagem de mão - é feita até cêrca de 30 metros de profundidade por
meio de um· fio geralmente de cânhamo tendo na parte inferior um pêso. A sonda só pode ser usada até 30 metros. A importância da sonda de mão é grande
para a navegação de cabotagem onde os depósitos de lama ou bancos de areia,
impedem a fácil circulação dos barcos.
A sonda de máquina - pode ser usada de 30 metros até 2 000 metros de
profundidade. Os tipos principais são: 1 - Berget, 2 - Lucas, 3 - Alberto de
Mônaco.
As sondas de máquina são as principais e podem ser usadas até 13 000 metros
de profundidade.
As sondagens indiretas vieram realmente possibilitar a realização de um
número maior de medidas. Entre os principais tipos de sondagem indireta, devemos destacar os seguintes: 1 - Sondas de pressão, 2 - Sondas pelo eco, 3 Ultra-som, 4 - Radar.
A sondagem de pressão e a sondagem pelo eco foram aperfeiçoadas por ocasião da 1.a guerra mundial sendo Marti, quem mais trabalhou no aperfeiçoamento
da sondagem acústica. Esta sondagem consiste no seguinte: deixa-se explodil"
na superfície do oceano uma certa carga de explosivo e imediatamente registra-se
o comêço da explosão e espera-se o e.co na superf~cie da água, sendo portanto
calculada a profundidade pelo espaço de tempo decorrido entre o início da explosão e o recebimento do eco. A velocidade do som na água do mar, cuja densidade média é de 1 028 é de 1 500 metros por segundo.
Com a 2.a guerra mundial novos processos de sondagem foram desenvolvidos
como do ultra-som e o radar. O resultado da sondagem é a determinação de pon-
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16
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12
13
CONTRIBUIÇAO
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AO ENSINO
493
tos cotados, isto é, pontos que possuem profundidade conhecida. A ligação dos
diversos pontos determinados vão fornecer uma idéia do relêvo submerso.
Chama-se isóbata a linha que une os pontos de igual profundidade. O resultado final das diversas sondagens é o estabelecimento de cartas batimétricas. As
cartas batimétricas fornecem do relêvo submarino uma idéia aoroximada da topografia submersa. O estudo científico dos oceanos, do ponto de -vista batimétrico,
começou em 1737 quando Cruquis, traçou na costa da Holanda as primeiras linhas
batimétricas.
Do ponto de vista da navegação o que interessa não é a carta batimétrica e
.sim as cartas hidrográficas, para o estabelecimento dos roteiros.
A propósito das cartas batimétricas o Prof. Jacques Bourcart em seu livro
intitulado: Geógraphie du fond des mers pergunta se em virtude da falta de um
grande número de sondagens é possível aplicar-se a experiência adquirida no
traçado de mapas topográficos do relêvo emerso, para exprimir através de curvas
o relêvo submerso fazendo-se interpolações e extrapolações (P. 39).
No estudo da geomorfologia submarina vamos primeiramente tecer alguns
comentários a propósito dos trabalhos do Prof. Jacques Bourcart um dos grandes
mestres da França neste novo campo de estudo.
A superfície da crosta terrestre está sujeita a uma série de transformações
que já foram exploradas ao máximo do ponto de vista descritivo pelos geógrafos,
e agora pelos geomorfologistas baseados nos dados fornecidos pelos geólogos.
As questões referentes à climatologia somente agora estão sendo procuradas para
explicar certas diferenciações morfológicas que não podem ser atribuídas à parte
estrutural e geológica. O Prof. Jacques Bourcart acredita que do estudo minucioso que se vem desenvolvendo com respeito à geografia . do fundo dos mares,
muitas questões da morfologia das partes emersas serão mais fàcilmente explicadas.11
A geologia submarina oferece um campo rico de possibilidades inesperadas,
destinada talvez a mudar completamente as teorias geológicas consideradas até
aqui unicamente fundadas em observações continentais. 12 No entanto não somos
otimistas como o eminente mestre. Quem poderá afirmar se dêsses estudos as
coisas ao invés de serem simplificadas venham a se tornar mais complexas?
Vários autores têm procurado dar uma nomenclatura mais ou menos minuciosa às formas topográficas submarinas procurando correlacioná-las com as
existentes na superfície da crosta terrestre. O Profo Bourcart publicou no ano
de 1949 um livro interessante sôbre a Géographie du fond des mers, no qual tenta
um estudo de conjunto de todos êstes elementos que vão caracterizar o fundo dos
oceanos quanto a sua topografia; vai mais longe ainda ensaiando um estudo
geomorfológico dos diferentes tipos de relêvo submarino o13 li:ste grande mestre
criou a "Teoria da flexura continental"14 para a explicação das praias suspensas
ou terraços marinhos e de alguns terraços fluviais, sendo considerado por alguns
geólogos como um visionário o15 Os seus trabalhos são feitos em colaboração com
seus assistentes como Francis-Boeuf/6 a Romanowiski, A. Cailleux e alguns
outroS. 16
11
J. Bourcart "Peut-on étudier directement la geólogie du Plateau continental?
C. R. Sommaire des Séances de la Societé Geologique de France, ns. 1 e 2, 1949.
12
J. Bourcart, op. cit.
13
Jacques Bourcart Geographie du jond des mers (Étude du relief des oceans) 307 páginas.
ilustrações e mapas. Paris, 1949.
u
Jacques Boucart "La Marge Continentale": Essais sur les regression et transgression marines. Buletin de la Societé Geologique de France 1938, pp. 393-474.
15
No trabalho que in titulamos de: "Terraços marinhos" tivemos oportunidade de expressar
nossas idéias a respeito da teoria da nexura continental. In: Boletim Geográfico, ano VII, n.o 82.
pp. 1 158-1 161.
l Ga
Claude Francis-Boeuf faleceu em 1952 num desastre de avião, no continente africano.
16
Os estudos de sedimentação em Paris têm levado alguns especialistas ao extremo de
dedicação e renúncia à geologia geral. O Prof. Francis-Boeuf por exemplo, havia ficado com o
domínio das vasas sendo no presente um dos maiores conhecedores do assunto. Nas questões
referentes às areias e aos seixos (fluviais e marinhos) o Prof. A. Cailleux "Maitre de Conference" no Laboratório de Geomorfologia da Escola Prática de Altos Estudos de Paris (cujo diretor
é o Prof. Francis Ruellan) é internacionalmente conhecido pelos seus métodos no estudo da morfologia dos seixos e dos grãos de areia. O Prof. Romanowi.sk, por exemplo, cuida das questões
ref erentes - à física do mar. Outro nome que não pode ser esquecido é o de Solange Duplaix que
estuda os minerais pesados. Apoiado nesta equipe de pesquisadores o Prof. Bourcart está levando
.a cabo na França o grande trabalho de estudar o fundo dos mares.
o
494
BOLETIM GEOGRAFICO
Através do estudo sistemático dos perfis topográficos das regiões submarinas,
à semelhança do que se faz para a parte do relêvo emerso, chegou-se a delimitar as grandes zonas do fundo do mar e as formas de relêvo.
A primitiva concepção desenvolvida a propósito do relêvo dos fundos oceânicos é que se tratavam de formas de bacias com fundo chato. As pesquisas posteriores vieram demonstrar quão inexatas são tais afirmativas.
Os fundos oceânicos não constituem sempre bacias regulares, e as "protuberâncias submarinas são semelhantes aos acidentes continentais".17 E, isto tornar-se-á mais fácil de compreender se compararmos o fundo do Pacífico, com
o do Atlântico. Neste último teremos que considerar a grande cordilheira que dâ
origem às bacias: norte-americana, euro-africana (europa ocidental), sul-americana (brasileira e argentina).
No oceano Pacífico ainda não foi feito um grande número de sondagens,
porém, como acentua o Prof. Jacques Bourcart a "idéia que prevalecia outrora,
era a de que o Pacífico tinha um fundo extremamente liso e uma forma regular
de bacia, isto pode ser atribuído ao fato de que as rochas normais da crosta
(granitos e gnaisses) e as rochas sedimentares antigas, estão ausentes em tôdas
as ilhas do centro. A idéia da permanência através dos tempos geológicos dêste
oceano parece ter inspirado a célebre hipótese de G. H. Darwin. ~ste admitia
que, após o frenamento, as marés solares com a rotação da terra fizeram aparecer uma saliência, posteriormente destacada no nível do Pacífico dando origem
à lua. A cicatriz
deixada pela partida do nosso satélite permaneceu sob a forma
de oceano". 18
Antes de passarmos ao estudo das zonas da plataforma continental, do talude
e a abissal vejamos os traços mais importantes que individualizam o relêvo
terrestre e oceânico. O primeiro foi profundamente recortado e dividido pela erosão subaérea, e o segundo mantém suas formas originais, isto é, estruturais,
quase intactas. Assim podemos dizer que nas áreas emersas domina a erosão,
enquanto nas submersas, domina o depósito, isto falando em têrmos gerais.
Plataforma continental- zona submarina que segue imediatamente a parte
emersa do relêvo, prolongando-se de O metro, até a cota de- 200 metros. A superfície dêsse planalto, que o Prof. Jacques Bourcart denomina de margem continental tem sua topografia mais ou menos regular, apresentando geralmente
ligeiro declive em direção do fundo-talude. No tocante à explicação da origem de
tal moldura que surge em continuação ao relêvo emerso, sabemos que são inúmeras e bastante diversificadas. O Prof. Francis-Boeuf a êste propósito disse: "Os
sábios tentaram explicar a origem do planalto continental, e as hipóteses são
várias e contraditórias. D. W. Johnson depois de V. Richthoffen, considera esta
zona como sendo o resultado do ataque marinho, isto é, deve-se considerá-la como
u'a "superfície de abrasão marinha". Para Murray, trata-se sobretudo de uma
zona criada pela acumulação dos sedimentos trazidos pelos rios. Para Nansen,
os gelos seriam os responsáveis pela sua erosão. Enfim, Novak e depois J. Bourcart pensaram que se trata verdadeiramente em quase todos os casos, de uma
zona primitivamente continental onde todos os fatôres de erosão teriam atuado
(erosão fluvial essencialmente) e que teria sido submergida lentamente no decorrer das transgressões".10 Esta última teoria é atualmente a única que vem
sendo explicada pelo mestre J. Bourcart e seguida :por todos os seus discípulos,
como A. Cailleux, Claude Francis-Boeuf, Georges Zbyszewski e outros.
Na plataforma continental, podem aparecer por vêzes certos sulcos profundos
que representam a continuação de antigos rios emersos, que no momento estão
submersos caiíon submarinos. Todavia não podemos deixar de assinalar que a
origem dos cafions submarinos constitui também problema controvertido e explicado de modo diferente segundo se considere as diversas correntes, como a dos
eustatistas, ou ainda a da flexura continental20 como teremos oportunidade de.
ver mais adiante.
A extensão do planalto continental é muito variada e de modo geral podemos
dizer que é inversamente proporcional à altitude continental. Assim ao longo
Jacques Bourcart Geographie du tond des mers (p. 44).
Jacques Bourcart Geographie du tond des mers (p. 163.
Claude Francis-Boeuf Les Oceans (p. 38).
!O Para maiores esclarecimentos vide:
Jacques Bourcart Geographie du tond des mers.
pp. 74 a 78.
17
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19
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Geographie du
tond
des
mers,
495
de litorais onde haja grandes cordilheiras de montanhas, como é o caso da costa
do Chile, a plataforma é pouco extensa, e inversamente onde o relêvo costeiro é
baixo, como no litoral norte do Brasil, a plataforma é extensa.
Por conseguinte, a plataforma continental é a zona que aparece ao longo
das terras firmes como se fôsse um prolongamento destas áreas emersas. A suà
superfície é geralmente coberta de areia, ou de vasa. O tenente-coronel Bustamante diz que não é correto incluir-se esta região continental marinha, nos
oceanos, devendo-se considerá-la mais exatamente "como o verdadeiro bordo
exterior dos continentes no sentido geológico". 21
A zona da Patagônia, por exemplo, pode-se dizer que continua suavemente
como um "pedimento" formando um "pampa" submarino muito rico em tôda
classe de pescaria e ainda pouco explorado. 22 Esta zona é a mais importante
para as. pesquisas, sendo nela que temos as correntes de marés, correntes
marinhas e as variações de temperatura segundo as estações e com as latitudes
e a pescaria mais importante. É pràticamente a plataforma continental que
marca o limite da penetração da luz e por esta razão marca também a existência
de vegetais e de animais herbívoros. 23
Referindo-se à importância da delimitação exata da topografia submarina,
isto é, a delimitação das áreas das diferentes regiões batimétricas com o auxílio
das cartas hidrográficas atuais usadas para a navegação, diz o tenente-coronel
Bustamante ser o mesmo, que querer delimitar uma fazenda num mapa geográfico. Isto só poderia obter-se com grande imprecisão. u
Atualmente estas regiões submersas pouco profundas ao redor dos continentes
constituem grande preocupação dos governos como assinalou Bustamante e tem
merecido detidos estudos e análises científicas sob inúmeros nontos de vista como:
o estratégico e o econômico, destacando-se a pesca, a explotãção de produtos químicos e o petróleo que constituem fatôres preponderantes da riqueza do solo das
plataformas continentais. 25
Examinando os problemas de ordem econômica e geopolítica referentes à costa
do Equador, Bustamante conclui com, a seguinte síntese:
1 - Fazer um decreto correspondente à incorporação e tornando sujeito à
soberania nacional a plataforma continental do Equador, tanto na costa como
no arquipélago.
2 - Estabelecer um Serviço Hidrográfico para a exata determinação de
nossa plataforma continental.
3 - Contrôle do arquipélago de Colombo.
4 - Estabelecimento de companhias de pesca.
5 - Estudo científico da plataforma continental e da explotação de suas
riquezas. 26
Os Estados Unidos da América do Norte são os que possuem no momento os
melhores mapas topográficos de sua plataforma continental. Esta tarefa foi
executada graças às sondagens pelo eco e pelo ultra-som. Na França apenas os
pontos de maior vulnerabilidade mereceram estudos mais pormenorizados.
No qb.e diz respeito à plataforma continental, do Brasil embora não a conheçamos com a precisão que seria desejada, esta área já foi, no entanto incorporada ao Domínio da União, por fôrça de um decreto-lei assinado pelo senhor
presidente da República. 27
21
Conferências sustentadas por el Sr. Tnte. Cel. Ing. Marco A. Bustamante (pp. 109-110).
Terceira parte - Plataforma continental pp. 99-125 - pp. 109-110.
22
Pedro S. Cabral "Fondos marinhos" in: GAEA, tomo VI - Buenos Aires, 1938, pp. 23-30.
%3
M. A. Bustamante - Op. cit. (p. 119) .
24
M. A. Bustamante - Op. Cit. (p. 110) .
25
M. A. Bustamante - Op. Cit. (p. 102) .
ll6
M. A. Bustamante - Op. cit. (p. 125).
27
Incorporação da plataforma submarina ao domínio da União - Recentemente assinou
o Presidente da República um decreto no qual se declara expressamente reconhecido que a
plataforma submarina, na parte correspondente ao território nacional, continental e· insular, do
Brasil, constitui parte integrante do mesmo território, sob a jurisdição e domínio exclusivos da
União Federal. Regula êste ato que o aproveitamento de produtos e riquezas naturais, que se
encontram nas partes acima especificadas do território nacional, dependem, em todos os casos,
de autorização, ou concessão federal. De acôrdo ainda com o que dispõe o decreto presidencial,
permanecem em pleno vigor as normas sôbre navegação nas águas sobrepostas às referidas plataformas submarinas, sem prejuízo das que venham a ser estabelecidas, especialmente sôbre pesca.
Na justificação que apresentou sôbre o decreto em aprêço, considerou o chefe do executivo
o seguinte: a) que a plataforma submarina, que borda os continentes e ilhas e se prolonga sob
CON
BOLETIM GEOGRAFICO
,-496
VII)
NATUREZA DO FUNDO DOS OCEANOS
O solo oceânico é constituído em grande parte pelo sima, que aparece coberto
por depósitos de origem continental, isto é, depósitos terrígenos, ou depósitos orgânicos de origem marinha. Ao conjunto de sedimentos que forram o fundo dos
oceanos se denomina de·p ósito marinho. Várias classificações dêsses depósitos foram idealizadas por litologistas.
Podemos classificar os depósitos marinhos da seguinte maneira:
a - Critério mineralógico - Thoulet
b "
das profundidades e da origem - Krummel
c granulométrico - J. Bourcart
Critério mineralógico de Thoulet:
1 - Areias (95% de grãos de quartzo)
2 - Areias lodosas (95- 75% de grãos de quartzo)
3 - Lôdo muito arenoso (75 - 50% de grãos de quartzo)
4 - Lôdo arenoso (50- 90% de lôdo)
5 - Lôdo (mais de 90% de lôdo)
Critério das profundidades e da origem: Murray e Rendard
1 2 -
3 -
.
Depósitos litorâneos
J areia
l
lôc;Io
se1xos (caillou)
Os depósitos litorâneos são
aquêles que aparecem na
{ costa entre o limite da majs
alta maré e da mais baixa.
Dep'ósito de mares { areia
pouco profundos
seixos pequenos (gravillon)
lôdo
lôdo e areia coralígena
lôdo e areia vulcânica
Depósitos em mares profundos: llôdo e areias verdes
lôdo vermelho
lôdo azul
J
vasa de pteróxotero-J
podos
Depósitos pelágivasa de globigerinos \ éos formados nos
vasa de diatomáceas fundos oceânicos.
vasa de radiolares
Os depósitos marinhos têm sua origem ou na erosão marinha produzida pelas vagas de translação, pelas correntes marinhas, as correntes de marés que
atacam os litorais; ou no transporte de aluviões feito pelos rios. A carga de material sólido em suspensão, chegando ao mar vai imediatamente precipitar-se por
causa da floculação realizada pelos sais marinhos.
Pode-se assim definir o planalto continental como a moldura do continente.
É na região do planalto continental que a ação modeladora da erosão marinha
se faz sentir. Na plataforma continental podemos encontrar grutas (grande~
o a.lto mar, é um verdadeiro território submerso e constitui, com as terras a que é adjacente,
uma só unidade geogiáfica; b) que o interêsse da declaração da soberania, ou do domínio e
jurisdição dos estados, sôbre a parte assim acrescida ao território nacional, tem avultado em
conseqüência da possibilidade, cada vez maior, da exploração, ou aproveitamento, das riquezas
naturais aí encontradas, que, em conseqüência, vários estados da América, mediante declarações,
ou decretos, de seus presidentes, têm afirmado os direitos, que lhes cabem, de domínio e jurisdição, ou de soberania, sôbre a parte da plataforma submarina, contígua e correspondente e.o
território nacional; c) que em tais condições, cabe ao govêrno brasileiro, para salvaguarda dos
direitos do Brasil sôbre a plataforma submarina na parte correspondente ao seu território continental e às suas ilhas, formular idênticas ·declarações dos direitos; d) que a declaração dos
direitos do Brasil se torna urgente e inadiável; e) que a pesca, nas águas territoriais e em alto
mar, tem sido objeto de leis nacionais e de convênios internacionais, e pode convir aos interêsses do Brasil pa rticipar de novas convenções ou promulgar novas leis sôbre a matéria; f) que,
nos têrmos da Constituição Federal, compete ao presidente da República zelar, de pronto, pela
integridade nacional e pela segurança interna do país - sem prejuízo, aliás da competência do
Poder Legislativo em matéria desta natureza. (In: BoL. Geográfico, ano VIII, n.o 92, p. 979).
marmitas), vales submersos
dros encaixados que atestam
submarinos, alguns autores
perpendicular es ao litoral m
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As águas acumulando-s
origem ao aparecimento de~
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que procuram provar a exis1
glaciações. O recuo das águ
da erosão fluvial.
o canynon submarino é
de uma regressão por causa
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uma subida do nível dos oce:
A existência de meandrc
erosão fluvial na região. ex.
Com o recuo das águas
e o estabelecimento de um
do oceano primitivo e do ocE
e o escavamento de um nov
Por ocasião de uma tr
fluvial vão ficar submersos
as oscilações do nível do m
suspensas ou terraços mari1
Para os epirogenistas,
mações continentais, ex.: o
encontra-se em altitudes v~
:t!:ste fato é explicado pela .<i
tônicos. Estas deformações
Para o Prof. Bourcart,
plataforma continental e q1
tros ou mais, são devidos a
flexura continental. 28
Talude continental -
zona de forte declive, que c
vai desde a cota de 200 m
6 000 metros é o domínio
grandes fundos, ou seja as
constitui a região abissal.
Vejamos de modo esqu
submersas:
ZONAS SUBMERSAS
Plataforma continental ..
Talude continental. .. .. . .
Região pelágica .........
Região abissal.. ..... . ..
o
•••••
o .. .
•
•••
... . .. .
<Are as
CONTRIBUIÇÃO
(EANOS
ima, que aparece coberto
•rígenos, ou depósitos arque forram o fundo do.s
ções dêsses depósitos falte maneira:
1mme1
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entre o limite da ma.is
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ill)
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o-J Depósitos
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~s
arinha produzida perentes de marés que
rios. A carga de maente precipitar-se por
oldura do continente.
da erosão marinha,
rar grutas (grandes
erras a que é adjacente.
rania, ou do domínio e
cional, tem avultado em
Veitamento, das riquezas
ca, mediante declarações.
em, de domínio e jurlsua e correspondente e.o
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e ao seu território con) que a declaração dos
as ter-ritoriais e em ai to
pode convir aos inteôbre a matéria; f) que,
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liás da competência do
VIII, n.o 92, p. 979).
AO
ENSINO
-i97
marmitas) , vales submersos ou chamados canyons submarinos e mesmo meandros encaixados que atestam a erosão fluvial. Na discussão da origem dos canyons
submarinos, alguns autores procuram explicá-los como provenientes de falhas
perpendiculares ao litoral ou ainda oriul}dos de regressões marinhas do quaternário por ocasião das glaciações.
As águas acumulando-se sob a forma de gêlo sôbre os continentes deram
origem ao aparecimento de grandes calotas de gêlo ocasionando regressões marinhas da ordem dos 100 metros. Essa teoria é chamada a teoria dos eustatistas
que procuram provar a existência das variações do nível do mar em função das
glaciações. O recuo das águas oceânicas provoca imediatamente uma retomada
da erosão fluvial.
O canynon submarino é explicado pelos eustatistas como originado na ocasião
de uma regressão por causa do acúmulo das águas sob a forma de gêlo, no interior dos continentes. Nos períodos interglaciares a fusão dos gelos vai ocasionar
uma subida do nível dos oceanos.
A existência de meandros encaixados na plataforma continental, atesta uma
erosão fluvial na região. ex.: plataforma continental em frente à Bretanha.
Com o recuo das águas verifica-se uma variação no nível de base dos rios,
e o estabelecimento de uma pequena cachoeira na foz. Essa diferença de nível
do oceano primitivo e do oceano após a glaciação ocasiona a retomada da erosão,
e o escavamento de um novo perfil de equilíbrio.
Por ocasião de uma transgressão marinha êstes vales cavados pela erosão
fluvial vão ficar submersos sob as águas do oceano. Assim, para os eustatistas,
as oscilações do nível do mar são as responsáveis pelo aparecimento de praias
suspensas ou terraços marinhos e dos vales submersos.
Para os epirogenistas, êstes fatos morfológicos são explicados pelas deformações continentais, ex.: o nível de terraços de 100 metros chamado do Siciliano,
encontra-se em altitudes variadas como em Reggio, na Calábria, a 395 metros.
t!:ste fato é explicado pela .deformação do terraço primitivo por movimentos tectônicos. Estas deformações são posteriores ao depósito sedimentar.
Para o Prof. Bourcart, os terraços marinhos e os canyons que aparecem na
plataforma continental e que podem ter profundidades da ordem dos 2 000 metros ou mais, são devidos ao movimento do bordo costeiro, por êle denominado
flexura continental. 28
Talude continental -
logo a seguir à plataforma continental, temos uma
zona de forte declive, que constitui como que um abrupto. O talude continental
vai desde a cota de 200 metros até 2 000 metros de profundidade. De 2 000 a
6 000 metros é o domínio da chamada região pelágica. Finalmente temos os
grandes fundos, ou seja as áreas localizadas além da cota de 6 000 metros, que
constitui a região abissal.
Vejamos de modo esquemático o valor, ou melhor, a extensão dessas zonas
submersas:
........
...
Plataforma continental. . . . . . . .
P1·otundidade em
metros
%
ZONAS SUBMERSAS
Talude continental. ... .. ... . .... ....... . . ... .. '.. ..........
Região pelágica . . ......... . ......... ". . . . . . . . . . . . ......
Região abissal. . . . ................ ...... . ........ .... . ...
.
o-
8,1
8,8
80,3
2,8
200
{
20Q- 500
50(}-1000 "
lOOQ-2000
l
2000-3000
300o-4000
4000-5000
5000-6000
I
\
6000-7000
mais d~> 7000
Superfície ern Krr.2
%
25 993 000
8,1
8 054 000
9 518 000
17 572 800
2,0
2,0
4,!1
600
600
000
000
9,1
20,6
:33,0
17,1
7 688 100
2 562 000
0,7
35
75
120
62
145
416
813
237
2,1
(Areas submersas da autoria de Penck)
28
Vide Jacques Boucart -
"Les deformations récentes et leur influence sur le modelé actuel:
ln: Comptes Rendus du Congres International de Géographie", tomo II, pp. 167-190. Lisboa 1950 .
498
CO ]
BOLETIM GEOGRAFICO
Sucintamente podemos dizer que:
1 - maior área do relêvo submerso está entre 3 000 e 6 000 metros compre~
endendo um total de 70,7 %,
2 - de O a 200 metros, isto é, a plataforma continental, temos apenas 8,1 %,
3 - o talude abrupto de 200 a 3 000 cobre uma área de 18,4%,
4 - as grandes profundidades de 6 000 a 10 000 metros são raras perfazendo
um total de 2,8 % .
Depósitos submarinos -
A-
B -
Categoria das areias
C -
Categoria das poeiras
Categoria dos pré-colóides
(suspensóides)
D -
classificação de J. Bourcart
Categoria dos seixos de acôrdo
com o método granulométrico
> 2 mm
blocos > 500 mm
seixos > 25 mm
3 seixos pequenos (gravillon) <
25 mm
4 - grânulos > 5 mm
1 - grãos grosseiros 2 a 1 mm
2 - grãos médios 1 a 0,5 mm
3 - grãos finos 0,1 a 0,2 mm "sablons"
1 - < 0,00.1 mm
1 - < 0,02 e > 0,001 mm
1 -
2 -
A classificáção do professor Jacqces Bourcart foi feita partindo dos estudos
do seu antigo mestre Thoulet.
A 1.a categoria compreende o material grosseiro formado por blocos de mais
de 50 em. até às areias, cujas dimensões variam de 0,02 mm até 2 mm. As
areias não possuem adesão a sêco. A coesão dos grãos de areia só é verificada
quando existe um pouco de água. Porém se esta fôr em excesso a areia se escoa
como um líquido .
O estudo da forma e do tamanho dos grãos constitui objeto de pesquisa dos
engenheiros encarregados de construção e dos morfologistas interessados not
estudo das formas litorâneas emersas.
A categoria das poeiras e dos precolóides só pode ser estudada ao microscópio.
As poeiras constituem o que nós chamamos lama ou lôdo ou ainda vasa; é o
material cujas dimensões estão nas categorias de poeira e precolóides. As poeiras e precolóides possuem adesão a sêco. A erosão fluvial na matéria vasosa é
feita com grande dificuldade em virtude de fenômeno tixotrópico, para que haja
a disjunção das moléculas.
COMPOSIÇÃO
2 -
Sedimentos hemipelágicos .................. .
Lôdo
Lôdo
Lôdo
Lôdo
Vasa
B CD -
E -
................
azul .. .
vermelho .. .. ... ............. .. ... . . .
verde .... ············ ······· · ····· ··
vulcânico ... . ··· · ·· ··· ·· ·· ······ · ·· ··
coralígena ....... ·············· · ·····
3 -
Sedimentos eupelágicos ..... .
A -
Vasa de pterópodos ........ .
Vasa de globigerinas .......... .
Vasa de diatomácias ....... .
Vasa de ra.diolares ... ..... .
Argilas vermelhas. . . .... ........... .
B C D E -
Sedimentos
sil icosos
LIMITES DE
Sedimentos PROFUNDIDADE
inorgânicos
Sedimentos litorânP-os .......... .
A -
Sedimentos eupelágicos
tial dos oceanos. Nesta cal
fluência dos sedimentos cor
Vasa de pterópodos -
calcários, moluscos microsc
Vasa de globigerinas V asa de diatomáceas V asa · de radiolares -
ganismos silicosos.
Argilas vermelhas -
<i
finíssimos . Nessas argilas
ereções cuja explicação ain1
Distribuição geográfica
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1 -
Os sedimentos litorâneo
--continental. A natureza dl
relêvo emerso.
Num corte esquemáticc
uma verdadeira triagem (s
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A sedimentação litorân
-causa das variações do nív1
da plataforma continental.
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do domínio continental e d
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pelo sulfureto de ferro.
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As cinzas vulcânicas acúmulo de cinzas vulcânic
Vasa coralígena - terr
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13%
32%
35%
20%
86%
3%
1%
14%
2%
1%
84%
67%
61%
78%
13%
200- 5100
20Q-2200
200-2300
500- 5100
200- 3300
78%
64%
23%
4%
7%
3%
2%
41%
54%
2%
18%
34%
36%
70Q-2800
700- 5400
1100-3600
430Q-8200
4100-7200
42%
91%
ÁREAS
34 000 000 Kmt
Sedimentos eupelágico ~
TOTAL
55 700 000 Kmt
1300 000
130 000 000
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10 400 000
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2 - sedimentos hemipe
de matérias carregadas P
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3 - vasa coralígena _no Pacífico que encontram•
Km'
Km2
Kmt
Km'
Kmt
p rofundas nos mares quent
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Argilas vermelhas - co
Litologia submarina: -
especializado fundado por
_gia submarina. O estudo d
na Fran ça por especialistas
Cailleux e outros.
B. G.-4
CONTRIBUIÇÃO
3 000 e 6 000 metros compretal, temos apenas 8,1 %,
a de 18,4%,
metros são raras perfazendo
(gravillon)
<
grosseiros 2 a 1 mm
médios 1 a 0,5 mm
finos 0,1 a 0,2 mm "sablons"
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0,001 mm
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formado por blocos de mais
de 0,02 mm até 2 mm. As
'ãos de areia só é verificada
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ser estudada ao microscópio.
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I
---
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ÁREAS
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[I84%
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430Q-8200
410Q-7200
34 000 000 Km•
-
TOTAL
55 700 000 Kmt
1300 000
130 000 000
26 500 000
10 400 000
102 800 000
Kmt
Kmt
Kmt
Kml
Km•
AO
ENSINO
499
Os sedimentos litorâneos são constituídos de blocos, seixos e areias de origem
·continental. A natureza dêsses depósitos está nitidamente relacionada com o
relêvo emerso.
Num corte esquemático observamos que a sedimentação marinha realiza
-uma verdadeira triagem (separação no depósito) . Primeiramente temos o depósito dõs blocos, seixos grandes, pequenos, areias e finalmente as vasas.
A sedimentação litorânea não aparece sempre com esta característica por
eausa das variações do nível do mar. Êste fato só pode ser _observado na zona
da plataforma continental.
Os sedimentos hemipelág'icos - são os que possuem características mistas
do domínio continental e do domínio oceânico.
O lôdo azul- é muito rico em matéria inorgânica. Sua coloração é motivada
pelo sulfureto de ferro.
O lôdo vermelho- é motivado pela oxidação do material e também por causa
das cinzas vulcânicas que são algumas vêzes incorporadas a êste Iôdo. ·
O lôdo verde - a sua coloração esverdeada é por causa de certos animais
foraminíferos, constituindo a glauconita.
As cinzas vulcânicas- têm a coloração cinza ou negra e são produzidas pelo
acúmulo de cinzas vulcânicas.
V asa coralígena - tem a coloração esbranquiçada sendo constituída principalmente de organismos calcários.
Sedimentos eupelágicos- são aquêles que aparecem na zona pelágica e batia! dos oceanos. Nesta categoria de sedimentos não encontramos mais a influência dos sedimentos continentais.
Vasa de pterópodos - é essencialmente calcária, constituída por elementos
calcários, moluscos microscópicos.
V asa de globigerinas - são protozoários microscópicos, também calcárias.
Vasa de diatomáceas- são essencialmente silicosas.
Vasa de radiolares - são constituídas especialmente por carapaças de organismos silicosos.
•
Argilas vermelhas - dos grandes fundos_. são constituídas por sedimentos
finíssimos. Nessas argilas encontramos algumas vêzes certos nódulos ou concreções cuja explicação ainda não foi dada.
Distribuição geográfica dos sedimentos: - 1 - os sedimentos litorâneos são
os que possuem uma grande área geográfica por .causa do fato de aparecerem
na margem ou plataforma continental de todos os continentes.
2 - sedimentos hemipelágicos- o lôdo vermelho é constituído especialmente
de matérias carregadas pelos rios. A origem é portanto fluvial e aparecem
grandes depósitos na plataforma do continente sul-americano.
3 - vasa coralígena - aparece nas proximidades dos recifes, sendo no ocea_no Pacífico que encontramos maiores depósitos.
Sedimentos eupelágicÔs: - vasa de pterópodos: aparecem em zonas pouco
profundas nos mares quentes e temperados.
Vasa de globigerinas - sua distribuição principal é o oceano Atlântico.
Vasa de diatomáceas- aparecem no oceano Glacial Ártico.
Vasa de radiolares- no oceaiJ.o Pacífico e indico.
Argilas vermelhas - cobrem os grandes fundos oceânicos.
Litologia submarina: - O estudo dos depósitos oceânicos é feito no ramo
especializado fundado por Delesse, Roujoux,. J. Murray e Thoulet, chamado litolo_gia submarina. O estudo dos sedimentos marinhos está sendo muito incentivado
na França por especialistas como Jacques Bourcart, Mlle. Solange Duplaix, André
Cailleux e outros.
B. G. - 4
BOLETIM GEOGRáFICO
50()
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Noticiário
PRESID~NCIA
DA REPúE
Instituto Brasileiro de Geografia
Conselho Nacional de Ge4
XIII sessão ordinária da Assemb
Resenha completa dos trabalh
do discurso proferido pelo d
Florêncio de Abreu no ato dl
Moções e comunicações apres1
reunião - Resumo da confere
tista John Kolb Relatóril
rio-geral do C. N. G. lido no
Ementas das resoluções
Outras notas.
Constituídos em Assembléia
nem-se anualmente, os represen
gãos federais e estaduais integrad
geográfico brasileiro, para se 11
atividades geográficas desenvolvid
à vista dos resultados e experiên
das, traçarem novos métodos e n
balho.
De 1 a 12 de julho do corre!
zou-se nesta capital, simultân~
sua congênere do Conselho Nad
tística, a XIII sessão ordinária
Geral do Conselho Nacional de
qual participaram as seguintes r
Representação federal - Presl
bargador Florêncio de Abreu; st
Ten. Cel. Deoclécio De Paranhos
cretário da Mesa, Prof. José Verís
Pereira; delegado do Ministério
ca, Brig. Antônio de Azevedo Cal
legado suplente do Ministério dl
Cap. Célio Pereira; delegado do
Agricultura, Eng. 0 Valdemar Jc
lho; delegado do Ministério da E
Alírio Hugueney de Matos; suí
nistério da Educação, Prof. Hilg]
representante do ,Ministério da ~
Carlos Delgado de Carvalho; delf
-do Ministério da Educação, Prc
zinger; delegado do Ministério
Eng. 0 Ulpiano de Barros; delegl
tério da Guerra, general Nélson c
Dias; delegado do Ministério d
:Eugênio Vilhena de Morais; de;
nistério da Marinha, contra-alm·
do Jordão Amorlm do Vale; s~
·nistério da Marinha, Comte. ~
P. Freitas Serpa; delegado do
.Relações Exteriores, ministro },
Soares; delegado do Ministério dl
Pérlcles Melo Carvalho; delegadc
.da Viação, Eng.o Flávio Vieira:
Conselho Nacional de Estatística
.Malheiros Fernandes Silva; deleg
tura do Distrito Federal, Dr. Gtj
Sousa Castro; delegado do Terrl
pá, Prof . Kepler Teixeira da 1\
-do território do Rio Branco, DI
rães Lôbo; representante das inst
rais, Cel. João Batista Magalhã
te das instituições técnicas, Pr
Vieira.
Representação
regional:
Manuel Diegues Júnior; AmazoJ:1
do Peres Sobrinho; Ceará, Eng j
tácio Verçosa; Espíí:ito Santo, Di
Noticiário
(Études du reliej des océans )
la géologie du plateau cantil, 1949.
à la géologie), 89 páginas
r-ris 1952.
~ leU:r influence sur le modelé
rnternational de Géographie'' r
is sur les regressions et trans'i eté Géologique de France -
erte d'une grotte marine avec
gruc (Finisterre. In: Compte
'Géologique de France, ns. 9-10,.
1949.
tomo VI pp. 23 a 30, Buenos-
~ito
~ts
dans les formations détri-
.e et de Géologie Dynamique,
que générale des temps qua-
fSciences, tomo 166, pp. 636-641,
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tinental et des vallées souset de Géologie Dynamique,,
tuguêses e o diastrojismo daS'
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1p. 610-622.
~xure" et celle de deformation
·ol. IV, fase. III, 1945.
éans (Tradução) Paris, 1937 ~
I
Capital Federal
PRESIDf::NCIA DA REPúBLICA
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Conse~ho Nacional de Geografia
XIII sessão ordinária da Assembléia Geral Resenha completa dos trabalhos - integra
do discurso proferido pelo desembargador
Florêncio de Abreu no ato de inauguração
Moções e comunicações apresentadas nessa
reunião - Resumo da conferência do cientista John Kolb Relatório do secretário-geral do C, N. G. lido no encerramento
Ementas das resoluções aprovadas Outras notas.
Constituídos em Assembléia Geral, reúnem-se anualmente, os representantes de órgãos federais e estaduais integrados no sistema
geográfico brasileiro, para se inteirarem das
atividades geográficas desenvolvidas no país, e,
à. vista dos resultados e experiências conseguidas, traçarem novos métodos e normas de trabalho.
De 1 a 12 de julho do corrente ano realizou-se nesta capital, simultâneamente com
sua congênere do Conselho Nacional de Estatística, a XIII sessão ordinária da Assembléia
Geral do Conselho Nacional de Geografia, da
qual participaram as seguintes representações:
Representação federal - Presidente, desembargador Florêncio de Abreu; secretário-geral,
Ten. Cel. Deoclécio De Paranhos Antunes; secretário da Mesa, Prof. José Veríssimo da Costa
Pereira; delegado do Ministério da Aeronáutica, Brig. Antônio de Azevedo Castro Lima; delegado suplente do Ministério da Aeronáutica,
Cap. Célio Pereira; delegado do Ministério da
Agricultura, Eng.o Valdemar José de Cárvalho; delegado do Ministério da Educação, Eng.o
Alírio Hugueney de Matos; suplente do Ministério da Educação, Prof. Hilgard Sternberg;
representante do ,Ministério da Educação, Prof.
Carlos Delgado de Carvalho; delegado suplente
.do Ministério da Educação, Prof. Vítor Leuzinger; delegado do Ministério da Fazenda,
Eng.o Ulpiano de Barros; delegado do Ministério da Guerra, general Nélson de Castro Sena
Dias; delegado do Ministério da Justiça, Dr.
:Eugênio Vilhena de Morais; delegado do Ministério da Marinha, contra-almirante Edmundo Jordão Amorim do Vale; suplente do Ministério da Marinha, Comte. Alexandrino de
P. Freitas Serpa; delegado do Ministério das
.Relações Exteriores, ministro Alvaro Teixeira
Soares; delegado do Ministério do Trabalho, Dr.
Péricles Melo Carvalho; delegado do Ministério
da Viação, Eng.° Flávio Vieira; delegado do
Conselho Nacional de Estatística, Eng.o Moacir
Malheiros Fernandes Silva; delegado da Prefeitura do Distrito Federal, Dr. Guaraci Lopes de
Sousa Castro; delegado do Território do Amapá, Prof. Kepler Teixeira da Mota; delegado
do território do Rio Branco, Dr. José Guimarães Lôbo; representante das instituições culturais, Cel. João Batista Magalhães; representante das instituições técnicas, Prof.a Lais Prado
Vieira.
Representação regional: Alagoas, Dr.
Manuel Diegues Júnior; Amazonas, Dr. Leopoldo Peres Sobrinho; Ceará, Eng.o Jaime Anastácio Verçosa; EspíÍ'ito Santo, Dr. Alberto Stan-
ge Júnior; Bahia, Eng.o Lauro Sampaio; Goiás.
Eng.o Janue Gerulewicz; Maranhão, Prof.a
Hiptatia de Freitas; Mato Grosso, Dr. José Vilanova Tôrres; Minas Gerais, Eng.o Valdemar
Lobato; Pará, Prof. Francisco Cronje da Silveira; Paraíba, Prof. Hildebrando de Meneses;
Paraná, Dr. Alexandre Beltrão; Pernambuco, Dr.
Mário Carneiro do Rêgo Melo; Piauí, Gen. Jacó
Manuel Gaioso Almendra; Rio de Janeiro, Eng.o
Luís de Sousa; Rio Grande do Norte, Dr. América de Oliveira Costa; Rio Grande do Sul, Dr.
João Batista Pereira Filho; Santa Catarina,
Eng.o Vitor Antônio Peluso; São Paulo, Eng.o
Valdemar Lefêvre; Sergipe, Prof. Alfredo Montes de Araújo Pinto; suplente, Dr. Fernando
Valadão.
Instaladas as duas assembléias, passaram
elas a atuar separadamente. Os trabalhos da
Assembléia Geral do C.N.G. obedeceram à seguinte agenda:
Dia 2 - às 9 horas - Primeira reunião plenária - Eleição das Comissões; dia 3 - às 9
horas Reunião plenária. Apresentação de
projetos de resolução - às 14 horas - Reunião
das Comissões - às 17,30 horas - Conferência do Prof. Kolb; Dia 4 - às 9 horas- Sessão
plenária, às 14 horas reunião das Comissões Dia 7 - às 9 horas - S.e ssão plenária - 14
horas - Reunião das Comissões - 17,30 horas Conferência do Prof. Fábio de Macedo Soares Guimarães; Dia 8 - às 9 horas Sessão plenária e última apresentação de projetos- 14 horas- Reunião das Comissões; Dia
9 - às 9 roras - última sessão plenária; Dia
10 - Excursão a Volta Redonda; Dia 11 às 20,30 horas - Encerramento e recepção.
DISCURSO INAUGURAL DO PRESIDENTE
DO I.B.G.E.
Na sessão solene conjunta das duas assembléias gerais, o desembargador Florêncio
de Abreu, presidente do I.B.G.E., pronunciou
importante discurso, cuja integra vai publicada abai:.:>:
"É sempre, para mi;Jl, motivo de indizível
satisfação espiritual o convívio que, durante
os dias de nossas reuniões, mantenho com os
ilustres delegados e representantes federais, dos
governos regionais e do Distrito Federal, em
virtude da elevada atmosfera de cultura e civismo que nela se respira, a p a r de bem compreendida camaradagem, unidos todos pelo
ideal magnífico de bem servir aos altos interêsses do Brasil.
O ano passado tive a honra de presidir sõmente à reunião da Assembléia-Geral do Con- ·
selho Nacional de Geografia, pois, ao assumir
as funções de meu cargo, já se haviam realizado as reuniões da Assembléia-Geral do Conselho Nacional de Estatística. Hoje, porém, cabe-me maior honra e dobrada responsabilidade, por isso que terei de presidir à Assembléia-Geral das duas alas do Instituto, - reuniões
que, segundo a , lei que nos rege, devem efetuar-se concomitantemente.
