UNIVERSIDADE EST. DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE – CAMPUS FOZ DO IGUAÇU CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS ENGENHARIA ELÉTRICA MEDIDAS ELÉTRICAS – PROF. ROBERTO LOTERO MEDIÇÕES ELÉTRICAS Métodos para medições de resistência, capacitância e indutância Marcio Roberto Kriger Lino Rafael Campagnaro de Mendonça Foz do Iguaçu – Fevereiro de 2003 INDICE 1. SUMÁRIO............................................................................................................................2 2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................3 2.1. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS.................................................................................3 2.1.1. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS FRACAS ........................................................3 2.1.1.1. MÉTODO DO GALVANÔMETRO DIFERENCIAL .................................4 2.1.1.2. MÉTODO DO POTENCIÔMETRO ............................................................5 2.1.1.3. MÉTODO DE KELVIN................................................................................7 2.1.1.4. OHMÍMETRO DUCTER ...........................................................................10 2.1.2. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS MÉDIAS.......................................................11 2.1.2.1. MÉTODO DO VOLTÍMETRO E AMPERÍMETRO.................................12 2.1.2.2. MÉTODO DO OHMÍMETRO A PILHA...................................................14 2.1.2.3. MÉTODO DA SUBSTITUIÇÃO ...............................................................14 2.1.2.4. PONTE DE WHEATSTONE .....................................................................15 2.1.3. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS ELEVADAS.................................................16 2.1.3.1. MÉTODO DO VOLTÍMETRO ..................................................................17 2.1.3.2. MÉTODO DA CARGA DO CAPACITOR................................................17 2.1.3.3. MÉTODO DO MEGGER ...........................................................................19 2.2. PONTES DE CORRENTE ALTERNADA ...............................................................21 2.2.1. PONTES CLÁSSICAS PARA MEDIÇÃO DE CAPACITÂNCIA...................23 2.2.1.1. PONTE DE WIEN ......................................................................................23 2.2.1.2. PONTE DE SCHERING.............................................................................24 2.2.1.3. PONTE DE SAUTY ...................................................................................26 2.2.1.4. PONTE DE NERNST .................................................................................26 2.2.2. PONTES CLÁSSICAS PARA MEDIÇÃO DE INDUTÂNCIA .......................27 2.2.2.1. PONTE PARA COMPARAÇÃO DE INDUTÂNCIAS.............................27 2.2.2.2. PONTE DE MAXWELL ............................................................................28 2.2.2.3. PONTE DE HAY ........................................................................................29 2.2.2.4. PONTE DE OWEN.....................................................................................30 2.2.2.5. RELACIONAMENTO DAS PONTES DE INDUTÂNCIAS....................31 3. CONCLUSÃO....................................................................................................................33 4. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................34 1 1. SUMÁRIO Com o objetivo de complementar as aulas de Medidas Elétricas, este trabalho apresenta os aspectos referentes a diversos tipos de medições de resistências, capacitâncias e indutâncias. Inicialmente são abordados os métodos para medição de resistências elétricas segundo suas características e magnitude. Nesta etapa são apresentados os métodos teóricos com suas respectivas aplicações comercialmente na área de engenharia elétrica. Em seguida são apresentadas as pontes de corrente alternada, que possibilitam a medição de indutâncias e capacitâncias. Aqui também são abordados os aspectos teóricos e suas aplicações comerciais. 2 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS A medição de resistências é uma das operações mais usuais em medidas elétricas. Basicamente, essa medição caracteriza-se por se determinar a diferença de potencial nos terminais de uma resistência que é percorrida por uma corrente. Para se empregar esse princípio geral existem vários tipos de métodos que devem ser utilizados dependendo do valor da resistência a medir e da precisão desejada. Como uma forma de facilitar a classificação dos métodos, as resistências são divididas em três categorias: Resistências fracas, médias e elevadas. A seguir serão apresentados os métodos de medições para cada uma dessas categorias. 