A Nova Classe Média brasileira desafios da manutenção e

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A Nova Classe Média brasileira: desafios da manutenção e estruturação.
TOLEDO, Eli Fernando Tavano
Doutorando em Geografia junto ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP Campus de Rio Claro. Professor das Faculdades Integradas da Jahu – SP e de ensino médio
no interior do estado de São Paulo, [email protected]
Resumo
Nos últimos anos o Brasil e os principais países emergentes estão passando por acentuadas
mudanças nos aspectos políticos e socioeconômicos. A entrada de novos consumidores no
mercado desses países transformou os setores da economia e alterou a visão do comércio
global. Entretanto novos desafios são postos para os governantes dos países emergentes,
incluindo o Brasil. O artigo analisa como o Brasil não pode classificar a nova classe média
somente pelo aumento de renda, e sim, buscar a melhoria das condições básicas de vida dos
cidadãos, levando em consideração os itens que compõe o “colchão social”: educação,
saneamento, saúde pública, energia e transporte.
Palavras-chave: Classe média C, Consumo, Colchão Social e Distribuição de Renda.
Abstract
In recent years Brazil and the emerging countries are going through major changes in political
and socioeconomic aspects. The entry of new consumers in these countries become market
sectors of the economy and changed the vision of global trade. But new challenges are put to
the governments of emerging countries, including Brazil. The article examines how Brazil can
not sort the new middle class only by the increase in income, but, looking to improve their basic
living conditions of citizens, taking into account the items that comprise the "social cushion":
education, sanitation, public health, energy and transportation.
Keywords: Middle Class C, Consuption, Cushion Social, Income Distribution.
Introdução
Uma grande revolução socioeconômica está
ocorrendo no Brasil a um pouco mais de 10
anos, essa profunda mudança já está
influenciando todos os setores da sociedade e
especialmente a economia.
O fenômeno verificado é a ascensão de um
contingente populacional de 93 milhões de
habitantes para patamares de maior poder de
consumo e influência econômica. Esse novo
mercado consumidor a cada ano se estabelece
com maior força e importância para os principais
setores da atividade produtiva.
O novo cenário foi motivo de capa e
reportagens de vários veículos de comunicação
não só no Brasil, mas pelo mundo. A revista The
Economist (2008) verificou que a elevação da
escolaridade, o aumento de renda, os
programas assistenciais e os empregos formais
foram os responsáveis por tornar o Brasil um
país de classe média.
Cerca de 93 milhões de brasileiros, um
pouco mais da metade da população do país,
estão na faixa de rendimentos considerada
classe média “C”. Esse grupo com novos
hábitos de consumo e espalhado por todas as
regiões do país chama a atenção dos
governantes, empresas e pesquisadores
envolvidos na área socioeconômica.
O aumento do poder de consumo é a
principal característica dessa nova Classe
Média estima-se que o potencial monetário
desse grupo se aproxime de R$ 1,5 trilhão.
Com a estabilidade econômica conquistada
desde o Plano Real (1994) os brasileiros
puderam experimentar novos modos de
consumo, aumento do crédito e maior
empregabilidade. Assim a cadeia produtiva
nacional foi movimentada e sofisticada.
Mesmo que as perspectivas para a
manutenção e aumento dessas boas condições
sejam otimistas para o ano de 2011, um sinal
amarelo deve ser dado para a fragilidade de se
avaliar e classificar esse grupo como classe
média, apenas pelo aumento de renda e,
conseqüentemente, consumo. Ao analisar e
tipificar esse novo fenômeno como classe média
pode-se incorrer no erro de determinar um
patamar, que pelo grau de fragilidade, o país
pode perdê-lo a qualquer crise.
A classe média nos países desenvolvidos,
parâmetro para comparação do artigo, agrega a
maioria dos cidadãos nesses países, entretanto
esse
nível
socioeconômico
possui
características diferentes apresentadas pelo
fenômeno de incorporação social atual dos
países emergentes. Nas nações industrializadas
a classe média é amparada por recursos
básicos universalizados (para todos) na
educação saúde, transporte e segurança. A
qualidade desses serviços gera maior robustez
socioeconômica para enfrentar possíveis crises
e transformações na atividade produtiva.
O sinal amarelo, válido como reflexão, é que
a incorporação socioeconômica apresentada
pelo Brasil, ainda, pouco envolve esses fatores
de relevância para a e redução da histórica e
perseverante desigualdade social no país.