É isso, aliás, bem expressivo, pois simboliza a íntima e indissolúvel interdependência da
Geografia e da Estatística. Certo, atentas a
unidade do Universo e a interdependência ge-
502
BOLETIM GEOGRAFICO
ral dos fenômenos, é até certo ponto artificiosa ou convencional a divisão da ciência em ramos ou categorias; mas, sem dúvida, a Estatística e a Geografia apresentam vinculação de
relacões de tal modo necessárias que o professor Delgado de Carvalho chega a afirmar, em
verdade, que é a Estatística que torna a Geografia uma ciência. Na geografia física, afirma
êsse eminente professor, à medida que se vão
multiplicando as observações submetidas a
mensurações, vão sendo de mais fácil apreensão e interpretação os fenômenos gerais, vão
ficando mais claras as idéias de conjunto, mais
fáceis as grandes sínteses. Na órbita da hidrografia e da climatologia, especialmente na meteorologia, a penetração da Estatística tem-se
revelado de inestimável valor prático; e nos domínios, então, da geografia humana, para cuja
estrutura é altamente relevante a contribuição
da geografia econômica, desde logo compreende-se como é necessário o consumo das estatísticas no que concerne aos fenômenos da
produção, da distribuição e da circulação das
riquezas, geogràficamente considerados. - Por
outro lado, foi preciso que a Divisão de Geografia do Conselho Nacional de Geografia procedesse previamente à medição da área do Brasil, por municípios, segundo a nova divisão territOl·ial, para que a Estatística pudesse realizar o cálculo das novas densidades de população para o recenseamento geral de 1950.
Sábia, portanto, a lei que, reconhecendo a
simbiose dos fenômenos que formam o objeto
das duas disciplinas, incorporou no mesmo Instituto as suas duas grandes alas - a Geografia e a Estatística. Tem-se, assim - aqui reunidos os membros de uma e de outra-, a visão
completa e perfeita do grandioso todo unitário
do Instituto, avivando destarte a con.sciência
dessa unidade, a fim de que as suas resoluções,
ao invés de orientarem-se no sentido da dispersão, tendam a estabelecer um elo cada vez
mais forte e compreensivo entre ambas. Convirá, mesmo, elaborar um projeto de regimento para reuniões conjuntas do Diretório Central de Geografia e da Junta Executiva Central
de Estatística, atenta a ocorrência de casos em
que interêsses nitidamente comuns aos dois
Conselhos reclamam deliberações cónjuntas.
Cumpre-me expor à ilustre Assembléia-Geral, e em conseqüência levar ao conhecimento
do país, as realizações dos Conselhos Nacionais de Geografia e de Estatística, no período
entre a última Assembléia-Geral e a presente.
Consoante a ordem inscrita no título de nossa
instituição, começarei pelas realizações do Conselho Nacional de Geografia.
_ •
I - Os trabalhos do Diretório Central referentes ao período de novembro de 1952 a junho do corrente ano correram normalmente,
cumprindo ressaltar a perfeita harmonia inalteràvelmente mantida entre êsse importante
órgão deliberativo do Conselho e a respectiva
Secretaria-Geral.
Em um total de 14 reuniões, das quais quatro extraordinárias, o Diretório, dentro de suas
atribuições, desenvolveu fecunda e profícua
atuação, aprovando, no interregno de que se dá
conta, 16 resoluções, numeradas de 429 a 445.
Dentre essas, merecem registro especial as de:
n. 0 440 - que promoveu a articulação da
Secção de Geografia e História do Estado-Maior
do Exército com o sistema geográfico de caráter
nacional, coordenado pelo Conselho. Com essa
deliberação o Conselho, como órgão criado para
estabelecer a coordenação das atividades geográficas no país, através da articulação de todos os organismos oficiais, poderá desenvolver
proveitosa cooperação técnica e científica no
plano de seus trabalhos, com o concurso daquele órgão superior das fôrças armadas do
país;
n.o 443 - que fixa a estrutura orgânica da
Secretaria-Geral. Consoante pronunciamento
expresso da Assembléia-Geral, foi cometido ao
Diretório Central o encargo de reexaminar a
conveniente estruturaÇão dos serviços do Conselho. Da apreciação cuidadosa do Diretório, no
tocante a essa importante matéria, resultou a
citada resolução, enfeixando, racionalmente, as·
unidades de serviço através das quais se desempenharão as atividades da instituição. Ficaram
estabelecidos os seguintes órgãos executivos:
Gabinete do Secretário-Geral; Divisão de Geografia, Divisão de Cartografia e Divisão de
Administração. E, segundo a experiência aconselha, como providência de alta relevância, fol
restabelecida a Divisão Cultural, cuja direção
foi confiada à alta competência do Dr. Virgílio
Correia Filho.
Ao ensejo do 17. 0 aniversário do I.B.G.E . •
promoveu o Conselho Nacional de Geografia
uma exposição de suas atividades no campo•
geográfico e cartográfico, que foi muito apreciada por ilustres visitantes, entre os quais o
Conselho Diretor da tradicional Sociedade Brasileira de Geografia e numerosa turma de oficiais do Estado-Maior do Exército.
II - No que tange aos trabalhos da Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Geografia.
como órgão executivo das deliberações do Conselho, cumpre-me comunicar, em primeiro plano, terem sido integralmente atendidas pela
Secretaria, após a manifestação expressa do Diretório Central, as disposições contidas nos
Arts. 2. 0 e 3. 0 da resolução n.o 381, bem como todos os da resolução n.o 394. Refiro-me à elaboração do Regimento da Secretaria e da sua nova
estrutura orgânica. Ao ensejo, foi examinada a
conveniente reestruturação dos serviços de que
resultou a resolução do Diretório Central, que
recebeu o n. 0 443, ora em pleno vigor. O Regimento da Secretaria-Geral foi elaborado pelo
Diretório Central e baixado, a título experimental, pela resolução n. 0 446, de 9 de junhoúltimo. A presente sessão ordinária da Assembléia-Geral cabe aprová-lo em definitivo. Será.
esta uma das suas tarefas mais importantes, sobretudo porque - por mais incrível que pareça - a Secretaria-Geral jamais dispôs, de maneira coordenada, de dispositivos expressos, regulando os seus diferentes serviços, distribuidos pelos seus diversos setores de trabalho.
Através de sua Divisão de Geografia, a Secretaria-Geral prosseguiu nos estudos de campo e de gabinete, concernentes à recuperaçlí.o
econômica da Baixada Fluminense, atuando em
cooperação com o Depart~mento Geográfico doEstado do Rio de Janeiro, e tendo em vista
áreas suscetíveis de colonização, as colônias
agrícolas existentes, o sertão carioca, as zonas
produtivas da Baixada etc.
Com referência à publicação de uma monografia sôbre o território do Amapá, a Secretaria-Geral está ultimando as providências no
sentido de ser dado a lume, em futuro próximo, um trabalho sôbre êsse objeto da resolução n.o 372, da Assembléia-Geral. Na conformidade da resolução n. 0 377, foram entregues
ao govêrno do estado de Goiás, 500 exemplares
do livro "Mato Grosso de Goiás", de autoria
do Prof. Speridião Faissol. Com respeito à resolução n.o 385, a Secretaria-Geral já tomou
as providências iniciais, no sentido da publicação de u'a monografia geográfica sôbre o
Acre, e, no tocante à de n.o 387, foram enviados aos Diretórios Regionais os trabalhos de ·
natureza regional para o efeito de receberem
sugestões.
No caso particular da resolução n. 0 392, dispondo sôbre a atualização dos valores das áreas
do Brasil e de suas unidades federadas e municípios, é de elogiar-se o interêsse e o aprêço
com que foram as mesmas examinadas por ·
alguns órgãos regionais. É de miste
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ridião Faissol. Com respeito à re385, a Secretaria-Geral já tomou
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3.
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entretanto, que até ao present.e momento, não
puderam alguns Diretórios Regionais levar a
efeito as determinações da Assembléia sôbre tão
importante matéria.
Em consonância com as idéias expendidas
por esta Presidência, na ocasião da instalação
da XII sessão ordinária, e relativas à coordenação e organização dos Diretórios Regionais, bem
como ao inéentivo das atividades geográficas
do país, é-me grato declarar que o órgão executivo do Conselho, por intermédio da atual
S ecretaria dos órgãos Regionais e Entidades
Filiadas, tomou tôdas as providências necessárias para que bem fôsse cumprida a resolução
da Assembléia-Geral, dispondo sôbre a restauração dos Diretórios Regionais. Nesta oportunidade, pôde a Presidência afirmar que a reação dos governos estaduais e dos territórios fel
altamente lisonjeira, tomando a maioria dêles
e.s providências necessárias ao restabelecimento ou reorganização dos Diretórios, dentro das
bases estabelecidas pelo Regulamento do Conselho e na conformidade dos dispositivos expressos no novo Regimento da Assembléia-Geral. A simples consulta aos arquivos da Secretaria-Geral revelará o alto apréço com que foram recebidos os expedientes da Presidência ou
da Secretaria-Geral do Conselho, relativos à matéria, fato, sem sombra de dúvida, confirmador
do interêsse, do alto descortino e do patriotismo dos senhores governadores dos estados e
territórios pela obra de grande e sadia brasilidade que é o I.B .G .E.
A Secretaria dos órgãos Regionais e Entidades Filiadas, atuando sob a orientação direta
do Secretário-Geral do Conselho, cabe, com
efeito, uma grande missão a desempenhar, tendo-se em vista a missão coordenadora do Conselho, determinada pelo artigo 1. 0 do decreto
que o instituiu. E a esclarecida providência da
Assembléia, no sentido de ser reservado um
auxilio mínimo a cada um dos Diretórios Regionais, fqi prontamente atendida pelo Diretório Central ao consignar, no atual orçamento do Conselho, o quantitativo total correspondente, à base do qual pôde a Secretaria-Geral
tomar as primeiras providências executivas .
III - Descendo, agora, às atividades específicas das Divisões de Geografia e de Cartografia, cumpre-me consignar que as da Divisão de
Geografia tiveram como objetivo essencial a
coleta de elementos destinados à elaboração das
monografias regionais para a "Geografia do
Brasil". Tôdas as Secções Regionais da Divisão
realizaram trabalhos de campo e continuaram
a formação de bibliografias geográficas visando
ao mesmo objetivo .
Nas Secções de Estudos Geográficos, de Cálculo, de Publicações e Ilustrações e de Documentação foram, por sua vez, elaborados mapas econômicos sôbre a produção de gêneros alimentícios em diversos estados, · sôbre a existência de gado bovino no Brasil e de ·gado suíno
em alguns estados; mapas de climas, de solos,
de hidrologia, de vegetação, de distribuição da
população em diferentes estados e de sua comparação entre os censos de 1940 e 1950; mapa de
densidade da população do Brasil em 1950 e de
delimitação do Polígono das Sêcas, na conformidade da lei n.o 1 348, de fevereiro de 1951.
Foi concluída a revisão da medição das áreas
do Brasil, das unidades federadas e dos municípios, e elaborado, em cooperação com o Comitê de Planejamento da Comissão de Abastecimento do Nordeste, um cartograma da divisão municipal do Nordeste em escala de ....
1:2 000 000. Concluíram-se, também, os estudos
de campo que se vinha realizando na área do
vale do rio Doce, em decorrência do Convênio
com a denominada "Companhia do Vale do Rio
Doce", os quais, em seu relatório final, compre-
503
endem o levantamento de diversos mapas da
bacia do referido flúmen, tais como: mapas
geomorfológicos, geológicos, de tipos de clima~
de comparação de população rural entre os censos de 1940 e 1950, da população urbana e suburbana, de população total, de densidade de
população, de distribuição da população, de distribuição do milho, do café, do feijão, da cana-de-açúcar e do gado bovino. Acham-se já
impressas e entregues à Comissão do referido
vale várias fôlhas do mapa geomorfológico da
bacia fluvial em aprêço. Em suma, estão sendo
ativados de tal modo os trabalhos decorrentes
do referido Convênio, que é lícito esperar es·
tejam os mesmos concluídos no prazo estipulado, - setembro dêste ano .
A "Geografia do Brasil", que se está ela·
borando, representará um importante acontecimento no âmbito cultural do país e constituirá a parte que cabe ao Brasil na organização
da grande "Geografia das Américas", obra monumental que está sendo empreendida pelo
Instituto Pau-Americano de Geografia e História , organismo especializado da Organização
dos Estados Americanos.
As Secções Sul e de Estudos Geográficos da
Divisão estão levantando uma série de mapas
do estado do Paraná, relativos, entre outros, ao
censo de 1950 sob o aspecto geográfico e à distribuição da população rural e urbana, destinados à exposição ·comemorativa do centenário
da elevação do Paraná e província.
Quanto às edições da Divisão, tenho a satisfação de informar que foram publicados 8
números do "Boletim Geográfico" e 5 da "Revista Brasileira de Geografia", dentro do ritmo
preestabelecido, bem assim os volumes l i e III
dos Anais do "X Congresso Brasileiro de Geografia", o volume sôpre a "Zona de Influência
da Cachoeira de Paulo Afonso" e entregues, para impressão, monografias sôbre os territórios
do Acre e do Guaporé. Foi ainda iniciada e
continuada a elaboração da bibliografia sôbre
o ensino da Geografia ,
Não deverei deixar de mencionar aqui, por
ser um fato auspicioso, ter-se realizado o Curso
de Férias para professôres de Geografia do ensino secundário, em colaboração com a Faculdade Nacional de Filosofia.
IV - Passando aos domínios da Divisão de
Cartografia, verifica-se ter sido concluída a
compilação de 6 fôlhas preparatórias da carta
geral na escala de 1: 500 000, um mapa do Amapá
na de 1: 1 000 000, outro do estado do Rio na de
1:400 000 e ainda outro do Brasil na de . .... .
1:2 500 000, bem como acharem-se revistas 24 fôlhas na escala de 1:500 000 em suas diversas
fases de trabalho, desde a da compilação até à
prova "off-set", bem como executada a revisão da compilação do mapa do estado do Rio
acima referido e da prova "off-set" do referido mapa do Brasil, em 1:2 500 000.
Foram executa das pela Secção de Reproduções 3 580 cópias diversas, 120 trabalhos fotocartográficos, 94 litográficos, 298 541 impressões
"off-set", 14 743 composições tipográficas e compostas em "vari-typer" 13 publicações; e pela
Secção de Restituição Aerofotogramétrica 50 300
fotografias "trimetrogon".
Foram reconhecidas 112 estações, trianguladas 131, e montadas 102 tôrres, abrangendo o
reconhecimento a área de 43 000 km 2 e a medição angular a de 19 570 km 2 • Foram nivelados 1 720 km e estabelecidas 1 035 RN (Referência Nível). Pela Secção de Bases, Astronomia e Gravimetria, foram feitas as observações
em 12 pontos de Laplace e medidas 4 bases; e,
pela de Levantamentos Mistos, executados caminhamentos no total de 6 813 km, determinados 15 567 pontos de altitude, estabelecidas
25 coordenadas e 15 declinações. Pela Secção
504
BOLETIM GEOGRAFICO
de Cálculos foi realizado o ajuste de um trecho
de triangulação numa área aproximada de ...
2 699 km2, com o total de 40 vértices, e o ajus-te de nivelamento trigonométrico duma área
de 12 000 km 2 com o total de 54 vértices, além
de calculadas 7 bases de I.n ordem e as coordenadas de 11 Laplace.
V - No plano internacional, cumpre-me
referir que, tendo constituído a ·comissão Nacional da União Geográfica Internacional e dispondo sôbre a criação da Comissão Organizadora do XVIII Congresso Internacional de Geografia, a Assembléia-Geral, em sua sessão ordinária do ano passado, determinou uma série
de providências que a Secretaria-Geral já cumpriu. Tem agora essa Presidência a satisfação
de anunciar que se encontra inteiramente constituída a Comissão Nacional, composta dos elementos culturais escolhidos na forma da resolução que a instituiu. Parece-me caber agora
aos órgãos deliberativos indicar à Secretaria-Geral do Conselho os recursos de que poderá
lançar mão para atender às despesas iniciais,
indispensáveis para a convocação e os trabalhos preliminares da grande Comissão.
No que concerne à cooperação com organismos internacionais, o Instituto, através da Divisão de Geografia, tem mantido estreita colaboração com o Instituto Pan-Americano de Geografia e História, especialmente na elaboração
do relatório da situação dos conhecimentos dos
recursos naturais do pais, e nos trabalhos relativos à instalação do Centro de Treinamento
de Técnicos para o levantamento dos conhecimentos dêsses recursos no continente, centro
êsse que, mercê da atuação diplomática do Itamarati, possivelmente será sediado nesta capital.
Foram também da maior importância, quer
no campo interno, quer na esfera internacional, as atividades do Conselho Nacional de Estatística, verificadas de julho do ano passado
até junho último.
I - No plano internacional, participou o
Conselho Nacional de Estatística dos trabalhos
da rr sessão da Comissão de Aperfeiçoamento
das Estatísticas Nacionais (C.O.I.N.S.), em
Ottawa, Canadá, sendo representado pelo Dr.
Raul do Rêgo Lima, diretor do Serviço de Estatística da Produção do Ministério da Agricultura. É-nos grato consignar que o sistema
de coordenação e cooperação interadministrativa adotado no Brasil no campo da estatística mereceu o maior interêsse daquela importante reunião de técnicos. Estêve presente sempre, nas exposições dos representantes de outros países, a idéia da instituição de um órgão
nacional com a fôrça e as características áo
C.N .E. Três assuntos foram objeto de debates
e deliberação: 1. Estatísticas agropecuárias
permanentes. 2. Coordenação estatística nacional. 3. Problemas relacionados com os
censos.
Atendendo a convite da O.N.U., o sistema
estatístico brasileiro se fêz representar, também, no seminário das Nações Unidas sôbre Organização Estatística, reunindo igualmente em
Ottawa, com a participação de 36 países. Motivos de fôrça maior impediram o comparecimento, àquela assembléia técnica, de delegação
especial brasileira. Dela participou, como representante do Brasil, o mesmo delegado à sessão da Comissão de Aperfeiçoamento das Estatísticas Nacionais, Dr. Raul Lima.
A outra importante assembléia internacional o Brasil também compareceu. Foi promovida, em Roma, pela Organização Mundial de
Alimentação e Agricultura (F.A.O.) e versou sôbre números índices agrícolas. Dela participaram vinte estatísticos, representando oito nações e três organizações internacionais.
A representação do Brasil estêve confiada ao
professor Jorge Kingston. Entre outras decisões, nela se assentou que, para efeito de
comparações internacionais, o conceito de produção deve ser o de suprimentos fornecidos pelas emprêsas agrícol!as nacionais ao mercado,
incluída, se possível, a horticultura. - Deve
ser assinalado, ainda, no que concerne à projeção da estatística brasileira no plano internacional, o fato significativo, e para nós honroso, de ter sido m;ganizado sob a direção ele
um brasileiro, Sr. Tulo Hostilio Montenegro,
ex-diretor técnico do Serviço Nacional de Recenseamento, o Centro de Ensino de Estatística Econômica e Financeira que o Instituto
Interamericano de Estatística instalou em Santiago do Chile.
São conhecidas as dificuldades que caracterizam o levantamento das estatísticas referentes à produção agrícola, agravadas no Brasil pela vastidão territorial e pela rarefação e
irregularidade observadas na distribuição dos
h'a bitantes da zona rural. O Conselho está empenhado em obter a instalação, em n'Osso pais,
de um Centro de Treinamento para Estatísticas Agrícolas, sob o patrocínio da F. A. O. N este sentido, já foi solicitada a interferência do
Ministério das Relações Exteriores junto àquele organismo internacional e iniciados entendimentos diretos com representantes daquele
órgão especializado das Nações Unidas. Se, como tudo indica, essas gestões chegarem a bom
têrmo, teremos dado mais um passo no sentido
do aperfeiçoamento daquelas estatísticas, de
fundamental importância sobretudo num pais,
como o nosso, em que as atividades agrárias e
pastoris, apesar do êxodo rural que se vem verificando, continuam predominando sôbre ai'!
demais, constituindo a ocupação da maior parte da população ativa.
II - Pasando ao plano interno, ou nacional, cumpre assinalar, desde logo, que uma
comissão especialmente por mim designada vem
procedendo à revisão do sistema de levantamento de estatísticas agropecuárias atualmente em
vigor. Foi elaborado novo plano, colimando ao
aperfeiçoamento das estatísticas referidas conforme recomendação do Comitê do Censo
das Américas, do Instituto Interamericano de
Estatística, e em obediência à resolução número 538, de 10 de julho de 1952, da Assembléia-Geral do Conselho. O esquema estudado será submetido, oportunamente, à apreciação dos membros da Assembléia-Geral, como
subsídio para a adoção de novo processo de elaboração das estatísticas agropecuárias permanentes.
o levantamento das estatísticas do comércio exterior, de cabotagem e por vias in~ernas,
está sendo efetuado, desde 1.0 de janeuo do
corrente ano, de acôrdo com a Nomenclatura
Brasileira de Mercadorias, aprovada pela resolução n.o 517, da última sessão da Assembléia-Geral, e que substitui, definitivamente, a. antiga Classificação de Mercadorias, que vmha
sendo usada em caráter provisório.
III - No período sob exame, o Conselho
concedeu filiação ao Departamento de Estatística e ao Departamento de Estudos Econômicos da Bôlsa de Mercadorias de São Paulo, dois
órgãos de indiscutível importância pelas atribuições que lhe cabem, na análise e orientação da economia paulista.
Continuaram a sair normalmente, e sempre com a melhor aceitação, as publicações periódicas do Conselho: a "Revista Brasileira de
Estatística", o "Boletim Estatístico" e a "Revista Brasileira dos Municípios".
Mas, no setor publicitário, o maior serviço
prestado, pelo ·Instituto, aos estudiosos do método estatístico foi, sem dúvida, o lançamento
das traduções de duas obras de au
ricanos - livros muito difundidos 1
nos Estados Unidos, onde, como é Sl
bliografia estatística é das maiores
Uma dessas obras, denominada "N.
ta tisticos Aplicados à Economia e ao
é devida à autoria do Sr. Frederick
professor de Economia e Estatística
sidade de Colúmbia, e, na opinião 1
dutor, Sr. H. E. Alvim Pessoa, "reme
na ou diminui a dificuldade dos es
cionados com os processos técnicos
baseia a estatística econômica".
cunho prático, do mesmo modo q1
compêndio, ."Estatística Geral e AIC
Croxton e Cowden, também recente
çado e cuja aceitação, nos meios tél
adiantados do mundo, se infere PE
ter alcançado oito edições, em ling
em menos de cinco anos e meio.
De todos os volumes publicados
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do sistema, de interdependência a
entre as repartições de estatística ex
gente no Brasil, é o "Anuário Estatís
çado pontualmente a 29 de maio, "
tatístico e do Geógrafo", de acôrdo
dição, o novo número do nosso print
tório estatístico apresenta, em cent
belas, uma visão de conjunto da
brasileira, revelando em algarismos
dos fenômenos essenciais da nossa '
mica, social, cultural, administrativa
IV - É preciso cogitar, sem
instalação de novas Agências de Est
municípios recém-criados, o que, r
do aumento de despesa sem cor1
acréscimo de arrecadação da "quo
tística", torna mais imperativa a
de concessão do refôrço do auxílio
pela União para custeio dos serviço
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dos ao público, apresentassem propoi
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o mérito do muito que lo~raram re
O próprio órgão central da Secrt
vem lutando, há anos, com insuficii
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seus pesados e múltiplos encargos.
ainda êste ano logrado êxito em s1
no sentido da melhoria substancial
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de seus serviços, o Conselho contin
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os destaques imprescindíveis da Cai
de Estatística Municipal.
Enquanto esta situação perdura
cretaria-Geral na contingência de a
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Regionais.
V - Era imprescindível proced
estruturação dos quadros e serviço
taria-Geral. Cinco anos decorrido:
da vigência da resolução n. 0 303, d
zembro de 1947, da Junta Central
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regular desenvolvimento dos enca
NOTICIARIO
ação do Brasil estêve confiada ao
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internacionais, o conceito de proer o de suprimentos fornecidos peagrícol!as nacionais ao mercado,
possível, a horticultura. - Deve
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o, Sr. Tulo Hostílio Montenegro,
~ cnico do Serviço Nacional de ReI· o Centro de Ensino de Estatfsl ica e Financeira que o Instituto
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hecidas as dificuldades que caracevantamento das estatísticas refedução agrícola, agravadas no Braidão territorial e pela rarefação e
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zona rural. O Conselho está emi obter a instalação, em nosso pais,
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as Relações Exteriores junto àqueD- internacional e iniciados entenjl"etos com representantes daquele
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e em obediência à resolução nú~ 10 de julho de 1952, da Assemdo Conselho. O esquema estudanetido, oportunamente, à apreciatnbros da Assembléia-Geral, como
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amento das estatistic~ do comérjde cabotagem e por vias internas,
efetuado, desde 1.0 de janeiro do
, de acôrdo com a Nomenclatura
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em caráter provisório.
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período sob exame, o Conselho
ção ao Departamento de Estatis~partamento
de Estudos Econômi-
[de Mercadorias de São Paulo, dois
discutível importância pelas atrilhe cabem, na análise e orienta!
mia paulista.
~am a sair normalmente, e semelhor aceitação, as publicações pe:onselho: a "Revista Brasileira de
o "Boletim Estatístico" e a "Rera dos Municípios".
setor publicitário, o maior serviço
1 ·Instituto, a~s estudiosos do méco foi, sem dúvida, o lançamento
das traduções de duas obras de autores americanos - livros muito difundidos e reputados
nos Estados Unidos, onde, como é sabido, a bibliografia estatística é das maiores do mundo.
Uma dessas obras, denominada "Métodos Estatísticos Aplicados à Economia e aos Negócios',
é devida à autoria do Sr. Frederick Cecil Mills,
professor de Economia e Estatística da Universidade de Colúmbia, e, na opinião de seu tradutor, Sr. H. E. Alvim Pessoa, "remove, contorna ou diminui a dificuldade dos estudos relacionados com os processos técnicos em que se
baseia a estatística econômica". É livro . de
cunho prático, do mesmo modo que o outro
compêndio, ."Estatística Geral e Aplicada", de
Croxton e Cowden, também recentemente lançado e cuja aceitação, nàs meios técnicos mais
adiantados do mundo, se infere pelo fato de
ter alcançado oito edições, em lingua inglêsa,
em menos de cinco anos e meio.
·
De todos os volumes publicados, entretanto, o que melhor documenta as virtualidades .
do sistema, de interdependência a cooperação
entre as repartições de estatística em geral, vigente no Brasil, é o "Anuário Estatístico". Lançado pontualmente a 29 de maio, "Dia do Estatístico e do Geógrafo", de acôrdo com a tradição, o novo número do nosso principal repertório estatístico apresenta, em centenas de tw-belas, uma visão de conjunto da atualidade
brasileira, revelando em algarismos a evolução
dos fenômenos essenciais da nossa vida econômica, social, cultural, administrativa e politica.
IV - É preciso cogitar, sem demora, da
instalação de novas Agências de Estatística, em
municípios recém-criados, o que, representando aumento de despesa sem correspondente
acréscimo de arrecadação da "quota de estatística", torna mais imperativa a necessidade
de concessão do refôrço do auxilio concedido
pela União para custeio dos serviços do Instituto. Felizmente, cumpre assinalar ter sido reconhecida, por acórdão do colendo Tribunal Federal de Recursos, a constitucionalidade da cobrança da aludida "quota" pelo Instituto, por
delegação dos municípios, o que deu ensejo a
que emprêsas de diversões, autuadas e processadas por falta de selagem dos ingressos vendidos ao público, apresentassem proposta de acôrdo, que foi aceita, devidamente resguardados
os interêsses da Caixa Nacional de Estatística
Municipal. •
Por outro "lado, a modicidade das dotações
orçamentárias impossibilitou muitas repartições do sistema do Instituto de melhorarem seu
equipamento material, circunstância que realça
o mérito do muito que lo~raram realizar.
O próprio órgão central da Secretaria-Geral
vem lutando, há anos, com insuficiência de recursos para se desobrigar satisfatoriamente de
seus pesados e múltiplos encargos. Não tendo
ainda êste ano logrado êxito em seus esforços
no sentido da melhoria substancial do auxilio
orçamentário federal destinado à manutenção
de seus serviços, o Conselho continuou autorizando, para ocorrer a despesas indispensáveis,
os destaques imprescindíveis da Caixa Nacional
de Estatística Municipal.
Enquanto esta situação perdura vê-se a Secretaria-Geral na contingência de adiar a execução de um plano, que tem em mira, de melhoria das instalações de algumas Inspetorias
Regionais.
V - Era imprescindível proceder-se à reestruturação dos quadros e serviços da Secretaria-Geral. Cinco anos decorridos do inici~
da vigência da resolução n. 0 303, de 30 de dezembro de 1947, da Junta Central, não mais
comportava a organizaç&,o da Secretaria-Geral,
na estrutura e na distribuição dos serviços, o
regular desenvolvimento dos encargos de sua
505
competência, acrescidos de muito, quer no campo administrativo, quer no da técnica estatística. Impunha-se adaptar o órgão às exigências renovadas de seu funcionamento, já por
meio de uma reestruturação dos serviços, no
sentido de sua racionalização, já pela recomposição de seus quadros e tabelas de pessoal.
As resoluções de ns. 403 e 404, baixadas a
11 de dezembro de 1952, pela Junta Central,
resultaram de longos estudos e amplos debates. Conforme estatuiu a primeira delas, a Secretaria-Geral passou a constituir-se dos seguintes órgãos: I - Gabinete do Secretário-Geral; II - Serviço Nacional , de Recenseamento; III - Consultoria Jurídica; IV - Inspetorias Regionais de Estatística; V - Agências
Municipais de Estatística; VI - Laboratório de
Estatística; VII - Diretoria de Levantamentos
Estatísticos; VIII - Diretoria de Documentação e Divulgação; IX - Diretoria de Administração.
Turmas especializadas integram o Laboratório de Estatística, ao passo que as Diretorias
se desdobram em Serviços, Secções e Turmas,
de acôrdo com a importância e a amplitude dos
respectivos setores de trabalho.
Quanto à resolução n. 0 404, teve por objetivo imediato reestruturar o Quadro Permanente e a Tabela Numérica de Mensalistas,
conforme as necessidades do serviço, mas atendeu ao mesmo tempo às justas aspirações de
melhoria do funcionalis!illo da Secretaria-Geral
do Conselho.
É cedo ainda para aquilatarmos as vlrtualidades da nova organização interna da Secretaria-Geral. Desde já, porém, se observa que,
sob a supervisão do secretário-geral, os diferentes setores de trabalho se entrosam harmoniosamente, esforçando-se cada um em conseguir maior rendimento e concorrer para o
acréscimo geral de produção. Os serviços administrativos se desenvolvem satisfatoriamente, ao
passo que os trabalhos técnicos retomam o
ritmo normal . Como já referi anteriormente,
sucedem-se as publicações, no empenho de
maior atualização, de mais pronta divulgação
dos dados elaborados e das informações coligidas.
No que tange, ainda, ao aperfeiçoamento
do pessoal, cabe-me aludir à concessão de bôlsas de estudo a cinco servidores do Conselho,
duas das quais para um Curso de Amostragem
de Estatística Agrícola, em Quito, duas pa:ra
um estágio de aperfeiçoamento nos Estados
Unidos e uma para o Centro de Ensino de Estatística Econômica e Financeira, em Santiago
do Chile.
VI - Passando a referir-me aos árduos tra. balhos censitários, sob a responsabilidade da
Secretaria-Geral, continuaram êles a desenvolver-se de forma satisfatória. Do Censo Demográfico, cujos resultados preliminares foram
divulgados a contar do mês de março de 1951,
deu-se seguimento à publicação de dados definitivos reunidos nas "Seleções dos principais
dados", que já compreendem 23 unidades federadas . No ano em curso, foram divulgadas,
por ordem cronológica, as "Seleções" correspondentes aos estados da Bahia, Amazonas e Santa
Catarina, achando-se em provas tipográficas os
exemplares referentes a Minas Gerais, Paraná
e São Paulo.
Concluídas as apurações relativas aos três
últimos estados, a Junta Executiva Central
aprovou, em resolução censitária n. 0 40, de 22 de
maio dêste ano, para posterior ratificação do
Govêrno, os resultados gerais definitivos da população do Brasil, recenseada em 1. 0 de julho de 1950.
...
A 29 de maio do corrente ano, décimo sétimo aniversário do Instituto, o Serviço Nacio-
506
BOLETIM GEOGRAFICO
nal de Recenseamento divulgou, em edição mimais de 80% do material distribuído em todo
meográfica, a "Seleção dos principais dados do
o terr_itório nacional, tudo indicando que, pela
Censo Demográfico", constante de 12 quadros
primeira vez na história da instituição, esteja
para o conjunto do Brasil, além de 11 outros
a campanha encerrada dentro do prim'Mro seem que se acham reunidos resultados para &s
mestre dêste ano.
regiões fisiográficas e unidades da Federação.
VII _ No campo das atividades internas
Duas tabulações especiais (Municípios com população superior a 50 000 habitantes e cidades
da Secretaria-Geral, cabe referir, desde logo,
il
o trabalho realizado pelo Laboratório de Estae v as que ·possuem mais de 5 000 habitantes)
tística, sob a orientação do assessor técnico do
encerram a "Seleção" ·
•
Conselho, professor Giorgio Mortara, trabalho
No tocante aos Censos Econômicos cujos
de que resultou 0 enriquecimento das diversas
resultados preliminares foram divulgados em
séries de publicações, em que são aproveitados
julho de 1952, 0 Serviço Nacional de Recenseaos dados dos recenseamentos de 1940 e 1950 e
mento reeditou, em edição "off-set", a "Sidos levantamentos da estatística permanente.
nopse Preliminar do Censo Industrial", enriquecida de novos elementos para a União e as
Cabe referir que a série "Estudos Demográunidades da Federação. o Serviço Nacional de
ficos" atingiu, até abril dêste ano o númeRecens_eamento vem antecipando, ainda, a diro 55; ao número 31 chegaram os "Éstudos sôvu!gaçao elos resultados censitários, por interbre as quantidades e os preços das mercadorias
medio de "Notas" diárias e "Comunicados"
produzidas ou negociadas"; e foram lançados
mensais, de ampla aceitação, fornecidos à imos dois primeiros "Estudos sôbre o censo indusprensa e ao rádio.
trial de 1950".
• Merece referência especial a utilizaçãÓ que · '
Tendo exposto em sucinto relato as ativivem tendo os resultados censitários divulgados
dades mais importantes dos Conselhos Nacioaté o momento, por parte de órgãos adminisnais de Geografia e Estatística e as das respectr.ativos e instituições especializadas. Entre outivas Secretarias-Gerais, tenho a satisfação de
tros, cumpre destacar a Equipe de Estudos da
pôr em merecido destaque, por último, duas
Renda Nacional, do Instituto Brasileiro de Ecomarcantes realizações que se prendem, uma ao
nomia da Fundação Getúlio Vargas, nos traba-· Conselho Nacional de Geografia e outra ao Conlhos concernentes à estimativa da renda naselho Nacional de Estatística . Quero referir-me
cional, a Assessoria Técnica da Presidência <ia
à ligação do sistema geodésico brasileiro ao
República, no planejamento de atividades báarco intercontinental e à criação da Escola Brasicas do país, o Ministério do Trabalho na resileira de Estatística.
visão dos níveis de salários e do abon'o famiO término da cadeia de triangulações, que
liar, a Comissão Nacional de Bem-Estar Social
possibilitou a ligação em referência, desenvola Comissão Nacional de Políti.ca Agrária, o Ban~
veu-se da fronteira Brasil-Bolívia até o sistema
co de Desenvolvimento Econômico, o Conselho
g odésico brasileiro de primeira ordem e veio
Nacional de Economia, em estudos diversos.
completar os trabalhos da secção brasileira da
Menção especial deve ser feita à apuração
cadeia transcontinental, que se estenderá furelativa às "favelas" existentes no Distrito Feturamente do Território do Alaska ao Rio Granderal, com a finalidade de fornecer novas conde do Sul e ao Chile. :ttste notável acontecitribuições à solução de problema da habitação
mento foi celebrado em solenidade realizada· a
de tais núcleos da população carioca.
60 km da cidade de São José do Rio Prêto, em
São Paulo, estando presente o secretário-geral,
De acôrdo com o programa de trabalho estenente-coronel De Paranhos Antunes. O tret a belecido, o Serviço Nacional de Recenseacho terminado é fruto da cooperação brasileimento vem dedicando especial cuidado à taro-norte-americana, representada pelo Consebulaç~o dos resultados, prevendo-se, para fins
lho Nacional de Geografia e pelo "Inter Amede _19o3, que o rendimento alcance 40 %, em rerican Geodetic Survey", e significa notável tralaçao ao Censo Demográfico e 50 % no que se
balho de colaboração internacional, onde técrefere aos Censos Econômicos. Trata-se da fanicos brasileiros e americanos, como na ocase mais complexa e demorada dos trabalhos de
sião salientou o secretário-geral, levaram a bom
apuração, na qual são apreciadas as caractetêrmo a medição de 118 vértices de triangularísticas investigadas em função dos cruzamenção de primeira ordem, num período de detos possíveis. De acôrdo com o esquema adozesseis meses de árduas operações nos estados
tado, deverão ser divulgados os resultados comde Mato Grosso e de São Paulo.
pletos correspondentes ao estado do Paraná
ainda êste ano, por ocasião do primeiro cen~
A recente criação da Escola Brasileira de
tenário da criação da província. Logo a seEstatística, a primeira, no gênero, existente na
guir serão apresentados os dados relativos ao
América Latina e que se acha em pleno funestado de São Paulo ~ ao ensejo do seu quarto
cionamento, visa não só a melhorar o nível
centenário, em começos de 1954.
técnico dos servidores dos órgãos estatísticos
como a contribuir eficazmente, em futuro próFoi dado andamento à publicação dos "Doximo, para a formação de pessoal destinado a
cumentos Censitários", que ficaram acrescidos
outros setores de atividade. o secretário-ge·dos seguintes volumes: "O quesito Religião no
ral do Conselho Nacional de Estatística, Dr.
Censo Demográfico de 1950" "As Favelas do
Maurício Filchtiner, em seu substancioso disDistrito Federal e o Censo' Demográfico de
curso proferido por ocasião da inauguração da
1950", "Cadastros Preliminares no RecenseaEscola, aludiu à "fome de estatísticas" que
mento de 1950" e "Classificação de Indústrias
ora existe no mundo moderno. Como observa
no Recenseamento de 1950".
eminente tratadista, o grande desenvolvimento
o serviço Nacional de Recenseamento ini- dos levantamentos de informações numéricas,
ciará, a contar do mês de julho dêste ano a disôbre os fenômenos interessantes para o hovulgação dos "Dados Preliminares do 'Censo
mem de Estado, achou a sua expressão caracAgrícola", antecipando, assim, 0 conhecimenterística nas publicações oficiais e especialmento das atividades agropecuárias do país, pesquite nos anuários estatísticos nacionais e intersadas no levantamento censitário de 1950 .
nacionais, que hoje formam o "vade-mecum"
indispensável ao administrador público; de sorAinda neste setor, devo salientar, especialte que "países vastos e populosos, - Estados,
mente, que a XVII Campanha Estatística, lanprovíncias, grandes cidades -, não poderiam
çada no início do corrente ano, graças às proser convenientemente administrados sem o
vidências tomadas pela Secretaria-Geral, ofeconstante aproveitamento dessas informações,
recia, a 15 de maio último, uma situação- ausque apresentam aos governos a visão quantitapiciosa: já se achava concluída a coleta de
tiva dos mais diversos aspectos da vida nacio-
nal ou local". Sem as estatísticas
mente empíricos (ia dizer charla
planos e planejamentos da admh
blica; e as próprias administraç
dos bancos e das grandes emprêsa
mercantis, ou mesmo agrícolas, ni
sam. Por outro lado, assumindo :
antiga Estatística, - ciência do e
caráter de "ciência dos fenômenos
te típicos e método geral para o
fenômenos nas ciências concreta
a Estatística elemento de grande
para o desenvolvimento não só da
ciais, como a sociologia, a econom
ciência das finanças, a geografi
antropogeografia, mas ainda das
cas, como a meteorologia, e das c:
gicas, como a biometria. Donde :
desde logo, a alta expressão teór:
que é, para o nosso país, em maté
e como centro de estudo super!
Brasileira de Estatística. O Cons1
·de Estatística pode ufanar-se de
com a criação de sua Escola, Uni
viço à nossa pátria.
Ao finalizar esta minha expo1
o grato dever de apresentar n
agradecimentos aos senhores mer
retório Central de Geografia e d :
cutiva Central de Estatística, aos
cionários dos Conselhos e, espec
senhores secretários-gerais, a prec:
ção que vão prestando a esta Pre
sibilitando-lhe destarte cumprir
e com ânimo as suas complexas
todos os senhores delegados e I
dirijo minhas efusivas saudações,
melhores votos para que os trabal
sembléia-Geral alcancem o mais
to, no sentido da realização das
dadês do Instituto, para a grande!
Ainda durante a cerimônia d
senhores brigadeiro Castro Lima
berto Martins que, como represent
legações federais, respectivamente,
gráfica e estatística, saudaram os
tes das unidades federadas às m
bléias. Em agradecimento, falara
sen{10res doutores Américo de O
delegado do Rio Grande do Norte,
cerda, delegado do estado de Sal
Apresentação de relatórios -
delegados das várias unidades
feita, durante as reuniões ordinl
sentação de relatórios referentes
geográficas levadas a efeito nos I
tados, e que serão publicados o
neste Boletim.
Moções Foram aprovadas
diversas moções, dentre as quais
1) a que apresenta aplausos a
do de Carvalho pela sua atuaçãl
como pioneiro do moderno ensino
ao ensejo do transcurso do 40. 0 1
aparecimento de sua obra Geogr~
proposta essa de autoria do Ten
cio De Paranhos Antunes; 2) a q
voto de louvor ao Ten.-Cel. Deocl
nhos Antunes, pela iniciativa da 1
centro de estudos de Geopolítica!
real e aplicação no Brasil, de au
Delgado de Carvalho; 3) a de '
pela passagem do centenário de
, b~~~~~~ia g~i~:~aná, l1e autoria d~
Outros pronunciamentos fize
pomo sejam: o do Sr. Kepler Teixl
teceu os trabalhos realizados p
gráfico "Rio Branco",
de corveta Maximiliano Ed
ligados ao levantamento do
-
3
NOTICIARIO
J material distribuído em todo
lonal, tudo indicando que, pela
. história da instituição, esteja
cerrada dentro do prim'e iro se-
o.
campo das atividades internas
eral, cabe referir, desde logo,
zado pelo Laboratório de Estatentação do assessor técnico do
>sor Glorgio Mortara, trabalho
o enriquecimento das diversas
:tções, em que são aproveitados
censeamentos de 1940 e 1950 e
;os da estatística permanente.
que a série "Estudos 'Demográaté abril dêste ano, o núme·o 31 chegaram os "Estudos sôies e os preços das mercadorias
11egociadas"; e foram lançados
> "Estudos sôbre o censo indus-
:t o em sucinto relato as ativiortantes dos Conselhos Nacioa e Esta tfstica e as das respec:-Gerais, tenho a satisfação de
!o destaque, por último, duas
ações que se prendem, uma ao
al de Geografia e outra ao Conle Estatística. Quero referir-me
.stema geodésico brasileiro ao
mtal e à criação da Escola Bra>tica.
la cadeia de triangulações, que
gação em referência, desenvolira Brasil-Bolivia até o sistema
üro de primeira ordem e veio
Lbalhos da secção brasileira da
;inental, que se estenderá fu·rritório do Alaska ao Rio GrauChile. 1l::ste notável aconteci~ado em solenidade realizada· a
de São José do Rio Prêto, em
tdo presente o secretário-geral,
De Paranhos Antunes. O tre: fruto da cooperação brasileina, representada pelo CanseGeografia e pelo "Inter Ameurvey", e significa notável traração internacional, onde téce americanos, como na ocasecretário-geral, levaram a bom
J de 118 vértices de triangulaordem, num período de deárduas operações nos estados
e de São Paulo.
riação da Escola Brasileira de
1meira, no gênero, existente na
e que se acha em pleno funt não só a melhorar o nível
ridores dos órgãos estatísticos
ir eficazmente, em futuro prórmação de pessoal destinado a
e atividade. O secretário-ge' Nacional de Estatística, Dr.
ner, em seu substancioso dispor ocasião da inauguração da
1 "fome de estatísticas" que
undo moderno. Como observa
sta, o grande desenvolvimento
os de informações numéricas,
mos interessantes para o hoachou a sua expressão caraclicações oficiais e especialmenestatísticos nacionais e intertoje formam o "vade-mecum"
administrador público; de sor·astos e populosos, - Estados,
ies cidades -, não poderiam
:nente administrados sem o
litamento dessas informações,
aos governos a visão quantitaversos aspectos da vida nacio-
nal ou local". Sem as estatísticas, serão meramente empíricos (ia dizer charlatanescos), os
planos e planejamentos da administração pública; e as próprias administrações privadas
dos bancos e das grandes emprêsas industriais,
mercantis, ou mesmo agrícolas, não as dispensam. Por outro lado, assumindo atualmente a
antiga Estatística, - ciência do estadista -, o
caráter de "ciência dos :fenômenos coletivamente típicos e método geral para o estudo dêsses
fenômenos nas ciências concretas", tornou-se
a Estatística elemento de grande importância
para o desenvolvimento não só das ciências sociais, como a soc~ologia, a economia politica, a
ciência das finanças, a geografia política, a
antropogeografia, mas ainda das ciências físicas, como a meteorologia, e das ciências biológicas, como a biometria. Donde se depreende,
desde logo, a alta expressão teórica e prática
que é, para o nosso país, em matéria de ensino
e como centro de estudo superior, a Escola
Brasileira de Esta tfstica. O Conselho Nacional
·de Estatística pode ufanar-se de ter prestado,
com a criação de sua Escola, um grande serviço à nossa pátria.
