Formação do aluno SENAI: Teoria e Prática

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PEDAGOGIA
JULIANA PATRÍCA PEREIRA
FORMAÇÃO DO ALUNO SENAI: TEORIA E PRÁTICA
SÃO CARLOS - 2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PEDAGOGIA
FORMAÇÃO DO ALUNO SENAI: TEORIA E PRÁTICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência
final sob a responsabilidade da Profª Drª Marisa Bittar do
Departamento de Educação.
SÃO CARLOS - 2009
A meus avós maternos Luiz Alves e Leonilda Ribeiro Alves e, a
meus pais Eduardo Pereira Sobrinho e Maria AP. Alves Pereira,
pessoas que muito admiro e tanto amo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os meus professores do curso de Pedagogia como, também, a Tânia,
secretária do curso, da Universidade Federal de São Carlos, especialmente aos professores da área
de Fundamentos em Educação, os quais me inspiraram a desenvolver esta monografia nesta linha de
pesquisa. Dentre esses docentes, agradeço, principalmente, aos Profes Dres Marisa Bittar, Ester Buffa
e Paolo Nosella, professores que se dedicaram à minha formação acadêmica mostrando profundo
compromisso político com a educação e deixando um excelente exemplo a ser seguido. Para mim,
foi um privilégio tê-los como orientadores e avaliadores deste trabalho.
Meus agradecimentos, também, a Paulo Roberto de Mello Neves (Diretor), Ana Carolina M.
da Silva Nascimento (Orientadora Educacional), Alvaro Rodrigues Gaspar (Coordenador
Pedagógico) e a Raquel P. Vasquez Minatel (Bibliotecária), funcionários da escola SENAI “Manoel
José Ferreira” da cidade de Rio Claro, os quais colaboraram de modo significativo para o
desenvolvimento desta monografia.
E, por fim, agradeço a toda minha família de Rio Claro, minhas leais amigas Ana Tatiana
Gobato, Andréa Aguilar e Priscila Corrêa, bem como Karina Volpato, Cíntia Faria, Andréa Suzuki,
Nide Volpato (“mãe postiça”) e Cristiane Carvalho, as quais estiveram comigo me ajudando em
todos os sentidos da minha vida.
Estes são meus leais e sinceros agradecimentos.
RESUMO
Esta monografia cujo título é “Formação do aluno SENAI: teoria e prática” está
constituída por dois capítulos. No primeiro capítulo apresento um levantamento histórico sobre o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) fundado em 1942, em meio a um avanço
industrial brasileiro, até a década de 1990. E, no segundo, desenvolvo o meu objeto de pesquisa –
metodologia de ensino utilizada por essa instituição durante os anos de 1940 a 1970 – enfocando o
Método de Instrução Individual cuja fundamentação estava no Método Ativo situado dentro de
Séries Metódicas Ocupacionais. O trabalho foi realizado por meio de fontes bibliográficas
pesquisadas nas seguintes bibliotecas: Biblioteca da Câmara Municipal, Biblioteca Municipal
“Amadeu Amaral”, Biblioteca Comunitária – UFSCAR, Biblioteca da Escola SENAI “Antonio
Adolpho Lobbe”, da cidade de São Carlos, Biblioteca SENAI de Rio Claro e, Biblioteca SENAI
“Profº João Batista Salles da Silva” de Americana.
Palavras chave: SENAI. Aluno SENAI. Educação profissional. Método de ensino. Método de
Instrução Individual.
QUADRO DE SIGLAS
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAC
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
CNI
Confederação Nacional da Indústria
FIESP
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
IDORT
Instituto de Organização Racional do Trabalho
CEFESP
Centro Ferroviário de Ensino e Seleção
Profissional
DN
Departamento Nacional
CLT
Consolidação das Leis do Trabalho
OIT
Organização Internacional do Trabalho
CT
Centros de Treinamento
UM
Unidades Móveis
SMO
Séries Metódicas Ocupacionais
SUMÁRIO
Introdução-------------------------------------------------------------------------------06
Capítulo 1
1 - A atuação do SENAI no contexto histórico brasileiro------------------------10
Capítulo 2
1 - Formação do aluno SENAI: teoria e prática-----------------------------------21
2 - A metodologia da instrução individual------------------------------------------28
Considerações finais-------------------------------------------------------------------34
Referências bibliográficas------------------------------------------------------------36
Apêndice--------------------------------------------------------------------------------38
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Desde 2008, pesquiso sobre o SENAI, mais especificamente a escola SENAI da cidade de
São Carlos. Desenvolvi o interesse em pesquisar esta instituição após me integrar no grupo de
pesquisa sobre História e Filosofia de Instituições Escolares coordenado pelos Profes Dres Paolo
Nosella e Ester Buffa.
Desde 1990, ambos professores pesquisam a História e Filosofia de Instituições Escolares.
Eles desenvolveram um projeto de pesquisa sobre a escola SENAI Antonio Adolpho Lobbe
intitulada A escola SENAI de São Carlos, 1951 – 2001: um Leonardo Mutilado, com o apoio do
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Esta investigação tem
como fim completar os estudos sobre as mais significativas instituições escolares de São Carlos.
Nosella e Buffa realizaram uma série de investigações sobre instituições escolares de São
Carlos tais como a Escola Normal, a Escola Profissional, a Escola de Engenharia de São Carlos
(USP), consolidando uma linha de pesquisa no âmbito do PPGE/UFSCar, e atualmente, também no
âmbito do PPGE/UNINOVE.
Vinculado a este projeto maior, instituição SENAI, desenvolvi o meu projeto de pesquisa A
Escola SENAI de São Carlos vista pela imprensa local que procura, por meio de jornais da década
de 1970, analisar como a imprensa via esta instituição.
Inicialmente, o título de minha monografia era “Curso de Quadros: formação de professores
do SENAI”. Esse curso foi oferecido no fim da década de 1940 e teve como objetivo preparar os
professores para trabalharem adequadamente nesta rede de ensino. Foi então que o assunto
despertou meu interesse, pois desejava responder, principalmente, à pergunta: Quais métodos de
aprendizagem eram utilizados durante as aulas, ou seja, como e o que ensinavam? Infelizmente,
essa pesquisa não me foi possível, pois não encontrei fonte bibliográfica em nenhuma das
bibliotecas da cidade de São Carlos, Rio Claro e Americana. Também não encontrei fontes on-line.
Mesmo assim, continuei lendo sobre esta instituição.
No decorrer da pesquisa, li alguns depoimentos de ex-alunos e ex-professores extraídos do
livro “O Giz e a Graxa” a respeito do método de ensino utilizado no SENAI, bem como sobre a
preocupação demonstrada em atender aos alunos entre 12 e 14 anos que, ao completarem o 1º grau
(Ensino Fundamental), deveriam aguardar a idade mínima de 14 anos para, então, se matricularem
num curso de formação profissional.
Interessei-me por estes assuntos e, assim, decidi desenvolver este projeto monográfico que
apresenta no primeiro capítulo um histórico do SENAI – SP da década de 1940 a 1990 e, no
segundo capítulo, uma pesquisa a respeito da educação ofertada pelo SENAI do Estado de São
Paulo. Sendo assim, tenho como objeto de pesquisa os métodos de ensino-aprendizagem do SENAI
que perpassam, sem especificar, os cursos nem uma determinada escola do sistema, nas décadas de
1940 a 1970. E, como objetivo, responderei às seguintes indagações: de que maneira, o SENAI
promovia a educação de seus alunos? Quais métodos colocava em prática? Qual relação que se
estabelecia entre professor e aluno? Quais responsabilidades a escola atribuía a seu aprendiz?
Esse período foi escolhido porque abrange a transformação do cenário econômico agrário
para o industrial pelo qual o Brasil passava e a criação do SENAI. Assiste-se a uma fase do surto da
industrialização, um momento de incorporações de novas tecnologias. Todos esses acontecimentos
influenciaram e modificaram a educação brasileira, bem como, acredito, forçou a criação do SENAI
e influenciou diretamente seus métodos de ensino para que atendesse as demandas do mercado
vigente.
O ensino industrial, desde os primórdios da República, não estava inserido no rol das
preocupações do Governo Federal, o qual cuidava, exclusivamente, da educação para a elite. O
ensino profissionalizante, como também o ensino primário, era de responsabilidade dos Estados.
Durante a Primeira República, conforme destaca Drucker (1961), não era bem vista qualquer
tentativa de generalizar conhecimentos e elevar o padrão cultural da população, pois temiam que o
desenvolvimento intelectual se tornasse uma ameaça à ordem social; além do mais, ser uma pessoa
culta significava ser uma pessoa improdutiva. O autor ainda salienta que “foi sempre axiomático
que um homem que tivesse instrução, ainda que pequena, abandonaria a enxada e a roda da olaria
e deixaria de trabalhar com as mãos” (DRUCKER, 1961, apud SENAI, 1992, p. 53). Quando esse
princípio fundado na sociedade começou a dar sinais de ruptura, o cenário educacional principiou a
tomar novos rumos (ROMANELLI, 1986).
A partir da década de 1920 com o impulso da industrialização no Brasil, houve a
necessidade de um redirecionamento das prioridades no âmbito educacional. Foi nessa fase –
durante as décadas de 1920 e 1930 – que o movimento dos escolanovistas começou a ganhar
destaque e, nomes tais como de Anísio Teixeira, Sampaio Dória, Lourenço Filho e Fernando de
Azevedo foram incorporados à história da educação, como notáveis personagens elaboradores da
modernização da educação e ensino no país.
