Guia de Estudos: Fisiologia Geral- GMV 107 Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Professores: Dr. Luciano José Pereira Dr. Márcio Gilberto Zangeronimo Tutor: Edna Lopes Lavras/MG 2011 1|Página Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA Espaço a ser preenchido pela biblioteca [A ser preenchido posteriormente] Espaço a ser preenchido pelo CEAD ______________Digite o Título do Documento______________ Índice UNIDADE 3 ........................................................................................................ 5 3.1 Sistema Nervoso ............................................................ 6 3.1.1 Plano Funcional do SN...................................................................... 7 3.1.1.2 Figura Comunicação neuronal ......................................................... 9 3.1.2 Sistema Nervoso Central .................................................................. 9 3.1.3 Transmissão neuronal ..................................................................... 10 3.1.4 Sistema Nervoso Autônomo............................................................ 12 3.1.4.1 Figura Divisão do Sistema Nervoso ................................................13 3.1.5 Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo....................................... 13 3.1.5.1 Figura Anatomia do Sistema Nervoso ............................................14 3.1.6 Transmissores do Sistema Nervoso Autônomo .............................. 15 3.1.6.1 Tabela Neurotransmissores e receptores do Sistema Nervoso Autônomo.......................................................................................16 3.2 Bibliografia .................................................................. 24 4|Página ______________Digite o Título do Documento______________ UNIDADE 3 OBJETIVO: Rever e Discutir os conceitos básicos sobre as teorias do Sistema Nervoso. 5|Página ______________Digite o Título do Documento______________ 3.1 Sistema Nervoso É o sistema responsável pelas sensações, integração de informações, memória e controle das funções do organismo. Reúne as informações sensoriais vindas de todas as partes do corpo. Receptores cutâneos, de tecidos profundos, dos olhos, dos ouvidos e de outros sensores recebem a informação, transformamna em energia elétrica e a transmitem pelos neurônios para a medula espinal e posteriormente para o encéfalo. Funções do Sistema Nervoso (SN): 1) Função sensorial 2) Função integrativa (pensamento e memória) 3) Função motora Divisões Anatômicas do SN 1) SNC (Central): Encéfalo e medula espinal 2) SNP (Periférico): Eferente e Aferente O encéfalo é a principal área integradora do SN, onde são armazenadas as memórias e elaborados os pensamentos, onde são geradas as emoções. A medula espinal exerce duas funções: 1) Condução para as vias nervosas que vão e vem do encéfalo 2) Coordenação de atividades neurais subconscientes (reflexo de retirada) Tecido Nervoso: Existem dois tipos básicos de células: 1) Neurônios – conduzem sinais 6|Página ______________Digite o Título do Documento______________ 2) Células de suporte – células de Schwan Neurônio: 1) Corpo celular: região de onde se diferenciam todas as outras partes do neurônio. Local onde se localiza o núcleo do neurônio. 2) Dendritos: prolongamentos múltiplos e ramificados com origem no corpo celular. Recebem sinais de outros neurônios pelas sinapses. 3) Axônios: São as fibras nervosas. Transmitem os sinais neurais para a célula seguinte no SN ou para músculos e glândulas. 4) Terminais axônicos e sinpases: Terminação neural que libera neurotransmissores na fenda sináptica e esta estimula outra célula. 3.1.1 Plano Funcional do SN Sistema Sensorial ou via aferente: Transmite informações sensoriais de toda a superfície e das estruturas profundas do corpo para o SNC. As fibras periféricas penetram no SNC pelo corno dorsal da medula, ou seja, elas entram na região posterior do canal medular. Essa informação é conduzida para: 1) Medula Espinal 2) Tronco Cerebral (bulbo, ponte e mesencéfalo) 3) Córtex cerebral Sistema Motor ou eferente: 7|Página ______________Digite o Título do Documento______________ As fibras periféricas deixam o SNC pelo corno anterior da medula, ou seja, elas saem pela região anterior do canal medular. 