(portugues.llco.org) Há aqueles que, erradamente, pensam que o revisionismo é simplesmente se afastar da ortodoxia, “revisar” uma tradição. Essa é uma visão incorreta sobro o que é o revisionismo em um contexto marxista. Nã devemos tratar os escritores marxistas da mesma maneira que os acadêmicos medievais da Igreja Católica tratavam Aristóteles. Mao tinha razão tinha razão quando disse que temos que nos opor à adoração de livros. Não podemos citar os clássicos do marxismo da mesma maneira que os jesuítas citam a bíblia. O Marxismo não é um dogma, é simplesmente a Ciência Revolucionária (dos Trabalhadores e oprimidos de todo o Mundo). O Marxismo não é mais que aplicar a Ciência na tarefa da libertação total, na tarefa de alcançar o Comunismo. Como qualquer Ciência, a ciência revolucionária evolui com o tempo. Se qualquer desvio das obras originais de Marx fosse um exemplo de revisionismo, então tudo que foi publicado depois da vida de Marx seria revisionista. Esse não é o caso. Então, o que é o Revisionismo? O Revisionismo é simplesmente “revisar” as obras Marxistas. ÀS vezes, sim, temos que “revisar” com o fim de avançar a Ciência. Um pouco de “revisão” é bom. O Marxismo às vezes requer que nos afastemos dos revolucionários clássicos. O revisionismo é uma coisa muito diferente. O Revisionismo é revisar o coração revolucionário do Marxismo. Os revisionistas são os que mudam a Ciência Revolucionária pro lado contrário. Em essência, é dar uma nova cara “marxista” pra contrarrevolução e pra opressão. Os Revisionistas “balançam uma bandeira vermelha pra se opor à Bandeira Vermelha.” Existem diferentes tipos de revisionismo. Em geral, se interpõem e se interligam um com o outro. 1) REFORMISMO: Os reformistas dizem, basicamente, que não precisamos de Revolução. Dizem que o sistema pode ser reformado gradualmente. Eles pensam que podem chegar ao socialismo (e ao comunismo) através de meios legais e parlamentares. Eles não veem o Estado atual como instrumento de dominação da classe reacionária. Eles entendem esse Estado como um agente neutro ou um meio independente que está acima da Luta de Classes. Partindo desse ponto de vista, o Estado reacionário poderia ser conquistado, o Estado reacionário seria um lugar onde os antagonismos de classe poderiam ser negociados. As forças populares poderiam, pouco a pouco, estender sua influência sobre o Estado através dos meios legais, por esse entendimento. Eles acreditam que as forças populares podem ser eleitas, que podem mudar as coisas através de grupos de pressão et cetera. Isso está relacionado com a opinião de que a consciência comunista evolui espontâneamente a partir de lutas econômicas, como melhores salários. Esse gradualismo e evolucionismo formaram a linha dos revisionistas da Segunda Internacional. Às vezes, essas forças se apresentam como “socialdemocratas”. Lênin criticou duramente esses revisionistas. Lênin defendeu um outro ponto de vista, mais avançado, sobre o Estado. Lênin passou por cima da ideia de que “o Estado é neutro.” (Ao contrário,) Sempre é uma ditadura de uma classe contra outra. O Estado é sempre um agente de opressão. Não pode ser capturado pelas forças revolucionárias em sua forma atual. Não pode ser pacificamente retirado da reação. Há um conto de um homem que jogou sua sacola de ouro no mar e se jogou no mar pra recuperá-la. Ele acaba se afogando. Seria ele dono do ouro? O foi o ouro que virou dono dele? Essa é a natureza do Estado reacionário. Os revolucionários que tentam entrar no Estado terminam se perdendo pelo processo. Não capturam o Estado, o Estado captura eles. Em vez disso, o velho Estado deve ser destruído. Um segundo Poder tem que ser construído dentro da sociedade pra vencer sobre o velho