2.1.1 MEDIÇÃO DE BAIXAS RESISTÊNCIAS: 10ΜΩ A 1Ω A categoria das baixas resistências abrange a faixa aproximada de 10µΩ a 1Ω. Na medição destas resistências não se pode desprezar, como na medição de resistências médias, duas grandezas principais causadoras de erros: 1. A resistência dos fios condutores que interligam o corpo sob medição e o instrumento de medida; 2. A resistência de contato dos destes fios condutores com os elementos envolvidos. Características gerais dos instrumentos: • Fios condutores curtos e de grande seção transversal, para diminuir a influência sobre os resultados; • Contatos mais apurados e muito bem limpos. Por ex. banhados com prata que é um excelente condutor e diminui a resistência de contato com a resistência a ser medida; • Compostos por dois circuitos: um de corrente e um de potencial, praticamente independentes entre si (estrutura conforme fig 1); • Alimentação com corrente contínua (com pilha ou bateria interna). 3 V Circuito de Potencial Resistência interna (muito grande) i I-i Resistência desconhecida Circuito de Corrente Resistência interna (muito pequena) I A Figura 1 Métodos mais empregados: 1. 2. 3. 4. Método do Galvanômetro Diferencial; Método do Potenciômetro; Ponte de Kelvin; Ohmímetro “Ducter”. 2.1.1.1 MÉTODO DO GALVANÔMETRO DIFERENCIAL Neste método o instrumento empregado é o tipo quocientímetro de bobina móvel e imã fixo (Q1) de escala com zero central. A figura 2 e o texto seguinte apresentam seu princípio de funcionamento: O quocientímetro apresentado consta de duas bobinas retangulares, dispostas ortogonalmente entre si, inseridas com grau de liberdade rotacional em um meio magnético permanente e fixo tal que a intensidade das correntes que percorrem as bobinas determinam a deflexão do ponteiro associado ao eixo do sistema. Usualmente o sentido das correntes é posto de maneira que se criem conjugados motores opostos entre as bobinas. Figura 2 A configuração do sistema está apresentado na figura 3, e o método de medição consiste num divisor de tensão entre uma resistência variável conhecida e a resistência 4 que está sob teste e dois divisores de corrente que alimentarão as bobinas através de uma resistência muito alta. Para a determinação de uma resistência X qualquer pode-se analisar o seguinte: quando a chave K é fechada, estando o cursor P numa posição qualquer por ex. R′, as correntes i1 e i2 têm os seguintes valores: i1 = R' . I R1 + r + R' i2 = ; X. I R2 + r + X 0 _ + N S P Figura 3 Deslocando-se vagarosamente o cursor P, atinge-se um valor de R que faz com que o ponteiro indique zero no mostrador. Esta posição do cursor indica que i1=i2 e portanto, segundo as equações, que X=R. 2.1.1.2 MÉTODO DO POTENCIÔMETRO O potenciômetro é aplicado na prática essencialmente para medir tensão por meio de comparação, sendo para isto indispensável o uso de uma pilha padrão. O esquema básico está representado na figura 4: 5 E RH A B EP C 1 O K EX G 2 Figura 4 Legenda: G - Galvanômetro de zero central; E - Bateria de serviço ou pilha de operação; AB - Resistor graduado em termos de tensão ( em geral de 0 a 2V)sobre o qual o cursor C pode ser deslocado de modo deslizante; EP - Pilha padrão cuja f.e.m. é conhecida; EX - Pilha cuja f.e.m. se quer medir; A operação é iniciada ajustando-se o potenciômetro, isto é, fazendo com que a queda de potencial ao longo de AB corresponda realmente aos valores nele marcados. Para isto, coloca-se o cursor C na marca corresponde ao valor de EP (p. ex. 1,26V). Pondo-se a chave K no ponto 1 atua-se no reostato RH até que G indique zero. Nesta situação a tensão de A a C está equilibrando a f.e.m. EP, estando agora o potenciômetro ajustado para o uso. Passando a chave K para o ponto 2, desloca-se o cursor C até que G indique zero. O valor indicado por C sobre o resistor AB é o valor da f.e.m. Exemplo: Para medir uma resistência X pode-se adotar o seguinte método: Coloca-se X em série com um resistor padrão RP e alimenta-se o conjunto por meio de uma pilha qualquer E1, conforme figura 5 abaixo: 6 Figura 5 Com o potenciômetro fazem-se duas leituras: ER nos terminais de RP e EX nos terminais de X. Pode-se então escrever: I1 = ER E X = RP X ∴ X = EX RP ER 2.1.1.3 PONTE KELVIN A ponte dupla de Kelvin, ou, abreviadamente ponte kelvin, pode ser considerada como uma modificação da ponte de Wheatstone, com a finalidade de assegurar um aumento de exatidão nas medidas de resistências baixas. O seu esquema básico está mostrado na figura 6 e o princípio de funcionamento fica definido como segue: Figura 6 7 Legenda: G - Galvanômetro de zero central; E - Bateria de serviço de resistência interna ρ; AB - Resistor, graduado em termos de submúltiplos do ohm (Potenciômetro); r - Fio condutor de grande seção que liga a resistência X a medir ao resistor AB; M, N, P, Q : Resistores fixos, próprios da ponte, devendo seus valores satisfazerem as duas condições seguintes, intrínsecas à construção da ponte: 1. M+N e P+Q são valores relativamente elevados, sendo cada um destes totais muito maior do que X + r + R. 2. Será sempre conservada a relação M P = . N Q As correntes i1 e i2 são muito pequenas, o que contribui para um bom desempenho do contato F’ evitando aí o aparecimento de f.e.m. de origem termoelétrica. Na operação, após o fechamento da chave K desloca-se vagarosamente o cursor F’ até se conseguir o equilíbrio, isto é até se conseguir ig = 0, sendo esta verificação feita através da indicação zero de G. No equilíbrio podemos escrever as seguintes equações: M i1 = P i 2 + X ( I − i1 ) N i1 = Q i 2 + R ( I − i1 ) i2 = r . ( I − i1 ) r + P+Q Destas equações obtém-se o valor de X: X= E como rQ M . R+ r + P +Q N M P = temos para X: N Q X = A relação M P − Q N M .R N M é chamada “relação de entrada” da ponte. N A figura 7 mostra uma ponte Kelvin com maiores detalhes construtivos, estando esta mais próxima das realmente fornecidas pelos fabricantes: 8 Figura 7 Os principais detalhes ficam descritos a seguir: 1. Os contatos F1 e F2 são mudados de posição simultâneamente, possibilitando vários valores para a “relação de entrada” M/N, mas conservando sempre a igualdade M P = ; N Q 2. A resistência R que é ajustável para equilibrar a ponte é composta de duas partes em série: uma de ajuste por pontos ou saltos através do contato F” e outra de ajuste contínuo através do cursor F’ o qual permite encontrar um equilíbrio perfeito da ponte; 3. O galvanômetro é provido de um derivador (shunt) que limita a corrente que o percorre. Antes de começar a operação deve-se ter o cuidado de colocar o cursor F na posição de sensibilidade mínima, para que somente uma pequeníssima corrente passe através de G. Em geral, para a ponte Kelvin pode-se fazer as seguintes observações: a) A expressão XN=MR para determinar o valor de X é similar ao da ponte de Wheatstone; b) Possui dois resistores fixos M + N e P + Q, diferente da ponte Wheatstone que possui um apenas; c) A ligação de X à ponte deve ser feita sempre através dos quatro fios condutores fornecidos pelo fabricante, são eles que caracterizam a eficácia da ponte; 9 2.1.1.4 OHMÍMETRO DUCTER O ohmímetro Ducter é destinado especificamente para medir resistências fracas do tipo industrial, tais como: resistência de condutores, de conexões, de contato, etc. É de grande aceitação em empresas de energia elétrica sendo utilizada sobretudo para verificação e acompanhamento da evolução da resistência dos contatos de equipamentos utilizados em manobra de circuitos em carga: disjuntores, religadores, contatores, etc, normalmente imersos em óleo isolante. O esquema básico está representado na figura 8 abaixo: Figura 8 O conjunto móvel é do tipo quocientímetro, bobina móvel e imã fixo. A bobina de corrente A, chamada bobina de controle, de resistência g em série com o resistor estabilizador de resistência r, posto em paralelo com o Shunt de resistência RS , é percorrida pela corrente i’: i' = RS .I g + r + RS A bobina de tensão B, chamada bobina defletora de resistência g’ em série com R , é submetida a ddp V nos terminais de X, sendo então percorrida pela corrente i: V = ( g ' + R ) . i = X ( I − i) ∴ i= X .I g' + R E pela própria construção do Ducter, a corrente i é muito pequena. 10 i i' Partindo da relação característica deste quocientímetro, θ = k , ou seja o desvio angular do ponteiro é proporcional ao quociente das correntes nas bobinas, e sendo i i' determinado pelas relações anteriores: g + r + RS i X = . i' g ' + R RS θ = k. podemos chegar a seguinte equação: g + r + RS X . g' + R RS ∴ θ =K X Como se vê, a deflexão θ é também proporcional a resistência X a medir. Quando se muda a posição da alavanca C, modificam-se os valores de RS, r e R simultâneamente. Estas grandezas são adequadas pelo fabricante de modo que sejam conseguidos valores em potência de 10 para o coeficiente K que é o multiplicador da leitura da escala. Assim, um mesmo Ducter pode se prestar para medir uma faixa muito grande de valores de X. Observações sobre o equipamento: a) As medidas de resistência de contato dos equipamentos descritos anteriormente leva em conta os condutores internos e suas conexões, portanto a análise da evolução deve ser feita com base nas mesmas condições de ensaio e estar relacionada com o histórico do equipamento; b) Atenção deve ser dada para que não sejam trocados os condutores de potencial P1 e P2 (que vêm de fábrica) principalmente, pois os de corrente não influem no valor medido; c) Por ser o conjunto móvel do tipo quocientímetro, quando está desligado o ponteiro do indicador pode ficar em qualquer posição; d) Antes de ligar o Ducter é aconselhável verificar se a bateria E está em boas condições e se o ponteiro está se movendo livremente. Para isto, deixando-se desligado os terminais P1 e P2, junta-se o terminal C1 ao C2 devendo o ponteiro deslocar-se até o zero da escala. 