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9ª CONSULTA PRÉ-NATAL
“A alegria de acolher
Jesus”
Leitura Bíblica: Lc 2,1-20
Animador: Queridos irmãos e irmãs, estamos reunidos para nossa última consulta PréNatal para Jesus. Eis que o Natal está chegando, Jesus já está nascendo em nossas
vidas, em nosso coração. Caminhamos juntos por nove encontros, durante este tempo
de Advento, e essa caminhada, com certeza deve ter transformado nossa vida. Agora nos
preparamos para dar à luz esse Jesus que esteve conosco durante essa caminhada e nos
transformou. Vamos iniciar esta última consulta cantando e fazendo o sinal da cruz.
Todos: (cantando) Em nome do Pai...
1. Situando-nos no consultório
Animador: Pouco a pouco conseguimos concluir nossa “gestação”. O nascimento de
Jesus já se anuncia. Mas, no mundo, o verdadeiro motivo do natal passa despercebido.
As pessoas se congratulam, porém, não compreendem o espírito da festa, não se
lembram da razão de ser do natal. E nós, preparamos nossa casa e nosso coração para
receber Jesus? Lembremo-nos de que não adiantam as imagens externas se não houver
verdadeira ornamentação no coração. Presépios, árvores iluminadas, coroas do advento,
guirlandas nas portas... nada disso fará sentido se em nosso coração não houver uma
manjedoura para Jesus, não brilhar a luz da solidariedade para com o próximo, não
iluminar as velas da misericórdia, não for enfeitado por muitas guirlandas feitas de amor
e perdão.
Então, perguntemo-nos: Estamos prontos para celebrar o Natal?
[Dar alguns minutos para que todos possam falar]
Todos: Senhor, estamos diante da alegria do seu nascimento. Dispostos a fazer com que
esse seja um Natal de verdade, onde a luz que há de brilhar mais forte e mais linda seja a
Tua Luz. Ajuda-nos a completar em nós a conversão íntima e profunda que vai permitir
que a Tua Luz brilhe e ilumine o mundo todo. Amém!
2. Ouvindo a palavra do Médico:
Animador: Em meio a congratulações e presentes, entre ceias e barulho, quase oculto
por luzes, árvores e estrelas, é ainda possível entrever nas festas natalinas “um menino
deitado numa manjedoura”. A mesma coisa acontece no relato que o evangelista Lucas
faz sobre Belém. Há luzes, anjos e cantos, mas o centro dessa cena grandiosa é ocupado
por um menino numa manjedoura.
Lucas narra o nascimento do Messias com uma sobriedade surpreendente. Para Maria
“chegou o momento do parto e ela deu à luz seu filho”. Vamos ouvir essa narrativa:
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Leitor 1: Evangelho de Jesus Cristo narrado por Mateus (Lc 2,1-20)
Todos: Glória a vós, Senhor!
[O Evangelho deve ser lido na Bíblia]
Depois do Evangelho: Leitor 1: Palavra da Salvação!
Todos: Glória a vós, Senhor!
3. Refletindo a Palavra do Médico
Animador: O evangelista dispensa maiores detalhes ao narrar o nascimento de Jesus,
nada de palavras acessórias, apenas o essencial: “completando-se os dias para o parto,
Maria deu à luz o seu filho primogênito”. Nenhuma palavra a mais!
Leitor 2: O que é realmente interessante, é a maneira como Jesus é acolhido. Enquanto
em Belém “não há lugar” nem mesmo na hospedaria, em Maria Ele encontra uma
acolhida comovente. A mãe não tem meios materiais, mas tem coração: “envolveu-o
panos e deitou-o numa manjedoura”..
Leitor 3: De acordo com o relato, é noite escura. De repente uma “claridade” envolve
com seu resplendor alguns pastores. O evangelista diz que é a “glória do Senhor”. A
imagem agora é grandiosa: a noite fica iluminada. No entanto, os pastores “se enchem
de temor”. Eles não têm medo das trevas, mas da luz. Por isso o anúncio começa com
estas palavras: “Não temais”. Não devemos estranhar essa reação dos pastores. Também
nós preferimos viver nas trevas. A luz de Deus nos causa medo. Não queremos viver na
verdade. Quem nestes dias não puser mais luz e verdade em sua vida não celebrará o
Natal.