Ao finalizar esta minha exposição, cumpro
o grato dever de apresentar meus cordiais
agradecimentos aos· senhores membros do Diretório Central de Geografia e da Junta Executiva Central de Estatística, aos demais funcionários dos Conselhos e, especialmente aos
senhores secretários-gerais, a preciosa colaboração que vão prestando a esta Presidência, possibilitando-lhe destarte cumprir normalmente
e com ânimo as suas complexas funções. E a
todos os senhores delegados e representantes
dirijo minhas efusivas saudações, com os meus
melhores votos para que os trabalhos desta Assembléia-Geral alcancem o mais completo êxito, no sentido da realização das altas finalidades do Instituto, para a grandeza do Brasil".
Ainda durante a cerimônia discursaram os
senhores brigadeiro Castro Lima e doutor Alberto Martins que, como representantes das delegações federais, respectivamente, das alas geográfica e estatística, saudaram os representantes das unidades federadas às mesmas assembléias. Em agradecimento, falaram, depois, os
senhores doutores Américo de Oliveira Costa,
delegado do Rio Grande do Norte, e Roberto Lacerda, delegado do estado de Santa Catarina.
Apresentação de relatórios - Por parte dos
delegados das várias unidades federadas foi
feita, durante as reuniões ordinárias, a apresentação de relatórios referentes às atividades
geográficas levadas a efeito nos respectivos estados, e que serão publicados oportunamente
neste Boletim.
Moções Foram aprovadas pelo plenário
diversas moções, dentre as quais assinalamos:
- 1) a que apresenta aplausos ao Prof. Delgado de Carvalho pela sua atuação profissional,
como pioneiro do moderno ensino da Geografia;
ao ensejo do transcurso do 40. 0 aniversário do
aparecimento de sua obra Geografia do Brasil,
proposta essa de autoria do Ten.-Cel. Deoclécio De Paranhos Antunes; 2) · a que propõe um
voto de louvor ao Ten.-Cel. Deoclécio De Paranhos Antunes, pela iniciativa da criação de um
centro de estudos de Geopolítica, sua situação
real e aplicação no Brasil, de autoria do Prof.
Delgado de Carvalho; 3) a de congratulações
pela passagem do centenário de fundação da
, província do Paraná, d.e autoria do Prof. Manuel
Diegues Júnioll.
Outros pronunciamentos fizeram-se ouvir,
como sejam: o do Sr. Kepler Teixeira, que enalteceu os trabalhos realizados pelo navio hidrográfico "Rio Branco", comandado pelo capitão
de corveta Maximiliano Eduardo da Fonseca,
ligados ao levantamento do canal norte do rio
507
Amazonas, requerendo votos de pesar pelos marujos daquele barco sucumbidos em serviço;
o do senhor Manuel Diegues Júnior, que
assinalou o transcurso do 50. 0 aniversário de
nascimento do cientista A-:-tur Ramos, sôbre
cuja vida e obra fêz importante comunicação;
o do general Gaioso Almendra, que tratou
do aproveitamento do babaçu existente nos
vales do Mearim, Itapecuru e Parnaíba;
o do senhor Manuel Diegues Júnior, que·
analisou o sentido geográfico do último discurso proferido pelo Sr. João Cleofas, titular
da pasta da Agricultura, perante a Câmara
dos Deputados.
Visitantes ilustres- A Assembléia Geral do
C .N.G. recebeu a visita do senador Anisio Jobim e do Prof. Josué de Castro, aos quais foram, ao ensejo, prestadas homenagens.
*
HOMENAGEADO O SECRETARIO-GERAL
DO C. N. G. - O tenente-coronel De Paranhos
Antunes, secretário-geral do Conselho Nacional de Geografia, foi alvo de expressiva homenagem da Assembléia Geral através do discurso
do ministro Alvaro Teixeira Soares, representante do Itamarati, cujos têrmos são os seguintes:
"Na sessão de ontem devo reconhecer que
nós, involuntàriamente, cometemos um deslize, de modo que tomei uma deliberação e espero que tenha o apoio de todos os companheiros, para que êste involuntário d eslize seja reparado. Refiro-me ao fato de não termos consignado em ata umas palavras de aprêço, na
primeira sessão, ao nosso secretário-geral, o
coronel Deoclécio De Paranhos Antunes. É a
primeira vez que êle tem assento, como secretário-Geral do Conselho Nacional de Geografia,
em nossa Assembléia Geral. E, sinto-me perfeitamente à vontade para dizer que se trat a de
uma personalidade possuidora de títulos que
justificariam que nós, na sessão de ontem
houvéssemos consignado algumas palavras de
louvor por sua designação, fazendo votos para
que êle seja muito feliz nesta investidura. Ser
secretário-geral de uma organização como esta
é uma tarefa sumamente difícil, requer muita
operosidade e dedicação ao mesmo tempo que
compreensão de todos os problemas em todos os
setores, não só na parte administrativa como
na parte de designações como também o uso de
todos os elementos técnicos. De modo que o
coronel De Paranhos Antunes não tem neste
momento um pôsto invejável, devo dizer, mas
sua capacidade de trabalho, sua dedicação aq
I.B.G.E., seus dotes literários de escritor e
suas qualidades de técnico constituem penhor
de que êle levará para diante esta obra em que
cada um contribui com um tijolo, um pouco
de areia, enfim, de acôrdo com a possibilidade de cada um".
O homenageado agradeceu proferindo as seguiu tes palavras:
"Quero agradecer as bondosas palavras com
que o ilustre representante da Casa de Rio
Branco, nesta Assembléia Geral, o senhor ministro Alvaro Teixe<ira Soares, se referiu à minha investidura no cargo de secretário-geral, e
à minha condição de estar aqui reunido, pela
primeira vez, como secretário-geral, a esta Assembléia que reúne representantes de todos os
estados da Federação. Como já disse alhures,
aquêles que fazem Geografia, aquêles que estudam a terra, que fazem levantamentos geodésicos, os engenheiros e geógrafos, em suma,
são os que mais amam a sua pátria.
O ilustre representante do Ministério das
Relações Exteriores, ministro Teixeira Soares
é uma figura, sob todos . os pontos de vista, bri-
•
508
•
BOLETIM GEOGRAFICO
lhante, culta e especializada em assuntos referentes ao Brasil. Ainda há pouco, foi êle o secretário-geral da C. E. P. A. L., em sua grande
reunião que teve lugar em Petrópolis e levou
a multo bom têrmo sua missão.
Tem êle viajado, por designação do Ministério das Re~ações Exteriores pelo Brasil afora,
princlpalmen te no Amazonas, de onde êle nos
tem dado, através do "Jornal do Comércio" as
impressões de sua viagem.
De modo que ser saudado por um ministro
à altura do ministro Teixeira Soares é para
mim uma honra, de grande significação. E por
isto, agradeço as palavras bondosas que me dirigiu em nome dos senhores delegados".
Comunicações Dentre as comunicações
levadas à consideração do plenário, cumpre assinalar a do Eng. Valdemar Lobato, representante de Minas Gerais, sôbre a organização de
um documentário dos municípios brasileiros,
assim redigida:
"Temos o prazer de comunicar a esta Assembléia que o Departamento Geográfico do Estado de Minas Gerais está empenhado em fazer um estudo que evidencie a marcha da municipalização; partindo das comunas mineiras
existentes, procurar suas origens, na tentativa
de fixar a fo~mação das várias cédulas, com a
análise da divisão do território e das questões
de toponímia.
Todos sabemos que a divisão político-administrativa do pais está sendo constantemente
alterada. Com a criação de novas unidades ou
com a mudança da linha de limites nas modificações comuns de territórios, a nossa carta politica apresenta fisionomia instável. A necessidade de revisão sucessiva, se indica progresso - uma vez que é determinada pelo desenvolvimento que se verifica em tôdas as regiões
do pais - , pode criar dificuldades para o estudo, para as relações comuns entre as pessoas de áreas diferentes e até para a administração, se não se proceder a um trabalho sistematizado do quadro nacional, em que se consignam as unidades existentes e suas origens.
Se cada unidade da Federação realizar essa
tarefa, remontando das comunas atuais às células de origem, com referências às várias fisionomias apresentadas através da História, teremos ai um elemento inestimável para estudo, não apenas da Geografia e História, como
também um ponto de partida até para estudos de sociologia e economia, com a indicação
das áreas que mais se apresentam aproveitadas pelo homem.
Bem sabemos que êsse trabalho não é fácil;
supõe volume bastante apreciável de tarefas,
com a exigência da mais cuidada atenção. De
fato é confuso o período colonial se não atentam~s para os documentos básicos que são a
fonte histórica; na época imperial, a fisionomia das províncias era alterada no decorrer
de todo o ano, com pequenas mudanças de
limites, criação de comunas, às vêzes supressão em movimento interminável por falta de
obj~tividade da lei e pelos interêsses políticos
dos governos, que se sucediam a prazo curto no
poder. Demais, a dificuldade cresce devido à
topo nímia: nomes mui to extensos ou repetições
na mesma região perturbam o pesquisador menos avisado. Assim trata-se de uma obra que
requer estudo atento e dedicação e ainda muitos elementos informativos, como papéis oficiais, livros de leis, mapas e tradições. Parece-nos que o trabalho só pode ser desempenhado a contento pelas repartições estaduais,
uma vez que é nos arquivos dos estados que
se encontra todo êsse acervo.
Sugerimos, pois, que as delegações aqui prel!lentes considerem a possibilidade de realização
de uma obra assim: uma espécie de dicionário
dos municípios do estado, consignando-se em
cada município a origem e os desmembramentos que o território ·já sofreu, bem como as variações toponimlcas. Além do dicionário, quadros e esquemas poderão ilustrar bem o assunto, facilitando a sua prvnta compreensão. ~sse
trabalho será útil ao estudioso da realidade nacional em suas várias faces, servirá à História
e à Administração. Quanto a nós, especialmente, dedicados à Geografia por interêsse de
estudo e por função profissional, não precisamos justificar o significado da obra: ela será
auxiliar eficiente em nossos serviços. Realizando-a, cumprimos duas das atribuições que
são cometidas aos nossos órgãos: a de esclarecer as dúvidas geográficas que se apresentam
à exata divisão político-administrativa dos estados e a de contribuir com uma obra informativa útil a quantos se interessam por problemas de sua região".
O Eng. Flávio Vieira, representante do Mi-.
nistério da Viação e Obras Públicas, apresentou
interessante comunicação sôbre a extensão do
rio Amazonas, cujos têrmos são os seguintes:
"Do Peru chega-nos uma notícia que parece não ser despropósito nosso reproduzir nesta Assembléia, por isso que diz respeito ao
portentoso rio Amazonas.
Embora não constitua uma noticia que interesse direta e fundamentalmente à geografia brasile~ra, pois trata-se da ainda controvertida determinação da fonte dessa nossa formidável corrente potâmica (donde um interêsse
relativo para nós), desejamos, todavia, fazer-lhe
aqui uma referência, para anotá-la em nossos
trabalhos como mais uma contribuição, mais
um esfôrço visando a desvendar um dos mistérios do Amazonas: o verdadeiro ponto !istográfico de seu nascimento.
A noticia a que nos referimos informa que
o explorador francês Michel Perrin, membro da·
Sociedade de Geografia de Paris, acaba de verificar que a extensão total do nosso grandioso rio equatorial é de 6 440 quilômetros e
não de 5 600 quilômetros, como segundo êle,
·se afirma.
Isso - assim justifica êle a sua conclusão
porque as origens do Amazonas estão nas
nascentes do rio Apurlmaque e êste não nasce
na lagoa de Vilafro, como se acredita, mas no
nevado de Huacra.
O Sr. Perrin, cuja missão no Peru, com
tal objetivo, é patrocinada pela UNESCO e
pelo Museu do Homem, iniciou a sua exploração pelas zonas do lago Titlcaca e da bacia do Apurimaque, devendo reiniciar dentro
em pouco sua viagem em canoa através dêsse
e dos rios Ene, Ene-Tamboe e Ucalali, para
atingir o Amazonas e descê-lo até o Atlântico.
É: oportuno relembrar que no século XVI
o descobrimento do lago Lauricôcha (em 1535)
levou os espanhóis a fixarem nêle as nascentes
do Amazonas, a cêrca de 80 quilômetros de
Cêrro do Pasco, o que se admitiu por muito
tempo.
Em 1925 o Pro!. Agnelo Bittencourt, baseado nas explorações de cientistas inglêses e americanos, adotou como rio principal o rio Vilcanota, que recebe o Apurimaque e o Ucaiali.
Informa o ilustre professor Delgado de Carvalho, nosso digno e brilhante companheiro
nesta reunião que na fôlha cartográfica S.D.-9
(Puno-Rio Beni) da Sociedade Americana de
Geografia está indicada a cota de 4 314 metros
nas cabeceiras do Vilcanota, perto de La Raya.
E então conclui: "seria, pois, a origem
possível do rio, no separador das águas entre
a vertente amazônica, a vertente do lago Tit1caca e a vertente do Pacífico".
Aliás, quanto a essa altitude,
gado já admite em um de seus r
pêndios de Geografia ser de 4 760 ll
(mais elevada pois) ela nascente ci
num dos pequenbs lagos do tabu
do Pasco", que seria o lago Santan
mil metros acima do La uricocha.
nua a considerar a questão como c1
"Adotada a solução do Vllcanot
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com o Nilo". (Quanto à superfície
como se sabe, o Amazonas ultra
deràvelmente o Mlssissipe, o Nilo
O professor Oton Leonardos
que sabemos, um interessante tr1
as. nasc'e,ntes do Amazonas. Não
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Mas, senhor presidente, ai fie!
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Alenquer, Monte Alegre, Prainha, l
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tiara e até a capital baré, a bel
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Flávio Vieira, representante do Mi-.
1V iação e Obras Públicas, apresentou
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s, cujos têrmos são os seguintes:
1 chega-nos uma noticia que paredespropósito nosso reproduzir neseia, por isso que diz respeito ao
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não constitua uma noticia que inta e fundamentalmente à geogra[a, pois trata-se da ainda contror minação da fonte dessa nossa for·ente potâmica (donde um interêsse
: nós), desejamos, todavia, fazer -lhe
eferência, para anotá-la. em nossos
mo mais uma contribuição, mais
visando a desvendar um dos mis(Uazonas: o verdadeiro ponto fisioseu nascimento.
a que nos referimos informa que
francês Michel Perrin, membro da
" Geografia de Paris, acaba de vea extensiio total do nosso grantuatorial é de 6 440 quilômetros e
O quilômetros, como segundo êle,
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o ilustre professor Delgado de Cardigno e brilhante companheiro
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conclui: "seria, pois, a origem
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Aliás, quanto a essa altitude, o prof. Delgado já admite em um de seus recentes compêndios de Geografia ser de 4 760 metros a cota
(mais elevada pois) da nascente do Amazonas,
num dos pequenbs lagos do tabuleiro do "Nó
do Pasco", que seria o lago Santana, a cêrca de
mil metros acima do Lauricocha. Mas, continua a considerar a questão como controvertida.
"Adotada a solução do Vilcanota - diz ainda Delgado de Carvalho - o nosso rio passaria a ser, não mais o terceiro em extensão, mas
o segundo do globo, em igualdade de condições
com o Nilo". (Quanto à superfície de sua bacia
como se sabe, o Amazonas ultrapassa consideràvelmente o Mississipe, o Nilo e Congo).
O professor Oton Leonardos publicou, ao
que sabemos, um interessante tra balho sôbre
as nasc'e,ntes do Amazonas .. Não quero deixar
de citá-lo, por isso que é de grande importância para o assunto aqui focalizado.
Mas, senhor presidente, aí fica a novidade
geográfica que nos permitimos fazer ecoar nesta magna Assembléia, onde o Brasil está ventilando assuntos de sumo interêsse para a sua
geografia. Anotemo-la".
O Sr. Cronje da Silveir~. representante do
estado do Pará, focalizando o problema da última cheia do rio Amazonas proferiu a comunicação abaixo:
"É do conhecimento geral a enchente do
rio Amazonas e alguns de seus afluentes, ocasionando grandes prejuízos à economia dos estados do Pará e Amazonas. O fenômeno da enchente e vazante nos rios da bacia amazônica
teve êste ano uma expressão nacional, foi um
verdadeiro cataclismo pa ~ a a população que
habita às margens do rio Amazonas em território paraense e amazonense. A imensa calha
do Rio-Mar, dentro de um mês, foi pequena
para conter o volume de águas e estas tomaram
as imensas várzeas, cobrindo terras que neste
século foram pela primeira vez submersas pelas águas fluviais. Dez municípios do Pará
(Jurití, Faro, Oriximiná, óbidos, Santarém,
Alenquer, Monte Alegre, Prainha, Pôrto d o Mós
e Almeirim) e nove do Amazonas (Manaus, Parintins, Urucuritiba, Urucará, Barreirinha, Itapiranga, Itaquatiara, Manacapuru e Maués) foram rudemente atingidos. As cidades paraenses de Oriximiná, óbidos, Santarém, Alenquer,
Monte Alegre e Prainha, e no Amazonas as cidades de Urucurituba, de Parintins, de Itaquatiara e até a caoital baré, a bela cidade de
Manaus, tiveram suas ruas submersas. Os campos sumiram ante a alagação e permitam aqui
ilustres companheiros, que fale a língua da
região. Não é a enchente, é a alagação, é a
água subindo sempre, dia e noite, noite e dia,
superando todos os récordes de enchentes dos
últimos anos. Havia na lembrança dos moradores a cheia de 1922 e ultimamete a de 1949, mas
a de 1953 superou tôdas. A água parou de subir e durante quase um mês a Amazônia, isto é, a planície do Rio-Mar ficou como um
lago sem fim, onde podia se dizer que o sol
não se punha ao termino do dia. Era o império da água, da água que mata, numa área
de 400 000 quilômetros. Veio agora a vazante,
e para nós do Extremo Norte é o momento
cruciante, pois se • a descida das águas seguir o
curso normal dos anos anteriores os prejuízos
não serão tantos. Mas se a descida fôr lenta,
vagarosa como os dias de inverno, então o fenômeno será para a nossa terra, como um cataclismo. E por isso a nossa angústia, angústia
do homem impotente ante a natureza. Em
verdade, tôda a nação foi mobilizada para atender aos socorro3 dos flagelados pelas águas. Os
governos, federal, estaduais e municipais, as
classes conserv~doras, as instituições públicas
e particulares levaram o confôrto de sua assistência, num comovente movimento de so-
50SI
lidariedade humana. Senhores - o I.B.G.E.
não ficou à margem do drama da Amazônia.
O Conselho de Geografia enviou seus técnicos, o geógrafo, professor Lúcio de Castro Soares e o técnico em fotografia Tibor Jablonsky
- que perlustraram as regiões inundadas colhendo observações que serão, por certo, valiosas para estudos do fenômeno. Voltaram
agora do Norte os técnicos do C. N. G. e breve
terel'llos as noticias cientificas, as observações
"de visu" a respeito da enchente e vazante dos
rios.
O problema, meus senhores, ou melhor o
drama da Amazônia , ante a água dos rios amazônicos, serviu para uma observação preliminar, que os estudiosos da geogr afia r egional
logo anotaram. A bacia do rio Toca ntins, não
foi atingida pela enchente. A própria ilha de
Marajó à foz do grande rio, n ão teve nenhuma
influência em seu regime de águas.
E voltou a antiga pendência: - é ou não
o Tocantins afluente do Amazonas? E a enchente teve uma singular fi s io~omi a . Não era certa
nos pontos de observação : enquanto em Santarém atingia ao m á ximo, em Manaus ainda
crescia e em Prainha, 900 quilômetros além
ainda estava o rio baixo. Tudo era desencontrado. E a gente pensa no velho conceito "de
que na Amazônia tudo é grande exceto o
Homem".
Eis a comunicação que faço a esta nobre
Assembléia, uma comunicação triste por certo,
pela imensa riqueza, destruída pelas águas,
pois em outras épocas, quando o rio também
saltava do seu leito para inundar as grandes
várzeas, não havia a população ribeirinha da
atualidade e nem existia a exploração agrícola, os imensos jutais que trouxeram para nossa
terra a esperança de melhores dias de progresso e que agora, sob o império das águas, desaparecem.
Outra comunicação que despertou vivo interêsse foi a proferida pelo ministro Teixeira
Soares sôbre os trabalhos da Comissão Demarcadora de Limites . 1:sse pronunciamento está
assim redigido:
"Falar da Comissão Demarcadora de Limites, dependente da Divisão de Fronteiras do Mi.:.
nistério das Relações Exteriores, equivale a
tratar de matéria da máxima benemerência nacional, em que a ciência se conjuga ao desinterêsse e ao patriotismo.
Um grande demarcador da fronteira sul,
Soares de Andréa, barão de Caçapava, a despeito do seu afanoso encargo, teve tempo de fundar a régua e a esquadro a cidade de Santa Vitória do Palmar. Um dema rcador atual, o coronel Lincoln Caldas, chefe da 2.a Divisão da
Comissão Demarcadora de Limites, fundou uma
escola pública gratuita na fronteira com o Panlguai, em Tacuru no município de Amabai.
Brás Dias de Aguiar, cujo nome desperta sempre grata emoção entre todos os que prezam a
ciência geográfica, organizou de maneira modelar o escritório da 1.a Divisão da Comissão
Demarcadora de Limites, com sede em Belém,
havendo-se transformado, justamente por causa de suas memoráveis campanhas dema rcatórias, . num grande mestre da nossa Geografia.
Apenas alguns exemplos curiosos.
A Comissão Demarcadora de Limites trabalha sem publicidade, empenhada em cumprir o seu dever. Os chefes das duas Divisões da
Comissão Demarcadora de Limites, que são militares, - e a Comissão possui organização militar -, estão inteiramente volvidos para os
problemas complexos decorrentes de suas atividades. É natural, pois, que as atividades beneméritas da Comissão Demarcadora de Limites sejam conhecidas apenas por um número
muito restrito de técnicos.
510
BOLETIM GEOGRAFICO
Num conceito luminoso, Napoleão afirmou
que "a política dos Estados está em sua Geografia". Reclus sentenciou que "a Geografia é
a História no espaço; a História é a Geografia
no tempo". Os elementos fundamentais da
Polftica são a História e a Geografia. Não há
política, no sentido lato da palavra, sem o
binômio Geografia e História. Assim sendo, a
Polftica é também oora de cultura, porque de
cultura são seus dois elementos básicos. É a
exemplificação do grande conceito de Spengler, em sua obra "Decadência do Ocidente"
de que o que vive antes, depois ou fora de uma
cultura é um homem inistórico" (Vorher,
machher und ausserhalh ist er geschichtlos")
II, pg. 58.
A Comissão Demarcadora de Limites realiza uma ação altamente curiosa que pode ser
encarada sob duplo aspecto: política, quando,
no terreno, demarca, caracteriza e individualiza um trecho da fronteira; científica, ao investigar e estudar as condições de uma xegião, paralelamente ao trabalho político, com o fito da
incorporação científica e econômica de determinada área ao território nacional.
No mundo moderno, com o grande desenvolvimento do Direito Internacional, da ciência
geográfica e da técnica aplicada aos cometimentos de demarcação, a fronteira tem muitos problemas. Segundo a definição de um
técnico francês moderno, a fronteira é uma
"isóbara política, que fixa, por um tempo, o
equilíhrio entre duas pressões: equilíbrio de
fôrças". É assim que Jacques Ancel define a
fronteira .
As atividades da Comissão Demarcaddra
de Limites, segundo a tradição das diversas
Comissões de limites anteriores, têm sido altamente interessantes. A propósito, recordar-se-á
que o barão de Parima, em sua carta geográfica da fronteira com a Venezuela, de 1882,
fêz a seguinte inscrição: "Sertão desconhecido
e habitado por numerosas tribos de índios
bravios".
O coronel Bandeira Coelho, chefe da 1. a
Divisão da Comissão Demarcadora de Limites,
descobridor da verdadeira nascente do rio Verde, segundo o depoimento recente e insuspeito
do filho do coronel Fawcett, está procedendo à
correção, em versão definitiva, da carta do
barão de Parima, conforme tive ocasião de verificar durante a minha recente estada na
Amazônia.
·
A Geografia moderna é, pois, um elemento de ação, uma ciência viva, muito diferente
daquela nomenclatura estéril doutros tempos.
Ratzel atribuiu-lhe os seguintes elementos fundamentais: Loçal ("Lage"), Espaço ("Raum"),
Forma ("Gestalt") e Limites ("Grenzen").
A Comissão Demarcadora de Limites por
conseguinte, lida com todos êsses elementos científicos e com elementos técnicos de campo.
Tanto realiza trabalhos de gabinete, como realiza trabalhos de campo. E já que estamos falando em demarcações, é preciso salientar que,
mercê de Deús, tivemos grandes demarcadores
na regiãó amazônica: o barão de Parima, o
barão de Ladário, o barão de Tefé, o general
Taumaturgo de Azevedo, o almirante Guinobel, o almirante Ferreira da Siilva, o comandante Brás Dias de Aguiar, o coronel Renato
Barbosa Rodrigues Pereira, o coronel Bandeira Coelho, natural do Rio Grande do Sul, mas
perfeitamente identificado com os problemas
da Amazônia.
A Comissão Demarcadora de Limites - 1.•
Divisão lida com as realidades físicas do mundo
amazônico. Trata-se realmente de um mundo,
quer no sentido especial, quer no sentido econômico. Seu setor de operações vai da Guiana
Francêsa ao Peru. Ela tem a tarefa da iden-
tificação e definição de vastíssimo trecho da
fronteira política do Brasil. Sua ação realiza-se num meio hostil. É uma missão de sacrifícios constantes: remonta de rios, cruzamento de serras, vadeação de cachoeiras, contactos com tribos indígenas. A medida que progridem seucl trabalhos de campo, o demarcado:r
transforma-se também em etnógrafo e mesmo
em agente político. É uma tarefa difícil, que
requer desprendimento, alheamento ao confôrto das cidades, contacto com duríssimas realidades físicas. É o cumprimento de um dever,
cientifico e patriótico, polftico e moral.
De acôrdo com o Direito Internacional e
com a Geopolftica, o limite é uma linha; a
fronteira é uma zona, definida por Ratzel como o "órgão periférico do Estado".
Kjellén, um dos mestres da Geopolítica,
distinguiu na Geopolftica as seguintes partes
específicas: a Morfopolítica, que estuda o "espaço político", isto é, o território; a Topopolítica, que estuda as organizações e formas de
govêrno sob o determinismo de agentes físicos
e outros e a Fisiopolftica que estuda as riquezas e fontes de possibilidades econômicas de
um Estado.
De modo geral, as nossas fronteiras são naturais, artificiais ou vivas ou mortas. Há exemplos de "fronteiras mortas". O Tratado de
Santo Ildefonso, de 1777, previu "fronteiras
mortas", com seus "espaços neutros", onde não
se podiam construir fortificações ou quartéis.
Hoje, as "fronteiras mortas" são as zonas desprovidas de vida econômica, como ainda temos
em certos pontos da Amazônia. Felizmente,
não temos as chamadas "fronteiras de tensão",
que por vêzes existiram na Europa e Asia, motivando conflitos diplomáticos e mesmo guerras.
·
O grande setor de trabalho da 1.• Divisão
da Comissão Demarcadora de Limites está atualmente enquadrado entre a serra de Pacaraima, ao norte, o Rio Branco, a leste, o rio
Negro, ao sul, e a serra de Parima, a oeste.
A 1.• Divisão tem, por conseguinte, um
vasto teatro de operações. É constituída por
geógrafos e exploradores, de . primeira ordem.
Conheço-os. Rendo-lhes o tributo de minha
admiração. Citarei apenas um exemplo característico: em 1939, a Comissão Mista Brasileiro-Venezuelana, de que fêz parte o técnico brasileiro Luis de Sousa Martins, realizou
os primeiros reconhecimentos da região das
controvertidas nascentes do Orinoco, tendo-se
para tanto ut111zado de um avião pilotado pelo norte-americano Jimmie Angel. Em 1943,
d engenheiro Leônidas de Oliveira, da mesma
Comissão, no avião do norte-americano Arthur
James Williams, hoje estabelecido na Guiana
Inglêsa, sobrevoou as nascentes do Orinoco,
realizando excelente trabalho de reconhecimento. Ao mesmo tempo que tal se fazia, outra turma da 1.• Divisão chefiada pelo técnico
Rubens Nelson Alves subiu o Catrimani, descobriu o braço do "Tigre" e conseguiu afinal
chegar às águas do braço formador principal
do grande rio venezuelano, cuja nascente foi
descoberta (afirmam os venezuelanos) pela
expedição Joseph Grell1er-Franz Laforest-Pierre Couret, em 27 de novembro de 1951.
A 2.• Divisão, que tem o setor da fronteira
do Brasil com a Bolfvia, Paraguai, Argentina e
Uruguai, é chefiada pelo coronel Lincoln Caldas, técnico de perfeita competência.
É preciso salientar que os interêsses nacionais afetos à Divisão de Fronteiras do Ministério das Relações Exteriores são consideráveis (demarcações de fronteiras, Estrada de
Ferro Brasil-Bolfvia, comunicações internacionais, negociações a respeito do petróleo boliviano, etc.) e se revestem, as mais das vêzes,
da maior responsab111dade.
A 1. a Di visão realizou in
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demarcou a fronteira com as
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A fronteira com a Colôo
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(Brasil) e o coronel Laverde
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da Colômbia. Novos marcos
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coronel Renato Barbosa Roq
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.seu inicio.
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n.triótico, político e moral.
~ com o Direito Internacional e
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m dos mestres da Geopolítica,
Geopolítica as seguintes partes
Morfopolítica, que estuda o "es', isto é, o território; a Topopotuda as organizações e formas de
~ determinismo de agentes físicos
Fisiopolítica, que estuda as riquede possibilidades econômicas de
geral, as nossas fronteiras são nalais ou vivas ou mortas. Há exemnteiras mortas". O Tratado de
11so, de 1777, previu "fronteiras
seus "espaços neutros", onde não
~struir fortificações ou quartéis.
11teiras mortas" são as zonas desida econômica, como ainda temos
ontos da Amazônia. Felizmente,
chamadas "fronteiras de tensão",
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1
setor de trabalho da 1.• Divisão
)emarcadora de Limites está atualdrado entre a serra de Pacarail, o Rio Branco, a leste, o rio
1 e a serra de Parima, a oeste.
~isão tem, por conseguinte, um
de operações. É constituída por
lxploradores, de . primeira ordem.
Rendo-lhes o tributo de minha
Jitarei apenas um exemplo caem 1939, a Comissão Mista Braie lana, de que fêz parte o técniLufs de Sousa Martins, realizou
reconhecimentos da região das
1 nascentes do Orinoco, tendo-se
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Leônidas de Oliveira, da mesma
avião do norte-americano Arthur
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salientar que os interêsses naà Divisão de Fronteiras do Mitelações Exteriores são considerá:tções de fronteiras, Estrada de
3olfvia, comunicações internacio:ões a respeito do petróleo bolise revestem, as mais das vêzes,
•onsabilidade.
l
NOTICIARIO
A I.a Divisão realizou importantes trabalhos nestes últimos anos. Brás Dias de Aguiar
demarcou a fronteira com as Guianas Inglêsa
e Holandesa e parte da fronteira com a Venezuela.
Em 1952, a Comissão dedicou suas atividades à fronteira com a Venezuela. Na cord ilhPira de Pacaraima , caracterizou o divisor
de águas das duas grandes bacias do Amazonas e do Orinoco, trabalhando na zona entre
os formadores dos rios brasileiros Majari, Uraricaá e Surubai e dos rios venezuelanos Paxauamuxi e Ibaraca.
Durante os trabalhos realizados na fronteira com a Venezuela em 1952 foram locados
16 pontos, sôbre os quais se levantaram tantos
outros marcos, que receberam as designações de
.M 1 a M 16, em correspondência e seguimento
ao critério adotado para referência de marcos
na fronteira brasileiro-venezuelana.
Em Belém realizou-se a 25.a Conferência da
'<Jomissão Brasileiro-Venezuelana Demarcadora
de Limites, com o fim especial de consignar
os trabalhos realizados, apreciando-lhes os res-pectivos resultados.
A fronteira com a Colômbia, já demarcada de 1930 a 1937 pelos coronéis Temístocles
Pais de Sousa Brasil e Renato Barbosa Rodrigues Pereira, em cumprimento do Tratado de
Limites e Navegação Fluvial, do Rio de Janeiro, firmado em 15 de novembro de 1928, fronteira assim definida no seu traçado essencial,
foi objeto de uma inspeção realizada pela .
Comissão Mista de inspeção e caracterização
pela fronteira brasileiro-colombiana, na qual
foram comissários o coronel Bandeira Coelho
(Brasil) e o coronel Laverde (Colômbia).
O marco especial construido na bôca do igarapé Santo Antônio, muito maltratado pela
.ação do tempo, foi derrubado e substituído por
dois outros levantados com o objetivo de pre.sença, um em solo do Brasil e outro em solo
da Colômbia. Novos marcos foram construidos em diferentes pontos, em posições inter.Illédias aos marcos assentes pelo demarcador
coronel Rena to Barbosa Rodrigues Pereira. A
Comissão de inspeção finalizou suas operações
no rio Içá.
Os trabalhos de campo da fronteira Brasil-Paraguai, realizados pela 2.a Comissão, desenvolveram-se normalmente embora, por motivos imperiosos, houvessem sido retardados no
.seu inicio.
Prosseguiu a demarcação na extensa serra
de Maracaju, em ponto muito afastado da base
de operações que a Comissão mantém na , cidade de Ponta Porá. Com as suas operações
técnicas diurnas e noturnas, abertura de estradas e picadas de exploração, construção de
marcos de concreto, além de outras tarefas
que são cumpridas no interior de ranchos ou
barracas, no desconfôrto que oferece um acampamento construído · no meio da mata, a demarcação, em si, consome muito tempo e
-energia.
Apesar de tudo, o resultado colhido da campanha foi amplamente satisfatória. A extensão da linha demarcada, entre os vértices Caaverá e Jacareí foi de 33 quilômetros, sendo construídos 36 marcos, satisfeita a condição de visibilidade de cada um em relação aos dois vizinhos. Os feçhamentos angular e linear da poligonal de exploração foram bons, mantidos
.dentro dos limites estabelecidos para a tolerância. Os extremos da poligonal (Caaverá e Jacarei) foram determinados por suas coordenadas geográficas e o levantamento altimétrico e
.Planimétrico cobriu uma área de terreno de
cêrca de 30 quilômetros quadrados.
Justo é que façam uma referência a todos
.os grandes demarcadores que, no passado, fo-
511
ram pacificos e vigilantes defensores da fronteira do Brasil. Por seus assinalados serviços
merecem particular referência o barão de Caçapava, o barão de Capanema, o barão de Parima, o barão de Ladário, os almirantes Guinobel e Fernando da Silva, o barão de Maracaju,
o barão de Tefé, o general Dionísio Cerqueira,
Euclides da Cunha, o general Belarmino de
Mendonça e o comandante Brás Dias de Aguiar,
para falar apenas de mortos, e mortos gloriosos".
'tl
CONFER:I!:NCIAS REALIZADAS - Durante
a Assembléia Geral foram promovidas duas
conferências destinadas aos seus componentes:
uma a cargo do Prof. John H. Kolb, que focalizou o tema: "Interdependência da Geografia
e Sociologia nos Estudos da Comunidade Rural"; a outra foi proferida pelo engenheiro Fábio de Macedo Soares Guimarães que analisou
os aspectos geográficos da realidade brasileira.
Resumo da conferência do professor John
H. Kolb - "A geografia e a sociologia assemelham-se muito, ao estudar a sociedade, principalmente a sociedade rural. Essa semelhança
na função complementar de ambas é reconhecida nos Estados Unidos; encontrei-a nos países escandinavos e agora aqui, no Brasil. Usamos muitas expressões em comum, às vêzes com
diferenças sutis de significação, tais como: humano, cultural, regional, rural, urbano, demografia, ecologia.
No laboratório do professor William Anderson, geógrafo da Universidade de Estocolmo,
reconheci os mesmos materiais básicos que usamos em Wisconsin para estudar as alterações
e tendências das comunidades rurais e suas vizinhanças, dos povoados e pequenas cidades, e,
para analisar sua in terrelação.
Na Noruega o professor Isaackson, diretor
do Departamento de Geografia da Universidade de Oslo, associou-se, com seus estudantes,
ao nosso grupo de sociologia e psicologia no
estudo de campo de Strands, comunidade rural de Sunlllore, nordeste de Noruega.
Na Universidade de Wisconsin a geografia
está incluída no Departamento de Ciências Sociais.
Na esperança de que tal descrição seja de
vosso interêsse e benefício, tentarei desc::ever
em resumo o campo da sociologia rural, indicando algumas tendências de seus métodos de
pesquisa,
exemplificando-os
com
projetos
atuais, para ilustrar êsses aspectos ou tendências.
Também eu espero aprender convosco quais
os últimos aspectos da pesquisa no campo da
geografia e como, poderão as duas ciências colaborar com mais eficiência para melhor compreensão da sociedade rural.
O campo da sociologia rural - A sociologia rural é simplesmente boa sociologia aplicada ao estudo da sociedade rural. Analisa as
bases sociais da Sociedade, com as atuais tendências das relações humanas e com algum
estudo dos vários caminhos a que essas tendências levam. Relaciona-se, portanto, com a
previsão e a compreensã:o das variadas formas
e processos que caracterizam uma sociedade
em transição. A sociologia rural nos Estados
Unidos, embora influenciada por tendências
que descreverei adiante, tem seu próprio campo de interêsse e de pesquisa que inclui:
1') relações de grupo utillzando conceitos
tais como família, fazenda, comunidade, habitantes rurais vizinhos de núcleos de população
maiores, povoado, e o entrosamento de suas
atividades;
512
BOLETIM GEOGRáFICO
2) população, especialmente os aspectos
sociais de migração seletiva, de fertilidade e
de vitalidade;
3) organização institucional e
4) personalidade e formaç ão de classes relacionadas a diferentes sistemas de valores.
Alguns dos títulos de artigos, em número
recente de publicação oficial, poderão dar melhor idéia dos atuais interêsses da sociologia
rural: "Contactos Primário e Secundário em
uma comunidade do Ceilão";
"Aceitaçiío de novos métodos agrícolas";
"Descentralização e relações rural-urbanas";
"Educação e número de filhos das famílias
mormons"; "O conservadorismo e sua sobrevivência na vida rural urbana"; "Estabilidade
da produção rural".
:l!:nfase na pesquisa A sociologia rural
tem sido orientada para a solução de problemas, quer teóricos, quer práticos. Muitos dos
que se interessaram por essa especialfdade,
quando surgiu, notaram que a sociologia geral nos Estados Unidos, sofria influência de
algumas autoridades européias, cujo principal in terêsse consistia em desenvolver sistemas teóricos de pensamento. Resolveram por
isso dedicar-se à descoberta de fatos. Mais tarde ficou patente que fatos e teorias interdependem.
A ênfase na pesquisa surge também de sua
antiga e contínua inte:-relação com escolas de
agricultura e suas estações experimentais, ou
suas unidades de pesquisa. Tais relações têm
suscitado grande interêsse por tudo que é científico, para se elevar à altura das ciências
correlatas, vegetais, animais e relativas aos
solos.
É também uma forma de disciplinar as
responsabilidades dos cidadãos contribuintes de
um estado inteiro, do qual a escola e a universidade são partes integrantes. Trata-se de ·
instituições públicas pertencentes ao povo.
Tendências dos métodos de estudo - O sistema geral de estudo das situações de grupos
locais é às vêzes conhecido como ecológico. Refere-se à interrelação entre pessoas e grupos e
seu ambiente entre si próprios, assim como aos
processos conseqüentes, os quais possuem <!enominações diversas, tais como competiçao,
conflito, acomodação, aculturação.
Existem dois conceitos fundamentais para
a ciência social, nessa espécie de método de estudo, chamad.os: tempo e 1ugar.
Referências temporárias e especiais, embora sejam de interêsse, adquirem nova significação ou especial importância quando projetadas no cenário de · sua estrutura cultural.
Tornam-se então ricas em valores que os membros dos grupos daquela sociedade atribuem
a processos, ou mesmo ao tempo, ou ao próprio
lugar.
É dentro dêsses sistemas de valores que surge a motivação ou a ação humana, e que as
pessoas vivem suas vidas. O reconhecime:?-to
dessa relação marca o atual aspecto ou tendencia no campo da sociologia aplicada ao estudo
da sociedade rural, e é as vêzes chamado: de
método cultural ou antropológico.
Outro aspecto ou tendência, nesse campo,
é no sentido de se dar maior atenção às relações emocionais e atitudes de pessoas e grupos
do que às relações pessoais, como antes se fazia.
Assim, personalidade, família contrôle social de classe, indivíduo e sociedade, tornaram-se expressões amplamente usadas. É fato aceito que as pessoas e grupos mantêm constantemente relações reciprocas, ou seja, são ambos
.a.penas aspectos do mesmo processo de ação
stm ui tânea.
:l!:ste tipo de observação é às vêzes chama-do: método social psicológico.
Alteração de método - Os processos ou.
técnicas empregados tendem a mudar, assim
como o objetivo da pesquisa.
De fato há vêzes em que as técnicas atingem a uma importância excessiva e poderão
tender a ditar os têrmos e a direção a ser tomada pelo projeto de pesquisa. Seria o mesmo
que se pretender que o jardineiro perguntasse
à enxada como deveria cultivar suas plantas
ou qual dentre elas teria, para êle, maior significação.
Meios e fins, em outras fases do esfôrço
humano, podem às vêzes confundir-se. Um dos
remédios seria a ampliação de conhecimentos
no uso da técnica. Por exemplo, uma garantia contra a utilização excessiva de estatística
é o conhecimento amplo e intensivo de métodos estatísticos e de experimentação.
Estudo de grupos - Os estudos de relações de grupos podem ser descritos, em primeiro lugar, como ilustração dos aspectos acima relatados.
Trata-se de um campo de pesquisa que data
dos primeiros dias da sociologia rural dos Estados Unidos. Em 1911 Dr. C. J. Calpin, no
"College of Agricultura University of Wisconsin" principiou a estudar a comunidade rural
que surgia da interrelação de fazendeiros e suas
famílias com povoados ou cidades pequenas,
suas famílias e instituições. Tem sido difícil
definir uma comunidade e será sempre assim,
pois trata-se de um processo e como tal se
modifica. o processo toma forma e estrutura.
