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Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe-UNIARP
Economia -JORNALISMO I-2ª FASE/2011
Professor: Ademar J O Godoy
NOÇÕES DE MACROECONOMIA E METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
1-Definição:
A Macroeconomia, estuda as atividades econômicas globais de uma sociedade, estudando o comportamento
agregado dos agentes econômicos, analisando os fatores determinantes que modificam o equilíbrio interno e externo de
variáveis como: renda, produto,consumo, poupança, investimento, importação, exportação, gastos do governo, nível
geral de preços e salários, nível de emprego e juros.
Em termos gerais, podemos dizer que a macroeconomia procura explicar o comportamento da economia a partir das
variáveis agregadas.
A Teoria Macroeconômica, através da análise das relações entre os diversos agregados, busca explicações sobre os
seus comportamentos, bem como a causa das variações observadas. Ao mesmo tempo preocupa-se em prever o que
ocorrerá e as conseqüências de mudanças nas condições econômicas a curto e longo prazo.
Por sua própria natureza, a macroeconomia não se restringe ao aspecto especulativo, mas avança no campo da política
econômica. A observação e análise das variáveis agregadas permitem uma avaliação sobre o comportamento da
economia como um todo, criando condições necessárias e suficientes para a prática de ações, por parte dos
governantes, visando a adoção de políticas que busquem o equilíbrio da sociedade que eles dirigem.
Rudiger Dornbusch e Stanley Fischer nos oferecem uma boa definição para o estudo em questão: “A macroeconomia
trata do comportamento da economia como um todo- com períodos de rápida prosperidade e recessão,a produção total
de bens e serviços da economia e o crescimento do produto,as taxas de inflação e emprego, a balança de pagamentos
e o câmbio. A fim de estudar o desempenho geral da economia, a macroeconomia focaliza as políticas econômicas e as
variáveis de política que afetam aquele desempenho- as políticas monetária e fiscal, o estoque de moeda e taxa de
juros, a dívida pública e o orçamento do governo federal. Em resumo , a macroeconomia trata das questões econômicas
mais importantes da atualidade”.
O termo macroeconomia foi introduzido pelo economista norueguês Ragnar Frisch(1895-1973) em 1933. Mas a
evolução mais importante da macroeconomia só ocorreu nas últimas décadas, tendo como principal marco a publicação,
em 1936, de A Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, também conhecida de forma simplificada como A Teoria
Geral,de autoria de John Maynard Keynes(1833-1946), célebre economista inglês que reformulou as noções da
produção e do emprego, e que levaram o rótulo de economia keynesiana.
2- A MACROECONOMIA E SEU CAMPO DE ESTUDO
Na macroeconomia existem três níveis de análise, quais sejam:
Explicação
Previsão
Ação Política
Ao nível da Explicação, com base em dados estatísticos, a macroeconomia permite, associada a técnicas
econométricas, encontrar justificativas para os fenômenos ocorridos no passado. É através dela que se pode verificar se
os agentes econômicos se comportam conforme o previsto ou, ao contrário, porque apresentaram disfunções e as
razões para que isso ocorresse.
A Previsão, por sua vez, permite aos economistas, também através de técnicas econométricas simular o
comportamento das variáveis agregadas para o futuro, sempre em função das observações ocorridas no passado. Com
a utilização de duas ou mais variáveis agregadas, a análise de previsão poderá mostrar os caminhos que a economia
poderá percorrer em busca do seu equilíbrio.
A Ação Política, que via de regra está nas mãos dos governantes, está calcada nas simulações da Previsão.. A
forma de como interpretar os dados e resultados é que torna a própria teoria macroeconômica, especulativa ou pura,
carregada de juízos de valor e desperta grandes controvérsias.Dependendo da corrente em que cada economista esteja
engajado, ele poderá enxergar a conjuntura econômica de uma sociedade de forma completamente diferente de outro
economista que tenha uma visão diferente da sua, apesar de trabalharem sobre um mesmo conjunto de dados.
