SISTEMA MOTOR Enquanto o sistema nervoso sensorial nos proporciona representação do mundo exterior e do estado interno do corpo, o processamento motor começa com uma “imagem” de um movimento desejado e, finalmente, sua expressão na forma de comportamento. A mentalização do mundo exterior e do nosso próprio corpo tem como principal função guiar a expressão motora na forma de várias posturas e combinações de movimentos do corpo e partes do corpo. Ao contrário do sistema sensorial que transforma os sinais físicos e químicos do ambiente em sinais neurais, o sistema motor faz o inverso: processa os sinais neurais em comandos ordenados que irão determinar no músculo a força contrátil que deverá utilizada para realizar determinado movimento. Assim como a nossa capacidade perceptual reside em detectar, analisar e estimar o significado dos estímulos ambientais, a nossa habilidade e performance motora refletem a capacidade do sistema motor planejar, coordenar e executar os movimentos. Nessa linha de produção as fibras musculares são os elementos finais que traduzem os códigos neurais em força contrátil do movimento pretendido. Tanto o sistema sensorial como o motor está sujeito ao aperfeiçoamento pela aprendizagem: reconhecemos os mais variados estímulos do ambiente como produto da experiência e incorporamos e aprimoramos as mais variadas tarefas motoras. A motricidade somática nos garante a manutenção da postura e locomoção do nosso corpo, da movimentação de suas partes específicas para realizar tarefas manipulativas como a construção e uso de ferramentas e, finalmente, a de expressar nossos pensamentos e os sentimentos. O sistema motor requer unidades de trabalho que operem em harmonia para a expressão do comportamento. Essas unidades podem ser resumidas em: Unidade de planejamento e comando: idealização do movimento (córtex motor) Unidades de controle: detectam os erros entre o movimento programado e o que está sendo executado (cerebelo e núcleos da base) Unidade de ordenação: enviam aos músculos comandos finais (motoneurônios da medula e do tronco encefálico) Unidade de execução: realização do movimento (músculos) Durante a execução das tarefas motoras, seja de qualquer natureza, o sistema motor atua basicamente controlando os músculos fásicosde contração rápida (que realizam contrações discretas e transitórias e nos permitem a realização de movimento) e os músculos tônicos de contração mais lenta porem bastante resistentes à fadiga (que atuam estabilizando as articulações e garantindo a postura). A diminuição do ângulo articular é realizada pelos músculos flexores e o aumento, pelos músculos extensores. Cada movimento é o resultado do balanço entre a atividade de músculos antagônicos: dos agonistas que movem as articulações e de antagonistas que as estabilizam. Além de controlar esses grupos isolados de músculos, o sistema motor leva em conta outras tarefas importantes: - Elabora comandos precisos no tempo e no espaço para recrutar não apenas um, mas vários grupos de músculos envolvidos num determinado movimento. - Distribui a força muscular para ajustar movimentos particulares. Quando nos colocamos em pé, primeiro os músculos extensores das pernas devem estabilizar as articulações antes dos que irão ajustar a posição do tronco e da cabeça. - Leva em consideração as propriedades mecânicas do sistema que está executando o movimento (músculos, ossos e ligamentos). - Monitora e analisa o fluxo contínuo de informações sobre os eventos do meio ambiente externo, da posição do corpo e da orientação dos membros no espaço e o grau de contração dos músculos. Essas informações servem para realizar ajustes necessários antes e durante a execução do movimento encefálico e córtex cerebral; cada um possui circuitos neuronais distintos paralelamente organizados que influenciam uma via final comum: os motoneurônios. Cada nível da hierarquia motora recebe aferências sensoriais que lhes são relevantes para executar a tarefa, mas há uma organização de tal maneira que os circuitos corticais dominam os do tronco encefálico e este, os da medula. Estruturas subcorticais como núcleos da base e cerebelo