UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE ENTOMOLOGIA DISCIPLINA SEMINÁRIOS - I SEMESTRE DE 2008 Coordenador: Prof. Luís Cláudio P. Silveira PROGRAMAÇÃO DOS SEMINÁRIOS - provisório Horário - Quartas-feiras às 08:00 DATA NOME 12/3 1. Cristina Castañé – Irta, Espanha 2. Luís Cláudio TEMA 1. Cultivos protegidos 2. Seminários 19/3 Michele Mimetismo e Camuflagem 26/3 André Bioecologia de Cupins 2/4 Muriel Extratos vegetais no controle de pragas 9/4 Lívia Predação intraguilda 16/4 Viviane Corós Rizófagos 23/4 Jader Trichogramma spp. 30/4 1. Natália 2. Isabella 1. Insetos em Extinção 2. Transgênicos 7/5 Marco Aurélio Insetos Necrófagos 21/5 1. Ricardo 2. Alexandre 1. Ichneumonidae 2. Herbivoria 28/5 Vanesca Formicidae Bioindicadores 4/6 Cristiane Rohde Terapia Larval 11/6 1. Cristiana 2. Fabiano 1. Pragas de Girasol 2. Crisopídeos 25/6 Shaiene Grãos armazenados 2/7 1.Valkíria 2. Bruno 1. MIP batateira 2. Etnoentomologia 14/5 18/6 MIMETISMO E CAMUFLAGEM 1 Michelle Vilela e César Freire Carvalho 2 Os seres vivos não venceram a luta pela sobrevivência por acaso, e algumas espécies desenvolveram diferentes tipos de artimanhas para sobreviver. Muitas espécies proliferam abundantemente para garantir que pelo menos alguns exemplares cheguem à fase adulta em condições de se reproduzirem, outros desenvolvem meios de defesa, ou apresentam cores e formatos comuns no meio ambiente onde vivem, de tal forma que são facilmente confundidas com a vegetação ou com outras espécies. Os lepidópteros são mestres em imitação e foi por meio deles que estudiosos começaram a perceber que existiam espécies muito parecidas que viviam em uma mesma área. Surgiu então o mimetismo que é o fenômeno em que os insetos se assemelham a outros insetos ou animais. Por outro lado a camuflagem é a capacidade que um inseto tem de se assemelhar ao meio em que vive para tirar alguma vantagem. Pode ser útil tanto ao predador, quando deseja atacar uma presa sem que esta o veja, ou para a presa, que pode se esconder mais facilmente de seu predador. Existem insetos que imitam folhas secas, por exemplo, onde a simulação chega a um grau de perfeição que lembra uma folha de verdade que foi cortada ou atacada por fungos contendo lesões e recortes. Outros insetos imitam gravetos, flores ou ficam facilmente escondidos por meio da cor do substrato onde se encontram. Pode-se perceber, então, que o mimetismo e a camuflagem estão entre as mais fascinantes estratégias de sobrevivência no reino animal, revelando toda magia, sincronia e principalmente, toda a força criadora da natureza. Palavras-chave: Bates, Müller, homocromia, homotipia Referências Bibliográficas DELDUQUE, M. Ficha do Bicho. Revista Globo Rural, v. 3, n. 197, março 2002. RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 5ª Ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003. 1 2 Mestranda em Entomologia, UFLA, Lavras – MG, E-mail: [email protected] Professor Orientador, Departamento de Entomologia/UFLA, E-mail:[email protected] BIOECOLOGIA DE CUPINS 1 André Luiz Evangelista ; Ronald Zanetti 2 Os térmitas, ou popularmente conhecidos como cupins, são insetos sociais respresentantes da ordem Isoptera e ocorrem nas áreas tropicais e temperadas do mundo. A ordem Isoptera é de tamanho médio a pequeno em número de espécies, quando comparada com outras ordens, como Coleoptera, Diptera, Hymenoptera e lepidoptera. Por outro lado, os cupins representam um dos grupos de insetos mais abundantes na maioria dos ecossistemas tropicais, o que demonstra a grande importância ecológica desses insetos (Martius, 1994; Bignell & Eggleton, 2000). A fauna mundial desses insetos (Termitofauna) encontra-se distribuída entre os paralelos 45° Norte e 45° Sul do globo (Fortes, 1995), e contam com aproximadamente 2750 espécies divididas em sete famílias: Hodontotermitidae, Kalotermitidae, Mastotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae, Termitidae e Termopsidae (Cancello e Schlemmermeyer, 1999). Em relação ao Brasil, existem representantes de quatro famílias (Kalotermitiade, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae), totalizando 291 espécies conhecidas (Constantino, 2007). A família Termitidae inclui cerca de 70% das espécies conhecidas no mundo. As colônias também chamadas de cupinzeiros são formadas por castas temporárias e permanentes. As castas temporárias são formas sexuadas e aladas, constituídas por machos e fêmeas, que abandonam o cupinzeiro para fundar novas colônias. Nas permanentes encontram-se indivíduos de duas categorias: os reprodutores alados, como o casal real, e os ápteros e estéreis de ambos os sexos, como os operários e os soldados (Berti Filho, 1993). Quando se consideram ambientes como as florestas naturais, os cupins atuam como insetos benéficos, participando na decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, aeração e drenagem de solos, além de atuar no desenvolvimento de novos solos em áreas erodidas (Berti Filho, 1995). Porém, nas florestas tropicais que utilizam espécies exóticas, o cupim provoca danos tão significativos, que pode ser considerado um fator limitante para a implantação de florestas comercias assim como chegar ao status de praga nos ecossistemas agrícolas e urbanos. Portanto, estudos que visem à identificação das espécies em cultivos específicos de cada região e que contemplem a bioecologia, comportamento e controle deste grupo em sistemas agroflorestais são fundamentais para o fornecimento de subsídios para o adequado manejo destes insetos. Palavras-chave: isópteros, praga urbana e agroflorestal Referências Bibliográficas BERTI FILHO, E. Cupins ou térmitas. In: Manual de Pragas em florestas, v.3. Programa Cooperativo de monitoramento de insetos em florestas - IPEF/SIF, 1993. 56p. CONSTANTINO, R. Biologia dos cupins. Brasília: UNB. [on line] Brasília, (20 mai. 2007). Disponível em: http://www. unb.br/ib/zoo/docente/constant/cupins/biologia/ 1 Mestrando em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Prof. Ronald Zanetti, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected] EXTRATOS VEGETAIS NO CONTROLE DE PRAGAS 1 Muriel Santos Rizental e Ronald Zanetti 2 O desenvolvimento da agricultura orgânica e a certificação de produtos agrícolas aumentaram o interesse pelos inseticidas botânicos. Por isso o desenvolvimento desses inseticidas se transformou no alvo de muitos pesquisadores. No Brasil há um grande número de plantas que vêm sendo estudadas quanto à atividade inseticidas, entre elas as das famílias Meliaceae, Rutaceae, Asteraceae, Annonaceae, Labiatae e Canellaceae são consideradas as mais ativas no controle de pragas. O efeito destes inseticidas é variável de acordo com a planta, o inseto, a dosagem e a localização do inseto na planta. Esses efeitos podem ser de repelência, mortalidade, esterilidade, comportamental, ateração no desenvolvimento, deterrência, entre outros. O uso de inseticidas botânicos é vantajoso porque a maioria possui degradação rápida no ambiente, apresenta baixa toxicidade a mamíferos, possui ação rápida sobre organismos alvo, é seletivo a organismos benéficos como abelhas e ácaros e apresenta geralmente baixa fitotoxicidade. Palavras-chave: Pesticidas botânicos, controle alternativo de pragas, bioatividade de extratos vegetais. Referências Bibliográficas PRAKASH, A.; RAO, J. Botanical pesticides in agriculture. CRC Press, 1997. 461 p. VENZON, M.; PAULA JÚNIOR, T. J.; PALLINI, A. Tecnologias alternativas para o controle de pragas e doenças. Viçosa: EPAMIG/CTZM: UFV. 16:345-366. 2006. 1 2 Mestranda em Entomologia, UFLA, Lavras – MG, e-mail: [email protected] Prof. Orientador, Departamento de Entomologia/UFLA, e-mail:[email protected] PREDAÇÃO INTRAGUILDA ENTRE PREDADORES AFIDÓFAGOS 1 Lívia Alvarenga Sidney 2 Vanda H. P. Bueno Efeitos diretos e indiretos entre organismos (parasitóides e predadores) são observados com freqüência, variando de acordo com a sua diversidade no ambiente. A predação intraguilda (IGP) é um dos efeitos indiretos que pode ser definida como um evento em que um membro da guilda preda outro da mesma guilda. Neste caso o predador é chamado de predador intraguilda, a presa da qual se alimentou é chamada de presa intraguilda, e a fonte de alimento em comum entre eles é denominada presa extraguilda. Guildas afidófagas fornecem sistemas muito interessantes para o estudo destas interações. Várias dessas espécies são indicadas para o controle de pulgões, porém, pouco se sabe sobre como elas interagem. O conhecimento dessas possíveis interações é de grande importância prática para no controle biológico. Deste modo questiona-se se nestes sistemas de predação intraguilda (IGP), realmente existe em nível de campo ou é simplesmente uma observação de laboratório. Palavras chaves: predadores intraguilda, presas intraguilda, presa extraguilda e controle biológico. Referências Bibliográficas Rosenheim, J.A., Wilhoit, L.R., Armer, C.A., 1993. Influence of intraguild predation among generalist insect predators on the suppression of an herbivore population. Oecologia 96, 439– 449. Rosenheim, J.A., Kaya, H.K., Ehler, L.E., Marois, J.J., Jaffee, B.A., 1995. Intraguild predation among biological-control agents: theory and practice. Biol. Control 5, 303– 335. 