Estes três tipos de análise se justificam a partir da existência de cinco problemas básicos fundamentais dentro
da economia:
a)problemas ligados à flutuação do nível de utilização dos recursos produtivos(emprego e desemprego);
b)problemas ligados ao nível geral de preços(deflação e inflação);
c)problemas ligados à taxa de crescimento da capacidade produtiva vis-à-vis ao crescimento vegetativo da população;
d)problemas ligados ao papel do Governo como elemento de controle da atividade econômica;e
e)problemas ligados ao funcionamento de uma determinada economia e sua relação com a economia internacional.
3- METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
São as seguintes as metas de política macroeconômica:
.alto nível de emprego
.estabilidade de preços
.distribuição de renda socialmente justa
.crescimento econômico
As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas como conjunturais, de curto prazo. È a preocupação
central das chamadas políticas de estabilização. As questões relativas ao crescimento econômico são
predominantemente de longo prazo, enquanto o problema da distribuição de renda envolve aspectos de curto e longo
prazos.
Alto nível de Emprego
Pode-se dizer que a questão do desemprego, a partir dos anos 30, permitiu um aprofundamento da análise
macroeconômica. Surgiu o livro de John Maynard Keynes- Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda-, em 1936,
que forneceu aos governantes os instrumentos necessários para que a economia recuperasse seu nível de emprego
potencial ao longo do tempo.
Deve-se salientar que antes da crise mundial dos anos 30, a questão do desemprego não preocupava a maioria
dos economistas, pelo menos nos países capitalistas. Isso porque predominava o pensamento liberal, que acreditava
que os mercados, sem interferência do Estado, conduziriam a economia ao pleno emprego de seus recursos, ou a seu
produto potencial: milhões de consumidores e milhares de empresas, como que guiados por uma “mão
invisível”,determinariam os preços e a produção de equilíbrio, e, desse modo, nenhum problema surgiria no mercado de
trabalho.
De fato, desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o início do século XX, o mundo econômico
parece ter funcionado mais ou menos assim. Entretanto , a evolução da economia mundial trouxe em seu bojo novas
variáveis, como o surgimento dos sindicatos de trabalhadores, os grupos econômicos e o desenvolvimento do mercado
de capitais e do comércio internacional, de sorte a complicar e trazer incertezas sobre o funcionamento da economia. A
ausência de políticas econômicas levou à quebra da Bolsa de Nova York em 1929, e uma crise de desemprego atingiu
todos os países do mundo ocidental nos anos seguintes.
Com a contribuição de Keynes, contudo, fincaram-se as bases da moderna Teoria Macroeconômica, e da
intervenção do Estado na economia de mercado. Na verdade, Keynes praticamente inaugurou uma questão da
Macroeconomia que perdura até hoje, qual seja, qual deve ser o grau de intervenção do Estado na economia e em que
medida ele deve ser produtor de bens ou serviços.
Estabilidade de Preços
Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços.
Por que a inflação é um problema? A inflação acarreta distorções, principalmente sobre a distribuição de renda,
sobre as expectativas dos agentes econômicos e sobre o balanço de pagamentos.
Costuma-se aceitar que um pouco de inflação faz parte dos ajustes de uma sociedade dinâmica, em
crescimento. Efetivamente, a experiência histórica mostra que existem algumas condições inflacionárias que são
inerentes ao próprio processo de crescimento econômico. As tentativas dos países em vias de desenvolvimento de
alcançarem estágios mais avançados de crescimento econômico dificilmente se realizam sem que ocorram,
concomitantemente, elevações no nível geral de preços.
Mesmo em países mais desenvolvidos, a inflação também é uma questão presente, dado que, quanto maior o
nível de atividade econômica, mais próxima permanece a utilização dos recursos produtivos de seu limite máximo,
gerando tensões inflacionárias.
È importante salientar que, enquanto nos países industrializados o problema central é o desemprego, nos países
em vias de desenvolvimento o foco mais importante de análise é o da inflação. Esse tema é de difícil abordagem, dado
que as causas da inflação diferem entre países(deve-se levar em conta, por exemplo, o estágio de desenvolvimento e a
estrutura dos mercados) e, mesmo num dado país, diferem no tempo(alguns dos fatores inflacionários hoje no Brasil não
estavam presentes quando do surto ocorrido a partir de meados dos anos 60).