2.1.2 MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS MÉDIAS: 1Ω A 1MΩ Para a medição de resistências médias compreendidas entre 1 Ohm e 1 Mega Ohms existem 4 métodos básicos. São eles: 11 2.1.2.1 MÉTODO DO VOLTÍMETRO E AMPERÍMETRO Este método consiste em se aplicar diretamente a lei de Ohm ( R = V ). Ou seja, I faz-se percorrer uma corrente I através da resistência a ser medida e mede-se a diferença de potencial entre os terminais dessa resistência. Para a realização desse tipo de medição, existem duas possibilidades de montagem, que diferem entre si na posição em que é ligado o voltímetro: • Montagem a montante: Esta configuração recebe esse nome porque, em relação à fonte, o voltímetro fica antes do amperímetro. Figura 9 Sejam: V1 = indicação do voltímetro V; I1 = indicação do amperímetro A; O valor medido R1 de R será: R1 = V1 I1 No entanto, o valor medido R1=R+Ra onde Ra é a resistência do amperímetro. Logo, o erro absoluto é dado por: ∆R = R1 − R = Ra E o erro relativo é: ∈1 = • ∆R Ra = R R Montagem a Jusante Já esta configuração recebe esse nome porque, em relação à fonte, o voltímetro fica depois do amperímetro. 12 Figura 10 Sejam: V2 = indicação do voltímetro V; I2 = indicação do amperímetro A; O valor medido R2 de R será: R2 = V2 I2 Entretanto, o valor medido R2 será: R2= R R 1+ RV Assim sendo, o erro absoluto será dado por: ∆R = R2 − R = − R2 R + RV E o erro relativo é: ∈2 = ∆R R R = e para R<<RV, tem-se: ∈2 = RV R R + RV A conclusão que se tira dos dois tipos de montagem é que a montagem a montante dá um erro “por excesso”, devendo ser empregada para medir resistências R>>Ra. Ao passo que a montagem a jusante dá um erro “por defeito”, devendo ser utilizada para medir resistências R<<Rv. Com isso, verifica-se que existe uma resistência limite que é ao mesmo tempo muito maior que Ra e muito menor que Rv. Para que se determine essa resistência limite, basta que se igualem os erros relativos: ∈1 =∈2∴ Ra Rl = Rl Rv Æ Rl = Ra ⋅ Rv Da expressão acima, conclui-se que valores maiores que Rl são considerados muito maiores que Ra e, portanto é aconselhável que se utilize a montagem a montante. 13 Já os valores menores que Rl são considerados muito menores que Rv e, portanto é aconselhável que se utilize a montagem a jusante. O que se pode concluir do método é que, independentemente da montagem a ser utilizada, pelo menos a ordem de grandeza da resistência pode ser determinada. O que se faz na prática é descobrir a ordem de grandeza da resistência e, em seguida, utilizar a montagem que oferece uma precisão melhor, ou seja, um erro relativo menor. 2.1.2.2 MÉTODO DO OHMÍMETRO A PILHA O princípio de funcionamento deste método consiste em se utilizar um amperímetro com escala graduada em Ohms. Afinal, sabendo-se a resistência interna da pilha e do amperímetro, basta que a corrente seja medida para que se saiba diretamente o valor da resistência a ser medida. Seu esquema básico está representado abaixo: Legenda ρ é a resistência interna da pilha; g é a resistência interna do instrumento G; r é uma resistência ajustável utilizada para calibrar o instrumento; X é a resistência a ser medida. Figura 11 O instrumento G não difere em nada de um amperímetro comum. Apenas sua escala é modificada para Ohms. O amperímetro pode ser analógico ou digital. 2.1.2.3 MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO Este é um método relativamente simples e muito prático, pois elimina erros sistemáticos de leitura não sofre influência da inexatidão do amperímetro. Seu funcionamento consiste em se medir a corrente que passa pela resistência desconhecida, anota-la, e em seguida fazer passar a mesma corrente por uma resistência R ajustável conhecida. 