constituem partes essenciais da motricidade, principalmente voluntária. Quando desejamos realizar um ato voluntário, os córtices associativos criam a imagem do movimento desejado e envia essa intenção para o sistema motor. O sistema motor então planeja, elabora táticas e executa o movimento desejado. Todo o nível da organização motora necessita de informações sensoriais, como por exemplo, o efeito que a gravidade está exercendo sobre os músculos e o sobre o corpo, como o corpo se encontra no momento, as eventuais discrepâncias entre o movimento pretendido e o que realmente está acontecendo, a variação da tensão mecânica durante a contração, etc. A expressão motora somática é constituída não só de expressões voluntárias como também de atividades involuntárias (reflexas). Que padrões de movimentos do nosso corpo podemos reconhecer? PROPRIEDADES DO MÚSCULO ESQUELÉTICO A característica principal do músculo esquelético é a sua capacidade de contrair-se, e desta maneira, produzir tensão e realizar trabalho. A ação muscular é dotada de propriedades, que podem ser identificadas tanto no músculo isolado, quanto em funcionamento no corpo. Em circunstâncias fisiológicas, porém, o músculo é ativado pelos neurônios que o inervam, situados na medula. Cada motoneurônio inerva número finito de fibras musculares, constituindo a unidade motora. Estimulando-se eletricamente os axônios de um nervo motor, pode-se estudar as propriedades do sistema formado pelo nervo, junção mioneural e fibras musculares. Células musculares, assim como neurônios, podem ser excitadas por estímulos químicos (ACh), elétricos e mecânicos, que produzem potencial de ação que é transmitido por sua membrana celular. De modo diferente dos neurônios, as células musculares possuem mecanismo contrátil que é ativado pelo potencial de ação resultando em aumento da atividade de Ca ++ intracelular, deslizamento das proteínas contráteis, actina e miosina, encurtando os sarcomêros após o potencial de ação. Tipos de contração: A contração muscular envolve essencialmente o encurtamento dos seus elementos contráteis. Apesar disto, a contração pode ocorrer sem que haja redução grande do comprimento do músculo, graças aos elementos elásticos do músculo. Este tipo de contração recebe o nome de contração isométrica (“mesma medida”). Por sua vez, a contração com aproximação da origem e inserção muscular se denomina isotônica (“mesma tensão”). Na atividade prática em que realizarão a queda de braço ou braço de ferro, vocês poderão analisar os dois tipos de contração citados a cima. Objetivos: Evocar e experimentar algumas respostas motoras de natureza reflexa e voluntária. Discutir os mecanismos causais dessas atividades motoras e o nível topográfico em que as associações sensoriais e motoras ocorrem. Instruções para organização do grupo: Cada grupo deverá indicar 2 voluntários de mesmo sexo para executar as atividades práticas e relatar as experiências sensoriais. O restante do grupo deverá orientar, coordenar e coletar as informações necessárias e anotar para o relatório. 1 - CONTRAÇÃO ISOTÔNICA E ISOMÉTRICA Peça para dois colegas do mesmo tamanho disputarem braço de ferro. No decurso da disputa, ambos desprendem grande esforço, a musculatura fica rija e ambos os braços mal se movem. Mas logo, haverá um vencedor. Observem que a desistência é caracterizada pelo relaxamento muscular. Agora discuta: a) De que maneira a contração muscular foi progressivamente aumentada até a contração máxima? b) Quando os braços estavam rijos e praticamente imóveis que tipo de contração (isométrica ou isotônica) estaria ocorrendo? Como os sarcomêros estariam se comportando? c) Foi vantajosa a desistência de um deles? O que aconteceria se não desistisse? 