Distribuição Eqüitativa de Renda
A economia brasileira cresceu razoavelmente entre o fim dos anos 60 e a maior parte da década de 70. Apesar
disso, verificou-se uma disparidade muito acentuada de nível de renda, tanto a nível pessoal como a nível regional. Isso
fere, evidentemente, o sentido de equidade ou justiça.
No Brasil, os críticos do”milagre” argumentavam que havia piorado a concentração de renda no país, nos anos
1967-1973, devido a uma política deliberada do governo baseada em crescer primeiro para depois distribuir(a chamada
Teoria do Bolo).
A posição oficial era de que um certo aumento na concentração de renda seria inerente ao próprio
desenvolvimento capitalista, dadas as transformações estruturais que ocorrem(êxodo rural, com trabalhadores de baixa
qualificação, aumento da proporção e jovens etc...).Nesse processo gera-se uma demanda por mão-de-obra qualificada,
a qual , por ser escassa, obtém ganhos extras. Assim, o fator educacional seria a principal causa da piora distributiva.
Simonsen argumentava que há “desigualdade com mobilidade”, isto é, o indivíduo permanece pouco tempo na mesma
faixa salarial e tem facilidade de ascensão. Isso seria um fator importante para a convivência com má distribuição de
renda.
Deve ser observado que, embora tenha ocorrido no Brasil uma concentração de renda naquele período, a renda
média de todas as classes aumentou. O problema é que ,embora o pobre tenha ficado menos pobre, o rico ficou
relativamente mais rico no período considerado.
Crescimento Econômico
Se existe desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional através de políticas
econômicas que estimulem a atividade produtiva. Mais ,feito isso , há um limite à quantidade que se pode produzir com
os recursos disponíveis.
Aumentar o produto além desse limite exigirá:
a) ou um aumento nos recursos disponíveis;
b) ou um avanço tecnológico(ou seja, melhoria tecnológica, novas maneiras de organizar a produção, qualificação
da mão-de-obra).
Quando falamos em crescimento econômico, estamos pensando no crescimento da renda nacional per capita,
ou seja, em colocar à
disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional. A
renda per capita é considerada um razoável indicador- o mais operacional- para se aferir a melhoria do padrão de
vida da população, embora apresente falhas( os países árabes têm as maiores rendas per capita, mas não o melhor
padrão de vida do mundo).
Durante os anos 60 e 70, começaram a surgir dúvidas em relação à importância do crescimento como meta
principal da política econômica. Nos países desenvolvidos tem-se considerado a questão da piora do meio
ambiente(poluição, agrotóxicos etc...). Nos países em desenvolvimento(ou economias emergente), como no Brasil,
conforme observamos, o rápido crescimento dos anos do chamado “milagre econômico brasileiro” coincidiu com uma
distribuição de renda em favor dos segmentos mais ricos da população.
Desenvolvimento Econômico:
O desenvolvimento econômico, implica, além de um aumento na quantidade de bens e serviços produzidos por
uma economia, num determinado período de tempo e em termos per capita, em mudanças de caráter qualitativo. Por
essa razão o desenvolvimento econômico não deve ser analisado tomando-se por base os indicadores tais como o
crescimento do produto global ou o crescimento do produto per capita, e sim por outros indicadores, que reflitam
mudanças na qualidade de vida da população de uma economia.Como exemplo podemos citar alguns aspectos que são
característicos dos chamados países em desenvolvimento:
*baixa renda per capita
*baixo nível de estoque de capital per capita
*altas taxas de natalidade e mortalidade
*altos índices de analfabetismo e baixos padrões educacionais
*elevada taxa de desemprego e baixa produtividade de mão-de-obra
*grandes desigualdades na distribuição de renda
*alto percentual da população atuando na agricultura
*alta participação do setor primário no produto nacional
*baixa taxa de poupança per capita
O estudo do desenvolvimento, no âmbito econômico e social, se faz presente em vista da forte discrepância
existente entre as economias de renda alta, também conhecidas como industrializadas, cujas populações gozam de um
elevado nível de bem-estar material, e as economias de baixa renda e renda média, denominadas respectivamente
subdesenvolvidas e em desenvolvimento, que apresentam acentuados desníveis sociais; nos dias de hoje essas
economias recebem, no meio financeiro, a designação de mercados emergentes, termo este introduzido pelo executivos
da International Finance Corporation(Corporação Financeira Internacional) do Banco Mundial.