Para delineá-lo é possível organizar-se índices, os quais não podem, entretanto, ser os
mesmos todo o tempo ou em todos os lugares.
Encontro igual opinião em vosso conceito de
"comunidade", aqui no Brasil.
Dr. Galipin e aqu..êles dentre nós que seguimos seus passos, fizemos amplo uso de
mapas e cartogramas, identificando-nos com
nossos amigos e colegas, os geógrafos. :l!:stes
nos têm auxiliado muito e esperamos ter-lhes
oferecido também alguma colaboração.
o Prof. Glenn Trewartha, por exemplo,
geógrafo da Universidade de Wisconsin, ba:seando-se em trabalho de campo, criou uma util
definição de "hamlet", um povoado que corresponde à vossa pequena vila.
Embora seja surpreendente, encontram-se
ainda muitos dêsses "hamlets" em nossa sociedade rural. Continuam a formar o núcleo
para os habitantes rurais das vizinhanças em
seus contactos primários de educação elementar, religião, sociabilidade e todo o tipo de comércio diário. Desde 1920 venho estudando o
"hamlet" e os habitantes rurais vizinhos . !emos agora quatro diferentes pontos de referepcia para um grupo dêles, cobrindo um penodo de 30 anos. Nossa observação desviou-se
um pouco das características de área ou localidade para suas funções e influências da
família. Tivemos, em conseqüência, que variar nossos instrumentos de pesquisa, mais para análise estatística do que para cartografia.
Os relatórios aqui recebidos desde que cheguei, indicam que o teste "Chi-Sq?are" <!emonstra que os fatôres social e economico tem
aumentado em importância relativa com referência à estabilidade da vizinhança, durante
o tempo em questão. A equcação e os fat<?res
religiosos têm-se mantido os mesmos em Importância relativa, ao passo que o fator de
nacionalidade baixou, e o topográfico desapareceu de vez.
Outro campo de interêsse recente e em
relações de grupo é o da ação simultânea ru-
ral e urbana. Crescent
porte e comunica9ão li
drões de associaçao, d
tos mais antigos de ru
e cidade, perderam grai
e conceito. Não mais
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simultaneidade de aça
mas e conflitos de int<
Aliás, isso é de espe
técnicas ocorram tanto
indústria. Como indi5
mudanças da popul.aça
dade estão se dirig1nd1
do interior estão vindo
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mento. A esta area e
ciências sociais, geógr~
riam ser induzidos a P
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no-rural, tributária. da
rigimos o nosso proJeto
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Estudos sôbre a po
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tração das tendências
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a sociologia alcançaran
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exerceram papel imp~o
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A análise prelimin
dos com o Recenseamel
1950 nos Estados Unl
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pio: dos 2 500 habi~~ntl
gendo tôdas as regwes
ta das cidades, menm
a atividades agrí~olas
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farm) formam uma
Isso demonstra que n
cientemente para pode
tão trabalhando nas
dos nos numerosos e ~
Ta tornar os produtos i
tegidos , padronizados
consumidores, isto é, ex;
to, embalagem, rotula
da mercadoria em um
~ muitos outros .
outra tendência r!
do censo de 1950, é o gr
dos nascimentos. Não
de primogênitos dos
das pessoas mais joven
incertezas militares. E1
a cinco filhos, e depoil
mente . Essa influênci!1
lias que n a s décad~s
mente menores, e sobr
tas, que se ocupavam
pulação, escreveram a:P
pazes de ter filhos ou
-se dos que percebem s
dia comum, e têm cult
arredores de cidades e
Nordeste da nação.
Grande parte da pe
tá agora centralizada I
pulation dynamics", (c
como é chamada. Or
·estudos com diversas ~
NOTICIARIO
método - Os processos ou.
tendem a mudar, assim
:tivo da pesquisa.
há vêzes em que as técnicas attnimportância excessiva e poderão
os têrmos e a direção a ser tode pesquisa. Seria o mesmo·
que o jardineiro perguntasse
deveria cultivar suas plantas
elas teria, para êle, maior sig-
~pregados
fins, em outras fases do esfôrço
em às vêzes confundir-se. Um dos
a ampliação de conhecimentos
. Por exemplo, uma garanlção excessiva de estatística
amplo e intensivo de métoe de experimentação.
de grupos - Os estudos de re)S podem ser descritos, em pricomo ilustração dos aspectos acium campo de pesquisa que data
dias da sociologia rural dos EsEm 1911 Dr. C. J. Calpin, no
1culture University of Wiscona estudar a comunidade rural
interrelação de fazendeiros e suas
povoados ou cidades pequenas,
e instituições. Ter::1 sido dificil
comunidade e será sempre assim,
de um processo e como tal se
processo toma forma e estru-
lo é possível organizar-se innão podem, entretanto, ser os
tempo ou em todos os lugares.
opinião em vosso conceito de
aqui no Brasil.
e aqu,êles dentre nós que ses passos, fizemos amplo uso de
~rtogramas, identificando-nos com
os e colegas, os geógrafos. E:stes
iliado muito e esperamos ter-lhes
bém alguma colaboração.
Glenn Trewartha, por exemplo,
Universidadfl de Wisconsin, baserabalho dr campo, criou uma útil
"hamlet , um povoado que corossa "' uena vila.
seja
:preendente, encontram-se
s dês~ e "hamlets" em nossa sol. Continuam a formar o núcleo
itantes rurais das vizinhanças em
os primários de educação elemensociabilidade e todo o tipo de coo. Desde 1920 venho estudando o
os habitantes rurais vizinhos. Teatro diferentes pontos de referêngrupo dêles, cobrindo um perionos. Nossa observação desviou-se
las características de área ou lo~ suas funções e influências da
emos, em conseqüência, que var,strumentos de pesquisa, mais patatística do que para cartografia.
rios aqui recebidos desde que chen que o teste "Chi-Square" deos f a tôres social e econômico têm
m importância relativa com refeabilidade da vizinhança, durante
questão. A educação e os fatôres
n-se mantido os mesmos em imativa, ao passo que o fator de
baixou, e o topográfico desapa-
l
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rrupo é o da açao simultanea r.u-
ral e urbana. Crescentes facilidades de transporte e comunicação possibilitaram novos padrões de associação, de forma que os conceitos mais antigos de rural e urbano, ou campo
e cidade, perderam grande parte de seu sentido
e conceito. Não mais são, se é que já o foram, dicotomias dividindo a sociedade em dois
compartimentos estanques, com atitudes ou filosofia de vida em conflito. Realmente a maior
quantidade e diferenciação de contactos e a
simultaneidade de ação estão criando problemas e conflitos de interêsse.
Aliás, isso é de esperar, à medida que novas
técnicas ocorram tanto na agricultura como na
indústria. Como indicaremos ao discutir as
mudanças da população, os habitantes da cidade estão se dirigindo para o interior, e os
do interior estão vindo não para dentro das cidades, porém em direção a elas. Está pois em
formação um tipo novo e diferente de agrupamento. A esta área é que os especialistas em
ciência-s sociais, geógrafos e sociólogos, deveriam ser induzidos a prestar sua contribuição.
Foi em situação semelhante, uma área urbano-rural, tributária da cidade do Rio, que dirigimos o nosso projeto de pesquisa, para o estudo do serviço social a ser pr.ystado no desenvolv1mento da 'Comunidade rural, aqui, no
Brasil.
Estudos sôbre a população - A população
é o segundo ponto a ser considerado na ilustração das tendências da pesquisa. (Existem
.outras. Nós porém nos restringiremos a Estas). No âmbito da demografia, a geografia e
a sociologia alcançaram provàvelmente o máximo de seu objetivo comum. Sôbre êste assunto mapas e cartogramas de· tôda a espécie
exerceram papel importante, apresentando a
densidade da população, sua distribuição, suas
características e seus deslocamentos.
A análise preliminar dos resultados obtidos com o Recenseamento Federal realizado em
1950, nos Estados Unidos, demonstra muitas
alterações e· tendências interessantes. Por exemplo: dos 2 500 habitantes da zona rural, abrangendo tôdas as regiões fora da influência direta das cidades, menos da metade se dedica
a atividades agrícolas (farmers). Os outros,
que não têm o gênero de vida agricola, (nofarm) formam uma multidão heterogênea.
Isso demonstra que não os conhecemos suficientemente para poder defini-los. Alguns estão trabalhando nas cidades, outros empregados nos numerosos e difundidos processos para tornar os produtos agrícolas saborosos, protegidos, padronizados e atraentes para os
consumidores, isto é, enlatamento, congelamento, embalagem, rotulamento, armazenamento
da mercadoria em um dado local, transporte
e muitos outros.
Outra tendência revelada pelos resultados
do censo de 1950, é o grande aumento na média
dos nascimentos. Não se trata simplesmente
de primogênitos dos apressados matrimônios
das pessoas mais jovens, sob a influência das
incertezas militares. Essa tendência chega até
a cinco filhos, e depois do sexto decai ràpidamente. Essa influência surge ainda em famílias que nas décadas anteriores eram geralmente menores, e sôbre as quais os pessimistas, que se ocupavam dos problemas da população, escreveram apontando-as como incapazes de ter filhos ou de querer tê-los. Trata-se dos que percebem salários superiores à mé·dia comum, e têm cultura; dos que vivem nos
arredores de cidades e dos que reSidem no
Nordeste da nação.
Grande parte da pesquisa de população está agora centralizada na migração ou na "population dynamics", (dinâmica da população)
como é chamada. Organizam-se projetos de
·estudos com diversas finalidades, tais como a
513
de verificar a influência da alta ou da baixa
mobilidade dentro das comunidades locais, dentro dos Estados (Research Bulletin 176, University of Wisconsin) e dos movimentos
que abrangem regiões inteiras, incluindo vários
Estados.
o método de estudo dos assuntos regionais é aqui muito importante. Exemplo disso
é um projeto ora em sua fase inicial, preconizando um estudo na região Norte-Central dos
Estados Unidos. Entre seus objetivos figuram
os seguintes: 1) analisar as características associadas à migração rural-urbana; 2) analisar
o impacto motivado pela migração na vida social e econômica, particularmente na família
do agricultor, na comunidade rural e nas instituições sociais locais; 3) definir as áreas de
relativos excedentes e de carência de mão-de-obra agrícola, a fim de fornecer dados que
orientem a organização de uma política visando a utilização mais eficiente dos recursos
humanos.
Uma análise estatística muito engenhosa
alusiva aos movimentos rural-urbanos, feita
por Dr. Bogue, pertencente à "Scripts Foundation", indica que durante a década de 1940 a
1950 as únicas áreas onde houve aumento de
população . rural são as que se encontram
dentro da esfera de influência de algum centro urbano. E:le reconhece esta influência em
centros de população pequena, até 5 000 indivíduos. As grandes cidades não estão crescendo. Algumas estão decrescendo. Os movimentos recentes estão criando um estado de coisas relativamente novo, que não se pode enquadrar nas tradicionais categorias rurais ou
urbanas. A cidade como o ctt.mpo estão se movimentando no sentido de apresentarem características comuns, - embora não necessàriamente uniformes. Os dias dos grandes prédios
urbanos acabaram-se para os Estados Unidos,
mas para o Rio de Janeiro, ao que parece, não
é assim.
Os moldes do futuro reservam promessas,
especialmente para a juventude ansiosa por
encontrar seus lugares em uma sociedade moderna. Os moços já não são obrigados a ficar
numa região onde aconteceu terem nascido, ou
a exercer as mesmas atividades dos seus pais.
Podem e devem escolher. Esta situação traz
muita responsabilidade a tôda espécie de instituição de serviço social para a juventude,
tanto em zonas rurais como urbanas: - escolas, igrejas, postos de recreação e saúde, e para
o próprio govêrno, para que tais escolhas possam ser bem sàbiamente feitas, possa haver
vidas felizes, e goze a sociedade a vantagem de
possuir cidadãos capazes, inteligentes e sobretudo livres. Como bem diz o Premier De
Gasperi, da Itália, só os livros podem escolher .
Problemas a serem resolvidos - É finalmente meu desejo e ambição que a geografia e
a sociologia colaborem na realização dessas
promessas do futuro.
Por tal motivo, e resumindo talvez em excesso para uma compreensão adequada, peço
vênia para indicar três campos que permitam
a realização de projetos de pesquisa em colaboração.
1 Reorganização de instituições locais
- alteração nas situações de grupo e distribuição de população exigem reajustamento de
instituições sociais locais, tais como escolas,
igrejas, postos de saúde e recreação, bem assim
as unidades locais do govêrno.
Em Wisconsin o sistema de educação na
sociedade rural está sofrendo uma completa
reorganização. Entre as perguntas a serem
resolvidas pelos geógrafos e sociológos incluem-se as seguintes: Como podem os habitantes rurais, vizinhos de núcleos de população maio-
514
BOLETIM GEOGRAFICO
res, continuar com suas próprias escolas, mandescortínio de cada um dos seus ilustres memter os laços de grupos e se integrar, ao mesmo
bros, valioso acervo de realizações.
tempo em sistemas de comunidades maiores,
A convocação feita pelo senhor presidente dotais como povoados e cidades pequenas? Que
Instituto, compareceu unânime a representadensidade de população e qual o tipo e exção
estadual, apresentando-se a delegação fetensão de terra necessários para · unidades de
deral, por motivos imperiosos, sem o concurso
tamanho adequado? Como podem as institui:apenas
das representações dos territórios fedeções locais ajustar-se às questões de idade rais do Acre e do Guaporé. Participaram, porsexo, e à migração rural-urbana da populatanto, dos trabalhos da Assembléia, 38 delegação? Quando e como justificar alterações em
dos, além do senhor ·presidente do I. B . G. E. e
unidades de govêrno local como, por exemplo,
do secretário-geral do Conselho Nacional de
um distrito transformado em município?
Geografia.
2 - A organização da comunidade rural Irmanada, no ideal com um de bem servir
que grupos e instituições formam unidades
à causa pública releva assinalar que esta Ascapazes de ga: antir apoio e direção aos servisembléia
manteve, no curso de suas reuniões
ços de bem estar social, necessários à sociedaplenárias, supe:-ior grau de cultura no exame
de rural de nossos dias? Tais serviços incluem
e debate dos assuntos trazidos à sua esclareeducação, saúde, recreação, religião.
cida apreciação.
Como poderão a agricultura e a indústria
Em pronunciamentos de incentivo e· apolodesenvolver-se juntas na mesma comunidade?
às realizações levadas a efeito em todo o pais •.
Através de que serviços devem as comunino campo das atividades geográficas e cartodades rurais esperar dependência das comunigráficas, a Assembléia formulou expressivas
dades urbanas?
congratulações e votos de aplauso aos governos
3 - A questão regional - como poderão os
dos esta dos do Rio de Janeiro, Paraná, Matovários estudos relacionar-se, tornar-se mais
Grosso, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Rio
úteis tanto para a administração prática, como
Grande do Sul, Maranhão e Goiás, pela ação
para a organização de pesquisa? Tais estudos
decisiva e eficiente nos trabalhos empreendiincluem o aspecto cultural, o fisiográfico, o ' dos
em suas circunscrições, tanto de campo
econômico e o poli ti co. Em Wisconsin detercomo de gabinete.
minou-se que a origem dos habitantes comReverenciou, por outro lado, a memória dos.
binada com a preferência religiosa eram fatôtécnicos e pesquisadores, desaparecidos nos úlr~s importantes na previsão de freqüência estimos meses, cujas atividades profissionais, em.
colar na aceitação de mudanças recomendavida, trouxeram contribuições valiosas para o ·
das ~m métodos agrícola , no número de fidesen
vol vimen to da Geografia Brasileira.
lhos e nos hábitos de consumo .
Sob a forma de "Moções", assinalóu esta.
Como poderá o princípio do ,zoneamento ser
XIII sessão ordinária os acontecimentos de reutilizado em sua referência regional, inclusive
percussão internacional, nacional e de intenas relações rurais-urbanas? Como poderá ser
rêsse regional, cumprindo-nos destacar a maêle aplicado à utilização da terra, aos movinifestação formulada aos poderes do Estadomentos populacionais, à conservação, a recoe à opinião pública pelo projeto de mudança.
locação de famílias de agricultores, à localizada
capital do pais para o Planalto Central meção de indústrias, às subvenções federais estadida de suma importância política, econômica.
duais, aos serviços e instituições sociais?
e social para os nossos destinos.
Igualmente, por expressivo e patrióticoproonunciamento, hipotecou a Assembléia um..
voto de congratulações com os governos da.
EXCURSõES GEOGRAFICAS - Os delegaBahia Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba.
dos participaram de duas excursões científicas:
Rio
Grande do Norte, Ceará e Maranhão, pelo·
uma à Usina de Volta Redonda, cujo itinerátranscurso, a 27 de janeiro próximo, do_ tricenrio e objetivo obedeceram a um guia adrede
tenário
da expulsão dos holandeses. Desse fapreparado pelo Prof. Nei Strauch, e outra às
to, de alta significação histór.ica para a nainstalações hidroelétricas da Light, no vale do
cionalidade, resultou a unidade do Brasil, efePiraí, e que se esten~eram também às usinas de
méride que merecerá, naqueles estados, co~e­
Forçaca va e do Vigario.
morações especiais, destacando-se a reali_z açao,.
em Pernambuco, de um Congresso de História
do Nordeste.
ENCERRAMENTO
RELATóRIO DO SEAo encerrarmos os trabalhos das sessões orCRETARIO-GERAL- Ao se encerrarem os tradinárias o senhor general Gaioso Almendra ..
balhos das Assembléias Gerais do C.N.E. e do
ilustre secretário-geral do govêrno do Piauí,.
c. N. G., em solenidade conjunta presidida pelo propôs que a Assembléia enviasse ao senhor
desembargador Florêncio de Abreu, foi lido pelo
presidente da República a seguinte mensagem
secretário-geral do C.N.G., tenente-coronel De
que foi aprovada por expressiva e prolongada.
Paranhos Antunes, o seguinte relatório: "Cumsalva de palmas.
pre-nos ao terminar nossos trabalhos, fazer
"Ao encerrar-se a XIII reunião ordinária, de>
uma apreciação do conjunto das atividades
Conselho Nacional de Geografia, deliberou a.
desta XIII sessão ordinária da Assembléia
sua Assembléia Geral, por aclamação, apresenGeral.
tar a V .Ex.a votos de aprêço e congratulações,.
E é, para nós, motivo de justificado regopela assistência que vem dando às instituições
zijo, de par com a satisfação de atendermos a
culturais, com especialidade ao I.B.G.E. e
imperativo regimental, trazer ao conhecimento
aos órgãos que lhe são afetos.
público, na qualidade de secretário-geral, as
As sessões no presente ano, do Conselho
deliberações que a Assembléia houve por bem
Nacional de Geografia decorreram em ambientomar em favor, não só da continuidade técte
superio;
de compreensão e grande atividade ..
nica, cultural e administrativa do Conselho
graças ao sereno espírito de incentivo e emulamas também em benefício de melhor desenvolção do seu atual presidente, desembargador
vimento da ciêJ ela geográfica em nosso país.
Florêncio de Abreu, a quem V. Ex. a entre-·
Reunindo l" •mens públicos, técnicos, espegou em momento difícil e com feliz inspiração
cialistas e estuc )SOS de notório saber, vinculaos destinos do I.B.G .E.
dos aos proble s de ordem geográfica, quer
Como complemento de alta expressão culno âmbito fed
' , quer no das unidades da
tural, foram realizadas duas conferências, proFederação, logl'\:.
esta Assembléia, pelo alto
feridas por eminentes professôres, a primeira a.
*
•
cargo do sociólogo americano, d
de de Wisconsin, John Kolb q1
"Interdependência da sociologia
fia na comunidade rural" e a
geógrafo Fábio de Macedo Soare
versando sôbre "Aspectos Geográ:
lidade Brasileira", ambas aplaud
me rosa assistência.
Ainda como parte dos prog1
para a Assembléia, foi feita, on1
cursão à Usina Siderúrgica de V
ocorrência que nos possibilito·
imagem do seu admirável progre
progt:esso de que se fêz paladino 1
o senhor presidente da RepúblicE
Vargas, criador daquela vigorosa e
principal impulsionador.
No que se refere às resoluções
esta douta Asse,mbléia, em numei
remos salientar as principais sem
todavia, em maiores apreciações
to e relevância de cada uma:
Temos, em primeiro plano,
n.o 414 - que determina a elab
atlas do Brasil, projeto apresen
cretaria-Geral.
A Secretaria-Geral do Consel
tido o encargo de elaborar e pul
calas adequadas, um grande atll
que represente os fenôrr:_enos de
biológica, humana, economica e
tivos ao território nacional. Exp
pre que necessário, as fases car
evolução histórica dos fatos ge
mapas reunidos, constituirão o ~I
representarão o estado atual dos
tos geográficos do país.
Dessa rte, torna r-se-á precio.
de divulgação gráfica útil à ad~ l
blica, aos estudiosos, e tambel
para melhor conhecimento do. B j
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do "Dicionário Técnico", refereJ
geográficos, geológicos e outros
:l!:sse dicionário um~t vez edit
encher utna lacuna de que se tal
os pesquisadores e estudiosos diaJ
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A de n .o 408 - que promove
Brasil à União Geodésica e Geo
cional.
Providência de salutares resu
sa adesão àquele organismo cie
nacional nos oferecerá os elem1
cindiveis à atualização permanel
dos dos problemas concernentes
terra e física do Globo, a que
diamos alheiar.
A de n. o 424 - que dispõe sô
são do auxílio aos Diretórios Regi
selho e sua aplicação.
Conseqüência natural de atl
da Assembléia passada a presente
rá ao encontro não só dos legítl
dos órgãos estaduais do Consel
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cretaria-Geral, vivamente empen
no conhecimento das atividades
Regionais e no intercâmbio de
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B. G.- 5
NOTICIÁRIO
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plemento de alta expressão cul ~alizadas duas conferências, proinentes professôres, a primeira a.
•
cargo do sociólogo americano, da Universidade de Wisconsin, John Kolb que estudou a
"Interdependência da sociologia e da geografia na comunidade rural" e a segunda pelo
geógrafo Fábio de Macedo Soares Guimarães,
versando sôbre "Aspectos Geográficos da Realidade Brasileira", ambas aplaudidas por numerosa assistência.
Ainda como parte dos programas fixados
para a Assembléia, foi feita, ontem, uma excursão à Usina Siderúrgica de Volta Redonda,
ocorrência que nos possibilitou obterl viva
imagem do seu admirável progresso industrial
prog:t:esso de que se fêz paladino sua excelência
o senhor presidente da República, Dr. Getúlio
Vargas, criador daquela vigorosa emprêsa, e seu
principal impulsionador.
No que se refere às resoluções aprovadas por
esta douta Assembléia, em número de 25, queremos salientar as principais sem nos determos,
todavia, em maiores apreciações sôbre o mérito e relevância de cada uma:
Temos, em primeiro plano, a - resolução
n .o 414 - que determina a elaboração de um
atlas do BraSil, projeto apresentado pela Secretaria-Geral.
A Secretaria-Geral do Conselho foi cometido o encargo de elaborar e publicar, em escalas adequadas, um grande atlas do Brasil,
que represente os fenômenos de ordem física,
biológica, humana, econômica e política relativos ao território nacional. Expressando, sempre que necessário, as fases características à.a
evolução histórica dos fatos geográficos tais
mapas reunidos, constituirão o grande atlas e
representarão o estado atual dos conhecimentos geográficos do país.
Dessarte, tornar-se-á precioso repositório
de divulgação gráfica útil à administração pública, aos estudiosos, e também contribuirá
para melhor conhecimento do Brasil no exterior, a de n .0 419 - que autoriza a elaboração
do "Dicionário Técnico", referente a têrmos
geográficos, geológicos e outros afins.
:t!:sse dicionário um~t vez editado, virá preencher utna lacuna de que se tanto ressentem
os pesquisadores e estudiosos diante das várias
terminologias geográficas existentes no país.
A de n. o 408 - que promove a adesão do
Brasil à União Geodésica e Geofísica Internacional.
Providência de salutares resultados a nossa adesão àquele organismo científico internacional nos oferecerá os elementos imprescindíveis à atualização permanente dos estudos dos problemas concernentes à figura da
terra e fisica do Globo, a que não nos podíamos alheiar.
A de n. 0 424 - que dispõe sôbre a concessão do auxílio aos Diretórios Regionais do Conselho e sua aplicação.
Conseqüência natural de ato deliberativo
da Assembléia passada a presente resolução virá ao encontro não só dos legítimos reclamos
dos órgãos estaduais do Conselho, mas também como solução prática oferecida pela Secretaria-Geral, vivamente empenhada que está
no conhecimento das atividades dos Diretórios
Regionais e no intercâmbio de idéias para o
soerguimento da estruturação do sistema geográfico do país, uma das precípuas tarefas da
Secretaria-Geral, no plano nacional de suas atividades.
A de n .0 421 - que dispõe sôb::-e a aprovação do Regimento da Secretaria-Geral do Conselho.
Medida eficaz para a continuidade administrativa da Secretaria-Geral, a deliberação referida proporcionará melhor e mais cuidadoso
exame da estrutura orgânica dêsse órgão, de
B. G . - 5
515
molde a aparelhá-lo convenientemente para
seus múltiplos e importantes encargos.
Para concluir êste breve relato, queremos
agradecer a Deus a feliz circunstância de havermos, pela primeira vez, tomado parte nes ..
ta grande reunião anual. Testemunhamos o
valor dos empreendimentos desta Casa de CiênJ
cia, superiormente orientada por sua excelência,
o senhor desembargador, Florêncio de Abreu, a;
quem em boa hora o senhor presidente da R~­
pública confiou os seus destinos, à qual nunca
faltou e estamos certos - jamais faltará a cooperação inestimável daqueles que, dedicados à
Geografia em todos os quadrantes do país, se
empenham pela solução dos magnos problemas da nacionalidade.
Senhores delegados: Viestes dos mais longínquos rincões da Pátria, desde o Amazonas
até o Rio Grande do Sul e desde Mato Grosso
até o Espírito Santo, como lídimos represen.:
tantes de vossos Diretórios Regionais de Geografia, para participar dos trabalhos da XIII
Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia. Trouxestes o inestimável contingente de
vossos estudos e experiências, de ordem geográfica e cartográfica, e os vossos conselhos e
aplausos à obra de conjunto que a SecretariaGeral está procurando realizar, com trabalhos
intensos de campo, e carreando achegas para
que melhor se possa conhecer o Brasil, na sua
estrutura física e nos seus elementos humanos.
Com o vosso apoio e o vosso estímulo, estou certo, senhores delegados federais e estaduais, e com a permanente e esclarecida assistência do senhor desembargador Florêncio de
Abreu, a Secretaria-Geral atingirá seus fins e
se tornará cada vez mais, um órgão de consulta e precisão, através do qual o govêrno
poderá basear as suas decisões, as grandes
companhias os seus empreendimentos, os sociólogos a s suas conclusões e os professôres os
seus ensinamentos".
Foi dada depois a palavra ao Sr. Maurício
Filchtiner, que procedeu à leitura do relatório
referente aos trabalhos d a Assembléia-Geral do
C.N.E.
Seguiram-se com a palavra os senhores general Gaioso e Almendra representantes do
Piauí na Assembléia Gerai do C . N .G., e Ademar Alegria, delegado do Rio de Janeiro à Assembléia Geral do C . N . E., apresentando despedidas aos membros das respectivas delegaçõ,es federais junto às duas referidas assembléias.
Coube ao Eng. 0 Alírio de Matos, delegado do
Ministério da Educação na Assembléia Geral
do C. N . G. e ao Dr. Mário Peçanha de Carvalho, delegado do Ministério da Justiça na Assembléia Geral do C . N. G., agradecer as sa udações dos membros das representações regionais às duas assembléias.
Ao finalizar a solenidade, o desembargador
Florêncio de Abreu proferiu breve oração, congratulando-se com os delegados presentes às
duas Assembléias pelo êxito do certame.
i:l
EMENTÁRIO DAS RESOLUÇõES APROVADAS PELA ASSEMBLÉIA GERAL DO C.N.G.Eis as ementas das resoluções aprovadas pela
Assembléia Geral do C.N.G.; resolução n. 0 404:
Elege os membros das Comissões Regimentais
de Coordenação e Redação da XIII sessão ordinária da Assembléia Geral; Resolução n.o 405:
- Renova o mandato dos membros das Comissões Técnicas Permanentes eleitos pela resolução n.o 37, da Assembléia Geral, e mantém
os respectivos temas de estudo já fixados; Resolução n. 0 406: Autoriza o Diretório Central a
discriminar as verbas orçamentárias do Conse-
.516
BOLETIM- GEOGRAFICO
!h_o P_ara o exercício de 1955; Resolução n.o 407:
Emprêgo, promovido pela ONU, em Havana;
-Dtspoe sôbre a publicação dos trabalhos reum dos membros da Missão Mista Brasileiro-sultantes dos estudos e pesquisas realizados
Americana, a denominada Missão Abink, para
-na Baixada Fluminense; Resolução n. 408: Proo setor d~ mão-de-obra; secretário, em 1951,
move a adesão do Brasil à União Geodésica e
da comissao de técnicos designada para estuGeofísica Internacional,· Resolução n.o 409:
dar programas de trabalho a serem executaCria uma Secção no Quadro de Consultores
dos na Amazônia, tendo em vista a valorização
'Técnicos do C.N.G.; Resolução n.o 410: Predaquela região; membro do Conselho Econôenche vagas existentes no quadro de Consulmico da Confederação Nacional da Indústria
tores Técnicos Naciontr,is do Conselho· Resoluda Comissão de Política Agrária do Ministéri~
ção n.o 411: Consigna encômios aos ó-/gãos exeda Agricultura e da Comissão de Financiacutores _da "carta corográjica do estado do Rio
mento da Produção.
de Janeiro",· Resolução n.o 412: Aprova as conl'fo seu estado lecionou em vários estabegratulações com o govêrno e o povo do estado
lecimentos de ensino. Foi professor de Históde São Paulo; Resolução n.o 413: Aprova as
ria
do Brasil, da Civilização e de Sociologia
contas do Conselho relativas ao exercício de
no Colégio Estadual de Manaus, no Colégio
1952; Resolução n.o 414: Determina a elaboraSalesiano
e na Escola de Comércio Solon de
ção de um atlas do Brasil; Resolução n.o 415;
Lucena; foi também lente de Economia PolíFixa normas para a representação do Consetica
e
Direito
Internacional Público da Faculdalho no exterior, mediante delegação,· Resolude de Direito da capital amazonense; entre 1940
ção n. 0 416: Ratifica os atos do Diretório Cene 1950 foi professor de História do Brasil nos
tral do Conselho no período de novembro de ' Colégios "Moderno", "Progr~sso Paraens~" e
1952 a junho de 1953; Resolução n.o 417: Dis"Salesiano do Carmo", em Belém do Pará.
põe a respeito do pronunciamento da AssemParticipou de diversos certames cientificos
bléia Geral, com relação a votos de louvor,
nacionais e estrangeiros como: Congresso de
aplausos, congratulações, homenagens e ouAmerlcanlstas
de Lima, Conferência Pan-Ametros; Resolução n.o 418: Promove a publicação
rlcana de História e Geografia, de Caracas, III
do "Dicionário Técnico", referente a têrmos
Congresso de História do Rio Grande do Sul,
geográficos, geológicos e outros afins,· ResoluIX Congresso Brasileiro de Geografia, III Conção n.o 419: Fixa normas para apresentação
gresso de História do Brasil, Colóquio Lusode contas do Conselho,· Resolução n.o 420: AuBrasileiro de Estudos, realizado, em Washingtoriza destaques e suplementações de verbas
ton,
pela Biblioteca do Congresso.
no orçamento vigente do Conselho,· Resolução
É membro efetivo do Instituto Histórico e
n. 0 421: Dispõe sôbre a aprovação do RegimenGeográfico Brasileiro, da Sociedade Brasileira
to do Conselho e dá outras providências; Rede Geografia, dos Institutos Históricos e Geosolução n. 0 423: Fixa normas para seleção e
gráficos do Amazonas e Pará, sócio corresponaproveitamento de elementos cartográficos; Redente de outras instituições culturais do pais
solução n.o 424: Dispõe sôbre a concessão de
e do estrangeiro.
auxílio aos Diretorias Regionais do Conselho e
sua publicação; Resolução n. 0 425: Dispõe sôTem publicadas as seguintes obras: - "Hisbre a realização de reuniões de estudos entre
tória do Amazonas,", Manaus, 1931; "Manaus
os órgãos da Secretaria-Geral e os $erviços ree
Outras
Vilas", Manaus, 1934; "Paulistas na
gioiwis de geografia; Resolução n. 0 426: Dispõe
Amazônia e Outros Ensaios", Rio, 1941; "A Posôbre a proteção de marcos geodésicos e topolítica
de.
Portugal
no Vale Amazônico", Belém,
gráficos; Resolução n. 0 427: Aprova os atos dos
1940; "Lobo d'Almada, um Estadista Colonial",
Diretórios Regionais relativos a 1952; Resolu.::
Manaus, 1950; "D. Romualdo de Sousa Coelho",
ção n.o 428: Elege os membros da Comissão de
Belém, 1941: "Sintese da História do Pará",
Orçamento e Tomada de Contas, para a XIV
Belém, 1942; "A Conquista Espiritual da Amasessão ordinária da Assembléia Geral.
zônia", São Paulo, 1942; "O Processo Histórico
da Economia Amazonense", Rio, 1944; "Histó1c
ria de óbidos", Rio, 1945; "Limites e Demarcações na Amazônia Brasileira", 4 volumes dos
SUPERINTENDi:NCIA DO PLANO DE
quais
2 já publicados, Rio, 1947-1948; "EstadisVALORIZAÇÃO ECONôMICA DA
tas Portuguêses na Amazônia", Rio, 1948; "TerAMAZôNIA
ritório do Amapá", "Perfil Histórico", Rio 1948·
"História da Imigração e Colonização do Contl~
DESIGNADO O SUPERINTENDENTE
nente Americano", Rio, 1948; "Monte Alegre,
TRAÇOS BIOGRAFICOS E ATIVIDADES CULAspectos
de sua Formação", Belém, 1950; "A
TURAIS DO SR. ARTUR CÉSAR FERREIValorização
da Amazônia",- Rio, 1953; "AmazôRA REIS - O Sr. Presidente da República nonia, um Estado Tropical", Rio, 1953; "A Conmeou o Sr. Artur César Ferreira Reis para exerferência
de
Havana", relatório apresentado ao
cer o cargo em comissão de Superintendente do
ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
Plano de Valorização Econômica da Amazônia.
Rio, 1948; "A Economia Brasileira e a ValoA escolha para ocupar o lmportan te pôsto
rização da Afrlca e da América Espanhola".
recaiu em profundo conhecedor dos problemas
Concorrência dessas regiões com o Brasil, apreamazônicos, focalizados em várias obras pusentado
ao Conselho Econômico da Confedeblicadas tais como "O Processo Histórico da
ração
Nacional da Indústria; "A Margem do
Economia Amazonense", "A Valorização da
Problema da Borracha", apresentado ao ConAmazônia". O Sr. Artur César Ferreira Reis
selho Econômico da Confederação Nacional da
está preparando ainda uma "História da AmaIndústria.
zônia" em 4 volumes.
O ilustre homem público tem desempenhaEm preparo tem ainda, os seguintes livros:
do comissões de grande relevância na adminis- · "O Seringal e o Seringueiro. Tentativa de Intração pública, dentre as quais as seguintes:
terpretação", Rio, 1953; "O Tratado de Santo
chefe da Divisão de Expansão Econômica do
Ildefonso e a Fronteira Setentrional do BraDepartamento Nacional de Indústria e Comérsil", "O Ensino da História do Brasil", México,
cio do Ministério do Trabalho, e diretor do
1953; "Os Movimentos Migratórios e a ColoDepartamento de Administração do mesmo Minização do Brasil. Itinerário Histórico", 2 volunistério; diretor-geral do Departamento Estames; "História da Amazônia", em 4 volumes;
dual do .Trabalho, em São Paulo; membro da
"Introdução ao Estudo da América Espanhola"; e "Borracha e Castanha. Itinerário EcoComissão Consultiva da CEXIM; coordenador
nômico da Amazônia".
da Subcomissão de Artesanato e Indústrias Domésticas da Comissão de Bem-Estar Social; delegado do Brasil na Conferência de Comércio e
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, AREAS FLORESTADAS DO
ARTIGO DO TÉCNICO PIMEN'l
Possui o Brasil cêrca de 4 milhl
tros quadrados cobertos por flo
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catingas, cerradões e cerrados,
o técnico Pimentel Gomes em a
no Diário de Notícias desta ca1
25-XI-1952.
Dali extraimos o seguinte
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Território do Acre tem 99% de
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restas no norte do Espirito
Bahia, leste de Minas Gerais,
terras das bacias dos rios Pardo,
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me, formando também uma flo
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Rio Grande do Sul e suleste de
se localizam os maiores pinhal•
meridional - .168 milhões de
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bastante florestadas em Goiás,
Pernambuco, Alagoas e estado
outras zonas : Em suma, a áre
Brasil ainda é multo grande
as ma'tas se distribuem com
dade. A região mais povoada
do pais, a que contém 80% de
e entra com uns 80% a 85% d
AMAZONAS
INICIADO O LEVANTAMEl
CO DO ESTADO - Uma comis
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ciou, no bairro de Aldeota, co
governador, secretário da Agric
autoridades, os trabalhos de lev
fisico do estado do Amazonas.
FRANÇA
VIRA AO BRASIL FAMOS
De Paris anuncia-se que virá
nosso pais, em missão da UNE
professor Albert de La Rue, que
rá com especialistas brasileiro.
e estudos sôbre lençóis subterr·
bilidades econômicas do vale do
Faz parte do anunciado pro
dades daquele cientista em noss
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AOS EDITôRES: i:ste
ou comentará as
enviadas ao Conselho
difusão da bibliografia
"aao lecionou em vários estabeensino. Foi professor de Históda Civilização e de Sociologia
de Manaus, no Colégio
de Comércio Solon de
nte de Economia Poliinternacional Públ1co da Faculdatal amazonense; entre 1940
de História do Brasil, nos
, "Progr,esso Paraense" e
Carmo", em Belém do Pará.
de diversos certames científicos
eiros como: Congresso de
Conferência Pan-Ame•grafia, de Caracas, III
do Rio Grande do Sul,
J3rasileiro de Geografia, III ConBrasil, Colóquio Lusorealizado, em WashingCongresso.
do Instituto Histórico e
da Sociedade Brasileira
Ltutos Históricos e Geoe Pará, sócio corresponinstituições culturais do pais
517
NOTICIARIO
pela ONU, em Havana;
Missão Mista Braslleiroldenominada Missão Abink, para
)-de-obra; secretário, em 1951,
técnicos designada para estude trabalho a serem executa, tendo em vista a valorização
membro do Conselho Econô~ração Nacional da Indústria,
Política Agrária do Ministério
e da Comissão de Financia-
, AREAS FLORESTADAS DO BRASIL NUM
ARTIGO DO TÉCNICO PIMENTEL GOMES Possui o Brasil cêrca de 4 milhões de quilômetros quadrados cobertos por florestas densas e
algumas centenas de milhares de quilômetros
quadrados de florestas ralas, constituídas por
catingas, cerradões e cerrados, segundo revela
o técnico Pimentel Gomes em artigo publ1cado
no Diário de Notícia.s desta capital, edição de
25-XI-1952.
Dali extraímos o seguinte trecho: - Essas imensas florestas se distribuem multo irregularmente. Cêrca de 3 200 000 quilômetros
quadrados se encontram ..na Amazônia, onde o
Território do Acre tem 99% de sua área florestada. Há uma segunda faixa de grandes florestas no norte do ESpírito Santo, sul da
Bahia, leste de Minas Gerais, compreendendo
terras das bacias dos rios Pardo, Jequitinhonha,
São Mateus e Doce. Há, ainda, um trecho enorme, formando também uma floresta única, no
oeste do Paraná e Santa Catarina, noroeste do
Rio Grande do Sul e suleste de Mato Grosso. Ai
se localizam os maiores pinhais do hemisfério
meridional - .168 milhões de pinheiros adultos - e madeiras preciosas, como imbuías, cédros, perobas e outras. Existem · outras áreas
bastante florestadas em Goiás, em trechos de
Pernambuco, Alagoas e estado do Rio, e em
outras zonas: Em suma, a área florestada do
Brasil ainda é multo grande. Infelizmente,
as matas se distribuem com multa irregularidade. A região mais povoada e desenvolvida
do pais, a que contém 80% de sua população
e entra com uns 80% a 85% da produção to-
.'!~ ·
~1
tal, a região, que se situa a leste de uma linha imaginária que passe por São Luis, Goiânia e nascentes do Apa, não tem mais de 12%
de sua superfície florestada. As florestas deveriam cobrir pelo menos 25% por cento da área.
total e ser bem distribuídas para que atendessem, nas devidas condições, as necessidades da
madeira e lenha, melhorassem o microcllma e o
regime das águas e protegessem as encostas
íngremes e os cabeças dos morros e montanhas. Precisamos, portanto, de planejamentos
que possibilitem o aproveitamento rigorosamente técnico das florestas, onde possível e
aconselhável, e intensificar o reflorestamento
pêco e minguado que estamos fazendo, salvo
raras exceções.
Técnicos brasileiros e da F AO estudam o
aproveitamento sistemático das florestas amazônicas, que começam às margens do Mearlm,
no centro do Maranhão, e se prolongam até
nossos limites com a Bolívia, o Peru e a Colômbia. As dificuldades econômicas que essas florestas ofereciam ao seu aproveitamento foram
vencidas pela técnica.
Hoje é perfeitamente possível instalar fábricas de celulose e papel. Usam-se métodos
modernos que permitem trabalhar com lenhos diversos ao mesmo tempo. Baseados nes- ,
te processo, técnicos de nomeada montaram
fábricas no sul dos Estados Unidos e na Africa Equatorial. O Peru apelou para um técnico
da "Celulose Corporation", o Sr. Giusepe Raimondo, e está construindo uma fábrica em
Iquitos.
Unidades Federadas
AMA~~ ONAS
SÃO PAULO
INICIADO O LEVANTAME:NTO GEOFíSICO DO ESTADO - Uma comissão de técnicos
alemães contratados pelo govêrno estadual iniciou, no bairro de Aldeota, com a presença do
governador, secretário da Agricultura e outras
autoridades, os trabalhos de levantamento geofísico do estado do Amazonas.
CATALOGO DE VERBETES DE DOCUMENTOS SOBRE SÃO PAULO - Por iniciativa do
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
e graças à cooperação do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, do embaixador José Carlos Macedo Soares e da Comissão do IV Centenário, acaba de aparecer o Catálogo de Verbetes
de Documentos sõbre São Paulo.
Trata-se de excelente contribuição às comemorações do IV centenário da capital bandeirante, de inestimável valor para os estudiosos do nosso passado.
-+c
'
I
I
Exterior
FRANÇA
tem ainda, os seguintes livros:
Seringueiro. Tentativa de In1953; "O Tratado de Santo
telra Setentrional do Erairia do Brasil", México,
Migratórios e a ColoH. Itinerário Histórico", 2 voluda Amazônia", em 4 volumes;
Estudo da América Espanhoa e Castanha. Itinerário EcoZônla".
*
VIRA AO BRASIL FAMOS~ GEóLOGO De Paris anuncia-se que virá brevemente ao
nosso país, em missão da UNESCO, o geólogo
professor Albert de La Rue, que aqui colaborará com especialistas brasileiros em pesquisas
e estudos sôbre lençóis subterrâneos e as possibilidades econômicas do vale do São Francisco.
Faz parte do anunciado programa de atividades daquele cientista em nosso pais, o levan-
~AOS
tamento de um mapa dos recursos universais,
bem como estudos dos solos do vale sanfranciscano a serem irrigados.
O professor La Rue, que acaba de regressar de uma viagem de estudos às ilhas de Kergulen, tem realizado importantes excursões científicas em regiões da Africa e da Austrália.
Durante dez anos realizou e dirigiu estudos e
pesquisas para o Departamento de Minas de
Quebec, no Canadá, tendo ministrado matéria
da sua especialidade na Universitlade do Méxi"'
co e no Instituto Politécnico de Quito.