14 Um circuito esquemático está representado abaixo: Figura 12 Conforme a figura acima, vê-se que o objetivo é que o amperímetro dê a mesma indicação nas duas posições do interruptor K. Por intuição, verifica-se que o único erro é função da precisão da resistência conhecida R. Em muitos casos R varia de modo descontínuo, por pontos (ohm por ohm). Assim, é quase impossível obter a igualdade I1=I2 para as duas posições de K. O que se faz na prática é aplicar a maior corrente possível (suportada pelas resistências), pois, em uma análise mais detalhada, seria verificada uma diminuição no erro. 2.1.2.4 MÉTODO DA PONTE DE WHEATSTONE Este é o método mais utilizado para a medição de resistências médias, e foi criado pelo físico inglês Christie em 1830 e estudado por Wheatstone (1802-1875). Sua configuração básica está representada abaixo: Figura 13 15 O princípio da medição consiste em ajustar os valores das resistências dos resistores M, N e P de tal modo que os pontos C e D fiquem ao mesmo potencial, sendo a verificação desta igualdade fornecida pela indicação “zero” do galvanômetro G. Assim, no equilíbrio temos: Vc=Vd, ou seja: ig=0, acarretando: N ⋅ i1 = M ⋅ i2 P ⋅ i1 = X ⋅ i2 Æ X= M ⋅P N Na prática não se ajustam independentemente as resistências M, N e P. O que se faz é ajustar a relação M/N conforme a figura abaixo: Figura 14 Já a resistência P é ajustada em várias décadas de resistores, facilitando a praticidade da medição. 2.1.3 MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS ELEVADAS: MAIORES DO QUE 1MΩ Para a medição de resistências elevadas correspondentes a valores maiores do que 1 Mega Ohm, utiliza-se métodos já conhecidos (intuitivamente) que fazem uso de corrente contínua. Este tipo de medição é empregado geralmente para a determinação da resistência de isolamento de cabos elétricos, máquinas elétricas, transformadores, etc. 16 Basicamente existem três métodos para a medição de resistências elevadas. A seguir serão apresentados os três métodos. 2.1.3.1 MÉTODO DO VOLTÍMETRO Considere a figura abaixo, onde X é uma resistência elevada (desconhecida) que está ligada em série com um voltímetro de resistência interna RV sendo percorridos por uma corrente I fornecida pela fonte de tensão contínua U. Figura 15 A partir da figura acima, tem-se que: U = ( X + RV ) ⋅ I onde I= V , sendo V a indicação do voltímetro em Volts. RV Logo, X = RV U −V V O método é relativamente simples, já que aplica diretamente a lei de Ohm. 2.1.3.2 MÉTODO DA CARGA DO CAPACITOR Este método consiste em se medir a tensão em um capacitor carregado com o auxilio de um galvanômetro balístico. A figura abaixo mostra como isso pode ser feito: 17 Figura 16 Na figura acima, quando a chave K está na posição 1, o capacitor C começa a carregar devido a uma corrente (fornecida pela fonte E) que flui por X (resistência de isolamento desconhecida). Como essa resistência é muito alta, o tempo de carregamento do capacitor é de certo modo elevado, sendo assim um valor mensurável. Com a chave K na posição 2, o capacitor descarrega através do galvanômetro balístico e produz uma deflexão θ. Dessa forma, q=k. θ, onde k é a constante balística do galvanômetro. Portanto, quando se deseja medir a resistência X, primeiro precisa-se definir a carga máxima que o capacitor consegue armazenar, ou seja, qual o valor de “q” para um tempo de carregamento muito longo. A equação para a carga do capacitor com a chave na posição 1 é: t − XC q = Q ⋅ 1 − e Da equação acima, deduz-se que, para um tempo t muito longo, a carga do capacitor é Q. Para a medição, deve-se primeiro medir a deflexão causada no galvanômetro balístico quando o capacitor está com a carga Q, que será definida como: Q = kθ o , onde θo é a deflexão no galvanômetro balístico nesta situação. Depois de definido o parâmetro acima, é inevitável que se chegue a: X= t θ C ⋅ ln o θ o −θ Não é necessário chegar a muitas conclusões sobre os dois métodos acima, uma vez que são pouco utilizados. 18 2.1.3.3 MÉTODO DO MEGGER (MEGAOHMÍMETRO) O Megger é o instrumento mais utilizado para a medição de grandes resistências como as de isolamento. Seu grande emprego na prática se deve ao fato de ser um instrumento portátil, robusto e de fácil manuseio. O princípio de funcionamento de um Megger é basicamente o mesmo de um ohmímetro à pilha. A diferença está no fato de se substituir a pilha por uma fonte de maior tensão terminal (normalmente na ordem de kV – kiloVolts). Essa fonte de tensão pode ser um gerador de corrente contínua acionada por meio de uma manivela (ohmímetro a magneto) ou uma fonte constituída por uma bateria de 12 volts acoplada a um circuito conversor de corrente contínua, que nada mais faz do que transformar a tensão da bateria de 12 Volts para alguns kiloVolts, conforme desejado. Existem ainda megaohmímetros digitais para medições rápidas de isolamento, com tensão de saída de 0 a 1000 Volts cc ou ca, como os da figura abaixo: Figura 17 (Cortesia J. Roma LTDA) A vantagem dos megaohmímetro digitais é óbvia, já que os dados podem ser armazenados, tratados e classificados para futuras análises. Geralmente um megaohmímetro possui três terminais. São eles: • T Æ Terra (ou E de “earth”); • L Æ Linha • G Æ Guarda A