Classe média dos países desenvolvidos
O termo classe média foi pela primeira vez
utilizado pelo ensaísta inglês Thomas Gisborne
no final do século XVII, ele afirmou que a classe
média estava situada entre os nobres e os
trabalhadores rurais e urbanos. Com o tempo
historiadores e economistas analisaram que a
classe média já estava sendo formada desde a
época dos renascimentos urbano e comercial na
Baixa Idade Média.
A burguesia residente nas cidades refortalecidas (burgos) começou a apresentar
características que seriam visualizadas com
maior nitidez séculos mais tarde, especialmente
após a Revolução Industrial.
Durante a Revolução Industrial a classe
média foi designada como as pessoas que
estavam envolvidas com ganhos financeiros e
era conhecida como trabalhadores de “colarinho
branco”, pois não possuíam serviços ligados as
fábricas, sendo esses relacionados aos
operários.
Com a ascensão econômica, social e
política da classe trabalhadora, especialmente
na Europa Ocidental e EUA (século XIX), os
profissionais liberais, médicos, advogados,
engenheiros
e
comerciantes,
ganharam
companhia, pois os operários começaram a
repartir os mesmos espaços nas escolas e nos
serviços públicos, sendo esses estendidos para
uma maior parcela da população.
No final do século XIX e início do século XX
a nascente sociedade de consumo permeava
várias camadas da população, assim os
privilégios e novas formas de consumo
equiparavam as classes sociais nos países de
antiga industrialização.
Porém o maior aumento da classe média
ocorreu após a Segunda Grande Guerra
Mundial, através das políticas de cunho socialdemocrata foi instituído nos países capitalistas
desenvolvidos o Welfare State, (Estado do bemestar Social). Nesses países o Estado iniciou
um processo de alta proteção socioeconômica
para a maioria da população conseguindo
equiparar em muitos setores a classe operária
dos profissionais liberais, oferecendo condições
para a ascensão social de uma substancial
parcela da população.
Com o Neoliberalismo, a partir do final da
década de 70, os governos sociais democratas
não conseguiram manter essa abrangente
política, deste modo, foi adotada a política de
redução do Estado, com os processos de
privatização e menor interferência do governo
na economia. Mas quem sofreu e sofre com a
saída do Estado foi a população, pois, as
perdas foram sensíveis e até hoje países, na
tentativa de manter o amparo social, enfrentem
problemas com o déficit público (Gastos
maiores que a arrecadação) , o maior exemplo
atualmente ocorre nos países participantes da
União
Europeia,
especialmente
Grécia,
Portugal, Irlanda, Itália e Espanha.
Mesmo com as perdas socioeconômicas
nas duas últimas décadas os países
desenvolvidos lutam para manter o mínimo das
conquistas anteriores para a classe média. Nos
EUA e Suécia a classe média perfaz 90% da
população, enquanto no Chile e Argentina essa
faixa social está em 45% e 34% da população
respectivamente. (LAMOUNIER, 2010)
Conquistas sociais e econômicas como
educação, saúde, segurança e transporte
oferecem uma grande resiliência para a
sociedade nos momentos de crise, pois elas
foram implantadas na cultura, na infraestrutra e
no dia-a-dia dos habitantes, portanto serve de
proteção e, ao mesmo tempo, uma fonte de
saída para as crises.
A classe média com o passar do tempo e
evolução foi
agregando as seguintes
características:
•
•
•
•
•
Educação = Pessoas com diploma
universitário e aprimoramento técnico.
Especialmente as pessoas da classe
média têm o objetivo de ascensão social
e a educação é a principal ferramenta
para alcançar o objetivo.
Renda = A fonte de renda pode variar
de acordo com os países. Existem
países que a classe média é mais
empreendedora
(comércio
e
profissionais liberais) e outros em que a
segurança de uma renda estável
(serviços público e privado) é o mais
importante.
Consumo = O consumo dos itens
básicos é assegurado, mas a fidelidade
por marcas de melhor qualidade é
evidente. Na classe média os gastos
com educação, cultura e turismo são
elevados.
Valores de Classe social = Visão
política homogênea, valores familiares,
valores de trabalho e de conquista e
valores religiosos.
A busca do conforto na Casa Própria
Classe média no Brasil
A história brasileira foi marcada pelo
escravismo, monoculturas agrícolas e uma
recente industrialização. A formação de uma
mais atraente burguesia ocorre no início do
século XX e posteriormente se intensifica após
os anos 30 com o processo de industrialização.