EDITôRES: i:ste "Boletim" não faz publicidade remunerada, entretanto r.egistarâ
ou comentará as contribuições sôbre geografia ou de interêsse geográfico que sejam
enviadas ao Conselho Nacional de Geografia, concorrendo dêsse modo para mais ampla
difusão da bibliografia referente à geogra.fia brasileira.
INSTITUIÇõES
Relatórios de Instituições de Geografia
e Ciências Afins
Relatórios Apresentados à XIII Sessão Ordinária da
Assembléia Geral do C.N.G.
BAHIA
PRINCIPAIS ASSUNTOS FOCALIZADOS
NO RELATóRIO APRESENTADO PELO RESPECTIVO DELEGADO DR. LAURO SAMPAIO
- COOPERAÇÃO COM O . C.N.G. - "Desde
1942 vem o C. N. G., em cooperação com o
estado, efetuando o levantamento sistemático
do território da Bahia, colhendo assim dados
para a organização das cartas do Brasil e
dêste estado. O levantamento territorial vem
sendo desenhado em escala de 1:250 000, já
estando publicadas mais de 20 fôlhas.
Em virtude das dificuldades de pagamento, por parte do Tesouro do Estado, da quota
dêste e no sentido de se evitar a anulação da
verba orçamentária destinada a êsse tão· útil
serviço, foi lavrado um têrmo de acôrdo, entre
o I.B.G.E. e o estado, sendo o mesmo assinado
em outubro do ano passado, pelo ilustre presidente do I.B.G.E. e o Dr. Waldiki Moura,
êste como representante do estado. · A quota
que cabe a êste em 1952 e no ano em curso
é de $200 000,00.
A cooperação financeira do estado vem
.sendo dada desde o início dos serviç9s, tendo
a quota sido aumentada ultimamente para melhor satisfazer às necessidades desta coopera.ção.
RELAÇÃO DOS MUNICíPIOS
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
Ibicaraí
Uruçuca
Piritiba
Itajuípe
Coaraci
Tanquinho
Iguaí
Ibicuí
Encruzilhada
Itapetinga
Sapeaçu
Acajutiba
Cansanção
Utinga
Xorrochó
Pindobaçu
Potiranguá
Ubatã
Tremedal
Sobrado
Igaporã
CARTA DO ESTADO- Acha-se em impressão, no Serviço Gráfico do I.B.G.E., a carta
geral do estado, na escala de 1: 1 000 000, organizada no Conselho Nacional de Geografia.
Espera-se em pouco estar a mesma impressa,
vindo preencher uma lacuna sensível no estado; - a falta de uma carta geográfica atualizada e destinada ao público, para suas necessidades de informações gerais sôbre o território
baiano.
Atuais membros componentes
I
NOVAS CIRCUNSCRIÇõES ADMINISTRATIVAS - No correr do ano próximo passado e
até o momento, a Assembléia Legislativa do estado votou e o governador sancionou leis de
criação de municípios, em número de 21, estando em discussão ainda a criação de mais
alguns, devendo todos ser incluídos na nova
divisão territorial do estado, a vigorar a partir
de 1. 0 de janei!o do ano próximo.
Dois dêstes municípios, os de Acajutiba e
Xorrochó foram restabelecidos, tendo sido anexados há al~uns anos aos municípios de Esplanada e Curaçá, respectivamente.
Eis a relação dos novos municípios, alguns
dêles com mais de um distrito, com a indicação dos desmembramentos respectivos, sendo
t_odos constituídos pela elevação de categoria
de distritos, em geral prósperos.
RECÉM-CRIADOS ATÉ 10-12-1952
desmembrado do município de
"
"
"
"
"
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"
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"
"
"
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"
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"
"
CEARA
RELATóRIO APRESENTADO PELO RESPECTIVO DELEGADO ENG. CIVIL AGEU ROMERO DA CUNHA - "No fiel cumprimento do
disposto na resolução n. 0 26 de 19 do mês
de julho do ano de 1938, venho, como representante do Diretório Regional do Conselho Na-
do Conselho no Ceará, ainda não
o êxito desejado, embora: já te1
pregado muitos esforços nesse seD
do pouco tempo de sua restauraç
Assim é que, referido Conselho
muito criado e em atividades no 1
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1950, por exclusivo desinterêsse do
então e com evidentes prejuízos d
dos já realizados.
Dai porque, somente com o
compreendeu o novo govêrno, de
dade, providenciando a nomçaçã
membros para dirigi-lo, coforme s
abril do mesmo exercício e cuja d
procurado organizá-lo convenienten
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A atual diretoria do Consell
dêste estado, está ainda constitui!
mos membros já conhecidos e crede
to ao órgão central, conforme as <i
regularmente enviadas, após a su~
ção acima referida.
Itabuna
Ilhéus
Mundo Novo
Ilhéus
Ilhéus
Feira de Santana
Poções
Poções
Macarani
Itambé
Cruz das Almas
Esplanada
Monte Santo
Morro do Chapéu
Curaçá
Campo Formoso
Cana vi eiras
Ipiaú
Condeúba
Casa Nova
Caiteté".
cional de Geografia do Estado do Ceará, devidamente autorizado pelo senhor presidente em
exercício, apresentar a essa magnífica Assembléia, por intermédio do presente e modesto relatório, tôdas as suas atividades no decorrer do
corrente ano.
É bem verdade, que os nossos trabalhos de
desenvolvimento e difusão dos reais objetivos
te: Dr. Plácido Aderaldo Castelo, 1
Agricultura e Obras Públicas; Sei
Paulo Torcápio Ferreira, Diretor-G
partamento de Saneamento e Obi
Demais membros: Dr. Jaime Anast
diretor da Divisão de Açudagem
Dr. Ageu Romero da Cunha, dire
são de Obras; Dr. Otávio Gonçalv
diretor da Divisão de Saneamento;
Ribeiro Pamplona, chefe da Sala
Roberto Vieira Nepomuceno, diret<
tamento Autônomo de Estradas <
(vago) diretor do Departamento
Colonização; (vago) inspetor regi<
tituto Brasileiro de Geografia e
Prof. José Colombo de Sousa, advog
A referida diretoria aintla co1
colaboração dos Drs. José Augusto
tônio Carolina Gonçalves e Joa
advogados e respectivamente, dir
partamento de Terras e Colonizai
regional do Instituto Brasileiro de
E'statistica, e professor de Geogra
estabelecimentos de ensino de n
sendo que, os dois primeiros são
rios · e o último falecido recentem
As vagas em referência, aindf
preenchidas, devendo entretanto,
dos os seus titulares com -os noml
dirigentes dos departamentos resp
tamente com um novo membro do
tério, a ser escolhido entre os Pi
Geografia desta capital.
DIVISÃO TERRITORIAL E 011
DOS MUNICíPIOS - Conforme co
timo relatório apresentado a essa
sembléia, pelo representante anterij
selho Regional, no ano de 1951, E
redação na Assembléia Legislativa
quele ano, uma lei visando a mod
vários outros municípios neste es
Assim é que, a partir de 1~ 0
1952 de acôrdo com a lei n. 0 1153,
foi fixada a nova divisão territo
nistrativa do estado do Ceará, Vil
alteração, até 31 de dezembro do 1
cujo texto, abaixo transcrevemos
"Lei n.o 1153, de 22 de
1951 Fixa a divisão territorial
tiva do estado, que vigorará
até 31 de dezembro de 1953.
I N S T I T U I Ç õ E S D E G E1 O G R A F .I A E C I
ao Ordinária da
'N.G.
C> ESTADO Acha-se em impres~o Gráfico do I.B.G.E., a carta
[o, na escala de 1:1 000 000, orgabnselho Nacional de Geografia.
· pouco estar a mesma impressa,
er uma lacuna sensível no esta' de uma carta geográfica atualiLda ao público, para suas necesormações gerais sôbre o território
*
I
rRCUNSCRIÇõES ADMINISTRAcorrer do ano próximo passado e
>, a Assembléia Legislativa do eso governador sancionou leis de
micípios, em número de 21, es~ussão ainda a criação de mais
do todos ser incluídos na nova
·ial do estado, a vigorar a partir
i!"o do ano próximo.
í municípios, os de Acajutiba e
a. restabelecidos, tendo sido anes anos aos municípios de Espiarespectivamente.
ã.o dos novos municípios, alguns
s de um distrito, com a indicaembramentos respectivos, sendo
[dos pela elevação de categoria
L geral prósperos.
3 ATÉ 10-12-1952
• Itabuna
Ilhéus
Mundo Novo
Ilhéus
Ilhéus
Feira de Santana
Poções
Poções
Macarani
Itambé
Cruz das Almas
Esplanada
Monte Santo
Morro do Chapéu
Curaçá
Campo Formoso
Cana vi eiras
Ipiaú
Condeúba
Casa Nova
Caiteté".
aha do Estado do Ceará, deviado pelo senhor presidente em
ntar a essa magnífica Assemédio do presente e modesto resuas atividades no decorrer do
de, que os nossos trabalhos de
e difusão dos reais objetivos
do Conselho no Ceará, ainda não alcançaram
o êxito desejado, embora: já tenhamos empregado muitos esforços nesse sentido, dentro
do pouco tempo de sua restauração.
Assim é que, referido Conselho Regional há
muito criado e em atividades no nosso estado,
estêve, todavia, completamente abandonado no
período compreendido entre os anos de 1941 e
1950, por exclusivo desinterêsse do govêrno de
então e com evidentes prejuízos de ~eus estudos já realizados.
Daí porque, somente com o ano de 1951,
compreendeu o novo govêrno, de sua necessidade, providenciando a nomeação de novos
membros para dirigi-lo, coforme ato de 14 de
abril do mesmo exercício e cuja diretoria tem
procurado organizá-lo convenientemente, sobretudo dentro da orientação traçada pelo Conselho Nacional com sede nessa Capital Federal.
A atual diretoria do Conselho Regional
dêste estado, está ainda constituída dos mesmos membros já conhecidos e credenciados junto ao órgão central, conforme as comunicações
regularmente enviadas, após a sua reorganização acima referida.
Atuais membros componentes - Presidente: Dr. Plácido Aderaldo Castelo, Secretário da
Agricultura e Obras Públicas; Secretário: Dr.
Paulo Torcápio Ferreira, Diretor-Geral do Departamento de Saneamento e Obras Públicas.
Demais membros: Dr. Jaime Anastácio Verçosa,
diretor da Divisão de Açudagem e Irrigação;
Dr. Ageu Romero da Cunha, diretor da Divisão de Obras; Dr. Otávio Gonçalves da Justa,
diretor da Divisão de Saneamento; Dr. Luciano
Ribeiro Pamplona, chefe da Sala Técnica; Dr.
Roberto Vieira Nepomuceno, diretor do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem;
(vago) diretor do Departamento de Terras e
Colonização; (vago) inspetor regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
Prof. José Colombo de Sousa, advogado; (vago).
A referida diretoria ainda contava com a
colaboração dos Drs. José Augusto Ribeiro, Antônio Carolina Gonçalves e Joaquim Alves,
advogados e respectivamente, diretor do Departamento de Terras e Colonização; inspetor
regional do Instituto Brasileiro de Geografia e
E'statística, e professor de Geografia de vários
estabelecimentos de ensino de nossa cap{tal,
sendo que, os dois primeiros são demissionários · e o último falecido recentemente.
As vagas em referência, ainda não foram
preenchidas, devendo entretanto, ser nomeados os seus titulares com QS nomes dos atuais
dirigentes dos departamentos respectivos, juntamente com um novo membro do nosso magistério, a ser escolhido entre os professôres de \
Geografia desta capital.
*
DIVISÃO TERRITORIAL E ORGANIZAÇÃO
DOS MUNICíPIOS - Conforme constou do último relatório apresentado a essa augusta Assembléia, pelo representante anterior dêste Conselho Regional, no ano de 1951, estava já em
redação na Assembléia Legislativa cearense naquele ano, uma lei visando a modificar e criar
vários outros municípios neste estado.
Assim é que, a partir de 1~ 0 de março de
1952, de acôrdo com a lei n.o 1153, de 22-11-951,
foi fixada a nova divisão territorial e administrativa do estado do Ceará, vigorando, sem
alteração, até 31 de dezembro do corrente ano,
cujo texto, abaixo transcrevemos:
"Lei n. 0 1153, de 22 de novembro de
1951 Fixa a divisão territorial e administrativa do estado, que vigorará sem alteração,
até 31 de dezembro de 1953.
~
N CI AS AF I NS
519
O Governador do Estado do Ceará
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono e promulgo a
seguinte lei:
Art. 1. 0 - A divisão territorial e administrativa do estado, que vigorará, sem alteração, até 31 de dezembro de 1953, é íixada nesta lei.
§ 1. 0 Não constituem alteração os
atos interpretativos de linhas divisórias intermunicipais, que se tornarem necessários
para melhor e mais fiel caracterização dessas linhas, à luz de documentação geográfica ou cartográfica mais perfeita, desde
que da interpreta:ção não resulte um deslocamento tal da divisória que uma qualquer
cidade ou vila, saia do seu âmbito municipal ou distrital.
§ 2. 0 Mediante licença da Assembléia Legislativa, poderão os municípios firmar acordos para modificar os seus limites.
Art. 2. 0 - A divisão territorial e administrativa do estado, compreende municípios e distritos.
§ 1. 0 No anexo número 1, parte integrante desta lei, consta a relação apresentando, sistemàticamente e ordenadamente, o nome de tôdas as circunscriçõ:es
territoriais e administrativas, bem como a
categoria das respectivas sedes, tôdas com
a mesma denominação da própria circunscrição.
§ 2.o No anexo número 2, também
integrante desta lei, consta a descrição sistemática dos limites circunscricionais, onde
se definem, para cada município, o perímetro municipal e cada uma das divisas interdistritais, quando houver.
Art. 3.o - A instalação do município
se fará pela forma determinada na lei orgânica.
Art. 4.o A presente lei, inalterável
até 31 de dezembro de 1953, entrará em
vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Palácio do Govêrno do Estado do Ceará,
em Fortaleza, aos 22 de Novembro de 1951.
Raul Barbosa
Joaquim Bastos Gonçalves".
Com a citada lei, foram criados os municípios de Barro, Beberibe, Capistrano, Chaval,
Frecheirinha, Iracema, Itatira, Jati, Marco, Meruoca, Monsenhor Tabosa, Paracuru, Porteiras, Cariús, São Luis do Curu e Trairi, os quais
foram desmembrados dos demais municípios já
existentes.
No que tange à organização municipal do
Ceará, esta surgiu com a promulgação da lei
estadual n. 0 227, de 14 de junho de 1948,
dispondo sôbre a criação e modificação do município já no que se refere à sua autonomia
relacionada ao seu peculiar interêsse como parte integrante do estado e sua divisão administrativa em distritos já quanto aos seus direitos e deveres definidos pelas Constituições federal e estadual.
A sede do município, por outro lado, lhe
dá o nome e tem a categoria de cidade. O distrito designa-se pelo nome da sede e tem a
categoria de vila.
Como fator principal de sua estrutura e
autonomia política, a alteração da sede e de
seus distritos, processar-se-á por lei do Estado,
dependente de representação do prefeito e da
maioria dos vereadores, sendo que - a criação
de outros municípios ou distritos ou, ainda,
qualquer alteração dos já constituídos - se
fará em lei qüinqüenal baixada nos anos de
milésimos - três e oito - para vigorar a partir de primeiro de janeiro do ano seguinte".
BIBLIOG
•
...
Bibliografia
e Revista de Revistas
BOLETIM DA SOCIEDADl
GRAFIA DE LISBOA
tembro de 1953.
O presente volume co1
cêrca de 500 páginas, con
os números 7 a 9. Além
permanentes de noticiário,
estampa as seguintes cc
. '
Registos e Comentários ~ibliográficos
"Les problemes de la s~
péenn&', assinada por S.
Bartolomeu Dias, pelo alm
Coutinho; Inscrições. por
Marrocos, por J. M. <
Sousa; O problema polít1
ca, subscrito por Frederio
Folhetos e Periódicos Nacionais
parte destinada ao notio
municações traz a Revista
sôbre a realização em Lisb
de 1953, da Reunião Anual
Executiva do Instituto Il
Africano, sediado em Lond ,
ma secção o Sr. Júlio Gonç
volve consideração sôbre ~
mina "Padrões dos de~
portuguêses". O Sr. Alves
faz, em outra parte, um a
diversas publicações intern
mentando trabalho do pro:
Monbeig nos Annales de
sôbre a população do Bras
de fome do mundo, elabora
fessor Jacques M. May, e i11
vista americana Geographi
AZIZ NACIB AB'SABER -
O Planalto
da Borborema na Paraíba - Separata do Boletim Paulista de Geografia- N. 0 13- Março de 1953São Paulo - Brasil.
se deu por volta de 1840-1850, já quando o ciclo do ouro nas Minas Gerais
pertencia ao passado, como decorrência das migrações de Minas para os
chapadões de Rio Verde, Caiapônia,
Itumbiara, Mineiros, Jataí e Aragarças,
O autor é sócio efetivo da Associa- dispensando atenção ao sítio de Bom
ção dos Geógrafos Brasileiros, profes- Jesus, cujos costumes diz "constituírem
sor de Geografia Física da Faculdade um atestado da grande capacidade de
Nacional de Filosofia "Sedes Sapien- difusão e da homogeneidade das traditiae" e auxiliar de ensino da cadeira de ções e crenças das humildes populações
Geografia do Brasil da Faculdade de Fi- do sudoeste de Goiás". Referindo-se à
losofia da Universidade de São Paulo.
florescente Aragarças, observa o proReúne êste estudo o resultado de fessor Aziz Nacib que o govêno federal
observações colhidas em larga porção terá de manter por muito tempo, artido Planalto da Borborema, em territó- ficialmente, a vida da cidade que tenrio paraibano, durante a VII Assem- tou formar na confluência do Araguaia
bléia Geral da Associação dos Geógra- e do Garças. E concluindo: "Homens
fos Brasileiros, realizada em Campina rudes do nordeste e profissionais caGrande, em janeiro de 1952. Comentan- riocas sintetizam ali a pequena família
do fotografias tiraàas na região, o au- dos que estão trabalhando pela ocupator oferece algumas anotações basea- . ção e transformação daqueles antigos
das nas pesquisas que efetuou.
desertos de homens, onde populações
indígenas, cada vez mais encurraladas,
A.V.L.
estavam ameaçadas de completa exAZIZ NACIB AB'SABER - Notas sô- tinção".
bre o Povoamento e a Geografia
Urbana do Sudoeste de Goiás.
•
•
· J.R.S.
Neste trabalho um opúsculo . AZIZ NACIB AB'SABER- Na Região
de pouco miüs de dez páginas de Manaus (Fotografias e Comenanteriormente publicado no Anuário
tários) Separata do Boletim
da Faculdade de Filosofià da PonPaulista de Geografia - N. 0 ,_4 tifícia Universidade Católica de São
Julho de 1953- São Paulo- BraPaulo, o professor Aziz Nacib Ab'Sasil.
ber dá-nos um interessante roteiro
das origens, distribuição e evolução
O autor, sócio efetivo da Associapara o estágio atual da população ção dos Geógrafos Brasileiros, profesdo sudoeste de Goiás. O autor, que sor de Geogra.fia Física da Faculdade
se tem revelado entre nós um bom es- de Filosofia "Sedes Sapientiae" e assistudioso dos fenômenos demográficos, tente da cadeira de Geografia do Braconforme o demonstrou em outro tra- sil da Faculdade de Filosofia da Unibalho sôbre a capital amazonense, mos- versidade de São Paulo, comenta, neste
tra como se formaram os primeiros trabalho, fotografias colhidas em j anúcleos de gente civilizada na região neiro de 1953, apresentando, ao ensejo,
em foco, indicando os fatôres condi- anotações valiosas baseadas nas obsercionantes da ocupação humana, que aí vações que efetuou "in loco".
·'
•
RIVISTA GEOGRAFICA r
Direttori: Roberto Alan
nato Biasutti - Aldo
Annata LX- Fase. 1Publicação editada peb
Studi Geografici" de Flor(
auspícios do "Consiglio Na
Ricerche". Dentre a copi
apresenta êste volume urr
bre Pietro della Valle, ac
terceiro centenário da m
dos maiores viajantes itall
culo XVII, bem como nota
lecimento do explorador
ocorrido em Estocolmo, a
vembro de 1952, com a j
anos, e um informe acêrca
centes expedições à Antár
1952) .
UNION GÉODÉSIQUE E'J
QUE INTERNATIONAl
tin d'Information de
- 2m e année - Avril
BIBLIOGRAFIA E REVISTA DE REVISTAS
521
Periódicos Estrangeiros
BOLETIM DA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA- Julho-setembro de 1953.
O presente volume constitui-se de
cêrca de 500 páginas, compreendendo
os números 7 a 9. Além das secções
permanentes de noticiário, Çibliografia,
estampa as seguintes contribuições:
liográficos
1
f
"Les problemes de la securité européenne'', assinada por S.A.I. e R.;
Bartolomeu Dias, pelo almirante Gago
Coutinho; Inscrições portuguêsas de
Marrocos, por J. M. Cordeiro de
Sousa; O problema político da A/rica, subscrito por Frederico Cruz. Na
•
lODaiS
parte destinada ao noticiário e comunicações traz a Revista um informe
sôbre a realização em Lisboa, em julho
de 1953, da Reunião Anual da ComissãO"
Executiva do Instituto Internacional
Africano, sediado em Londres . Na mesma secção o Sr. Júlio Gonçalves desenvolve consideração sôbre o que denomina "Padrões dos descobrimentos
portuguêses". O Sr. Alves de Azevedo
faz, em outra parte, um apanhado de
diversas publicações internacionais, comentando trabalho do professor Pierre
Monbeig nos Annales de Géographie
sôbre a população do Brasil, e o Mapa
de tome do mundo, elaborado pelo professor Jacques M. May, e inserto na revista americana 'Geographical Review".
t>lta de 1840-1850, já quano ouro nas Minas Gerais
passado, como decorrênrações de Minas para os
le Rio Verde, Caiapônia,
[ineiros, Jataí e Aragarças,
atenção ao sítio de Bom
~ostumes diz "constituírem
da grande capacidade de
homogeneidade das tradis das humildes populações
de Goiás". Referindo-se à
lragarças, observa o proacib que o govêno federal
er por muito tempo, artia vida da cidade que tenta confluência do Araguaia
: E concluindo: "Homens
rdeste e profissionais caam ali a pequena família
> trabalhando pela ocupabrmação daqueles antigos
homens, onde populações
tla vez mais encurraladas,
eaçadas de completa ex-
J.R.S.
. J.R.S.
•
AB'SABER- Na Região
us (Fotografias e ComenSeparata do Boletim
de Geografia - N. 0 1.4 -
1953- São Paulo- Bra-
sócio efetivo da Associagrafos Brasileiros, profesafia Física da Faculdade
Sedes Sapientiae" e assisira de Geografia do Braade de Filosofia da UniSão Paulo, comenta, neste
grafias colhidas em j aapresentando, ao ensejo,
osas baseadas nas obseretuou "in loco".
RIVISTA GEOGRAFICA ITALIANADirettori: Roberto Alamagià - Renato Biasutti - Aldo Sestini Anna ta LX- Fase. 1- Marzo 1953.
Publicação editada pela "Società di
Studi Geografici" de Florença, sob os
auspícios do "Consiglio Nazionale delle
Ricerche". Dentre a copiosa matéria
apresenta êste volume um estudo sôbre Pietro della Valle, ao ensejo do
terceiro centenário da morte de um
dos maiores viajantes italianos do século XVII, bem como nota sôbre o falecimento do explorador Sven Hedin,
ocorrido em Estocolmo, a 26 de novembro de 1952, com a idade de 82
anos, e ufn informe acêrca de duas recentes expedições à Antártida (1949 e
1952) .
A.V.L.
•
UNION GÉODÉSIQUE ET GÉOFISIQUE INTERNATIONALE- Bulletin d'Information de l'U.G.G.I.
2me année - Avril 1953.
~ste boletim destina-se a divulgar
tôdas as iniciativas e atividades da
União Geodésica Internacional de suas
diferentes Comissões bem como dos
órgãos a ela filiados, estampando comunicações, circulares, programas, relatórios, resultados de investigações,
artigos científicos, resumos de comunicações, apresentadas em forma de
"symposia", organizados sob os auspícios da própria União.
No presente número vem publicado o "simposium" sôbre os estudos sísmicos da estrutura do continente europeu, além dos estatutos do Conselho
Internacional das Uniões Científicas e
variada matéria.
A.V.L.
ESTUDIOS GEOGRAFICOS - Consejo
Superior de Investigaciones Científicas - N. 0 51 - Mayo 1953 Afio XIV - Revista Editada por el
Instituto "Juan Sebastian Elcano"
-Madrid.
O presente volume contém matéria de interêsse local, como sejam os
artigos seguintes: "El contenido censal de 1950" - Adolfo Melón (comentário aos resultados provisórios do recenseamento da Espanha e suas colônias, realizado no ano de 1950); Horche (Guadalajara): Estudio de Estructura Agraria" -Jesus García Fernández; "Aportación ai conocimiento de la
Jara Toledana (El río Jébalo)" - Gregorio Planchuelo Portales.
Publica também abundantes notas
informativas sôbre a VIII Assembléia
Geral da U. G. I. e o XVII Congresso
Geográfico Internacional e tópicos referentes à população mundial em 1951
e em 19.80, à utilização das regiões áridas, à agricultura e à alimentação no
mundo, à agricultura na França e à nacionalização das minas de estanho na
Bolívia.
A.V.L.
MEMORIE DI GEOGRAFIA ECONOMICA- Vol. VI- I Porti della Sardegna - Alberto Mori e Benito
Spano - Anno IV - Gennaio-Giugno 1952 - Consiglio Nazionale delle Ricerche - Centro di
Studi per la Geografia Economica
presso !'Instituto di Geografia della
Università di Na poli.
Enfeixa o presente ~olume a monografia de Alberto Mori e Benito Spa-
522
BOLETIM GEOGRáFICO
no sôbre os portos da Sardenha, trabalho que compreende um estudo geográfico completo dessa importante região,
focalizando desde a conformação física e condições gerais do povoamento do
litoral sarda até os aspectos particulares e importância relativa dos seus portos. Termina por uma rápida resenha
de suas produções, com especificação
do valor e formas de exportação. Volume de 229 páginas de texto.
A.V.L.
CIENCIAS SOCIALES - Unión Panamericana
Departamento . de
Asuntos Culturales - Oficina de
Ciencias Sociales - Washington 6,
D.C. -Número 21- Volumen IV
- Junio de 1953.
Boletim bimestral, editado em língua espanhola, e destinado a divulgar
as tendências modernas da sociologia
e ciências correlatas, sobretudo no tocante à aplicação de estudos dessa natureza ao desenvolvimento sócio-econômico e cultural da América Latina.
Êste número apresenta a segunda
parte de ensaio de Eric Wolf sôbre a
formação da nação.
Merece também registo o resumo
ali estampado do estudo de geografia
humana, intitulado "Origens e Difusão
da Agricultura e dos Animais Domésticos", da lavra de Carl O. Sauer, chefe
do Departamento de Geografia da Universidade de Califórnia, Berkeley.
A.V.L
GEOGRAPHICAL REVIEW
The
American Geographical Society of
New York- Vol. XLIII- N.o 3 July 1953 - New York - USA.
Sob o título "Trends in Brazilian
Agricultura! Development", Preston E.
James, professor de Geografia na Universidade de Siracusa, Estados Unidos,
autor de um livro sôbre a América Latina e numerosos artigos sôbre problemas
geográficos americanos, estuda neste
volume as tendências da agricultura no
Brasil.
~O
Preston E. James tem a vantagem
de juntar ao alto conceito de cientista
em que é tido a circunstância de haver
orientado, em certa fase, os trabalhos
de pesquisa levados a efeito pelo Conselho Nacional de Geografia, quando
teve oportunidade de colhêr copiosas
observações atinentes aos assuntos que
trata.
Outros trabalhos dêste número:
"Te Open Polar Se a" - J ohn K.
Wright. "Potential Utilization of the
Kafue Plats Nothern Rhodesia"
Edgar E. Foster.
Leis e
Resoluçõe~
LE
Integra da I
A.V.L.
ANNALES DE GÉOGRAPHIE- Bulletin de la Société de Géographie N. 0 332 - LXII Année - JuilletAout 1953. Librairie Armand Colin
103, Boulevard Saint-Michel, Paris
- France.
O presente volume oferece matéria
de cunho exclusivamente local. Artigos: "Observations sur la structure et
la morphologie des iles d'Hyeres" Y. Masurel; "Le développement de Donges, centre pétrolier de la Basse-Loire"
- Mme. A. M. Pava;rd-Charraud; "Le
marché et la production de l'huile d'olive en Tunisie" - L. Laitman.
A parte de notas e resumos bibliográficos apresenta interessantes tópicos
como: "As fronteiras do Oceano", por
A. Guilcher; "Um ensaio de utilização
geográfica das listas eleitorais na Bélgica", por R. Sevrin; "Uma nova geografia da Espanha e Portugal", por P.
Birot; "A população do Canadá", de
acôrdo com o recenseamento de junho
de 1951, por A. La baste.
A. V. L.
REVUE DE PSYCHOLOG IE DES PEUPLES - Institut Havrais de Sociologie Economique et de Psychologie des Peup,les - 8me année N. 0 2 - 2me - trimestre 1953.
Pierre-Bernard Lafont colabora
neste número com um artigo, focalizando a influência dos fatôres econômicos na existência das etnias.
A.V.L.
Serviço Central de Documentação Geográfica do Conselho Nacional de Geografia é
completo, compreendendo Biblioteca, Mapoteca, Fototeca e Arquivo Corogrâfico, destinando-se êste à guarda de documentos como sejam inéditos e artigos de jornais. Envie ao
Conselho qualquer documento que possuir sôbre o território brasileiro.
Lei n. 0 1 909, de 21 de julho
Dispõe sõbre a denominação dos
aeródromos nacionais.
O Congresso Nacional decret
mulgo, nos têrmos do art. 70, §
tituição Federal, a seguinte lei:
Art. 1. 0 Os aeroportos br~
em geral a denominação das prd
vilas ou povoados em que se e
clarando-se a posição norte, sul,
te, quando houver mais de um I
§ 1. 0 Sempre mediante lei
cada caso poderá um aeroporto
dromo ter a designação de um 1
sileiro que tenha prestado rele
à causa da aviação, ou de um
nacional.
§ 2. 0 São conservadas as
"Santos Dumont" e "Bartolomeu
para os aeroportos do Rio de Jan1
do Filho", "Pinto Martins", "Aug
"Guararapes" e "Palmares", res
para os aeroportos de Pôrto Aleg
Natal, Recife e Maceió.
Art. 2. 0 Excluem-se da rE
cida no texto do art. 1. 0 os aeJ
poderão ter denominação prévia
da pelo Departamento de Aeron
Art. 3. 0 - São revogados o d
mero 2 271 , de 3 de junho de 1941
outras disposições contrárias a
entrará em vigor na data de S1.1
Senado Federal, em 21 de juU
João Café Filho.
(D.O. de 23-7-1953).
Lei n.o 1 914, de 28 de julho
Autoriza o Poder Executivo a abr
to Brasileiro de Geografia e
crédito especial de Cr$ 7 800 00~
liar as despesas do VI recen
ral do Brasil.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso N1
ta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1. 0 - É o Poder Executi
a abrir, ao Instituto Brasileiro d
Estatística, o crédito especial de <l
(sete milhões e oitocentos mil cr
tinado a auxiliar os encargos do
mento geral do Brasil.
Art. 2. 0 -Esta lei entrará em
de sua publicação.
E. James tem a vantagem
alto conceito de cientista
a circunstância de h a ver
certa fase, os trabalhos
·ados a efeito pelo Conde Geografia, quando
ade de colhêr copiosas
atinentes aos assuntos que
trabalhos dêste número:
Polar Sea" - John K.
tial Utilization of the
Nothern Rhodesia"
ter.
Leis e Resoluções
LEGISLAÇÃO FEDERAL
Integra da legislação de interêsse geográfico
A.V.L.
GÉOGRAPHIE - BulleSociété de Géographie LXII Année - JuilletLibrairie Armand Colin
ard Saint-Michel, Paris
volume oferece matéria
vamente local. Artirn.., H ons sur la structure et
des iles d'Hyeres" développement de Donbétrolier de la Basse-Loire"
M. Pava;rd-Charraud; "Le
production de l'huile d 'oli, - L. Laitman.
e notas e resumos bibliota interessantes tópicos
teiras do Oceano", por
"Um ensaio de utilização
s listas eleitorais na BélSevrin; "Uma nova geoa e Portúgal", por P.
ação do Canadá", de
recenseamento de junho
A. Labaste.
A. V. L .
YCHOLOGIE DES PEUtut Havrais de Soonomique et de PsychoPeuples - 8me année 2me - trimestre 1953.
~rnard
Lafont colabora
o com um artigo, focali[uência dos fatôres econôstência das etnias.
A .V.L.
1elho Nacional de Geografia é
Arquivo Corográfico, destinane artigos de jornais. Envie ao
ório brasileiro.
Leis
Lei n.o 1 909, de 21 de julho de 1953
Dispõe sôbre a denominação dos aeroportos e
aeródromos nacionais.
O Congresso Nacional decreta e eu promulgo , nos têrmos do art. 70, § 4. 0 , da Constituição Federal, a seguinte lei:
Art. 1. 0 - Os aeroportos brasileiros terão
em geral a denominação das próprias cidades,
vilas ou povoados em que se encontrem, declarando-se a posição norte, sul, leste ou oeste, quando houver mais de um na localidade.
§ 1. 0 Sempre mediante lei especial para
cada caso poderá um aeroporto ou um aeródromo ter a designação de um nome de brasileiro que tenha prestado relevante serviço
à causa da aviação, ou de um fato histórico
nacional .
§ 2. 0 São conservadas as denominações
"Santos Dumont" e "Bartolomeu de Gusmão"
para os aeroportos do Rio de Janeiro e " Salgado Filho", "Pinto Martins", "Augusto Severo",
"Guararapes" e " Palmares" , respectivamente,
para os aeroportos de Pôrto Alegre, Fortaleza,
Natal, Recife e Maceió.
Art. 2.o Excluem-se da regra estabelecida no texto do art. 1. 0 os aeródromos que
poderão ter denominação previamente aprovada pelo Departamento de Aeronáutica Civil.
Art. 3 .0 - São revogados o decreto-lei número 2 271, de 3 de junho de 1940, e quaisquer
outras disposições contrárias a esta lei, que
entrará em vigor na data de sua publicação.
Senado Federal, em 21 de julho de 1953. João Café Filho.
(D.O. de 23-7-1953).
Lei n.o 1 914, de 28 de julho de 1953
Autori za o Poder Executivo a abrir ao Instituto Brasi leiro de Geografia e Estatistica o
crédito especial de Cr$ 7 800 000,00 para auxiliar as despesas do VI recenseamento geral do Brasil.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1.0 - É o Poder Executivo autorizado
a abrir, ao Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, o crédito especial de Cr$ 7 800 000,00
(sete milhões e oitocentos mil cruzeiros), destinado a auxiliar os encargos do VI recenseamento geral do Brasil .
Art. 2. 0 -Esta lei entrará em vigor na data
de sua publicação .
Art. 3. 0 Revogam-se as disposições em
contrário.
Rio de Janeiro, em 23 de julho de 1953; 132.o
da Independência e 64. 0 da República.
GETÚLIO VARGAS
Osvaldo Aranha.
(D.O. de 25-7-1953).
Lei n. 0 1 918, de 24 de julho de 1953
Dispõe sôbre os créditos orçamentári os destinados à defesa contra as sêcas do Nordeste,
eleva os limites dos prêmios de açudes por
cooperação, e dá outras providências .
O Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos têrmos do a rt. 70, § 4 .0 , da Constituição Federal, a seguinte lei:
Art. 1. 0 Os créditos orçamentários destinados a atender ao disposto no art. 198 da
Constituição Federal (Defesa contra as Sêcas do
Nordeste) considerar-se-ão registrados pelo Tribunal tle Contas, independente de qualquer
formalidade, a 1. 0 de janeiro de cada ano, e
serão automàticamente distribuídos pelo Tesouro Nacional.
Parágrafo único- O Tesouro Nacional, contabilizando como despesa efetivada, porá no
Banco do Brasil S. A. a importância dêsses créditos em parcelas de 25 % (vinte e cinco por
cento) até o dia quinze dos meses de janeiro,
abril, julho e outubro de cada ano, à disposição do Departamento Nacional de Obras contra as Sêcas, que a utilizará independente do
regime de duodécimos.
Art. 2. 0 As importâncias não utilizadas
pelo Departamento Nacional de Obras contra
as Sêcas, até o fim do exercício, serão obrigatoriamente recolhidas ao Tesouro Nacional até
31 de dezembro de cada ano, como despesa a
anular.
Parágrafo único - Os saldos dos créditos
oriundos do recolhimento a que se refere êste
artigo serão obrigatoriamente inscritos em "Restos a Pagar", devendo as respectivas importâncias ser depositadas, até 31 de janeiro de cada
ano, em conta especial, no Banco do Brasil
S.A., à disposição do D.N .O.C .S.
Art. 3. 0 Os recursos a que se refere o
art. 2.0 somente poderão ser aplicados nas obras
ou nos serviços a que se destinavam no Orçamento do exercício anterior.
·
Parágrafo único - Quando êsses recursos
corresponderem às obras ou serviços concluídos
passarão a ser aplicados, de acôrdo com planos
especiais do D.N .O.C .S., na intensificação das
obras de irrigação dos açudes públicos, no desenvolvimento da açudagem por cooperação e
524
BOLETIM GEOGRAFICO
na perfuração e aparelhamento de poços no
Polígono das Sêcas.
Art. 4. 0 Os ajustes firmados entre o
D.N.O.C.S. e os proprietários de açudes ou outras obras a serem construídas em regime de
cooperação serão suje i tos a registro a posterior!
do Tribunal de Contas através de suas delegações, não se lhes aplicando o disposto nos
artigos 42 alínea XIX, e 60 da lei 830, de 23 de
setembro de 1949.
Art. 5. 0 - São elevados para Cr$ 1.000.000,00
(um milhão de cruzeiros), e Cr$ 5.000.000,00
(cinco milhões de cruzeiros), respectivamente,
os limites máximos dos prêmios concedidos pelo Govêmo Federal para construção de obras
de açudagem e irrigação em cooperação com
particulares e entidades de direito público.
§ 1. 0 O disposto neste artigo é extensivo
aos açudes autorizados ou em construção na
data da publicação da presente lei.
§ 2. 0 As cooperativas agrícolas e associações rurais, legalmente organizadas, aplica-se o limite de prêmio atribuído às entidades de direito público.
Art. 6. 0 - São prorrogados por 12 (doze)
meses os prazos concedidos para construção de
açudes em cooperação.
Art. 7. 0 - Fica reduzido para 300 000 (trezentos mil) metros cúbicos e quatro metros o
limite, respectivamente, de capacidade e profundidade de açude, que poderá ser construido
pelo D .N.O.C.S., pelo regime de cooperação.
Art. 8. 0 - É fixado em Cr$ 0,50 (cinqüenta centavos), por metro cúbico d'água acumulável, o auxflio para a construção de obras de
açudagem em cooperação com· particulares, individualm~nte ou associados, até o limite previsto no art. 5.o .
•
Art. 9. 0 O D.N .O.C.S. promoverá, no
prazo de 90 (noventa) dias, a revisão das
tabelas de preços unitários em vigor.
Parágrafo único - As tabelas a que se refere o presente artigo deverão ser revistas, no
prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data
do decreto ou lei que modifique o salário minimo, para que sejam adaptadas ao novo custo
de material e mão-de-obra.
Ar,t . 10 - Os orçamentos das perfurações
ou aparelhamento de poços de que 'trata o decreto-lei n. 0 6 255, de 9 de fevereiro de 1944, e
cujo custo provável seja inferior a ......... .
Cr$ 50 000,00 (cinqüenta mil cruzeiros) serão
aprovados por ato do chefe do Distrito do
D.N.O.C .S. a que tenham sido requeridos, o
qual determinará a sua execução e remeterá
mensalmente ao Diretor-Geral cópia dos referidos orçamentos.
Parágrafo único - A execução de qualquer
perfuração ou aparelhamento de poços de custo
provável ou superior ao limite fixado neste
artigo dependerá de prévia aprovação do respectivo orçamento pelo Diretor-Geral do
D.N.O.C.S.
Art. 11 - Além das hipóteses previstas no
art. 4. 0 do decreto-lei n. 0 6 255, de 9 de fevereiro de 1944, o D.N .O.C.S. abrl'rá e aparelhará, por conta própriá na área do Polígono
das Sêcas, poços para abastecimento público nas
cidades, vilas e povoações de mais de 500 (quinhentos) habitantes, onde não exista, num raio
de dez quilômetros, açude público, curso d'água
perene ou manancial de água potável.
§ 1.o - A perfuração e o aparelhamento de
poços, a que se refere êste artigo, serão procedidos por indicação do chefe de Distrito do
D. N. O. C. S. ou por solicitação do Estado ou
Município interessado · em requerimento dirigido ao Diretor-Geral, ao qual compete autorizar a realização da obra com recurso volun-
tário para o Ministro da Viação e Obras Públicas.
§ 2. 0 O Chefe de Distrito, recebendo o
requerimento, mandará, dentro de 120 (cento e
vinte) dias, proceder ao exame necessário, inclusive quanto às condições previstas neste artigo, encaminhando em seguida o processo devidamente informado ao Diretor-Geral .
Art. 12 - Os estudos, projetos, orçamentos e execução de obras custeadas com os recursos previstos no artigo 198 da Constituição poderão ser contratados com emprêsa idônea, satisfeitas as formalidades legais, ou delegadas, mediante autorização do Ministro da
Viação e Obras Públicas, a serviço público especializado federal ou estadual.
Art. 13 - Os estudos, projetos e orçamentos de obras de defesa contra os efeitos da chamada Sêca do Nordeste, realizados por serviço
público especializado de Estado componente do
Polígono das Sêcas, poderão ser aceitos, pelo
D. N. O . C. S. desde que satisfaçam os requisitos técn os previstos nas leis e regulamentos
que o regem, como base para a fixação de limite de capacidade e de custo de obra por
consignação.
Art. 14 o Departamento Nacional de
Obras Contra as Sêcas instalará campos de palma, cada um com a área mínima de 25 (vinte
e cinco) hectares, para distribuição gratuita de
mudas aos criadores, em todos os Estados compreendidos no Polígono das Sêcas e nas regiões
onde a pecuária constituir a principal atividade rural.
§ 1. 0 Dentro de 1 (um) ano, a contar da
vigência desta lei, o D.N.O.C . S . deverá inaugurar, · pelo menos, um campo por Estado, e,
assim sucessivamente, até que fique em condições de a tender às necessidades da pecuária do
Nordeste.
§ ~o A lei orçamentária na ·união consignará, anualmente, dotação suficiente para
a instalação, desenvolvimento e manutenção
dos campos, de acôrdo com o plano organizado pelo D.N.O.C.S.
Art. 15 O Departamento Nacional de
Obras Contra as Sêcas pagará em dinheiro, semanalmente, o salário dos operários empregados em obras destinadas à defesa contra as sêcas do Nordeste.
§ 1.0 É vedado o desconto de taxas comissões ou -outra qualquer forma no salário
do operário, salvo as referentes à previdência
e assistência social a que estejam por lei obrigados.
§ 2. 0 A inobservância ao disposto no parágrafo anterior importa na responsabllldade
civil e criminal do agente.
Art. 16 - Esta lei será regulamentada no
prazo de 30 (trinta) dias, entrando em vigor
na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário.
Senado Federal, em 24 de julho de 1953.
João Café Filho.
(D.O. de 31-7-1953).
Lei n.o 1920, de 25 de julho de 1953
Cria o Ministério da Saúde e dá outras providências.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1. 0 - É criado o Ministério da Saúde,
ao qual · ficarão afetos os problemas atinentes
à saúde humana.
