Protocolo 323

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FITOMASSA SECA DE TOMATEIRO ‘CALINE IPA 6’
SUBMETIDO A DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO
J. A. Silva1; R. S. Ferreira2; N. M. S. Cavalcanti3; I. M. Oliveira4; A. S. Melo4
RESUMO: Objetivou-se, com este trabalho, avaliar a fitomassa do tomateiro “caline IPA 6”
cultivado sob taxas de reposição hídrica. O experimento foi realizado no Setor de Fruticultura e
Ecofisiologia Vegetal, pertencente ao Campus IV da Universidade Estadual da Paraíba, no
município de Catolé do Rocha-PB. Foram avaliadas cinco taxas de reposição hídrica da cultura
(L1: 50%, L2: 75%, L3: 100%, L4: 125% e L5: 150% da evapotranspiração de referência ETo). O
delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro
repetições, sendo cada parcela constituída por nove plantas úteis. A ETo foi calculada pelo
modelo de Penman-Monteith. As variáveis analisadas foram: número de flores planta-1,
fitomassa da parte aérea, fitomassa da raiz, relação fitomassa da parte aérea/raiz. Elevadas taxas
de irrigação em ETo contribui para maiores valores na partição da fitomassa da planta e no
aumento da incidência de flores.
Palavras-chave: Hortaliça, reposição hídrica, evapotranspiração.
BIOMASS DRY TOMATO 'CALINE IPA 6' BLADES
UNDER DIFFERENT IRRIGATION
ABSTRACT: The objective of this work was to evaluate the dry matter of tomato "Caline IPA
6" grown at rates of fluid. The experiment was performed at the Fruit and Plant Ecophysiology,
Campus IV belonging to the State University of Paraiba, Catolé in the city of Rock-PB. We
evaluated five rates of fluid culture (L1: 50%, L2: 75%, L3: 100%, L4, L5 and 125%, 150% of
reference evapotranspiration ETo). The experimental design was randomized blocks, With five
treatments and four replications, each plot consisted of nine plants. The ETo was calculated by
the Penman-Monteith model. The variables analyzed were: number of flowers plant-1, aerial
biomass, root biomass, biomass ratio of root / shoot. High rates of ETo irrigation contributes to
higher values in the partition of the plant biomass and increased incidence of flowers
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias, UEPB, Campina Grande, PB.
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande, PB. .....
3
Graduada em Ciências Agrárias, UEPB, Catolé do Rocha-PB.
4
Graduando em Ciências Agrárias, UEPB, Catolé do Rocha, PB.
5
Prof. Doutor do Departamento de Agrárias e Exatas, UEPB, Catolé do Rocha, PB
2
J. A. Silva et al.
INTRODUÇÃO
Dentre as hortaliças cultivadas no Brasil o tomate é a mais importante, considerando-se os
aspectos socioeconômicos, ocupando o segundo lugar entre as hortaliças no Brasil ficando atrás
somente da batata, sendo cultivado em todas as regiões do país (Paula Júnior et al., 2007).
Com relação aos estádios fenológicos da cultura, os que apresentam maior sensibilidade à
deficiência de água no solo são o início da frutificação e o início do desenvolvimento dos fruto,
(Monte, 2007). Individualmente, a água é o fator que apresenta maior influência nas
características de crescimento e desenvolvimento dos vegetais (Floss, 2004). Os fatores do
meio ambiente que mais influenciam a composição e qualidade da parte aérea e dos frutos
de tomate são luminosidade, temperatura e umidade relativa (Filgueira, 2008).
A escassez de umidade do solo, devido a períodos secos prolongados, ou a manejo errado da
irrigação, provoca abortamento de flores e queda dos botões florais e quando há excesso de
umidade, incrementar-se-ão o apodrecimento e o rachamento de frutos, assim como a
aparecimento de fungos causadores de doenças no tomateiro (Naika et al., 2006).
Objetivou-se avaliar a fitomassa do tomateiro ‘CALINE IPA 6’ submetido a diferentes
lâminas de irrigação no semiárido Paraibano.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em condições de campo no Setor Experimental de Fruticultura e
Ecofisiologia Vegetal pertencente ao Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA), Campus IV
da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado no município de Catolé do Rocha, PB.
