Embriologia Humana

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Embriologia Humana
- Profª
Andréa Roveré
3ª ano
Apesar dos progressos na fecundação humana em proveta, certas particularidades do desenvolvimento
embrionário ainda não estão bem esclarecidas.
Conhecer a idade exata de um embrião ou feto é praticamente impossível, pois raramente se consegue
determinar o momento exato em que se deu a fecundação. Sabe-se, porém, que ocorre nas 24 horas
depois da ovulação e, em média, nas mulheres que apresentam ciclos menstruais bem definidos, dá se
frequentemente no 14º dia após iniciado o último período menstrual.
A FORMAÇÃO DO EMBRIÃO
Até estar completamente formado o embrião passa por diversas etapas: segmentação, blastulação,
gastrulação, neurulação, e organogênese.
Blastômeros: São as primeiras células resultantes das sucessivas divisões mitóticas (segmentação ou
clivagem) do zigoto. São células não especializadas que, na evolução embrionária, irão compor a mórula,
a blástula, e a gástrula.
FECUNDAÇÃO
A Fecundação ou fertilização é o processo que ocorre quando os gametas masculinos e femininos
encontram-se e o espermatozoide penetra o óvulo. Quando isto acontece, os nucléolos dessas células
haploides (1n) fundem-se num só, formando a primeira célula diploide (2n) do novo ser vivo, o ovo ou
zigoto.
Ao penetrar o óvulo, o espermatozoide perde seu flagelo e passa a ser chamado para o núcleo masculino.
A união dos pró-núcleos masculinos e femininos chama-se cariogamia ou anfimixia (do grego amphi,
dois, mixis, mistura).
A PRIMEIRA SEMANA - (SEGMENTAÇÃO ou CLIVAGEM DO ZIGOTO)
A clivagem consiste em repetidas divisões do zigoto, resultando em um rápido aumento do número de
células. Primeiro, o zigoto se divide em duas células conhecidas como blastômeros; estas então se
dividem em quatro blastômeros, oito blastômeros, e assim por diante.
Mórula: A clivagem normalmente ocorre enquanto o zigoto atravessa a tuba uterina, rumo ao útero. O
zigoto ainda se encontra contido pela substância gelatinosa muito espessa, a zona pelúcida, deste modo,
ocorre um aumento no número de células sem que aumente a massa citoplasmática. A divisão do zigoto
em blastômeros começa cerca de 30 horas após a fertilização. Divisões subsequentes vão se seguindo e
formam blastômeros progressivamente menores. Os blastômeros mudam de forma e se alinham,
apertando-se uns contra os outros para formar uma esfera compacta de células conhecida como mórula.
Este fenômeno, chamado de compactação, é provavelmente mediado por glicoproteínas de adesão da
superfície celular.
A compactação permite uma maior interação célula-a-célula e constitui um pré-requisito para a
segregação das células internas que formam o embrioblasto ou massa celular interna do blastocisto. A
mórula (do latim, morus, amora), uma bola sólida de 12 ou mais blastômeros, é formada três dias após
a fertilização e penetra no útero. Seu nome provém da sua semelhança com o fruto amoreira.
A SEGUNDA SEMANA - (FORMAÇÃO DA BLÁSTULA E IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO)
A blástula é o estágio de desenvolvimento embrionário em que, após sucessivas clivagens, centenas
de células da mórula reorganizam-se agregadas e formam uma espécie de bola, com uma
cavidade central repleta de líquido que denomina-se blastocele. Essas células formam uma camada
celular chamada blastoderme.
A blástula sucede a mórula e antecede a gástrula. É, portanto, umas das primeiras fases de formação,
antes que o embrião seja propriamente constituído.
Não se sabe exatamente quanto tempo o óvulo gasta para atravessar a trompa (oviduto). Presume-se
que esse tempo seja de três a quatro dias. No sexto dia da fecundação, o blastocisto “fixa-se” no
endométrio do útero, iniciando a fase de implantação. Nessa fase, o embrião vive à custa do material
difusível através do endométrio, uma vez que suas reservas nutritivas (vitelo) são mínimas.