2 - APALPAÇÃO Com a mão apalpando o próprio bíceps experimente a sua textura (percepção somestésica) enquanto ele está em repouso (o braço em extensão). Ainda com a mão sobre o bíceps faça um movimento rápido de flexão do antebraço sobre o braço e, depois, uma flexão lenta aplicando bastante forca. Descreva os três estados da tonicidade muscular. Braço relaxado Contração rápida Contração lenta Como você acha que estariam os músculos de uma pessoa que tivesse sofrido paralisia? Eletromiografia 1 Eletromiografia Padrão e Integrada 1. Introdução Nessa aula, investigaremos algumas propriedades do tecido muscular esquelético. Os fenômenos fisiológicos associados com os tipos de músculos, como a eletrofisiologia do coração, que será estudado nas subsequentes aulas. O corpo humano possui três tipos de tecido muscular e cada um desempenha específicas tarefas para a manutenção da homeostase, são eles: - Tecido muscular cardíaco: é encontrado somente no coração. Quando o coração se contrai, o sangue circula, ofertando nutrientes às células e também removendo os resíduos que se encontram nestas. - Tecido muscular liso:é encontrado (reveste) nas paredes dos órgãos “ocos” como os intestinos, vasos sanguíneos e pulmões. A contração do tecido muscular liso modifica o diâmetro interno dos órgãos, e assim, é usado para regular a passagem de substâncias através do trato digestivo, controlar o fluxo e a pressão arterial ou regular o fluxo de ar durante o ciclo respiratório. - Tecido muscular esquelético: recebe esse nome devido ao fato de geralmente estar anexado ao esqueleto. As contrações musculares movem uma parte do corpo em relação a outra parte, como ocorre na flexão do antebraço. A contração de vários músculos esqueléticos de uma maneira coordenada move o corpo inteiro no seu ambiente, como por exemplo, quando caminhamos ou estamos nadando. A função primária do tecido muscular, independente do tipo, é converter energia química em energia mecânica, e ao fazer isso, o músculo encurta ou contrai. O tecido muscular esquelético humano consiste em centenas de células cilíndricas (fibras musculares) ligadas ao tecido conectivo. No corpo, o músculo esqueléticoé estimulado a contrair por nervos somáticos motores que transportam sinais em forma de impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e da medula para os músculos esqueléticos (Fig. 1.1). Os Axônios (ou fibras nervosas) são longas extensões cilíndricas dos neurônios. Os Axônios emergem da medula espinhal via nervos espinhais e do cérebro por meio dos nervos cranianos, e são distribuídos aos músculos apropriados na forma de nervos periféricos, que se assemelha a um conjunto de “cabos” semelhantes aos das fibras nervosas individuais. Ao atingir o músculo, cada ramo de fibra nervosa inerva várias fibras musculares individuais. FIGURA 1.1. Embora um simples neurônio motor possa inervar diversas fibras musculares, cada fibra muscular é inervada por somente um neurônio motor. A combinação de um simples neurônio motor e todas as fibras musculares que ele controla é denominada unidade motora (Fig. 1.1). Quando ocorre a ativação de um neurônio motor somático, todas as fibras que são inervadas por ele respondem aos impulsos neuronais pela geração de sinais elétricos que conduzem a contração das fibras musculares ativadas. O tamanho do arranjo da unidade motora do músculo esquelético (por exemplo, 1:10, 1:50 ou 1:3000) é determinado pela sua função (flexão, extensão) e sua localização corporal. Quanto menor for o tamanho da unidade motora do músculo, maior será o número de neurônios motores necessários para controlar o músculo, e quanto maior o grau de controle cerebral maior o controle sobre o grau de encurtamento. Por exemplo, os músculos que movem os dedos possuem unidades motoras muito pequenas para permitir o controle preciso de movimentos, como quando utilizamos o teclado de um computador. Músculos que mantém a postura da coluna espinhal possuem unidades motoras muito grandes, já que o controle preciso sobre o encurtamento não é necessário. Fisiologicamente, o grau de contração do músculo esquelético é controlado por: 1 - A ativação de um número desejado de unidades motoras; 2 – Controle da frequência de impulsos dos neurônios motores em cada unidade motora. Quando um aumento na força de contração muscular é necessário para realizar uma tarefa, o cérebro aumenta simultaneamente o número de unidades motoras dentro do músculo. Esse processo é conhecido como recrutamento de unidades motoras. Músculos esqueléticos em repouso (in vivo) exibem um