Artigo drupa Expert Autor: Simon Eccles Simon Eccles estudou tecnologia de impressão e gestão no final dos anos 1970 e entrou para a revista inglesa Printing World em 1981 como repórter. Marcou presença em todas as exposições drupa desde 1982. A entrada de Simon para o setor coincidiu com as revoluções na edição eletrónica e na pré-impressão digital. Ao longo da sua carreira especializou-se na explicação destas soluções e nos subsequentes desenvolvimentos da fotografia digital e da impressão digital. Ao longo dos anos foi editor de oito publicações do setor. Atualmente é responsável pela redação de documentos e relatórios técnicos, contribuindo regularmente com artigos técnicos (incluindo análises drupa) para muitas publicações, incluindo a revista inglesa PrintWeek and Digital Printer. ------- Comércio eletrónico, automação e nuvem para impressão A Internet e a World Wide Web abriram novas oportunidades para a impressão, mas também novos desafios. À medida que uma nova geração de pessoas entra no mercado de trabalho, os mesmos esperam encontrar e comprar tudo online, incluindo os serviços de impressão. As gráficas necessitam cada vez mais de competências ao nível das TI para automação interna e “web-to-print” externa, mas têm dificuldade em encontrar ou suportar as despesas com as pessoas certas. Os serviços na nuvem surgem como a reposta a muitas destas necessidades. Aqui, Simon Eccles faz uma descrição geral do estado atual do comércio eletrónico, da “web-to-print”, dos serviços na nuvem e da automação na impressão, todos eles temas importantes na drupa deste ano. A impressão deverá adaptar-se à geração online Desde que existem computadores, as pessoas pensaram em formas de utilizá-los na impressão. Na indústria gráfica atual, os computadores e os programas (progressivamente designados “aplicações”) são omnipresentes, abrangendo desde as utilizações óbvias, como o design, a disposição, a imagem, a “web-to-print”, a 1 automação do fluxo de trabalho, as contas MIS e a faturação, até computadores incorporados menos ostensivos e que monitorizam os sensores nas máquinas de produção e implementam ajustes automaticamente. Por isso, foi com naturalidade que, assim que a World Wide Web facilitou o acesso à Internet no início dos anos 90, as pessoas começaram a perceber de que forma podiam usá-la para as respetivas empresas de impressão. O comércio eletrónico, que significa comprar e vender online, tem vindo a tornar-se cada vez mais importante para a indústria desde o início deste século. Neste momento, assistimos ao desenvolvimento dos serviços na nuvem, em que algumas das tarefas de produção e de armazenamento dos computadores locais nas empresas de impressão são transferidas para serviços alojados num local remoto e com acesso através da Internet. A partir do momento que a “geração online”, nascida a partir de 1990, cresce e entra no mercado de trabalho, parte do princípio que pode encontrar, comparar, especificar, encomendar e aprovar todas as compras online. Os prestadores de serviços de impressão que pretendam presentemente manter-se em atividade, devem reconhecer que a respetiva base de dados irá progressivamente esperar uma interação e uma transação com eles. Até podem não querer uma interação humana através das equipas de vendas ou dos gestores das relações com os clientes, preferindo efetuar as respetivas compras de forma anónima a qualquer hora do dia. Em vez de dependerem das tradicionais equipas de vendas na estrada, as gráficas podem agora conseguir um alcance global através da rede. Mas isto significa aprender ou contratar novas competências promocionais, como a otimização de motores de busca (SEO) e a interação nos meios de comunicação social. A indústria da impressão ainda não está a tirar todo o proveito desta oportunidade. O segundo estudo drupa Global Trends, publicado em 2014, abordou o impacto da Internet na impressão. Consultou um painel mundial de gráficas. Chegou à conclusão que “Apesar de 51% do painel drupa ter “web-to-print”, apenas 14% indicaram que a utilizavam para transacionar mais de 25% das suas encomendas.” No entanto, no mesmo ano, surgiram informações de que, no global, o comércio eletrónico estava a crescer 8% por ano nos EUA, com a China certamente a superar esse volume em 2015 e a triplicar o seu volume de transações online até 2020. O painel especializado drupa também admitiu uma adoção muito fragmentada de técnicas como a gestão de bases de dados de clientes (apenas 34% a usam em 2014), a análise de websites (23%) e os meios de comunicação social (25%). Apenas 17% as usavam em campanhas integradas, que são claramente a melhor forma de explorar estas técnicas. TI e a nuvem O estudo Global Trends também identificou uma falta de especialistas em TI como fator que limita a impressão a nível mundial. O relatório indicava: “A impressão faz agora parte de uma indústria de comunicações mais ampla, e as empresas gráficas precisam de estar cada vez mais orientadas para as tecnologias da informação. 