Podemos notar também que a Carta da Constituição do Estado Novo, de 1937, por impulso
do movimento renovador da educação, trazia a importância de uma educação profissional, pois
impunha à indústrias e aos sindicatos que criassem, na esfera de sua especialidade, escolas de
aprendizes, destinados aos filhos de seus operários ou de seus associados (SENAI, 1992, p. 98).
Sendo assim, o dever de criar escolas de aprendizes passa a decair sobre as indústrias e aos
sindicatos e foi com base nos requisitos desta Constituição, bem como em alguns princípios dos
escolanovistas, que o projeto do SENAI foi inicialmente elaborado.
A educação preconizada pelo SENAI acompanharia, portanto, uma civilização em mudança
cujos princípios podemos encontrar nas teorias pedagógicas de John Dewey (1859 – 1952), mentor
do movimento reformador na área educacional conhecido como Escola Nova.
Para Dewey o professor e o aluno deveriam trabalhar juntos com materiais concretos.
Ambos estabeleciam “uma relação de cooperação, trabalhando em conjunto para atingir um fim
determinado (...) Era através do domínio do concreto que os conceitos abstratos de cada ciências
iam sendo assimilados e testados na prática” (SENAI, 1991, p. 83). Esse método de ensinoaprendizagem ocorria nas oficinas onde os instrutores ministravam as aulas práticas dedicando a
devida atenção aos aprendizes, conforme nos conta a história.
Convém destacar, a partir disso, que alguns princípios dos escolanovistas foram praticados
no SENAI. Além do aspecto mencionado acima, podemos salientar, também, a música que, segundo
eles, era uma atividade que poderia facilitar a apreensão de conceitos abstratos. Uma outra atividade
destacada era a ginástica, evidenciando a preocupação com a saúde física.
O SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) foi fundado em 1942 em meio ao
avanço industrial brasileiro e consequente crescimento na demanda de mão-de-obra. Era necessário
uma mão-de-obra preparada e qualificada que atendesse às exigências do mercado industrial.
Esta instituição veio com o objetivo de dar uma resposta rápida no que tange à preparação
de pessoal para o trabalho industrial. Dessa forma, procurou suprir primeiramente às demandas
mais urgentes criando os Cursos de Emergência de curta duração, os quais eram: mecânica,
caldeiraria, ferraria, solda, fundição e eletrotécnica, bem como cursos de preparação para os seus
professores.
Conforme a análise de Cunha (s.d.), o SENAI, como um sistema de ensino técnico
industrial, foi criado sob a vertente das escolas profissionais para operários.
Em vista do destacado papel que esta instituição conquistou ao longo dos tempos em nosso
país, esta pesquisa é relevante, pois estudando como o SENAI educava seus aprendizes e qual
importância dava a esse processo, contribuirá para compreendermos o por que esta instituição ainda
é muito procurada por aqueles que desejam se formar num curso técnico profissional de alta
qualidade.
CAPÍTULO 1
1 – A atuação do SENAI no contexto histórico brasileiro.
Ao analisarmos o histórico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI),
podemos compreender a relevância que esta instituição educacional profissional foi construindo ao
longo dos anos e como permanece conceituada pelas regiões do Brasil. Desse modo, apresento,
neste primeiro capítulo, um levantamento histórico sobre o SENAI focalizando-o no Estado de São
Paulo, desde a sua criação em 1942 até a década de 1990.
Na década de 1930, o Brasil passou gradualmente por transformações econômicas
significativas. Ele deixava de ser “um país essencialmente agrícola” para aparecer ao mundo como
nação industrial, como salienta Fonseca (1986). Frente a esse novo cenário, tornava-se difícil que os
governos voltassem sua atenção ao serviço destinado ao preparo de pessoal às novas fábricas, as
usinas e as oficinas que conquistavam espaço.
Essa transformação mexeu nas estruturas econômicas, sociais e políticas. Dessa maneira, e
não poderia ser diferente, a educação sofreu influências dessa nova sociedade. Com a instalação do
Ministério da Educação e Saúde Pública, as Escolas de Aprendizes Artífices foram desligadas do
Ministério da Agricultura. Tal ação evidenciou que o foco agora era cuidar da Educação e não mais
da Instrução, conforme conclui Fonseca (1986). Essa providência possibilitou
um horizonte mais largo às escolas profissionais sob a responsabilidade federal e
surgiram esperanças, que o tempo tornaria em realidade, de obtenção de maiores
recursos financeiros, de modo a tornar possível a melhoria geral dos prédios e das
instalações de oficinas (FONSECA, 1986, p. 225).
Atendendo aos requisitos mencionados pelo autor, o Governo criou a Inspetoria do Ensino
Profissional Técnico, um órgão vinculado ao Ministério da Educação e regulamentado pelo decreto
21.353, de 3 de maio de 1931. Este órgão tinha como função dirigir, orientar e fiscalizar os serviços
relativos ao ensino profissional técnico.
Após dois anos, a Inspetoria é transformada em Superintendência do Ensino Profissional e,
em 1937, com a reforma do Ministério da Educação e Saúde Pública realizada pelo então Ministro
da Educação, Gustavo Capanema, a Superintendência é extinta e seus encargos passam para a
Divisão Nacional da Educação, a qual seria órgão do Departamento Nacional da Educação.
Uma outra transformação realizada durante a reforma de Capanema, colocou
fim à existência da Escola Normal de Artes e Ofícios Venceslau Brás, e criava, em
seu lugar, um liceu profissional. De fato, o artigo 37, da Lei 378, dizia: A Escola
Normal de Artes e Ofícios Venceslau Brás e as Escolas de Aprendizes, mantidas
pela União, serão transformadas em liceus, destinados ao ensino profissional, de
todos os ramos e graus. E logo a seguir, no parágrafo único, do mesmo artigo,
aparecia a promessa de que novos liceus seriam instituídos, para programação do
ensino profissional dos vários ramos e graus, por todo território do país
(FONSECA, 1986, p. 229).
De fato, o ensino industrial atraia a atenção do Governo.
A Constituição de 10 de novembro de 1937 atribuía o ensino público, vocacional e
profissional, ao Estado, o qual teria o dever de fundar institutos de ensino profissional. Além disso,
a Constituição regia que o dever de criar escolas de aprendizes para filhos de operários ou de
associados, caberia às indústrias, bem como aos sindicatos econômicos.
Podemos considerar que a Constituição de 1937 trouxe um avanço no que tange à
importância do ensino industrial, pois fora a primeira a tratar desse nível de ensino.
Com o decorrer do tempo, a questão da educação profissional foi-se estendendo e os
intelectuais cada vez mais passaram a se empenhar em estudos a fim de desenvolverem propostas
de cursos de formação e aperfeiçoamento profissionais aos trabalhadores. Sendo assim, em 1940, o
decreto 6029 aprovou o regulamento para instalação e o funcionamento dos cursos profissionais,
porém este decreto não foi definitivo. A solução seria consubstanciada no decreto-lei nº 4.048 que
criou o SENAI pautando-se nas Leis Orgânicas.
O ensino técnico profissional foi estruturado pelas Leis Orgânicas que começaram a ser
promulgadas em 1942. A Lei Orgânica do Ensino Industrial foi sancionada em 30 de janeiro de
1942 pelo decreto nº 4.073.
Enquanto as camadas médias e superiores se dirigiam, sobretudo, ao ensino secundário e
superior com o objetivo de serem um dia dirigentes e lhes acrescentar prestígio e status, as camadas
populares procuravam em maior quantidade as escolas primárias e as profissionais para serem
trabalhadores. Conforme salienta Romanelli (1986), o ensino profissional, após a promulgação das
leis orgânicas, passou a ministrar cursos de formação cuja duração se assemelhava à do ensino
secundário e cursos de aprendizagem, de preparo rápido, além dos cursos de aperfeiçoamento e
especialização. Podemos mencionar também, ainda com base na autora, que após a criação do
SENAI e do SENAC, ambas as instituições passaram a ministrar preferencialmente cursos que
ofertavam uma formação rápida e de qualidade.
Fonseca (1986) ressalta que a Lei Orgânica expressava uma preocupação com o aspecto
econômico da vida pós-escolar dos indivíduos que seguissem os cursos industriais. Além disso,
defendia “uma fácil adaptação profissional ao trabalho futuro, evitando, durante o período de
formação nas escolas, uma excessiva especialização” (FONSECA, 1986, p. 14). Sob essa óptica, a
Lei Orgânica tinha como objetivo que cada aluno aprendesse não apenas uma técnica, mas, antes,
grupos de ofícios semelhantes de tal forma a terem condições de encontrar ocupação na indústria
com maior facilidade.
Para falarmos do SENAI devemos, antes, voltarmos a nossa atenção a Roberto Mange,
principalmente, e a Roberto Simonsen, os dois projetistas desse sistema educacional. Roberto
Simonsen, engenheiro e empresário, que foi presidente da Confederação Nacional da Indústria
(CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), utilizava os métodos
racionais na gerência de projetos de construção e Roberto Mange, professor da Escola Politécnica
de São Paulo, trabalhava com a psicologia aplicada ao estudo do fator humano no campo da
produção.
Ambos, desde a década de 1920, vinham desenvolvendo várias experiências que visavam a
colocar o Brasil em contato com a modernidade. O que significava ser moderno naquela época? Ser
moderno era ser um país industrializado.
Roberto Mange fez parte de uma comissão de especialistas na formação para o trabalho
industrial que foi criada, em 1934, pelo Ministro Capanema. Esta comissão tinha como objetivo
formular um Plano de Formação Profissional (FERRO, 2003, p. 65).