1 Mestranda em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Prof. Vanda Helena Paes Bueno Orientadora, Depto. Entomologia/UFLA, Email:[email protected] CORÓS RIZÓFAGOS NO BRASIL Viviane Santos Alcides Moino Júnior 1 2 Os corós são larvas de besouros pertencentes às famílias Melolonthidae e Scarabaeidae. Esses insetos completam todo o seu desenvolvimento larval no interior do solo. Muitos deles não causam prejuízo algum para a agricultura, alimentando-se apenas de restos culturais ou material em decomposição, entretanto, algumas espécies como Phyllophaga cuyabana, Liogenys suturalis, Diloboderus abderus, entre outras, têm se constituído como importantes pragas de grandes culturas, como a soja, o milho, o trigo e a aveia. Esses insetos alimentam-se das raízes prejudicando a capacidade de absorção de água e nutrientes, e, conseqüentemente, ocasionando a perda de vigor ou até mesmo a morte das plantas. Para um controle adequado destas pragas, é necessário identificar corretamente as espécies, bem como conhecer aspectos relacionados à sua biologia, plantas hospedeiras, inimigos naturais, flutuação populacional e níveis de dano econômico e controle, que fornecerão subsídios para a elaboração de estratégias de manejo. O principal método utilizado para o controle de corós é o químico, no entanto, outras estratégias como o preparo do solo, a rotação de culturas e o retardo da época de semeadura podem também ser eficazes em algumas situações. O controle biológico de corós com nematóides entomopatogênicos e o uso de feromônio sexual para coleta massal ou monitoramento de adultos têm sido investigados por alguns pesquisadores, mas ainda não estão sendo utilizados pelos agricultores. Palavras-chave: Melolonthidae, pragas-de-solo, manejo. Referências Bibliográficas SALVADORI, J.R. ÁVILA, C.J.; SILVA, M.T.B. Pragas de solo no Brasil. Embrapa Trigo, Passo Fundo, 2004, 544p. SALVADORI, J.R. Manejo de corós em cereais de inverno. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 1999. (Embrapa Trigo. Comunicado Técnico Online). 1 Mestranda em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Prof. Orientador, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail:[email protected] ASPECTOS BIOECOLÓGICOS E USO DE PARASITÓIDES DO GÊNERO TRICHOGRAMMA EM PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Jader Braga Maia¹ Geraldo Andrade Carvalho² Parasitóides do gênero Trichogramma são microhimenópteros pertencentes à família Trichogrammatidae, que se caracterizam por apresentar comportamentos solitário ou gregário, tamanho diminuto e parasitar ovos de inúmeras espécies de insetos-praga, especialmente aquelas pertencentes à ordem Lepidoptera. Esse gênero tornou-se o grupo de insetos mais comumente usado no mundo para o controle biológico de pragas. A fêmea da vespinha oviposita em ovos do hospedeiro onde ocorre todo o desenvolvimento do parasitóide. Dentre as espécies mais estudadas e utilizadas em programas de controle biológico de pragas no Brasil, destacam-se Trichogramma pretiosum Riley, Trichogramma atopovirilia Oatman & Platner e Trichogramma galloi Zucchi, sendo o primeiro muito utilizado no controle de mariposas em tomateiro, o segundo em milho e o terceiro em cultura da cana-de-açúcar. Deste modo, o presente seminário tem com objetivo abordar aspectos bioecológicos dos parasitóides do gênero Trichogramma bem como sua utilização em programas de controle biológico no Brasil, não deixando de destacar as importantes etapas que devem ser seguidas para o desenvolvimento de um bom programa de controle biológico. Palavras-chave: Controle de qualidade, modo de liberação, eficiência no campo. Referências Bibliográficas Parra,J.R.P. & Zucchi, R.A. Trichogramma e o controle biológico aplicado. Piracicaba:FEALQ. 1997. 324p. Parra,J.R.P.; Botelho, P.S.M.; Ferreira, B.S.C.; Bento, J.M.S. Controle Biológico no Brasil: Parasitóides e Predadores. Editado por José Roberto Postali Parra et al. São Paulo: Manoel, 2002.635p. _______________________________ 1 Mestrando em Entomologia, UFLA, 3037, 37200-000, Lavras [email protected] ² Prof. Orientador, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected] – MG, E-mail: TRANSGÊNICOS: DESENVOLVIMENTO, IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES 1 2 Maria Isabella Santos Leite , Geraldo Andrade Carvalho A biotecnologia é o conjunto de processos que envolvem o uso de técnicas do DNA recombinante para produção de indivíduos que manifestem características desejáveis para o homem. Essas técnicas permitiram o desenvolvimento dos transgênicos que nada mais são senão organismos que receberam um ou mais genes de outro ser vivo e passam a expressar uma nova característica de especial interesse. O primeiro transgênico data de 1983 quando uma bactéria passou a expressar um gene de resistência de outra bactéria. Em 1992, foi obtido a primeira planta transgênica que passou a ser comercializada, em 1994, pelos Estados Unidos, abrindo portas para as demais possibilidades que viriam a ser produzidas. Atualmente, as pesquisas com transgênicos estão em vários ramos da ciência, podendo citar: na saúde pública, na indústria farmacêutica, na agricultura e no meio ambiente. Em decorrência do aumento populacional, da