1) Controle da contração dos músculos esqueléticos 2) Contração dos músculos lisos 3) Secreção de glândulas A medula espinal e as regiões basais do encéfalo são encarregadas principalmente das respostas automáticas, enquanto as regiões mais elevadas ficam com a propagação de movimentos complexos. Sistema Integrador: Áreas relacionadas com a memória, avaliação de informação sensorial para determinar se é agradável ou desagradável, dolorosa ou calmante, etc. Reflexos: Respostas motoras que ocorrem após um estímulo sensorial e estas ocorrem sem que haja envolvimento consciente das partes mais superiores do encéfalo. Os três níveis principais de função do SN: 1) Medula espinal: Controla a maioria dos movimentos reflexos 2) Regiões basais do encéfalo: Controlam a maioria das funções automáticas complexas como equilíbrio, fome, respiração, etc. 3) Córtex Cerebral: Sede dos pensamentos, controle das atividades motoras mais finas e delicadas. 8|Página ______________Digite o Título do Documento______________ 3.1.1.2 Figura Comunicação neuronal Código de comunicação entre as células Neurônio de 1ª ordem (medula) SINAPSE Neurônio de 2ª ordem SINAPSE Neurônio de 3ª ordem SINAPSE Neurônio de 4ª ordem (Cortéx cerebral) A medida que a informação sensorial atinge regiões mais superiores no SNC, maior a complexidade de interpretação e de controle, sendo o córtex cerebral o ponto mais integradas, alto, onde armazenadas informações e utilizadas podem com ser grande refinamento. 3.1.2 Sistema Nervoso Central Medula: porção mais caudal, servindo de passagem para neurônios aferentes e eferentes. E capaz de realizar controles reflexos. Tronco encefálico: Bulbo, ponte e mesencéfalo Região responsável pelo controle de atividades de complexidade intermediária como respiração, pressão sanguínea, deglutição, tosse, vômito, controle do movimento dos olhos e núcleos auditivos. Cerebelo: região responsável pelo controle da postura e movimento, integrando a posição do corpo no espaço e informações motoras. Tálamo: processa maior parte das informações sensoriais e motoras 9|Página ______________Digite o Título do Documento______________ Hipotálamo: líquidos centro corporais, que controla sede, osmolaridade temperatura e dos secreções hormonais Hemisférios Cerebrais: recebem informações sensoriais integrando e processam com as as funções motoras. Córtex Cerebral: Apresenta organização topográfica: grau de sensibilidade – mapa somatotrópico. Sinapse: Junção entre dois neurônios. É através dela que os sinais são transmitidos de um neurônio para outro. Podem ser elétricas ou químicas. Sinapses elétricas: acontece entre células que apresentam comunicações no seu citoplasma. Acontece no músculo cardíaco e músculo liso visceral. Sinapses químicas: dependem da liberação de neurotransmissores e mediação de receptores químicos. 3.1.3 Transmissão neuronal Na terminação do botão sináptico existem vesículas contendo substância transmissora. Quando um impulso nervoso atinge esse botão, ocorre aumento da voltagem que promove a abertura de canais de Ca voltagem-dependentes. O cálcio ao entrar, promove a migração das vesículas para a membrana, que se fundem com esta liberando seu conteúdo na fenda sináptica. O neurotransmissor liberado atua sobre um receptor acoplado causando excitação ou inibição do neurônio seguinte dependendo do neurotransmissor e do receptor envolvido. 10 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ O receptor é uma grande molécula de proteína que ao se combinar com o neurotransmissor modifica a permeabilidade da membrana a determinado íon (receptores ionotrópicos) ou promove a ativação de segundos mensageiros (receptores metabotrópicos). Neurotransmissores comuns: Acetilcolina, noradrenalina, adrenalina, encefalinas e endorfinas Limiar de excitação: Potencial Pós-sináptico Excitatório (PPSE): Quando o potencial pós-sináptico excitatório ultrapassa um certo valor é gerado um potencial de ação no axônio. Potencial Pós-sináptico Inibitório (PPSE): Quando o potencial pós-sináptico reduz o potencial de repouso causando hiperpolarização impedindo a geração de um potencial de ação no axônio. Somação de Potenciais Pós-sinápticos: Normalmente, a estimulação de um único botão sináptico não produz potencial no neurônio pós- sináptico. Conforme aumenta o número de botões de atividade simultanea, o estímulo excitatório resultante irá atingir o limiar de excitação da fibra e ocorrerá a geração de potencial na fibra pós-sináptica. Inibição da sinapse: Alguns neurotransmisores neurônio botões sinápticos inibitórios. pós-sináptico ao Estes invés de secretam deprimem o excitá-lo. O neurotransmissor inibitório causa um PPSI ou pelo aumento da permeabilidade da