Parágrafo único
Fará pa
rio acima um Departamento d
ção, com Divisões de Pessoal, :N
e Orçamento.
Art. 2.o O Ministério d
Saúde passa a denominar-se
Educação e Cultura".
Parágrafo único - (Vetado) .
Art. 3.o Ao Ministério I
transferidos todos os atuais órg
do antigo Ministério da Educaçã~
nentes à saúde e à criança, e de~
qúe exerçam atividade em comu
Parágrafo único - Passarã1
para os quadros do nbvo Minis
cargos funções e seus ocupantl
que h~jam sido transferidos, be:
do funcionalismo do Departame
nstração do antigo Ministério q
Saúde, que se tornar excedente,
cia da criação do novo MinistérH
Art. 4.o - Da quantia a ql
alínea a do art. 2. 0 do decreto 1
de julhÓ de 1946, um têrço será
Ministério da Saúde.
Art. 5. 0 São transferido
Ministério da Saúde os saldos d i
çamentárias, destinados às rept
paradas ao referido Ministério, i
celas de dotações orçamentária
bendo ao Poder Executivo tom!
administrativas convenientes.
Parágrafo único - São, ta
ridas as parcelas das dotações
Verba 3 do Orçamento do Minist
ção e Saúde, l:iem como a terceiiJ
tação constante do orçamento df
o ano de 1953 - na Verba 4 pamentos- Consignação VI- Ji
sas - Subconsignação •li <" Es
tos - 04 Divisão de Obras - a
profissionais estranhos à Divisão
ra a elaboração de projetos e
topográficos.
Art. 6.o - Os créditos orçam
cionais destinados ao Ministério
derão ser depositados no Banco d
posição do referido Ministério, <
0 critério que fôr estabelecido a
lo Ministro de Estado.
Parágrafo único ~ A compr
prêgo dêstes créditos será feita,
te, perante o Tribunal de Conta
o término de cada trimestre, na
lação em vigor, ouvido prêviam
tamento de Administração.
Art. 7.o - Os auxflios e sub~
nados no orçamento do Ministérl
e Saúde, que se destinarem a a
ctonadas com o Ministério da Sa
mente, transferidos nos têrmos
desta lei.
Art. 8.o - São criados os se
que serão providos em comissão
gratificadas:
·
1 - Ministro de Estado;
1 - Diretor do Departamex
nistração - D. A. ;
1 -Diretor da Divisão do P
1 - Diretor da Divisão do
D.O.;
1 -Diretor da Divisão de M
1 -Diretor da Divisão de <
Funções GratijicadG
5 1 -
Secretário;
Auxlllar de Gabinete:
LE1 IS E RESOLUÇõES
da Viação e Obras Públlde Distrito, recebendo o
á, dentro de 120 (cento e
ceder ao exame necessário, in-
rdgo~!iç~ee:ufcf:v~st;:o~~~~ ~!:
fado ao Diretor-Geral.
~s estudos, projetos, orçamenfe obras custeadas com os reno artigo 198 da Constituicontratados com emprêsa idôLS formalidades legais, ou deê autorização do Ministro da
?úblicas, a serviço público es~1 ou estadual.
1 estudos, projetos e orçamenefesa contra os efeitos da chaordeste, realizados por serviço
fa do de Estado componente do
cas, poderão ser aceitos, pelo
le que satisfaçam os requlsi~stos nas leis e regulamentos
rJe
b:s~ia~~s:C f~xeaç~~r~e p~;
~ Departamento Nacional de
Sêcas instalará campos de paia área mínima de 25 (vinte
para distribuição gratuita de
res, em todos os Estados comlfgono das Sêcas e nas regiões •
constituir a principal atlvlda-
r
o de 1 (um) ano, a contar da
o D.N.O.C.S. deverá inauIS, um campo por Estado, e,
inte, até que fique em condis necessidades da pecuária do
orçamentária na ·união connte, dotação suficiente para
envolvimento e manutenção
côrdo com o plano organizaS.
Departamento Nacional de
>êcas pagará em dinheiro, selário dos operários empreganadas à defesa contra as sê-
ado o desconto de taxas coqualquer forma no salário
as referentes à previdência
a que estejam por lei obri-
Servância ao disposto no pamporta na responsabil1dade
agente.
lei será regulamentada no
a) dias, entrando em vigor
blicação revogadas as dispo-
.
o.
em 24 de julho de 1953.
1953).
de 25 de julho de 1953
a Saúde e dá outras provi-
República:
ue o Congresso Nacional dea seguinte lei :
ado o Ministério da Saúde,
os os problemas atinentes
Parágrafo único - Fará parte do Ministério acima um Departamento de Administração, com Divisões de Pessoal, Material, Obras
e Orçamento.
Art. 2. 0 O Ministério da Educação e
Saúde passa a denominar-se "Ministério da
Educação e Cultura".
Parágrafo único - (Vetado).
Art. 3. 0 Ao Ministério da Saúde são
transferidos todos os atuais órgãos e serviços
do antigo Ministério da Educação e Saúde, atinentes à saúde e à criança, e desmembrados os
qúe exerçam atividade em comum.
Parágrafo único - Passarão, igualmente,
para os quadros do nbvo Ministério todos os
cargos, funções e seus ocupantes de serviços
que hajam sido transferidos, bem como parte
do funcionalismo do Departamento de Adminstração do antigo Ministério da Educação e
Saúde, que se tornar excedente, em decorrência da criação do novo Ministério.
Art. 4. 0 Da quantia a que se refere a
alínea a, do art. 2. 0 do decreto n.o 9 486, de 18
de julho de 1946, um têrço será destinado ao
Ministério da Saúde.
Art. 5. o - São transferidos para o novo
Ministério da Saúde os saldos de dotações orçamentárias, destinados às repartições incorporadas ao referido Ministério, inclusive as parcelas de dotações orçamentárias globais, cabendo ao Poder Executivo tomar as medidas
administrativas convenientes.
Parágrafo único - São, também, transferidas as parcelas das dotações constantes da
Verba 3 do Orçamento do Ministério da Educação e Saúde, }jei):l como a terceira parte da dotação constante do orçamento da Despesa para
o ano de 1953 - na Verba 4 - Obras e Equipamentos - Consignação VI - Dotações diversas - Subconsignaçáo •II ...., Estudos e Projetos - 04 Divisão de Obras - a) Ajustes com
profissionais estranhos à Divisão de Obras, para a elaboração de projetos e levantamentos
topográficos.
Art. 6. 0 - Os créditos orçamentários e adicionais destinados ao Ministério da Saúde poderão ser depositados no Banco do Brasil à disposição do referido Ministério, de acôrdo com
o critério que fôr estabelecido anualmente pelo Ministro de Estado.
Parágrafo único - A comprovação do emprêgo dêstes créditos será feita, parceladamente, perante o Tribunal de Contas, 60 dias após
o término de cada trimestre, na forma da legislação em vigor, ouvido previamente o Departamento de Administração.
Art. 7.o - Os auxílios e subvenções consignados no orçamento do Ministério da Educação
e Saúde, que se destinarem a atividades relacionadas com o Ministério da Saúde, são igualmente, transferidos nos têrmos do artigo 6.o
desta lei.
Art. 8. 0 - São criados os seguintes cargos,
que serão providos em comissão ou em funções
gratificadas :
1 -Ministro de Estado;
1 - Diretor do Departamento de Administração - D. A. ;
1 -Diretor da Divisão do Pessoal - D.P.
1 - Diretor da Divisão do Orça~ento D.O.;
1 - Diretor da Divisão de Material- D.M.;
1 -Diretor da Divisão de Obras - D.Ob.
Funções Gratificadas
5 1-
Secretário;
Auxlllar de Gabinete;
1 -
111 1 12-
525
Chefe S.A.;
Chefe S.C.;
Chefe S.F.;
Chefe S.E.F.;
Chefe S.A.;
Chefe S.R.F.;
Chefes D.O.
Art. 9.0 - Para a execução da presente lei,
o Ministro da Saúde apresentará ao Presidente
da República, dentro em 60 dias, o !l'egulamento a ser expedido, regendo-se provisoriamente,
o ·Ministério da Saúde, pelo do Ministério da
Educação e Saúde, na parte que lhe fôr aplicável.
Art. 10 - :É aberto ao Ministério da Saúde
o · crédito especial (Serviços e Encargos), de
Cr$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
cruzeiros), para ocorrer às despesas com a execução da presente lei.
Art. 11 - Esta lei entra~á em vigor na data
da sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Rio de Janeiro, 25 de julho de 1953; 132. 0 da
Independência e 65. 0 da República.
GETÚLIO VARGAS
Antônio Balbino.
(D.O.
de 29-7-1953).
Lei n. 0 1923, de 28 de julho de 1953
Cria a Escola Ayricola de Urutai, no Estado de
Goiás, e dá outras providências.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1. 0 - :É criada, nos moldes das atuais,
a Escola Agrícola de Urutaí, no Estado de
Goiás.
Parágrafo único - A Escola será subordinada à Superintendência do Ensino Agrícola
e Veterinário.
Art. 2. 0 - A Escola Agrícola de Urutaí terá
por objetivo ministrar os cursos de iniciação
agrícola e de mestria agrícola (art. 7, 8 e 12
do decreto-lei n. 0 .9 613, de 20 de agôsto de
1946 - Lei Orgânica do Ensino Agrícola) , e
observará o Regulamento dos Currículos do
Ensino Agrícola baixado pelo decreto número 21 667, de 20 de agôsto de 1946.
Art. 3.o - A Fazenda de Criação de Urutai passará a constituir o núcleo de zootecnia
da Escola.
Art. 4. 0 - As diversas séries dos cursos da
Escola · serão instaladas progressivamente, começando-se pela primeira série do curso de
iniciação agrícola. No segundo ano de funcionan'lento, será instalada a segunda série e, no
terceiro e quarto anos, a primeira e segunda
séries, respectivamente, do curso de mestria
agrícola. Dai por diante, a Escola funcionará
na plenitude dos seus cursos.
Art. 5. 0 - Esta lei entrará em vigor na data. de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
Rio de Janeiro, em 28 de julho de 1953;
132. 0 da Independência e 65. 0 da República..
GETÚLIO VARGAS
Jo{f,o Cleotas.
(D.O. de 31-7-1953).
.~
,
526
BOLETIM GEOGRAFICO
Lei n.o 1 945, de 18 de agôsto de 1953
Autoriza o Poder Executivo a erigir na cidade
de Belém, Estado do Pará, um monumento
em memória de Pedro Teixeira.
O Congresso Nacional decreta e e.u promulgo nos têrmos do art. 70, § 4. 0 , da Constituição Federal a seguinte lei:
Art. 1. 0 - É o Poder Executivo autorizado
a erigir na cidade de Belém, Estado do Pará,
um monumento em memória de Pedro Teixeira, como sinal de reconhecimento do povo
brasileiro pelo muito que fêz em prol da
incorporação da Amazônia ao território nacional.
Art. 2. 0 - Fica o Poder Executivo autorizado a abrir, pelo Ministério da Educação e
Saúde, um crédito especial de Cr$ 2 000 000,00
(dois milhões de cruzeiros) para a execução
desta lei.
Art. 3. 0 Esta lei entrará em vigor na
data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Senado Federal, 18 de agôsto de 1953. -
LE~
João Café Filho.
(D.O. de 21-7-1953) .
Integra das leis, decr1
BAHIA
Lei n.o 508, de 12 de dezemb
Cria o município de Itapetinga,
do município de Itambé.
o
Governador do Estado da E
Faço saber .que a Assembléia l
ereta e eu sanciono a seguinte 1
Art. 1.o - Fica criado o mur
petinga com os seguintes lUmtes
Com o município de Itambé:
Começa na foz do riacho do
rio Pardo, daí em reta à foz d
Barras, no rio Catolé Grande, d
centro da lagoa do Bengo, daí 1
foz do córrego de São José, no
Com o município de Itabuna
Começa na foz do córrego S~
Colônia, por êste abaixo até o IDI
mento da antiga estrada de Itat
da Conquista; daí segue em reta,
foz do córrego do Nado, no rio
cançar o marco do divisor de ã
bacias .dos rios Colônia e Pardo.
Com Cana vi eiras:
Começa no marco de encon
de águas das bacias dos rios Co
com a reta tirada do marco do
antiga estrada da Itabuna a · Vi
quista, no rio Colônia, seguindo
a foz do córrego do Nado, no rio
Com Macarani:
Começa na foz do córrego d<
Pardo, pelo qual sobe até enco
riacho das Muriçocas.
Art. 2.o - O município de I
constituído pelo distrito da sede.
Art. 3. 0 Vetado.
Revogam-se as <
Art. 4. 0
contrário.
Palácio do Goyêrno do Est1
12 de dezem hro de 1952. - Luís
Pereira. -
Expedito Pereira da Ci
(Diário Oficial do Estado ds
de dezembro de 1952) .
Lei n.o 513, de 12 de dezemb
Cria o município de Iguaí, de!
de, Poções.
~
Use o serviço de informações do Conselho Nacional de Geografia para dissipar suas dúvi~as
e completar os seus informes sôbre a geografia em geral e a geografia do Brasil em especial.
o Governador do Estado da i
Faço saber que a Assembl
decreta e eu sanciono a seguint
Art. 1.o - Fica criado o mun
desmembrado do de Poções con
limites:
Amazônia ao território naFica o Poder Executivo autoripelo Ministério da Educação e
especial de Cr$ 2 000 000,00
cruzeiros) para a execução
Esta lei entrará em vigor na
blicação, revogadas as disposi-
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
, 18 de agôsto de 1953. 21-7-1953) .
fia para dissipar suas dúvidas
eografia do Brasil em especial.
Integra das leis, decretos e demais atos de interêsse geográfico
I
BAHIA
Lei n. 0 508, de 12 de dezembro de 1952
Cria o município de Itapetinga, desmembrado
do município de Itambé .
O Governador do Estado da Bahia
Faço saber .que a Assembléia L~gislativa decreta e eu sanciono a seguinte lei :
Art. 1. 0 - Fica criado o município de Itapetinga com os seguintes liimtes:
Com o município de Itambé:
Começa na foz do riacho do Pilãozinho, no
rio Pardo, daí em reta à foz do riacho Duas
Barras, no rio Catolé Grande, dai em reta ao
centro da lagoa do Bengo, dai em reta até a
foz do córrego de São José, no rio Colônia.
Com o município de Itabuna:
Começa na foz do córrego São José, no rio
Colônia, por êste abaixo até o marco do cruzamento da antiga estrada de Itabuna a Vitória
da Conquista; dai segue em reta, em direção à
foz do córrego do Nado, no rio Pardo, até alcançar o marco do divisor de águas entre as
bacias .dos rios Colônia e Pardo.
Com Cana vieiraG:
Começa no marco de encontro do divisor
de águas das bacias dos rios Colônia e Pardo,
com a reta tirada do marco do cruzamento da
antiga estrada da Itabuna a · Vitória da Conquista, no rio Colônia, seguindo em reta para
a foz do córrego do Nado, no rio Pardo.
Com Macarani:
Começa na foz do córrego do Nado J no rio
Pardo, pelo qual sobe até encontrar a foz do
riacho das Muriçocas.
Art. 2. 0 - O município de Itapetinga será
constituído pelo distrito da sede.
Art. 3.o
Vetado.
Art. 4. 0 Revogam-se as disposições em
contrário.
Palácio do Goyêrno do Estado da Bahia,
12 de d ezem oro de 1952. - Luís Régis Pacheco
Pereira . -
Expedito Pereira da Cruz.
(Diário Oficial do Estado da Bahia de 18
de dezembro de 1952).
Lei n. 0 513, de 12 de dezembro de 1952
Cria o município de Iguai, desmembrado do
de, Poções.
O Governador do Estado da Bahia
Faço saber que a Assembléia Legislativa
decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1.0 -Fica criado o município de Iguai,
desmembrado do de Poções com os seguintes
limites:
Com o município de Poções:
Começa no divisor de águas da serra das
Piabas, onde defronta a nascente do riacho da
Bala, dai em reta até o rio Gongoji, na foz do
rio do Vigário, pelo qual sobe até a foz do rio
das Pombas; dai em reta até alcançar o inicio
do divisor de águas entre as bacias dos rios
Prêto e do Vigário, seguindo por êle até encontrar o divisor de águas da serra de Ouricana,
seguindo por· êste último divisor até o ponto
que defronta a nascente do riacho do Boqueirão.
Com o município de Boa Nova:
Começa no divisor de águas da serra da
Ouricana, no ponto que defronta a nas.c ente
do riacho do Boqueirão, seguindo pelo referido
divisor até a nascente do ribeirão dos índios,
pelo qual desce até sua foz no rio Gongoji.
Com o municipio de Ibicui:
Começa no rio Gongoji, na foz do ribeirão
dos índios, dai em reta até a foz do ribeirão
do Café, no rio Novo, pelo qual sobe até a foz
do riacho do Tomba Morros, pelo qual sobe
até a sua nascente e daí segue pelo divisor de
águas da serra do mesmo nome e pelo da serra
das Piabas até o ponto que defronta a nascente
do riacho da Bala .
Art. 2. 0 - O município de Iguaí será constituído de distrito único.
l'trt. 3.0 - Vetado.
Art. 4. 0 Revogam-se as disposições em
contrário .
Palácio do Govêrno do Estado da Bahia, 12
de dezembro de 1952. - Luis Régis Pacheco
Pereira -
Expedito Pereira da Cruz.
(Diário Oficial do Estado da Bahia de 18
de dezembro de 1952) .
Lei n. 0 514, de 12 de dezembro de 1952
Cria o município de Ubatã, desmembrado do
de Ipiaú.
O Governador do Estado da Bahia.
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1. 0 - Fica criado o município de Ubatã desmembrado do de Ipiaú, com os seguintes limites :
Com o municipio de Ipiaú:
Começa na foz do ribeirão da Lagoa no rio
de Contas e dai em reta até o rio Vermelho
na foz do ribeirão do Aricanguá e por êste acima até a sua nascente e dai em reta até o encontro da serra do Gandu com a serra do Aricanguá ou Papuã.
Com o município de Ituberá:
Do encontro da serra do Gandu com a s~r­
ra do Aricanguá ou Papuã, segue pelo div~sor
de águas desta serra, até o marco do extremo
da reta tirada da nascente do ribeirão dos Dois
Irmãos, com a direção norte.
528
BOLETIM GEOGRAFICO
Com o município de Camamu:
Começa no divisor de águas da serra do
Aricanguá ou Papuã, no marco do extremo da.
reta tirada da nascente do ribeirão dos Dois Irmãos, com a direção norte, segue por esta mesma reta até a citada nascente do ribeirão dos
Dois Irmãos, pela qual desce até a sua foz no
rio de Contas.
Com o município de Ubaitaba:
Começa na foz do ribeirão dos Dois Irmãos
no rio de Contas e sobe pelo talvegue dêste
até a foz do ribeirão da Lagoa.
Art. 2. 0 - .o município de Ubatá., será constituído do distrito da sede.
Art. 3. 0 - Vetado.
Art. 4. 0 Revogam-se as disposições em
contrário.
Palácio do Govêrno do Estado da Bahia,
12 de dezembro de 1952. - Luís Régis Pacheco
Pereira -
Expedito Pereira da Cruz.
(Diário Oficial do Estado da Bahia de 18
de dezembro de 1952).
Resoluções do
CONSELI
XII Sessãc
In te~
Resoluç
Cria uma secção no qua
sôbre o preenchimen
A Assembléia Geral do
de Geografia, usando de suas
Considerando o que a rei
dos consultores técnicos nacl
o artigo 5. 0 do Regulamento (
Considerando ainda, o disJ
do artigo 2. 0 da resolução n. 0
constituição e o funcioname!
consultores técnicos;
Considerando que de acõt
artigo 5.o do Regulamento G
mencionada alínea a do art
resolução n. 0 12, cabe taxati
tório Central, a indicação
preencher vaga no quadro de
nicos nacionais;
Considerando que tal in
em dôbro e se encontrar am
cada,
Resoh
Dispõe sôbre a elaboraçi
Secretaria-Geral.
A Assembléia Geral do C
de Geografia, usando de su
Considerando ser atribui
Assembléia Geral a elaboraçãi
dos órgãos do Conselho;
Considerando a urgente n
elaborado o Regimento da
cujos serviços se ..fessentem, I
res, de dispositivos expressos
RESOLVE:
Art. t.o - O Diretório I
o Regimento da Secretaria, 1
à XIII sessão da Assembléia
Resolt
~ Se lhe interessa adquirir as publicações do Conselho Nacional de Geografia, escreva à
sua Secretaria (Avenida Beira-Mar, 436 atenderá pronta e satisfatõriamente.
Edifício Iguaçu -
Rio de Janeiro) que o
Dispõe sôbre a
restaura~
A Assembléia Geral do C
de Geografia, usando de suas
· Considerando, como foi vil
· da reunião inaugural, que h~
ela em restaurar, reorganizat
·O município de Ubatá, será cons,rito da sede.
Vetado.
Revogam-se as disposições em
Govêrno do Estado da Bahia,
o de 1952. - Luís Régis Pacheco
edito Pereira da Cruz.
hcial do Estado da Bahia de 18
e 1952).
.,
Resoluções do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
XII Sessão Ordinária da Assembléia Geral
Integra das Resoluções 393 a 397
Resolução n. 0 393, de 31 de outubro de 1952
Cria uma secção no quadro do corpo de consultores técnicos nacionais e dispõe
sôbre o preenchimento da consultoria criada.
.
clonal de Geografia, escreva à
(U Rio de Janeiro) que o
A Assembléia Geral do Consell~o Nacional
de Geografia, usando de suas atribuições, e
Considerando o que a respeito da eleição
dos consultores técnicos nacionais, determina
o artigo 5. 0 do Regulamento do Conselho;
Considerando ainda, o disposto na alínea a,
do artigo 2. 0 da resolução n. 0 12, que regula a
constituição e o funcionamento do corpo de
consultores técnicos;
Considerando que de acôrdo com o citado
artigo 5. 0 do Regulamento do Conselho e a
mencionada alínea a do art. 2. 0 da referida
resolução n. 0 12, cabe taxativamente ao Diretório Central, a indicação dos nomes para
preencher vaga no quadro de consultores técnicos nacionais;
Considerando que tal indicação deve ser
em dôbro e se encontrar amplamente justificada,
RESOLVE:
Art. · 1. 0 Ficam criadas, no quadro de
consultores técnicos nacionais do Conselho instituído pela resolução n. 0 17, de 12 de julho
de 1938, as secções de História do Ensino da
Geografia, Geografia dos Minerais Radioativos
e de Geografia Agrária.
Art. 2.o - O Diretório Central, na forma da
letra a do art. 2. 0 da resolução n. 0 12, de 17
de julho de 1937, apresentará, para devida eleição, à XIII Assembléia Geral dêste Conselho, em
dôbro, os nomes necessários aos lugares a preencher.
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1952, ano
XVII do Instituto. - Conferido e numerado:
José Veríssimo da Costa Pereira, Secretário-Assistente. - Visto e rubricàdo: Luís Eugênio
de Freitas Abreu, Secretário-Geral, interino. Publique-se: Florêncio de Abreu, Presidente.
Resolução n. 0 394, de 31 de outubro de 1952
Dispõe sôbre a elaboração e a execução a título experimental do Regimento da
Secretaria-Geral.
A Assembléia Geral do Consellío Naciona~
de Geografia, usando de suas atribuições e
Considerando ser atribuição expressa 'da
Assembléia Geral a elaboração dos Regimentos
dos órgãos do Conselho;
1
Considerando a urgente necessidade de ser
elaborado o Regimento ·da Secretaria-Geral,
cujos serviços se .fessentem, em diversos setores, de dispositivos expressos que os regulem,
RESOLVE:
Art. t.o - O Diretório Central elaborará
o Regimento da Secretaria, para apresentá-lo
à XIII sessão da Assembléia Geral..
Art. 2. 0 - Fica o Presidente do Instituto
autorizado a pôr em execução, experimentalmente, o Regimento elaborado pelo Diretório
Central, logo após sua aprovação por êsse Diretório e publicação.
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1952, ano
XVII do Instituto. - Conferido e numerado:
José Veríssimo da Costa Pereira, Secretário-Assistente. -Visto e rubricado: Luís Eugênio de
Freitas Abreu, Secretário-Geral, interino. Publique-se: Florêncio de Abreu, Presidente.
Resolução n. 0 395, de 31 de outubro de 1952
Dispõe sôbre a restauração dos Diretórios Regionais.
A Assembléia Geral do Conselho Nacional
de Geografia, usando de suas atribuições, e
· Considerando, como foi visto pelos discursos
· da reunião inaugural, que há tôda conveniência em restaurar, reorganizar ou revigorar os
Diretórios de Geografia dos estados, tornando-os eficientes;
• Considerando que a organização de que trata a resolução n. 0 219, de 1948 não satisfaz a
todos os interêsses, que a matéria comporta,
;
530
BOLETIM GEOGRAFICO
RESOLVE:
Art. 1. 0 - Recomendar à direção do Conselho Nacional de Geografia que entre em entendimento com os governos regionais no sentido de serem organizados os respectivos Diretórios que não se acham em funcionamento
para que possam colaborar na feitura do novo
regulamento do Conselho.
Art. 2. o A Secretaria-Geral do C. N. G.
destinará no exercício de 1953, o auxílio minimo de vinte e cinco mil cruzeiros (Cr$ 25 000,00)
ao Diretório Regional que, apresentando o respectivo plano de trabalho a ser executado, o
solicitar.
Parágrafo único - No Distrito Federal, será
prestado o auxílio ao Diretório Municipal.
Quadro sistemát-
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1952, ano
XVII do Instituto. - Conferido e numerado:
José Veríssimo da Costa Pereira, Secretário-Assistente. - Visto e rubricado: Luís Eugênio
de Freitas Abreu, Secretário-Geral, interino.
Publique-se: Florêncio de Abreu, Presidente.
REGIÃO
1.
L
2.
N.
Resolução n. 0 396, de 31 de outubro ~e 1952
Manifesta interêsse pelos trabalhos do Instituto Pan-Americano de Geografia e
História.
A Assembléia Geral do Conselho Nacional
de Geografia, usandÕ de suas atribuições, e
Considerando que a Comissão de Geografia,
do Instituto Pau-Americano de Geografia e
História, continua tendo sede no Brasil;
Considerando que o Conselho deve prestigiar e auxiliar, sempre que possível, tôdas as
organizações que se dediquem à Geografia;
Considerando, ainda, ser o Brasil membro
efetivo e contribuinte do I.P.A.G.H. e de suas
comissões;
Considerando que, desde a criação dessa Comissão de Geografia do I.P.A.G.H., vem o
C. N. G., patrocinando os seus trabalhos,
RESOLVE:
Art. 1. 0 - A Assembléia Geral do Conselho
Nacional de Geografi!l- expressa o seu vivo in-
terêsse pelos trabalhos da Comissão de Geografia do Instituto Pau-Americano de Geografia e História .
Art. 2. 0 - A Secretaria-Geral examinará a
possibilidade de auxiliar a impressão da Revista
Geográfica do mesmo Instituto.
•.
I.
Planície Litorânea . ..
Art. 3. 0 A Secretaria-Geral prestará, na
medida de suas possibilidades, colaboração aos
trabalhos a serem desenvolvidos pela Comissão
de Geografia do Instituto Pau-Americano de
Geografia e •História.
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1952, ano
XVII do Instituto. - Conferido e numerado:
José Veríssimo da Costa Pereira, Secretário-Assistente. - Visto e rubricado: Luís Eugênio
de Freitas Abreu, Secretário-Geral, interino.
Publique-se: Florêncio de Abreu, Presidente.
II .
3.
4.
B
1.
R
2.
s
1.
R
1.
~
Planície Amazônica .. .
Resolução n. 0 397, de 31 de outubro de 1952
Atualiza a divisão regional do Brasil, estabeleciria pela resolução n. 0 143 da Assembléia Geral.
A Assembléia Geral do Conselho Nacional
de Geografia, usando de suas atribuições e tendo em vista o que consta do art. 9. 0 da resolução n. 0 143, de 13 de junho de 1945;
Considerando as modificações da divisão
municipal dos estados e dos territórios,
RESOLVE:
Art. 1. 0 - A nova divisão regional do Brasil, para, fins estatísticos, será a fixada nos
anexos 1 e 2, desde que com ela concordem os
Diretórios Regionais, na parte relativa à sua
jurisdição territorial.
Art. 2.0 - A Secretaria-Geral do Conselho
Nacional de Geografia enviará aos Diretórios
Regionais essa divisão a fim de receber aprovação ou sugestão.
Parágrafo único Considerar-se-á aprovada a divisão regional do estado que se não
manifestar dentro do prazo de 90 dias, da data
do recebimento dos originais respectivos.
Art. 3. 0 No caso de divergência sôbre
os anexos a que se refere o artigo 1. 0 , por parte
do Diretório Regional, a Secretaria-Geral, imediatamente após o recebimento da manifestação dêste, determinará a ida de um geógrafo
ao respectivo estado, para discutir in loco o
assunto.
III .
Encosta Guianense.
,
IV . Encosta Setentrional. .. . .
Rio de· Janeiro, 31 de outubro de 1952, ano
VII do Instituto . . - Conferido e numerado:
2.
José Veríssimo da Costa Pereira, Secretário-Assistente. - Visto e rubricado: Luís Eugênio
de Freitas Abreu, Secretário-Geral, interino.
- Publique-se: Florêncio de Abreu, Presidente.
*
O número junto à unidade feder
B. G.- 6
LEIS
E
RESOLUÇõES
531
Anexo à resolução n.0 . 397
apresentando o resltrabalho a ser executado, o
Quadro sistemático da divisão regional das unidades federadas
o - No Distrito Federal, será
ao Diretório Municipal.
GRANDE REGIAO NORTE
, 31 de outubro de 1952, ano
! -
Conferido e numerado:
Costa Pereira, Secretário-Ase rubricado: Luís Eugênio
ZONA
SUB-REGIÃO
REGIÃO
Secretário-Geral, interino. ~cio de Abreu, Presidente.
1.
Litoral Amapaense.
2.
Marajó e Ilhas ..... .
Mazagão .............. .
. Amapá-Macapá ....... .
{ Oiapoque .......... .... .
UNIDADE
FEDERADA
A P- 1
A P- 2
A P- 3
1952
Marajó e Ilhas . ..
PA- 1
,ericano de Geografia e
~lhos
da Comissão de Geo1 Pan-Americano de Geogra-
I.
Planície Litorânea ........ { 3.
iecretaria-Geral examinará a
Kiliar a impressão da Revista
tno Instituto.
iecretaria-Geral prestará, na
~sibilidades, colaboração aos
desen volvidos pela Comissão
l:nstituto Pan-Americano de
4.
Leste Paraer1se.
Baixada Maranhense ..
a.
31 de outubro de 1952, ano
-
Salgado ........ .
.
Gua)anna . . .. ......... .
{ Tocantina ......... .
Jacundá-Pacajá ... .
P AP AP AP AP A-
Gurupi
....
Litoral Norte
Baixada
...
Baixo Mearim
{ Gurupi . . .
Pindaré... .
P~7
M~1
M~2
M~3
~ra~an.tina ....
Conferido e numerado:
1.
r:Josta Pereira, Secretário-Ase rubricado: Luís Eugênio
...
. .. ..... . .
.....
....
. ....
. . .... . ..... ~ ... .
. .... ... . ·- ............ .
. .... . ........ .. .. . ..... .
. ............ .
2
3
4
5
6
M~4
M~5
. {Médio Amazonas .......... .
AM- 1
Baixo Amazonas .... . .... .
PA- 8
Rio Negro ... ..... .... .. .... . ........ .
Solimões-Te fé. .. .. . .
.. .. .. .. ..
Rio Purus.......
. . .. . .. .. .
. ... .
. .. .. ........ . . Rio Juruá ............. ,. . .. . . .. ...... .
Solimões-Ja vari.
. .. . .
....
. .. .
Alto Purus ...
Alto Juruá ......
.. . .. .. .. . .. ...
AM- 2
AM- 3
AM-4
AM-5
AM- 6
AG- 1
AG- 2
Rio Amazonas ..
ecretário-Geral, interino. -
icio de Abreu, Presidente.
II.
Planície Amazônica ....
1952
'solução
n. 0
2.
Solimões..
1.
Rio Branco ............ .
143 da As-
Considerar-se-á aproonal do estado que se não
lo prazo de 90 dias, da da ta
; originais respectivos.
caso de divergência sôbre
refere o artigo 1. 0 , por parte
al, a Secretaria-Geral, !merecebimento da manifestaará a ida de um geógrafo
:o, para discutir in loco o
III.
Encosta Guianense........
1.
IV .
Xingu-Tocantins ..
!
JAlto Rio Branco .. .
·1. Catrimâni ... ..... .
RB- 1
RB- 2
MA- 6
GO- 1
Tocantins ........... . ....
Araguaia-Tocantins ........
. . ..
Jtacaiunas ...... .. ........... A ..
{ Xingu ...... . . . ... .
Planalto .... .
P A-10
P A-11
Rio Madeira .
Aripuanã ..... . .
{ Alto Madeira
T;pajós .....
AM- 7
MT- 1
GR- 1
P A-12
P A- 9
Encosta Setentrional. .....
31 de outubro de 1952, ano
2.
-
Conferido e numerado:
fosta Pereira, Secretário-Ase rubricado: Luis Eugênio
Secretário-Geral, interino.
rêncio de Abreu, Presidente.
Alto Madeira-Tapajós.
* O número junto à unidade federada corresponde aos números das zonas no anexo 2 de acôrdo com as unidades federadas.
,
B. G.- 6
BOLETIM GEOGRAFICO
532
/
I.
11.
Litoral Norte.............
1.
.
N
{Litoral Nordeste .............. :
Litora1 orte ......... ........ · Litoral. . ... . ... ............ .
Litoral. ............................... .
1.
Salineira ou Litoral e Salinas .......... ~ ..
Litoral. ................................ .
Litoral e Mata .......................... .
Litoral e Mata .......................... .
Litoral. ................................ .
Mata ...... ..... .. ...................... .
Litoral
Central. ................................ .
Litoral Norte .......... :" ................ .
Recôncavo . . ............................ .
Litoral e Mata ................ .
Litoral e Encosta .... .... .
2.
f
1.
2.
Semiárida ..... .. .... .... . .
3.
•
IV.
V.
VI.
1
RNRNPBPEA L-
2
1
1
1
SESEB AB A-
1
2
1
2
RN- 3
PB- 2
P E- 2
Centro-Norte ........................... .
Sertão Semiárido ou Hiperxe- Seridó . .-............................... ..
rófito
Seridó
. ............ . .... . ........ ...... . .
{
Sertão do Moxotó ....................... .
RN- 4
!Brejo Paraibano ......................... .
Borborema Oriental .................. ~ ... .
~~:t~~reir:O~~~~~~l.' .':::: ::: ::::::::::::::
Triunfo ..................... .. .......... .
Sertão do Alto Pajeú .................... .
Sertão do Alto Moxotó .................. .
Borborema.. ....... ... ... ......
•
Sertão Central .......................... .
Sertão Centro-Norte ..................... .
Sertão do Sudoeste ...................... .
Sertão do Baixo Jaguaribe ............... .
Sertão do Médio Jaguaribe ............... .
Sertão do Salgado e Alto Jaguaribe ...... .
Sertão Interior ou Sertão Hipoxe- Araripe ................................. .
Chapada de Apodi ................ ...... .
rófito
Serrana ........... ................. ..... .
Sertão do Piranhas ...................... .
Sertão do Oeste ......................... .
Araripe ........... ....... : .............. .
Sertão Central. ......................... .
Sertão .................................. .
~~~ ~
PBPBPBPBPEPEPE-
4
5
6
7
4
5
6
Encosta ................. .
UI.
Planalto ............... ..
CE-4
CECECECERNRNPBPBPEPEP I-
5
6
7
8
6
7
8
9
7
8
4
5.
Cariri Cearense. . . . . . . . . . . . . . . . .
Cariri. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .... .. , ..... .
CE-12
1.
Encosta da Ibiapaba ............ {Ibiapaba ._. .............................. .
Carnaubeira ............................. .
P I- 5
P I- 6
2.
Baixo Parnaíba . .. .. .. .. . . . . . . . . f Baixo Parnaíba .......................... .
\ Baixo Parnaíba .......................... .
MA- 8
3.
M'd' p
'ba
.
{Médio Earnaíba ......................... .
e 10 arnai · · · · · · · · · · · · · · · · Médio Parnaíba~ ........................ .
P I- 8
MA- 9
4.
Itapicuru......................
Itapicuru ............................... .
MA-10
Baixo São Francisco............
Baixo São Francisco .... .. ............... .
Baixo São Francisco ..................... .
Sertão do São Franc!sco ................ ..
Sertão do São Francisco ................. .
{ Sertaneja ............................... .
Serrana ................................. .
AL-3
1.
P I- 7
SE- 3
AL-4
SE- 4
AL-5
A L- 6
2.
Sertão do São Francisco ........ {Sertão do São Franc!sco ................. .
Sertão do São Francisco ................. .
B A-10
PE- 9
3.
Médio São Francisco...........
Baixo Médio São Francisco .............. .
BA-11
1.
Sertão Baiano .................. {
g~~~~t~'.'.'.'.'. ·. ·.::::::::::::::::::::::::::
Feira de Sant'Ana ....... •· .......... . .' .. .
SE- 5
B A- 5
B A- 6
I •
II.
CE- 2
CE- 3
CE- 9
C E-10
CE-11
~
Litoral. .........
PE- 3
{!~~~yf}~··.· :·:·:· :·:::::::::::::::::::: :::::::
Depressão San franciscana ..
I.
AL-2
Serras Cearenses .....•..........
4.
Campos e Palmeiras ou
Campos e Cocais
Sertão Baiano ........... .
MA- 7
P I- 3
CE- 1
Agreste . .. ........ .. ...... . ............. .
Agreste e Caatinga Litorânea ............. .
{ Agreste ................................. .
Agreste ...... · · · · · · · · · · · · · · · ·..
·
III.
ZONA
SUB-REGIÃO
REGIÃO
REGIÃO
UNIDADE
FEDERADA
LEIS E
/
ZONA
e ..... . .. . .. .
ZONA
SUB-REGIÃO
REGIÃO
UNIDADE
FEDERADA
MA-7
P I- 3
533
RESOLUÇOES
UNIDADE
FEDERADA
Cacaueira ... ........ . .. . . . .... . .. . ... . . . .
Baixada Norte .. .. . . .. . . . . . . . . . . Extremo Sul.. .. .... .. . ... .. . : . ...... . .. .
.
•
{ Norte ... .. .. . ....... .. ...... .. .......... .
Médio Baixo Jequitinhonha ... . .. ..... . .. .
B A- 3
BA- 4
E8-l
MG- 1
Baixo Rio Doce .. . ...... .. ... .. ........ . .
Vitória . .. . ........ : . .' . . : . .. . ....... . ... .
Itapemirim .. .. ......... . ....... .' .. .... . . .
Baixada de Goitacases .... . . . ~ . ..... . .... .
Baixada Centro-Litorânea ....... Ba!xada de A~1uu~ma .. .:. .... .. ..... .. ...... .
Baixada do Rw Sao J oao .... : .. ...... .. ..
• ,
Baixada da Guanabara ... . ... :•. .: . . ... : . . . .
Baixada do Rio Grande ... . .. . ...... . .... .
Baixada Carioca . . . , .. . ... ..... ' . . ....... .
E8-2
E8-3
E8-4
R J- 1
RJ- 5
RJ- 6
C E- 1
itoral e Salinas . ... . ... .. .. .
c.·. ·.:::::::::::::::::::::::
~
...... ... .. ... .. ..... ..... .
Íi~~~- Lit~~â~~~ .- .......·. ::::::::
;~tó.·.·.: ~ ::: : : ::: :: : ::::::::
f~~t~i_........·.:: ::::: ::::: ~ ::::
trai. .. . : ..... . . .. ... . .... .
······ ···· ·· ···· ······ ·····
i Pajeú .... .. ... . ... · · · · · · · ·
i
Moxotó ... . .............. .
····· ····· ·· ···············
·Norte ...... .. ... . ......... .
oeste . ..... . ........ . ... . . . .
co Jaguaribe .... . .... . . . ... .
lio Jaguaribe . .............. .
iado e Alto Jaguaribe ...... .
podi .. .. .... ............. . .
~h~; .·:.·.::::::::::·.::::::::
;e .. ... .............. ...... .
RN- 1
RN- 2
PB- 1
PE- 1
A L- 1
AL-2
SE- 1
SE- 2
B A- 1
B A- 2
•
I.
Litoral. ...... .. .
2.
PBPBPBPBPEPEPE-
4
5
6
7
4
5
6
'
{Litoral da Baía da Ilha Grande . . . . .. .. .. .
Litoral Sul. .... ...... .. .. .. . .. .
Litoral de São Sebastião .... ... ... . . .... ..
R J-10
1.
Enco_s,ta da Chapada Diamantina ... .. . .. . .
Jeqme .. . ...... . ... . . . ...... . .. ... . .. ... .
Encosta Nordeste . . ... . ... ..... . Conqu~sta . ...... . . . .............. .. .. . .. .
{ Mucun ... : ........... .. . . .. . .. . ... . ... . .
Médio Jequitinhonha ... . ..... .. .. .. . .... .
BABABAMGMG-
!Rio Doce ............ .. ~ ...... . .... . . . .. .
Mata .. . ........ . ...... ·. ..... . . . . . . . . .. . .
,
Serrana do Centro .. . ..... .. ..... .... . . . . .
Mata ..... .. .. .. . .... . . . . .. . . . . Serrana do Sul. .. ... . .. :'........ .. ...... .
Muriaé .... . .... . ........... . ......... .. .
Cantagalo ..... . ...... . ........ . ....· .. . .. .
M~7
M~8
,
5
3
.
•
II. Encosta .. ............... .
CE- 2
C E- 3
CE- 4
CE- 5
CE- 6
CE- 7
CE- 8
RN- 6
RN-7
PB- 8
PB- 9
PE- 7
PE- 8
2.
·
P I- 8
~: .... ....... ....... ·······
R J- 4
S P- 3
1.
Espinhaço . . .... . .. : ..•. ...... :
2.
MA- 8
MA- 9
MA-10
t~!:~~ . :::::::::::::::::::::
Francisco . .... . ..... .. ... . .
. ............. '..
AL-3
SE- 3
AL-4
SE- 4
AL-5
A L- 6
Francisco . ... . . . .. . . . . . . . . .
Francisco . . .. .. .. .. .. . . . . . .
BA- 10
PE- 9
:ão Francisco .. ... . . . . : ... . .
BA-11
\t;~ .... .".': ·. : ~: ~ : : : : :.: : : : : :·: : :
SE- 5
B A- 5
B A- 6
IFrancisco ..
I
~eêdlodP~~~íb~·- ·. : : : : :< :::::::::::::::::::
R~2
R~3
R~9
S~2
·{fi:~Fm~1;~i:~7:~~i~~::::::::::::::: : :
B A-12
BA-13
MG- 4
- {~~F~.~ -~~~~~i:~~~ra e Mineira) ......... .
Mantiqueira ... . .... :::: : ::::::::::::: :·~ :
MG- 9
:.:: :
Alto Jequitinhonha .......... .. .......... .
Metalúrgica ........ .. ... . ... . ... . .. . . . . ..
M~5
M~6
III . Planalto ... . .... . ... .. .. .
P I- 5
P I- 6
a . ... .... ... .. . ...... . .. . . .
E8-5
E8-6
Alto da Serra ... ... · · ··· · ··· ······ ····· · ·
Maciço da Mantiqueira ... . . . ..
CE-12
P I- 7
9
7
8
3
2
Serra do Mar ... .. ... ··· .. · · ··· { Alto Paraíba .. .. .. .. · · ···· .. · .. · ·· ··:· ....
.'
C E-11
t:: :::;::::::: :: ::::::::: :: :
S Pr 1
3.
P I- 4
CE- 9
CE- 10
!
R J- 7
R J- 8
DF- 1
3.
4
3
•
i•
RN- 3
PB- 2
PE- 2
R NRN,
PBPE-
'
IV.