escassez de áreas disponíveis para a agricultura e da preocupação com o ambiente, essa ferramenta tornou-se uma importante aliada na luta pelo aumento da produção de alimentos no mundo e na diminuição dos impactos gerados por essa atividade. Além desta aplicação, a transgenia de insetos é hoje, alvo de estudo na tentativa de sanar e minimizar os danos e as mortes causadas por doenças transmitidas por vetores como a Malária, a Dengue e a Doença de Chagas. Sendo assim, esse trabalho visa esclarecer os aspectos relacionados à utilização de transgênicos em diversas áreas do conhecimento, assim como demonstrar a possibilidade de sua aplicação juntamente com outras técnicas em programas de manejo integrado de pragas e de combate a epidemias. Palavras-chave: Biotecnologia, insetos e plantas transgênicas, MIP, saúde pública. Referências Bibliográficas FRIZZAS, M. R, CUNHA, U. S, MACEDO, L. P. M. Transgenic plants resistant to insects. Revista Brasileira de Agrociência, v. 10, n. 1, p. 13-18, jan-mar, 2004. Guia do transgênico. Conselho de informações sobre Biotecnologia. www.cib.org.br 1 Mestranda em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Prof. Orientador, Depto de Entomologia / UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] INSETOS EXTINTOS E AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO Natalia Ramos Mertz1 Luís Cláudio Paterno Silveira2 A definição de extinção em biologia e ecologia é o total desaparecimento de espécies, subespécies ou grupos de espécies. Ela pode ocorrer por processos naturais como as grandes extinções ocorridas no Período Permiano ou por ações do homem. Contudo, a taxa de extinção ocorrida atualmente é maior que as estimadas em outros Períodos, porém, os motivos que ameaçam as espécies atualmente são resultados de ações humanas, envolvendo degradação do habitat, introdução de espécies exóticas, poluição e doenças. Embora a maioria das instituições de proteção de animais não valorize as espécies de insetos ameaçadas, estudos estimam que 44.000 já foram extintas desde 1600, e a maioria, sem o nosso conhecimento. A falta de informação sobre a biodiversidade facilita o surgimento de novas espécies extintas, sendo que a quantidade delas tende a aumentar, e poucos esforços têm sido feitos para conserválas. Os insetos desempenham importantes funções na natureza, principalmente nos processos de polinização, da qual dependemos diretamente para obtermos alimentos, e são de grande importância na cadeia alimentar. A conservação dos insetos é fundamental para manter a nossa biodiversidade. Palavras chaves: degradação de habitats, meio ambiente, espécies ameaçadas. Referência Bibliográficas Black, S.H. & Vaughan, D.M. Endangered Insects. The Xerces Society. In: Resh, V.H. & Carde, R. (Eds) The Encyclopedia of Insects. Academic Press, San Diego, 1993. Pickrell, J. Mass Extinction of Insects May Be Occurring Undetected. National Geographic News, 2005. 1 Mestranda em Entomologia. UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Prof. Orientador, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected] INSETOS NECRÓFAGOS E SUAS APLICAÇÕES NA ENTOMOLOGIA FORENSE Marco Aurélio Tramontin da Silva1 Alcides Moino Júnior2 Insetos necrófagos são aqueles que se alimentam de matéria orgânica em decomposição, oriunda de animais, materiais muito utilizados como indícios para investigações na entomologia forense. Alguns autores caracterizam esta linha de pesquisa como uma ciência que aplica o comportamento dos insetos em procedimentos investigativos em áreas urbanas, em produtos armazenados e nas questões médico-legais, nas quais utiliza-se destes insetos como importantes bioindicadores em mortes humanas. As pesquisas estão aumentando gradativamente, no tocante à aplicabilidade e na importância desses insetos para auxílio e desvenda de casos criminais. Nos Estados Unidos, principalmente, centros de investigação já dispõem de entomólogos eficientes na identificação de espécimes ocorrentes em casos de morte violenta, maus tratos e entorpecentes. Em casos de assassinatos, a entomologia forense pode também auxiliar no descobrimento do intervalo pós-morte (IPM), pelo estudo do tempo de desenvolvimento das larvas ou pelo padrão de sucessão ecológica existente, ou seja, em cada estágio de decomposição há um grupo de insetos alojados no cadáver. A população residente nestes corpos putrefatos, desde seu início até o período seco ou de esqueletização, é compreendida principalmente por insetos das ordens Diptera (Calliphoridae e Sarcophagidae) e Coleoptera (Dermestidae e Histeridae). Atualmente, no Brasil, poucas são as instituições que desenvolvem estudos sobre insetos de importância forense, o que desfavorece a aplicação desta ciência para fins científicos, entretanto, vale ressaltar que Unicamp e UnB são importantes referências nacionais deste tema. Palavras-chave: cadavéricos, necrofagia, putrefação. Referências bibliográficas BYRD, J. H. & CASTNER, J. L. Forensic entomology: the utility of arthropods in legal investigations. Boca Raton: CRC Press, 2001. 