membrana aos íons K+, 11 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ ou aos íons Cl-. Isso aumenta a negatividade no interior da membrana dificultando a geração de potencial de ação. Características Especiais da transmissão sináptica: 1) Condução Unidirecional 2) Fadiga na sinapse 3) Interação com drogas 3.1.4 Sistema Nervoso Autônomo O sistema nervoso é responsável pelo controle do organismo em conjunto com o sistema endócrino. Anatomicamente, pode ser dividido em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). O primeiro é composto pelo encéfalo e medula espinal e o segundo pelos neurônios sensoriais (aferentes) e motores (eferentes). A porção eferente periférica ainda se subdivide em ramos somático e autônomo, sendo respectivamente responsáveis pelo controle da musculatura esquelética com caráter voluntário e órgãos viscerais com caráter involuntário. O sistema nervoso autônomo (SNA) – conhecido também como vegetativo ou visceral - consiste em duas divisões anatômicas principais: simpática e parassimpática. O sistema nervoso simpático geralmente acelera processos biológicos (funções de “luta ou fuga”), enquanto o sistema nervoso parassimpático frequentemente desacelera (funções de “descanso e digestão”). considerado O sistema uma nervoso terceira entérico divisão do pode SNA, ser sendo constituído pelos plexos nervosos intrínsecos do trato gastrointestinal, que estão estreitamente 12 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ interconectados com os sistemas simpático e parassimpático. O sistema nervoso entérico possui uma capacidade de integração suficiente para permitir seu funcionamento independentemente do sistema nervoso central. Porém, os sistemas simpático e parassimpático são essencialmente agentes do sistema nervoso central, que são incapazes de funcionar sem este. As divisões simpática e parassimpática do SNA transmitem todas as informações do sistema nervoso central para o restante do corpo, exercendo um controle visceral sobre a contração e relaxamento da musculatura lisa, secreções exócrinas e algumas endócrinas, batimentos cardíacos e certas etapas do metabolismo intermediário, de forma involuntária. 3.1.4.1 Figura Divisão do Sistema Nervoso 3.1.5 Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo O Sistema Nervoso Autônomo apresenta duas fibras nervosas seqüenciais que conectam a medula espinal ao órgão efetor, ocorrendo gânglios (sinapses) entre o neurônio pré-ganglionar e pós-ganglionar, diferindo neste aspecto do sistema nervoso periférico 13 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ somático que apresenta uma única fibra entre a medula e o músculo esquelético. 3.1.5.1 Figura Anatomia do Sistema Nervoso Sistema Nervoso Simpático: Os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares simpáticos se localizam nos segmentos torácico e lombar da medula espinal. Suas fibras deixam a medula espinal até a cadeia paravertebral dos gânglios simpáticos, situados em ambos os lados da coluna vertebral. Esses gânglios contêm os corpos celulares dos neurônios simpáticos pós-ganglionares. Desta forma, a fibra pré-ganglionar é curta e a pós-ganglionar é longa. Como ocorre uma amplificação de sinal quando as células saem dos gânglios (poucas fibras pré-ganglionares chegam e muitas pós-ganglionares saem) em direção a diversos órgãos. O sistema nervoso simpático tem diversos efeitos globais sobre a fisiologia dos diversos órgãos viscerais. A medula supra-renal por outro lado, pode ser considerada uma versão especializada do sistema nervoso simpático; uma vez que os sinais de um longo axônio pré-sináptico ocasionam a liberação de adrenalina e noradrenalina na corrente sanguínea a partir das células cromafins resultando em um efeito sistêmico de caráter neuroendócrino. 14 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ Sistema Nervoso Parassimpático: Os nervos parassimpáticos emergem de duas regiões separadas do sistema nervoso central: origem cranial: nervos III (oculomotor), VII ( facial ), IX (glossofaríngeo ) e X ( vago ) e origem sacral da medula espinal: feixe de nervos conhecidos como nervos eretores (a estimulação destes nervos provoca a ereção dos órgãos genitais). As fibras pré-ganglionares são longas e pós-ganglionares curtas (muitas vezes no interior do órgão alvo). A grande maioria dos órgãos viscerais apresenta tanto inervação simpática quanto parassimpática. Apesar de serem considerados sistemas de ações opostas, existem órgãos onde simpático e parassimpático atuam sinergicamente (ereção e ejaculação masculina, secreção salivar) e em outros a inervação é exclusivamente simpática (glândulas sudoríparas e maioria dos vasos sanguíneos) ou parassimpática (musculatura ciliar do olho e musculatura lisa brônquica – apesar de não haver inervação simpática, este tecido é altamente sensível a neurotransmissores adrenérgicos) contrariando esta regra. 