Os tratamentos utilizados foram cinco lâminas de irrigação L1: 50%, L2: 75%, L3: 100%, L4:
125% e L5: 150% da evapotranspiração de referência (ETo), sendo esta calculada pelo modelo
de Penman-Monteith. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com
quatro repetições, sendo cada parcela constituída de nove plantas úteis.
Para obtenção das mudas do tomateiro, utilizou-se sementes da cv. ‘Caline IPA 6’, onde foram
semeadas em bandejas de isopor com dimensão da célula de 34 x 65cm. Após a germinação das
sementes realizou-se desbaste, deixando a plântula mais vigorosa. Posteriormente, as mudas foram
transplantadas para o campo quando atingiram uma altura de 10 cm com três a quatro folhas bem
definidas, utilizando espaçamento de 1 x 0,55 m entre fileiras.
A adubação de fundação foi feita uma semana antes do transplantio das mudas,
incorporando-se 50g de superfosfato simples + um litro de esterco bovino por cova. As capinas
foram realizadas manualmente para controle das ervas daninhas. Foi realizado fertirrigação com
solução composta por 400g de cloreto de potássio, 400g de uréia e 1/3 de Vitan, diluído em 10
litros de água, colocando-se 75 mL por cova. As pragas e doenças foram controladas pelo
método químico, assim que atingiam o nível de dano econômico, com exceção para os ácaros,
os quais foram controlados por pulverizações químicas de forma preventiva.
Os dados utilizados na estimativa da ETo (Evapotranspiração de referência) foram coletados,
diariamente na Estação Agrometeorológica automatizada, próximo à área experimental. A
J. A. Silva et al.
irrigação foi realizada pelo método localizado, por meio de gotejadores com vazão de 2,4 L h-1,
a água utilizada no experimento foi proveniente de poço localizado próximo à área.
A evapotranspiração de referência (ETo) foi calculada pelo modelo de Penman-Monteith
padronizado por Allen et al. (1998). A lâmina bruta, a intensidade de irrigação e o tempo de
irrigação foram calculados de acordo com Mantovani et al. (2006).
As variáveis analisadas foram: número de flores (NF), fitomassa da raiz (FR), fitomassa da
parte área (FPA), fitomassa da parte área/raiz (FPAR). Foram contabilizadas o número de flores
durante as coletas, as raízes e a parte área foram coletadas e em seguidas foram colocadas numa
estufa com a temperatura de 65ºC por 48h, até atingirem a fitomassa constante. Logo em
seguida foram retiradas da estufa e pesada em uma balança eletrônica de precisão ± 0,01g, em
câmara fechada. A fitomassa da parte aérea com a raiz foi quantificada no final da pesquisa,
onde foram coletadas todas as plantas do campo e colocadas em estufa de circulação de ar
forçado a 65°C, por 48 horas. Logo em seguida foram retiradas da estufa e pesado em uma
balança eletrônica de precisão ± 0,01g e o resultado foi obtido em gramas.
Os dados das variáveis respostas foram submetidos à análise de variância pelo teste F até 5% de
significância e os modelos de regressão ajustados de acordo com o coeficiente de determinação até
5% de significância (Storck et al., 2000) utilizando o programa estatístico SAEG 9.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o número de flores (NF), nota-se na figura 1 o comportamento polinomial para todas as
lâminas de irrigação, constatando picos de floração semelhantes aos 61 DAS, com 17 flores
planta-1 na maior lâmina (150% ETo.) e na menor lâmina (50% ETo) com 11 flores planta-1. Os
resultados encontrados neste trabalho são inferiores aos encontrados por Leite et al. (2003), que
trabalhando com a cv “Santa Clara” sem restrições hídricas, observaram 64 flores por planta.
Picanço et al. (1998) mencionaram que o abortamento de flores pode está associado a produção
insuficiente de fotoassimilados em relação ao grande número de flores produzidas.
