Template_Guia_de_Estudos Sistema Nervoso

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Guia de Estudos:
Fisiologia Geral- GMV 107
Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação
Professores: Dr. Luciano José Pereira
Dr. Márcio Gilberto Zangeronimo
Tutor: Edna Lopes
Lavras/MG
2011
1|Página
Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos
Técnicos da Biblioteca Central da UFLA
Espaço a ser preenchido pela biblioteca
[A ser preenchido posteriormente]
Espaço a ser preenchido pelo CEAD
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Índice
UNIDADE 3 ........................................................................................................ 5
3.1 Sistema Nervoso ............................................................ 6
3.1.1 Plano Funcional do SN...................................................................... 7
3.1.1.2 Figura Comunicação neuronal ......................................................... 9
3.1.2 Sistema Nervoso Central .................................................................. 9
3.1.3 Transmissão neuronal ..................................................................... 10
3.1.4 Sistema Nervoso Autônomo............................................................ 12
3.1.4.1 Figura Divisão do Sistema Nervoso ................................................13
3.1.5 Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo....................................... 13
3.1.5.1 Figura Anatomia do Sistema Nervoso ............................................14
3.1.6 Transmissores do Sistema Nervoso Autônomo .............................. 15
3.1.6.1 Tabela Neurotransmissores e receptores do Sistema
Nervoso Autônomo.......................................................................................16
3.2 Bibliografia .................................................................. 24
4|Página
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UNIDADE 3
OBJETIVO: Rever e Discutir os conceitos básicos sobre as teorias do
Sistema Nervoso.
5|Página
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3.1 Sistema Nervoso
É
o
sistema
responsável
pelas
sensações,
integração de informações, memória e controle das
funções do organismo. Reúne as informações sensoriais
vindas
de
todas
as
partes
do
corpo.
Receptores
cutâneos, de tecidos profundos, dos olhos, dos ouvidos e
de outros sensores recebem a informação, transformamna em energia elétrica e a transmitem pelos neurônios
para a medula espinal e posteriormente para o encéfalo.
Funções do Sistema Nervoso (SN):
1) Função sensorial
2) Função integrativa (pensamento e memória)
3) Função motora
Divisões Anatômicas do SN
1) SNC (Central): Encéfalo e medula espinal
2) SNP (Periférico): Eferente e Aferente
O encéfalo é a principal área integradora do SN, onde
são
armazenadas
as
memórias
e
elaborados
os
pensamentos, onde são geradas as emoções.
A medula espinal exerce duas funções:
1) Condução para as vias nervosas que vão e vem do
encéfalo
2) Coordenação de atividades neurais subconscientes
(reflexo de retirada)
Tecido Nervoso:
Existem dois tipos básicos de células:
1) Neurônios – conduzem sinais
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2) Células de suporte – células de Schwan
Neurônio:
1) Corpo celular: região de onde se diferenciam todas as
outras partes do neurônio. Local onde se localiza o
núcleo do neurônio.
2) Dendritos: prolongamentos múltiplos e ramificados
com origem no corpo celular. Recebem sinais de outros
neurônios pelas sinapses.
3) Axônios: São as fibras nervosas. Transmitem os sinais
neurais para a célula seguinte no SN ou para músculos e
glândulas.
4) Terminais axônicos e sinpases: Terminação neural
que libera neurotransmissores na fenda sináptica e esta
estimula outra célula.
3.1.1 Plano Funcional do SN
Sistema Sensorial ou via aferente:
Transmite
informações
sensoriais
de
toda
a
superfície e das estruturas profundas do corpo para o
SNC. As fibras periféricas penetram no SNC pelo corno
dorsal da medula, ou seja, elas entram na região
posterior do canal medular.
Essa informação é conduzida para:
1) Medula Espinal
2) Tronco Cerebral (bulbo, ponte e mesencéfalo)
3) Córtex cerebral
Sistema Motor ou eferente:
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As fibras periféricas deixam o SNC pelo corno
anterior da medula, ou seja, elas saem pela região
anterior do canal medular.
1) Controle da contração dos músculos esqueléticos
2) Contração dos músculos lisos
3) Secreção de glândulas
A medula espinal e as regiões basais do encéfalo
são
encarregadas
principalmente
das
respostas
automáticas, enquanto as regiões mais elevadas ficam
com a propagação de movimentos complexos.