M~10
S P- 4
3.
Planalto das Vertentes . .. .... .. .
Oeste .. . ....... . . .. . .. ...... . ... . ... . ... .
MG-11
1.
Depressão Sanfranciscana do
No~te
Médio São Francisco .. . . . ...... . .. . ..... .
BA-14
Alto Médio São Francisco .......... . .. . .. .
Depressão Sanfranciscana do Sul {
Alto São Francisco .... . ... .. ......... . . . .
MG-13
Depressão Sanfranciscana . .
{ 2.
fi
MG-12
534
BOLETIM GEOGRAFICO
GRANDE REGIÃO SUL
REGIÃO
REGIÃO
I.
SUB-REGIÃO
Litoral e Encosta ...
UNIDADE
FEDERADA
ZONA
l.
Litoral de Santos ....... .
2.
Baixada Litorânea ..............
3.
Bacia do Jtajaí. ....
Bacia do ltajaí.
S C- 2
4.
Litoral de Florianópolis.
Florianópolis ...
S C- 3
5.
Litoral de Laguna ..
Laguna ...................... .
S C- 4
6.
Litoral Lagunar ..
Litoral. ..
RGS- 1
1.
Depressão Central . ..... .
Depressão Central.
RGS- 2
Litoral de Santos ............... .
Alt
2.
Mé
S P- 5
Baixada do Ribeira ...... . .
Litoral
{ Litoral. d~ · sã~· Fr~~·ci~~~.·. · ..... .
.
1.
S P- 6
PR- 1
S C- 1
VI.
Planalto Ocidental........
3
. Va!
5.
11 . Campos Meridionais ..... .
{ 2.
1.
Fronteira ...
. . {Missões .....
RGS- 3
Campanha . .
RGS- 4
S P- 7
Mantiqueira .....
6.
Alt
7.
Ca1
1.
En<
2.
Alt,
S P- 8
2.
S P- 9
. . { São Paulo ............ .
Planalto Atlântico ..... .
Paranapiacaba ... .
Ill .
S P-10
Planalto Cristalino ..... .
3.
1
4.
S P-11
. ........ . .. . . ... . . {Alto Ribeira ..
AI to R1.beira
Alto Ribeira ..
Planalto de Curitiba .....
PR- 2
PR- 3
{ Castro ... . .
Curitiba ..................... .
IV .
1.
Serras do Sudeste ...... .
Serras do Sudeste ............... .
RGS- 5
2.
Encosta do Sudeste.
Encosta do Sudeste ............ .
RGS- 6
1.
Depressão ....
Serras do Sudeste . ...... .
{
V.
PR- 4
···· · · · · ·· · · · ·
{
Piraçununga
Rio Claro
Piracicaba
{~:::::::::::::::: : ::::::::::::::: . .
S P-12
S P-13
S P-14
S P-15
2.
Campos Gerais ... . ........ . ....
.
3.
{ltaporanga ......................... ..... .
,
Va le d o I tarare . .............. .
Tomasina ............................... .
PR- 5
Sedimentar Paleozóica ....
Alto Ivaí ....................... . ....... .
4.
Ervais .... . .... . ......... . ..... {
g:!~i~h~::: ::::::::::::::: : ::::::::::::
S P-16
PR- 6
PR- 7
PR- 8
S C- 5
VII.
Encosta Riograndense . ...
{
o
LEIS
UNIDADE
FEDERADA
1.
Santos ............. .
~
Ribeira ........ .
São Francisco.
S P- 5
S P- 6
PR- 1
S C- 1
2.
·tajaí . ......... · · · · · · · · · · · · · ·
S C- 2
lis . ...
S C- 3
ZONA
Franca ..... ···················· · ······ · ·
Ribeirão Prêto .. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·
Araraquara ... · · ; · · · · · · · · · · · · · ·
······
Alto Planalto .. ··········· · ···· São Carlos e Jau ..... · · · · · · · ·:: : : .. :: · · ·
{ Botucatu ..... · · · · · · · · · · · · · · ·
Piraju ...... · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·
Barretos . . . . . . . . . . . . . . . . .
Rio Prêto ............. .
Catanduva .... . . . . ............ . ... .
.. . .
. . .. . . . . ........ . . . . .
Médio Planalto .. · · · · · · · · · · · · · Bauru
Araçatuba . . . . . . . . . ........ .
Marília..
. . . .. . .. .. .. . . ........... .
\
S C- 4
VI.
Planalto Ocidental.· ····· · { 3.
535
RESOLUÇõES
SUB- REGIÃO
REG IÃO
ZONA
E
Vale do Paraná .. ·.··· · ······ ·· {
UNIDADE
FEDERADA
S P-17
S P-18
S P-19
S P-20
S P-21
S P-22
S P-23
S P-24
S P-25
S P-26
S P-27
S P-28
~!~ici~nt~ l?r~·d·e~-~. : : : : : : : : . : : · · · · · · · · ·
S P-29
S P-30
Pereira Barreto .. · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·
Andradina ... · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·
~:~~~~~~~~ .~e~.ce~~~~·.·.·.·.·_-::::::::::.
S P-31
S P-32
S P-33
PR- 9
RGS- 1
Central. ....... . ........ .
RG8- 2
4.
Norte do Paraná .............. .
Norte do Paraná . ........ .
PR-10
5.
Campos do Oeste ... . ...........
Campos do Oeste ........ .
PR-11
6.
Alto Uruguai .
............. {~ft~~~;:;~:~--:-:-:-:·::.:: .: :::.::.:::::::.::::.
S C- 6
s C- 7
RGS- 7
7.
. .
{Campos de Lajes ........ . ........... . ·
Campos do Planalto Mendwnal Campos de Vacaria ... . .... ; ....... . .
Campos Centrais .... .... ....... . .. .
1.
Encosta ................. .
Colônia Baixa ....................... .
RGS-10
{ 2.
Alta Encosta . . ... . ... . ... .
Colônia Alta ..... . ......... . ... . ..... .
RGS-11
RGS- 3
RGS- 4
o Rio Pardo ..
S P- 7
S C- 8
RG8- 8
RGS- 9
S P- 8
S P- 9
aba ..
S P-10
·a .. . ............ . ... . .. .
S P-11
·a ......... .
PR- 2
PR- 3
PR- 4
Sudeste ...... .
Sudeste .... ..... . .
a.
RGS- 5
RGS- 6
S P-12
S P-13
S P-14
lrais.
S P-15
lrais . .
PR- 5
S P-16
PR- 6
PR- 7
PR- 8
S C- 5
VII.
Encosta Riograndense ....
536
BOLETIM GEOGRAFICO
GRANDE REGIAO CENTRO-OESTE
REGIÃO
1.
I.
ZONA
UNIDADE
FEDERADA
Norte ................................... .
G0-2
Meio Norte . . .. !... ............ { Carolina ................... "'· ........... .
MA-11
SUB-REGIÃO
t
....
Meio Norte ...... . ...... .
1
2.
1.
Alto Parnaíba ..................
Chapada Matogrossense. ........
DIVISAO REGIONAL DO TE
DO GUAPORÉ
1.
1.
2.
MA-12
Alto Parnaíba ........................... .
Alto Parnaíba ....... . .......... . : ....... .
{
Alto Mearim ......................... . .. .
P I- 1
Chapada ................................ .
MT- 2
MA-13
Planalto de Caiapó ............. {Leste . .. .. · .................. :-.......... .
MT- 3
Alto Araguaia ................. ; ........ ..
GO- 3
Sul ..................................... .
GO- 4
III . Peneplano do Alto Paranaíba
Sul Goiano ...... .... .... :..... { Sudoeste ........ ................ . ...... ..
GO- 5
Alto Paranaíba ...... ...... .....
MG- 1
Zona do Alto Purus
1.
2.
3.
4.
2.
1.
Guajará-Mirim (2)
Pôrto Velho (1)
TERRITóRIO DO ACRE
1.
II . Chapadões ............. ..
{ 2.
Zona do Alto Madeira
Brasiléia ( 7)
Rio Branco (5)
Sena Madureira (4)
Xapuri (6)
Zona do Alto Juruá
1.
2.
3.
Cruzeiro do Sul ( 1)
Feijó (3)
Tarauacá (2)
{
2.
IV.
Planalto Central. .........
1.
Planalto Central... ......... ....
Alto Paranaíba .......................... .
Planalto... ..............................
G 0- 6
TERRITóRIO DO RIO BRA
1.
Zona do Alto Rio Branco
1.
V.
Encosta Oriental do Pia-{ 1.
nalto Central
2.
1.
2
Encosta Norte ................. {Planalto· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ' · · · · · · · · · ·
Planalto Ocidental........................
p IB A- 1
Encosta Sul....................
MG- 2
Vertente Norte do Tocantins....
Urucuia.................................
Taguatinga ...................... . .......
G 0- 7
2.
1.
Araguaia-Tocantins......
2.
1
Vão do Paranã... ..............
Paranã..................................
G 0- 8
3. Alto Tocantins....... . .........
Alto Tocantins.. .........................
G 0- 9
1.
Campos e Ervais . ... ...........
Campo Grande .......................... .
MT- 4
Sudeste Matogrossense .. .. .. .. . .
Sudeste ......... .. ............ . ......... .
MT- 5
2.
Zona de Mazagáo
!
Vertente ~cidental do Parana
2.
3.
1.
VIII.
Encosta ..................... . .
Encosta ~ Baixada do Paraguai
Mato Grosso de Goiás ..
{T
nang ul o
M'.
~
me1ro .......................
.
,
Sudoeste Goiano . ....................... .
'A
MG- 3
Baixada Norte ........... . .............. .
MT- 8
Baixada ... . .............. . ... .
{ Baixada Sul ............................ .
MT- 9
1.
Mato Grosso de Goiás..........
Mato Grosso de Goiás .............. :.....
G 0-11
(1)
Zona do Médio Amazonas
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
G0-10
MT- 6
Oiapoque
ESTADO DO AMAZONAS
1.
Encosta Norte .......................... .
{ Encosta Sul. ............................ . .
Amapá (2)
Macapá (3)
Zona do Oiapoque
1.
MT- 7
2.
1
2.
IX.
Médio Paranaíba ........... . ...
Mazagão (4)
Zona de Amapá-Macapá
1.
2.
3.
VII .
Catrimâni (2)
TERRITóRIO DO AMAP A
1.
1.
VI.
Boa Vista ( 1
Zona de Catrimdni
Zona do Rio Negro
1-.
2.
3.
3.
Coari (16)
Codajás (15)
Manacapuru ( 11)
Tefé (13)
Zona do Rio Purus
1.
2.
3.
5.
Barcelos (2)
Manaus (10)
Uaupés (1)
Zona Solimõês-Tefé
1.
2.
3.
4.
4.
Barreirinha .(8)
Itapiranga (7)
Itaquatiara (9)
Parintins (5)
Urucará (3)
UruCl.irituba (6)
Maués (12)
Bôca do Acre (25)
Canutama (21)
Lábrea (23)
Zona do Rio Juruá
1.
2.
Carauarl (19)
Eirunepés (22)
/
LEIS
G0-2
.
~iás . . ... ... .. . . .. ... . ..
MA-11
DIVISAO REGIONAL DO TERRITóRIO
DO GUAPORÉ
1.
MT- 2
,1.
2.
GO- 4
1.
2.
1.
Zona de Mazagáo
2.
3.
Zona do Oíapoque
1.
Oiapoque
( 1)
ESTADO DO AMAZONAS
1.
MG- 3
Zona do Médio Amazonas
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
G0-10
MT- 6
MT- 7
2.
L
MT- 9
2.
3.
3.
5.
Coatl (16)
Coda.jás (15)
Mana.capuru ( 11)
Tefé (13)
1.
2.
4.
6.
Bôca. do Acre (25)
Canutama (21)
Lábrea (23)
Zona do Rio Juruá
1.
2.
Carauari (19)
Eirunepés (22)
Aratlcu (45)
Portei (43)
Zona do Gurupi
1.
8.
Baião (53)
Cametá (50)
Mocajuba (52)
Tucuruí (59)
Zona Jaéundá-Pacajá
1.
2.
7.
Abaetetuba (32)
Acará (i4)
·
Barcarena ( 25)
Bujaru (40)
Capim (31)
Guamá (29)
Igarapé-Mirl ( 46)
Irltula. (36)
Moju (39)
Ourém (28)
Zona Tocantina
3:
Zona do Rio Purus
1.
2.
3.
5.
Barcelos (2)
Manaus (10)
Uaupés (1)
Ananindetia. (19)
Anha.ngá (17)
Belém (22)
Bragança (12)
Capanema (15)
CastanhaI ( 23)
Igarapé-Açu (13)
Inhangapi (17)
João Coelho (18)
Nova Timboteua (14)
Zona Guajarina
·1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10 .
Zona Solimõis-Tefé
1.
2.
3.
4.
4.
4.
Barreirlnha. ( 8)
Itaplranga (7)
Itaquatiara (9)
Parintins (5)
Urucará (3)
Urucurftuba (6)
Maués (12)
Zona do Rio Negro
MT- 8
G 0-11
Amapá (2)
Macapá (3)
Curuçá ( 5)
Maracanã ( 8)
Marapanim (4)
Sallnópolis (3)
São Caetano de Odlvelas (7)
Vigia (9)
Zona Bragantina
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Zona de Amapá-Macapá
1.
2.
MT- 4
3.
Maza.gão ( 4)
Afuá (1)
Anajás (10)
Arariuna (11)
Breves (30)
Chaves (2)
Curralinho (37)
Gurupá (21)
Muaná (27)
Ponta de Pedras (20)
São Sebastião da Boa Vista (33)
Soure (6)
Zona do Salgado
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Ca.trimâni (2)
TERRITóRIO DO AMAPA
GO- 9
MT- 5
2.
Zona de Catrimtini
1.
GO- 8
1l
Zona do Marajó e Ilhas
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Zona ão Alto Rio Branco
1.
BA- 1
G0-7
1.
Cruzeiro do Sul (1)
Feijó (3)
Tarauacá (2)
Boa Vista (
Borba (17)
Humaitá (24)
Manicoré (20)
ESTADO DO PARA
TERRITóRIO DO RIO BRANCO "
1.
MG- 2
Bra.siléia ( 7)
Rio Branco (5)
Sena Madureira ( 4)
Xapuri (6)
Benjamim Constant (18)
Fonte Boa (4)
São Paulo de Olivença (14)
Zona do Rio Madeira
1.
2.
3.
Zona do Alto Juruá
1.
2.
3.
GO- 5
P I- 2
7.
Zona do Alto Purus
1.
2.
3.
4.
GO- 3
GO- 6
Guaja.rá-Mlrim (2)
Pôrto Velho (1)
Zona do Solim6es-Javari
1.
2.
3.
TERRITóRIO DO ACRE
MT- 3
MG- 1
6.
Zona do Alto Madeira
1.
2.
MA-12
P I- 1
MA-13
RESOLUÇõES
Anexo n.0 2
UNIDADE
FEDERADA
ZONA
E
Vlseu (16)
Zona do Baixo Amazonas
1.
2.
Alepquer ( 42)
Almeirim (26)
537
538
BOLETIM GEOGRAFICO
5.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
9.
Marabá (56)
Itupiranga (58)
10.
AI ta mira (54)
Conceição do Araguaia
Zona do Tapajós
1.
Itaituba (55)
ESTADO DO MARANHÃO
1.
Zona do Litoral Norte
1. Alcântara
2.
3.
4.
5.
2.
5.
1.
1.
2.
Buriti
Brejo
Carolina
Pôrto Franco
Alto Parnaíba
Balsas
Benedito Leite
Loreto
Nova Iorque
Pastos Bons
Riachão
São Raimundo das Mangabeiras
2.
3.
1.
4.
Barra do Corda
Grajaú
Mirador
Presidente Dutra
Bertolinia
Bom Jesus
Guadalupe
Jerumenha
Ribeiro Gonçal v.es
Santa Filomena
Uruçuí
2.
Correntes
Gilbués
Parnaguá
3.
Boa Viag em
Mombaça
Pedra Branca
Quixadá
Quixeramobim
Senador Pompeu
Solonópolis
Zona do Sertão Centro-Nortl
1. Canindé
2 . Cariré
3. Coreaú
4 . Itapajé
5. Massapê
6. Nova Ruças
7. Pentecoste
8. Reriutaba
9 . Santa Qui téria
10. · Sobral
11. Tamboril
Buriti dos Lopes
Luís Correia
Parnaíba
Canto do Buriti
Caracol
Fronteiras
Jalcós
Oeiras
Paulistana
Picos
Pio IX
São João do Piauí
São Raimundo Nonato
Simplíclo Mendes
Acaraú
Anaceta ba
Aquirás
Aracati
Camocim
Cascavel
Caucaia
Fortaleza
Granja
Itapipoca
Licania
Pacajus
Uruburetama
Zona do Sértão Central
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Zona do Sertão
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Zona do Litoral
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13 .
Zona do Litoral
1.
2.
3.
Altos
Amarante
Beneditinos
Floriano
José de Freitas
Palmeirais
Regeneração
São Pedro do Piauí
Teresina
União
ESTADO DO CEARA
Zona do Planalto
1.
2.
3.
Esperan tina
Luzilândia
Miguel Alves
Pôrto
Zona do Médio Parnaíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Zona do Alto Parnaíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Impera triz
Zona do Baixo Parnaíba
8.
Mto Longá
Barras
Batalha
Campo Maior
Piripiri
Zona do Baixo Parnaíba
1.
2.
3.
4.
ESTADO DO PIAUí
Monção
Pindaré-Mirim
Araioses
Axixá
Barreirinhas
Humberto de Campos ,
Icatu
Morros
Tutóia
Primeira Cruz.
7.
Buriti Bravo
Caxias
Codó
Colinas
Coroatá
Curuzu
Itapicurumirim
Passagem Franca
Timbiras
Vargem Grande
Zona do Alto Mearim
1.
2.
3.
4.
Zona do Litoral Nordeste
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
8.
Cândido Mendes
Carutapera
Turiaçu
Zona do Tocantins
1.
7.
Arari
Bacabal
Ipixuna
Pedreiras
Vitória do Mearim
13.
Castelo do Piauí
Cocal
Pedro II
Piracuruca
São Miguel do Tapuio
Valença do Piauí
Zona Carnaubeira
1.
2.
3.
4.
5.
Zona · do Alto Parnaíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Zona do Pindaré
1.
2.
6.
12.
6.
Barão de Grajaú
Parnarama
São Francisco do Maranhão
São João dos Patos
Timon
Zona de Carolina
1.
2.
Zona do Gurupi
1.
2.
3.
5.
Anajatuba
Cajapió
Cajari
Matinha
Penalva
Pirimirim
Pinheiro
Rosário
Santa Helena
São Bento
São Vicente Ferrer
Viana
Zona do Baixo Mearim
1.
2.
3.
4.
4.
11.
Zona da Baixada
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
3.
Bequimão
Cururupu
Guimarães
São Luis
Zona da Ibiapaba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Zona do Itapecuru
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
(57)
Chapadinha
Coelho Neto
Santa Quitéria do Maranhão
São Bernardo
Urbano dos Sal). tOs
Zona do Médio Parnaíba
1.
2.
3.
4.
5.
Zona do Planalto
1.
· 12.
9.
Zona do Rio Xingu
1.
11 .
3.
4.
5.
6.
7.
Zona do Itacaiunas
1.
2.
10 .
Faro (48)
Juruti (49)
Monte Alegre (47)
óbidos (41)
Oriximiná ( 35)
Pôrto de Mós (34)
Prainha (38)
Santarém (51)
4.
;·
Zona do Sertão do Sudoest
1.
2.
3.
4.
Crateús
Independência
Saboeiro
Tauá
LEIS
5.
~ria
1.
2.
3.
4.
5.
6.
do Maranhão
ilo
Sal!-tos
Parnaiba
Zona da Ibiapaba
6.
r ajaú
3.
4.
5.
Alto Longá
Barras
Batalha
Campo Maior
Piripiri
5.
7.
2.
3.
4.
6.
7.
3.
4.
rim
'ranca
8.
na
co
Parnaiba
!ba
~i te
e
Açaré
Acoplara
Aurora
4. Baixio
5. Cedro
6. Icó
7. Iguatu
8. Jucás
9. Lavras da Manga beira
10. Quixará
11. Várzea Alegre
Zona do Litoral
1.
2.
3.
4.
5.
b.do das Mangabeiras
f{earim
or da
6.
7.
8.
9.
)utra
10.
11.
12.
13.
>arnaiba
2.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
ll.çalv.es
b.ena
o
3.
9.
3.
4.
5.
6.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
luriti
10.
11.
4.
10 .
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Canindé
Cariré
Coreaú
Itapajé
Massapê
Nova Ruças
Pentecoste
Reriutaba
Santa Quitéria
· Sobral
Tamboril
Zona do Sertão do Sudoeste
1.
2.
3.
4.
Crateús
Independência
Saboeiro
Tauá
Ibiapina
Inhuçu
Ipu
Ipueiras
São Benedito
Tianguá
Ubajara
Viçosa do Ceará
Zona de Pereira
1.
12.
Aracoia ba
Baturité
Maranguape
Pacatuba
Pacoti
Redenção
Zona de Ibiapaba
1.
11 .
Araripe
Campos Sales
Santanópole
Zona de Baturité
1.
2.
Pereiro
Zona do ,Cariri
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Boa Viagem
Mombaça
Pedra Branca
Quixadá
Quixeramobim
Senador Pompeu
Solonópolis
Zona do Sertão Centro-Norte
1.
~opes
Acaraú
Anacetaba
Aquirás
Aracati
Camocim
Cascavel
Caucaia
Fortaleza
Granja
Itapipoca
Licania
Pacajus
Uruburetama
Zona do Araripe
1.
2.
3.
Zona do Sértão Central
1.
'Piauí
1do Nonato
endes
8.
ESTADO DO CEARA
1.
Zona do Sertão do Salgado e Alto Jaguaribe
3.
Esperantina
Luzilândia
Miguel Alves
Pôrto
Altos
Amarante
Beneditinos
Floriano
José de Freitas
Palmeirais
Regeneração
São Pedro do Piauí
Teresina
União
Frade
Jaguaribe
1.
2.
Zona do Médio Parnaíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Lnde
Jaguaruana
Limoeiro do Norte
Morada Nova
Ruças
Zona do Sertão d<õ> Médio Jaguaribe
1.
2.
Zona do Baixo Parnaiba
1.
2.
Zona do Sertão do Baixo Jaguaribe
1.
~uru
o
539
RESOLUÇõES
Zona Carnaubeira
1.
2.
co do Maranhão
os Patos
Castelo do Piauí
Cocal
Pedro l i
Piracuruca
São Miguel do Ta pulo
Valença do Piauí
E
Barbalha
Brejo Santo
Caririaçu
Crato
Jardim
Juàzeiro do Norte
Mauriti
Milagres
Míssão Velha
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
1.
Zona Salineira ou Litoral e Salinas
1.
2.
3.
4-.
2.
Açu
Areia Branca
Baixa Verde
Macau
Zcna do Litoral
1. Arez
2. Canguaretama
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Ceará-Mirim
Goianinha
Macaíba
Natal
Nísia Floresta
São José do Mipibu
Touros
~
540
3.
BOLETIM GEOGRAFICO
Zona do Agreste
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
4.
2.
3.
4.
5.
6.
6.
5.
6.
7.
8.
9.
3.
4.
4.
5.
6.
2.
1.
Apodi
Augusto Severo
Caraúbas
Moçoró
Alexandria
Luis Gomes
Martins
Patu
Pau dos Ferros
Portalegre
São Miguel
Zona do Agreste e Caatinga Litor4nea
1.
3.
4.
2.
Santa Luzia
Zona do Brejo
1.
2.
3.
4.
5.
5.
Alagoa Grande
Caiçara
Guarabira
Ingá
Itabaiana
Pilar
Sapé
Umbuzeiro
Zona do Serid6
1.
Alago a Nova
Areia
Bananeiras
Esperança
Serraria
Zona da Borborema Oriental
1. Araruna
2. Cuité
3. · Campina Grai}de
Princesa Isabel
Teixeira
3.
Brejo do Cruz
Catulé do Rocha
Patos
Piancó
Pombal
Sousa
1.
2.
4.
5.
7.
1.
8.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Agrestina
Alagoinha
Al tinho
Belo Jardim
Bezerros
Bom Jardim
Brejo da Madre de Deus
Caruaru
Glória do Goitá
Gravatá
João Alfredo
Jurema
Lagoa dos Gatos
Limoeiro
Araripina
Bodocó
Exu
Ouricuri
Serrita
Zona do Sertão Ce1
1.
2.
3.
9.
Arcoverde
Custódia
Sertânia
Zona do Araripe
2.
3.
4.
5.
.
Afogados da In
Flores
São José do Eg
Serra Talhada
Tabira
Zona do Sertão do
1.
2.
3.
Maniçobal
Parnamirim
Salgueiro
Zona do Sertão do
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Cabrobó
Coripós
Floresta
Jatinã
Petrolândia
Petrolina
ESTADO DE
1.
, 2.
Coruripe
Maceió
Maragoji
Marechal Deodo
Passo de Camat
Piaçabuçu
Pilar
Pôrto de Pedra:
Rio Largo
São Luis do Qu
São Miguel dos
Zona da Mata
1.
•
AL~GOAS
Zona do Litoral
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Zona do Agreste
1.
..•
Agua Preta
Aliança
Amaraji
Barreiros
Bonito
Cabo
Carpina
Catende
Escada
Gameleira
Goiana
Igaraçu
Ipojuca
. t
Jaboatão
Macaparana
Maraial
Moreno
Nazaré da Mata
Olinda
Palmares
Pau-d'Alho
Paulista
Quipapá
Recife
Ribeirão
Rio Formoso
São Lourenço da Mata
Sirinhaém
També
Timbaúba
Vicência
Vitória de Santo Antão
Triunfo
Zona do Sertão All
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Aguas Belas
Bufque
Inajá
Pedra
Zona de Triunfo
1.
Antenor Navarro
Bonito de Santa Fé
Cajàzeiras
Conceição
Itaporanga
Jatobá
Orobó
Panelas
Pesqueira
Sanharó
São Bento do l
São Caetano
São Joaquim d
Surubim
Taquaritinga d1
Vertentes
Zona do Sertão do
3.
4.
Zona do Litoral e Mata
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
· 12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31 .
32.
Zona do Litoral e Mata
1. Cruz do Espírito Santo
2. João Pessoa
3. Mamanguape
4. Santa Rita
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
20.
21.
22.
23.
24.
ESTADO DE PERNAMBUCO
ESTADO DA PARAíBA
1.
16.
Zona do Sertão do Oeste
1.
2.
3.
Zona Serrana
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
15.
17.
18.
19.
Zona do Sertão do Piranhas
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Acari
Caicó
Currais Novos
Florânia
Jardim de Piranhas
Jardim do Seridó
Jucurutu
Parelhas
São João do Sabuji
Serra Negra do Norte
Cabaceiras
Monteiro
Picui
São João do Cariri
Soledade
Taperoá
Zona do Sertão Alto
1.
2.
Angicos
Ipauguaçu
Itaretama
Pedro Avelino
Sant'Ana do Matos
São Rafael
Zona da Chapada de Apodi
1.
2.
7.
3.
4.
Zona do Centro
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Zona da Borborema Central
1.
2.
Zona Centro-Norte
1.
5.
6.
Nova Cruz
Pedro Velho
Santa Cruz
Santo Antônio
São José do Campestre
São Paulo do .Potenji
São Tomé
Taipu
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Atalaia
Capela
Colônia Leopold
Murici
Pôrto Calvo
Quebrangulo
São José da
União dos
Viçosa
LE'IS
E
RESOLUÇõES
541
Central
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
•ariri
Llto
1
Piranhas
3.
4.
Oeste
~~Fé
5.
1.
2.
4.
5.
6.
Mata
2.
3.
7.
1.
3.
9.
Afogados da I~gàzeira
Flores
São José do Egito
Serra Talhada
Tabira
6.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10 .
11.
Deus
.
á
, 2.
1.
Arcoverde
Custódia
Sertânia
~
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Agua Branca
Mata Grande
Zona do Litoral
1.
Aracaju
Arauá
Buquim
Cotingüiba
Cristinápolis
6. Estância
7. Indiaroba
8. Itaporanga d'Ajuda
9. , Japoatã
10. Japaratuba
11. Parapitinga
12. Salgado
13. Santa Luzia do Itanhi
14. Santo Amaro das Brotas
15. São Cristóvão
2.
Araripina
Bodocó
Exu
Ouricuri
Serrita
Maniçobal
Parnamirim
Salgueiro
2.
Zona Central
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Cabrobó
Coripós
Floresta
Jatinã
Petrolândia
Petrolina
10 .
3.
Corufipe
Maceió
Maragoji
Marechal Deodoro
Passo de Camarajibe
Piaçabuçu
Pilar
Pôrto de Pedras
Rio Largo
São Luis do Quitunde
São Miguel dos Campos
Atalaia
Capela
Colônia Leopoldina
Murici
Pôrto Calvo
Quebrangulo
São José da Laje
União dos Palmares
Viçosa
Zona Serrana
3.
4.
5.
4.
3.
4.
\
.
Darcilena
Neópolis
Propriá
Zona do Sertão do São Francisco
1.
2.
5.
Capela
Carmópolis
Divina Pastôra
Itabaiana
Laranjeiras
Maruim
Muribeca
Riachuelo
Rosário do Catete
Siriri
Zona do B• ixo São Francisco
1.
2.
3.
Zona da Mata
1.
2.
6.
7.
Anadia
Arapiraca
Junqueiro
Limoeiro de Anadia
Major Isidoro
Palmeira dos índios
Sant'Ana do Ipanema
ESTADO DE SERGIPE
Zona do Litoral
1.
4.
5.
1.
2.
ESTADO DE AL~GOAS
lt o Antão
os
,
Zona do Sertão do São Francisco
1.
2.
3.
4.
5.
6.
da Mata
e de
3.
Zona do Sertão Central
1.
2.
a
2.
Triunfo
Batalha
Pão de Açúcar
Piranhas
São Brás
Traipu
Zona Sertaneja
1.
Zona do Araripe
2.
3.
4.
5.
8.
5.
Zona do Sertão do Alto Moxotó
1.
.
Aguas Belas
Buíque
Inajá
Pedra
Igreja Nova
Penedo
Pôrto Real do Colégio
Zona do Sertão do São Francisco
1.
2.
3.
4.
5.
Zona do Sertão Alto ou do Alto Pajeú
3.
luco
4.
Zona de Triunfo
1.
ZOna do Baixo São Francisco
1.
2.
3.
Zona do Sertão do Moxotó
1.
2.
3.
4.
ha
3.
Orobó
Panelas
Pesqueira
Sanharó
São Bento do Una
São Caetano
São Joaquim do Monte
Surubim
Taquaritinga do Norte
Vertentes
Aquidabã
Canhoba
Gararu
Pôrto da Fôlha
Zona Oeste
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Campo do Brito
Frei Paulo
Itabaianinha
Lagarto
Nossa Senhora da Glória
Nossa Senhora das Dores
Riachão do Dantas
Ribeirópolls
Simão Dias
Tobias Barreto
•
I
542
BOLETIM GEOGRAFICO
ESTADO DA BAHIA
1.
Zona do Litoral Norte
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
2.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20 .
21.
22.
4.
5.
6.
Alagoinhas
Conde
Entrerrios
Esplanada
Inhambupe
Jandaíra
Rio Real
7.
Aratuipe
Cachoeira
Camaçari
Catu
Conceição da Feira
Conceição do Almeida
Cruz das Almas
Itaparica
Jaguarlpe
Maragojipe
Mata de São João
Muritiba
Nazaré
Pojuca
Salvador
Santo Amaro
Santo Antônio de Jesus
São Filipe
São Félix
São Francisco do Conde
São Gonçalo dos Campos
São Sebastião do Pacé
Zona Cacaueira
1. Belmonte
2. Cairu
3. Camamu
4. Cana vi eiras
5. Tlhéus
6. lpiaú
7. Itabuna
8. Itacaré
9. Ituberá
10. Maraú
11. Nilo Peçanha
12. Taperoá
13. Ubaitaba
14 . Una
15. Valença
Zona Extremo Sul
1. Alcobaça
2. Caravelas
3. Mucurí
4. Pôrto Seguro
5. Prado
. 6. Santa Cruz Cabrália
Zona Nordeste
1. Cícero Dantas
2. Cipó
3. Conceição do Cuité
4 . Euclides da Cunha
5. Itapicuru
6. Itiúba
7. Jeremoabo
8. Monte Santo
9. Nova Soure
10. Paripiranga
11. Queimadas
12. Ribeira do Pombal
13. Santaluz
14. Serrinha
15. Tucano
16. Uauá
Zona de Feira de Sant' Ana
1. Castro Alves
2. Coração de Maria
8.
Baixa Grande
Campo Formoso
Itaberaba
Jacobina
Jaguarari
Macajuba
Mairi
Miguel Calmon
Mundo Novo
Rui Barbosa
Saúde
Senhor do Bonfim
Bom Jesus da Lapa
Carinhanha
Palmas de Monte Alto
Riacho de Sant'Ana
Sant'Ana
Santa Maria da Vitória
Zona da Chapa Diamantina
1. Andaraí
2 . Barra da Estiva
3. Brotas de Macaúbas
4. Ibitiara
5. Irecê
6. Ituaçu
7. Lençóis
8. Morro do Chapéu
9. Mucujê
10. Palmeiras
11. Piatã
12. Rio de Contas
\
13. Santo Inácio
14. Seabra
15. Sento Sé
Angical
Barreiras
Corren tina
Cotejipe
Ibipetuba
ESTADO DE MINAS GEl
1.
Zona do Médio Baix
1.
2.
3.
4.
5.
2.
Almenara
Jacinto
Rubim
Salto da Divisa
Jordânia
Zona do Médio Jeq1
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Caraí
Comercinho
Itinga
Jequitinhonha
Juaíma
Medina
Novo Cruzeiro
Pedra Azul
3.
Zona de Mucurí
1 . Aguas Formosas
2. Ataléia
3. Carlos Chagas
4. Itambacurí
5. Ladainha
6. Malacacheta
7. Mantena
8. Nanuque
9. Poté
10. Teófilo Ottoni
4.
Zona de · Itacambi ra
Curaçá
Glória
Barra
Casa Nova
Juàzeiro
Para tinga
Pilão Arcado
Remanso
Xiquexique
Brumado
Caculé
Caiteté
Condeúba
Guanambi
Jacaraci
Livramento do 1
Macaúbas
Oliveira dos Bre
Pará-Ubirim
Urandi
Zona do Planalto O c
1.
2.
3.
4.
5.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Zona do Médio São Francisco
1.
2.
3.
4.
5.
6.
13.
15.
Zona do 13aixo Médio São Francisco
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
12.
Boa Nova
Itambé
Macarani
Poções
Vitória da Conquista
Zona da Serra Geral
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Zona do Sertão do São Francisco
1.
2.
11.
14.
Zona da Encosta da Chapada Diamantina
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10 .
11.
12.
10.
Amargosa
Brejões
!taquara
Itiruçu
Jaguaquara
Jequié
Jequiriçá
Laje
Maracás
Mutuipe
Santa Inês
São Miguel das Matas
Ubaira
Zona de Conquista
1.
2.
3.
4.
5.
· 9.
Feira de Sant~Ana
Ipirá
Irará
Riachão do Jacuípe
Santa Teresinha
Zona do Jequié
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Zona do Recôncavo
1.
2.
3.
3.
3.
4.
5.
6.
7.
5.
Zona do Alto J equit
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
6.
Espinhosa
Monte Azul
Porteirinha
Rio Pardo de MJ
Salinas
São João do P
Araçuaí
Bocaiuva
Capelinha
Diamantina
Grão Mongol
Itamarandi ba
Minas Novas
Sêrro
Turmalina
Virgem da Lapa
Zona Metalúrgica
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Baldim
Barão de Cocais
Belo Horizonte
Caeté
Conceição do
Congonhas
LEIS
e
Sant~Ana
14.
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11.
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15.
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2.
3.
4.
5.
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1.
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2.
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3.
2.
3.
4.
5.
6.
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7.
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9.
10.
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4.
São Francisco
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6.
5.
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10.
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\
Açucena
Aimorés
Antônio Dias
Bom Jesus do Galho
Coroaci
Coronel Fabriciano
Conselheiro Pena
Dionísio
Dom Joaquim
Ferros
11 . Galiléia
12 . Governador Valadares
13. Guanhães
14. Iapu
15. Inhapim
16. Ipanema
17. Itanhomi
18. Itueta
19. Mesquita
20. Mutum
21. Nova Era
22. Peçanha
23. Pocrane
24. Rio Piracicaba
25. Resplendor
26. Sabinópolis
27. Santa Maria do Suaçui
28. São Domingos do Prata
29 . São João Eva\1-gelista
30. São Sebastião do Maranhão
31 . Tarumirim
32. Tumiritinga
33 . Virginópolis
34. Virgolândia
35. Rio Vermelho
6.
Caraí
Comercinho
Itinga
Jequitinhonha
Juaíma
Medina
Novo Cruzeiro
Pedra Azul
Aguas Formosas
Ataléia
Carlos Chagas
Itam bacurí
Ladainha
Malacacheta
Mantena
Nanuque
Poté
Teófilo Ottoni
Espinhosa
Monte Azul
Porteirinha
Rio Pardo de Minas
Salinas
São João do Paraíso
Araçuai
Bocaiuva
Capelinha
Diamantina
Grão Mongol
Itamarandi ba
Minas Novas
Sêrro
Turmalina
Virgem da Lapa
Zona Metalúrgica
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Baldim
Barão de Cocais
Belo Horizonte
Caeté
Conceição do Mato Dentro
Congonhas
Zona do Rio Doce
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Almenara
Jacinto
Rubim
Sal to da Di visa
Jordânia
Zona do Alto Jequitinhonha
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
fapa Diamantina
o Chapéu
7.
Angical
Barreiras
Correntina
Cotejipe
Ibipetuba
Zona de Itacambira
1.
2.
3.
4.
5.
que
~dio
16 .
17.
18.
19.
Zona de Mucurí
1.
rtão do São Francisco
l-cado
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15.
Zona do Médio Jequitinhonha
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
a
do Bonfim
14.
Zona do Médio Baixo Jequitinhonha
1.
2.
3.
4.
5.
da Conquista
irande
Formoso
>a
11 .
12.
13.
ESTADO DE MINAS GERAIS
li
Conselheiro Lafaie~e
Itabira
Itabirito
Jabuticatubas
Nova Lima
Ouro Prêto
Raposos
Rio Acima
Sabará
Santa Bárbara
Santa Luzia
Santa Maria de Itabira
Vespasiano
7.
8.
9.
10.
Brumado
Caculé
Caiteté
Condeúba
Guanambi
Jacaraci
Livramento do Brumado
Macaúbas
Oliveira dos Brejinhos
Pará-Ubirim
Urandi
Zona do Planalto Ocidental
1.
[nês
guel das Matas
RESOLUÇõES
Zona da Serra Geral
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
> do Jacuipe
reresinha
E
8.
Zona da Mata
1.
Abre Campo
Além Paraíba
Alto Rio Doce
Alvinópolis
Astolfo Dutra
Barra Longa
Bias Fortes
8. Bicas
9. Carangola
10. Caratinga
11
C a taguases
12. Coimbra
130 Divino
14. Dom Silvério
15. Ervália
16 . Espera Feliz
17 Eugenópolis
18 Guaraciaba
19. Guarani
20. Guarará
21 . Guidoval
22. Guiricema
23. Jequiri
24 . Juiz de Fora
25. Lajinha
26. Laranjal
27. Leopoldina
28. Lima Duarte
29. Manhuaçu
30. Manhumirim
2.
3.
4.
5.
6.
7.
o
o
o
543
544
BOLETIM GEOGRAFICO
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58 ~
59.
60.
61.
62.
63 .
64.
9.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
60.
61.
62.
63.
64.
65.
66.
67.
68.
69.
70.
71.
72.
73.
74.
75.
76.
77.
78.
79.
80.
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82.
83.
84.
85.
86.
87.
88.
89.
90.
91 .
92.
93.
94.
95.
96.
97.
98.
99 .
100 .
101.
102.
103.
104.
105.
Mariana.
Mar de Espanha.
Ma tias Barbosa
Matipó
Mercês
Miradouro
·•
Mirai
Muriaé
Palma
Piranga
Pirapitinga
Ponte Nova
Raul Soares
Recreio
Rio Casca
Rio Espera
Rio Novo
Rio Pomba
Rio Prêto
Santa Cruz do Escalvado
Santa Margarida
Santos Dumont
São Geraldo
São João Nepomuceno
São Pedro dos Ferros
Senador Firmino
Simonésia
Teixeiras
Tocantins
Tombos
Ubá
Viçosa
Visconde do Rio Branco
Volta Grande
Zona Sul
1. Aiuruoca
2. Alfenas
3. AlplnópQlis
4 . Alterosas
5. Andradas
6. Andrelândia
7. Arce burgo
8. Areado
9. Baependi
•·
10. Boa Esperança
11. Bom Jardim de Minas
12. Borda da Mata
13. Botelhos
14 . Brasópolis
15 . Bueno Brandão
16. Cabo Verde
17. Cachoeira de Minas (ex-Catadupas)
18. Camanducaia
19. Cambtii
20. Caldas (ex-Barreiras)
21. Cambuquira
22. Campanha
23. Campestre
24. Campo do Meio
25. Campos Gerais
26. Capetinga
27. Carmo da Cachoeira
28. Carmo do Rio Claro
29. Carrancas
30. Carvalhos
31. Cássia
32. Caxambu
33. Conceição da Aparecida
34. Conceição do Rio Verde
35. Conceição dos Ouros
36. Coqueiral
37. Cristais
38 . Cristina
39. Cruzília
40. Delfim Moreira
41. Delfinópolis
42. Di visa Nova
43. Elói Mendes
44. Estiva
45. Estrema
46. Fama
47. Francisco Sales
10.
Zona dos Campos
neira)
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11 .
12.
13.
14.
15.
16.
17.
11.
Guapé
Guaranésia.
Guaxupé
Ibiraci
Itajubá
Itamonte
Itamoji
Itanhandu
Itumirim
Jacui
Jacutinga.
J esuânia
Jimirim
Juruaia
Lambari
Lavras ·
Liberdade
Luminárias
Machado
Maria da Fé
Monsenhor Paulo
Monte Belo
Monte Santo de Minas (ex-Monsanto)
Monte Sião
Muzam binho
Nepomucend
Nova Resende
Ouro Fino
•
Paraguaçu
Paraisópolis
Passa Quatro
Passos
Pedra! v a
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Pouso Alto
Pratápolis
Ribeirão Vermelho
Santa Catarina
Santa Rita de Caldas
S~nta Rita de Jacutinga
Santa Rita do Sapucai
São Gonçalo do Sapucai
São João Batista do Glória
São Lourenço
São Pedro da União
São Sebastião do Paraíso
São Tomás de Aquino
Sapucai-Mirim
Senador Lemos
Serrania
sn vestre Ferraz
Sil vianópolis
Soledade de Minas (ex-Ibatuba)
Três Corações
Três Pontes
Varginha
Virgínia
Antônio Carlos
Betim
Belo Vale
Barbacena
Bonfim
Brumadinho
Carandai
Contagem
Crucilândia
Dores de Campos
João Ri beiro
Lagoa Dourada
Mateus Leme
Prados
Resende Costa
São João d'El Rei
Tiradentes
Zona Oeste
1.
2.
(da
Abaeté
Arcos
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31 .
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41 .
42.
43.
12.
Zona do Alto São Francisco
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
13.
Mantiqueira Mi-
14.
Bocaiuva
Buenópolis
Corinto
Curvelo
Felixlândla
Mora vânia
Pirapora
São Gonçalo do Abaeté
Zona do Alto Médio São Fl
1. Brasil1a
2. Coração de Jesus
3. Francisco Sá.
4. Janaúba
5. Jequltai
6. Januária
7. Manga
8. Montes Claros
9. Pirapora
10. São Francisco
11 . São João da P<;m te
12. São Romão
Zona do Urucuia
1.
2.
3.
4.
15.
