Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO a) O NF como expressão das desigualdades regionais do desenvolvimento brasileiro b) O NF como expressão regional das desigualdades sociais e econômicas estruturais do desenvolvimento brasileiro c) O NF e os desafios atuais do desenvolvimento brasileiro: um caso exemplar História => População concentrada no litoral Extensas áreas a oeste com baixa densidade populacional e econômica Profundas desigualdades sociais e regionais. e grande diversidade. Área N: 45,3% NE: 18,3% CO: 18,8% SE: 10,8% S: 6,8% Forte correlação pobreza e desigualdade regional II Geocampos, Semana da Geografia da UFF Campos. Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO, Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz Por que estudar o NF? 1. Região historicamente importante: café, cana, pecuária (até primeira metade do século XX) 2. Região de desigualdades espaciais, econômicas e sociais: estagnação, degradação do solo, municípios esvaziados X polos dinâmicos (segunda metade do século XX) 3. Região maior produtora de petróleo do país; região dos municípios milionários com as rendas petrolíferas; desigualdades aprofundadas (a partir dos anos 80 do século XX) 4. Região de Grandes Investimentos sintonizados com o momento de expansão da economia brasileira (fim da 1ª década dos anos 2000): ??? II Geocampos, Semana da Geografia da UFF Campos. Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO, Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz 1. Região historicamente importante: café, cana, pecuária (até primeira metade do século XX) • Extremo norte: café, leite, etc. (Itaperuna, Miracema, Pádua, Bom Jesus); erradicação nos anos 30; degradação do solo; esvaziamento provocado pelo monopólio da “região de Campos” • Região de Campos: cana, açúcar, álcool; monopólio dos recursos, tutela, “fundo perdido”, bloqueio à modernização, vitimização; deslocada por S. Paulo (modernização com recursos do café); miséria, exploração e dominação da mão de obra; monocultura II Geocampos, Semana da Geografia da UFF Campos. Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO, Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz 2. Região de desigualdades espaciais, econômicas e sociais: bolsões de pobreza, estagnação, degradação do solo, municípios esvaziados X polos dinâmicos (segunda metade do século XX) • Extremo norte: degradação do solo; esvaziamento provocado pelo monopólio da “região de Campos”; criação da Região Noroeste (1978), com a descoberta do petróleo; desemprego, emigração • “Região de Campos”: fim do ciclo do açúcar (anos 90), Proalcool, pacote tecnológico; início da exploração do petróleo; concentração em Macaé; persistência das desigualdades, pobreza, exclusão, monocultura II Geocampos, Semana da Geografia da UFF Campos. Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO, Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz 3. Região maior produtora de petróleo do país; região dos municípios milionários com as rendas petrolíferas; desigualdades aprofundadas (a partir dos anos 80 do século XX) • Fragmentação: nova “região do petróleo”, sede de empresas, dos empregos, da urbanização intensiva (de Macaé a Cabo Frio); “região dos municípios milionários”, com as rendas petrolíferas, parasitária, rentista, nãoindustrializada, produção decadente; comércio e serviços • Região “excluída” dos efeitos diretos do ciclo do petróleo e gás: municípios sem rendas petrolíferas e Noroeste; esvaziada, com retomada insuficiente da pecuária e agricultura II Geocampos, Semana da Geografia da UFF Campos. Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO, Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz 4. Região de Grandes Investimentos sintonizados com o momento de expansão da economia brasileira (fim da 1ª década dos anos 2000): ??? • Produtos/Atividades primárias(ferro, petróleo, gás), de semiacabamento (aço), industriais (navios) e de logística : duto, porto, unidades de armazenagem e estocagem; para exportação Acentua a dependência tecnológica; atrasa a produção industrial de ponta Reforça as desigualdades espaciais, econômicas e sociais; desestrutura atividades existentes; inibe novas atividades; volta à “monocultura” e ao enclave; provoca danos graves ao ambiente Anula o poder local, desconsidera os interesses locais, sequestra os municípios, guia-se por interesses externos e “estrangeiros” Conjuga-se com as práticas clientelistas, autoritárias, excludentes, de não-planejamento, de urbanização precária e de segregação Satura o território que vai do Espírito Santo ao Sul do ERJ • • • • • Quadro 7. Indicadores dopeso crescente das regiões Norte e Baixadas Litorâneas (Leste) no ERJ* Região População %PIB %dos ERJ/ empregados estabel. investimentos ERJ posição ERJ (2009)/ %ERJ/ Variação (2008) Posição posição 2010 - %nº ERJ/ Dez maiores 2010-2012 posição localiza Importân (2009) ção cia 5,4/5º 4 2º, 3º, 7º 2000 Norte 5,3/6º 22,0/1º 13,0/2º 5,3/5º e 8º BL/ Leste** 16,4/2º 22,0/1º 11,6/4º 11,8/2º 14,7/2º 1 1º Quadro 6. População dos Municípios do Norte Fluminense: evolução recente UNIDADE 1991 2000 2000-91 2010 2010-00 (%) (%) Brasil 146.917.459 169.590.693 15,4 190.732.694 12,46 Estado do Rio 12.787.376 14.367.083 12,35 15.993.583 11,32 de Janeiro Município 1991 2000 2010 2000-1991 2010-2000 (%) Campos dos 376.306 406.989 8,15% 463.545 13,9 Goytacazes São João da 26.203 27.682 5,64 32.767 18,37 Barra Quissamã 10.467 13.674 30,6 20.244 48,05 São Francisco 33.358 41.145 23,34 41.357 0,52 do Itabapoana Macaé 100.895 132.461 31,28 206.748 56.08 São Fidelis 34.581 36.789 6,38 37.553 2,08 Conceição de 19.963 18.782 -5,91 21.200 12,87 Macabu Carapebus 6.769 8.666 28,02 13.348 54,03 Cardoso 12.803 12.595 -1,62 12.540 -0,44 Moreira II Geocampos, Semana da Geografia da UFF Campos. Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO, Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz Como será o crescimento populacional da região: quem crescerá, quem permanecerá estável e quem vai perder população? Haverá diversificação? industrialização? Cadeias produtivas? Haverá inclusão dos trabalhadores e empresários locais? Como serão os salários, as relações de trabalho e a qualidade do emprego? Quais são as demandas de infraestrutura e de urbanização? Quais os impactos sobre o meio ambiente? Como ficarão os municípios da periferia? Quais as políticas públicas necessárias para termos cidades democráticas, inclusivas, com qualidade ambiental e de vida, abarcando toda a região? II Geocampos, Semana da Geografia da UFF Campos. Grupo de Estudos de Geografia Histórica A REGIÃO NORTE FLUMINENSE COMO OBJETO DE ESTUDO, Prof. Dr. José Luis Vianna da Cruz O que estudar sobre o Norte Fluminense? • A Economia do Petróleo & Gás (E&P): royalties (arrecadação e administração; transitoriedade e perenidade), estrutura e organização, concentração e polarização, redes e cadeias, mercado de trabalho e renda, formação e qualificação, normatização/regulação • A rodada recente de Grandes Investimentos (empresas/economia/território): Projetos, contexto, posição relativa, natureza, porte, localização, vínculos com setores, ramos e segmentos (E&P e outros), perfil: energia, insumos básicos, logística, indústria... • A ação do Estado (políticas públicas, parcerias, relações e articulações, ambiente institucional): Participação das diversas escalas de poder e relações entre elas; políticas, estratégias e práticas governamentais; planejamento e projetos; intervenção urbana, saúde, educação, infraestrutura, lazer, cultura, meio ambiente, políticas sociais, transporte, habitação. • Dinâmica Urbana e Regional (re-des-estruturação/ordenação do espaço urbano-regional): concentração/polarização; segmentação e hierarquização; limites e possibilidades; urbanização, demografia, infraestrutura, trabalho e renda, equipamentos urbanos; meio ambiente, cultura e sociabilidade; conflitos; planos diretores; instrumentos de política urbana. • As dimensões Ambiental, Social e Cultural perpassam todas elas.