Sistema Integrador:
Áreas relacionadas com a memória, avaliação de
informação sensorial para determinar se é agradável ou
desagradável, dolorosa ou calmante, etc.
Reflexos:
Respostas motoras que ocorrem após um estímulo
sensorial e estas ocorrem sem que haja envolvimento
consciente das partes mais superiores do encéfalo.
Os três níveis principais de função do SN:
1) Medula espinal: Controla a maioria dos movimentos
reflexos
2) Regiões basais do encéfalo: Controlam a maioria das
funções automáticas complexas como equilíbrio, fome,
respiração, etc.
3) Córtex Cerebral: Sede dos pensamentos, controle das
atividades motoras mais finas e delicadas.
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3.1.1.2 Figura Comunicação neuronal
Código de comunicação entre as células
Neurônio de 1ª ordem (medula)
SINAPSE
Neurônio de 2ª ordem
SINAPSE
Neurônio de 3ª ordem
SINAPSE
Neurônio de 4ª ordem
(Cortéx cerebral)
A medida que a informação sensorial atinge
regiões mais superiores no SNC, maior a complexidade
de interpretação e de controle, sendo o córtex cerebral o
ponto
mais
integradas,
alto,
onde
armazenadas
informações
e
utilizadas
podem
com
ser
grande
refinamento.
3.1.2 Sistema Nervoso Central
Medula: porção mais caudal, servindo de passagem para
neurônios aferentes e eferentes. E capaz de realizar
controles reflexos.
Tronco encefálico: Bulbo, ponte e mesencéfalo
Região responsável pelo controle de atividades de
complexidade intermediária como respiração, pressão
sanguínea,
deglutição,
tosse,
vômito,
controle
do
movimento dos olhos e núcleos auditivos.
Cerebelo: região responsável pelo controle da postura e
movimento, integrando a posição do corpo no espaço e
informações motoras.
Tálamo:
processa
maior
parte
das
informações
sensoriais e motoras
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Hipotálamo:
líquidos
centro
corporais,
que
controla
sede,
osmolaridade
temperatura
e
dos
secreções
hormonais
Hemisférios
Cerebrais:
recebem
informações
sensoriais
integrando
e
processam
com
as
as
funções
motoras.
Córtex Cerebral: Apresenta organização topográfica:
grau de sensibilidade – mapa somatotrópico.
Sinapse: Junção entre dois neurônios. É através dela que
os sinais são transmitidos de um neurônio para outro.
Podem ser elétricas ou químicas.

Sinapses elétricas: acontece entre células que
apresentam comunicações no seu citoplasma.
Acontece no músculo cardíaco e músculo liso
visceral.

Sinapses químicas: dependem da liberação de
neurotransmissores e mediação de receptores
químicos.
3.1.3 Transmissão neuronal
Na
terminação
do
botão
sináptico
existem
vesículas contendo substância transmissora. Quando um
impulso nervoso atinge esse botão, ocorre aumento da
voltagem que promove a abertura de canais de Ca
voltagem-dependentes. O cálcio ao entrar, promove a
migração das vesículas para a membrana, que se
fundem com esta liberando seu conteúdo na fenda
sináptica. O neurotransmissor liberado atua sobre um
receptor acoplado causando excitação ou inibição do
neurônio seguinte dependendo do neurotransmissor e do
receptor envolvido.
10 | P á g i n a
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O receptor é uma grande molécula de proteína que
ao se combinar com o neurotransmissor modifica a
permeabilidade
da
membrana
a
determinado
íon
(receptores ionotrópicos) ou promove a ativação de
segundos mensageiros (receptores metabotrópicos).
Neurotransmissores comuns: Acetilcolina, noradrenalina,
adrenalina, encefalinas e endorfinas
Limiar de excitação:
Potencial Pós-sináptico Excitatório (PPSE): Quando o
potencial pós-sináptico excitatório ultrapassa um certo
valor é gerado um potencial de ação no axônio.