3.1.6 Transmissores do Sistema Nervoso Autônomo Ao estudarmos a farmacologia do SNA, os pontos principais a serem lembrados são: o neurotransmissor específico liberado em cada local anatômico (gânglio e órgão efetor) e o subtipo de receptor correspondente ao qual o neurotransmissor interage. Uma vez que essas informações são conhecidas, as respostas farmacológicas dos órgãos podem ser previstas. Os dois principais neurotransmissores que operam no sistema nervoso 15 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ autônomo são a ACETILCOLINA (atua em receptores colinérgicos) e a NORADRENALINA (atua em receptores adrenérgicos). Mas além destes existem os transmissores NANC (não adrenérgicos, não colinérgicos) que incluem: óxido nítrico, dopamina, GABA, ATP, opióides entre outros. Muitos destes neurotransmissores são co-secretados, sendo este processo denominado cotransmissão. A secreção dos neurotransmissores entre as fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares é sempre colinérgica, independente de ser uma fibra simpática ou parassimpática. Já a sinapse entre a fibra pós-ganglionar e o órgão efetor varia entre colinérgica na maioria dos órgãos inervados pelo parassimpático e noradrenérgica pela maioria dos órgãos inervados pelo simpático. Existem exceções a esta regra na inervação simpática, onde nas glândulas sudoríparas ocorre a secreção de acetilcolina e na vascularização renal onde ocorre a liberação de dopamina. Outra exceção também na inervação simpática é a liberação principalmente de adrenalina e não noradrenalina pelas fibras pós- ganglionares (células cromafins) da medula supra-renal. 3.1.6.1 Tabela Neurotransmissores e receptores do Sistema Nervoso Autônomo Gânglio Órgão efetor Neurotransmissor Receptor Acetilcolina Colinérgico Nicotínico Noradrenalina Adrenérgico α ou β Parassimpático Neurotransmissor Acetilcolina Colinérgico Nicotínico Acetilcolina Colinérgico Muscarínico Simpático Receptor BIOSÍNTESE DA ACETILCOLINA (Ach) 16 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ A produção de acetilcolina ocorre pela acetilação da colina (constituinte químico da fosfatidilcolina obtida através dos alimentos) com a acetil coenzima A (acetilCoA, fonte energética derivada da glicólise através da complexa reação da piruvato-desidrogenase) servindo como doador de grupos acetil, catalisada pela enzima colina-acetiltransferase (CAT). A colina é ativamente transportada para o axoplasma do neurônio a partir de sítios extraneuronais por um processo de captação de colina de alta e baixa afinidade. Após a síntese, a Ach é armazenada em vesículas mediante um transporte ativo que é bloqueado pelo Veramicol. A despolarização de uma terminação nervosa permite o influxo de Cálcio através de canais voltagem-sensíveis. Este influxo de Cálcio facilita a fusão da membrana vesicular com a membrana plasmática da terminação nervosa, resultando na extrusão do conteúdo das vesículas. RECEPTORES COLINÉRGICOS Os receptores de acetilcolina são de 2 tipos: nicotínicos e muscarínicos. Estas denominações advêm de estudos dos efeitos colinérgicos obtidos com o emprego dos alcalóides muscarina (obtido de cogumelo) e nicotina (obtido de um arbusto, tabaco) que ativam seletivamente cada receptor colinérgico. Desta forma, define-se que os receptores muscarínicos são ativados pela muscarina e bloqueados pela atropina e os nicotínicos são ativados seletivamente pela nicotina e bloqueados pelos curares (maiores descrições sobre os agonistas e antagonistas serão discutidos ao longo desta apostila). 