Este professor defendia a concepção de que o mecânico, no curso de Mecânica Prática
oferecido no Liceu de Artes e Ofícios, deveria desenvolver o seu trabalho de forma acurada, perfeita
e rápida, promovendo dessa maneira, a expansão da atividade industrial. Essa era a formação
adequada, pois “os trabalhadores com conhecimento prático adquirido no local de trabalho e o
trabalhador estrangeiro, dito qualificado eram inadequados à expansão da indústria” (RIBEIRO,
2005, p. 220). A concepção de Mange era de que esses trabalhadores perdiam tempo com
movimentos desnecessários pois executavam trabalhos repetindo uma série de vícios. Ribeiro
(2005) comenta que este trabalhador era o “artífice formado de modo racional e verdadeiramente
adequado à indústria” (RIBEIRO, 2005, p. 220).
A primeira instituição do processo de racionalização do trabalho nas oficinas ferroviárias,
conforme Ribeiro (2005), foi o CEFESP1 cuja finalidade era se responsabilizar pelo estudo do
parcelamento do ofício de mecânica e pelo recrutamento científico de trabalhadores, pelo método
psicotécnico.
Esse método racional de formação de trabalhadores foi aplicado por Mange em diversas
instituições paulistas. Uma delas, como já mencionada, foi na Escola Profissional Mecânica do
1
O CEFESP (Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional) apresentava idéias semelhantes à idéia de Taylor
que preconizava a redução dos custos na produção por meio de um escrutínio das tarefas, dos tempos e também dos
movimentos para assim, estabelecer padrões de produções otimizando o tempo de trabalho.
Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo na década de 1920. Em sua carreira profissional, continuou
com seus esforços aprofundando os estudos sobre esse método, tanto que, em 1931, foi fundado em
São Paulo o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT), o qual se transformou na
principal agência de propaganda da organização racional do trabalho e, se dedicou na elaboração de
um projeto especial a fim de organizar o Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional
(CEFESP). O IDORT tinha por objetivo
incentivar a adoção de princípios da Organização Racional do Trabalho, em
diversos setores da sociedade, colocando os graves problemas por que passava o
Brasil, com a pós-crise de 1929 e a Revolução de 1930 (O GIZ E A GRAXA,
1992, p. 58).
Seu princípio era “produzir mais e produzir melhor em um lapso de tempo curto” (MICELI, 1992,
p. 138).
Conforme Vidigal Moraes (1996, p. 141), Roberto Mange defendia a formação especializada
e esta posição se identificava com as concepções dos liberais reformadores juntamente com seus
aliados, ou seja, os educadores da renovação educacional, também conhecidos como os Pioneiros da
Escola Nova.
As atividades desenvolvidas por Mange, Simonsen e seus colaboradores do Centro
Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional passam a ganhar amplitude. A consequência foi a
criação de uma nova estrutura de ensino industrial que mesclando os interesses dos industriais e a
experiência dos técnicos envolvidos, recebeu o nome de Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI) por meio do Decreto-lei nº 4.936, de 7 de novembro de 1942. Anteriormente a
esse decreto, o SENAI era uma sigla que significava Serviço Nacional de Aprendizagem dos
Industriários (FERRO, 2003).
Uma corrente apoiada pela Federação das Indústrias de São Paulo defendia a implantação de
um sistema de aprendizagem industrial diretamente ligado à indústria e suas necessidades práticas.
Esta corrente tomava como base a, então, Escola Profissional Mecânica do Liceu de Artes e Ofícios
e do Serviço de Ensino e Seleção Profissional de Ferro Sorocabana que tiveram experiências bem
sucedidas. Essas experiências foram a base para a estruturação do SENAI.
O Ministro da Educação, Gustavo Capanema, delegava ao SENAI a formação profissional
dos aprendizes. Em sua concepção havia necessidade de que a educação industrial não se
preocupasse apenas em prover a preparação técnica do trabalhador, mas também, dar importância
em preparar o seu lado humano. Para o Ministro, a educação profissional não deveria transformar o
indivíduo em homem máquina, mas ao mesmo tempo, trabalhar sua formação técnica e humana, ou
seja, preocupar-se com seu lado moral, cívico e patriótico, “o que quer dizer que o principal
critério da formação do trabalhador nacional tem que ser precisamente este – o de atingir, a um
tempo, a sua preparação técnica e a sua formação humana” (SCHWATZMAN, S. et al, 1984, p.
240).
Nesse ínterim, projetos sobre educação profissional foram apresentados e dentro da chamada
Reforma Capanema, em 22 de janeiro 1942, o Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários
(SENAI) foi criado.
Um ano antes, 1941, Roberto Simonsen, Euvaldo Lodi e Valentim Bouças foram
convocados por Getúlio Vargas para definirem as estruturas do sistema de formação profissional
para um novo projeto de lei. Para desenvolver tal trabalho, Roberto Mange, João Luderitz e
Joaquim Fariam Góes Filho, técnicos experientes, foram convidados a prover a ajuda necessária.
Criaram então, o Serviço Nacional de Seleção, Aperfeiçoamento e Formação dos Industriários
(SENAFI) o qual oferecia cursos que não formavam de modo completo o seu aluno como, também,
não atendiam de forma satisfatória as aspirações dos empresários. Dessa maneira, em 1942, Getúlio
Vargas assinou o decreto nº 4.048.
O SENAI foi fundado em meio a um avanço industrial brasileiro e consequente crescimento
na demanda de mão-de-obra. Era necessária uma mão-de-obra preparada e qualificada que
atendesse às exigências do mercado industrial.
Esta instituição veio com o objetivo de dar uma resposta rápida no que tange à preparação
do trabalhador industrial. Dessa forma, o Sistema SENAI procurou suprir primeiramente as
demandas mais urgentes criando os Cursos de Emergência de curta duração que eram: mecânica,
caldeiraria, ferraria, solda, fundição e eletrotécnica. Como destacado pela autora Marcílio (2005)
“essa entidade achava-se subordinada diretamente à Confederação Nacional da Indústria e era
administrada por um Departamento Nacional e por Departamentos Regionais” (MARCÍLIO, 2005,
p. 286).
Segundo o Relatório de 1948 editado pelo Departamento Nacional (DN), o SENAI, desde a
sua criação, já apresentava três fases notadamente distintas. Destaca-se que “a primeira veio com a
implantação inicial do Departamento Nacional e dos órgãos locais e com o estabelecimento de
escolas de emergência em prédios alugados, desprovidos de oficinas” (RELATÓRIO DE 1948 apud
MICELI, 2002, p. 25). Mesmo assim, desprovidos de locais de oficinas, o Relatório sublinha que
esta fase abriu as portas para uma arrancada inicial das atividades e permitiu também “uma tomada
de contato com as empresas industriais e com todos os problemas de matrícula dos menores”
(RELATÓRIO DE 1948 apud MICELI, 2002, p. 25).
O Decreto-lei nº 4.048, sustentava as atividades dessa instituição, inicialmente, arrecadando
2 mil réis mensais por empregado das empresas filiadas à Confederação Nacional da Indústria. Mais
tarde, em 1944, houve um rearranjo neste sistema, o qual passou a arrecadar cerca de 1% do valor
total da folha de pagamento das indústrias, conforme o Decreto nº 6.246.
A segunda fase é caracterizada pela compra de terrenos, pois havia necessidade de
construírem prédios adequados para o desenvolvimento dos programas de ensino profissional.
Nesses novos prédios foram incluídas oficinas de aprendizagem e os cursos passaram por uma
organização e reformulação.
Após seis anos de sua criação, a terceira fase é classificada como a ação em profundidade e,
segundo o Relatório de 1948, nesta fase, o objetivo era dar atenção especial ao problema da
qualidade de ensino, do rendimento escolar e também adequar os cursos de forma a atender às
exigências das indústrias.
O SENAI ganha importância às vistas do Estado quando este passa a se responsabilizar pela
organização e administração, no Brasil, de todas as escolas de aprendizagem para industriários.
Por meio do decreto – lei nº 5.091, o SENAI passa a definir o conceito de aprendiz como o
trabalhador maior de 14 anos e menor de 18 anos. O tempo entre a idade que o adolescente
completava o ensino primário e aguardava ingressar no SENAI aos 14 anos ficou conhecido como
hiato nocivo, isto é, período de 2 anos vazio e prejudicial.
O hiato nocivo correspondia a um intervalo de cerca de 2 anos em que o jovem deixava de
estudar, por volta dos 12 anos, e ainda não podia trabalhar. De fato, a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) mostra que,
apenas com 14 anos completos um menino poderia ser contratado por uma
indústria, na concepção de aprendiz. Por outro lado, o ensino primário, único ao
alcance das famílias de baixa renda, na época, liderava grande contingente de
alunos com cerca de 12 anos (O GIZ E A GRAXA, 1992, p. 70).
Diante dessa situação, o SENAI elaborou uma nova proposta a fim de solucionar essa
“quarentena” onde o indivíduo permanecia, tal como numa fase de espera, estagnado duma
evolução intelectual e também de uma preparação para o trabalho. Elaboraram-se, assim, os cursos
vocacionais cuja finalidade era desenvolver nos discentes atividades manuais, melhorar seu capital
cultural e orientá-los na escolha de uma profissão segundo suas aptidões.
Em 1948, já presente em 18 Estados brasileiros, oferecia 431 cursos de formação de artífices
e 30 de aperfeiçoamento, além de outros 145 cursos de outras modalidades. Nesta mesma década, o
DN “assegurava a oferta de cursos de aperfeiçoamento a professores e instrutores das unidades
regionais, enviando-lhes, periodicamente, técnicos graduados” (MICELI, 2002 p. 31). Essa
sistemática trouxe grande benefício, pois permitia uma troca de experiência entre as unidades
possibilitando a identificação das deficiências, constituindo-se em mecanismo de constante
avaliação em âmbito institucional e também contribuiu para a formação complementar mais
aprofundada do corpo docente.