Potencial Pós-sináptico Inibitório (PPSE): Quando o
potencial pós-sináptico reduz o potencial de repouso
causando hiperpolarização impedindo a geração de um
potencial de ação no axônio.
Somação de Potenciais Pós-sinápticos:
Normalmente, a estimulação de um único botão
sináptico
não
produz
potencial
no
neurônio
pós-
sináptico. Conforme aumenta o número de botões de
atividade simultanea, o estímulo excitatório resultante
irá atingir o limiar de excitação da fibra e ocorrerá a
geração de potencial na fibra pós-sináptica.
Inibição da sinapse:
Alguns
neurotransmisores
neurônio
botões
sinápticos
inibitórios.
pós-sináptico
ao
Estes
invés
de
secretam
deprimem
o
excitá-lo.
O
neurotransmissor inibitório causa um PPSI ou pelo
aumento da permeabilidade da membrana aos íons K+,
11 | P á g i n a
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ou aos íons Cl-. Isso aumenta a negatividade no interior
da membrana dificultando a geração de potencial de
ação.
Características Especiais da transmissão sináptica:
1) Condução Unidirecional
2) Fadiga na sinapse
3) Interação com drogas
3.1.4 Sistema Nervoso Autônomo
O sistema nervoso é responsável pelo controle do
organismo em conjunto com o sistema endócrino.
Anatomicamente, pode ser dividido em sistema nervoso
central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). O
primeiro é composto pelo encéfalo e medula espinal e o
segundo
pelos
neurônios
sensoriais
(aferentes)
e
motores (eferentes). A porção eferente periférica ainda
se subdivide em ramos somático e autônomo, sendo
respectivamente
responsáveis
pelo
controle
da
musculatura esquelética com caráter voluntário e órgãos
viscerais com caráter involuntário.
O
sistema
nervoso
autônomo
(SNA)
–
conhecido
também como vegetativo ou visceral - consiste em duas
divisões
anatômicas
principais:
simpática
e
parassimpática. O sistema nervoso simpático geralmente
acelera processos biológicos (funções de “luta ou fuga”),
enquanto
o
sistema
nervoso
parassimpático
frequentemente desacelera (funções de “descanso e
digestão”).
considerado
O
sistema
uma
nervoso
terceira
entérico
divisão
do
pode
SNA,
ser
sendo
constituído pelos plexos nervosos intrínsecos do trato
gastrointestinal,
que
estão
estreitamente
12 | P á g i n a
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interconectados
com
os
sistemas
simpático
e
parassimpático. O sistema nervoso entérico possui uma
capacidade de integração suficiente para permitir seu
funcionamento independentemente do sistema nervoso
central. Porém, os sistemas simpático e parassimpático
são essencialmente agentes do sistema nervoso central,
que são incapazes de funcionar sem este.
As divisões simpática e parassimpática do SNA
transmitem todas as informações do sistema nervoso
central para o restante do corpo, exercendo um controle
visceral sobre a contração e relaxamento da musculatura
lisa,
secreções
exócrinas
e
algumas
endócrinas,
batimentos cardíacos e certas etapas do metabolismo
intermediário, de forma involuntária.
3.1.4.1 Figura Divisão do Sistema Nervoso
3.1.5 Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo
O Sistema Nervoso Autônomo apresenta duas
fibras nervosas seqüenciais que conectam a medula
espinal ao órgão efetor, ocorrendo gânglios (sinapses)
entre
o
neurônio
pré-ganglionar
e
pós-ganglionar,
diferindo neste aspecto do sistema nervoso periférico
13 | P á g i n a
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somático que apresenta uma única fibra entre a medula
e o músculo esquelético.
3.1.5.1 Figura Anatomia do Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Simpático: Os corpos celulares dos
neurônios pré-ganglionares simpáticos se localizam nos
segmentos torácico e lombar da medula espinal. Suas
fibras
deixam
a
medula
espinal
até
a
cadeia
paravertebral dos gânglios simpáticos, situados em
ambos os lados da coluna vertebral. Esses gânglios
contêm os corpos celulares dos neurônios simpáticos
pós-ganglionares. Desta forma, a fibra pré-ganglionar é
curta e a pós-ganglionar é longa. Como ocorre uma
amplificação de sinal quando as células saem dos
gânglios (poucas
fibras
pré-ganglionares chegam e
muitas pós-ganglionares saem) em direção a diversos
órgãos. O sistema nervoso simpático tem diversos
efeitos globais sobre a fisiologia dos diversos órgãos
viscerais. A medula supra-renal por outro lado, pode ser
considerada
uma
versão
especializada
do
sistema
nervoso simpático; uma vez que os sinais de um longo
axônio pré-sináptico ocasionam a liberação de adrenalina
e noradrenalina na corrente sanguínea a partir das
células cromafins resultando em um efeito sistêmico de
caráter neuroendócrino.