17 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ Receptores nicotínicos (nAChR) São encontrados na junção neuromuscular, nos gânglios autônomos, células cromafins da medula suprarenal e também em vários locais do SNC. Estes receptores formam um poro e atuam como canais iônicos de Ca++ e Na+ ligante-dependentes, causando despolarização. Apesar de ambos receptores nicotínicos (músculo esquelético e ganglionar) serem semelhantes em suas funções, estes são geneticamente distintos e compostos por diferentes subunidades. Portanto são considerados como unidades distintas (AChR Nn – neuronais e fisiológicas ACh são Nm – muscular). idênticas, mas Suas suas funções respostas farmacológicas podem ser diferenciadas pelo uso de ligantes seletivos ou através de diferentes adaptações ao estímulo. Receptores muscarínicos (mAChR) Encontrados principalmente em células efetoras inervadas pelo parassimpático, estando também presentes no cérebro. São receptores acoplados a proteína G (metabotrópicos) com 7 domínios transmembrana (ver material de Farmacodinâmica). Os receptores definidos farmacologicamente através da ação de agonistas e antagonistas são cinco: M1, M2, M3, M4 e M5. Os receptores M1, M3 e M5 ativam Fosfolipase C (IP3 e DAG), levando à mobilização de Ca++. Por outro lado, os receptores M2 e M4 inibem a formação de AMPc (proteína Gi – Adenilatociclase) e estimulam a abertura de canais de K+. Apesar distribuições dos receptores anatômicas e muscarínicos funções terem fisiológicas 18 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ diferentes, ainda será preciso desenvolver agonistas e antagonistas seletivos, uma vez que estes ainda são escassos. - M1 (“neurais”) – São encontrados principalmente nos neurônios do SNC, gânglios autonômicos e em células parietais gástricas e parecem mediar os efeitos excitatórios da Ach. Essa excitação resulta na diminuição da condutância ao K+. Sua estimulação resulta em aumento da secreção gástrica, excitação dos neurônios centrais. A ausência deste efeito mediado pela Ach no cérebro é uma possível causa de demência. - M2 (“cardíacos”) – São encontrados principalmente no coração e músculo liso. Exercem efeitos inibitórios mediante um aumento da condutância do k+ e inibição de canais de cálcio. Podem estar localizados na présinapse de neurônios nos quais regulam a resposta colinérgica por reduzirem a liberação de acetilcolina na fenda sináptica (ver neuromodulação a seguir). - M3 (“glandulares/musculares lisos”) – São encontrados em glândulas secretoras, músculo liso, SNC e endotélio vascular. Produzem efeitos basicamente excitatórios como estimulação das secreções glandulares, contração da musculatura lisa visceral (exceção = Relaxamento vascular decorrente da liberação de óxido nítrico a partir de células endoteliais adjacentes). OBS: Os vasos possuem pouca ou nenhuma inervação parassimpática. - M4 (“glandular/pulmonar”) – Foi descrito no pulmão, músculo liso, glândulas secretoras e SNC. Sua função ainda é pouco conhecida. No SNC é encontrado na préjunção sináptica inibindo a secreção de Ach. 19 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ DEGRADAÇÃO DA ACETILCOLINA (ACh) AO TÉRMINO DA ATIVIDADE A acetilcolina é rapidamente hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase (AChE). A AChE verdadeira é encontrada em neurônios colinérgicos, nas adjacências das sinapses colinérgicas e em outros tecidos. O sítio ativo da AChE consiste em um sítio aniônico que interage com um grupo nitrogênio quaternário da molécula de ACh, e um sítio esterásico que interage com o grupo éster da Ach e o hidrolisa. Outra enzima semelhante, denominada butirilcolinesterase, também conhecida como pseudocolinesterase é principalmente encontrada no plasma e no fígado. Os produtos de degradação da ACh são o ácido acético e a colina. Uma parte da colina é ativamente transportada de volta para a terminação nervosa através de transporte ativo específico (que pode ser bloqueado pelo Hemicolínio), onde pode ser reutilizada na síntese de ACh. BIOSÍNTESE DE CATECOLAMINAS (NORADRENALINA, ADRENALINA, DOPAMINA) O precursor para a biossíntese das catecolaminas é o aminoácido L-tirosina, que é ativamente transportado tanto para o interior de neurônios noradrenérgicos quanto para as células cromafins na medula supra-renal. No citoplasma, a L-tirosina é convertida a L-DOPA pela enzima tirosina-hidroxilase. A L-DOPA é substrato para outra enzima citoplasmática - dopa descarboxilase - que resulta na síntese de dopamina. Cerca de 50% da dopamina é captada ativamente para dentro de vesículas onde ocorre a ação da dopamina-β-hidroxilase (DβH), sendo convertida a L-noradrenalina. Na medula adrenal, 20 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ a noradrenalina deixa as vesículas e é metilada no citoplasma da célula para formar adrenalina, sendo esta reação catalisada pela enzima feniletanolamina-N-metil transferase e posteriormente é armazenada em outra vesícula. A adrenalina constitui aproximadamente 80% das catecolaminas da medula