Leitor 4: A alegria do Natal não é uma alegria a mais entre outras. É preciso não
confundi-la com qualquer bem-estar, satisfação ou desfrute. É uma alegria “grande”,
inconfundível, que vem da “Boa Notícia” de Jesus. Por isso, essa Boa Notícia, é “para
todo o povo” e deve chegar sobretudo aos que sofrem e vivem tristes.
Se Jesus já não é uma “Boa Notícia”, se seu Evangelho não nos diz nada, se não
conhecemos a alegria que só nos pode vir de Deus, se reduzimos estas festas a desfrutar
cada um seu bem-estar ou a alimentar um prazer religioso egoísta, celebraremos
qualquer coisa, menos o Natal.
Leitor 5: A única razão para celebrar o Natal é esta: “Nasceu-nos hoje o Salvador”. Este
menino não nasceu para Maria e José. Não é deles. É de todos. É o “Salvador” do
mundo. O único no qual podemos pôr nossa última esperança. Este mundo que
conhecemos não é a verdade definitiva. Jesus Cristo é a esperança de que a injustiça
que hoje tudo envolve não prevalecerá para sempre.
Sem esta esperança não há Natal. Despertaremos nossos melhores sentimentos,
desfrutaremos o lar e a amizade, nos daremos momentos de felicidade. Tudo isso é bom,
muito bom. Mas ainda não é Natal!
4. Falando de nossas angústias
Animador: Diante da narrativa de Lucas, é impossível deixar de expressar nossa
primeira surpresa: neste menino, nascido pobre, em um estábulo, colocado em uma
manjedoura, nele encarna-se Deus? Nunca o teríamos imaginado assim. Nós pensamos
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num Deus majestoso e onipotente, e Ele se apresenta na fragilidade de um menino
indefeso. Nós o imaginamos grande e longínquo, e Ele se apresenta na ternura de um
recém-nascido. Como sentir medo desse Deus? Santa Terezinha (de Lisieux), doutora da
Igreja, dizia assim: “Não posso temer um Deus que se fez tão pequeno por mim (...) Eu o
amo!”
O relato oferece uma chave para aproximar-nos do mistério desse Deus. Lucas insiste
três vezes na importância da “manjedoura”. É como uma obsessão. Maria deita o menino
numa manjedoura. Aos pastores dá outro sinal: “encontrarão o menino deitado em uma
manjedoura”. E, indo a Belém, os pastores encontram o menino deitado numa
manjedoura. A manjedoura é o primeiro lugar da terra onde descansa esse Deus feito
criança. Ela é sinal para reconhece-lo, o lugar onde é preciso encontra-lo. O que se
esconde por trás desse enigma?
Leitor 1: Lucas está aludindo a palavras do profeta Isaías, nas quais Deus se queixa
assim: “O boi conhece seu dono; o asno conhece a manjedoura de seu dono. Mas Israel
não me conhece, não pensa em mim” (Is 1,3). Deus não deve ser procurado no admirável
e maravilhoso, mas no corriqueiro e cotidiano. Não se deve investigar no grande, mas
rastrear no pequeno.
Leitor 2: Os pastores nos mostram em que direção procurar o mistério do Natal: “Vamos
a Belém”. Mudemos nossa ideia de Deus. Façamos uma releitura do nosso cristianismo.
Voltemos ao início e descubramos um Deus próximo e pobre. Acolhamos sua ternura.
Para o Cristão, celebrar o Natal é “retornar a Belém”.
Animador: Olhemos para dentro de nós: Estamos dispostos a fazer esse caminho de
volta? Dispostos a enfrentar nossos medos e abandonar nossas certezas e convicções?
Dispostos a caminhar com confiança e a buscar na simplicidade da vida esse menino
que pode transformar a nossa existência?
[Dar alguns minutos para que todos possam falar]
Animador: Há coisas que só as pessoas simples sabem captar. Verdades que só o povo
humilde é capaz de intuir. Alegrias que só os pobres podem desfrutar. Assim é o
nascimento de Jesus, o Salvador, em Belém: Não algo para ricos e pessoas abastadas,
um acontecimento que só os cultos e sábios podem entender, algo reservado a minorias
seletas. É um acontecimento popular. Uma alegria para todo o povo. Mais que isso,
apenas uns pastores, gente descriminada, marginalizada pela sociedade judaica,
considerados impuros e pecadores, somente esses são os únicos a estarem acordados
para ouvir a “Boa Notícia”. E também hoje é assim.