14 | P á g i n a
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Sistema
Nervoso
Parassimpático:
Os
nervos
parassimpáticos emergem de duas regiões separadas do
sistema nervoso central: origem cranial: nervos III
(oculomotor), VII ( facial ), IX (glossofaríngeo ) e X (
vago ) e origem sacral da medula espinal: feixe de
nervos conhecidos como nervos eretores (a estimulação
destes nervos provoca a ereção dos órgãos genitais). As
fibras pré-ganglionares são longas e pós-ganglionares
curtas (muitas vezes no interior do órgão alvo).
A grande maioria dos órgãos viscerais apresenta
tanto inervação simpática quanto parassimpática. Apesar
de serem considerados sistemas de ações opostas,
existem órgãos onde simpático e parassimpático atuam
sinergicamente (ereção e ejaculação masculina, secreção
salivar) e em outros a inervação é exclusivamente
simpática (glândulas sudoríparas e maioria dos vasos
sanguíneos) ou parassimpática (musculatura ciliar do
olho e musculatura lisa brônquica – apesar de não haver
inervação simpática, este tecido é altamente sensível a
neurotransmissores
adrenérgicos)
contrariando
esta
regra.
3.1.6 Transmissores do Sistema Nervoso Autônomo
Ao estudarmos a farmacologia do SNA, os pontos
principais a serem lembrados são: o neurotransmissor
específico liberado em cada local anatômico (gânglio e
órgão efetor) e o subtipo de receptor correspondente ao
qual o neurotransmissor interage. Uma vez que essas
informações são conhecidas, as respostas farmacológicas
dos órgãos podem ser previstas. Os dois principais
neurotransmissores que operam no sistema nervoso
15 | P á g i n a
______________Digite o Título do Documento______________
autônomo são a ACETILCOLINA (atua em receptores
colinérgicos) e a NORADRENALINA (atua em receptores
adrenérgicos).
Mas
além
destes
existem
os
transmissores NANC (não adrenérgicos, não colinérgicos)
que incluem: óxido nítrico, dopamina, GABA, ATP,
opióides entre outros. Muitos destes neurotransmissores
são co-secretados, sendo este processo denominado cotransmissão.
A secreção dos neurotransmissores entre as
fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares é sempre
colinérgica, independente de ser uma fibra simpática ou
parassimpática. Já a sinapse entre a fibra pós-ganglionar
e o órgão efetor varia entre colinérgica na maioria dos
órgãos inervados pelo parassimpático e noradrenérgica
pela maioria dos órgãos inervados pelo simpático.
Existem exceções a esta regra na inervação simpática,
onde nas glândulas sudoríparas ocorre a secreção de
acetilcolina e na vascularização renal onde ocorre a
liberação de dopamina. Outra exceção também na
inervação simpática é a liberação principalmente de
adrenalina
e
não
noradrenalina
pelas
fibras
pós-
ganglionares (células cromafins) da medula supra-renal.