418p. GOMES, L. & VON ZUBEN, C. J. Forensic Entomology and Main Challenges in Brazil. Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, n. 1, p. 1-11, jan./fev. 2006. 1 Doutorando em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras-MG, E-mail: [email protected] 2 Orientador, Professor Associado, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected] FAMÍLIA ICHNEUMONIDAE Ricardo Lima Tanque1 Brígida Souza 2 Os insetos da família Ichneumonidae pertencem à ordem Hymenoptera e caracterizam-se por serem parasitóides internos ou externos de estágios imaturos de outros artrópodes, como aranhas e insetos que apresentam metamorfose completa, como os lepidópteros, coleópteros, dípteros, neurópteros e tricópteros, e sempre acarretam a morte do hospedeiro ao término de seu desenvolvimento. Devido a essa última característica são importantes agentes de controle biológico. Possuem cerca de 60.000 espécies, das quais 17.000 ocorrem na Região Neotropical e apenas 10% dessas espécies estão descritas. Os adultos variam muito de tamanho, forma e coloração. Em muitos icneumonídeos o ovipositor é bastante longo, muitas vezes maior que o próprio corpo. E muitas espécies apresentam um acentuado dimorfismo sexual; machos e fêmeas podem diferir em coloração, tamanho, forma do copo e até quanto à presença de asas. Os icneumonídeos ocupam vários níveis tróficos no seu desenvolvimento, sendo assim, mais sensíveis ás mudanças ambientais, e alterações causadas pela atuação indiscriminada do homem em um ambiente, acarretam perda de habitat dos hospedeiros, e conseqüente alteração na população de parasitóides. Palavras-chave: Morfologia, biodiversidade, meio ambiente. Referências Bibliográficas TOWNES, H. Genera of Ichneumonidae (Part 1) Memories of the American Entomological Institute, v.11, p.1-300, 1969. GAULD, I.D. The Ichneumonidae of Costa Rica. Mem. Am. Entomol. Inst. Gainesville., v.47, p.1-159, 1991. ______________________ 1 Mestrando em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Profa. Orientadora, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected] COMUNIDADE DE FORMIGAS COMO BIOINDICADORES AMBIENTAIS Vanesca Korasaki117 Ronald Zanetti2 Bioindicadores são organismos ou processos biológicos que podem ser utilizados para avaliar as respostas do ecossistema as perturbações ambientais. As formigas apresentam numerosos atributos para serem utilizadas como bioindicadores, como a grande importância ecológica, a alta riqueza local e regional de espécies, a ampla distribuição geográfica, a dominância numérica em quase todos habita ts do mundo, a taxonomia e a ecologia relativamente bem conhecida, são sensíveis a mudanças do ambiente e são facilmente amostradas e identificadas. As formigas são um dos principais grupos entre os invertebrados, capaz de colonizar ambientes terrestres oferecendo poucos recursos para o desenvolvimento da vida, como praias, dunas, áreas de minas a céu aberto, plantas epífitas, agroecossistemas, vegetação após queimada, entre outros. Os primeiros estudos de formigas como bioindicadoras no Brasil foram realizados em áreas perturbadas pela extração de bauxita em Poços de Caldas, MG. Vários estudos demonstram uma relação significativa entre as características do habitat e padrões de estrutura e organização das comunidades de formigas. Um dos principais fatores que influenciam o aumento da riqueza de espécies de formigas com o aumento da complexidade ambiental são: disponibilidade de locais de nidificação, disponibilidade de alimento, área de forrageamento e interação competitiva entre as espécies. O uso de formigas como bioindicadores vem sendo amplamente estudado, no entanto ainda ocorrem muitos desafios, principalmente em relação a ecologia e taxonomia dos formicídeos. Palavras-chave: Formicidae, bioindicador ecológico, conservação do ambiente. Referências Bibliográficas AGOSTI, D.; MAJER, J.D.; ALONSO, L.F.; SCHULTZ, T.R. Ants: standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington: Smithsonian Institution Press, 2000. 280p. LOBRY DE BRUYN, L.A. Ants as bioindicator of soil function in rural environments. Agriculture, Ecossystems and Environment, v.74, p.425-441, 1999. MAJER, J.D. Ant recolonization of rehabilitated bauxite mines of Poços de Caldas, Brazil. Journal of Tropical Ecology, v.8, n.1, p.97-108, 1992. UNDERWOOD, E.C., FISHER, B.L. The role of ants in conservation monitoring: If, when, and how. Biological Conservation , v.132, p. 166-182, 2006. 