A FTPA e FTR (figura 2A e 2B) foram influenciadas significativamente pelas lâminas de
irrigação (p < 0,01). Na figura 2A, verifica-se que esta variável ajustou-se ao modelo linear
crescente, aumentando-se a fitomassa à medida que se aumentaram as lâminas de água,
encontrando-se valores de 121,17 e 204,75g com as lâminas de 50 e 150 % da ETo,
respectivamente, constatando-se na maior lâmina (150% ETo) acréscimo de 69% em relação a
menor (50 % ETo).
Na figura 2B, vê-se que a FTR apresentou comportamento semelhante a FTPA, encontrandose fitomassa de 13,59g na menor lâmina (50% ETo) e 18,72g na maior lâmina de irrigação (150
% ETo), verificando-se na maior lâmina incremento de 38 % em relação à menor lâmina.
Na variável FTPAR (figura 3) não foi constatada influência das lâminas de irrigação (p > 0,05)
constatando-se comportamento linear crescente com o aumento das lâminas, obtendo valores de
8,88 e 10,95g com as lâminas de 50 e 150 % da ETo, respectivamente, com acréscimo de 23% na
maior lâmina em relação à menor. Welber et al. (2010), trabalhando com diferentes coberturas de
solo encontraram valor máximo de 300g para a fitomassa da parte aérea.
J. A. Silva et al.
CONCLUSÃO
Elevadas taxas de irrigação em ETo contribui para maiores valores na partição da fitomassa
da planta e no aumento da incidência de flores.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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comercialização de hortaliças. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2008. 402p.
FLOSS, E.L. Fisiologia das plantas cultivadas. Passo Fundo: Editora da UPF. 2004. 536p.
LEITE, G.L.D.; COSTA, C.A.; ALMEIDA, C.I.M.; PICANÇO, M. Efeito da adubação sobre a incidência
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448-451, julho-setembro 2003.
MONTE, J. A.; Manejo de irrigação na cultura do tomateiro em campo, na região de Seropédica-RJ.
Seropédica, 2007- 52 p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Instituto de Agronomia – UFRJ.
NAIKA, S.; JEUDE, J. V. L.; GOFAU, M.; HILMI, M.; DAM, B. V. A cultura do tomate: produção,
processamento e comercialização. 1ª Ed. Wagningen: Fundação Agromisa, 2006. 104p.
PAULA JÚNIOR, T. J; VENZON, M. 101 culturas: manual de tecnologias agrícolas. Belo Horizonte:
EPAMIG, 2007.
PICANÇO, M.; LEITE, G. L-D. GUEDES, R. N. C; SILVA, E. A. Yield Loss in Trellised tomato
affected by incecticidal sprays and plant spacing. Crop Protection. V. 17, n-5, p. 447-452, 1998.
SANTANA, M. J.; VIEIRA, T. A.; BARRETO, A. C.. Efeito dos níveis de reposição de água no solo na
produtividade do tomateiro. Horticultura Brasileira. Brasília. v.27, n.2, p. 1378-1384. 2009.
STORCK, L; GARCIA, D.C; LOPES, S.J; ESTEFANEL, V. Experimentação agrícola. Santa Maria:
Editora da UFSM, 2000. 198p.
WEBER, L, R, A. Analise do crescimento de tomate ‘SM-16’ cultivado sob diferentes coberturas de solo,
92 t, l 2010
Figura 1. Número de flores (Figura 1A) (NF) e em tomateiro cv. Caline IPA 6 sob taxas de reposição
hídrica, Catolé do Rocha – PB, 2012.
J. A. Silva et al.
A)
B)
Figura 2. Fitomassa da raiz (Figura 2A) (FTPA) e Fitomassa da parte aérea (Figura 2B) (FTR) em
tomateiro cv. Caline IPA 6 sob taxas de reposição hídrica, Catolé do Rocha – PB, 2012.
Figura 3. Fitomassa parte aérea/raiz (Figura 3A) (FTPAR) e em tomateiro cv. Caline IPA 6 sob taxas de
reposição hídrica, Catolé do Rocha – PB, 2012.
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