3.1.6.1 Tabela Neurotransmissores e receptores do
Sistema Nervoso Autônomo
Gânglio
Órgão efetor
Neurotransmissor
Receptor
Acetilcolina
Colinérgico
Nicotínico
Noradrenalina
Adrenérgico α ou β
Parassimpático Neurotransmissor
Acetilcolina
Colinérgico
Nicotínico
Acetilcolina
Colinérgico Muscarínico
Simpático
Receptor
BIOSÍNTESE DA ACETILCOLINA (Ach)
16 | P á g i n a
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A produção de acetilcolina ocorre pela acetilação
da colina (constituinte químico da fosfatidilcolina obtida
através dos alimentos) com a acetil coenzima A (acetilCoA, fonte energética derivada da glicólise através da
complexa reação da piruvato-desidrogenase) servindo
como doador de grupos acetil, catalisada pela enzima
colina-acetiltransferase (CAT). A colina é ativamente
transportada para o axoplasma do neurônio a partir de
sítios extraneuronais por um processo de captação de
colina de alta e baixa afinidade. Após a síntese, a Ach é
armazenada em vesículas mediante um transporte ativo
que é bloqueado pelo Veramicol. A despolarização de
uma terminação nervosa permite o influxo de Cálcio
através de canais voltagem-sensíveis. Este influxo de
Cálcio facilita a fusão da membrana vesicular com a
membrana
plasmática
da
terminação
nervosa,
resultando na extrusão do conteúdo das vesículas.
RECEPTORES COLINÉRGICOS
Os receptores de acetilcolina são de 2 tipos:
nicotínicos e muscarínicos. Estas denominações advêm
de estudos dos efeitos colinérgicos obtidos com o
emprego dos alcalóides muscarina (obtido de cogumelo)
e nicotina (obtido de um arbusto, tabaco) que ativam
seletivamente cada receptor colinérgico. Desta forma,
define-se que os receptores muscarínicos são ativados
pela
muscarina
e
bloqueados
pela
atropina
e
os
nicotínicos são ativados seletivamente pela nicotina e
bloqueados pelos curares (maiores descrições sobre os
agonistas e antagonistas serão discutidos ao longo desta
apostila).
17 | P á g i n a
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Receptores nicotínicos (nAChR)
São encontrados na junção neuromuscular, nos
gânglios autônomos, células cromafins da medula suprarenal e também em vários locais do SNC. Estes
receptores formam um poro e atuam como canais
iônicos de Ca++ e Na+ ligante-dependentes, causando
despolarização. Apesar de ambos receptores nicotínicos
(músculo esquelético e ganglionar) serem semelhantes
em suas funções, estes são geneticamente distintos e
compostos por diferentes subunidades. Portanto são
considerados como unidades distintas (AChR Nn –
neuronais
e
fisiológicas
ACh
são
Nm
–
muscular).
idênticas,
mas
Suas
suas
funções
respostas
farmacológicas podem ser diferenciadas pelo uso de
ligantes seletivos ou através de diferentes adaptações ao
estímulo.
Receptores muscarínicos (mAChR)
Encontrados principalmente em células efetoras
inervadas
pelo
parassimpático,
estando
também
presentes no cérebro. São receptores acoplados a
proteína
G
(metabotrópicos)
com
7
domínios
transmembrana (ver material de Farmacodinâmica). Os
receptores definidos farmacologicamente
através da
ação de agonistas e antagonistas são cinco: M1, M2, M3,
M4 e M5. Os receptores M1, M3 e M5 ativam Fosfolipase C
(IP3 e DAG), levando à mobilização de Ca++. Por outro
lado, os receptores M2 e M4 inibem a formação de AMPc
(proteína Gi – Adenilatociclase) e estimulam a abertura
de canais de K+.
Apesar
distribuições
dos
receptores
anatômicas
e
muscarínicos
funções
terem
fisiológicas
18 | P á g i n a
______________Digite o Título do Documento______________
diferentes, ainda será preciso desenvolver agonistas e
antagonistas seletivos, uma vez que estes ainda são
escassos.
- M1 (“neurais”) – São encontrados principalmente nos
neurônios do SNC, gânglios autonômicos e em células
parietais
gástricas
e
parecem
mediar
os
efeitos
excitatórios da Ach. Essa excitação resulta na diminuição
da condutância ao K+. Sua estimulação resulta em
aumento da secreção gástrica, excitação dos neurônios
centrais. A ausência deste efeito mediado pela Ach no
cérebro é uma possível causa de demência.
- M2 (“cardíacos”) – São encontrados principalmente no
coração e músculo liso. Exercem efeitos inibitórios
mediante um aumento da condutância do k+ e inibição
de canais de cálcio. Podem estar localizados na présinapse de neurônios nos quais regulam a resposta
colinérgica por reduzirem a liberação de acetilcolina na
fenda sináptica (ver neuromodulação a seguir).