Deste modo a classe média, até esses eventos,
era formada por poucos profissionais liberais,
religiosos e membros da classe militar, pois
seus filhos conseguiam participar de um estudo
regular e formal.
Entre os anos 50 e 70 o processo de
industrialização incrementou a sociedade
brasileira especialmente nos grandes centros da
região sudeste. A indústria foi responsável em
aumentar a complexidade econômica nas
metrópoles formando uma classe de operários e
empresários.
O Milagre Econômico entre 1968 e 1973
potencializou o crescimento, pois o governo em
todas as esferas realizou vultosos investimentos
na infraestrutura e criou muitas empresas
estatais, conseqüentemente, o funcionalismo
público explodiu. O crescimento no período
possibilitou criação de uma nova classe média
ligada aos empregos estatais.
Porém os anos 80 e início da década de 90
foram anos de várias crises econômicas e a
classe média sofreu o impacto da alta
tributação, perda de empregos (privatizações) e
baixo crescimento econômico.
A partir de 1994 o Plano Real criou
condições para a estabilidade econômica, tendo
o maior ganho o controle da inflação, porém
apenas nos anos 2000 a economia do país iria
retomar o caminho do crescimento econômico.
Classe Média: colchão socioeconômico X
colchonete socioeconômico
As condições socioeconômicas de uma
nação para os seus habitantes determinam o
desenvolvimento, prosperidade e resistência as
crises. Essas condições quanto mais estiverem
presentes para maioria da população, ou a
todos, é capaz de formar um virtual colchão de
proteção social para a população.
Esse colchão social é composto pela
infraestrutura básica (saneamento, transporte e
energia), educação e um ambiente seguro para
a população e economia. Esses elementos
estendidos de forma universal para a
população, inevitavelmente, criarão uma nação
menos desigual e mais justa (vide Figura 1).
Esse mesmo colchão que deixa a
população confortável para a produtividade o
estudo e o desenvolvimento podem ser os
principais fatores para amenizar crises vindas
de qualquer setor. Além dessa proteção, o
colchão social apresenta-se como uma fonte de
impulso para mudanças criativas e menos
dolorosas para os cidadãos. Principalmente a
educação é produtora de mão-de-obra
qualificada e de uma massa crítica e intelectual
capaz de reverter situações.
Os países pobres não possuem uma
proteção social substancial e quando existe
algum tipo de serviço público sofre o
sucateamento e degradação, assim em países
menos desenvolvidos o colchão social é muito
mais fino, e se existir, assemelha-se a um
colchonete.
Em seminário realizado pelo Ministério
da Fazenda e a Secretaria de Assuntos
Estratégicos, chamado “A média é que faz a
diferença” em seu site os organizadores citaram
a definição do sociólogo Jorge Claudio Ribeiro:
O conceito de classe média não se
resume ao nível de renda,
simplesmente. Nesse sentido, seria
“forçar a barra” chamar esse
contingente expressivo – são 30
milhões de pessoas – de classe
média, usando apenas o critério da
renda. E as classes sociais se
definem por outros critérios, como a
sua forma de ver o mundo, sua
cosmovisão, sua atitude perante a
vida, suas memórias, sua história. E
esses são fatores um pouco mais
qualitativos,
que
não
foram
pesquisados. (RIBEIRO in A Média
que faz a diferença, 2011)
Ribeiro enfatiza a diferença que existe
na antiga classe média conhecida pela literatura
e a nova classe média ascendente nos países
emergentes:
Essa chamada “nova classe média” é
nova, mas não é média, pelo menos
do jeito como conhecíamos a classe
média convencional, que desenvolvia
e estimulava o esforço pessoal, que
tinha um mundo amplo, tinha
escolaridade tradicional na família. A
nova classe média parece que está
se restringindo, por enquanto, a
fatores ainda referentes à situação
anterior. Ela tem mais renda, mas
continua “espiritualmente” a mesma.
Pode fazer mais o que já fazia antes.
Não houve ainda uma ruptura muito
pronunciada. São pessoas que
fizeram
um
esforço
pessoal
gigantesco, e que valorizam as
realidades mais próximas de si.
(RIBEIRO in A Média que faz a
diferença, 2011)
Com uma proteção tão fina os impactos
de crises são mais sentidos e dolorosos e as
possibilidades de recuperação ficam exíguas.