resistência X a ser medida deve ser conectada aos terminais T e L. O terminal “guarda” é previsto para desviar do medidor (amperímetro) as correntes “estranhas”, isto é, forçar a circularem pela fonte, e não pelo medidor, as 19 correntes que durante a mesma operação percorrem outras resistências que estão intrinsecamente ligadas à resistência a medir, evitando assim que o instrumento indique um valor que não corresponda àquele que se está realmente medindo. A seguir serão apresentadas 3 configurações que mostram bem a utilidade do terminal “guarda” na medição das resistências de isolamento entre as bobinas de um transformador. (entre si entre a carcaça). Para isso, considere os seguintes índices: A para bobina de alta tensão, B para bobina de baixa tensão e C para carcaça. 1. Medição de Rab excluindo Rac e Rbc: Figura 18 2. Medição de Rac excluindo Rab e Rbc: Figura 19 20 3. Medição de Rbc excluindo Rab e Rac: Figura 20 Na prática, a medida das resistências de isolamento é feita ao logo do tempo, ou seja, não é feita uma única medida instantânea. O que se faz é registrar as variações da medida no tempo, que costuma ocorrer num intervalo de tempo inicial e finalmente estabilizar depois de um certo tempo. Por fim, deve-se salientar a necessidade de um cuidado que todo operador de megaohmímetro deve ter ao terminar uma medição: Como o megaohmímetro mede resistências elevadas, o espécime a ser medido pode ser considerado um capacitor. Logo, quando o megaohmímetro aplica tensões elevadas ao espécime, este pode armazenar uma certa carga, devendo o operador tomar o cuidado de por em curto os terminais que estão sendo medidos depois de desligado o megger. 2.2 PONTES DE CORRENTE ALTERNADA As medidas de Capacitância e Indutância e de algumas outras grandezas podem ser realizadas conveniente e acuradamente por circuitos AC em ponte. Algumas destas medições podem ser realizadas em DC, porém as pontes AC apresentam vantagens que favorecem o seu emprego. A forma mais simples de uma ponte AC traz uma forte lembrança da ponte DC de Wheatstone: consiste de quatro braços, uma fonte e um detector do equilíbrio. A fonte fornece uma corrente alternada na frequência desejada e intensidade adequada para a ponte, e o detector de equilíbrio pode ser um osciloscópio. 21 Conforme a figura 21 o equilíbrio é conseguido quando Z1.Z4 = Z2.Z3 ou seja o produto das impedâncias de um par de braços opostos deve ser igual ao produto das impedâncias do outro par de braços opostos, sendo as impedâncias expressas como números complexos. Z1 E Z2 OSCIL Z3 Z4 Figura 21 Esta relação entre grandezas complexas comporta na realidade duas relações entre as componentes, exprimindo de fato que as tensões através de Z1 e Z2 são iguais em módulo e fase. Z 1 = R1 + j X 1 Sendo: Z 2 = R2 + j X 2 Z 3 = R3 + j X 3 Concluímos as duas relações seguintes: Z 4 = R4 + j X 4 R1 R3 − X 1 X 3 = R2 R4 − X 2 X 4 Fazendo Z i = Z i . e jφ i , X 1 R3 − R1 X 3 = X 2 R4 − R2 X 4 temos as seguintes relações: Z1 Z 3 = Z 2 Z 4 φ φ φ φ + = + 3 2 4 1 Quando um dos braços da ponte é apenas um elemento simples ( resistor, indutor ou capacitor) as condições de equilíbrio se simplificam. 22 2.2.1 PONTES CLÁSSICAS PARA MEDIÇÃO DE CAPACITÂNCIAS Indicaremos nesta seção as pontes clássicas usuais na medição de capacitâncias. As equações correspondentes estão postas logo a seguir considerando-as já na posição de equilíbrio. Destas pontes, as mais empregadas na prática são as de WIEN e de SCHERING, as quais possibilitam chegar ao fator de perdas tgδ do isolamento dos equipamentos elétricos. 2.2.1.1 PONTE DE WIEN O seu esquema básico está mostrado na figura 22. Esta ponte determina os valores de Rx e Cx de um espécime, e através destes valores, o seu fator de perdas, tgδ. O equilíbrio da ponte é sempre possível atingir, pois há duas grandezas ajustáveis: O capacitor C1 e o resistor R1. Figura 22 A figura 23 representa o diagrama fasorial da ponte numa situação em que a mesma não está ainda equilibrada, estando o instrumento V submetido à diferença de potencial existente entre os pontos A e B. Os ajustes sucessivos de C1 e R1 fazem deslocar o ponto A até que este coincida com B, permanecendo sempre o ponto H sobre a semi-circunferência. 23 Figura 23 Nesta situação o equilíbrio da ponte está alcançado e podemos escrever: RS ( R1 + 1 1 )=R 1 j C1 ω + j CX ω RX Esta equação resolvida fornece os seguintes valores: CX = C1 R R S 1 + ( R1C1ω ) 2 Da figura 11 temos que: tg δ = E da figura 10: Ir = e RX = R S 1 + ( R1C1ω ) 2 R R1 (C1ω ) 2 Ir Ic V BF RX I C = V BF C X ω e Então a expressão para tgδ fica: tg δ = 1 RX C X ω Considerando que dentro de certos limites sin δ ≅ tg δ pode-se dizer também que: cos ϕ = 1 RX C X ω 2.2.1.2 PONTE DE SCHERING Esta ponte está mostrada na figura 24 em que CX e RX pertencem ao espécime sob ensaio. 