2 Apenas 23% do nosso painel especializado drupa comunicou um aumento nas despesas com TI ao longo dos últimos cinco anos, e virtualmente todos assinalaram dificuldades no recrutamento de pessoas com conhecimentos em TI adequados.” Os fluxos de trabalho automáticos cada vez mais complexos e os istemas de comércio eletrónico requerem pessoal capazes de instalar, manter e atualizar hardware e software. As gráficas de pequena e média dimensão podem não ter o tempo ou o dinheiro para encontrar e empregar esse tipo de especialistas a tempo inteiro. Uma solução em expansão é, para os programadores de sistemas, a oferta de serviços alojados, muitas vezes designados de alojamento na nuvem. Isto significa que é o próprio programador a executa e a fazer a manutenção de todo o hardware e software, normalmente em servidores remotos ligados à Internet. Desta forma, os clientes podem aceder online através de navegadores na Web ou de pequenas aplicações para clientes. Um dos primeiros termos para este mesmo tipo de serviço era SaaS (Software as a Service – Software como Serviço). Isto significa que os clientes podem usar computadores relativamente baratos nas suas próprias instalações, com todos os complexos trabalhos de TI e de manutenção a serem realizados em servidores remotos “na nuvem” e disponibilizados online. Esses serviços estão normalmente sujeitos a um contrato anual ou por um período superior, apesar da possibilidade de algumas funções ou aplicações apenas serem necessárias temporariamente, pelo que o acesso pode ser “alugado” por um mês, ou um período semelhante, se for necessário. Comércio eletrónico O parque de inovação drupa – o ‘dip’ – no Pavilhão 7, irá incluir uma área designada Web-to-Media & E-Commerce. Os focos estarão virados para as soluções para plataformas “web-to-publish” ou “web-to-print”, de comércio eletrónico e de montra, edição na nuvem e editores Web para desenho/impressão e HTML5. O comércio eletrónico no setor da impressão é um conceito de grande abrangência que pode incluir “web-to-print” (abordada a seguir em separado), mas não tem de o fazer. Algumas aplicações MIS possuem módulos de comércio eletrónico relativamente simples, que permitem que os clientes preencham formulários RFQ (pedido de orçamento), encomendem reimpressões, peçam trabalhos de stock, acompanhem o estado de encomendas e vejam as respetivas contas. Esta é a diferença de um sistema totalmente “web-to-print” que permite que os clientes prévisualizem desenhos, personalizem os mesmos e aprovem amostras antes de criar ficheiros PDF que são enviados para impressão. Na linha da frente do comércio eletrónico isso pode significar a ligação a ERP (Enterprise Resource Planning – Planeamento de recursos da empresa). No âmbito da indústria da impressão, isto normalmente significa sistemas de requisição de impressão que fazem a ligação diretamente aos próprios sistemas de gestão comercial dos grandes “clientes” e a bases de dados de clientes para a encomenda direta de serviços de impressão, correio direto e outros serviços prestados pelo prestador de serviços de impressão. 3 A título de exemplo, a empresa francesa Goaland estará este ano em exposição na área “dip” no Pavilhão 7. A empresa cria sistemas empresariais, incluindo o Alpia, que descreve como um sistema de “gestão de informações do produto”. Quando usado com fichas de produtos, por exemplo, uma mudança na engenharia, ou noutras especificações, será automaticamente aplicada como uma atualização a todos os documentos “web-to-print” que a incluam. O sistema centralizado de conteúdos da “gestão multicanal empresarial” Arsia da Goaland é usado para produzir automaticamente variações de disposições de documentos para meios multicanal. “Web-to-print” Existem atualmente mais de 100 sistemas “web-to-print” disponíveis em todo o mundo, com muitos deles representados na drupa. Alguns operam a nível local através de servidores, mas cada vez mais são oferecidos como serviços de alojamento remoto, quer sejam do tipo cliente-servidor ou como serviços na nuvem com acesso através de navegadores Web normais. Um exemplo dos serviços na nuvem é a Gateway3D, uma empresa com sede no Reino Unido e com exposição no parque de inovação drupa. Disponibiliza um serviço “web-to-print” a outras