O MAPA MENTAL COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
O MAPA MENTAL COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE
GEOGRAFIA: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO SOCIOAMBIENTAL
DO RIO ALCÂNTARA NO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO/RJ
IOMARA BARROS DE SOUSA1
Resumo: O objetivo do trabalho foi analisar as representações mentais dos alunos de duas turmas
o
do 7 ano da Escola Municipal Raul Veiga localizada no município de São Gonçalo/RJ em relação à
percepção socioambiental do Rio Alcântara a partir de um dos canais que percorre a poucos metros
da escola. A metodologia considerou os mapas mentais em duas classificações com a noção de mito
naturalista relacionada ao mapa mental e a natureza “intocada” pelo homem e a outra esteve
relacionada ao mapa mental e a noção do naturalismo relacionada à “realidade” socioambiental do
canal do Rio Alcântara. Os resultados mostraram dificuldades dos educandos quanto à leitura
cartográfica e geográfica. A proposta foi identificar a percepção dos alunos em relação ao Rio
Alcântara antes do uso de geotecnologias e recursos de multimídia em apoio ao ensino de cartografia
que se encontram disponibilizados em: <http://www.mapeandomeusrios.com.br>.
Palavras-chave: Mapa mental; ensino de cartografia; percepção socioambiental
Abstract: The main goal of this paper was to analyze students' mental representations from two
th
classes of 7 grade of Escola Municipal Raul Veiga in the city of São Gonçalo, in Brazil, about their
socioenvironmental perception of Alcântara River from one of its river channel that runs a few meters
from the school. The methodology considered students' representations in two classifications with
concept of naturalist myth related to the mental map and nature "untouched" by men and other was
related to mental map and concept of naturalism related to proximity the socioenvironmental "reality"
of Alcântara River channel. Results have shown a significant dificults in cartographic and geographic
reading. The main goal was to identify students' perception in relation to Alcântara River before the
use of geotechnologies and multimedia resources to support the teaching cartography available at
<http://www.mapeandomeusrios.com.br>.
Key-words: Mental map; Teaching cartography; socioenvironmental Perception
1 – Introdução
As práticas espaciais, atitudes, crenças, os valores e hábitos culturais
atribuem significados subjetivos a imagem dos lugares que, de acordo com Lussault
(2003, p. 1), “[...] quer ela seja material ou mental e quer ela se refira a uma
realidade objetiva do mundo físico ou a uma idealidade abstrata” apresenta uma
grande variabilidade de imagem mental de um indivíduo a outro, embora Capel
(1973) acrescenta que existem traços comuns em um grupo de pessoas.
1
- Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Júlio de
Mesquita Filho/Rio Claro. E-mail de contato: [email protected]
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Existem diferentes formas de representação gráfica que podem expressar
subjetividades, valores, concepções e relações afetivas do indivíduo com o lugar que
é apreendido comumente na vida diária ao não confinado a visão dos geógrafos,
como escreveu Lowenthal (1982). Por conseguinte, o ensino de Cartografia não
deve se reduzir a métrica euclidiana que, conforme os estudos realizados por Lévy
(2008, p.156) “[...] se baseia numa visão cartesiana da extensão sobre a ideia de um
espaço abstrato, independente dos objetos que nele se dispõem”.
Para Castellar (2006), o mapa mental possibilita ao aluno representar o
espaço geográfico nas mais diversas escalas espaciais e temporais, de acordo com
seus interesses e necessidades permitindo melhorar a percepção e a representação
dos fenômenos geográficos.
A Educação Ambiental deve contemplar uma perspectiva interdisciplinar
envolvendo questões históricas, econômicas e ecológicas; Debesse-Arviset (1974,
p.17) afirma que isso favorece a formação de “[...] alunos preparados para
compreender as interdependências que ligam a vida ao seu meio”. Assim, o estudo
do meio ambiente contribui para construção de uma percepção socioambiental na
qual a dimensão natural e social é tratada de forma integrada numa concepção
holística e, com isso favorece mudanças comportamentais e atitudinais nos
educandos.
O objetivo do trabalho foi analisar as representações mentais dos alunos de
duas turmas do 7o ano da Escola Municipal Raul Veiga localizada no município de
São Gonçalo/RJ sobre a percepção socioambiental do Rio Alcântara a partir de um
dos canais que percorre a poucos metros da escola.