- M3 (“glandulares/musculares lisos”) – São encontrados
em glândulas secretoras, músculo liso, SNC e endotélio
vascular. Produzem efeitos basicamente excitatórios
como estimulação das secreções glandulares, contração
da musculatura lisa visceral (exceção = Relaxamento
vascular decorrente da liberação de óxido nítrico a partir
de células endoteliais adjacentes). OBS: Os vasos
possuem pouca ou nenhuma inervação parassimpática.
- M4 (“glandular/pulmonar”) – Foi descrito no pulmão,
músculo liso, glândulas secretoras e SNC. Sua função
ainda é pouco conhecida. No SNC é encontrado na préjunção sináptica inibindo a secreção de Ach.
19 | P á g i n a
______________Digite o Título do Documento______________
DEGRADAÇÃO DA ACETILCOLINA (ACh) AO TÉRMINO DA
ATIVIDADE
A
acetilcolina
é
rapidamente
hidrolisada
pela
enzima acetilcolinesterase (AChE). A AChE verdadeira é
encontrada em neurônios colinérgicos, nas adjacências
das sinapses colinérgicas e em outros tecidos. O sítio
ativo da AChE consiste em um sítio aniônico que
interage
com
um
grupo
nitrogênio
quaternário
da
molécula de ACh, e um sítio esterásico que interage com
o grupo éster da Ach e o hidrolisa. Outra enzima
semelhante, denominada butirilcolinesterase, também
conhecida como pseudocolinesterase é principalmente
encontrada no plasma e no fígado. Os produtos de
degradação da ACh são o ácido acético e a colina. Uma
parte da colina é ativamente transportada de volta para
a
terminação
nervosa
através
de
transporte
ativo
específico (que pode ser bloqueado pelo Hemicolínio),
onde pode ser reutilizada na síntese de ACh.
BIOSÍNTESE DE CATECOLAMINAS (NORADRENALINA,
ADRENALINA, DOPAMINA)
O precursor para a biossíntese das catecolaminas é
o aminoácido L-tirosina, que é ativamente transportado
tanto para o interior de neurônios noradrenérgicos
quanto para as células cromafins na medula supra-renal.
No citoplasma, a L-tirosina é convertida a L-DOPA pela
enzima tirosina-hidroxilase. A L-DOPA é substrato para
outra enzima citoplasmática - dopa descarboxilase - que
resulta na síntese de dopamina. Cerca de 50% da
dopamina é captada ativamente para dentro de vesículas
onde ocorre a ação da dopamina-β-hidroxilase (DβH),
sendo convertida a L-noradrenalina. Na medula adrenal,
20 | P á g i n a
______________Digite o Título do Documento______________
a noradrenalina deixa as vesículas e é metilada no
citoplasma da célula para formar adrenalina, sendo esta
reação catalisada pela enzima feniletanolamina-N-metil
transferase e posteriormente é armazenada em outra
vesícula. A adrenalina constitui aproximadamente 80%
das catecolaminas da medula supra-renal.
LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINAS
O processo de liberação de catecolaminas é semelhante
ao de ACh. Após a exocitose o neurotransmissor poderá
atuar
em
degradado
receptores
pré
intra
extraneuronalmente
ou
ou
pós-sinápticos,
ou
ser
ser
recaptado pela terminação pré-sináptica.
Receptores adrenérgicos (adrenoceptores)
Os receptores adrenérgicos são de 2 tipos: α e β.
a)Receptores α-adrenérgicos (α1 e α2)
Ordem
de
potência
dos
agonistas:
noradrenalina>
adrenalina > isoprenalina
Receptores α1
- Estão acoplados mais frequentemente à fosfolipase C e
produzem
seus
efeitos
pela
liberação
de
cálcio
intracelular. Ativam a fosfolipase C (formação de IP3 e
DAG). Os principais efeitos da sua ativação resultam em
vasoconstrição,
relaxamento
da
musculatura
lisa
gastrintestinal, secreção salivar e glicogenólise hepática.