gráficas, permitindo-lhes ligar os respetivos websites a sistemas de encomenda de produtos, personalização e pré-visualização (alguns itens são pré-visualizados em 3D). As aplicações permitem às gráficas a criação dos seus próprios produtos (a partir de uma ampla gama de itens promocionais, não apenas de impressão em papel), a adição de opções de personalização e a gestão de encomendas. Depois de aceites as encomendas, estas são enviadas para a gráfica para serem produzidas e entregues. A distribuição na nuvem também permite que pequenas empresas consigam uma abrangência internacional. Por exemplo, a Web2Print, com sede na Polónia, conseguiu chegar a clientes internacionais através do seu serviço Key2Print alojado na nuvem. O serviço tem um custo de €200 por mês e existem cerca de 180 utilizadores internacionais. Não existe uma definição de “web-to-print”. Desta forma, os clientes finais podem aceder a um prestador de serviços de impressão através de navegadores Web. Algumas são montras B2C (business-to-consumer), direcionadas para os consumidores e os clientes empresariais “casuais”, normalmente com a oferta de uma série de produtos fotográficos normalizados, cartões de visita e outros artigos de escritório que podem ser personalizados, pré-visualizados e pagos online. Outros sistemas “web-to-print” estão configurados para B2B (business to business), frequentemente destinados a clientes regulares de um prestador de serviços de impressão. Por norma, estarão preparados com uma série dos próprios trabalhos dos clientes que podem ser personalizados, digamos por funcionários individuais ou departamentos, ou lojas ou restaurantes numa cadeia. Uma outra possibilidade é designada B2B2C (business-to-business-to-consumer). Aqui, uma gráfica prepara websites que podem receber a marca de um cliente (por 4 exemplo uma escola), que, por sua vez, vende serviços de impressão (neste exemplo a pais que encomendam livros de turma ou cartões de felicitações personalizados). Muitas operações “web-to-print” oferecem modelos de produtos normalizados que podem ser alterados de formas limitadas pelos clientes – normalmente com a adição de nomes e endereços e logótipos a disposições de cartões de visita, ou da colocação de nomes e mensagens em cartões de felicitações. Recursos de design e disposição online totalmente flexíveis e que pretendem ser difíceis de desenvolver, mas que podem ser adquiridos prontos a serem utilizados. Por exemplo, a editora belga CHILI desenvolveu o programa CHILI, agora na versão 5.0, que oferece ferramentas sofisticadas de disposição e composição semelhantes às ferramentas de design normais, como o Adobe InDesign ou o QuarkXPress, mas com acesso através de um navegador Web. Pode ser integrado em produtos “web-toprint” para proporcionar um elemento de design. Em alternativa, as empresas podem usá-lo para adicionar um recurso web a sistemas de design mais convencionais. Um exemplo é a Esko WebCenter, que utiliza o editor para permitir aos utilizadores finais e aos clientes a edição de desenhos de embalagens online através de um programa de navegação. Locais direcionados para o cliente A encomenda Web, junto com a impressão digital, permitiu que os prestadores de serviços negociassem diretamente com os clientes. As prensas digitais e as impressoras de jato de tinta de grande formato têm vindo a permitir tecnologias de produção, mas a solução “web-to-print” tem representado a ferramenta de vendas que chega aos clientes e permite fazer coisas com as suas fotografias e imagens digitais até hoje inimagináveis. No final dos anos 90 e no início da década 2000 parecia que as impressoras fotográficas de uso doméstico seriam vulgares e iriam substituir os laboratórios, mas os clientes rapidamente aprenderam que a gestão da cor não era fácil, e que a compra de tintas em cartuchos mínimos era terrivelmente dispendiosa. Em vez disso, os preços mais baixos devido a economias de escala, para além de uma vasta gama de produtos, conseguiram manter e prosperar o trabalho dos especialistas na prestação de serviços de fotografia online. É muito provável que as exageradas alegações para a impressão 3D doméstica sigam o mesmo caminho. As impressoras 3D de secretária podem ser baratas, mas são lentas e cada uma delas consegue produzir apenas uma gama muito limitada de materiais. Também não é fácil trabalhar com programas de modelação 3D. Por isso, é provável que as pessoas que precisem de imprimir objetos 3D venham a recorrer a um departamento de serviços 3D e encomendem os seus objetos online. Presentemente, entre os típicos produtos personalizáveis encontram-se os álbuns de casamento e os livros de turma altamente personalizados, impressões em telas, calendários, canecas, individuais, t-shirts, blocos de fotografias e cartões de felicitações. Os sites especializados em desporto podem oferecer bolas de futebol, esquis e pranchas de snowboard, capacetes e outros produtos afins personalizados. 