Algo acontece entre os “1s” e “0s”. O que percebemos nos dias

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16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas
Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis
Algo acontece entre os “1s” e “0s”.
Sandra Albuquerque Reis Fachinello
(UDESC, UNOCHAPECÓ)
Resumo: O presente texto elucida uma parte de minha pesquisa de dissertação, a questão
da técnica e da tecnologia no tocante a arte digital. Sabemos que os elos entre arte,
tecnologia e técnica não são exclusividade das novas tecnologias. Porém no âmbito dos
produtores de arte digital esta é uma discussão sempre presente. Deste mundo sempre
revisitado, nasceu este texto.
Palavras-chave: Arte digital, tecnologia e técnica.
Abstract: The present text elucidates a part of my research of dissertation, the question of
the technique and the technology regarding digital art. We know that the links among art,
technology and technique are not exclusiveness of new technologies. However in the scope
of the producers of digital art this is always a present quarrel. From this often revisited world,
this text was born.
Key words: Digital art, technology and technique.
“O artista, vivendo na atualidade, encontra-se em um dilema perante a diversidade de
técnicas a serem usadas, pois elas significam toda uma maneira de formular o
pensamento e de assumir uma filosofia existencial, que marca em profundidade, não só a
ele, mas também à sociedade onde vive.” (BARROS, 2002: 129)
O que percebemos nos dias atuais é a queda das já tão discutidas fronteiras
dicotômicas frente ao que pensamos entre arte e ciência, técnica e tecnologia. Este
texto apenas inicia essa discussão, sem esgotá-la, pois seria importante aprofundála em prosseguimentos futuros da pesquisa. Sabemos que muitos artistas vêm, ao
longo do tempo, fazendo uso de aparatos científicos destinados a usos médicos,
militares, entre outras finalidades, para as questões das pesquisas estéticas em seu
processo poético. Segundo MACHADO, LAURENTIZ e IAZETTA, tais “intervenções
da técnica e da ciência podem ser tomadas como acontecimentos culturais de pleno
direito.” i e podem ser chamadas de “iconografias científica, médica e tecnológica” ii ,
Os estudiosos das mídias digitais pensam também na questão cultural,
política e econômica. Porém para esta pesquisa interessa sobretudo o foco de
Antônio Abranches (1996) da técnica como enigma. No texto o autor apresenta que
esse enigma seria “entender a técnica como algo que, embora os envolvendo
inteiramente, ainda se recusa ao pensamento” (ABRANCHES, 1996: 85). Quanto
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mais envolvidos estamos da tecnologia, quanto mais próximos, mais ela escapa
como objeto de crítica por se tornar transparente.
Poderíamos pensar a arte digital assim como toda experiência humana que
adentra os meios não analógicos, não apenas como uma esfera particular ou uma
experiência dos bits, como a definição de digital indica. O digital passa pelos bits,
mas tem paralelos anteriores a eles. O pensamento humano “desde que foi
concebido como teoria, não é menos técnico do que qualquer práxis e não há
distância essencial entre eles.” (ABRANCHES, 1996: 87). Sendo assim, pensamos
com os modelos e as possibilidades de linguagem tecnicamente possíveis, que nos
auxiliam quanto à organização, elaboração, dedução, reflexão e ordenamento.
No caminho de pensar a riqueza poética resultante da exploração da low tech
em face à possível dependência tecnológica é importante a afirmação de que “a
técnica não é neutra, ela não o é antes de nós, antes, portanto, dos valores, da ética
e dos ideais que pensamos formular”. (ABRANCHES, 1996: 89). A técnica, implicada
no uso dos pincéis, tela, barro, arame, computador, e da linguagem computacional,
etc, está no entre (no espaço da poética). Este ponto de contato que aqui chamo de
entre (no espaço da poética), abrange as possibilidades de transgressão.