Ainda na época da criação desta instituição, nota-se a necessidade de uma unidade de
diretrizes e de política educacional, mesmo sob a ótica de um sistema flexível e adaptável às
variedades de cada região industrial do Brasil.
Com respeito ao ensino, competiam ao DN as seguintes tarefas:
(a) desenvolver estudos para identificar as necessidades de mão-deobra e mercado de trabalho no setor industrial; (b) propor ao Conselho
do Senai, segundo as necessidades indicadas por tais estudos, quais
cursos deveriam ser mantidos pelo Senai, o que incluía a elaboração
de programas, a coordenação e o controle de seu funcionamento; (c)
estabelecer as diretrizes gerais do ensino industrial, em âmbito
nacional; (d) oferecer assistência técnica aos Departamentos
Regionais para elaboração de material didático e provas de avaliação,
assim como para aperfeiçoamento de docentes; (e) oferecer
assistência técnica aos Departamentos Regionais para implantação de
novos cursos ou oficinas de ensino; (f) elaborar as provas finais dos
cursos e (g) desenvolver pesquisas sobre temas ligados à educação no
campo da aprendizagem, além de colher e analisar dados estatísticos
reveladores de realizações e rendimentos escolares (MICELI, 2002, p.
34).
Já na esfera administrativa coube ao DN a responsabilidade pelo controle financeiro e
contábil, pelo patrimônio e também pelas diretrizes gerais do SENAI, em termos nacionais.
O DN viu a necessidade de oferecer também cursos de preparação adequada ao corpo
docente. Esses cursos receberam o nome de Curso de Quadros, um curso de seis meses cujo
objetivo era preparar instrutores e professores para serem educadores do SENAI. Essa preocupação
com os instrutores e professores não se deu somente por parte desta instituição, mas também por
parte da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A OIT, também treinou os administradores,
trabalhou na elaboração de material didático, na organização de cursos e no aperfeiçoamento dos
métodos de ensino. Além disso, ela mandou à Europa, a fim de conhecer o sistema de ensino
técnico e os processos de aprendizagem nas empresas européias, os diretores, técnicos e instrutores
do SENAI como estagiários.
Com a eleição de Juscelino Kubistschek (1956 – 1961) para Presidente da República, seu
governo promoveu a industrialização do país que ocorreu de forma “rápida” 2. Diante disso, o
SENAI teria que novamente se atualizar para suprir as demandas.
Para solucionar os novos problemas de mão-de-obra, o GEIA (Grupo Executivo da Indústria
Automobilística) firmou, em 1958, um Acordo Básico de Treinamento com a participação dos
Sindicatos das Indústrias de Veículos Automotores e de Autopeças, o SENAI, a Confederação
Nacional da Indústria, e da Federação das Indústrias de São Paulo.
Conforme nos informa o próprio SENAI “a partir deste Acordo Básico, o SENAI – SP
desenvolveu programas especiais para formar operários, mestres, supervisores e auxiliares
técnicos e administrativos em várias empresas” (SENAI, 1992, p. 34). Porém, não parou por aí,
entre 1958 e 1962 houve uma amplificação de sua programação de treinamento. Esta instituição
reativou os cursos noturnos que sofreram fortes impactos durante a II Grande Guerra e, passou a
oferecer o primeiro curso de formação técnica no segundo grau, na habilitação têxtil.
Como vemos na história brasileira, na década de 1970, a industrialização continuou
crescendo e, com ela, também o Sistema SENAI. A partir de 1973 foram criados pela instituição, os
Centros de Treinamento (CT) e as Unidades Móveis (UM). Sobre esta última, a Comunicação/Senai
fez o seguinte destaque em 1975, página 03:
O SENAI – SP, no propósito de levar os benefícios de ensino
profissional às regiões distantes, onde poucos têm condições de sair
em busca de uma escola, criou uma nova e mais eficiente fórmula, as
Unidades Móveis, que nada mais são do que escolas móveis de fácil
locomoção, que podem ser levadas de cidade para cidade, permitindo
assim, aos que trabalham em locais distantes dos centros escolares,
atualizarem os seus conhecimentos e obterem uma técnica
profissional condizente com a realidade industrial brasileira (SENAI,
1992, p. 40).
Quanto aos Centros de Treinamento, sua proposta era prover a preparação, a prazo
relativamente curto, de mão-de-obra qualificada necessária à demanda do mercado de trabalho. Tais
Centros foram implantados em 1973.
Já em 1977, houve uma evolução absoluta da capacidade de atendimento, conforme menciona
o DN. Havia 301 unidades distribuídas pelas 5 regiões do Brasil, sendo que 158 foram construídas
somente na região sudeste. Essa evolução “deveu-se, basicamente, ao encolhimento das ações
desenvolvidas pelos programas de acordo de isenção com as empresas e convênios com órgãos
públicos” (MICELI, 2002, p. 55).
2
O Prof. Dr. Paolo Nosella considera que a industrialização brasileira foi tardia, lenta, rarefeita e agressiva.
Em relação a matrículas, estas chegavam a quase 600 mil. E neste mesmo ano, o SENAI se
dedicou a estudos e programas de assistência técnica o que contribuiu para o aumento de matrículas
nos cursos que eram oferecidos por acordos de isenção com empresas. Nos cursos de qualificação
para trabalhadores adultos, principalmente, foram matriculados cerca de 140 mil alunos somente em
1979. E assim, no fim da década de 1970, somava-se um total de 326 unidades operacionais
distribuídas pelo país.
Com quase 40 anos de crescimento no Brasil, o SENAI enfrenta a forte crise econômica dos
anos 80. O país passava por altas inflações que atingiam 211% e uma queda acentuada na produção
de -3,9%. Um outro problema era o crescimento do desemprego que subira para 28,4% contra
apenas 2,8% do crescimento da população economicamente ativa.
Mesmo diante desse quadro, o SENAI não deixou que influências negativas do sistema
econômico destruíssem o seu importante papel como instituição profissional construído ao longo de
sua história. O DN passou a implantar “propostas de aperfeiçoamento dos métodos do sistema
modular na formação profissional, criada como uma resposta imediata à satisfação do mercado de
trabalho” (MICELI, 2002, p. 60). Com base nos estudos de Miceli (2002), foram desenvolvidos 30
programas e 115 projetos, os quais tinham as metas de expandir e melhorar os Programas de
Formação Profissional do SENAI e a Assistência Técnica às Empresas Industriais.
De acordo com dados do SENAI, passados os anos de crise, em 1985, o Sistema atingia por
volta de 600 unidades operacionais atuando em 1.900 municípios e com cerca de 7 milhões e meio
de alunos.
Em 1992, o DN definiu as diretrizes que norteariam as linhas de ação do Planejamento
Estratégico e Integrado do Sistema SENAI para os próximos cinco anos (1993 –1997). Segundo o
Relatório do Departamento Nacional (1993), o compromisso do Senai com este planejamento foi
“como um marco na administração institucional, sempre em busca de melhor desempenho e de
oportunidades para maximizar resultados, elevando, consequentemente, a qualidade dos serviços e
produtos” (RELATÓRIO DE 1993 apud MICELI, 2002, p. 75). Quanto aos resultados desse novo
planejamento destaca-se a criação dos Centros Nacionais de Tecnologia (Cenatecs) em 1993.
Afirmava-se que nesses Centros estava o futuro tecnológico da instituição, pois eles atuariam como
força motriz no avanço tecnológico.
Já em 1997, o SENAI apresenta uma nova estrutura, um novo modelo organizacional, visando
a
proporcionar maior flexibilidade organizacional e adequação a mudanças
estratégicas, aperfeiçoando a comunicação interna e melhorando a capacidade de
resposta aos clientes e a interação entre pessoas e equipes (MICELI, 2002, p. 77).
Além disso, desenvolveu cursos de nível superior com graduação e pós-graduação.
Portanto, podemos concluir que desde a criação do SENAI, em 1942, este vem aperfeiçoando
os seus cursos oferecendo a melhor educação possível aos alunos de tal forma a atingirem os
requisitos exigidos pelo mercado de trabalho. O percurso dessa escola é caracterizado por inovações
e renovações no processo de ensino-aprendizagem, explicando o valor educacional que esta
instituição conquistou ao longo dos anos.
CAPÍTULO 2
1. – Formação do aluno SENAI: teoria e prática
Durante a Baixa Idade Média havia uma hierarquia bem definida que organizava a relação
entre os educadores e os aprendizes nas Corporações de Ofício. A hierarquia também definia as
atribuições nessas Corporações, organizando-se da seguinte maneira: 1º) mestres; 2º) aprendizes;
3º) operários.
O aprendiz, um rapaz entre 12 e 14 anos de idade, era entregue aos mestres artesãos. Este
jovem, então, passava a morar na casa do seu mestre, onde prestava serviços domésticos. A
recompensa ocorria em forma de troca, ele recebia alimentação, roupas e instrução no ofício. Além
disso, na fase final de aprendizagem, o aprendiz passava a receber salário e ferramentas, bem como
tinha direito de receber uma doação em dinheiro para financiar o seu início de carreira independente
(SENAI, 1992, p. 97).
O processo de ensino-aprendizagem se dava na intimidade cotidiana. Durant (s. d.) destaca
que neste cotidiano “a vida em família e as relações de trabalho não tinham uma fronteira
nitidamente delimitada. O mestre tinha amplos poderes para disciplinar o aprendiz” (DURANT, s.
d., p. 636 apud SENAI, 1992, p. 97).