fenômeno conhecido como tônus, um constante estado de ligeira tensão que serve para manter o músculo em estado de prontidão. O tônus ocorre devido a alternada e periódica ativação de um pequeno número de unidades motoras dentro do músculo controlado por centros motores dentro do cérebro e da medula espinhal. Suaves movimentos corporais são controlados (como por exemplo, caminhar, nadar ou correr) por contrações graduais do músculo esquelético. Contrações graduais significam mudar a força de contração muscular ou a extensão da redução do encurtamento em relação a proporção da carga imposta ao músculo esquelético. Assim, o músculo esquelético é capaz de reagir a diferentes cargas. Por exemplo, a força muscular utilizada em uma caminhada sobre nível plano é menor do que a força realizada durante a subida de escadas. Quando uma unidade motora é ativada, os componentes das fibras musculares geram e conduzem impulsos que finalmente em contração das fibras. Embora os impulsos elétricos produzidos e conduzidos por cada fibra são muito fracos (menor que 100 mv), muitas fibras conduzem os impulsos simultaneamente induzindo diferenças em tecidos sobrejacentes (pele) que são grandes o suficiente para serem detectados por eletrodos de superfície. A detecção, amplificação e gravação de alterações na voltagem da pele que são produzidos pela contração muscular são denominadas eletromiografia. Assim, a gravação obtida é denominada eletromiograma (EMG) 2. Objetivos experimentais 1) Observar e gravar os valores do tônus muscular esquelético durante o nível basal refletido por atividade elétrica com o músculo em estado de repouso. 2) Gravar a máxima força de preensão das mãos direita e esquerda. 3) Observar, gravar e correlacionar o recrutamento da unidade motora com o aumento da contração do músculo esquelético. 4) Ouvir os sons do EMG e correlacionar a intensidade do som com o recrutamento da unidade motora. 2.1. Materiais Conjunto cabo-eletrodo BIOPAC (SS2L); Eletrodos de vinil descartáveis (EL503), seis eletrodos por pessoa avaliada; Fones de ouvido BIOPAC (OUT1); Gel para eletrodos (GEL1) e esponja abrasiva (ELPAD) ou limpador de pele ou álcool; Computador; Software Biopac Student Lab 3.7; Unidade de aquisição de dados BIOPAC (MP36, MP35 ou MP30, cabo de força). 2.2 Métodos experimentais Antes do início do experimento é necessário: - Ligar o computador; - Certificar-se de que a unidade BIOPAC MP3X está desligada; - Plugar os equipamentos ao BIOPAC MP3X descritos a seguir da seguinte maneira: Conjunto cabo-eletrodo BIOPAC (SS2L) no canal 3 Conectar os fones de ouvido na parte anterior do BIOPAC MP3X Ligar o BIOPAC MP3X Em seguida, conecte três eletrodos (SS2L) aos respectivos cabos de acordo com a coloração (Fig. 1.3). Para o primeiro registro do segmento (braço direito/esquerdo), selecione o braço dominante do avaliado e acople os eletrodos no braço deste de acordo com as cores (Fig. 1.3). O braço escolhido será denominado FOREARM1 e o outro membro será denominado FOREARM 2. Para melhor adesão, os eletrodos devem ser colocados ao menos cinco minutos antes do procedimento de calibração. Cada uma das presilhas presentes nas extremidades dos cabos dos eletrodos precisa ser acoplada aos respectivos eletrodos. Cada cabo de eletrodo possui sua respectiva cor, e de acordo com a figura 1.3 assegure-se de conectar cada cabo ao seu respectivo eletrodo. Após todos os procedimentos descritos à seguir, dar-se-á início ao software Biopac Student Lab Program. No seguinte software, selecione a lição 1 (L01-EMG-1) e clique em OK. Dê nome ao arquivo e novamente em clique em OK. Em seguida inicia-se o processo de calibração. 2.3 Procedimentos detalhados para a calibração Clique em Calibratione em seguida aparecerá uma caixa de diálogo. A calibração não será iniciada até que ocorre o clique em OK. Após clicar em OK peça para o avaliado (com o membro dominante) que cerre o punho e exerça a força de contração máxima que ele possa exercer. Espere em torno de dois segundos e então o avaliado pode voltar ao estado inicial, ou seja, relaxamento do braço. O processo de calibração encerrará em torno de oito segundos automaticamente. 