Fatores Bióticos e Abióticos: desafios para a eficiência produtiva Sérgio Abud Embrapa Cerrados Volatilidade do mercado Exigências ambientais e legais Crescimento Populacional Esperado por Região 2010 - 2050 7 bilhões 9 bilhões 2015 2050 1% 4% 49% 41 % Aquecimento Global e a nova geografia de produção agrícola Perdas globais das lavouras devido à seca em 2012 7% 9 Bilhões de pessoas querendo comer mais e melhor! “Mudança de clima e estresses bióticos e abióticos poderão mudar a “geografia da produção agrícola no Brasil” (Maurício Lopes – Embrapa). Riscos abióticos – Seca, Inundações, Temperatura Elevada, Salinização ... Quais são as Ameaças? Perda de produtividade Riscos bióticos – Operações, Pragas, Doenças, Invasoras ... Perdas: Evolução da Produtividade Média de Soja em Mato Grosso (sc/ha) 51,5 Produtividade (sc.ha-1) 50 45 40 35 Potencial Genético +1% 52,1 55 • Manejo de Solo • Nutrição • Plantas daninhas • Doenças • Nematoides • Pragas • Operações 30 25 20 Potencial Produtividade Genético Média MT Tipo de produtividade Fatores determinantes Produtividade Potencial Radiação Solar, Temperatura, Cultivar, população de planta Fatores Limitantes Manejo da Irrigação e da Cultura Sistema Irrigado Fatores Limitantes Produtividade atingível Déficit Hídrico (Chuva e evapotranspiração) e Água no solo (CAD e profundidade raiz) Fatores redutores Produtividade Real Manejo Lavoura (MIED, MIP, MID, manejo de solo e fertilização) Nível de produtividade Adaptado de Sentelhas et al. (2015) Produção = Adaptado Décio Gazoni Potencial genético – Estresses (abióticos, bióticos) Solo (acidez, baixa fertilidade, compactação, salinidade) Clima (seca, inundação) •Manejo do solo; •Manejo da cultura; •Cultivares geneticamente adaptadas Adaptado Décio Gazoni Distribuição de chuva e temperatura soja na Fazenda Gaio II, campeã do desafio CESB 2016, NO/NE. 100 Temperatura (oC) e Chuva (mm) 90 Chuva 80 Temperatura Máxima 70 Temperatura Mínima 60 50 40 30 20 10 Em R1 R3 R5 Colheita 1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91 97 103 109 115 121 127 133 0 Dias após a semeadura Precipitação pluvial (mm) e temperatura máxima e mínima ocorrida durante o ciclo da lavoura de soja na Fazenda Gaio II, campeã do desafio CESB 2016. Área campeã do CESB na Bahia Impedimento físico índice de cone (MPa) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 0 Profundidade do solo (cm) Nordeste (89,86) 20 76,6 sc/ha 76,6 sc/ha 40 69,5 sc/ha 60 Avaliação realizada na umidade próximo da capacidade de campo 80 100 SAKO, H. Rede de Pesquisa CESB. 120 Valores de resistência do solo e profundidade do sistema radicular relacionados a diferentes produtividades de soja Área campeã do CESB na Bahia – Fertilidade do Solo Profundidade 0 a 10 cm 10 a 20 cm 20 a 40 cm 40 a 60 cm 60 a 80 cm 80 a 100 cm P P M.O. Resina mg/dm³ 78 73 19 5 4 3 Mehlich mg/dm³ 75,5 14,1 5,2 1,3 0,9 0,3 Oxidação g/dm³ 34 16 19 9 9 9 Al ³ Profundidade H° pH C.T.C. CaCl2 Cálculo mmolc/dm³ 5,8 59,4 4,9 53,3 4,6 23,3 4,7 22 4,8 19,7 4,7 20,9 S.B. V% KCl Cálculo Cálculo Cálculo mmolc/dm³ mmolc/dm³ mmolc/dm³ % 0 a 10 cm 0 12 47,4 80 10 a 