24 Figura 24 A figura 25 representa o diagrama fasorial da ponte numa situação em que a mesma não está ainda equilibrada, estando o instrumento V submetido à diferença de potencial existente entre os pontos A e B. Os ajustes sucessivos de C1 e R correspondem deslocar os pontos A e B até que os mesmos se superponham, e o equilíbrio da ponte seja atingido. Figura 25 Pode-se então escrever suas equações de equilíbrio: 1 1 1 1 + j CX ω + j C1 ω RX R1 =R 1 j C2 ω e desta expressão tiramos RX e CX: CX = R1 C2 R 1 + ( R1C1ω ) 2 e RX = R 1 + ( R1C1ω ) 2 R1 R1 C1 C 2ω 2 25 Para o fator de perdas tgδ chega-se a mesma expressão e portanto o fator de potência fica: cos ϕ = 1 RX C X ω 2.2.1.3 PONTE DE SAUTY Utilizável para capacitores considerados ideais, isto é, de fator de perdas muito pequeno, podendo ser desprezível. O seu esquema está mostrado na figura 26, da qual pode ser escrita a equação na posição de equilíbrio: R1 ( 1 1 ) = R2 ( ) j CXω jC 4ω ∴ CX = R1 C4 R2 Figura 26 2.2.1.4 PONTE DE NERNST O seu esquema está na figura 27, sendo na prática empregada para medições de capacitâncias reais, isto é, de fator de perdas não desprezível. A sua equação no equilíbrio pode ser escrita: R1 1 1 + j CX ω RX E para tg δ : tg δ = = R2 1 1 + j C4 ω R4 ∴ RX = R2 R4 R1 e CX = R1 C4 R2 1 1 = R X C X ω R4 C 4ω 26 Figura 27 2.2.2 PONTES CLÁSSICAS PARA MEDIÇÃO DE INDUTÂNCIAS Assim como na medição de capacitância, o que se utiliza para medir indutância é um medidor de impedância, onde a parte reativa é proveniente de uma indutância. E como o melhor método para se medir uma impedância é através de pontes, aqui não é diferente. Existe um grande número de pontes específicas para medir indutância. Aqui serão apresentadas as quatro pontes mais utilizadas: 2.2.2.1 PONTE PARA COMPARAÇÃO DE INDUTÂNCIAS Este método é, basicamente, semelhante ao da comparação de capacitâncias. Da mesma, a equação de equilíbrio resultante, para o caso da indutância, é: L X = LS R2 R1 A figura abaixo mostra uma ponte para medida de uma indutância desconhecida: Figura 28 27 É possível observar na figura acima, uma resistência r ligada, por meio de uma chave, ou para o lado do padrão ou para o lado da incógnita, conforme exigido para o equilíbrio. Os componentes resistivos são relativamente maiores para bobinas do que para capacitores, decorrendo, daí, que o equilíbrio das resistências é mais importante do que nas pontes vistas anteriormente. As equações das resistências, para as duas posições são: r em S, r em X, RX = RX + r = R2 ( RS + r ) R1 R2 RS R1 Se um indutor variável aferido (um “indutômetro”) de uma faixa adequada é disponível, ele pode ser o variável, em lugar de R2, como está indicado na figura acima. Os indutômetros constam de bobinas fixas e móveis, de tal modo montadas que a indutância total varia com a posição das bobinas móveis. 2.2.2.2 PONTE DE MAXWELL A grande característica da ponte de Maxwell é que ela permite a medição da indutância em função de uma capacitância padrão. Um capacitor tem alguns pontos vantajosos como padrão, em comparação com o indutor, já que ele não cria nenhum campo externo, além de ser mais completo e mais fácil de blindar. A configuração básica de uma ponte de Maxwell está apresentada abaixo: Figura 29 Assim como em qualquer ponte, deve-se encontrar a condição de equilíbrio para descobrir a impedância Rx+jωLx. Afinal, quando se mede uma indutância de um indutor, é interessante também medir a resistência do enrolamento Rx. 28 Para a ponte de Maxwell, a condição de equilíbrio fica: 1 R X + jL X ω = R2 ⋅ R4 ⋅ + jC1ω R1 Æ RX = R2 ⋅ R4 R1 e L X = R2 ⋅ R4 ⋅ C1 A ponte de Maxwell opera bem para baixos valores de Q1, onde Q1 = ωL1 R1 , exceto para os raros valores pequenos (Q<1), que constituem uma faixa que podem incluir qualquer coisa, desde resistores indutivos até bobinas medidas em freqüência bem abaixo da operação normal; por exemplo, as bobinas de radiofreqüência apresentam um baixo Q quando medidas em audiofreqüências. Para este tipo de medição, a ponte de Maxwell tem uma convergência de equilíbrio muito pobre e dá o efeito conhecido como “equilíbrio escorregadio” quando se usa R1 e R2 (ou R3) para ajuste nulo. O termo “equilíbrio escorregadio” descreve uma condição de ação mútua entre os controles, pela qual, após termos realizado o equilíbrio por R1, vamos a R3 e voltamos a R1, encontrando um novo ponto aparente de equilíbrio; isto é, parece que o ponto de equilíbrio moveu-se ou “escorregou” e somente pouco a pouco ele se estabelece na sua posição final, após muitos ajustes. Um interessante aperfeiçoamento para este problema na ponte de Maxwell foi feito na ponte “tipo 1650-A” da General Radio, na qual R1 está acoplado em movimento com R3 durante o balanço indutivo, de modo que suas relações são mantidas constantes. Ao passo que para o balanço resistivo, R1 move-se independentemente de R3. 