1 Doutoranda em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Orientador, Professor Associado, Departamento de Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] TERAPIA LARVAL Doutoranda: Cristhiane Rohde 118 Orientador: Alcides Moino Junior219 A terapia larval, também chamada de biocirurgia, é uma prática antiga em que larvas de moscas (Diptera: Muscidae, Calliphoridae, Sarcophagidae) são usadas para limpar e promover a cura de diferentes tipos de lesões em tecido animal. Essa prática teve seu apogeu entre as guerras mundiais, sendo deixada de lado a partir de 1940, devido ao advento dos antibióticos. No entanto, o uso desses medicamentos, além de apresentar um custo elevado, demonstrou-se ineficiente, devido ao desenvolvimento de bactérias resistentes. Em resposta a essas dificuldades, a terapia larval voltou a ser utilizada a partir da década de 80, permanecendo de forma eficiente até os dias atuais, sendo aplicada em 18 países. Para o procedimento da terapia larval, larvas esterilizadas são colocadas sobre a lesão, sendo feito um curativo adequado, para evitar entrada de microrganismos e fuga das larvas. Após um período que varia de 24 a 72 horas, o curativo e as larvas são retirados e a lesão é lavada com água esterilizada. O número de larvas e o número de aplicações necessárias variam de acordo com o tamanho e o estado de infecção da lesão. Essas larvas promovem a limpeza e a cura da lesão, pois permitem o desbridamento dessa, devido à ingestão do tecido necrosado; reduzem a incidência de bactérias na lesão (através da ingestão de bactérias, secreção e excreção de substâncias com propriedades antimicrobianas e da elevação do pH , devido à secreção de amônia) e estimulam a formação do tecido novo, auxiliando no processo de cicatrização. A terapia larval tem apresentado resultados satisfatórios, sendo na maioria dos casos mais eficiente que o tratamento convencional, apresentando ainda a vantagem de um custo mais baixo. Assim, essa técnica pode ser muito útil, especialmente em regiões de nível socioeconômico precário, por necessitar de tecnologia simples, de baixo custo e grande eficiência. Palavras-chave: Biocirurgia, Bioterapia, Miíases Referências Bibliográficas MARCONDES, C. B. Terapia larval de lesões de pele causadas por diabetes e outras doenças. Florianópolis: UFSC. 2006. 88p. SHERMAN, R. A.; HALL, M. J. R.; THOMAS, S. Medicinal maggots: an ancient remedy for some contemporary afflictions. Annual Review Entomology. v. 45, p. 55-81, 2000. 1 Doutoranda em Entomologia, Departamento de Entomologia/UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras/MG, E-mail: [email protected] 2 Prof. Orientador Alcides Moino Junior, Departamento de Entomologia/UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras/MG, E-mail:[email protected] CONTROLE DE INSETOS-PRAGA EM GIRASSOL 1 20 Cristiana Silveira Antunes 2 21 Jair Campos Moraes O girassol (Helianthus annuus L.) é originário da América do Norte. Os primeiros cultivos comerciais foram realizados na Rússia, por volta de 1830, e no Brasil as primeiras referências datam de 1924. A importância dessa cultura deve -se à excelente qualidade do óleo que se extrai de suas sementes. Entretanto, algumas pragas chegam a ser limitantes, como a lagarta preta (Chosyne lacinia saundersii). Outros insetos-praga, que produzem diferentes danos à cultura, dependendo das regiões climáticas em que for semeado, são: o besouro do capítulo – Cyclocephala spp.; Astylus variegatus e Diabrotica speciosa - da família Chrysomelidae; os percevejos Scaptocoris castanea, Nezara viridula, Piezodorus guildinii e Euschistus heros; formigas do gênero Atta ; além das lagartas Anticarsia gemmatalis (praga-chave da soja), Agrotis ipsilon e Rachiplusia nu. Por ser uma cultura recente, o controle desses insetos-praga apresenta uma série de problemas como à falta de pesquisas e a escassez de inseticidas registrados para um controle eficaz. Para o controle das lagartas os inseticidas indicados são clorpirifós e triclorfon (grupo dos fosforados), carbaril e cartap (grupo dos carbamatos) e o Dipel® (biológico). Palavras-chave: Insecta, oleaginosa, controle químico, silagem, rotação. Referências Bibliográficas GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA, G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIN, J. D. 2002. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ. 920 p. EMBRAPA. Comunicado Técnico – Identificação das Principais Pragas do Girassol na Região Centro-oeste. 04 p., 2001. 