20 cm 0 11 42,3 79 20 a 40 cm 2 9 12,3 53 40 a 60 cm 2 10 10 45 60 a 80 cm 1 10 8,7 44 80 a 100 cm 1 10 9,9 47 K Ca Mg H° + Al ³ Resina mmolc/dm³ 2,3 1,2 1,2 0,9 0,6 0,8 Resina Resina Cálculo mmolc/dm³ mmolc/dm³ mmolc/dm³ 32 13 12 33 8 11 7 4 11 6 3 12 5 3 11 6 3 11 m% S Cálculo % 0 0 13,99 16,67 10,31 9,17 B Fosfato de Cálcio Água Quente mg/dm³ mg/dm³ 8 1,46 7 0,98 20 0,44 47 0,46 47 0,43 49 0,69 Resultados de análise de solo da área do Desafio CESB. Rosario-BA (Laboratorio IBRA) Profundidade de raiz de soja Foto Henry Sako Construção e Manutenção do Perfil do Solo Foto: Lourival Vilela Descompactação do solo – Mecânico e/ou biológico Correção química em profundidade Maior penetração de raízes Maior absorção de aguas e nutrientes Construção e Manutenção do Perfil do Solo Milho sem Brachiaria Milho com Brachiaria Cultivar BRS 9180 IPRO - Rusticidade Insetos pragas •Manejo do sistema Doenças •Melhoramento Genético •Manejo de plantas invasoras Nematoides Plantas invasoras •Manejo de doenças •Manejo Integrado de pragas •Controle biológico Adaptado Décio Gazoni Mobilização e incorporação de corretivos 1989 2005 Sistema de produção e práticas agrícolas adotadas pela Fazenda GAIO, desde 2005 – Correntina (BA) Adaptado de Henry Sako e Dr. Antonio Luiz Fancelli 2010 82,79 sc/ha Soja Soja Milho c/ braquiaria 2014 – Subsolagem 1,5 t/ha de calcário Algodão Algodão 2012 - 1 t/ha de calcário Algodão Milho c/ braquiaria 2010 - 0,5 t/ha de gesso Algodão Algodão 2008 - 1 t/ha de calcário Algodão Algodão Culturas adotadas de 1989 até 2005 são de Soja, Milho e Arroz Milho c/ braquiaria 2005 - 1 t/ha de calcário 2006 - 0,5 t/ha de gesso CONSTRUÇÃO DO SOLO CAMPEÃO NORTE/NORDESTE Plantio Direto 2015 Sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta ©Lourival Vilela ©Lourival Vilela Melhor aproveitamento do espaço físico; Ganho econômico; Melhorias nas propriedades físicas e biológicas do solo; Maior sustentabilidade e equilíbrio ambiental. 84% 16% Possui ILP não possui ILP Fonte: Circuito Tecnológico Aprosoja 2014, 398 questionários aplicados. Sistema Integrado com Rotação de Cultura Fonte: José Eduardo, 2014. A implantação do Sistema Integrado com rotação de culturas proporcionou: • • • • • • Maior equilibro da microfauna do solo (biodiversidade, biomassa) Redução população de nematoides fitopatogênicos Aumento da fertilidade do solo (MO, CTC, reciclagem nutrientes) Melhoria na estrutura física do solo (aumento agregados do solo) Estabilidade da produção (veranicos) Aumento da produtividade com maior rentabilidade (menor custo com fertilizantes e herbicidas) NABO FORRAGEIRO + CROTALARIA OCHROLEUCA NABO FORRAGEIRO + MILHETO Fonte: José Eduardo, 2014. PÉ DE GALINHA TRIGO MOURISCO CROTALARIA OCHROLEUCA Cultivar BRS 7380 RR – Resistência a Nematoides Fatores Bióticos para Eficiência Produtiva 1. Todos nutrientes disponíveis desde o início. 2. Semente com alta germinação e vigor. 3. Semeadura na mesma profundidade e espaço. 4. Proteção individual contra pragas/doenças. 5. Eliminar competição, plantas daninhas. 6. Proteger contra doenças. 7. Monitorar e manejar pragas. 