Nos países subdesenvolvidos o colchonete
social não possibilita uma recuperação tão
rápida e pode devolver um grande contingente
populacional para a pobreza.
Novo fenômeno do Brasil; classe de
sustentação econômica para a crise de 2008
e perigo da volta a pobreza.
A nova classe média brasileira, chamada de
classe média C, é composta por quase 93
milhões de habitantes e a renda familiar se situa
entre R$ 1065 e R$ 4600 mensais (AZEVEDO
2010). Esse grande contingente foi e está sendo
responsável pela manutenção da atividade
produtiva no Brasil e conseguiu amenizar a crise
mundial desde 2008 para o país.
Vale lembrar que a chamada classe média
A/B possui uma renda acima de R$ 4600 e a
classe média D recebe mensalmente entre R$
768 e R$ 1065. Abaixo desses rendimentos está
situada a classe de renda baixa com
vencimentos de até R$ 768 (EPOCA, 2008).
A ascensão desse novo grupo está
intimamente ligada as mudanças econômicas
ocorridas desde o início do Plano Real. O
controle da inflação, a valorização do salário
mínimo, os programas de transferência de
renda e o crescimento econômico dos últimos
anos possibilitaram um impulso na renda para
os trabalhadores.
O consumo foi o primeiro fator a sofrer
modificações positivas pelo aumento da renda
da classe C. A facilitação do crédito, o
alongamento das parcelas, juros mais baixos e
a redução dos preços de muitos produtos
potencializaram as vendas no varejo nos últimos
anos. Esse fato é responsável por manter o
comércio aquecido proporcionando empregos e
dinamização econômica
Uma das grandes características da classe
média é o sonho da casa própria, o Brasil
possui um déficit de mais de 7 milhões de
moradias, sendo necessário ao menos vinte
anos para sanar esse problema. Desde 2009 o
governo federal através de políticas de
subsídios investe na construção civil voltada
para a classe média C, esta ação tem dois
efeitos diretos que são a construção das
moradias e o aquecimento da economia, pois a
construção civil é um dos motores para o
crescimento econômico.
Ainda no Brasil, mesmo com o aquecimento
dos últimos anos, o crédito voltado para a
construção
civil
é
escasso,
países
desenvolvidos possuem em média um valor de
60% do PIB empenhado em crédito imobiliário,
enquanto no Brasil essa porcentagem é de
apenas 2% (AZEVEDO, 2010).
A
aquisição
de
automóveis
e
eletroeletrônicos é um ícone de ascensão social
para a classe C, a produção desses itens é
recorde na história da indústria brasileira. O
consumo desses produtos foi facilitado pela
expansão e facilidade do crédito, além do
alongamento e redução das parcelas do
financiamento.
A incorporação de novos hábitos de
consumo é notável, pois setores e mercadorias
antes só acessíveis para as classes AB agora já
fazem parte do cotidiano da classe C. Isto é
visível para o setor de turismo, aviação,
seguros, entretenimento e cosméticos.
O avanço da renda é perceptível e foi de
enorme importância para o Brasil enfrentar a
crise. Entre 2000 e 2006 o crescimento
econômico estava baseado na exportação,
porém a partir de 2007 o mercado interno
começou a ser um importante agente do
crescimento. A redução da dependência externa
e uma maior participação do mercado
consumidor interno, especialmente a classe C,
fizeram com que o PIB ficasse perto da
estabilidade (-0,2%) no ano 2009, mesmo com o
decréscimo foram criados quase 1 milhão de
novos empregos formais. Em 2010 o PIB foi o
maior desde 1986 fechando com o patamar de
7,5%.
Pode-se afirmar que atualmente o Brasil
possui um mercado consumidor robusto e
atraente, essa percepção não foi somente
notada pelo governo e empresas do país.
Bancos, instituições e empresas internacionais
apontam o Brasil como país de grandes
oportunidades para a atividade produtiva.
Mesmo China é Índia possuindo uma maior
população, o Brasil possui um mercado
consumidor mais sofisticado e urbanizado,
demandando não só quantidade, mas também
qualidade no consumo.
As estratégias para atingir esses quase 100
milhões de pessoas são diferenciadas, pois
acostumadas a vender apenas para as classes
de maior renda as empresas foram forçadas a
buscar novas formas de publicidade, alcance e
apelo aos novos consumidores. Empresas que
antigamente vendiam apenas para classes de
maior rendimento, agora buscam adequação de
produtos para aumentarem suas vendas nas
regiões onde a classe média C é substancial.