5 A gama de produtos irá continuar a aumentar. Já é possível encomendar papéis de parede impressos personalizados, acessórios para a casa e até ladrilhos cerâmicos, que os arquitetos e os revendedores começam a usar, apesar do mercado de consumo ainda não ter adotado esta tendência. A decoração personalizada de vestuário também está condenada a crescer para além das atuais t-shirts, do vestuário desportivo e do vestuário de trabalho. Os maiores utilizadores atuais da solução “web-to-print” são as grandes operações direcionadas para o cliente (B2C), como a Moonpig (cartões de felicitações), a Vistaprint (uma enorme gama de produtos desde papelaria até canecas), a CeWe e a Harrier (principalmente produtos à base de fotografia). Os visitantes da drupa 2016 terão a oportunidade de ver uma grande variedade de prestadores de serviços “web-to-print”. Entre eles estará a Cimpress, a empresa-mãe americana da gigante dos serviços de impressão online Vistaprint, bem como outras marcas. A empresa tem estado numa trajetória de aquisição ao longo dos últimos anos, tendo gasto mais de 300 milhões de euros. As compras incluem a Pixartprinting, de Itália, e a Tradeprint, do Reino Unido. Ambas oferecem serviços de impressão online. Também programadores de “web-to-print”, incluindo o Exagroup, de França, o druck.at, da Áustria, e mais recentemente o WIRmachenDRUCK, da Alemanha. A Cimpress afirma que a estratégia passa por criar uma plataforma de personalização em massa (MCP) que entre no mercado através de marcas específicas. Os prestadores de serviços de maiores dimensões desenvolveram o próprio software de transação online. No entanto, existem soluções menos conhecidas do público, nomeadamente a inglesa Taopix, com o seu software Portfolio, e concorrentes emergentes como a americana Pixami e as inglesas Pixfizz e Infigo MegaEdit Photo. Futuro de mobilidade Mesmo nas áreas sem telefone fixo ou cabos de dados, a tecnologia de telemóvel consegue aceder à Internet e a serviços de dados Web através das normas 3G e 4G, sendo esta mais rápida. Isto também pode acontecer, mesmo nos territórios com uma infraestrutura de telecomunicações desenvolvida. Em abril de 2015, a instituição US National Telecommunications and Information Administration apresentou um relatório onde se mostrava que 20% dos lares americanos fazem o acesso à Internet através de redes móveis em vez de estruturas fixas. Esta proporção duplicou desde 2013. A tecnologia 5G proposta, que provavelmente irá chegar na próxima década, deverá permitir enormes melhorias na largura de banda (até 1 Gigabit por segundo) através de pontos de transmissão em maior número, muito pequenos e fáceis de instalar. Se o preço for adequado para o acesso 5G, poderá vir a dispensar a necessidade de quaisquer linhas fixas, exceto para os utilizadores com maior consumo. Até ao momento, os smartphones e os tablets raramente são utilizados para criar ou processar trabalhos de imagem ou de design sofisticados e destinados a uma impressão profissional. A impressão de documentos mais simples, como relatórios e formulários, diretamente a partir de dispositivos móveis (incluindo smartphones e tablets) é algo que os utilizadores domésticos e profissionais desejam mas que 6 continua a ser difícil de conseguir, segundo o relatório InfoTrends (Dispositivos móveis e o impacto na impressão, 2015). O problema está principalmente relacionado com a conectividade, indica o relatório, apesar de apenas ter em conta a produção direta para as gráficas locais em vez da encomenda “web-to-print”. Grande parte dos trabalhos “web-to-print” são efetuados através de programas de navegação, em que os tablets são um pouco diferentes dos computadores portáteis e de secretária. Os prestadores de serviços de impressão podem pensar em criar versões para ecrãs pequenos das suas interfaces de utilizador, e usar HTML5 em vez de Flash, uma vez que esta última não funciona em dispositivos iOS da Apple. Automação A automação integral de fábrica prepara-se para ser o tem a principal da drupa 2016. Haverá uma área de otimização e automação de processos na zona do parque de inovações drupa (dip). Esta é uma continuação das velhas tendências de substituição das competências manuais, dos processos e até mesmo dos funcionários, por uma produção assistida por computador. Segundo