Outro discurso, nada “novo”, é partir da era techné. Já há muito sabemos que
para os gregos o princípio entre a arte e a técnica era o mesmo. A arte preocupavase com o bem fazer, com o aprimoramento do ato de fazer, sendo este fruto do ato
manual. Cabia ao artista, ao médico e ao engenheiro treinar para bem fazer,
estudando a técnica apreendida com os mais antigos ou ainda aprimorando a sua
técnica com constantes treinos.
Os gregos antigos não faziam qualquer distinção de princípio entre a arte e
a técnica e esse pressuposto atravessou boa parte da história da cultura
ocidental até pelo menos o Renascimento. Para homens como Leonardo da
Vinci, Albrecht Dürer ou Piero della Francesca, pintar uma tela, estudar a
anatomia humana ou a geometria euclidiana, ou ainda projetar o esquema
técnico de uma máquina constituíam uma só e mesma atividade intelectual.
(Machado, Laurentiz e Iazzetta iii )
Sabemos que as “técnicas artísticas que dominaram até a revolução industrial
eram técnicas artesanais“ eram feitas à mão e dependiam da habilidade manual de
um indivíduo. Com a revolução industrial e a câmera fotográfica tem-se “o fim da
exclusividade do artesanato e o nascimento das artes tecnológicas.” (SANTAELLA,
2004: 152). Santaella em sua investigação do melhoramento das técnicas e do
afastamento do manual diz que “a tecnologia inclui a técnica, mas avança além dela.
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Há tecnologia onde quer que um dispositivo, aparelho ou máquina for capaz de
encarnar, fora do corpo humano, um saber técnico, um conhecimento científico
acerca de habilidades técnicas específicas.” (ibid: 153)
Francisco Rüdiger (2003) traz um enfoque igualmente interessante em seu
livro “Introdução às teorias da cibercultura – perspectivas do pensamento
contemporâneo”. O autor apresenta dois capítulos tratando dos termos técnica e
tecnologia. Rüdiger mostra como ao longo dos anos a técnica passou por mudanças
significativas nas suas finalidades particulares. Até o século XVII, arte era sinônimo
de técnica. O que vem balizar esta questão é o fato da exploração das
possibilidades da alquimia que surgira no final da Idade Média. As pesquisas e
descobertas no século seguinte se acirram chegando ao uso do termo tecnologia.
“Blount fora um dos primeiros a fazer uso do termo” (RÜDIGER, 2003: 25) ainda no
século XVII, porém a técnica era ainda atrelada aos ofícios, às artes e às
manufaturas. É em 1777 que surge como designação de tecnologia como a
“sistematização disciplinar, ao mesmo tempo descritiva e comparativa, do seu
ensinamento.” (ibid: 26)
Meio século antes, Christian Freiherr Wolf já emprega “a expressão para
referir ainda ao conhecimento científico dessas mesmas realidades: então, a técnica
se torna teórica (tecnologia)”. (apud RÜDIGER, 2003: 26)
Desta forma, surge na teorização a tecnologia como algo extra técnica, o que
ultrapassa o determinismo tecnológico, e o que nos permite focarmos com mais
clareza o espaço da pesquisa poética dos processos que envolvem o digital,
enquanto objeto de estudo.
E se prestarmos atenção, a arte de nosso tempo também não deixou de
refletir problemas emergentes do universo das técnicas e das ciências.
Cézanne e movimentos como o impressionismo, o construtivismo, o
serialismo, De Stijl, Bauhaus, a arte concreta, a música eletrônica, a op art e
a arte cinética se mostram afinados e coerentes com o estágio
correspondente do pensamento científico e tecnológico. Pode-se afirmar
que a arte desse século encontra-se numa relação de simetria com o saber
de seu tempo, tal como estiveram a arte clássica grega em relação à
geometria euclidiana, ou a dos séculos posteriores em relação à cosmologia
medieval. (Machado, Laurentiz e Iazzetta iv )
Estamos muito mais propensos a aceitar as imbricações, as contaminações
do processo poético digital do que erguer muros entre os vários segmentos. Mas
vale pensar que “a arte sempre esteve sintonizada às tecnologias de ponta de todas
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as épocas e delas se serviu como um dos elementos constitutivos de sua linguagem”
(OLIVEIRA, 1997:219).