1 Mestrando em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2 Prof. do Departamento de Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] BIOECOLOGIA E UTILIZAÇÃO DE CRISOPÍDEOS EM PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS 122 Fabiano Duarte Carvalho 223 Brígida Souza A família Chrysopidae é a maior da ordem Neuroptera, com aproximadamente 1200 espécies e subespécies distribuídas em 86 gêneros e subgêneros. Os membros desta família estão agrupados em três subfamílias: Apochrysinae, Nothochrysinae e Chrysopinae. As duas primeiras são pequenas, englobando em conjunto não mais que 3% do grupo. Por outro lado a subfamília Chrysopinae, apresentando 4 tribos, se destaca por compreender cerca de 97% das espécies. Dentre as tribos, Chrysopini e Leucochysini se sobressaem por apresentarem indivíduos com potencial para serem utilizados em programas de controle biológico de pragas. A principal espécie encontrada nos agroecossistemas brasileiros é Chrysoperla externa, presente em praticamente todos os tipos de habitats. O interesse pelo uso desses predadores no controle de pragas vem desde o final do século XX. Desde então o potencial dos crisopídeos como agentes de controle biológico vem progredindo à medida que os estudos a respeito de sua biologia são desenvolvidos. As larvas desses insetos apresentam comportamento predatório durante todo o seu desenvolvimento, composto por três instares, sendo mais ativas no primeiro instar, quando exibem maior capacidade de busca por suas presas. De forma geral, os crisopídeos têm sido relacionados como predadores de vários insetos e ainda outros artrópodes-pragas (ácaros fitófagos), como por exemplo, pulgões, cochonilhas, moscas-brancas, tripes, entre outros. Esses insetos se sobressaem em meio aos predadores principalmente devido a grande plasticidade ecológica e facilidade de criação. No Brasil, estudos de campo envolvendo esses predadores ainda são escassos, tornando-se cada vez mais necessários para que o uso desses insetos em nosso país possa começar a ocorrer de forma prática e efetiva. Palavras-chave: Predadores, controle biológico, Chrysoperla. Referências Bibliográficas FREITAS, S. O uso de crisopídeos no controle biológico de pragas. In: PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Controle biológico no Brasil: Parasitóides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635 p. CARVALHO, C. F.; SOUZA, B. Métodos de criação e produção de crisopídeos. In: BUENO, V. H. P. Controle biológico de pragas: produção massal e controle de qualidade. Lavras: UFLA, p. 91109. 2000. 1 Doutorando em Entomologia, Depto. de Entomologia/UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG E-mail: [email protected] 2 Doutora em Entomologia, Profa. Orientadora, Depto. de Entomologia/UFLA, CP 3037, Lavras – MG E-mail: [email protected] USO DE OZÔNIO E ISOTIOCIANATO ALILO COMO ALTERNATIVA NO CONTROLE DE PRAGAS DE GRÃOS ARMAZENADOS Shaiene Costa Moreno124 Geraldo Andrade de Carvalho225 Existem muitas espécies de pragas que atacam grãos armazenados e seus subprodutos. Dentre elas, destacam-se os insetos como um dos mais importantes agentes responsáveis pelas perdas no período pós-colheita. No Brasil, o controle desses insetos é realizado com o emprego de fumigantes (fosfina), ou pela aplicação de inseticidas protetores (organofosforados e piretróides). O uso contínuo e indiscriminado destes produtos desde a década de 70 tem ocasionado a rápida evolução de resistência em populações de insetos de diferentes regiões. Diante disso, estudos vêm sendo realizados em busca de alternativas de controle para pragas de grãos armazenados. Uma alternativa é o emprego de atmosfera modificada com o gás ozônio (O3), um oxidante altamente tóxico para insetos-praga de produtos armazenados. O ozônio apresenta como principais vantagens a ausência de resistência cruzada com a fosfina; não altera a qualidade dos grãos; não deixa resíduos, pois o seu produto de degradação é o oxigênio (O2) e descarta a necessidade de manipulação e armazenamento de embalagem de inseticidas, uma vez que pode ser gerado no local de uso. Outra alternativa que vem sendo estudada é a utilização de óleos essenciais cujos componentes possuem atividade fumigante, como o isotiocianato alilo extraído de brássicas. Trabalhos vêm mostrando que o isotiocianato alilo é eficiente no controle de coleópteros-praga de grãos armazenados, e assim como o ozônio, este composto não altera a qualidade dos grãos e não produz resíduos tóxicos ao homem. Desta forma, o objetivo do seminário é apresentar e discutir a utilização do ozônio e do isotiocianato alilo visando o controle de pragas de grãos armazenados. Palavras-chave: atmosfera modificada, óleo essencial, manejo de resistência, fosfina. Referências Bibliográficas Kells, S.A.; Mason, L.J.; Maier, D.E.; Wolososhuk, C.P. Efficacy and fumigation characteristics of ozone in stored maize. Journal of Stored Products Research v.37, p.371-383, 2001. Costa, R.R.; Sousa, A.H.; Faroni, L.R.A.; Dhingra, O.D.; Pimentel, M.A.G. Toxicity of mustard essential oil to larvae and pupas of Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Proceedings of the 9th International Working Conference on StoredProduct Protection, ABRAPOS, p.908-913, 2006. Faroni, L.R.A. Manejo de pragas de grãos armazenados e sua influência na qualidade do produto final. Revista Brasileira de Armazenamento, v.17, n.1-2, p.36-43, 1992. 