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DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA MÍNIMA BASAL DA ALFACE
(Lactuca sativa L.), CULTIVAR ELISA
Renilson Targino Dantas
Prof. Dr. UFPB/CCT/DCA, Campina Grande, PB.
e-maill:[email protected]
Vicente de Paulo Rodrigues da Silva
Prof. Doutorando UFPB/CCT/DCA, Campina Grande,PB.
e-maill: [email protected]
ABSTRACT
The experiments was held at Botucatu (22o54’S; 48o27’W; 850m), in period included
between 13/11/95 to 26/01/96 and 16/05/96 to 30/07/97, for establish the basal minimum
temperature, Elisa variety. Was utilized the degree-day methods, alive minimum and maxim
air temperature. Were evidenced which the annual thermal amplitude was about 25,7oC, and
which the basal minimum temperature to be between 5,9oC and 7,1oC, or to admit as 6,5oC
Key-words: Agrometeorology, minimum and maxim air temperature, degree-day.
1.INTRODUÇÃO
As temperaturas mínima e máxima basais de uma cultura ou cultivar, são indicadores
do metabolismo, e devem portanto, serem determinadas, a fim de que se possa escolher a
época mais indicada ao seu cultivo, assim como permitir a previsão de fases fenológicas e
colheita. Fora deste intervalo de temperatura, o meio ambiente provoca uma paralização nos
processos metabólicos da planta, e cessa o estímulo às reações bioquímicas. Em um meio
de alta energia, ocorre o aceleramento dos processos bioquímicos, e isso antecipa a
complementação dos estágios fenológicos da planta, em relação ao meio ambiente de baixa
energia.
Cada espécie vegetal ou cultivar possui uma temperatura-base, que pode variar em
função da fase fenológica da planta, sendo comum, no entanto, a adoção de um valor médio
único para todo o ciclo da cultura, por ser mais fácil a sua aplicação (Camargo,1984)
Esta teoria também assume que tanto as temperaturas diurnas como as noturnas afetam o
desenvolvimento e o crescimento vegetal, e que os dados somente perdem sua
confiabilidade sob condições de extrema ou prolongada deficiência hídrica.
As temperaturas mínima e máxima basais são muito utilizadas na determinação do
acúmulo diário de energia disponível às plantas, ou graus-dia. Os métodos de graus-dia
foram desenvolvidos para superar as inadequações do calendário diário para predizer
eventos da cultura, na identificação de melhores épocas de plantio, no escalonamento da
produção das culturas e em programas de melhoramento vegetal (Warrington & Kanematsu,
1983). Nesse sentido, conduziu-se dois experimentos, com o propósito de encontrar a
temperatura mínima basal da alface, cultivar Elisa.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram conduzidos dois experimentos na área experimental do Departamento de
Física e Biofísica do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, Campus de
Botucatu (22o54’S; 48o27’W; 850m), nos períodos compreendidos entre 13 de novembro de
1995 a 26 de janeiro de 1996 e 16 de maio a 30 de julho de 1996. Cultivou-se a alface,
cultivar Elisa do grupo lisa, obedecendo o espaçamento de 0,25m entre fileiras, e 0,25m
entre plantas, perfazendo um total de 560 plantas/parcela.
Supondo que no primeiro experimento, a temperatura mínima basal (Tb),
esteve abaixo da temperatura mínima do ar (Tm), e a temperatura máxima máxima do ar
(TM), acima da temperatura máxima basal (TB), tem-se (Ometto,1981):
GD1 ( Tm Tb) 1
1 (Tm TB ) 2
(TM Tm) 2
2 (TM Tm)
(1)
onde, GD = graus-dia
Tm = temperatura mínima do ar (oC)
Tb = Temperatura mínima basal (oC)
TM = Temperatura máxima do ar (oC)
TB = Temperatura máxima do ar (oC)
No segundo experimento, considerou-se que a temperatura mínima basal foi maior ou
igual a temperatura mínima do ar, e a temperatura máxima basal, maior que a temperatura
máxima do ar, e neste caso de acordo com Ometto (1981):
GD2 (TM Tb) 2
2(TM Tm)
(2)
Por se tratar da mesma cultivar, o número de graus-dia necessários no primeiro
experimento, é igual ao número de graus-dia do segundo experimento, então:
GD1 x no de dias = GD2 x no de dias
(3)
Substituindo os valores encontrados experimentalmente, nas equações (1), (2) e (3),
e levando-se em consideração, pelos critérios avaliados, que:
TM 2 TB TM 1
(4)
onde, TM1 e TM2 representam as temperaturas máximas do ar nos primeiro e segundo
experimentos, determinou-se dessa forma a temperatura mínima basal dessa cultivar.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1, verificam-se as variações de temperaturas ocorridas durante os
experimentos, evidenciando que a princípio, o primeiro experimento foi realizado no verão
relativamente quente, e o segundo experimento realizou-se no inverno relativamente frio.