Bambui
Bom Despacho
Bom Sucesso
Campo Belo
Campos Altos
Candeias
Capitólio
Carmo da Mata
Carmo do Cajuru
Carmópolis de Minas
Cláudio
Córrego d'Anta
Cristais
Divinópolis
Dores do Indaiá
Estrêla do Indaiá
Formiga
Guia Lopes
Iguatama
!taquara
Itapecerlca
Itaúna
Lagoa da Prata
Luz
Martinho Campos
Oliveira
Pains
Pará de Minas
Passa Tempo
Pequi
Perdões
Pimenta
Pitangui
Piui
Pompeu
Santo Antônio do Ampal
Santo Antônio do Monte
São Gonçalo do Pará
São Gotardo
São Tiago
Tiros
João Pinheiro
Paracatu
Presidente Olegário
Unai
Zona do Alto Paranaíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Abadia dos Dourados
Araxá
Cascalho Rico
Carmo do Paranaíba
Coromandel
Estrêla do Sul
Ibiá
Indianópolls
LEIS E RESOLUÇõES
3.
4.
5.
6.
7.
8.
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9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
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32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
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de Minas (ex-Monsanto)
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Caldas
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Vermelho
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lás de Aquino
Mirim
Lemos
12.
8.
Ferraz
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de Minas (ex-Ibatuba)
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Carlos
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14.
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3.
4.
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Campos
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Costa
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15.
Bocaiuva
Buenópolis
Corinto
Curvelo
Felixlândia
Mora vânia
Pirapora
São Gonçalo do Abaeté
Brasilia
Coração de Jesus
Francisco Sá
Janaúba
Jequitaí
Januária
Manga
Montes Claros
Pirapora
São Francisco
São João da P~m te
São Romão
João Pinheiro
Paracatu
Presidente Olegário
Unai
Zona do Alto Paranaíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Abadia dos Dourados
Araxá
Cascalho Rico
Carmo do Paranaíba
Coromandel
Estrêla do Sul
Ibiá
Indianópolis
Monte Carmelo
Ponte Nova
Patos de Minas
Patrôcínio
Perdizes
Pratinha
Rio Paranaíba
Sacramento
Santa Juliana
Zona do Tritingulo
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
Araguarl
Campina Verde
Campo Florido
Carmópolis
Conceição das Alagoas
Comendador Gomes
Conquista
~
Frutal
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Itapajipe
Ituiutaba
Iturama
Monte Alegre de Minas
Prata
Santa Vitória
Tupaciguara
Uberlãndia
Uberaba
Veríssimo
ESTADO DO ESPíRITO SANTO
1.
Zona Norte
1.
2.
3.
2.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
3
1.
Colatina
Linhares
Zona Serrana do Centro
1.
2.
3.
4.
5.
6.
6.
Anchieta
Iconh!\
Itapemirim
Itapoama
Zona do Baixo Rio Doce
1.
2.
5.
Aracruz
Cariacica
Espírito Santo
Fundão
Guarapari
Ibiraçu
Jabaeté
Serra
Vitória
Zona de Itapemirim
2.
3.
4.
4.
Conceição da Barra
São Mateus
Barra de São Francisco
Zona de Vitória
1.
Zona do Urucuia
1.
2.
ilho
16.
Zona do Alto Médio São Francisco
1.
2.
3.
4.
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6.
7.
8.
9.
10.
11 .
12.
Mantiqueira Mi-
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
Zona do Alto São Francisco
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
13.
Bambui
Bom Despacho
Bom Sucesso
Campo Belo
Campos Altos
Candeias
Capitólio
Carmo da Mata
Carmo do Cajuru
Carmópolis de Minas
Cláudio
Córrego d'Anta
Cristais
Divinópolis
Dores do Indalá
Estrêla do Indaiá
Formiga
Guia Lopes
Iguatama
!taquara
Itapecerica
Itaúna
Lagoa da Prata
Luz
Martinho Campos
OU veira
Pains
Pará de Minas
Passa Tempo
Pequí
Perdões
Pimenta
Pitangui
Piuí
Pompeu
Santo Antônio do Amparo
Santo Antônio do Monte
São Gonçalo do Pará
São Gotardo
São Tiago
Tiros
545
Afonso Cláudio
Baixo Guandu
Domingos Martins
Itaguaçu
Santa Leopoldina
Santa Teresa
Zona Serrana do Sul
Alfredo Chaves
Alegre
Cachoeira do Itapemirim
4. Castelo
5. Guaçui
6. Iúna
7. Mimoso do Sul
8. Muniz Freire
9. Muqui
10. São José do Calçado
1.
2.
3.
•
546
BOLETIM GEOGRAFICO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
1.
Zona da Baixada de Goitacases
1.
2.
3.
DISTRITO FEDERAL
1.
Campos
Macaé
São João da Barra
8.
Zona da Baixada Carioca
1.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Distrito Federal
ESTADO DE SÃO PAULO
2.
Zona do Muriaé
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
3.
6.
20.
21.
3.
Casimiro de Abreu
Silva Jardim
4.
Cachoeiras de Macacu
Duque de Caxias
Itaborai
Majé
Nilópolis
Niterói
Rio Bonito
São Gonçalo
São João de Meriti
1.
Barra Mansa
Itaverá
Marquês de Valença
Paraíba do Sul
Piraí
Resende
Rio das Flores
Três Rios
Vassouras
Zona do Litoral da Baia da Ilha Grande
1.
2~
3.
Angra dos Reis
Mangaratiba
Parati
7.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
10.
OUbatão
Guarujá
Itanhaém
Santos
São Vicente
11.
Cananéia
Eldorado
Iguape
Itariri
Jacupiranga
Juquiá
Miracatu
Pedro de Toledo
Registro
Agua da Prata
Caconde
Mococa
Pinhal
São João da Boa Vista
São José do Rio Pardo
São Sebastião da Grama
Tapiratiba
Vargem Grande do Sul
13.
Jundiai
Mairiporã
Moji das Cruzes
Monte Mor
Poá
Pôrto Feliz
Salesópolis
Salto
Sant'Ana de Parnaíba
Santo André
São Bernardo do Campo
São Caetano do Sul
São Paulo
São Roque
Sorocaba
Susano
Vinhedo
Capão Bonito
Guapiara
Ibiúna
Itapecerica da Serra
Piedade
Pilar do Sul
Ribeirão Branco
São Miguel Arcanjo
Apiaí
Iporanga
Ribeira
Piraçununga
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
São José do Rio Pardo
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
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Alto Ribeira
1.
2.
3.
12.
Araçoiaba da Serra
Baruerl
Boituva
Cabreúva
Campinas
Cotia
Elias Fausto
Franco da Rocha
Guarulhos
Indaiatuba
Paranapiacaba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Campos do Jordão
São Bento do Sapucai
Baixada Uo Ribeira
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Nova Iguaçu
Itaguai
1.
•
Amparo
Atibaia
Bragança Paulista
Itapira
Itatiba
Jarinu
Joanópolls
Lindóia
Monte Alegre do Sul
Nazaré Paullsta
Pedreira
Piracaia
Serra Negra
Socorro
São Paulo
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Litoral de Santos
1.
2.
3.
4.
5,.
6.
9.
Cunha
Jamõeiro
Natividade da Serra
Parai buna
Redenção da Serra
São Luís do Paraitinga
Santa Branca
Zona da Mantiqueira
2.
5.
12.
13.
14.
Aparecida
Areias
Bananal
Barreiro
Caçapava
Cachoeira Paulista
Cruzeiro
Guaratinguetá
Guararema
Jacareí
La vrinhas
Lorena
Monteiro Lobato
Pindamonhangaba
Queluz
Piquête
Santa Isabel
São José dos Campos
Sil v eiras
Taubaté
Tremembé
Zona do Alto Paraíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Zona de Resende
1. Barra do Pirai
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
10.
Araruama
Cabo Frio
Maricá
São Pedro da Aldeia
Saquarema
Zona da Baixada do Rio Guandu
1.
2.
9.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
Zona da Baixada da Guanabara
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
8.
12.
Bom Jardim (ex-Vergel)
Nova Friburgo
Petrópolis
Teresópolis
Caraguatatuba
Ilha Bela
São Se bastião
Ubatuba
Zona do Médio Paraíba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11 .
Cantagalo
Carmo
Cordeiro
Duas Barras
Itaocara
São Sebastião do Alto
Santa Maria Madalena
Sapucaia
Sumidouro
São Fidélis
Trajano de Morais
Zona da Baixada do Rio São João
1.
2.
7.
2.
Zona da Baixada de Araruama
1.
2.
3.
4.
5.
Zona do Litoral de São Sebastião
1.
2.
3.
4.
Zona do Alto da Serra
1.
2.
3.
4.
5.
1.
Zona de Cantagalo
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
4.
Cambuci
Bom Jesus do Itabapoana
Itaperuna
Miracema
Natividade de Carangola
Porciúncula
·
Santo Antônio de Pádua
Bragança
Aguai
Artur Nogueira
Casa Branca
Concha!
Descal vado
Leme
Mojiguaçu
Mojimirim
Piraçun unga
Pôrto Ferreira
Santa Cruz das Palmeir1
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Rio Claro
1.
2.
3.
4.
Americana
Analândia
Araras
Cosmópolis
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8.
7.
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10.
11.
12.
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13.
14.
Lindó~a
Monte Alegre do Sul
Nazaré Paulista
Pedreira
Piracaia
Serra Negra
Socorro
Araçoiaba da Serra
Barueri
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Cabreúva
Campinas
Cotia
Elias Fausto
Franco da Rocha
Guarulhos
Indaiatuba
Itu
Jundiaí
Mairiporá
Moji das Cruzes
Monte Mor
Poá
Pôrto Feliz
Salesópolis
Salto
Sant'Ana de Parnaíba
Santo André
São Bernardo do Ca;mpo
São Caetano do Sul
São Paulo
São Roque
Soroca ba
Susano
Vinhedo
7.
15 .
16.
Capão Bonito
Guapiara
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Itapecerica da Serra
Piedade
P ilar do Sul
Rib eirão Branco
São Miguel Arcanjo
Rio Claro
1.
2.
3.
4.
Americana
Analândia
Araras
Cosmópolis
B. G. - 7
Laranjal Paulista
Pereiras
Piracicaba
Porangaba
Rio das Pedras
São Pedro
Santa Bárbara d 'Oeste
Tietê
Campos Gerais
1. Angatuba
2. Buri
3. Guareí
4. Itaberá
5. Itaí
6. Itapetininga
7. Itapeva
8. Itararé
9. Paranapanema
10. Sarapui
11. Tatui
Itaporanga
1. Fartura
2. Itaporanga
3.
Taquarituba
17 .
Franca
1. Franca
2. Guará
3. Igarapava
4. Itirapuã
5, Ituverava
6. Patrocínio Paulista
7. Pedregulho
8. Rifaina
9. São José da Bela Vista
18.
Ribeirão Prêto
1. Altinópolis
2. Batatais
3.
Brodowski
4. Cajuru
5. · era vinhos
6. Ipuã
7. Jardinópolis
8. Nuporanga
9. Orlândia
10. Ribeirão Prêto
Apiaí
Iporanga
Ribeira
Descal vado
Leme
M o jiguaçu
Mojimirim
Piraçununga
Pôrto Ferreira
Santa cruz das Palmeiras
Tambaú
Cordeirópolis
Corumbatai
Itirapina
Limeira
Rio Claro
Santa Gertrudes
Piracicaba
1 . Aguas de São Pedro
2. Anhembi
3. Bofete
4. Capivari
5. Cerquilho
6. Conchas
8.
9.
10.
11 .
12.
13.
14.
Piraçununga
1. Aguai
2. Artur Nogueira
3. Casa l3ranca
4. Conchal
5.
6.
7.
8.
9.
Toledo
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6.
7.
8.
9.
10.
Alto Ribeira
1.
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5.
Par anapiacaba
1.
2.
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Amparo
Atibaia
Bragança Paulista
Itapira
Itatiba
Jarinu
Joanópolls
São Paulo
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
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RESOLUÇõES
Bragança
1.
2.
3.
4.
5.
6.
r:.itoral de São Sebasti ão
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11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18 .
19.
Sales Oliveira
Santa Rosa de Viterbo
Santa Rita do P a ssa Quatro
Santo Antônio da Alegria
Serra Azul
Serrana
São Simão
Sertãozinho
Araraquara
1. Araraquara
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Guariba
Jabuticaba!
Matão
Monte Alto
Rincão
Taiuva
Taquaritinga
547
BOLETIM GEOGRAFICO
548
•
!O.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11 .
21.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
1.
3.
4.
5.
6.
7.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
25.
Agudos
Avaré
Botucatu
Cerqueira César
Itatinga
Lençóis Paulista
Santa Bárbara do Rio Pardo
São Manuel
26.
.Rio Prêto
1. Alvares Florêncio
2. Amérlco de Campos
3. Buritama
4. Cardoso
5. Cedral
6. Cosmorama
7. General Salgado
8. José Bonifácio
9. Macaubal
10. Monte Aprazível
11 . Mirassol
12. Nova Aliança
13. Neves Paulista
14. Nhandeara:
15. Planalto
16. Potirendaba
17. São José do Rio Prêto
18. Tanabi
19. Valentim Gentil
20. Votuporanga
Catanduva
1.
2.
3.
Ariranha
Bariri
Boa Esperança do Sul
7. Lutécia
8. Maracai
9. Oscar Bressani
10. Ourinhos
11 . Palmi tal
12. Paraguaçu Paulista
13. Quatá
14. Rancharia
15. Salto Grande
16. Santa Cruz do Rio
17. São Pedro do Turv
18. Ubirajara
Presidente Prudente
30.
27.
28.
Pereira Barreto
31.
Araçatuba
Bento de Abreu
Bilac
Birigui
Coroados
Glicério
Guaraçai
Guararapes
Lavínia
Mirandópolis
Rubiácea
Valparaiso
4.
32.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
Adaman tina
Alvaro de Carvalho
Bastos
Flórida Brasil
Gália
Garça
Getulina
Herculândia
Júlio Mesquita
Junqueirópolls
Lucélia
Marilia
Oriente
Osvaldo Cruz
Pacaembu
Parapuã
Pompéia
Quintana
Rinópolis
Tupã
Vera Cruz
33.
Assis
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Assis
Campos Novos Paulistas
Cândido Mota
Exaporã
Ibirarema
Iepê
Andradina
Dracena
Gracianópolls
Paulicéia
Presidente Venceslau
1.
2.
Presidente Epitácio
Presidente Venceslf
ESTADO DO PARANA
1.
Zona do Litoral
1.
2.
3.
4.
5.
2.
3.
Bocaiuva do Sul
Cêrro Azul
Rio Branco do Sul
Zona de Castro
1.
2.
4.
Antonina
Guaraqueçaba
Guaratuba
Morretes
Paranaguá
Zona do Alto Ribeira
1.
2.
3.
Castro
Piraí do Sul
Zona de Curitiba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
5.
29.
Andradina
1.
2.
3.
4.
Marília
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
Estrêla d'Oeste
Fernandópolis
Jales
Pereira Barreto
1.
2.
3.
Araçatuba
1. *
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
Alfredo Marcondes
Alvares Machado
Indiana
·
Martinópolis
Piquerobi
Pirapõzinho
Presidente BernardE
Presidente Prudente
Santo Anastácio
Regente Feijó
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Bauru
Arealva
Avai
Avanhanda v a
4. · Bauru
5. Cabrálla Paulista
6. Cafelândia
7. Duartina
8. Guarantã
9. Iacanga
10. Lins
11 . Penápolis
12. Pirajuf
13. Pira tininga
14. Pongaí
15. Presidente Alves •
16. Promissão
17. Reginópolis
Bernardino de Campos
Ipauçu
Manduri
óleo
Piraju
Timburi
Xavantes
Barretos
Bebedouro
Cajobi
Colina
Guaíra
Guaraci
Jaborandi
Miguelópolis
Monte Azul Paulista
Morro Agudo
Nova Granada
Olímpia
Palestina
Paulo de Faria
Piranji
Pitangueiras
Pontal
Terra Roxa
Viradouro
Bocaina
Borborema.
Ca.juru
Catanduva
Fernando Prestes
Ib1rá
Ibitinga
Itápolls
Itaju
Novo Horizonte
Parapuá
Pindorama
Santa Adélia
Tabatinga
Uchoa
Urupês
1.
2.
3.
Barretos
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
24.
10.
11 .
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
Piraju
2.
23.
Barra Bonita
Brotas
Dois Córregos
Dourados
Itapui
Jaú
Macatuba
Mineiros do Tietê
Pederneiras
Ribeirão Bonito
Torrinha
Botucatu
1.
22.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Sdo Carlos e Jaú
Araucária
Campo Largo
Colombo
Curitiba
Piraquara
Rio Negro
São José dos Pin
Timoneira
Zona dos Campos Ge
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
J aguariai v a
Lapa
Palmeira
Ponta Grossa
Pôrto Amazonas
Sengés
Tibaj1
LEIS
7.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
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6.
7.
8.
· 9.
10.
11.
7.
Zona do Alto Ivaí
3.
4.
Zona de Ira ti
8.
3.
4.
Zona de Oeste
9.
•
33.
3.
4.
5.
Andradina.
Dracena
Gracianópolis
Paullcéia.
1.
2.
3.
4.
6.
7.
Presidente Venceslau
1.
2.
Zona do Norte
1, Açai
2. Andirá
3. Araiporanga
4. Arapongas
5. Bandeirantes
6. Bela Vista do Paraíso
10.
Presidente Epltácio
Presidente Venceslau
ESTADO DO PARANA
1.
Zona do Litoral
1.
2.
3.
4.
5.
2.
3.
3.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21 .
22.
Bocaiuva do Sul
Cêrro Azul
Rio Branco do Sul
Castro
Piraí do Sul
•
Zona de Curitiba
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
5.
8.
9.
10.
Zona de Castro
1.
2.
4.
7.
Antonina
Guaraqueçaba.
Guaratuba
Morretes
Paranaguá
Zona do Alto Ribeira
1.
2.
Araucária
Campo Largo
Colombo
Curitiba
Ptraquara
Rio Negro
São José dos Pinhais
Ttmoneira
11.
3.
4.
5.
6.
7.
Jaguariaíva
Lapa
Palmeira
Ponta Grossa
Pôrto Amazonas.
Sengés
Tibaji
Canibará
cambé
Congonhinhas
Com élio Procópio
Ibiporã
Jacarêzinho
Jaguapitã.
Jataizinho
Londrina
Porecatu
Ribeirão Claro
Rolândia
Santa Mariana
Santo Antônio da Platina
Sertanópolis
Urai
Zona dos Campos do Oeste
1. Guarapuava
2. Palmas
ESTADO DE SANTA CATARINA
,
1.
Zona do Litoral de São Francisco
1.
2.
3.
Zona dos Campos Gerais
1.
2.
Campo Mourão
Clevelândia
Foz · do Iguaçu
Laranjeiras do Sul
Mandaguari
Mangueirinha
Pitanga
1.
2.
Andradina
32.
Irati
Mallet
Rebouças
Rio Azul
São João do Triunfo
São Mateus do Sul
Teixeira Soares
União da Vitória
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Estrêla d'Oeste
Femandópolis
Jales
Pereira Barreto
1.
2.
Irobituva.
Ipiranga
Prudentópolis
Reserva
1.
2.
Pereira Barreto
31.
ta
s
's Paulistas
4.
5.
Alfredo Marcondes
Alvares Machado
3. Indiana
· ...
4. Martinópolis
5. Piquerobi
6. Pirapozinho
7. Presidente Bernardes
8. Presidente Prudente
9. Santo Anastácio
10. Regente Feijó
de Tomasina
Abatiá
Carlópolis
Cinzas
Curiúva
Ibaiti
Joaquim Távora.
Quatiguá
Ribeirão do Pinhal
Siqueira Campos
Tomasina.
Venceslau Brás
1.
2.
3.
1.
2.
lves
:valho
~ona
6.
Presidente Prudente
30.
lista
r eu
RESOLUÇõES
Lutécia
Maracai
Oscar Bressanl
Ourinhos
Pa.lmital
Paraguaçu Paulista
Quatá
"'
Rancharia
Sal to Grande
Santa Cruz do Rio Pardo
São Pedro do Turvo
Ubirajara
8.
9.
10.
~stes
E
4.
5.
6.
2.
Araquari
Guaramirtm
Itajai
Jaraguá do Sul
J oin ville
São Francisco do Sul
Zona da Bacia do Itajaí
1.
2.
Blumenau
Brusque
549
550
BOLETIM GEOGRAFICO
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
3.
3.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Biguaçu
Camborlú
Florianópolis
Palhoça
Pôrto Belo
São José
Tijucas
Nova Trento
5.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Zona de Laguna
1.
2.
3.
4.
5.
6.
6.
6.
7.
Xapecó
Bom Retiro
Campos · Novos
Curitibanos
Lajes
São Joaquim
8.
Zona do Litoral
1.
2.
3.
4.
5.
2.
Osório
Rio Grande
Santa Vitória do Palmar
São José do Norte
Tôrres
9.
Bom Jesus do Triunfo
2. Cachoeira do Sul
3. General Câmara
4. General Vargas
5. Gravataí
6. Guaíba
7. Jaguar!
8. Pôrto Alegre
1.
Aparados da Serra
Lagoa. Vermelha
São Francisco de Paula
Vacaria
1.
Zona de Aripuanã
1.
~-
·3.
3.
4.
5.
6.
Aparecida do Tabua
Camapuã
Coxim
Paranaíba
Ribas do Rio Pardo
Três Lagoas
Zona da Encosta Norte
1.
2.
7.
Amambai
Campo Grande
Dourados
Maracaju
Ponta Porá
Rio Brilhante
Rochedo
Zona Sudoeste
1.
2.
6.
Alto Araguaia
Guira tinga
Poxoreu
Zona "de Campo GrandE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
5.
Barra do Garças
Cuiabá
Diamantino
Rosário Oeste
Zona Leste
1.
2.
3.
4.
Aripuanã
Zona · da Chapada
1.
2.
3.
4.
Barra do Bugres
Mato Grosso
Zona da Encosta Sul
1.
2.
3.
4.
10.
Antônio Prado
Bento Gonçalves
Caxias do Sul
Farroupilha
Flores da Cunha
Garibaldi
Guaporé
Nova Prata
Veranópolis
ESTADO DE MATO GROSS<
Zona dos Campos Ce?ttrais
Caràzinho
Cruz Alta
Júlio de Castilhos
Passo Fundo
Soledade
Tupanciretã
Lajeado
Montenegro
Novo Ham urgo
Santa Cruz do Sul
Santo Antônio
São Leopoldo
Sobradinho
Taquara
Taquari
Venâncio Aires
Zona da Colônia Alta
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Zona dos Campos de Vacaria
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Zona da Depressão Central
11.
Zona do Alto Uruguai
1.
2.
3.
4.
ESTAPO DO RIO GRANDE DO SUL
1.
Arroio Grande
Camaquã
Jaguarão
Pelotas
São Lourenço do Sul
Tapes
1. Erexim
2. Getúlio Vargas
3. Ijuí
4. Iraí
5. Marcelino Ramos
6. Palmeira das Missões
7. Santa Rosa
8. Sarandi
9 ~ Três Passos
Zona dos Campos de Lajes
1.
2.
3.
4.
5.
Zona da Encosta do Sudeste
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Zona de Oeste
1.
8.
Caçador
Capinzal
Joaçaba
Piratuba
Tangará
Videira
Concórdia
Alegrete
Bajé
Cacequi
Dom Pedrito
Livramento
Guaraí
Rosário do Sul
São Gabriel
Uruguàiana
1. Caçapava do Sul
2. Canguçu
3. Encruzilhada do Sul
·4. Erval
5. Lavras do Sul
6. Pinheiro Machado
7. Piratini
Zona do Rio do Peixe
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
'r.
Campo Alegre
Canoinhas
Itaiópolis
Mafra
Pôrto União
São Bento do Sul
Itaqui
Santiago
Santo Angelo
São Borja
São Francisco de Assis
São Luís Gonzaga
Zona da Serra do Sudeste
5.
Zona de Canoinhas
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
Zona da Campanha
4.
1. Araranguá
2. Criciúma
3. Imaruí
4. J aguaruna
5. Laguna
6. Orleães
7. Tubarão
8. Turvo
9. Uruçanga
Rio Pardo
Santa Maria
São Jerônimo
São Pedro do Sul
São Sepê
Viamão
Canoas
Zona das Missões
Zona de Florianópolis
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
4.
Gaspar
Ibirama
Indaial
Ituporanga
Rio do Sul
Rodeio
Taió
Tlmbó
Aquidauana
Bela Vista
Bonito
Nloaque
Zona da Colônia Baixa
1.
2.
3.
4.
5.
~-
Arrolo do Meio
Caí
Candelária
Canela
Encantado
Estrêla.
8.
Zona da Baixada Norte
1.
2.
3.
4.
5.
Cáceres
Nossa Senhora do L
Poconé
Santo Antônio do I
Várzea Grande
LE'IS
?ardo
Maria
rerônimo
?edro do Sul
3epê
ão
7.
8.
9.
10.
1
11.
12.
13.
14.
15.
16.
ts
r
Missões
Lajeado
Montenegro
Novo Hamburgo
Santa Cruz do Sul
Santo Antônio
São Leopoldo
Sobradinho
Taqua ra
Taquari
Venâncio Aires
E
RESOLUÇõES
9.
ESTADO DE GOIAS
1.
ago
Angelo
3orja
lrancisco de Assis
.uís Gonzaga
Zona da Colônia Alta
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
ite
ui
Pedrito
nento
Antônio Prado
Bento Gonçalves
Ca xias do Sul
Farroupilha
Flores da Cunha
Garibaldi
Guaporé
Nova Prata
Veranópolis
iÍ
ÇU
~ilhada
1.
"2 .
"3 .
4.
Vargas
,no Ramos
ra das Missões
Rosa
5.
L
rampos de Vacaria
ps da Serra
jVermelha
~ncisco de Paula
6.
ho
lta
e Castilhos
2.
7.
fretã
olônia Baixa
1o Meio
ria
,do
8.
6.
Zona da Baixada Norte
1.
2.
3.
4.
5.
7.
Aquidauana
Bela V~ista
Bonito
Nioaque
Cáceres
Nossa Senhora do Livramento
Poconé
.
Santo Antônio do Leverger
Várzea Grande
Cavalcante
Corumbá de Goiás
Cristalina
Formosa
Luziânia
Pirenópolis
Planal tina
Zona de Taguatinga
1.
2.
3.
8.
Caldas Novas
Catalão
Corumbaiba
Cumari
Goiandira
Ipameri
Leopoldo Bulhões
Orizona
Pires do Rio
Santa Cruz de Goiás
Sil vânia
Suçuapara
Urutaí
Vianópolis
Zona do Planalto
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Barra do Bugres
Mato Grosso
Zona da Encosta Sul
1.
2.
3.
4.
'undo
9.
10.
11 .
12.
13.
14 .
Zona da Encosta N oTte
1.
Íampos Ce?ttrais
Aparecida do Tabuado
Camapuã
Coxim
Paranaíba
Ribas do Rio Pardo
Três Lagoas
Buriti Alegre
Edéia
Goiatuba
Guapó
Hidrolândia
Itum biara
Morrinhos
Palmeiras de Goiás
Piracanjuba
Pontalina
Zona Sudeste
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Amambai
Campo Grande
Dourados
Maracaju
Ponta Porã
Rio Brilhante
Rochedo
Zona Sudoeste
1.
2.
3.
4.
5.
6.
:tSSOS
5.
A urilândia
Baliza
Caiapônia
Iporã
Mineiros
Zona Sul
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Alto Araguaia
Guiratinga
Poxoreu
Zona ' de Campo Grande
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
lto Uruguai
4.
Barra do G a r ç as
Cuiabá
Diamantino
Rosário Oeste
Araguacema
Filadélfia
Pedro Afonso
Pôrto Nacional
Miracema do Norte
Tocantinópolis
Zona do Alto Araguai a
1.
2.
3.
4.
5.
Zona Leste
1.
2.
3.
Grande
,u ã
ão
1
3.
Aragua tins
Itaguatins
Zona Norte
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Aripuanã
Zona · da Chapada
1.
2.
3.
4.
do Sul
ro Machado
li
mrenço do Sul
2.
Zona de Aripuanã
1.
do Sul
:ncosta do Sudeste
2.
ESTADO DE MATO GROSSO
;erra do Sudeste
:tva do Sul
Zona do Araguaia-Tocantins
1.
11.
Campanha
,o do Sul
rabriel
tá iana
Zona da Baixada Sul
1. Corumbá
2. · Miranda
3. Pôrto Murtinho
Dianópolis
Natividade
Tagua tinga
Zona do Paraná
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Arraias
Chapéu
Paraná
Posse
São Domingos
Sitio da Abadia
551
552
9
BOLETIM GEOGRáFICO
Zona do ALto Tocantins
o
1.
2.
3.
4.
5.
10
Itapaci
Peixe
Poranga tu
Niquelândia
Uruaçu
Zona Sudoeste
o
1°0
2o
3.
4.
5o
Jataí
Paraúna
Quirinópolis
Rio Verde
Santa Helena de Goiás
11 .
Zona do " Mato Grosso de Goiás,..
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Anápolis
Anicuns
Firminópolis
Goiás
Goiânia
Inhunias
Itaberaí
Itauçu
Jaraguá
Nerópolis
Nazário
Petrolina de Goiás
Uruana
Trindade
-'
•
~
O Serviço Central de Documentação Geográfica do Conselho Nacional de , Geografia é
completo, compreendendo Biblioteca, Mapoteca, Fototeca e Arquivo Corográfico, destinando-se êste à guarda de documentos como sejam inéditos e artigos de jornais. Envie ao
Conselho qualquer documento que possuir sôb~e o território brasiJeiro.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ES"rATfSTICA
PRESIDENTE
Desembargador FLOBINCIO CARLOS Dlll ABBliiU lll SILVA.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatútica, criado pelo Decreto n.0 14 609, de 8 dtJ julho de 19~4. ' uma entidade dtJ natureza federativa, &ubordinada diretamente a Presidancia da República. Tem por fim, mediante a progressiva arti~o ' cooperação daa
tr~• ordena administratizas da organização polfttca da República e da iniciativa particular, promover e jazer ezecutar, ou orientar Qcnica·
mente, em regime racionalizado, o levantamento sistemático de tDda& a& estatfsticaa nacionais, bem como incentivar e coordenar a& ati17idadea
geográfica& dentro do Pafs, no sentido de estabelecer a cooperação geral para o conhecimento met6dico e sistematizado do territ6rio bra&ileire.
Dentro do seu campo de atiridade&, coordena 01 diferentes aerriçoa de estatística e de geografia, fixa diretivas, estabelece norma& tknicaa, fGJ
diuulgações, propõe reforma&, recebe, anali111 e utiliza auge8fõea, forma upecialista&, prepara ambiente faworásel a. iniciativa• necu&4riaa, rediJo
mando, em benejfcio doa aeua objetiwos, a colaboração da& tr 6rbita& de gotb'no e oa esjorçoa conjugadoa de todoa oa brasileiro& dtJ boa tontadl
ESQUEMA ESTRUTURAL
A formação estrutural do Instituto compreende dois sistemas
permanentes, o dos Servicos Estatísticos e o dos Serviços Geográ·
fcos - e um de organização periódica - o dos Serviços Censitários,
I - SISTEMA DOS SERVIÇOS ESTATÍSTICOS
O Sistema dos Serviços Estatísticos compõe-se do Conselho Na·
cional de Estatística e do Quadro Executivo.
A - CoNSELHO NACIONAL DB EsTATÍSTICA, órgão de orientação e
coordenação geral, criado pelo decreto n.o 24 609, de 6 de julho
de 1934; consta de:
1. Um "óRGio ADMINISTRATIVO", que é a Secretaria-Geral do
Conselho e do Instituto.
2. "óRGios DELmERATIVos", que são: AuemblM Geral, com·
posta dos membros da Junta Executiva Central, representando a
União, e dos presidentes das Juntas Executivas Regionais, representando os estados, o Distrito Federal e o território do Acre (reúne-se anualmente no mês de julho) a Junta Executiva Central com·
posta do presidente do Instituto, dos diretores das cinco Repartições
Centrais de Estatística; representando os respectivos Ministérios, e
de representantes designados pelos Ministérios da Viação e Obras
Públicas, Relações Exteriores, Guerra, Marinha e Aeronáutica (reúnese ordinàriamente no primeiro dia útil de cada quinzena e delibera
ad referendum da Assembléia Geral; as Junta& Executivaa Regionai1,
no Distrito Federal, nos estados e no território do Acre; de compo·
sição váriável, mas guardada a possível analogia com a J. E. C.
(reúne-se ordinàriamente no primeiro dia útil de cada quinzena).
3. "óRGios OPINATIVOS",subdivididos em Comiaa1l'ea Ticnicaa,
isto é, "Comissões Permanentes" (estatísticas fisiográficas, estatísticas demográficas, estatísticas econômicas, etc.) e tantas" Comissões
Especiais" quantas necessárias, o Corpo de Oonsultorea Técnico•, composto de 24 membros eleitos pela Assembléia Geral.
B-
QuADRO ExECUTIVO (cooperação federativa):
1. "oRGANIZAçio FEDERAL", isto é, as cinco Repartições Cen·
trais de Estatística - Serviço de Estatística Demográfica, Moral e
Política (Ministério da Justiça), Servico de Estatística da Educação e
Saúde (Ministério da Educação), Serviço de Estatística da Previ·
dência e Trabalho (Ministério do Trabalho), Serviço de Estatística
da Produção (Ministério da Agricultura) Serviço de Estatística Econômica e Financeira (Ministério da Fazenda), e órgãos cooperadores:
Servicos e Secções de Estatística especializada em diferentes departamentos administrativos.
2. "oRGANIZAçio BliiGIONAL",isto é, as Repartições Centrais de
Estatística Geral existentes nos estados - Departamentos Estaduais
de Estatística,- no Distrito Federal e no território do Acre- Depar·
tamentos de Geografia e Estatística,- e os órgãos cooperadores: Ser·
viços e Secções de Estatísticas especializadas em diferentes depar·
tamentos administrativos regionais.
3. "ORGANIZAÇÃO LOCAL",isto 6, OS Departamentos OU Servicos
Municipais de Estatística, existentes nas capitais dos estados, e as
Agências nos demais municípios.
li - SISTEMA DOS SERVIÇOS GEOGRÁFICOS
O sistema dos Serviços Geográficos compõe-se do Conselho Nacional de Geografia e do Quadro Executivo.
A - CoNsELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA, órgão de orientacão e
coordenação, criado pelo decreto n.0 1 527, de 24 de marco de
1937, consta de:
1. Um "óRGÃO ADMINISTRATIVO", que é a Secretaria-Geral do
Conselho.
2. "ÓRGÃOS DELmERATivos", ou seja a Aasembltia Geral, com·
posta dos membros do Diretório Central, representando a União, e dos
presidentes dos Diretórios Regionais, representando os estados e o
território do Acr~ (reúne-se anualmente no mês de julho): o Dire·
16rio Central, composto do presidente do Instituto, do secretário
geral do C. N. G., de um delegado técnico de cada Ministério, de um
representante especial do Ministério da Educação e Saúde pelas inJo
tituiçlles do ensino da Geografia, de um representante especial do Mi·
nistério das RelaçOes Exteriores, de um representante do govêrno municipal da capital da República e de um representante do C. N. G.
(reúne-se ordinàriamente no terceiro dia útil de cada quiDJena) 01
Diret6rio• Regionaia, nos estados e no território do Acre, de composição variável, mas guardada a possível analogia éom o D.C. (reúnem·
se ordiru.riamente uma vez por mês).
3. "óRGÃOS OPINATIVOS", isto é, Comi11õu Técnica&, tantu
quantas necessárias, e Corpo de Conaultore• Técnicos, subdividido em
Consultoria Nacional, articulada com o D. C. e 21 Co~ultoriu Regionais, articuladas com os respectivos D. R.
B -
QUADRO EXECUTIVO (cooperacão federativa):
1. "ORGANIZAÇÃO I'EDERAL", com um órgão executivo centralServiço de Geografia e Estatística Fisiográfica do Ministério da
Viacão - e órgãos cooperadores - serviços especializados d01 Ministérios da Agricultura, Viação, Trabalho, Educação, Fuenda,
Relações Exteriores e Justiça1 e dos Ministérios Militares, (cola·
boracAo condicional).
2. "ORGANIZAÇÃO BliiGlONAL", isto é, as repartições e institutoe
que funcionam como órgãos centrais de Geografia nos estados.
3. "ORGANIZAÇÃO LOCAL", os Diretórios Municipais, Corpoe de
Informantes e Serviços Municipais com atividades geográficas.
III- SISTEMA DOS SERVIÇOS CENSITÁRIOS
O Sistema dos Serviços Censitários compõe-se de órgãos delibera·
tivos - as Comissões Censitárias - e de órgãos executivos, cujo COD•
junto é denominado Berrico Nacional de Reunseamento.
A -
Co~uss!Sll:s
CliiNSITÁRIAB:
1. A Comissão Ce~itária Nacionai, órgão deliberativo e controlador, compõe-se dos membros da Junta Executiva Central do Conselho Nacional de Estatística, do secretário do Conselho Nacional de
Geografia, de um representante do Conselho Atuarial e de três outro.
membros - um dos quais como seu presidente e diretor doa trabalh01
censitários- eleitos por aquela Junta em nome do Conselho Nacioual
de Estatística, verificando-se a confirmação dos respeetiv01 111&11datos mediante ato do Poder Executivo.
2. As 22 ComissGes Censitárias Regionais, órgãos orientadore1
cada uma das quais se compõe do delegado regional do Recensea·
mento como seu presidente, do diretor em exercício da repartic&o
central regional de Estatística e de um representante da Junta &ecuti~a Regional do Conselho Nacional de Estatística.
3. As Comissões Censitárias Municipais, órgãos cooperadoree
cada uma das quais constituída por três membros efetivos - o prefeito municipal como seu presidente, o delegado municip3l do Recenseamento e a mais graduada autoridade judiciária local, além de
membros colaboradores.
B - SERVICO NACIONAL Dlll RECENSEAMENTO
1. A "DIBlllçio CENTRAL", composta de uma Secretaria.
Divisão Administrativa, da Divisão de Publicidade e da DiVlllo
Técnica.
• 2. As "DELEGACIAS REGIONAIS'', uma em cada unidade da
Federação.
3. As "DELEGACIAS SECCIONAIS", em nÚmero de 117, abran•
gendo grupos de municípios.
4. As "DELEGACIAS MUNICIPAIS".
5. 0 "CORPO DE. BJIICIDNSEA.DORES",
Sede do CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA- Avenida Beira-Mar; 436- Edifício fguasu
Seda do INSTITUTO - Av. Franklln Roosevel~ 166
ÁREA E POPULAÇÃO DO
ÁREA E POPULAÇÃO ABSOLUTA E RELATIVA DAS UNIDADES }'EDERADAS
E DAS GRANDES REGIÕES DO BRASlL
ÁREA- 1952
POPULAÇÃO (1.0 ·VII-1950)
Relativa
UNIDADES FEDERADAS
Absoluta
(km 2)
o/o. das
% do
Brasil
Regiões
242 983
Guapor6 . . . ... . ...... .. ... . . .. ..
152 589
Acre .. ......... . ... . . . .. . .. . ·.. .
Amazonas .... . . .. ... .. . . . . ..... 1 583 281
3 192
Região a ser demarcada AM{PA..
230 660
4. Rio Branco ..... . .... ...... .....
5. Pará . ... ... .. ...... ... ..... . ... 1 229 983
137 303
6. Amapá ... . . .. .. .. .... .... . . . . . .
::!,85
1,79
18,60
0,04
2,71
14,45
1,61
6,79
4,26
44,23
0,09
6,44
34,36
3,83
Norte . . ... .. ......... .. .... :.
3 579 991
42,05
7. Maranhão. .. ... ..... .. . .. ... .. .
8. Piauí. ... . .. . ..... . . . .... ..... ..
Região a ser demarcada PI/CE ...
Ceará . . .. .. . ...... . .... . .. .. . ..
Rio Grande do Norte . . . .. . . . . . .
Paraíba ............. ... . ..... . .
Pernambuco . . ......... . .. . .....
Alagoas . .. ....... : ........ . .. . .
Fernando do Noronha ... .... .. . .
332 174
251 683
2 460
147 895
53 069
56 556
98 079
27 793
(1)
27
Nordeste ... ...... ...... .. .. . .
15. Sergipe .... . : ...... .. ... . ... ....
16. Bahia ... .. .. . ..... .. ..... . . ... .
17. Minas Gerais .............. . .. . .
Densidade
de
população
2
% das hab/km
Regiões
Relativa
Absoluta
(hab.)
% ilo
Brasil
-
0,07
0,22
0,99
2,00
6,22
27,87
0,04
2,16
0,07
0,98
60,90
2,03
0,08
0,91
0,27
100,00 1 844 655
3,55
100,00
0,52
3,90
2,96
0,03
1,74
0,62
0,66
1,15
0,33
0,00
34,26 1 583 248
25,96 1 045 696
0,25
15,25 2 695 450
5,47
967 921
5,83 1 713 259
10,11 3 395 185
2,87 1 093 137
0,00
581
3,05
2,01
5,19
1,86
3,30
6,54
2,11
0,00
12,67
8,37
4,77
4,15
21,57
7,75
13,71
27,17
8,75
0,01
18,23
18,24
30,29
34,62
39,33
21,52
969 736
11,39
100,00 12 494 477
24,06
100,00
12,88
0,26
Região a ser demarcada MG/ES . .
18 . Espírito Santo .... .. .. . .. . . .. . ..
19. Rio de Janeiro ... . . ....... . . . . ..
20, Distrito Federal ... ... . .... .. . . ..
22 027
563 367
581 975
10 137
(2) 39 577
42 588
1 356
6,84
0,12
0,46
0,50
0,01
1,75
44,67
46,15
. 0,80
3,14
3,38
0,11
644 361
4 834 575
7 717 792
160 072
861 562
2 297 194
2 377 451
1,24
9,31
14,86
0,30
1,66
4,42
4,53
3,41
25,59
40,85
0,85
4,56
12,16
12,58
29,25
8,58
13,26
15,79
21,77
53,94
1 753 28
Leste .... . .. . ... ·.. .... . . . . . . .
1 261 027
14,81
100,00 18 893 007
36,37
100,00
14,98
São Paulo .. .. . . .... ........ ....
Paraná .. . ............ ... . .. .. ..
Santa Catarina ... ... . . . .. . . ... .
Rio Grandf> do Sul . .. .. . . . . . . . ..
247 222
200 857
94 798
282 480
2,90
2,36
1,11
3,32
9 134 423
2 115 547
1 560 502
4 ~64 821
17,59
4.07
3,00
8,02
53,81
12,46
9,19
24,54
36,95
10,53
16,46
14,74
Sul ... . .. .. . .. ............. . .
825 357
9,69
100,00 16 975 293
32,68
100,00
20,57
25 . Mato Grosso . . . . .. ..... ..... . . .
26 . Goiás .. .. . ... .. .. . ......... ... .
1 254 821
622 912
14.74
7,32
522 044
l 214 921
1,00
2,34
30,05
69,95
0,42
1,95
1 877 733
22,06
100,00 1 736 965
3,34
100,00
0,93
1.
2.
3.
9.
10.
11.
12.
13 .
14 .
21.
22.
23.
24 .
Centro-Oeste . . . ... . ...... . . . .
.~
BRASIL. .. ... . .. . . . . .. ... . .
1
8 5 3 844
6,6~
100,00
29,95
24,34
11,48
34,23
66,R3
33,17
-
36 935
114 755
514 099
18 116
1123 273
37 477
51 944 397
------
-
100,00
-
-
·-
-
0,15
0,75
0,32
-
6,10
-----
ÁREAS(L) Inclui as árt>as dos penedos São Pedro e São Paulo c do a tol das Rocas.
(2) Iuclu i as áreas das ilhas de Tnndade e Martim Va z.
POPULAÇÃO R ecenseamento Geral do Brasil -
1. 0 de julho de 1950.
Serviço Grájtco do I. B. G. E.- 18.920
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