Relato de caso em paciente de ascendência africana

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Paralisia periódica hipocalêmica: Relato de caso em
paciente de ascendência africana
Coimbra, TL1 & Ferreira, ALC1
1 Residente de Medicina Física e Reabilitação – CRER – Goiânia, Goiás.
Introdução
Síndrome rara e potencialmente letal, a paralisia periódica
hipocalêmica (PPH) decorre de mutações no gene
CACNA1S, o que gera anormalidades nos canais iônicos de
e resulta em alterações na excitação do sarcolema.
Sua prevalência estimada é de 1: 100 000 e a primeira
manifestação ou surto da doença ocorre geralmente na
segunda década de vida. É mais comum em asiáticos.
A apresentação clínica é geralmente fraqueza muscular ou
paralisia flácida acometendo especialmente membros
inferiores com hipocalemia . Podem ocorrer alterações no
eletrocardiograma associadas à baixa concentração sérica
de potássio.
Trata-se de uma moléstia passível de tratamento e de
plena recuperação por parte do paciente quando
diagnosticada corretamente.
Tendo em vista o exposto acima, este trabalho objetiva
relatar um caso de paralisia periódica hipocalêmica em
paciente de ascendência africana.
Paralisia periódica hipocalêmica: Relato de caso em
paciente ascendência africana
Coimbra, TL1 & Ferreira, ALC1
1 Residente de Medicina Física e Reabilitação – CRER – Goiânia, Goiás.
Relato do Caso
FLS, 55 anos , masculino, negro, casado, mestre de obras,
natural e procedente de Santa Helena deu entrada no
pronto-socorro de um CAIS da sua cidade apresentando
paralisia flácida com predomínio de membros inferiores e
queda de própria altura. Referiu HAS em tratamento
irregular com losartana 50mg como antecedente. Negou
casos semelhantes familiares. Realizou tomografia de
crânio e exames do LCR, ambos normais.
Seis dias depois, foi transferido para UTI do CRER,
apresentando ainda quadro de paralisia flácida, mas com
melhora em relação ao quadro inicial. Exame físico de
aparelhos cardiovascular, respiratório, digestivo e
genitourinário foi normal. Pares cranianos e reflexos
profundos normais.
Não apresentava anormalidades em ressonância de
colunas
ou
de
crânio
assim
como
na
eletroneuromiografia.
Foram
realizados
eletrocardiogramas seriados do paciente, sem alterações.
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paciente ascendência africana
Coimbra, TL1 & Ferreira, ALC1
1 Residente de Medicina Física e Reabilitação – CRER – Goiânia, Goiás.
Relato do Caso
Ao analisar a dosagem de eletrólitos, observou-se
hipocalemia importante – o valor do potássio sérico era
de 2,2 (VR – 3,5 a 5,1). Após reposição de potássio,
paciente passou a ter melhora do quadro de paralisia,
evoluindo com melhora da força muscular – de grau 1
para grau 4 em uma semana.
Quando o valor do potássio era de 3, o paciente estava
completamente recuperado do quadro de paralisia flácida.
Foi feita a investigação da hipocalemia, não sendo
encontradas alterações nos exames: Doppler de artérias
renais, tomografia computadorizada de abdome,
gasometria arterial, função tireoidiana assim como na
dosagem do sódio e osmolaridade urinários.
Após doze dias de internação, o paciente recebeu alta
com ajuste de medicações para hipertensão – uso de
espironolactona, reposição de potássio via oral e
orientações dietéticas quanto à diminuição da ingestão de
carboidratos.
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paciente de ascendência africana
Coimbra, TL1 & Ferreira, ALC1
1 Residente de Medicina Física e Reabilitação – CRER – Goiânia, Goiás.
19/mar
17/mar
15/mar
13/mar
11/mar
09/mar
07/mar
05/mar
2
2,2
2,4
2,6
2,8
3
3,2
3,4
Valor do Potássio Sérico (mEQ/L)
Tetraparalisia
TC crânio / RM coluna/
ENMG
flácida
Bioquímica: sérica e LCR
Gasometria/ EAS/ Na e K urina
Hipocalemia
a/e
Paralisia
Periódica
Hipocalêmica
Doppler aa renais
Osmolaridade urinária/ Função
tireoideana/ bioquímica
Paralisia periódica hipocalêmica: Relato de caso em
paciente de ascendência africana
Coimbra, TL1 & Ferreira, ALC1
1 Residente de Medicina Física e Reabilitação – CRER – Goiânia, Goiás.
Discussão
Podemos observar neste caso a apresentação clinica e
laboratorial típica da PPH. O que nos chama atenção é a
etnia do paciente e a ocorrência tardia da primeira
manifestação da doença.
A confirmação diagnóstica da doença se dá por teste
molecular, o que não foi possível ser feito devido à falta
de disponibilidade em nosso meio.
O tratamento imediato em qualquer caso consiste na
reposição de potássio e em longo prazo na suplementação
do mesmo além de diversas medidas a fim de evitar novas
crises.
Referências
Panarotto, D et al. Paralisia periódica hipocalêmica esporádica. Revista
AMRIGS, Porto Alegre, 54 (3): 331 – 333. 2010.
De Assis, TJCF et al. Paralisia Periódica Hipocalêmica Tipo 1: Envolvimento dos
Canais de Cálcio Dependentes de Voltagem. Rev Neurocienc 2012;20(4):588596.
http://omim.org/entry/170400, Acesso em 23/05/2015.
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