poder. Um Novo Poder deve ser construído partindo da raiz. Um Novo Poder deve ser implantado no lugar do velho poder. Esse Novo Poder é a Order do Proletariado. Estar de acordo com o reformismo é negar o Novo Poder; 2) SOCIAL-IMPERIALISMO/SOCIAL-FASCISMO: Tem também aqueles que estufam o peito pra dizer que são Marxistas, no entanto, defendem o imperialismo. Embalam seu próprio imperialismo em uma bandeira vermelha. Os social-imperialistas originais foram os social-democratas da Segunda Internacional. Os social-democratas alemães e franceses apoiaram os esforços de guerra de seus países imperialistas na Primeira Guerra Mundial. Eles pensavam que uma vitória na guerra beneficiaria os trabalhadores de seus próprios países. Trataram de defender os interesses de seus próprio povos com os lucros da guerra imperial. Os revisionistas puderam seus primeiros países à frente do Proletariado Mundia. Esses social-democratas foram estritamente nacionalistas. Seguindo o caminho contrário, Lenin foi internacionalista. Lenin defender a política do “derrotismo revolucionário”.pros países imperialistas. Lenin buscou a derrota do imperialismo czarista com a esperança de que uma derrota pro seu país imperialista pudesse levar a uma situação revolucionária. Ao contrário de Lenin, os revisionistas da Segunda Internacional foram os social-imperialistas e social-fascistas de seus dias. Foram socialistas no nome, mas imperialistas e fascistas em realidade. Outros tipos de social-imperialismo existiram. Por exemplo, a União Soviética deixou de avançar em direção ao Comunismo na segunda metade do século XX. A burocracia soviética se converteu na nova classe capitalista. Começou a implantar políticas capitalistas. Apesar de que posavam de socialistas, se comportavam como uma grande potência imperialista. Exploraram outros países (como Cuba, que deixou de se desenvolver pra preservar o açúcar na locomotiva de sua economia). Eles impuseram sua própria ordem colonial através de algumas partes do Terceiro Mundo. Da mesmíssima forma que os imperialistas que existiram antes deles, a URSS e os imperialistas ocidentaram se juntaram pra dividir o Mundo em “Zonas de Influência”. Os dois blocos imperialistas, o do Ocidente e o do Oriente, trabalharam juntos pra controlar o Terceiro Mundo. Os dois tipos de imperialistas reconfiguraram a economia mundial em benefício próprio e às custas do Terceiro Mundo. A URSS levou a cabo suas ambições imperialistas debaixo de uma bandeira vermelha (que, claro, perdeu seu significado muito antes dos seus momentos finais, na década de 1990); 3) PRIMEIROMUNDISMO: É uma variante de socialimperialismo estendida. O primeiromundismo é uma forma de revisionismo que diz que existe uma base social significante pra uma Revolução Socialista no Primeiro Mundo, ou que existe alguma exploração significante no Primeiro Mundo. O primeiromundismo reconhece vários inimigos dentro do Primeiro Mundo como progressivos (por exemplo, algumas seitas maoístas consideram a OTAN como força progressiva pelo simples fato de ser o que eles chamam “Segundo Mundo”, países de Primeiro Mundo não tão agressivos como a América, o que só não é uma análise cômica por ser trágica). Um dos argumentos do primeiromundismo é o de que a burguesia assalariada, a burguesia “trabalhadora” (o que Lenin chamou de Aristocracia Operária) que vive no Primeiro Mundo seria explorada e potencialmente revolucionária. Outra ideia primeiromundistas é a de que a burguesia “trabalhadora” no Primeiro Mundo é tão oprimida que constitui um substituto do Proletariado. Outros primeiromundistas indicam que a maioria dos que não são brancos na América do Norte são um substituto do Proletariado. Outros primeiromundistas apontam para as mulheres