supra-renal. LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINAS O processo de liberação de catecolaminas é semelhante ao de ACh. Após a exocitose o neurotransmissor poderá atuar em degradado receptores pré intra extraneuronalmente ou ou pós-sinápticos, ou ser ser recaptado pela terminação pré-sináptica. Receptores adrenérgicos (adrenoceptores) Os receptores adrenérgicos são de 2 tipos: α e β. a)Receptores α-adrenérgicos (α1 e α2) Ordem de potência dos agonistas: noradrenalina> adrenalina > isoprenalina Receptores α1 - Estão acoplados mais frequentemente à fosfolipase C e produzem seus efeitos pela liberação de cálcio intracelular. Ativam a fosfolipase C (formação de IP3 e DAG). Os principais efeitos da sua ativação resultam em vasoconstrição, relaxamento da musculatura lisa gastrintestinal, secreção salivar e glicogenólise hepática. Receptores α2 - Estão negativamente acoplados a adenilatociclase (também chamada de adenililciclase) e reduzem a formação de AMPc. Os principais efeitos da sua ativação 21 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ são inibição da liberação de transmissores (ex: NA e Ach) por nervos autônomos, vasoconstrição e agregação plaquetária. Estudos de biologia molecular têm demonstrado uma heterogeneidade dentro da mesma classe de receptores, gerando subdivisões adicionais (α1A, α1B, α1D, α2A, α2B, α2C). b) Receptores β-adrenérgicos (β1 , β2 e β3) - Ordem de potência dos agonistas: isoproterenol > adrenalina ≥ noradrenalina. Todos os tipos estimulam a adenilatociclase (induzem a formação de AMPc) e promovem a fosforilação de diversas proteínas e ativação de canais de Ca++ sensíveis a voltagem existentes na membrana plasmática, musculatura esquelética e cardíaca. Receptores β1 - Estão situados principalmente no coração e estão relacionados com efeitos inotrópicos positivos (aumento da contratilidade) e cronotrópicos positivos (aumento da freqüência cardíaca). Causam também o relaxamento da musculatura lisa gastrintestinal. Receptores β2 -Estão situados no músculo liso em geral. Os principais efeitos da sua ativação resultam em broncodilatação, vasodilatação, relaxamento da musculatura lisa visceral e tremor muscular. Receptores β3 22 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ - Sua localização é inicialmente descrita no tecido adiposo, SNC e vesícula biliar. O principal efeito da sua ativação é lipólise. DESTINO DAS COTECOLAMINAS AO TÉRMINO DA ATIVIDADE As ações da interrompidas Noradrenalina por: e recaptação Adrenalina pelas são terminações nervosas; diluição por difusão para fora da fenda sináptica e captação em locais extraneuronais e transformação metabólica. Existem terminações denominado dois sistemas nervosas como simpatomiméticas de simpáticas. CAPTAÇÃO são 1, recaptação O onde nas primeiro as transportadas é aminas do meio extracelular para o axoplasma. O segundo é denominado TRANSPORTE VESICULAR, onde as catecolaminas são transportadas do axoplasma para o interior das vesículas de armazenamento. A Captação 1 depende de sódio e pode ser bloqueada por drogas como a cocaína e os antidepressivos tricíclicos como a imipramina, que impedem a recaptação aumentando a atividade do neurotransmissor na fenda sináptica. Também existe o transporte extraneuronal denominado CAPTAÇÃO 2, que ocorre nas células gliais, hepáticas e miocárdicas que efetuam o transporte das catecolaminas para o interior das células, com funções ainda pouco conhecidas. Duas enzimas são responsáveis pela degradação das catecolaminas: a MAO (monoamino-oxidase), localizada dentro das células neuronais na membrana de mitocôndrias do terminal pré-sináptico e a COMT (catecol-O-metiltransferase), localizada no citoplasma e 23 | P á g i n a ______________Digite o Título do Documento______________ principalmente na fenda sináptica, em tecidos neuronais e não-neuronais. A Noradrenalina sofre uma reação de desaminação pela MAO ou é rapidamente metilada pela COMT. 3.2 Bibliografia COSTANZO, L.S. Fisiologia. Guanabara Koogan, 2006. 3.ed. Rio de Janeiro: CUNNINGHAM J.G. Tratado de fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara, 454p, 1999. GUYTON, A. C. & HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. SILVERTHORN, D. E.; OBER, W. C.; GARRISON, C. W.; SILVERTHORN, A. C. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 2.ed. São Paulo: Manole. cap 15, p., 2003. SWENSON, M. J., AND W. O. Reece. Dukes-Fisiologia dos animais domésticos. 11.ed. Guanabara, Rio de Janeiro, Brasil, 1996. 24 | P á g i n a