Quem trabalha com arte e todo novo campo tecnológico digital que a envolve
compreende que o que é aqui apontado, como convergências das pesquisas, dos
usos e dos anseios e nas discussões. Os artistas investigados por esta dissertação
são professores de instituições de ensino superior. Esta constatação nos leva a
concluir que a investigação poética das mídias digitais sobrevive graças ao fomento
de pesquisa das instituições de ensino. E ainda nos leva a vermos esta produção
como conseqüência das práticas de diversos saberes e suas especificidades
reunidas na “universidade”.
A intervenção do artista torna-se necessária no futuro de nossa relação com a
técnica. Assim a “estética reuniria, então, o que os discursos científicos muitas vezes
insistem em separar.” (COSTA, 1997: 65)
A incorporação da tecnologia pela arte e suas repercussões foi objeto de
atenção das reflexões da artista e pesquisadora Suzete Venturelli. Pensando na
repercussão do advento da tecnologia ela nos diz:
todas as novas técnicas que surgiram desde o início do século 20 não
tiveram um efeito tecnoestético muito original, algumas provocaram
certamente algo de novo na percepção do homem no que concerne às
questões do espaço e do tempo, tais como a invenção do rádio, do
automóvel,(...) (VENTURELLI, 2004: 21)
A autora acrescenta que o que veio, em muito, a questionar o pensamento
com as novas formas comunicativas e estéticas foi a
velocidade artificial, tais como a arte cinética e a arte interativa, o
movimento foi capaz de valorizar e exaltar elementos empáticos que
existem em numerosos fenômenos naturais e artísticos e que colocam em
ação as estruturas rítmicas, as mais íntimas da nossa constituição, por meio
da transmissão de um ritmo particular. (VENTURELLI, 2004: 22)
Ainda, a união entre a arte e a tecnologia v torna as produções resultantes
efêmeras, uma arte do “espaço-tempo-movimento. É a arte da ação e do dinamismo”
(VENTURELLI, 2004: 23). Um caminho iniciado segundo a autora com a fotografia e
o cinema , que consolidaram a aliança entre arte e tecnologia.
na apropriação da tecnologia para fins poéticos, as tecnologias podem ser
entendidas como novas (fotografia, rádio, televisão, cinema, vídeo) e
contemporâneas (computacionais). E ainda que o discurso de/da arte,
obrigatoriamente, sofreu metamorfose, sendo esta uma questão latente que
se ameniza na medida que os próprios artistas proferem, com uma
formação teórica, análises e críticas das produções contemporâneas.
Nestes discursos, o tempo e o espaço, são pertinentes preocupações
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teóricas nos conceitos das obras tecnológicas do século 20, que se aliam a
esta pesquisa ao serem pluri re-pensados (VENTURELLI, 2004 :11).
Em termos de explorações temos nos séculos XX e XXI uma interligação:
artistas e “técnicos” passam a explorar as novas possibilidades advindas com os
avanços e descobertas técnicas. Crescem ai as parcerias e trabalhos em equipe,
surgem pesquisadores da área das exatas participando de exposições de arte, o que
no campo do digital só tem se estendido. Aqui cabe destacar que a arte que digo ter
especificidades é uma arte do processo. Uma arte processual que extrapola, em
muitos momentos as questões “específicas” da arte. Processo o qual engloba desde
as possibilidades de criação (visuais, auditivas, etc), de fisicalidade (como
apresentar?), de espaço expositivo (tela de plasma, lcd, etc), às de exibição e de
recepção que incluem a preocupação com o acesso do “público” ao conhecimento.
Este é um mundo que surge primordialmente para a comunicação em massa e o
comércio, entre outros fins, e não apenas para a arte.