Quanto a essa relação de ensino-aprendizagem, Manacorda (1989) salienta que
Os aprendizes (...) são para todos os efeitos discípulos, e os próprios nomes (...)
expressam claramente uma relação educativa: magistri e discipuli. Estes últimos
participam do trabalho, mas visando a aquisição dos conhecimentos e das
habilidades da profissão. Aqui não há separação entre o trabalhar e o aprender;
uma coisa é também outra, de acordo com as características imutáveis de toda
formação através de aprendizagem, própria, em todos os tempos e lugares, a
quaisquer atividades imediatamente produtivas. Os adolescentes aprendem não
num lugar separado do lugar de trabalho dos adultos. Não é uma escola do
trabalho, pois o trabalho é a escola; somente se vão acrescentando a eles os
aspectos intelectuais (MANACORDA, 1989, p. 162).
Ao longo dos tempos, foram ocorrendo transformações nas relações de trabalho, porém
podemos notar que no século XX o modelo medieval ainda se impunha como referência obrigatória,
no sentido de tornar impossível abortar a experiência dos mestres e aprendizes medievais na
educação profissional, conforme mencionado no livro O Giz e a Graxa (1992).
Essa fase histórica tão importante influenciou a Carta da Constituição de 1937 que impunha
às indústrias e a sindicatos econômicos criar no âmbito de sua especialidade, instituições escolares
de aprendizes. As vagas nestas escolas acabaram sendo destinadas aos filhos de seus operários ou de
seus associados como, por exemplo, ocorreu no SENAI.
O aluno SENAI era encarado como um pequeno operário relativamente independente. Mas
quem era esse aluno SENAI na década de 1940? Segundo as pesquisas realizadas pelo Profº
Antonio D`Ávila, o aluno SENAI, nesta década, é considerado um adolescente comum, porém
explica que apresenta ponto de convergência de influências deformativas da personalidade, tais
como: “falta de assistência familiar, trabalho desinteressante, má habitação e alimentação,
ambientes inadequados, convívio demorado com adultos deseducados precocidade de
responsabilidade, etc” (D`AVILA, 1946 apud SENAI, 1992, p. 102).
Este operário, ainda que menor, sabia se comportar dentro da fábrica como um homem o
qual produzia e ganhava seu salário. Por esse motivo, o aluno SENAI angariava um diferencial em
relação àqueles que frequentavam outras instituições escolares industriais ou secundarias.
Embora, as Leis Orgânicas tivessem aberto caminho para que o ensino oficial ministrasse
formação de vários tipos, seu aluno não seria instruído da mesma forma que um aluno matriculado
num Sistema SENAI, pois não apresentava condições de comandar o treinamento rápido de mãode-obra que atendesse o mercado em expansão. Ao analisar esse contexto, Romanelli (1986) destaca
que:
Se a escola tentasse dar, além de formação técnica básica, também o treinamento,
ela teria de passar por uma constante “reciclagem”, com revisão cotidiana de
conteúdo, método, aparelhamento etc., o que seria impossível para o sistema. Por
outro lado, a preparação elementar, que pode e deve dar os cursos de
aprendizagem, também tem de sofrer “reciclagem” constante, o que onera
demasiadamente o sistema escolar. (ROMANELLI, 1989, p. 168).
Podemos, portanto, compreender porque seria inviável que a educação profissional fosse
ministrada pelo ensino oficial, pois frente a um cenário de constantes transformações, o sistema
educacional obviamente deveria passar também por renovações frequentes, ou seja, deveria haver
um processo de “reciclagem”, assim como mencionou a autora.
É por esse motivo que, tanto o SENAI como o SENAC tiveram mais oportunidades de obter
êxito na preparação de mão-de-obra e, também, ao se compromissarem com a preparação elementar
e rápida oferecida por cursos de aprendizagem. Porém, o percurso histórico do SENAI não se
construiu somente de sucessos.
Visto que, na década de 1950, o SENAI enfrentava dificuldades para contratar instrutores de
nível profissional elevado, a crítica que se fazia era em âmbito qualitativo educacional. Conforme
salienta Morelli (1991), nem todos os instrutores tinham um conhecimento técnico razoável para ser
instrutor. A fonte de auxílio principal nesse caso eram as apostilas, que se não fosse por elas, o curso
passaria em vão (MORELLI, 1991 apud SENAI, 1992, p. 123).
O despreparo do instrutor culminava em má formação do aluno SENAI o qual via seu
instrutor como modelo. Sendo assim, os resultados desencadeavam uma série de críticas referentes
ao aluno no mercado de trabalho. Alguns empresários mencionavam que os alunos não
desenvolviam a autonomia, não tomavam iniciativa e não eram criativos. Nesse cenário o que se
podia concluir era que, havia extrema necessidade e urgência de um novo perfil de aluno, bem
como novos métodos de ensino-aprendizagem. Porém, nem sempre é possível prover respostas
rápidas e satisfatórias aos problemas existentes. O sistema educacional do SENAI passou por esse
impasse.
Aplicar mudanças não significou apenas alterar o currículo, modificar o material didático e
treinar o corpo docente em técnicas específicas. Foi mais que isso, envolveu “mudança de
“postura”, tanto por parte dos dirigentes e técnicos quanto por parte dos docentes. Isso significa
quebrar procedimentos, atitudes, crenças, métodos, rotinas de trabalhos cristalizados há décadas”
(SENAI, 1992, p. 124). Além disso, uma luta teve que ser travada a fim de combater certas atitudes
e comportamentos engendrados ao longo do percurso desta instituição que são, evidentemente,
reflexos do contexto histórico, da moral e das idéias vigentes na sociedade.
É importante destacar que essa “mudança de postura” não implicou na rejeição dos métodos
pedagógicos tradicionais utilizados no processo de ensino-aprendizagem. O que sinalizavam era a
necessidade de desenvolverem novas estratégias de trabalho de aplicação das Séries Metódicas
(como veremos adiante). Era preciso mais agilidade e, abrir margem para que o instrutor tomasse
mais iniciativa.
Com o surto da industrialização na década de 1970, tanto os dirigentes quanto os professores
do SENAI sentiram a necessidade de adquirirem conhecimento das novas técnicas engendradas no
mercado e incorporá-las na instituição. Era de grande importância buscar sua atualização para que o
SENAI pudesse continuar mantendo o equilíbrio SENAI – Indústria, visto que no início de 1970 a
escola ainda estava trabalhando com montagem de rádio a válvula, por exemplo.
Diante de uma nova organização de mercado, aligeirou-se o processo de adaptação da infraestrutura de suas oficinas às novas demandas do avanço tecnológico. E, assim, as atividades
desenvolvidas foram guiadas por dois caminhos antagônicos, embora complementares, pois houve
um trabalho no sentido de acompanhar a evolução da tecnologia presente e, ao mesmo tempo,
fornecer mão-de-obra seguramente adequada a trabalhar com a tecnologia convencional.
Os métodos de ensino adotados pelo SENAI traziam em seu cerne a concepção de que não
deveria ser o professor o sujeito responsável a inculcar a matéria ao aprendiz, mas sim o próprio
aluno é quem deveria manifestar o desejo de adquirir os conhecimentos. Esse processo envolvia
desvendar o como se desenvolvia e o porquê da prática e da teoria de sua profissão. Nesta
instituição, a aprendizagem era a tarefa primordial.
Segundo os idealizadores do SENAI, seus objetivos só seriam alcançados plenamente
mediante a efetiva integração Escola – Empresa – Comunidade. Em vista disso, as unidades
escolares participavam de forma significativa em todos os movimentos e comemorações de caráter
cívico, cultural e esportivo, principalmente, as comemorações de âmbito nacional ou regional.
A cooperação das empresas na educação profissional de seu futuro trabalhador trazia muitos
benefícios ao SENAI, porém podemos concluir que tais benefícios ocorreram de modo recíproco,
pois conforme é mencionado no Relatório de 1974 publicado pelo SENAI
as empresas oferecem a matéria-prima necessária à execução das tarefas e
recebem produtos semi-acabados ou acabados sem ônus de mão-de-obra; as
unidades escolares tem a oportunidade de proporcionar a seus alunos condições de
trabalho, as mais reais possíveis, bem próximas daquelas que deverão enfrentar,
em sua vida profissional, após a conclusão de seus cursos (RELATÓRIO DE
1974, p. 39).
Porém, não era apenas a oferta de educação profissional ao indivíduo que a instituição
almejava. Era essencial que dentro do SENAI todos demonstrassem pleno interesse nos educandos.
Roberto Mange pôde tornar esse proceder evidente durante uma reunião realizada em janeiro de
1953 na sede do Departamento de São Paulo no momento em que disse “para que o SENAI vença a
batalha da aprendizagem industrial é preciso que se pense em primeiro lugar no aluno, mais uma
vez no aluno, e, finalmente no aluno” (MANGE, 1953 apud SENAI, 1991, p.12). Para Mange, o
objetivo prioritário do SENAI deveria ser educar. Em sua concepção, o aprendiz era
um pequeno operário relativamente independente, que se comporta dentro da
fábrica como o homem que produz e ganha o seu salário. Por isso mesmo, o aluno
das escolas SENAI é completamente diferente daquele que freqüenta as demais
escolas industriais ou secundárias (RELATÓRIO DE 1945, p.10).
Além do mais, o objetivo consistia em que dentro das oficinas do SENAI o aprendiz
recebesse não apenas o conhecimento técnico, mas também que lhe fossem transmitidas uma escala
de valores e atitudes no que tange ao trabalho e à vida em sociedade a partir da atitude de seus
mestres.