Através desta Tabela, fica bem claro, que o primeiro experimento ofereceu melhores
condições energéticas às plantas, acarretando numa colheita mais rápida, com redução do
ciclo da cultura em relação ao segundo experimento, de aproximadamente 10%. Essa
diferença está bem ligada a diferença de graus-dia oferecido às plantas em cada período
experimental.
Analisando ainda a referida Tabela, verifica-se uma amplitude térmica anual da ordem
25,7oC, o que caracteriza uma forte influência do clima da região, na escolha dos cultivos de
verão e inverno. De acordo com esses dados, substituindo-os nas equações (1), (2), (3) e
(4), encontrou-se a temperatura mínima basal entre 5,9oC e 7,1oC.
Estes resultados concordam com Brunini et al. (1976), que determinaram a
temperatura mínima basal da alface, cultivar White Boston, como sendo de 6oC para o subperíodo germinação-transplante e 10oC para o sub-período transplante-colheita. As
temperaturas do ar mais favoráveis ao crescimento e produção da alface de boa qualidade
situam-se entre 15 e 24oC, sendo a mínima de 7oC (Knott,1961). No Sul do Brasil, o cultivo
da alface passa por dois períodos com condições meteorológicas pouco favoráveis. O
primeiro no inverno, devido às baixas temperaturas que retardam o crescimento, e o
segundo ocorre no verão, provocado pelas elevadas temperaturas do ar, que favorecem o
pendoamento precoce (Segovia et al., 1997).
4.CONCLUSÕES
1- A temperatura mínima basal da alface, cultivar Elisa, pode ser considerada 6,50C,
para fins de cálculos teóricos.
2- A amplitude térmica anual em Botucatu influenciou na determinação da
temperatura mínima basal dessa cultivar.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNINI, O.; LISBÃO, R.S.; BERNARDI, J.B. et al. Temperatura base para alface
(Lactuca sativa L.) cultivar White Boston, em um sistema de umidades térmicas.
Revista de Olericultura, Lavras, v.16, p.28-9, 1976.
CAMARGO, M.B.P. Exigências bioclimáticas e estimativa da produtividade
para quatro cultivares de soja no Estado de São Paulo. Piracicaba, 1984,
96p. Tese (Mestrado em Agrometeorologia) - Curso de Pós-Graduação em
Agronomia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de
São Paulo, 1984.
KNOTT, J. E. Handbook for vegetable grovers. 2.ed. New York: John Wiley &
Sons, 1962. 245p.
OMETTO, J.C. Bioclimatologia vegetal. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 1981.
440p.
SEGOVIA, J.F.O.; ANDRIOLO, J.L.; BURIOL, G.A.; SCHNEIDER, F. M.
Comparação do crescimento e desenvolvimento da alface (Lactuca sativa L.) no
interior e no exterior de uma estufa de polietileno em Santa Maria, RS. Ciência
Rural, Santa Maria, v.27, n.1, p.37-41, 1997.
WARRINGTON, I.J.; KANEMASU, E.T. Corn growth response to temperature and
photoperiod. I. Seedling emergence, tarel initation and authersis. Agronomy
Journal, Madison, v.75, p.749-54, 1983.
Tabela 1- Temperaturas mínimas e máximas médias, mínimas e máxima
absolutas(abs), nos experimentos
o
EXPERIMENTO
Tm ( C)
T M (oC)
Tm abs (oC)
TM abs (oC)
1o
17,9
26,7
12,6
31,7
2O
12,0
22,0
6,0
27,4
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