Entretanto, o desenvolvimento não é um fenômeno que ocorre de forma isolada. Normalmente existem
determinadas pré-condições importantes que desempenham papel fundamental neste processo. A distribuição
geográfica das nações por exemplo, determinará os fatores edáficos(disponibilidade de solos aráveis), as condições
climáticas, os recursos hídricos utilizáveis e os recursos naturais disponíveis(depósitos de petróleo e minérios , por
exemplo).Importante salientar que, nos dias de hoje, eventuais deficiências podem ser eliminadas ou compensadas pela
intensificação do comércio, que se torna cada vez mais possível, especialmente com a formação dos blocos
econômicos.
As dificuldades que os países emergentes têm enfrentado nos últimos anos não são poucas, principalmente
quando levamos em consideração o aspecto desenvolvimentista. A extensão territorial de muitos países, por exemplo,
tem se apresentado como um dos grandes obstáculos, especialmente pela falta de estradas em condições adequadas
de tráfego e de sistemas eficientes de transporte que interliguem as regiões(Rússia e China). Outro importante aspecto
tem relação com a questão do isolamento social, cultural e econômico, representado por barreiras religiosas entre os
diversos setores da população, bem como por barreiras lingüísticas(Índia).
Outros países ,por sua vez, vivem o problema da chamada escassez de capital para a importação de bens e
serviços que seriam essenciais para o desenvolvimento de suas economias; é o que chamamos de estrangulamento
externo da economia.
4-INDICADORES
O grau de desenvolvimento de uma nação é percebida pela análise de certos indicadores, que se
relacionam em termos de estrutura. Estes indicadores compreendem três grandes grupos:
 Vitais
a) esperança de vida ao nascer: indica o número de anos que um recém- nascido viveria, considerando-se os
padrões de mortalidade vigentes à época de seu nascimento;
b) taxa de mortalidade infantil: representa o número de crianças que morrem antes de completarem um ano de
idade, num grupo de mil nascidos vivos, em determinado período de tempo;
c) estrutura etária da população:nos mostra a proporção da população total entre as idades de 15 a 64 anos;
d) taxa média anual de crescimento populacional: calculada pelo método exponencial entre os extremos de um
determinado período de tempo;
 Econômicos
a) estruturais: ou de infra-estrutura, relaciona-se ao conjunto de elementos que formam a base econômica da
sociedade;
b) disponibilidade de bens e serviços: conjunto de elementos que permitem o bem-estar da sociedade;
 Sociais
a)estrutura social: interação entre indivíduos, grupos classes sociais, e o conjunto de normas, valores e padrões de
comportamento que regem estas relações;
b)mobilidade social:possibilidade ou facilidade dos indivíduos de uma sociedade se movimentarem de uma para
outra camada da hierarquia social;
c)representação no sistema político: nível de representatividade da população nos poderes executivo, legislativo e
judiciário;
d)participação social: a forma como a população se articula ,de acordo com um conjunto de valores que definem
seus padrões de comportamento;
e)sistema de concentração da propriedade: avaliação da proporção de empresas que detêm parte significativa do
capital, investimentos, vendas, força de trabalho, etc...
Bibliografia:
1-Passos, Carlos Roberto Martins, Nogami Otto – Princípios de Economia,São Paulo,Pioneira, 2001;
2-Vasconcellos, Marco Antonio S. , Garcia, Manuel E- Fundamentos de Economia , São Paulo, Saraiva,1998.
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