As análises dos mapas mentais foram baseadas nas propostas de Kozel
(2007), como também em Teixeira e Nogueira (1999) sob o enfoque do método da
fenomenologia, uma vez que permitiu interpretar a experiência dos alunos em
relação ao meio ambiente que integra seu cotidiano. Nessa perspectiva, o mapa
mental é entendido por Kozel (2007, p.115) como “[...] uma forma de linguagem que
reflete o espaço vivido representado em todas as nuances, cujos signos são
construções sociais” que representa a percepção do indivíduo sobre meio ambiente.
Os mapas mentais elaborados pelos alunos foram considerados em duas
classificações, dentre outras propostas, por Diegues (2001) com a noção de mito
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naturalista a qual esteve relacionada ao mapa mental e a natureza “intocada” pelo
homem e a outra esteve relacionada ao mapa mental e a noção do naturalismo que
apresenta a “realidade” socioambiental do canal do Rio Alcântara.
Logo, este trabalho pretende mostrar as contribuições do mapa mental como
recurso didático a partir da análise da percepção socioambiental no ensino de
Cartografia.
2 – O Mapa Mental como recurso didático no ensino de Cartografia
O mapa mental é uma linguagem gráfica que permite ao indivíduo representar
a sua percepção espacial e, portanto uma “[...] representação do próprio punho por
incluir contextos que podem ampliar a compreensão do espaço” conforme
complementa Richter (2011, p. 125).
Gould e White (2002) acrescentam que a imagem mental pode ser formada
tanto pelo contato com o lugar através da utilização de mídias obtidas na televisão,
no rádio ou através do diálogo com outra pessoa.
Na corrente humanista da Geografia, o mapa mental representa uma
construção social, cultural e histórica como resultado da percepção do indivíduo em
seus múltiplos sentidos (tocar, ouvir, cheirar, experimentar) e da experiência
cotidiana com os lugares, como também uma visão e interpretação do espaço
geográfico. O método da fenomenologia fornece subsídios para compreender as
relações socioambientais que ocorrem no espaço a partir do mundo vivido, como
aponta Gomes (1996, p. 124) “O mundo vivido é, portanto, a fonte e a base de todo
conhecimento e a legitimidade de toda consciência”.
Gould e White (2002) discutem que os mapas mentais criam possibilidades
para que os indivíduos representem o mundo real mediante satisfações,
insatisfações, necessidades, valores e ações que envolvem suas vivências. Esta
forma de representação espacial permite aos professores identificar a imagem
mental do aluno formada pela sua experiência e informação direta e imediata com o
lugar vivido.
Os mapas mentais são representações espaciais, sem a rigidez dos
processos cartográficos que, no entanto favorecem
a comunicação e a
reconstituição da informação do mundo real e permite ao educando, segundo
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Richter (2011, p. 128)“[...] incluir suas interpretações particulares e/ou coletivas”, ou
seja, suas percepções, apreensões, sentimentos, tornando-se representações
espaciais que precisam ser lidas como mapeamentos e não como produtos
estáticos, conforme acrescenta Seermann (2003).
O uso do mapa mental favorece ao desenvolvimento da Educação Ambiental
a partir da investigação e interpretação da percepção socioambiental, como analisa
Nogueira (2013, p. 129) “[...] saber o que cada um traz e que é adquirido na relação
de vida com o lugar”; dessa maneira, atividades cartográficas podem sensibilizar e,
por conseguinte conscientizar o aluno sobre as condições socioambientais do seu
meio geográfico e, propor reflexões sobre suas ações e atitudes em busca de
melhor qualidade de vida.
A construção de conhecimento é resultado de um processo criativo voltado
para solucionar problema orientado por um objetivo através da experiência e, deve
ser considerado segundo Vigotski (2008, p. 73) “... como uma função do crescimento
social e cultural global adolescente, que não afeta apenas o conteúdo, mas também
o método de seu raciocínio”.
O artigo publicado por Teixeira e Nogueira (1999) sobre percepção e
representação espacial investigou a imagem mental dos alunos do 3º período do
curso de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) a respeito do
campus onde eles cursavam a graduação. As pesquisadoras chegaram à conclusão
de que o mapa mental é resultado da imagem mental construída a partir da vivência
e percepção espacial e permite entender o nível de conhecimento geográfico do
educando.
Os mapas mentais permitem ao aluno transitar do significado para o
significante, ou seja, representar questões ambientais do espaço vivido e, dessa
maneira codificar (interpretar o mapa) e decodificar (traduzir o mapa) a informação
espacial e, por conseguinte compreender, os fenômenos na escala em que são
percebidos e, não a partir de um raciocínio puramente matemático conforme aborda
Castro (2000). De acordo com Kozel (2010, p.2) “os mapas mentais como
construções sígnicas requerem uma interpretação/decodificação, lembrando que
estão inseridos em contextos sociais, espaciais e históricos coletivos referenciados
particularidades e singularidade”.