Deus é gratuito. Por isso, é acolhido mais facilmente pelo povo pobre do que por aqueles
que pensam poder adquirir tudo com dinheiro. Deus é bom, e o entendem melhor
aqueles que sabem amar-se como irmãos do que aqueles que vivem egoisticamente,
fechados em seu bem-estar.
Peçamos a Deus que envie seus anjos para nos anunciar que o Salvador está no meio
de nós, para afastar de nós o medo e nos conduzir a Belém para encontrarmos o menino
deitado na manjedoura do nosso coração.
Leitor 1: Vem Senhor, vem com seus anjos a nós, para que abracemos a fragilidade
humana do Menino Deus e nos deixemos converter por ela.
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Todos: Vem, Senhor Jesus, vem transformar nosso coração em humilde manjedoura!
Leitor 2: Vem Senhor, vem com seus anjos a nós, para nos mostrar o caminho que leva
a Belém, Casa do Pão, onde brilha a vossa luz, para acolhermos o Menino Deus presente
em todas as pessoas pobres e humildes.
Todos: Vem, Senhor Jesus, vem transformar nosso coração em morada da misericórdia!
Leitor 3: Vem Senhor, vem com seus anjos a nós, para anunciar que o Menino Deus,
que veio para a nossa salvação, está em nosso meio.
Todos: Vem, Senhor Jesus, vem transformar nosso coração em reduto de confiante
esperança!
Leitor 4: Vem Senhor, vem com seus anjos a nós, para que vossa luz espante as trevas
que nos mantêm escravos das tentações e do pecado.
Todos: Vem, Senhor Jesus, vem transformar nosso coração para que nele brilhe a vossa
luz resplandecente!
Leitor 5: Vem Senhor, vem com seus anjos a nós, para nos ensinar a viver com
dignidade e cultivar a humildade, para acolher o Menino Deus dentro de nós.
Todos: Vem, Senhor Jesus, vem transformar nosso coração em gruta acolhedora, onde
você possa nascer e fortalecer em nós o amor incondicional!
Animador: Que o Menino Deus venha até nós, nasça em nossos corações, transforme
nossas vidas e faça de nós instrumentos da vossa paz e da vossa misericórdia.
E peçamos a Maria, que soube acolher o Menino Jesus com todo seu amor, que nos
auxilie a acolhê-lo também com muito amor esse Deus que se faz tão frágil para vir até
nós, rezando uma dezena do terço.
Todos: Pai nosso...; Ave Maria... (10 X); Glória ao Pai...
5. Recomendações
Animador: Nossa gestação chegou ao final, preparemo-nos para acolher Jesus com
grande júbilo:
1. Até o dia do Natal, ao acordar, antes mesmo de levantar, entregue a Deus o seu
dia dizendo: “Senhor, meu Deus, está próxima a festa da sua encarnação. Que
meu dia seja repleto da esperança dos que creem verdadeiramente que ao assumir
a nossa fragilidade humana, vós nos agraciastes com vossa luz divina. Amém!”
2. A cada hora do dia, dedique alguns segundos para repetir o mantra: “Vem, Senhor
Jesus, vem saciar nossa fome de justiça e nossa sede de paz”.
3. Concluindo esta feliz “gestação”, vamos fazer o último esforço para que Jesus
possa nascer. Estamos preparando nossa festa de Natal, preparando a “ceia” que
vamos partilhar com nossa família. Nesse dia sempre fazemos algo especial, um
prato gostoso e caprichado que nossa família gosta de comer. Então, vamos
preparar esse prato um pouco maior e separar uma parte dele para doar para
alguém que não tem a mesma alegria de poder fazer uma ceia para seus
familiares. Entregue esse prato a um morador de rua, ou a uma família pobre,
com um abraço e o desejo de um Feliz Natal. É na partilha da nossa vida e do
amor que Jesus vai nascer, viver e crescer em nosso coração.
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6. Encerramento
Animador: Alegremo-nos com a vinda do Salvador, que vem a nós na singeleza de uma
criança, para nos encher de esperança e nos recompensar com a vida eterna.
Todos: Amém.
Animador: (Dá a bênção e convida ao abraço da paz e os votos de Feliz Natal).
NOTA: Textos do artigo “Nascimento de Jesus” - livro “O Caminho aberto por Jesus” – Evangelho
de Lucas, do Pe. José Antonio Pagola, publicado pela Editora Vozes.
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