André Silva Franco Termodinâmica Calor: Calor é energia térmica em transito, e vai espontaneamente de uma região mais quente (maior temperatura) para uma mais fria (menor temperatura). Equação Fundamental da Calorimetria: Q mcT CT Onde c é o calor específico, e C é a capacidade térmica. Como utilizamos muito a quantidade de matéria, definimos c’ como a capacidade térmica molar, ou C mc seja: c ' Mc n n Podemos aquecer a volume constante ou a pressão constante. Definimos para cada um dos casos, 1 uma capacidade térmica: CV = R e CP R , que seriam, respectivamente, a capacidade 2 2 térmica molar a volume constante, e a pressão constante. Onde α é o grau de liberdade. Para átomos, α=3; para moléculas diatômicas, α=5. Quando uma substância está mudando de fase, sua temperatura é constante, caso seja pura, desta forma: Q mL , onde L é o calor latente. Lei Zero da Termodinâmica: Se um primeiro corpo está em equilíbrio térmico com um segundo, e este está em equilíbrio térmico com um terceiro, então o primeiro está em equilíbrio térmico com o terceiro. Trabalho (W): V Trabalho de um gás é definido como W PdV V0 Trabalho não é função de estado, portanto, depende da transformação. Ele pode ser tanto positivo como negativo. Convencionamos: Positivo: O gás executa trabalho sobre a vizinhança, e portanto, ele se expande. Negativo: A vizinha executa trabalho sobre o gás, e portanto, ele se contrai. Energia Interna (U): A energia interna de um gás ideal é exclusivamente dependente da temperatura, de acordo com a Lei de Joule: U nRT 2 Onde α é o grau de liberdade. Para átomos, α=3; para moléculas diatômicas, α=5. A energia interna é uma função de estado, pois depende exclusivamente da temperatura. Primeira Lei da Termodinâmica: A primeira Lei da Termodinâmica é o Princípio da Conservação da Energia. A energia interna, U, irá variar caso tenha calor ou trabalho envolvido: U Q W Isobárica (pressão constante): U Q W Q PV Termodinâmica – feito por ASF Página 1 André Silva Franco V V V0 V0 Sendo a pressão constante, temos: W PdV P dV PV Isocórica (volume constante): U Q W Q U nCV T V Sendo o volume constante, temos: W PdV 0 V0 Isotérmica (temperatura constante): U Q W 0 Q W V V V nRT 1 dV nRT dV nRT ln V V0 Sendo a temperatura constante, temos: W PdV V V V0 V0 V0 Como P 1 , podemos escrever: W nRT ln P0 P V Relação de Meyer: Considere o seguinte diagrama PV, sendo a curva AB uma isoterma. C A transformação CA é isocórica: U nCV T A transformação CB é isobárica: U nCP T PV nT CP R Como partirmos de um mesmo ponto, a temperatura nas duas transformações é a mesma, sendo a energia interna uma função de estado, obtemos que a variação da energia interna nas duas transformações é a mesma: nCV T nT CP R CP CV R Adiabática (sem troca de calor): U W Da Equação de Clapeyron, temos: PV nRT VdP PdV nRdT dT Substituindo, obtemos: PdV nCV PdV VdP PRdV C nR V PdV VdP nR PdV CV VdP 1 1 dP dV ln P ln V P V 1 PV TV Equação de Poison PdV CV R CV VdP 1 1 V01 PV PV PV V V 0 0 PV 0 0 V W PdV W P0 0 dV PV V dV PV 0 0 0 0 0 0 1 1 1 V V0 V0 V0 V V V Ou ainda, W nCV T Observe que caso façamos a medição do calor num calorímetro a volume constante estaremos medindo ΔU Termodinâmica – feito por ASF Página 2 André Silva Franco Entalpia (H): A variação da energia interna não é igual à energia transferida na forma de calor quando o volume não for constante. Define-se entalpia como: H U pV . E assim, H é função de estado. Ainda, H nCP T . Caso façamos uma medição do calor num calorímetro a pressão constante estaremos medindo a variação da entalpia. Utilizando a equação de Clapeyron, obtemos que: H U ng RT , onde ng é a variação da quantidade de moléculas de gás na reação. Variação