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Diferentemente dos mapas prontos e acabados que, muitas vezes são
submetidos à função ideológica dos poderes hegemônicos, o mapa mental
possibilita o exercício da cidadania, de modo que o indivíduo possa intervir na
realidade sob um olhar crítico na busca de soluções e alternativas que permitam a
convivência digna e voltada para o bem estar de todos na sociedade, conforme
afirma Reigota (2009).
3 – Percurso Metodológico
A presente investigação consistiu analisar e interpretar os mapas mentais
elaborados por duas turmas do 70 ano do ensino fundamental (com idade entre 11 a
13 anos) da Escola Municipal Raul Veiga localizada no município de São
Gonçalo/RJ sobre a percepção socioambiental do Rio Alcântara/RJ. A escolha pelo
Rio Alcântara como recorte espacial esteve relacionada a um dos canais que
percorrer o trajeto casa-escola dos educandos e, em consonância com os
Parâmetros Curriculares de Geografia (Brasil, 1998) de Geografia que descrevem o
lugar como um conceito importante para desvendar a natureza dos lugares e do
mundo como habitat do homem.
A proposta para trabalhar com os mapas mentais visa identificar os
conhecimentos básicos de cartografia apreendidos nos anos escolares anteriores,
como também os conhecimentos geográficos dos educandos em relação ao meio
em que vivem.
A metodologia das análises dos mapas mentais foi interpretada por meio das
propostas de Kozel (2007), como também em Teixeira e Nogueira (1999) sob o
método da fenomenologia; foram consideradas duas classificações propostas por
Diegues (2001) sendo a primeira a noção de mito naturalista a qual esteve
relacionada ao mapa mental e a natureza “intocada” pelo homem e a outra esteve
relacionada ao mapa mental e a noção do naturalismo que apresenta a “realidade”
socioambiental
disponibilizados
do
canal
no
do
Rio
Alcântara;
seguinte
estes
mapas
endereço
mentais
estão
eletrônico:
<http://www.mapeandomeusrios.com.br>.
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Este trabalho foi desenvolvido em duas etapas: elaboração e análise dos
mapas mentais em duas turmas do 7º ano de escolaridade na Escola Municipal Raul
Veiga localizada no município de São Gonçalo/RJ. A prática foi realizada durante
uma aula de Geografia no mês de junho de 2013 obtendo-se 55 mapas mentais.
Na primeira etapa foi pedido aos alunos para desenhar um mapa mental
considerando a percepção deles a respeito do Rio Alcântara a partir de um dos
canais que percorre próximo à escola e a segunda etapa consistiu na avaliação dos
mapas mentais.
A proposta dos mapas mentais nesta pesquisa foi identificar a percepção dos
alunos em relação à situação socioambiental do Rio Alcântara antes da realização
de atividades com o uso de geotecnologias e recursos de multimídia em apoio ao
ensino de cartografia nas aulas de Geografia por meio de um material via internet,
denominado Mapeando Meu Rio; ressalta-se que estes mapas mentais podem ser
acessados pela Internet em: <http://www.mapeandomeusrios.com.br>.
4 – Resultados
Foram selecionados oito dentre os cinquenta e cinco mapas mentais que se
encontram disponíveis em <http://www.mapeandomeusrios.com.br> para serem
analisados e interpretados.
Os mapas mentais que representaram a noção de mito naturalista estiveram
relacionados a natureza “intocada” pelo homem (o Rio com suas águas cristalinas,
árvores, o ar sem poluentes) podem ser verificados na figura 1.
Figura 01 - Mapas mentais e o mito naturalista do Rio Alcântara da turma 701
O imaginário desses alunos é formado por uma concepção mítica da
natureza, como se no entorno do Rio Alcântara fosse uma área natural protegida,
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um paraíso, um espaço desabitado em que a natureza permanece intocada pelo
homem conforme discute Diegues (2001). Observou-se uma representação do
ecologismo preservacionista não mostrando os objetos artificiais e naturais que
constituem esse espaço geográfico mostrando uma leitura geográfica empobrecida
em relação ao Canal do Rio Alcântara.
Novamente, os mapas mentais representados na figura 2 demonstram a
percepção do canal do Rio Alcântara como um recurso hídrico límpido com vida e
com uma carga naturalista, uma vez que não foram representados os objetos
artificiais como construções, a concretagem do canal, bem como dejetos sólidos
deixados ao longo do canal, ou seja, pouca interação com o meio geográfico onde
vivem.