A implantação ocorre normalmente na parede posterior do corpo do útero, no espaço entre a abertura
de glândulas do endométrio. Não é raro, porém, o blastocisto implantar-se em locais anormais, fora do
corpo do útero. Em geral isso leva à morte do embrião, e a mãe sofre severa hemorragia durante o
primeiro ou segundo mês de gestação.
SÚMULA DA IMPLANTAÇÃO
A implantação do blastocisto começa no fim da primeira semana e termina antes do final do segundo. O
processo pode ser sumariado como se segue:
1. A zona pelúcida degenera (quinto dia). O desaparecimento da zona pelúcida resulta do aumento
de tamanho do blastocisto e da degeneração causada por lise enzimática. As enzimas líticas são
liberadas pelos acrossomos dos muitos espermatozoides que rodeiam e penetram parcialmente
na zona pelúcida.
2. O blastocisto se liga ao epitélio endometrial (sexto dia).
3. O texofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas, o suncicioblasto e o citotrofoblasto
(sétimo dia).
4. O sincíciotrofiblasto evade os tecidos endometriais (capilares, glândulas, estroma) e o blastocisto
começa a se implantar no endométrio (oitavo dia).
5. Aparecem no sinciciotrofoblasto lacunas repletas de sangue (novo dia)
6. O blastocisto penetra abaixo do epitélio endometrial
7. Redes lacunares são formadas pela fusão de lacunas adjacentes (décimo e décimo primeiro dia).
8. O sinciciotrofoblasto continua a erodir vasos sanguíneos endometriais, fazendo com que o sangue
materno flua para fora das redes lacunares, e se estabelece, assim, uma circulação
uteroplacentária primitiva. (Décimo primeiro e décimo segundos dias)
9. A falha no epitélio endometrial desaparece gradualmente, enquanto o epitélio superficial se
regenera. (Décimo segundo e décimo terceiro dia).
10. Desenvolvem-se as vilosidades coriônicas primárias (décimo terceiro e décimo quarto dia).
A TERCEIRA SEMANA
Este é o início do período embrionário, que termina ao final da oitava semana. O rápido desenvolvimento
do embrião a partir do disco embrionário, como resultado de numerosos eventos morfogenéticos, é
caracterizado pela formação da linha primitiva, da notocorda e de três camadas germinativas a partir
dos quais todos os tecidos e órgãos embrionários se desenvolvem.
NEURULAÇÃO
Aos processos envolvidos na formação da placa neural, das pregas neurais e no fechamento delas para
formar o tubo neural dá-se o nome de neurulação. Estes processos estão completados pelo fim da quarta
semana, quando ocorre o fechamento do neurósporo caudal. Durante a neurulação, o embrião pode ser
chamado de neurula.
FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL: A placa neural aparece como espaçamento do ectoderma embrionário
localizado cefalicamente em relação ao nó primitivo. A placa neural é induzida a formar-se pela notocorda
em desenvolvimento e pelo mesênquima adjacente. Um sulco neural, longitudinal, desenvolve-se na
placa neural; o sulco neural ladeado pelas pregas neurais, que se juntam e se fundem para originar o
tubo neural. O desenvolvimento da placa neural e seu dobramento para formar o tubo neural é chamado
neurulação.
FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL: Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, células
neuroctodérmicas migram ventrolateralmente para constituir a crista neural, entre o ectoderma
superficial e o tubo neural. A crista neural logo se divide em duas massas que dão origem aos gânglios
sensitivos dos nervos cranianos e espinhas. Outras células da crista neural migram do tubo neural e dão
origem a várias estruturas.
A QUARTA À OITAVA SEMANA
Essas cinco semanas constituem a maior parte do período embrionário, que se estende da terceira a
oitava semana. Durante estas cinco semanas, que representam a maior parte do período embrionário,
os principais órgãos e sistemas do corpo são formados a partir das três camadas germinativas. No início
da quarta semana, as dobras nos planos mediano e horizontal convertem o disco embrionário achatado
em um embrião cilíndrico em forma de “C”. A formação das dobras cefálica caudal e laterais constitui
uma sequência contínua de eventos que resultam numa constrição entre o embrião e o saco vitelino.