Receptores α2
- Estão negativamente acoplados a adenilatociclase
(também chamada de adenililciclase) e reduzem a
formação de AMPc. Os principais efeitos da sua ativação
21 | P á g i n a
______________Digite o Título do Documento______________
são inibição da liberação de transmissores (ex: NA e
Ach) por nervos autônomos, vasoconstrição e agregação
plaquetária.
Estudos
de
biologia
molecular
têm
demonstrado uma heterogeneidade dentro da mesma
classe de receptores, gerando subdivisões adicionais
(α1A, α1B, α1D, α2A, α2B, α2C).
b) Receptores β-adrenérgicos (β1 , β2 e β3)
- Ordem de potência dos agonistas: isoproterenol >
adrenalina ≥ noradrenalina.
Todos os tipos estimulam a adenilatociclase (induzem a
formação de AMPc) e promovem a fosforilação de
diversas proteínas e ativação de canais de Ca++ sensíveis
a
voltagem
existentes
na
membrana
plasmática,
musculatura esquelética e cardíaca.
Receptores β1
- Estão situados principalmente no coração e estão
relacionados com efeitos inotrópicos positivos (aumento
da contratilidade) e cronotrópicos positivos (aumento da
freqüência cardíaca). Causam também o relaxamento da
musculatura lisa gastrintestinal.
Receptores β2
-Estão situados no músculo liso em geral. Os principais
efeitos da sua ativação resultam em broncodilatação,
vasodilatação, relaxamento da musculatura lisa visceral
e tremor muscular.
Receptores β3
22 | P á g i n a
______________Digite o Título do Documento______________
- Sua localização é inicialmente descrita no tecido
adiposo, SNC e vesícula biliar. O principal efeito da sua
ativação é lipólise.
DESTINO
DAS
COTECOLAMINAS
AO
TÉRMINO
DA
ATIVIDADE
As
ações
da
interrompidas
Noradrenalina
por:
e
recaptação
Adrenalina
pelas
são
terminações
nervosas; diluição por difusão para fora da fenda
sináptica
e
captação
em
locais
extraneuronais
e
transformação metabólica.
Existem
terminações
denominado
dois
sistemas
nervosas
como
simpatomiméticas
de
simpáticas.
CAPTAÇÃO
são
1,
recaptação
O
onde
nas
primeiro
as
transportadas
é
aminas
do
meio
extracelular para o axoplasma. O segundo é denominado
TRANSPORTE VESICULAR, onde as catecolaminas são
transportadas do axoplasma para o interior das vesículas
de armazenamento. A Captação 1 depende de sódio e
pode ser bloqueada por drogas como a cocaína e os
antidepressivos
tricíclicos
como
a
imipramina,
que
impedem a recaptação aumentando a atividade do
neurotransmissor na fenda sináptica. Também existe o
transporte extraneuronal denominado CAPTAÇÃO 2, que
ocorre nas células gliais, hepáticas e miocárdicas que
efetuam o transporte das catecolaminas para o interior
das células, com funções ainda pouco conhecidas.
Duas enzimas são responsáveis pela degradação
das
catecolaminas:
a
MAO
(monoamino-oxidase),
localizada dentro das células neuronais na membrana de
mitocôndrias
do
terminal
pré-sináptico
e
a
COMT
(catecol-O-metiltransferase), localizada no citoplasma e
23 | P á g i n a
______________Digite o Título do Documento______________
principalmente na fenda sináptica, em tecidos neuronais
e não-neuronais. A Noradrenalina sofre uma reação de
desaminação pela MAO ou é rapidamente metilada pela
COMT.
3.2 Bibliografia
COSTANZO, L.S. Fisiologia.
Guanabara Koogan, 2006.
3.ed.
Rio
de
Janeiro:
CUNNINGHAM J.G. Tratado de fisiologia veterinária. Rio
de Janeiro: Guanabara, 454p, 1999.
GUYTON, A. C. & HALL, J. E. Tratado de Fisiologia
Médica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
SILVERTHORN, D. E.; OBER, W. C.; GARRISON, C. W.;
SILVERTHORN, A. C. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 2.ed. São Paulo: Manole. cap 15, p., 2003.
SWENSON, M. J., AND W. O. Reece. Dukes-Fisiologia dos
animais domésticos. 11.ed. Guanabara, Rio de Janeiro,
Brasil, 1996.
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