2.4 Aquisição dos dados Para iniciar o processo de aquisição dos valores clique em RECORD. Automaticamente será iniciado um marcador intitulado como “FOREARM 1”. Repita o ciclo de “cerramento do punho (contração muscular), relaxamento e espera” por quatro vezes, pedindo ao avaliado que aumenta a força de contração a cada novo ciclo. Ao final dos quatro ciclos clique em SUSPEND. Os dados obtidos ficarão dispostos na tela do computador. Para a aquisição dos dados do membro não dominante (FOREARM 2) clique em RESUME e então repita o mesmo procedimento realizado na mensuração do membro dominante (FOREARM 1). Ao final da mensuração de ambos os membros clique em DONE. 3. Análise dos dados Para visualizar os dados escolha o modo REVIEW SAVE DATA e escolha o arquivo de mensuração. O canal CH3 mostra os valores individuais de EMG e o CH40 a integração das mensurações. Significado de algumas abreviações: - min: mostra o valor mínimo da área selecionada - max: mostra o máximo do valor da área selecionada - p-p: busca o valor máximo da área selecionada e subtrai com o valor mínimo encontrado na área selecionada. - mean:mostra o valor da média da área selecionada. 4.Ficha de anotação ELETROMIOGRAFIA PADRÃO E INTEGRADA 1 I. Aquisição de dados Nome do avaliado_________________________________________________ Idade______ Estatura______ Peso_________ Data:_________ Sexo M ( ) F ( ) A. Mensurações EMG Cluster Forearm 1 (Dominante) Min Max P-P Mean Forearm 2 Min Max P-P 1 2 3 4 Clusters se referem aos picos de força à cada cerramento de punho. Mean B.Use as médias da mensuração da tabela acima para computar o percentual de aumento na atividade de EMG adquiridas entre as contrações mais fortes e mais fracas do FOREARM 1. Cálculo: _______________________________________________________________ Resposta: __________% Mensuração do tônus Cluster Forearm 1 (Dominante) P-P Mean Forearm 2 P-P Mean 1 2 3 4 II – Questões C. Compare a média da contração máxima entre os membros direito e esquerdo (Clench EMG cluster). Os valores são os mesmos ou diferentes? ( ) Iguais ( ) Diferentes A maior geração de força ocorreu em qual membro? ( ) Direito ( ) Esquerdo ( ) Nenhum Explique _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ D.Quais fatores, como o gênero, contribuem com as diferenças observadas na força de compressão (cerramento dos punhos) ? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ E.Não parece haver diferença no tônus muscular entre os dois membros? ( ) sim ( ) não Você esperaria observar diferenças? O gênero influenciou suas expectativas? Explique. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ F. Explique a origem dos sinais detectados pelos eletrodos de EMG. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ G. O que o termo “recrutamento neuromotor” significa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ H. Defina tônus muscular esquelético. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ I. Defina eletromiografia. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ REFLEXOS REFLEXOS MEDIADOS PELA MEDULA Objetivos: 1. Demonstrar a função do arco reflexo na atividade muscular. 2. Verificar a importância de reflexos simples e de complexidade crescente nos movimentos. REFLEXOS TENDINOSOS PROFUNDOS ou MIOTÁTICOS (Humano) A percussão do martelo (estímulo mecânico) sobre o tendão de um determinado músculo causa a sua contração reflexa. As contrações nem sempre são visíveis e torna-se necessário senti-las por apalpação. Vamos realizar dois reflexos miotáticos. Objetivos: 1. Analisar as vias do reflexo patelar no homem. 2. Demonstrar a atuação de níveis nervosos superiores sobre esse reflexo. Material: martelo neurológico. Reflexo patelar: O voluntário deverá estar sentado com as pernas pendentes (sem apoio) sobre uma mesa. Golpeie o tendão patelar (Fig. II.1). Figura II. 1 - Reflexo patelar 1- Analise e descreva o circuito neuronal do reflexo patelar (Fig. II.2): 1 1- Fibras sensoriais - Ia Quadriceps 2-Motoneurônio Tendão Fuso muscular Figura II.2 - Circuito neuronal do reflexo patelar. 