2.2.2.3 PONTE DE HAY A diferença da ponte de Hay para a de Maxwell é somente o fato de possuir uma resistência em série com o capacitor-padrão, ao invés de tê-la em paralelo. Para grandes ângulos de fase, esta mudança requer uma resistência série baixa em lugar de uma resistência paralela muito alta. De início já se pode dizer que a ponte de Hay dá valores de resistências mais convenientes e melhor equilibragem para bobinas de alto Q. A figura abaixo mostra a configuração de uma ponte de Hay: 29 Figura 30 Sua equação na posição de equilíbrio é: ω 2 ⋅ C12 ⋅ R1 ⋅ R2 ⋅ R4 1 Æ RX = R2 ⋅ R4 = (R X + jωL X ) ⋅ R1 + 2 jωC1 1 + (R1 ⋅ ωC1 ) e LX = C1 ⋅ R2 ⋅ R4 2 1 + (R1 ⋅ C1 ⋅ ω ) Nesta ponte, os dois parâmetros ajustáveis são os dois resistores R1 e R4, o que traz uma grande simplificação. No entanto, R1 e R4 estão presentes nos valores de Rx e Lx. Portanto, a ponte de Hay deve ser utilizada somente para valores de LX tais que: ωL X (ω ⋅ R1 ⋅ C1 )2 << 1 , ou seja, deve ser utilizada para >> 1 ou ainda QX = RX valores elevados de Q. Se as considerações acima forem verdadeiras, LX se reduz a: L X = R2 ⋅ R4 ⋅ C1 2.2.2.4 PONTE DE OWEN Mais uma ponte para medida da indutância em função de um capacitor-padrão, a ponte de Owen difere das outras por sua configuração inovadora. Um dos braços é formado pelo capacitor-padrão sozinho, e um dos braços adjacentes contém uma resistência e uma capacitância em série, conforme mostrado na figura abaixo: 30 Figura 31 Como nos outros casos, sua equação na posição de equilíbrio é: 1 1 = R2 ⋅ R4 + Æ jC 4ω jC1ω (R X + jL X ω ) ⋅ RX = C1 ⋅ R2 C4 e L X = R2 ⋅ R4 ⋅ C1 As equações acima são interessantes sob diversos aspectos. Note que a equação de LX é idêntica tanto a de Hay (para altos valores de Q) como a de Maxwell. A ponte de Owen é um método útil e conveniente e tem tido um número apreciável de aplicações. Tem a desvantagem de requerer uma década de capacitores, nem sempre disponível. Um ponto de mérito é o fato de que os dois elementos ajustáveis, R3 e C3, estão no mesmo braço. Isto torna o ajuste reativo independente do ajuste resistivo e evita o efeito de intertravamento o “equilíbrio escorregadio” que, algumas vezes, causa dificuldade, quando os dois ajustes estão em braços diferentes. 2.2.2.5 RELACIONAMENTO DAS PONTES DE MAXWELL, DE HAY E DE OWEN As pontes de Hay e de Owen são modificações da ponte de Maxwell. Que isso é verdade, vê-se pela consideração da forma a que cada circuito se reduz na medição de uma indutância pura: todas elas se simplificam em capacitância pura no braço oposto da indutância pura, com os outros dois braços se tornando resistências puras. A diferença entre as três pontes está nos métodos utilizados para equilibrar o componente resistivo da bobina. A ponte de Maxwell emprega uma resistência paralela no braço 1, a de Hay, uma resistência em série no braço 1, a de Owen, uma capacitância em série no braço 3. As diferenças estão, de algum modo, nas aplicações específicas, visto que dão características de operação diferentes, condições de blindagem diferentes e aspectos diferentes no que diz respeito à aferição. 31 Como uma forma de classificar as pontes, comumente são encontradas as pontes de Maxwell e de Hay sendo chamadas de “pontes de produto”, e a de Owen de “ponte de razão dos braços”. 32 3. CONCLUSÃO O principal objetivo deste trabalho era acrescentar informações aos conhecimentos adquiridos na disciplina de Medidas Elétricas. Podemos dizer que este objetivo foi cumprido, já que foi possível abordar quase todos os métodos de medições de resistências, capacitâncias e indutâncias. O trabalho se apresentou de certa forma didático e ao mesmo tempo possuindo curiosidades que não são encontradas nos livros tradicionais de Medidas Elétricas. Aqui é importante ressaltar que grande parte dos métodos apresentados neste trabalho utilizam medições analógicas que algumas vezes são consideradas obsoletas se comparadas à tecnologia existente para as mesmas funções atualmente. 33 4. BIBLIOGRAFIA [1] STOUT, Melville B. Curso Básico de Medidas Elétricas, vol 1 e vol 2. Editora S.A. São Paulo SP, 1974. [2] MEDEIROS, Sólon F. Fundamentos deedidas Elétricas, volume único. Editora Guanabara S.A. Rio de Janeiro – RJ, 1981. 2ª Edição. [3] LAWS, Frank A. Electrical Measurements, volume único. Editora MxGraw-Hill Book Company. Nova Iorque – EUA, 1938. 2ª Edição. [4] Endereço eletrônico do fabricante de medidores J. Roma LTDA http://www.jroma.pt, Portugal 34