se diz, o objetivo é reduzir os “pontos de contacto,” em que os operadores humanos são literalmente obrigados a manusear partes do trabalho ou das suas máquinas de produção, ou a introduzir dados e instruções. “Não toques no que podes automatizar,” afirmou Guy Gecht, CEO da EFI, num evento recente em Las Vegas. “Nós, humanos, cometemos erros e representamos um custo cada vez maior.” Na drupa, a EFI está a destacar a integração e a automatização em todo o processo de impressão. O seu Productivity Suite (Pacote de produtividade) é constituído por uma gama de produtos ligados e certificados, e que funcionam bem juntos. Começam com a gestão da campanha e marketing transversal, através da “web-to-print” e do comércio eletrónico, dos custos, das estimativas, dos agendamentos e todas as outras funções MIS, passando depois para os fluxos de trabalho baseados no servidor de produção Fiery (mais alguns fluxos de trabalho de outros parceiros), e terminando no armazenamento, na execução e no envio. Na área “dip”, a i1BOX, de Essen, irá mostrar a automação numa caixa, através da instalação de um servidor pré-configurado e isento de manutenção em instalações de impressão para gestão de dados e trabalhos, CRM, correio eletrónico, funções de grupo, partilha de ficheiros e gestão de ativos Uma iniciativa do governos alemão, com a designação Industrie 4.0, promove a informatização para a criação de “fábricas inteligentes”. Inspirou várias exibições “4.0” na drupa, estando disposto um fluxo de trabalho digital Print 4.0 completo em todo o pavilhão. Um exemplo na “dip” será a Rogler Software, que está a colaborar com a Universidade de Luxemburgo no sentido de desenvolver funcionalidades “Industrie 4.0” para a sua solução ERP, apesar de antever que serão igualmente importantes para as pequenas e médias empresas. Irá utilizar agentes de software inteligentes autónomos para reconhecer padrões em grandes conjuntos de dados e determinar os métodos de produção mais económicos, mais rápidos ou mais seguros. Representa uma “oportunidade de mudar o equilíbrio competitivo a favor dos países europeus, 7 através da concretização de poupanças e, consequentemente, da manutenção ou da recuperação da produção na Europa”, afirma o diretor executivo Hannes Rogler. O KBA 4.0 da KBA-Sheetfed Solutions propõe uma fábrica de impressão em rede em que os produtos, as prensas e as ferramentas estão continuamente a trocar informações através de chips e sensores sem fios. Algumas informações são reunidas centralmente pela KBA a partir de múltiplos locais e misturadas para detetar padrões destinados ao desenvolvimento de uma manutenção previsível. Também Muller Martini está a trabalhar num conceito automático a que dá o nome Finishing 4.0, prometendo demonstrações de “fluxos de trabalho sem toque” na drupa, por exemplo a imposição automática para a impressão digital, bem como as próprias linhas de produção de livros digitais automáticas Sigmaline. As drupa de 2000 e 2004 foram dominadas pela promessa da ligação das máquinas de produção com o que surgiu como o JDF. Apesar do objetivo inicial de ‘plug-andplay’ estar mais distante, presentemente o JDF é a norma para o intercâmbio de dados de produção entre a produção de placas, a impressão e o acabamento. O progresso real será demonstrado na pelo CIP4, a operação transversal a toda a indústria que desenvolver o JDF através de comités setoriais. “A automação e a otimização são tópicos que não só são atuais, como também constituem objetivos essenciais para os prestadores de serviços de impressão conseguirem ter sucesso no atual mercado da impressão,” afirma Julie Watson, porta-voz da CIP4. Automação na nuvem Inevitavelmente, a nuvem está a ser adotada também para a automação da impressão. Na drupa, a HP irá revelar o PrintOS – não é um sistema operativo, mas sim um conjunto de serviços e aplicações baseados na nuvem para a HP Indigo e outros utilizadores de prensas digitais. Um dos primeiros sistemas disponível no HP PrintOS será o OneFlow. Este é um sistema de gestão da produção para gráficas, que abrange o envio de encomendas de elevados volumes para B2C, a gestão da marca, a venda a retalho, o fluxo de trabalho de produção, a expedição e o envio. Funciona na nuvem, pelo que pode ser acedido através de qualquer computador através de programas de navegação e afins, recolhendo dados de lojas, leitores de códigos de barras, e fornecendo listas de trabalho aos operadores através de terminais de custo reduzido. A Ricoh está a planear algo semelhante ao PrintOS e com o nome TotalFlow Cloud Suite, que será uma gama alojada de serviços de software por assinatura, onde estão incluídos os próprios produtos da Ricoh e os produtos aprovados de terceiros. A Hybrid Software, uma especialista belga em integrações de fluxos de trabalho, está a apresentar o ‘Cloudflow Share’ na drupa, um fluxo de trabalho baseado na Web que liga múltiplos fluxos de trabalho locais e oferece funções de pré-impressão. Também uma novidade será o MyCloudflow, que permite às empresas a compra de capacidade baseada na nuvem em vez de comprarem uma licença e configurarem o próprio sistema. 