da Entalpia com a temperatura: 1 H Temos que CP e ainda, CP a bT c 2 , onde a, b e c são parâmetros T T P independentes da temperatura. Assim, dH CP dT H2 T2 H1 T1 1 1 1 1 dT H 2 H1 a(T2 T1 ) b T22 T12 c 2 2 T2 T1 dH a bT c T Lei de Hess: Como a entalpia é função de estado, numa sequência de reações, a equação global apresenta uma variação de entalpia igual à soma de todas as entalpias de cada reações. H 2O s H 2Ol H fus Por exemplo, H 2Ol H 2O g H vap H 2O s H 2O g H total H fus H vap Entalpia de reação: H H produtos H reagentes Lei de Kirchhoff: T2 H T2 H T1 CP dT T1 Onde C C P P produtos CP reagentes Caso CP varie muito com a temperatura, escrevemo-lo em função da temperatura. A Segunda Lei da Termodinâmica: Enunciado de Carnot É impossível obter uma máquina térmica com rendimento de 100%. Isso se deve ao fato do calor passar espontaneamente da região mais quente à mais fria, e só vai da mais fria à mais quente se energia for fornecida. Esquematicamente, temos a imagem abaixo, em que é fornecido um calor QQ à máquina térmica a fim de produzir um trabalho W, resultando numa perda de energia/calor QF. Termodinâmica – feito por ASF Página 3 André Silva Franco Como a energia se conserva, temos: QQ QF W . E o rendimento é dado por: Q Energia Útil W 1 F Energia Total QQ QQ Rendimento de Carnot Se a máquina térmica opera num ciclo de Carnot, ela tem o rendimento máximo dado por: T C 1 F TQ Isso se deve ao fato de termos a seguinte relação TF QF TQ QQ Com isso, o único jeito de obter rendimento de 100% é tendo TF = 0 K. Refrigerador Um refrigerador é como uma máquina térmica invertida: Retira calor de um meio e joga n’outro. Dessa forma, estar-se-ia contrariando a Segunda Lei, porém, para isso ocorrer é necessário fornecer energia na forma de trabalho. Esquematicamente, temos: Assim sendo, temos: QQ QF W e QF Energia Útil QF Energia Total W QQ QF Se operar num ciclo de Carnot, temos: TF C TQ TF Entropia (S) Entropia é uma função termodinâmica que é uma medida de desordem de um sistema, dQ sendo definida como dS reversível . T Variação da entropia numa transformação: Termodinâmica – feito por ASF Página 4 André Silva Franco f dQ Q P 1 V Isotérmica: dS reversível S dQreversível reversível nR ln nR ln 0 T T i T V0 P Adiabática: Q 0 S 0 Isobárica: dS dQreversível dT T nCP S nCP ln T T T0 Isocórica: dS dQreversível dT T nCV S nCV ln T T T0 Ciclo: Como a entropia é função de estado, temos: S dQreversível 0 T Entropia de Reação: S S produtos Sreagentes S H T Variação da Entropia com a temperatura: T2 S T2 S T1 CP T1 dT T Caso CP seja constante, então S T2 S T1 CP ln T T0 Em caso contrário, escrevemo-lo em função da temperatura CP a bT c Onde CP CP produtos CP reagentes 1 T2 Espontaneidade de um processo: Para um processo ser espontâneo, a variação total da entropia deve ser maior que zero. A entropia total é dada pela soma da entropia do sistema e da entropia da vizinhança, ou seja H ST S Sviz S 0 T Energia de Gibbs (G): Define-se G H TS , e assim, ela é função de estado. Temos, então, G H T S . Isso configura a espontaneidade, pois é proveniente da entropia total do sistema. Caso a variação da energia livre seja negativa o processo é espontâneo. Caso seja nula, teremos um equilíbrio termodinâmico. E por fim, caso seja positiva, teremos um processo não espontâneo. Energia de Gibbs de reação: G H T S e G Gprodutos Greagentes Energia de Gibbs expressa o trabalho possível a ser realizado: G W Importante: Entropia padrão de formação e Energia de Gibbs padrão de formação de substâncias simples são nulas. “Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais evidente fica nossa ignorância” John F. Kennedy Termodinâmica – feito por ASF Página 5