Segundo depoimentos3 de alguns alunos, havia um diferencial no ensino-aprendizagem
intramuros do SENAI. Podemos encontrar nitidamente esse diferencial na fala de um ex-aluno da
primeira turma SENAI:
na fábrica, os oficiais nos ensinavam aqueles métodos que eles conheciam, assim
meio brutos, meio violentos. Às vezes não tinham paciência ... eles queriam é que o
serviço saísse e ensinavam de qualquer jeito (...) Agora, o instrutor do SENAI
[ensinava] o método correto. O que eles aprendiam eles nos transmitiam. Tanto na
parte da teoria, quanto na oficina. Era uma coisa boa, uma coisa correta. O
entendimento, a explanação deles para a gente, os cuidados que eles nos ensinavam
a tomar (...) era tudo explicando o mais certo possível (MARQUES, 1991, apud
SENAI, 1992, p. 103).
Ainda outro aluno ressalta que
O instrutor, na oficina, é uma pessoa que incentiva, que educa a gente
profissionalmente, quanto às normas de segurança ... E é também um mestre! Nos
ensina a fazer o trabalho com o máximo cuidado e rendimento, coisas que é preciso
ter numa firma, não é? Ele ajuda o aluno a se integrar e esse é o primeiro degrau
para se ter disciplina em uma fábrica (SENAI, 1992, p. 119).
O SENAI provia uma educação que, conforme seus ideais, o aprendiz pudesse se inserir
corretamente no mundo do trabalho, ou seja, ele provia o passaporte cujos pilares eram perfeição,
limpeza e arrumação para permanecer nesse novo mundo.
Em outros depoimentos, podemos notar a relação que se estabelecia entre instrutor e aluno: a
relação era de pai e filho. Certo aluno mencionou a visão que tinha de seu instrutor nas seguintes
palavras:
O instrutor, para gente, é como um pai! Além de nos ensinar as coisas da prática de
oficina, ele também nos dá uma grande visão da vida lá fora. A gente passa o dia
inteiro no SENAI: à noite, a maioria sai daqui e já vai para a escola. Eu nem vejo
meu pai, dia de semana, só de sábado. Então, eu continuo afirmando, eu considero
o instrutor como um pai (SENAI, 1992, p. 119).
O depoimento de nosso atual presidente Luís Inácio Lula da Silva, ex-aluno do SENAI,
3
Depoimentos extraídos do livro o “Giz e a Graxa”.
também enfoca esse tipo de relacionamento. Em seus registros lemos:
Os instrutores tratavam a gente com muito carinho. Eu não sei como é hoje, mas,
naquela época, a gente tinha no instrutor o espelho de pessoa que a gente queria
ser. Por que eles eram não apenas pessoas mais preparadas profissionalmente, mas
pessoas que se preocupavam quando a gente não fazia uma coisa legal. Ao invés de
dar bronca, vinham conversar, vinham orientar a gente. Então a gente tinha o
instrutor como uma espécie de paizão (SENAI, 1992, p. 120).
Realmente, o professor influenciava fortemente seus alunos e era reconhecido e valorizado
pela maneira com que conduzia suas aulas. Moro, ex-aluno e instrutor, na época, na escola SENAI
de Suzano – SP relata que os estudantes que fizeram SENAI, podiam não lembrar o nome do
professor de português ou matemática, mas não se esqueciam o nome do instrutor (SENAI, 1992, p.
120).
Esse tipo estereotipado de instrutor contribuía fortemente para prover a educação integral do
aluno. Em uma entrevista realizada por José Augusto Bezana em 25 de abril de 1990 registrada no
livro De Homens e Máquinas (1991), Mange mencionou que se o aprendiz não for educado, ele
poderá ser um excelente profissional, capacitado a conhecer a máquina, bem como saber fazer de
tudo. Mas se não for educado adequadamente poderá não compreender o comportamento do patrão.
O objetivo é que este operário seja uma pessoa educada, pois isso faz parte de sua formação
profissional. Além do que, segundo Mange, o SENAI forma uma elite. Sendo assim, uma boa
educação capacitará o sujeito a comandar a indústria (SENAI, 1991, p. 151).
Na visão de Mange, a educação profissional deveria formar
um cidadão, uma personalidade bem ajustada, que pudesse ser colocada a serviço
da comunidade. Não adiantaria ter um profissional bem treinado, cujos objetivos
fossem anti-sociais ou associais (BARROS SANTOS, 1990 apud SENAI, 1991, p.
154).
Por isso, a educação integral era fortemente defendida, pois acima de tudo deveria formar o
caráter do indivíduo, visto que o homem sem caráter não tinha valor na sociedade. O cidadão seria
formado de uma capacitação técnica para, assim, ser útil à comunidade e, jamais se esquecer de sua
responsabilidade para com essa comunidade. Tal educação de caráter humanista envolvia também,
em seu currículo, a assistência médica, odontológica, ajuda física e social. E, ainda mais, nas
palavras Alcântara (1973), a formação integral do aluno dependia do trinômio pedagógico “chave”,
ou seja, o material didático, o método e o docente.
Assim, podemos notar que, a educação profissional integral do aluno considerava não
somente sua formação profissional, como também, considerava o contexto social de tal forma a
educar o aprendiz para a vida em sociedade. Convém salientar também, a relação paternal
desenvolvida entre professor e aluno o qual estimulava o aprendiz a seguir o modelo deixado por
seu instrutor que, além das instruções técnicas, transmitia-lhe os valores morais.
2 - A metodologia da instrução individual
Os princípios educacionais que guiavam o SENAI ressaltavam a importância de desenvolver
o aprendiz em toda a sua plenitude. A concepção era de que com os elementos adquiridos durante o
processo educativo, o indivíduo fosse capaz, conforme comenta Kalil (1971), de integrar-se não só
nas forças de trabalho da nação, mas, também, como cidadão tivesse consciência de suas
necessidades individuais e da coletividade da qual pertencia. Para isso, o aluno deveria portar-se de
maneira adequada em sua instituição de ensino profissional, onde aprenderia a agir, bem como
aprenderia a desenvolver suas virtuosidades.
Frente a um cenário de constantes transformações tecnológicas e, consequentes influências
direta na educação, o SENAI não poderia ficar estagnado no tempo, pois trabalhava em prol de
cumprir seu papel perante a sociedade. Consciente dessa realidade os intelectuais da área
educacional passaram a elaborar um novo método4 de ensino-aprendizagem, foi então, que o aluno
SENAI teve o primeiro contato com o Método de Instrução Individual cuja fundamentação estava
no Método Ativo5 situado dentro de Séries Metódicas Ocupacionais.
A Recomendação nº 117 da Organização Internacional de Trabalho (OIT) enfoca que,
“deveriam preferir-se mais os métodos de formação que requerem a participação efetiva dos
educando, do que aqueles que limitam a atividade dos educandos a executar as lições”
(ALCÂNTARA, 1973, p. 13), ou seja, o ensino deveria estar focado nos métodos ativos.
Kalil (1971) salienta que os métodos ativos, “encaram a infância como uma fase no
processo geral do desenvolvimento do homem e a criança, como ser, funcionalmente, idêntico ao
adulto, mas diferente no que se refere à sua mentalidade” (KALIL, 1971, p. 10). Nessa ótica, o
aprendiz é posto no centro de todo o processo de ensino-aprendizagem, já o docente atua como
agente, guia e orientador de aprendizagem.
Os métodos ativos pautam-se na psicologia experimental, pois dentro desse ramo, o
4
5
Método: 1) procedimento, técnica ou meio de se fazer alguma coisa, esp. de acordo com um plano. 2) modo de agir;
meio, recurso (HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Elaborado no
Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2004, p. 1910).
Ativo: 1) caracterizado pela ação. 2) que é mais dado à ação do que à contemplação; prático (HOUAISS, A.;
VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antônio Houaiss de
Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004, p. 335).
educando é visto como um ser em desenvolvimento e, sua condição para o devido crescimento
físico e intelectual é a atividade, espontânea e natural. E ainda, entende-se que tais métodos
apresentam bases psicológicas no ramo da psicologia genética, sendo que o fio condutor entre todos
os métodos é
a idéia de que, assim como para o desenvolvimento de espírito também implica
num grande esforço de construção, por que a vida mental é uma realidade
dinâmica e a inteligência uma atividade real e que se constrói: tendo como ponto
de partida o educando, buscam estimular e mobilizar os esquemas mentais de
assimilação. As matérias de ensino são, pois, meio e instrumentos através dos
quais se mobilizam os esquemas de assimilação (KALIL, 1971, p. 10).
Para o SENAI a concepção moderna de ensino na década de 1970, seria contemplada pelo
Método de Instrução Individual, justamente por ser um método ativo e, o qual permitia que:

Cada aluno deve ter possibilidade de iniciar a
aprendizagem e terminá-la quando estiver preparado para isso, sem levar em conta
o nível de adiantamento de seus colegas;

O
docente
deve
poder
atender
cada
aluno
individualmente e cuidar, ao mesmo tempo, do grupo todo, oferecendo-lhes
estimulação e despertando-lhes o interesse;

Cada aluno deve receber assistência de que necessita,
sem interferir com o progresso dos demais colegas;

Cada aluno deve progredir de acordo com suas
aptidões, seus esforços e interesse, sem prejudicar ou ser prejudicado pelo
progresso de seus companheiros de grupo (KALIL, 1971, p. 10).
Sob esse método, o número de alunos por professor deveria ser reduzido.
Com base nas pesquisas de Kalil (1971) podemos mencionar algumas características gerais
do método de instrução individual, os quais apresentam as seguintes vantagens:

É flexível, adaptável a situações regionais e a situações
de grupo na oficina;

Possibilita
uma
aprendizagem
mais
eficiente
e
completa, sem que isso implique em um aumento na duração dos cursos já
existentes no SENAI;
(...)