1 2 Doutoranda em Entomologia, UFLA, Lavras – MG, E-mail: [email protected] Prof. Orientador, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected] ETNOENTOMOLOGIA: O CONHECIMENTO POPULAR Bruno Zaché 126 Luís Cláudio Paterno Silveira2 Os insetos sempre fascinaram a espécie humana de diferentes formas, indo muito além de sua representação utilitária. A influência dos insetos pode ser sentida em diversos setores da vida sociocultural de sociedades tanto antigas quanto contemporâneas: literatura (oral e escrita), língua, música, artes plásticas e gráficas, recreação, culinária, medicina, história representativa, religião e mitologia etc. O estudo de como esses animais são percebidos, classificados, conhecidos e utilizados pelas populações humanas é de domínio da Etnoentomologia, ramo da etnozoologia que trata do estudo científico das interações dos seres humanos com os insetos, que realizam serviços essenciais para a manutenção da maioria dos ecossistemas. Dentre as tipologias etnoentomológicas que são investigadas, destacam-se a entotaxonomia, entomoterapia, entomofagia, atividades lúdicas com insetos e entomolatria. Entender o papel que esses organismos cumprem na relação com as sociedades humanas implica uma melhor explicação de suas realidades. Portanto, eles merecem uma melhor consideração por parte dos cientistas, especialmente dos etnoentomólogos. Os estudos de etnoentomologia podem estimular novas idéias a serem investigadas pela ciência. O seguimento de linhas de pesquisa que enfatizem o potencial entomoterápico, protéico, sociocultural e artístico desses animais representa uma importante contribuição abrindo possibilidades para a valorização econômica. Deve-se atentar, porém, para a utilização sustentável dos recursos animais para evitar sua depleção. Palavras-chave: trandisciplinar, interação, étnicos, ritos. Referências Bibliográficas Costa Neto, E.M. Estudos etnoentomológicos no estado da Bahia, Brasil: uma homenagem aos 50 anos do campo de pesquisa. Biotemas, 17 (1): 117 - 149, 2004. Costa Neto, E.M. A utilização ritual de insetos em diferentes contextos socioculturais. Sitientibus serie ciências biológicas, 2(1/2): 97-103. 2002. 1 2 Mestrando em Entomologia, UFLA, Lavras – MG, E-mail: [email protected] Prof. Orientador, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected] MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DA BATATEIRA Valkíria Fabiana da Silva 127 2 28 Jair Campos Moraes A batateira, originária da região Andina, pertence á família Solanaceae e ao gênero Solanum. Seu cultivo tem grande importância econômica no cenário agrícola brasileiro e o Sul de Minas Gerais é a principal região produtora de batatas do Brasil. Um dos maiores problemas na cultura é o ataque de insetos, tanto na parte aérea como na parte subterrânea da planta. O dano direto de pragas na batateira deve-se à alimentação das folhas, raízes, estolões e tubérculos, com redução da produção quali-quantitativa. Já o dano indireto é causado pela transmissão e à predisposição da planta para a incidência de patógenos, especialmente vírus, ou injeção de substâncias toxicogênicas durante o processo alimentar. As principais pragas da parte aérea da batateira são: vaquinha, burrinho, bicho-tromba-deelefante, traça, tripes, mosca-minadora, mosca-branca e pulgões. Na parte subterrânea, os principais insetos que danificam os tubérculos são a larva-alfinete, a traça, a larva-arame e o bicho-tromba-de-elefante. A utilização das técnicas disponíveis dentro do programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP), além de boas práticas agrícolas, auxiliam na manutenção do equilíbrio biológico e na sanidade da lavoura. A tomada de decisão para o controle de pragas pela aplicação de inseticidas deve-se basear na constatação e no monitoramento da lavoura. Medidas alternativas ao controle químico, como uso de variedades resistentes, indução de resistência e o controle biológico têm se mostrado promissoras no manejo integrado de pragas da batateira. Palavras-chave: Solanaceae, controle químico, resistência. Referências Bibliográficas FONTES, P.C.R.; Oleiricultura teoria e prática: In FONTES, P.C.R (Ed) Cultura da Batata Viçosa: UFV, 2005, 486p. GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA, G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIN, J. D. 2002. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ. 920 p. SALLES, L. A. Cultivar Hortaliças e Frutas, Embrapa Clima Temperado-Pelotas, n. 15, 2002 1 Mestranda, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] Prof. do Departamento de Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] 2