ou jovens do Primeiro Mundo como substituto do Proletariado. Outros primeiromundistas dizem que vão criar uma “base social” no Primeiro Mundo, como se fosse possível, sem o poder do Estado, simplesmente criar uma situação revolucionária. Todos esses grupos sociais são, totalmente, os inimigos da maioria do Terceiro Mundo. Advogar linhas primeiromundistas econômicas ou de gênero é completamente reacionário. Os primeiromundistas, tendo consciência ou não, acabam apoiando o imperialismo contra o Terceiro Mundo de uma maneira ou de outra; 4) TEORIA DAS FORÇAS PRODUTIVAS: Este revisionismo diminui a importância da necessidade da luta de classes no processo revolucionário. No lugar dela, este revisionismo considera o desenvolvimento da tecnologia como a chave principal pra criar um Mundo melhor. Esse ponto de vista exagera por demais o papel da tecnologia no processo revolucionário. Às vezes atua como se o desenvolvimento tecnológico fosse produzir um Mundo comunista. Esse revisionistas se equivocam com suas metas. Em vez de estabelecer como meta o fim de toda a opressão, veem a criação de uma sociedade abundante, cheia de bens de consumo, como meta. O socialismo no Terceiro Mundo não vai chegar a ser uma sociedade consumista, parecida com o capitalismo do Primeiro Mundo, porque o socialismo é baseado em sustentabilidade e não em imperialismo. Quando as tentativas de socialismo do Terceiro Mundo não chegam à altura do capitalismo do Primeiro Mundo – em termos de criação de uma sociedade consumista – esses revisionistas passam a dizer que o socialismo deve ser desprezado. Eles oferecem a cenoura da sociedade consumista diante das massas pra provocar um pensamento reacionário. Isso está relacionado com o economicismo. 5) NÃO SEGUIR TODO O CAMINHO ATÉ O COMUNISMO: Alguns revisionistas dizem que não temos que seguir todo o caminho até o Comunismo. Este revisionismo desconsidera a necessidade de continuar a luta de classes sob o socialismo. Esses revisionistas dizem que a luta de classes simplesmente desaparece no socialismo. Eles não veem o socialismo como uma fase de transição rumo ao Comunismo. Em vez disso, pensam que o socialismo é só a nacionalização da indústria e um Estado de Bem-Estar. Muito ao contrário, os comunistas da era da Mao diziam que quando não se está avançando rumo ao Comunismo, a revolução vai cair de novo no capitalismo. Se ela não segue empurrando o povo pra frente, a contrarrevolução vai derrotar a Revolução. Desigualdades herdadas da velha sociedade se solidificam com as novas desigualdades e uma nova classe capitalista surgirá dentro dos órgãos do poder. Ideias reacionárias são difundidas, revertendo os avanços da Revolução. Essa é a razão de Mao ter dito: “Não esqueça nunca da luta de classes!” A luta revolucionária deve ser feita continuamente contra a desigualdade e a cultura reacionária, do contrário, uma nova burguesia se levantará e reverterá a revolução. Isso é o que significa “continuar a revolução sob o Novo Poder do Proletariado.” Essa lista não é fechada. Cobre só algumas das maiores formas de revisionismo. Existem muitas outras. Esses revisionismos estão quase sempre entrelaçados. Em geral, um leva ao outro. Aceitar um é aceitar todos. Desses, nos dias de hoje, a crítica ao primeiromundismo inclui a crítica dos outros. A LUTA CONTRA O PRIMEIROMUNDISMO É A PRINCIPAL LUTA ANTIRREVISIONISTA DE NOSSOS TEMPOS. Não há revisionismo que não seja atacado quando se critica o primeiromundismo. Nenhum revisionismo fica a salvo quando se avança o Comunismo da Luz-Guiadora. O único antirrevisionismo hoje é a Ciência Revolucionária verdadeira, o Comunismo Luz-Guia. Escrito pelo Comandante Campo Flamejante. Traduzido para o português por Rivaldo Cardoso Melo.