Para o estudioso do campo da tecnologia Pierre Lévy (1996-2003: 78)
a arte está na confluência das três grandes correntes da virtualização e de
hominização que são as linguagens, as técnicas e as éticas (ou religiões).
(...) Ela fascina porque põe em prática a mais virtualizante das atividades.
Não penso que Lévy dê conta do que seja a arte, ou especificamente a arte
digital, mas ele destaca a confluência da pesquisa do digital. Digital como um termo
de uso da informática e que, com as novas convergências entre arte e tecnologia
associou-se às propostas de artes que se utilizam do digital como forma de criação
e/ou exposição, e não apenas de divulgação como tem sido a utilização do meio nos
museus virtuais com fotos e imagens digitalizadas de obras que utilizaram
procedimentos analógicos não-digitais.
Esta arte que utiliza os meios digitais, seja para produção, seja para exibição,
ou em ambos casos, é compreendida como aquela que se utiliza dos algoritmos.
Pensando na palavra digital, e seu significado, vemos que esta corresponde aos
dígitos. Nesta pesquisa a arte dita digital é aquela que possui pesquisas relativas
aos dados codificados ou convertidos em valores numéricos, e que se utiliza do
sistema binário, os dígitos 0 e 1, associados a impulsos elétricos. Estamos na era
dos bits, termo derivado do acrônimo binary digIT, e que corresponde ao 0 ou 1 do
sistema binário. “Na informática, um bit é a menor unidade de informação que pode
ser tratada e armazenada pelo computador.” (LÉVY, 1999-2001: 251). Com a
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complexidade da informática nasce o byte, sendo este correspondente a oito bits, e
corresponde a um caractere, letra, numeral, espaço, etc. (ibid)
Se uma proposta de arte é produzida de forma digital, isto não impede que
esta se utilize de algum meio ou suporte compreendido como “físico” e matérico.
Assim uma foto pode ser digital na origem e ser repensada pela computação e seus
muitos programas atualmente disponíveis, mas ser exposta em forma impressa em
papel ou outro suporte cabível; ou ainda ser analógica na origem e ser repensada
pela computação digitalmente. Ou ainda um vídeo que é produzido em mídias
digitais e exposto numa televisão que até então não era digital.
Outra questão importante que chama atenção é que a produção poética das
mídias é inserida muitas vezes sob a categoria do imaterial, do virtual e do digital.
Porém é preciso destacar que estes termos não são sinônimos, e que os
processamentos digitais envolvem “operações físicas elementares sobre os
representantes físicos dos 0 e 1: apagamento, separação, ordenação” (LÉVY, 19992001: 51).
O imaterial e o digital se referem ao suporte e aos procedimentos operativos e
o termo virtual abre para uma reflexão mais filosófica. Esta pesquisa, como o título
sugere, priorizou o termo digital, enfocando, desta forma a produção quanto os
procedimentos operativos e quanto ao suporte, com suaves tangências ao filosófico.
Imaterial e virtual, são dois termos que significam ir além do real. A palavra
virtual, que vem de virtualis, em latim medieval, que vem de virtus que significa força
e potência (LÉVY, 1996-2003: 15). Ou ainda é compreendida como aquilo que não é
atual ; e sim aquilo que está em potencial, possível, susceptível de se exercer ou
realizar. Também é utilizada para as questões das imagens formadas não pelos
raios refletidos, mas sim pelos prolongamentos destes. (FACHINELLO, 2006)
Se adentrarmos um pouco no campo da filosofia e não da física conforme
Lévy nos diz, o termo “virtual não se opõe ao real mas ao atual: virtualidade e
atualidade são apenas duas maneiras de ser diferentes” (LÉVY, 1996-2003: 15).