8. Manter folhas sadias até R6. 9. Conhecimento, ciência, medições e interpretação… Adaptado de Dirseu Gassen Vigor de sementes em áreas campeãs do CESB 2015/2016 96 Vigor de Semente (%) 94 95 92 92 90 90 88 90 86 84 85 82 80 Nordeste (82sc/ha) Adaptado de Henry Sako Irrigado CentroOeste Sul Sudeste (109sc/ha) (107sc/ha) (114sc/ha) (120sc/ha) Vigor das sementes BAIXO VIGOR ALTO VIGOR Fonte: MARTINS, 2015 Fatores importantes produtividade efetiva de grão 20-30 l/vaca 20-30 g/planta Adaptado de Dirseu Gassen Importância de plantas vigorosas para a produtividade efetiva de grãos Cada planta/m2 240 kg/ha 10 plantas/m2 40 sc/ha 129 grãos 0,19 g/grão 24 g Terço inferior sem produção Dirceu Gassen 20 plantas/m2 80 sc/ha 26 plantas/m2 72 grãos/planta 1890 grãos/m2 0,16 g/grão 50 sacos/ha Cada falha de planta/m2 pode causar perda de 180 a 240 kg de soja/ha Semeadura 3,6 km/h: 1m/seg 9 km/h: 2,5m/seg Cortar a palha, profundidade, espaçamento, preparar o leito para as sementes e fechar o sulco. Proteção individual contra pragas e doenças Desafios com ervas daninhas Buva Capim-amargoso Capim pé de galinha Caruru Soja RR e Milho RR voluntários na lavoura Manter folhas Sadias até R6. Oxigênio Radiação solar CO2 Foto assimilados Fotossíntese Glicose Água e nutrientes 40% proteína 20% óleo Adaptado de Dirceu Gassen Crestamento foliar Mancha alvo Corynespora cassiicola Doenças economicamente importantes que ocorrem nas Sclerotinia sclerotiorum Macrorregiões Sojícolas do Brasil Mofo branco Cercospora Kikuchii Ferrugem asiática Phakopsora pachyrhizi Antracnose Podridão vermelha Colletotrichum dematium var. truncata Fusarium tucumaniae Mela Rhizoctonia solani Oídio Erysiphe diffusa Mancha parda Septoria glycines Monitoramento e Manejo de Pragas Percevejo Helicoverpa Mosca-branca Adaptado de Dirceu Gassen Falsa-medideira Manejo Integrado de Pragas com Foco no Sistema de Produção Sistema de Produção Água Controle Biológico Adaptado Décio Gazoni Solo Biodiversidade Polinizadores Produtividade de soja (sc/ha) Conhecimento, Ciência, Monitoramento, Interpretação e Atitude 53,95 56,28 58,6 59,0 63,18 67,33 69,34 M E T A Evolução da produtividade do grupo Zanella, em campos de julho, 2010 a 2016 Fatores Bióticos e Abióticos: para Produtores e Consultores, quatro fatores são decisivos para a obtenção de altas produtividades: Manejo e conservação do Solo: construção do perfil (químico, físico e biológico); Genética e Qualidade da Semente: escolha de cultivares adaptadas, utilizando-se de sementes com vigor mínimo de 85% e alta germinação; Fisiologia e Proteção de Plantas: Manejo criterioso da nutrição de planta, combinado com eficiente Manejo Fitossanitário até R6; Mecanização Criteriosa: O rendimento operacional não pode afetar o desempenho da lavoura e deverá estar sempre comprometido com a qualidade da operação. Maior produtividade significa maior rentabilidade? Nos últimos 40 anos, o Brasil fez uma revolução como nunca antes na História da Agricultura: Passamos de importador de alimentos a maior exportador líquido de produtos agrícolas do mundo! Obrigado pela atenção! Sérgio Abud [email protected]