1. via aferente; 2. motoneurônio alfa. Reflexo tricipital: Golpeie o tendão do tríceps acima da inserção do processo do oleocrânioulnar conforme mostra a figura (II.3). Figura II.3 - Reflexo Tricipital 2-Para que um membro possa fletir ou se estender, que outro reflexo deverá estar ocorrendo simultaneamente? Por quê? Descreva como seria esse reflexo. DIREITO ESQUERDO FLETIR O ANTEBRAÇO ESTENDER O ANTEBRAÇO b c a Reflexo de retirada (a) Reflexo extensor cruzado (c) Reflexo de inibição recíproca (b) Figura II.4 - Circuitos neuronais de excitadores (+) e inibidores (-) envolvidos no reflexo de retirada; inibição recíproca e extensão cruzada. O esquema ilustra a via aferente, a integração medular de impulsos e as respostas motoras. REFLEXOS SUPERFICIAIS OU CUTÂNEOS Cutâneo abdominal:o voluntário deverá ficar em decúbito dorsal. Esfregue horizontalmente (do sentido lateral para o medial) a ponta de um bastão em direção ao umbigo. O músculo abdominal do mesmo lado deverá contrair e desviar o umbigo no sentido do estímulo. Cutâneo plantar:Esfregar o bastão na face lateral da região plantar, do calcanhar até os dedos. Deverá ocorrer uma flexão plantar do hálux (dedão). Sinal de Babisnki: Um paciente com lesão do trato córtico-espinhal apresentará uma resposta reflexa diferente: uma dorsiflexão do hálux e abertura dos dedos Figura II.5: Reflexo plantar FUNÇÕES CEREBELARES O cerebelo é o principal órgão envolvido com a coordenação da motricidade somática e os padrões de marcha revelam se sua função está íntegra. A realização de movimentos aprendidos, precisos, dirigidos para um alvo requer a atividade simultânea de vários músculos atuando em várias articulações. A programação de força e da velocidade depende da integridade funcional do cerebelo e a sua disfunção produz decomposição do movimento e a falta ou excesso de força (dismetria). Esses dois problemas causam a ataxia. Como avaliar a integridade funcional do cerebelo? LEMBRETES: Vestibulocerebelo (arquicerebelo, lobo flóculo-nodulo). Recebe aferências do sistema vestibular. Sua disfunção causa nistagmo, instabilidade troncular e ataxia. Espinocerebelo (paliocerebelo,vermis e paravermis): recebe amplas informações cutâneas e proprioceptivas que chegam da medula. Os processamentos das informações proprioceptivas são importantes para fazer ajustes posturais e a disfunção causa ataxia troncular. Cerebrocerebelo (Neocerebelo, hemisférios cerebelares): recebe conexões do córtexcerebral (predominantemente motor) e envia os sinais neurais de volta via tálamo, participando do planejamento motor do córtex. As disfunções resultam na incoordenação da fala, e ataxia das extremidades e as lesões cerebelares se manifestam homolateralmente e apresentam sinais como hipotonia, decomposição do movimento, dismetria e dificuldade de realizar movimentos rápidos e alternados. 1 - Equilíbrio estático: 1.1 - Peça ao voluntário para se levantar, caminhar (ir e voltar). Depois peça que caminhe pé-ante-pé. 1.2) Peça a um voluntário ficar em pé com os pés juntos durante 30s com e sem os olhos abertos. Outro participante do grupo deveráficar responsável pelo cronômetro e deverá avisar o tempo em que ocorreu a primeira oscilação. Compare o grau de oscilação do corpo. Olhos abertos Olhos fechados Os dois pés juntos Um pé à frente do outro Um pé 2) Teste Dedo-Nariz Com dedo indicador tocar o seu próprio nariz e em seguida, o dedo do colega, de forma mais rápida e suave. Depois de várias tentativas, repetir o exercício com os olhos fechados. O mal funcionamento do cerebelo dificultaria a realização precisa e coordenada desse movimento: todas as vezes que se tentasse tocar o nariz ou o dedo ocorreria a ultrapassagem do ponto e os tremores . 3) Diadococinesia A capacidade de realizar movimentos rápidos e alternantes. Teste a sua capacidade de realizar movimentos alternantes com os dedos das mãos. REFLEXOS MEDIADOS PELO TRONCO ENCEFÁLICO (Nervos cranianos) REFLEXOS TENDINOSOS PROFUNDOS ou MIOTÁTICOS: Reflexo Mandibular ou mentual Peça ao voluntário que fique com a boca levemente entreaberta. Percuta o mento de cima. A resposta reflexa deverá ser o fechamento da boca pela ação dos músculos mastigadores. Tente explicar os resultados obtidos