Nesta compreensão, podemos dizer que se opor ao “possível, estático e já
constituído (...) é como um complexo problemático, o nó de tendências ou de forças”
(ibid: 16); o possível é o real
Pierre Lévy (1996-2003) diz ainda que a virtualização é uma passagem do
atual ao virtual, como que elevado a uma “potência”. Não sendo nesses termos uma
des-realização entendida como desmaterialização, mas sim “uma mutação de
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identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto” (ibid: 17).
Podemos ainda compará-la com a criação da realidade ao tornar o atual,
problemático, pois está descolado do aqui e agora, embora crie condições de novas
realidades. Seguindo este raciocínio de Lévy, o virtual está para o não–presente,
este que na era das novas tecnologias da informação é desterritorializado, como um
não-lugar, embora esteja presente em diferentes locus e tempos. Este virtual não é
presente, assim como existem pensamentos, sensações, sentimentos, memórias,
entre outros “vetores de virtualização” (LÉVY, 1996-2003: 20).
Nas palavras de Suzete Venturelli, artista e curadora de arte e tecnologia, a
“realidade virtual pode ser vista como a apropriação do presente pelo futuro que nos
transporta para um espaço-tempo relativo, espaço-tempo de invenção.” (2004: 20).
Aqui chegamos a um termo correlato às questões que envolvem a arte que
pesquisa o digital. A realidade virtual é um
ambiente simulado por computador, muito próximo da realidade (utilizado
para treinar astronautas, para jogos de vídeo, etc. ), que transmite ao
operador a impressão de que faz parte desse ambiente e lhe dá a
possibilidade de intervir, através de um equipamento especial criado para
esse fim. (PRIBERAM INFORMÁTICA , 2005)
Nessa virtualização pensar externo e interno, dentro e fora, artista e público
das propostas artísticas não é claro confundem, daí a reflexão teórica necessária
sobre as produções de arte, mais especificamente as que se utilizam dos algoritmos.
Se pensarmos na relação espectador-obra-artista, neste mundo da arte dos 0 e 1, é
uma relação híbrida em todos os sentidos possíveis, leituras, possibilidades
técnicas, “resultados múltiplos”, interdependência, etc. os limites inexistem. Ou
ainda, segundo Lévy, estes limites no virtual se confundem (1996-2003: 25) pois os
limites só são claros no real.
Outro autor que trata de forma profunda o virtual é Gilles Deleuze em seu
texto “O atual e o virtual”, no qual ele diz que “todo atual rodeia-se de uma névoa de
imagens virtuais” (DELEUZE, 1996: 49).
Para finalizar este texto, vale destacar que as questões que envolvem a arte
produzida por meio digital, abrangem as discussões sobre técnica e tecnologia.
Questões estas tão amplas quanto o que existe entre esses “1s” e “0s” do mundo
digital que é um campo de possibilidades no qual os artistas pesquisam poética e
teoricamente.
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Nunca antes estivemos expostos a mundos imagéticos tão diversos, que se
expandem para novos domínios. (Oliver Grau apud SANTAELLA, 2007:
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Currículo Resumido: Pesquisadora das imbricações da arte e do digital. Possui
graduação em Educ. Artística (UDESC/1996), em Economia (UFSC/1997),
especialização em Linguagem Artística Contemporânea (UDESC/1998) e em
Estética (UNOCHAPECÓ/2004). Atualmente é mestranda em Artes Visuais pela
UDESC, sob orientação de Yara Guasque e professora da UNOCHAPECÓ, Colégio
Aprovação e Escola Sadia – CEJA, Chapecó.
i
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ii
Ibid.
iii
MACHADO, Arlindo, LAURENTIZ, Silvia, IAZETTA, Fernando. Interação arte-ciência. Disponível
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www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia/arttec/index.cfm?fuseaction=detalhe&cd_verbete=5
900. Acesso em: 3/8/2006.
iv
Ibid.
v
Arlindo Machado, segundo Venturelli (2004: 49), propôs o termo artemídia para designar a
produção artística que envolve as tecnologias da imagem.
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