Conclusão
O fenômeno é impressionante, inédito e
positivo para o Brasil, esse movimento é
verificado em várias partes do mundo,
especialmente nos países emergentes. O
aumento da renda de uma grande massa de
habitantes está melhorando o padrão de vida e
oferecendo
acessibilidade
a
segurança
alimentar, recursos tecnológicos e conforto.
Entretanto, a classificação dessa nova
classe média brasileira pautada apenas na
renda pode ser uma avaliação muito frágil e
perigosa, pois a qualquer momento de
mudanças conjunturais e estruturais a classe C
pode retornar rapidamente a população de
baixa renda.
Os problemas ainda enfrentados por essa
recém formada classe média são vários,
exemplificados pelo o alto endividamento (juros
e impostos altos), a mão-de-obra desqualificada
(lento processo de recolocação de trabalho) e a
falta de moradia e infraestrutura adequadas
(mesmo com a melhora de cenário). Esses
graves problemas podem ser freios e também
barreiras para a manutenção do crescimento
econômico e o fortalecimento da nova classe
média.
Em matéria publicada pelo Estado de S.
Paulo em 18 de junho de 2010 o economista
Bráulio Borges indica que o Brasil deixa de
ganhar mais de US$ 11 mil per capta com
pequenos problemas que atrapalham as
empresas no dia-a-dia, além de acentuar a
trágica competitividade brasileira em relação a
outros países.
Borges salienta seis pontos de grande trava
para o aumento dos empregos e crescimento da
renda per capta brasileira:
“Além da conhecida falta de
infraestrutura, estão nesse rol o
tempo gasto pelas empresas para
pagar impostos, a carga tributária
sobre o lucro das companhias, o
tempo
para
fazer
valer
o
cumprimento dos contratos, o custo
para exportar e o tempo para lidar
com licenças em geral.” (BORGES,
2010)
A
permanência
desse
importante
contingente é estratégica para a economia e
desenvolvimento social do país, O governo deve
aprimorar sua ambiência fiscal e trazer maior
tranquilidade e eficácia para as empresas
continuarem a empregar e competirem no
mercado externo e interno. A renda possui
enorme valia para uma maior prosperidade e
sobrevivência da população brasileira, porém
outros fatores são essenciais para a evolução
dessa nova classe social que agrega quase
46%
da
população
do
Brasil.
(http://www.sae.gov.br, 2011)
Os itens que compõe o colchão social
(educação, saneamento, saúde pública, energia
e transportes) são mais eficazes e duradouros
que, somente, a renda. O crescimento
econômico tão almejado pelo país pode ser
comprometido se os recursos básicos não
acompanharem o aumento de renda da classe
C. Vale lembrar que um robusto colchão social
inevitavelmente aumenta a renda, pois evita
gastos desnecessários, qualifica a mão-de-obra
e melhora a saúde pública.
A defesa pela manutenção da elevação da
renda e do consumo é justa e necessária,
entretanto paralelo a esse processo, a
universalização dos recursos sociais deve ser
ressaltado e colocado em primeira ordem pelos
governantes, setor produtivo e pela própria
classe ascendente. Sem o fortalecimento do
colchão social essa nova fase da sociedade
brasileira pode se tornar mais uma oportunidade
perdida.
Figura 1: Distribuição das classes sociais no Brasil
Fonte: Revista Época 11/08/08 – FGV 2008
Referências:
AZEVEDO,R:MARDEGEN,JR. O consumidor de baixa renda. Ed. Campus. Rio de Janeiro, 2010.
EHRENREICH,B. Desemprego de colarinho branco. Ed. Record. São Paulo, 2006.
______________. Miséria à americana. Ed. Record. São Paulo, 2004.
______________. O medo da queda. Ed. Página Aberta. São Paulo, 1989.
LAMOUNIER,B:SOUZA,A. A classe média Brasileira. Ed. Campus. Rio de Janeiro, 2010.
EHRENREICH,B. Desemprego de colarinho branco. Ed. Record. São Paulo, 2006.
______________. Miséria à americana. Ed. Record. São Paulo, 2004.
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MILLS, W.
A nova Classe média. Zahar Editores. Rio de Janeiro, 1979.
Site:A media faz a diferença http://www.sae.gov.br/novaclassemedia/?page_id=58
Site: O Estado de S. Paulo http://economia.estadao.com.br/18junho2011
Revistas: Época 2008; The Economist, 2008
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