Desenvolve a INICIATIVA do educando para a
execução de outras tarefas, tornando-o cada vez mais confiante quanto às suas
possibilidades;
(...)

Permite, através do uso de FOLHAS INDIVIDUAIS
DE INSTRUÇAO6, maior unidade no ensino de SENAI;

Permite ao educando recordar, durante sua vida
profissional, os conhecimentos adquiridos, através da documentação técnica que
recebe;

Possibilita a integração do aluno e seu reconhecimento
da necessidade e das vantagens do trabalho em grupo;
(...)

Torna o DOCENTE, não apenas um explicador, mas
sim um orientador, um incentivador, enfim, um guia capaz de auxiliar o educando
nas suas dificuldades durante o processo de aprendizagem (KALIL, 1971, p. 15).
Quanto à avaliação, era um processo primordial neste método. O que se requeria era que o
educando participasse e criasse uma consciência auto-avaliativa a respeito de seu aprendizado. Para
os idealizadores do método, essa postura do educando, caso atingisse os objetivos avaliativos,
permitiria ao próprio aluno conhecer a qualquer momento do ciclo da aprendizagem sua situação
real e, assim, conforme o caso, fazer correções necessárias. Portanto, era imperativo que ele
estudasse.
Na visão de Alcântara (1973) “ensinar, em sua verdadeira acepção, é conduzir, orientando,
passo a passo, a aprendizagem do educando; porém, para que o educando aprenda, é necessário
que estude” (ALCÂNTARA, 1973, p. 21).
Uma das características mencionadas quanto ao uso do método de instrução individual, é o
uso das Séries Metódicas Ocupacionais (SMO), isto é, um conjunto de Folhas Individuais de
Instrução. Esse método possibilitava ao professor selecionar a técnica7 de acordo com a capacidade
e o grau de maturidade dos alunos para a qualificação de trabalhadores com níveis relativamente
baixos de escolaridade. Os procedimentos eram os seguintes:
Uma dada profissão é analisada e, neste processo, todas as suas tarefas são
6
7
Folhas Individuais de Instrução era um método adotado pelo SENAI que permitia elevar a quantidade de aprendizes
para cada professor sem, portanto, declinar da qualidade do ensino.
Técnica: 1) conjunto de procedimentos ligados a uma arte ou ciência; 2) maneira de tratar os detalhes (…) ou de
usar os movimentos do corpo (…); 2.1) destreza, habilidade especial para tratar esses detalhes ou movimento
(HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antônio
Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004, p.
2683). Entende-se por técnica, segundo Dickson (1978, p. 2) o “ato de aplicar os conhecimentos, diretamente ou
com a ajuda de uma ferramenta ou máquina”.
esmiuçadas. Essas operações elementares são então aplicadas a uma sequência de
projetos práticos. O projeto inicial exige a execução das operações mais simples e
o seguinte incorpora outros e repete o primeiro (SENAI – SP, 2007, p. 72).
Ao finalizar a tarefa, o aprendiz teria que dominar todas as principais tarefas de sua
profissão. Caso isso ocorresse, o objetivo teria sido alcançado.
O SENAI implantou as SMO com uma amálgama de componentes manuais, tecnológicos e
conceituais. Dessa maneira, antes de frequentar as oficinas, o aprendiz permanecia o mesmo
período de tempo se dedicando ao estudo da tarefa que iria desempenhar. Tal estudo envolvia a
leitura, a escrita passo a passo do que seria necessário para sua execução como, também, envolvia
preparar o projeto que teria de seguir na oficina. É importante destacar também que, cálculos
matemáticos, estudos das ferramentas e dos processos tecnológicos estavam inseridos nessa fase
preparatória.
Segundo os dirigentes do SENAI “as séries metódicas são muito mais do que um método de
ensino de destreza e de técnicas manuais – a arquitetura das mesmas está permeada por fortes
componentes conceituais e de teoria” (SENAI – SP, 2007, p. 72). Dado a sua relevância, grande
parte das profissões ministradas pelo SENAI pautaram-se neste método, que inicialmente
necessitava, impreterivelmente, de um alto investimento, mas depois permitia uma atualização de
relativa facilidade.
No inicio dos anos 1960 com as novas necessidades da indústria, revelou-se o descompasso
SENAI – Indústria. Visto que se tornava evidente a importância de uma “mudança de postura” na
década de 1950, o Departamento Nacional juntamente com os Departamentos Regionais deram
início a uma revisão do ensino. Sendo assim, em 1962 foi implantado uma nova Série Metódica
pautada numa metodologia mais moderna. As SMO deixavam de serem compostas apenas por
“folhas de instrução” ou de “tarefa” para acrescentarem as “folhas de operações”, criando, assim,
um momento para o Estudo Dirigido.
O Estudo Dirigido, a exemplo de estudos por meio de Folhas Individuais de Instrução, cujo
objetivo era tanto desenvolver nos alunos hábitos de estudo como a capacidade de aprenderem por
si mesmos, era um momento em que o aprendiz fazia seu trabalho de planejamento, ou seja, o Plano
de Trabalho de Oficina (PTO). A idéia regente, em tal método, era de que o professor não ensina,
mas, sim, ajuda o educando a aprender. Como salienta Belizário (1991)
Nessa técnica de estudo dirigido, o instrutor apenas coordenava os trabalhos e, na
época, nenhum estava preparado para isso. Então, passei a fazer o treinamento dos
instrutores para esta nova metodologia. (...) Este trabalho de aplicação da nova
Série Metódica, mais o treinamento dos demais instrutores, durou cinco anos, de
1962 a 1967 (BELIZÁRIO, 1991 apud SENAI, 1992, p. 74).
Mais uma vez, o SENAI volta-se ao busilis: buscar o equilíbrio SENAI – Indústria o que
envolvia prover aperfeiçoamento ao corpo docente, o qual se dedicaria a preparar, adequadamente,
o aluno operário razão de ser da instituição. Para isso, era necessário a atualização teórica e prática
de seus profissionais de ensino, bem como a metodologia utilizada por eles, pois o setor industrial
se modificava rapidamente e, se essa questão não fosse considerada, a consequência fatal seria a
formação de profissionais com habilidades obsoletas para o mercado de trabalho.
Outro método de aprendizagem assinalada, pelo próprio SENAI, como vital é a chamada
“Aprendizagem Motriz” baseada no uso da repetição constante da mesma atividade com a
orientação do instrutor. Por meio do treino, os movimentos do aprendiz passam a ser automáticos
desenvolvendo-se, então, um hábito motor. O objetivo era:
Lembrar e utilizar até a formação de um hábito. Um hábito que se aprende e
ensina, até que o aprendiz reproduza sozinho as lições e, por sua vez, também
ensine, para que a lembrança, transformada em experiência, possa reproduzir e
multiplicar as ações do trabalho (SENAI, 1992, p. 12).
E quanto à ação do professor, este teria que agir como um estimulador e guia dos aprendizes,
controlando também os resultados de sua tarefa. Certo aluno se recorda da maneira em que os
professores os orientavam. Em suas palavras podemos até mesmo visualizar: “Toma cuidado com
isso, toma cuidado com aquilo ... o jeito deles ensinarem era ... superbacana! Eles procuravam
fazer o mais certo possível”(SENAI, 1992, p. 121).
Após a conclusão do curso no SENAI, o aluno recebia, então, o seu “certificado de
aprendizagem”, que anteriormente a década de 1950 era a “carta de ofício”. O “certificado de
aprendizagem” era apropriado, pois sob o novo paradigma, o aluno continuaria e concluiria sua
formação profissional na fábrica, onde se tornaria um operário qualificado8 para a produção.
Estes são os meios pelos quais o SENAI utilizou a fim de prover uma educação adequada ao
educando, fazendo valer os seus objetivos – educação integral. Esse processo envolvia uma
educação que diferenciaria o aluno SENAI de um aluno formado em outra instituição de educação
profissional, ou seja, uma formação profissional que formava o sujeito em sua plenitude. Para isso
nunca perdeu de vista as inovações tecnológicas do mercado, fazendo, assim, uma ligação direta
com seus métodos de ensino-aprendizagem.
8
No SENAI o operário qualificado era “aquele que exerce funções qualificadas, isto é, requer uma formação
metódica e sistemática, aliando conhecimentos técnicos a uma cultura geral mais desenvolvida. É a união do
trabalho com a cultura técnica” (SENAI, 1991, p. 131).
Considerações Finais
“mais do que a grandeza dos números, contudo, importa considerar o seu sentido e
evidenciar que a criação do SENAI representou uma das mais significativas e
eficazes vitórias da elite industrialista, possibilitando a organização de um vasto
sistema nacional, destinado à formação e reposição de mão-de-obra para o setor
produtivo”.
(MICELI, 1992. p. 152).
Podemos depreender que quando o SENAI passou por dificuldades quanto à formação
adequada tanto de seus instrutores quanto de seus aprendizes, não permaneceu na mesma estrada,
mas tomou as devidas providências sem deixar que os elogios, antes lhe atribuído, se transformasse,
daquele dia em diante, em ferrenhas críticas. Nem tampouco permitiu que tais elogios o enlaçassem
de tal forma que acreditasse, ou fizesse com que a sociedade acreditasse, que tudo estava
caminhando como antes sem impasses no processo de ensino-aprendizagem.
Os dirigentes do Sistema SENAI reconheceram e aceitaram o mais rápido possível que
deveriam passar por modificações até mesmo do próprio conceito de ensino-aprendizagem. De
acordo com Eizirik (2001)
A não aceitação da mudança, a estagnação, pode constituir-se numa doença
institucional; até, talvez, pudéssemos lhe dar um nome – narcisismo institucional
–, pois assim como Narciso, a instituição deseja ficar se olhando na superfície da
água e reconhecendo sempre a mesma figura, não admitindo qualquer
transformação (EIZIRIK, 2001, p. 99).