Figura 02 - Mapas mentais e o mito naturalista do Rio Alcântara da turma 702
Os mapas mentais mostrados abaixo representaram a noção do naturalismo
que apresenta a “realidade” socioambiental do canal do Rio Alcântara. No mapa à
esquerda verificou-se a preocupação em representar o canal fluvial do Rio Alcântara
com suas águas poluídas por meio de uma visão vertical das suas margens do
canal, porém os objetos geográficos não se encontram representados; houve uma
preocupação em legitimar o poder das autoridades para impedir atitudes e ações
poluidoras do canal fluvial como mostra o mapa mental da direita. No mapa mental
à direita observou-se a noção da visão vertical e frontal das margens do canal,
porém um espaço desabitado e sem vida com baixa representação das distâncias
métricas e redução com proporcionalidade para alunos na faixa etária entre 11 a 12
anos conforme assinala Passini (2012) verificados na figura 3.
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Figura 03 - Mapas mentais e a “realidade” socioambiental do Rio Alcântara da turma 701
Ao analisar e interpretar os mapas mentais da turma 701 detectou-se uma
conformidade dos alunos em relação à poluição das águas do canal do Rio
Alcântara, pois as representações espaciais não mostraram, em sua maioria,
perspectivas de programas e ações para despoluir este recurso hídrico; entretanto,
foi representada a degradação das águas deste Rio, porém sem correlações dos
processos que contribuíram para a atual situação socioambiental deste recurso
hídrico.
Em consonância com Richter (2010, p. 167), “[...] o mapa não é um reflexo
direto da realidade, ele passa por filtros, por leituras particulares que alteram sua
dimensão – do geral ao específico”. Archela, Gratão e Trostdorf (2004) acrescentam
que os mapas mentais permitem estabelecer relações entre o modo como cada
pessoa vê o seu lugar. Neste sentido, os mapas mentais da figura 4 representam a
percepção do canal do Rio como “realmente ele se apresenta” com suas águas
escuras devido aos objetos lançados ao longo do seu curso.
Figura 04 - Mapas mentais e a “realidade” socioambiental do Rio Alcântara da turma 702
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Os mapas mentais acima representaram a poluição das águas do canal sem
a preocupação com as margens dos rios e objetos espaciais como casas, comércios
e oficinas sem relacionar como agentes produtores do espaço urbano responsáveis
pela atual situação ambiental deste canal.
Nos mapas mentais da turma 702 verificou-se que, a grande maioria dos
alunos não representou correlações entre poluição e os fatores de ordem natural e
ambiental responsáveis pela degradação das águas do canal que o tornou impróprio
para o uso e consumo.
Portanto,
ambas
as
turmas
apresentaram
dificuldades
quanto
proporcionalidade entre o canal representado ou, mesmo o curso principal do Rio
Alcântara, a visão lateral e oblíqua dos objetos espaciais no entorno deste recurso
hídrico, em relação à orientação dos objetos espaciais, residências, comércio, ruas
foram representadas sem correlação com o entorno desse canal; entretanto, as
águas do canal ou do curso principal do Rio foram representadas como objetos mais
significativos no mapa.
5 – Considerações finais
A proposta dos mapas mentais no ensino de Cartografia se mostra uma forma
de representação gráfica valiosa, tendo em vista a possibilidade de o professor
analisar, interpretar, entender, conhecer as leituras e a percepção do espaço
geográfico, como também verificar os conhecimentos relativos aos principais
elementos da cartografia dos seus educandos.
Os resultados dos mapas mentais mostraram uma grande preocupação com
relação à percepção do espaço geográfico a partir do lugar vivido do aluno. Não
houve preocupação em considerar a organização socioespacial no entorno do canal
fluvial, como também correlacionar os principais fatores responsáveis pela poluição
das suas águas.
A desproporcionalidade da largura, comprimento do canal e entre os objetos
representados próximo ao canal remetem dificuldades quanto à noção de escala
juntamente com a ausência de objetos naturais e artificiais que evidenciaram uma
espaço vivido com pouco significado, vivência, afetividade com seu espaço de
vivência.
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Portanto, os mapas mentais se apresentam como importantes instrumentos
no ensino de Cartografia para analisar a percepção do lugar vivenciado e
experimentado pelos educandos. Além disso, essa forma de representação gráfica
proporciona ao professor identificar avanços, dificuldades dês dos alunos em relação
à linguagem cartográfica e aos conhecimentos geográficos e, portanto se mostram
como um recurso didático de grande valia para o estudo do meio considerando os
elementos subjetivos presentes no cotidiano.
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