8 A Enfocus, cuja tecnologia Switch permite aos utilizadores criarem os seus próprios fluxos de trabalho, está a apresentar uma Enfocus Appstore que lhes permite comprar funções e componentes de outros utilizadores. Conclusão Concluindo, a drupa 2016 irá demonstrar a crescente importância da automação de processos em cada fase das operações de uma fábrica de impressão, junto com a forma como pode chegar aos clientes através de comércio eletrónico e da “web-toprint”, ao mesmo tempo que se vão desenvolvendo novos produtos e serviços. ------- Síntese O parque de inovação drupa - dip - no Pavilhão Hall da drupa deste ano irá incluir várias áreas temáticas que mostrar as mais recentes inovações na impressão. Este ano será dado um ênfase especial ao comércio eletrónico, à “web-to-print”, aos serviços na nuvem e à automação. Há muito tempo que a indústria da impressão utiliza a Internet, apesar de não o fazer de forma tão extensiva como outros mercados. Existe uma falta de competências de TI na indústria, bem como uma certa falta de compreensão das novas oportunidades promocionais e de vendas proporcionadas pelos meios de comunicação social, pela análise de dados e a otimização dos motores de busca. Uma resposta à falta de competências de TI são os serviços na nuvem – serviços de armazenamento e de software alojados à distância e operados por programadores de software e prestadores de serviços terceiros. Os utilizadores finais podem aceder a hardware e software complexos sem terem de instalar e manter os mesmos a nível local. O comércio eletrónico é o conceito de transação através da Internet. Na sua forma mais simples, pode ser pouco mais que pedidos de orçamentos e encomendas de reimpressões regulares. Em alternativa, pode envolver ligações seguras sofisticadas a sistemas de aquisição ERP (planeamento de recursos de empresas) de grandes empresas e mesmo a bases de dados de clientes para correio direto, impressão transacional ou de dados variáveis. A “web-to-print”, em que os utilizadores usam programas de navegação na Web para especificarem e encomendarem impressões e itens afins, é uma parte importante do comércio eletrónico. Já resultou no desenvolvimento de novos mercados online para impressões digitais personalizadas, onde os clientes e as empresas podem selecionar e personalizar produto como álbuns fotográficos personalizados, impressões em telas, calendários, produtos de oferta, vestuário e cartões de felicitações. Assistimos agora à possibilidade de alargar a oferta a equipamento 9 desportivo, coberturas de parede, acessórios de mobiliário e até mesmo murais em ladrilhos. Cada vez mais os clientes e as empresas acedem à Internet através de redes de telecomunicações móveis, com o atual fornecimento 4G a ser substituído pelo muito mais rápido 5G nos próximos dez anos, sendo que, depois, as linhas terrestres passarão a desempenhar um papel muito pequeno. Apesar dos tablets móveis e dos smartphones representarem atualmente a preocupação de alguns editores, até ao momento parecem ter pouca relevância para os clientes de impressão ou os criativos. A automação de fábrica é outra tendência drupa, a complementar a encomenda de comércio eletrónico. O tema atual é a redução dos “pontos de contacto” humanos. Várias empresas na drupa irão apresentar serviços de gestão da impressão baseados na nuvem, recolhendo igualmente informações para análises e previsões inteligentes. Esta drupa 2016 representa uma oportunidade imperdível de ver como as tendências online estão já a afetar a impressão e de ter uma perspetiva do futuro. ------Contacto: Artigo de imprensa da drupa 2016 Monika Kissing/Anne Schröer (Assistente) Tel.: +49 (0)211-4560 543 Tel.: +49 (0)211-4560 465 Fax: +49 (0)211-4560 87543 Email: [email protected] Email: [email protected] ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ Na Internet, pode encontrar a drupa em www.drupa.de e nas seguintes redes sociais: Twitter: http://www.twitter.com/drupa Facebook: http://www.facebook.com/drupa.tradefair Xing: https://www.xing.com/net/pri2b1dd0x/drupa LinkedIn: http://www.linkedin.com/groups/drupa-print-media-messe-4203634/about 10