Durante o dobramento, a parte dorsal do saco vitelino é incorporado pelo embrião e dá origem ao
intestino primitivo. Quando a região da cabeça se dobra ventralmente, parte do saco vitelino é
incorporado pela cabeça embrionária em desenvolvimento como o intestino anterior. O dobramento da
região da cabeça também faz com que a membrana orofaríngea e o coração sejam deslocados
ventralmente, e que o encéfalo em desenvolvimento se transforme na parte mais cefálica do embrião.
Quarta semana de gravidez, Quarta semana de gestação
Enquanto a região caudal se dobra ventralmente, uma parte do saco vitelino é incorporada à extremidade
caudal do embrião, compondo o intestino posterior. A porção terminal do intestino posterior expande-se
para constituir a cloaca. O dobramento da região caudal também resulta na membrana cloacal, na
alantóide, e no deslocamento do pedículo do embrião para a superfície ventral dele.
O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco vitelino como intestino médio. O
saco vitelino permanece ligado ao intestino médio por um estreito ducto vitelino. Durante o dobramento
no plano horizontal, Formam-se os primórdios das paredes laterais e ventral do corpo.
Ao se expandir, o âmnio envolve o pedículo do embrião, o saco vitelino e a alantóide, compondo então
um revestimento epitelial para nova estrutura chamada cordão umbilical.
As três camadas germinativas diferenciam-se em vários tecidos e órgãos, de modo que, ao final do
período embrionário, estejam estabelecidos os primórdios dos principais sistemas de órgãos. A aparência
externa do embrião é muito afetada pela formação do encéfalo, coração, fígado, somitos, membros,
ouvidos, nariz e olhos. Com o desenvolvimento das estruturas, a aparência do embrião vai se alterando,
e estas peculiaridades caracterizam o embrião como inquestionavelmente humano.
Com os primórdios das estruturas internas e externas essenciais se formam durante o período
embrionário, a fase compreendia entre a quarta e a oitava semana constitui o período mais crítico do
desenvolvimento. Distúrbios do desenvolvimento nesta altura podem originar grandes malformações
congênitas no embrião.
DA NONA SEMANA ATÉ O NASCIMENTO - (O PERÍODO FETAL)
O período fetal, que começa nove semanas após a fertilização e termina com o nascimento, caracterizase pelo rápido crescimento corporal e diferenciação dos tecidos e órgãos. Uma mudança óbvia é a
diminuição relativa da velocidade de crescimento da cabeça, em comparação com o resto do corpo. No
início da vigésima semana aparece o lanugo e o cabelo, e a pele é recoberta pela vernix caseosa. As
pálpebras permanecem fechadas na maior parte do período fetal, mas começam a se abrir por volta da
vigésima sexta semana. Até então, o feto é usualmente incapaz de sobreviver fora do útero
principalmente por causa da imaturidade do seu sistema respiratório.
Até cerca da trigésima semana, o feto tem aparência avermelhada e enrugada por causa de sua pele
fina e da relativa ausência de gordura subcutânea. Em geral, a gordura se forma rapidamente ao longo
das últimas seis a oito semanas, dando ao feto um aspecto liso e rechonchudo. Esse período final (“de
acabamento”) é dedicado principalmente à formação dos tecidos e à preparação dos sistemas envolvidos
na transição do meio intrauterino para o extrauterino, particularmente o sistema respiratório e
cardiovascular. Fetos prematuros nascidos entre a vigésima sexta e a trigésima sexta semana em geral
sobrevivem, mas fetos a termo têm maiores chances de sobrevivência.
As alterações que ocorrem no período fetal não são dramáticas quanto as do período embrionário, mas
são muito importantes. O feto é menos vulnerável aos efeitos teratogênicos das drogas, vírus e radiação,
mas estes fatores podem interferir com o desenvolvimento funcional normal, sobretudo do cérebro e dos
olhos.
Existem várias técnicas disponíveis para avaliar as condições do feto e para diagnosticar certas moléstias
antes do parto e anormalidades do desenvolvimento. Hoje em dia o médico pode determinar se um feto
possui ou não certa doença ou uma malformação congênita, utilizando, por exemplo, a amniocentese e
a ultrassonografia. O diagnóstico pré-natal pode ser realizado cedo o bastante para permitir o aborto
seletivo de um feto defeituoso, se esta for a decisão da mãe e se o procedimento for legal; por exemplo
quando forem diagnosticadas anomalias sérias, incompatíveis com a vida pós-natal.
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