O SENAI, ao longo de sua história, batalhou para que o seu objetivo não fosse ofuscado
devido às constantes transformações que ocorriam na sociedade, principalmente no setor industrial
e, embora tenha enfrentado algumas dificuldades, soube remodelar seus métodos de ensino e voltar
a manter o equilíbrio SENAI – Indústria. Inovações e renovações eram realizadas a fim de,
continuamente, ofertar uma educação adequada, tanto a professores quanto aos aprendizes de tal
forma a diferenciar o aluno SENAI no mercado de trabalho com sua formação integral.
O ideal de uma educação integral, preconizada por Roberto Mange e seus apoiadores, estava
presente nos princípios formadores desta instituição. A educação deveria formar um novo cidadão
consciente de sua responsabilidade para com a comunidade e, não apenas um profissional
conhecedor das técnicas de seu ofício, ou seja, ele seria formado para viver em sociedade de forma
genérica. Além do mais, o corpo docente deveria pensar sempre no aluno que era a razão de ser da
escola. Por meio de dados dos depoimentos de ex-alunos e ex-professores, concluímos que,
realmente, os professores visavam, em boa parte do período pesquisado, a educação e o bem estar
do aprendiz, visto que os próprios alunos o rotulavam como “pais”.
A meu ver, o tema “SENAI formando seus aprendizes”, escolhido por mim para este
Trabalho de Conclusão de Curso, foi um tema muito interessante e de grande relevância para minha
formação acadêmica, pois voltei a vários assuntos estudados a respeito de formação profissional ao
longo dos quatro anos de curso e ampliei meu conhecimento nesta linha – educação e trabalho – que
tanto me interesso. E, o mais importante foi adquirir maior conhecimento sobre a história e a
filosofia educacional do SENAI.
Portanto, para que mais pesquisas possam ser realizadas tomando o SENAI como referência,
deixo algumas perguntas que foram surgindo durante a elaboração do meu trabalho: Foi possível
formar o aluno SENAI em sua plenitude tal qual os ideais de Mange? E hoje, como o aluno SENAI
é encarado no mercado de trabalho? Ainda é possuidor de um diferencial pelo fato de ser formado
nesta instituição de educação profissional? Qual a relação que se estabelece entre professor e aluno
atualmente? E, ainda: Visto que o SENAI permanece como uma instituição de alta qualidade,
convém pesquisarmos como ele integra, hoje, Escola – Empresa – Comunidade.
REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA, A de. Aplicação de Séries Metódicas Ocupacionais. SENAI – SP, 1973.
CUNHA, L. A. C. R. da. Política Educacional no Brasil: a profissionalização no Ensino Médio.
Rio de Janeiro: Eldorado Tijuca Ltda (s. d.).
DICKSON, D. Tecnologia alternativa. S.I., Blumes ediciones, 1978, p. 2.
EIZIRIK, M. F. Processos autodestrutivos nas instituições. In: EIZIRIK, M. F. Educação e Escola:
a aventura institucional. Porto Alegre: AGE, 2001, cap. 08, p. 95 – 105.
FERRO, M. E. A História do ensino técnico-industrial em Rio Claro (SP): da escola
profissional masculina ao SENAI (1920 – 1985). São Carlos: UFSCar, 2003.
FONSECA, C. L. da. História do Ensino Industrial no Brasil. Rio de Janeiro: SENAI/DN/DPEA,
1986, v. 5.
KALIL, N. L. O SENAI e a sua metodologia de ensino. SENAI, Rio de Janeiro: Brasil, 1971.
MANACORDA, M. A. A educacao na Baixa Idade Média. In: ____________ História da
educacao: da Antiguidade aos nossos dias. 12ª ed. Sao Paulo: Cortez, 2006.
MARCÍLIO, M. L. Ensino Secundário Profissional: 1930 – 1990. In: História da Escola em São
Paulo e no Brasil. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Instituto Fernand Braudel,
2005.
MICELI, P. Além da Fábrica: o projeto industrialista em São Paulo, 1928 – 1948. São Paulo:
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, 1992.
_________. Histórias e percursos: o Departamento Nacional do SENAI (1942 – 2002). Brasília,
2002.
RIBEIRO, M. AR. O Ensino Industrial: memória e história. In: STEPHANOU, M; CAMARA
BASTOS, M. H. (orgs) Histórias e Memórias da Educação no Brasil, vol III: século XX.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2005, cap. 15, p. 209 – 228.
ROMANELLI, O. de O. História da Educação no Brasil (1930/1973). 8ª ed. Petrópolis: Vozes,
1986.
SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a Formação Profissional. vol. 1. Projeto
Memória SENAI –SP, 1991.
SENAI. O giz e a graxa: meio século de educação para o trabalho. São Paulo: SENAI, 1992.
SENAI-SP. Relatório de 1945. São Paulo, 1945
SENAI-SP. Relatório de 1974. São Paulo, 1974.
SCHWARTZMAN, S; BOMENY, H. M. B; COSTA, V. M. R. O Ensino Industrial. In: Tempos de
Capanema. Rio de Janeiro: Paz e Terra; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1984, cap.
08, p. 231 – 245.
VIDIGAL MORAES, C. S. Ensino Médio e Qualificação Profissional: uma perspectiva histórica.
In: BRUNO, L. (org) Educação e Trabalho no Capitalismo Contemporâneo. São Paulo, Ed.
Atlas, 1996.
BIBLIOGRAFIA
BUFFA, E; NOSELLA, P. A Escola Profissional de São Carlos. São Carlos: EdUFSCar, 1998.
NOSELLA, P.; BUFFA, E. A Escola SENAI de São Carlos, 1951 – 2001: Um Leonardo
Mutilado. Projeto de Pesquisa. PPGE: UFSCar e UNINOVE, 2007.
FONSECA, C. L. da. História do Ensino Industrial no Brasil. Rio de Janeiro: SENAI/DN/DPEA,
1986, v. 2.
GUSDORF, G. Professores para quê? Para uma pedagogia da pedagogia. 4ª ed. Lisboa: Moraes
Editora, 1978.
NOSELLA, P.; BUFFA, E. A Escola SENAI de São Carlos, 1951 – 2001: Um Leonardo
Mutilado. Projeto de Pesquisa. PPGE: UFSCar e UNINOVE, 2007.
SANTOS, J. A. dos. A trajetória da Educação Profissional. In: LOPES, E. M. T; FARIA FILHO, L.
M; VEIGA, C. G. 500 anos de educação no Brasil. 3ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
APÊNDICE
Roberto Mange em 1934, um dos principais elaboradores do projeto SENAI.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto
Mange e a Formação Profissional. vol. 1. Projeto
Memória SENAI –SP, 1991, p. 90.
As primeiras escolas SENAI situadas no Brás e na Barra Funda. Elas foram projetadas para
que as oficinas, com janelas abertas para a rua, funcionassem como “vitrines” da formação
profissional.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a
Formação Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991,
p. 09.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a
Formação Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991,
p. 09.
A aula de ginástica no SENAI mostrava que o cuidado com a saúde física era um item
destacado na concepção de educação difundida pela Escola Nova. Escola SENAI do Brás em 1946.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a Formação
Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991, p. 88.
O “aluno operário” era a principal razão de ser do SENAI.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a Formação
Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991, p. 141.
Sob o olhar atento do professor, os alunos de 12 a 14 anos trabalham.
Fonte: SENAI. 65 anos de um sistema educacional consequente. São Paulo:
SENAI, 2007, p. 79.
Fonte: SENAI. 65 anos de um sistema
consequente. São Paulo: SENAI, 2007, p. 79.
educacional
Na escola SENAI de Rio Claro, os alunos do curso de ferroviário assistem a uma aula de
desenho.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a Formação
Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991, p. 107.
O SENAI, rapidamente, adaptou a infra-estrutura de suas oficinas às novas exigências do
avanço tecnológico.
Fonte: SENAI. O giz e a graxa: meio século de educação para o
trabalho. São Paulo: SENAI, 1992, p. 09.
Alunos dos cursos rápidos implantados pelo SENAI em preparação para pedreiros e
ferreiros armadores para a construção civil. Tais cursos atendiam aos ramos mais carentes de
trabalhadores qualificados.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a
Formação Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991,
p. 130.
Fonte:
SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a Formação
Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991, p. 130.
Desfile de 1º de maio, em 1951: no jipe que abre a delegação do SENAI, o Profº Luiz
Gonzaga Ferreira e duas alunas.
Fonte: SENAI. De Homens e Máquinas: Roberto Mange e a Formação
Profissional. vol. 1. Projeto Memória SENAI –SP, 1991, p. 155.
Unidade
Móvel
de
eletricista
instalador,
realizada
mediante
convênio
FEPASA/SENAI/Pipmoi-Mec, instalada em vagão ferroviário na Estação Julio Prestes, em 1973.
Fonte: SENAI. 65 anos de um sistema educacional consequente. São Paulo: SENAI,
2007, p. 72.
Interior da Unidade Móvel.
Fonte: SENAI. 65 anos de um sistema educacional consequente. São Paulo: SENAI, 2007,
p. 72.
Modelos de Folhas Individuais de Instrução
Fonte:
KALIL, N. L. O SENAI e a sua metodologia de ensino. SENAI, Rio de Janeiro: Brasil, 1971, p. 25
.
Fonte: KALIL, N. L. O SENAI e a sua metodologia de ensino. SENAI, Rio de Janeiro: Brasil, 1971, p. 29.
Download