1 O PROCESSO EDUCACIONAL INCLUSIVO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN EM ESCOLA PARTICULAR. Luciana Kellen Souza Gomes 1 RESUMO O presente estudo tem como objetivo compreender, a partir de um estudo de caso, como ocorre o processo de ensino e aprendizagem das crianças com de Síndrome de Down, a partir da análise da experiência de inclusão de uma criança em uma escola da rede particular de ensino do município de Fortaleza. O aporte teórico fundamenta-se em Lustosa (2012), Alves (2011), Mantoan (2004), Pueschel (1993), entre outros que abordam o tema da síndrome de Down não como uma doença e sim como uma anomalia causada por um acidente cromossômico que interfere nos processos cognitivos do indivíduo. A perspectiva teórica defendida esboça-se sobre a ideia de que as pessoas com deficiência intelectual causada pela síndrome apresentam uma trajetória de desenvolvimento diferenciada em relação às pessoas ditas normais, mas comprovam que com a estimulação precoce e processos educacionais adequados, ela pode se desenvolver intelectualmente e é capaz de realizar qualquer atividade. A pesquisa em análise apresenta em seu escopo o histórico da Síndrome de Down, suas principais características e como ocorre o processo de construção do conhecimento do sujeito; em seguida, descreve e analisa o contexto educacional vivido por uma criança incluída na escola regular. A partir desse estudo foi possível inferir que o desenvolvimento da criança portadora de 1 Doutoranda em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará – CE. Email: [email protected]. 2 síndrome de down é favorecido pelos estímulos que a mesma recebe cotidianamente no ambiente o qual está inserida, sendo a escola e atendimento educacional especializado importantes aliados no favorecimento da aprendizagem, da inserção social em favor de uma ótima qualidade de vida para todos. Palavraschave: Síndrome de Down; aprendizagem; desenvolvimento. 1.INTRODUÇÃO No passado considerava-se limitado o desenvolvimento cognitivo da criança portadora da síndrome de down - SD, atualmente em função de todo movimento em favor da inclusão de deficientes em todos os espaços da sociedade, percebemos uma mudança em nossa cultura, uma vez que estes indivíduos estão ingressando na universidade e no mercado de trabalho mostrando que é possível garantir direitos sociais e liberdade a todos indistintamente. A síndrome de down, não é uma doença e sim uma anomalia causada por um acidente cromossômico, que interfere nos processos cognitivos. As pessoas com deficiência intelectual apresentam uma trajetória de desenvolvimento diferenciada em relação às pessoas que não tem a síndrome, mas pesquisas comprovam que com a estimulação precoce, ela pode se desenvolver intelectualmente e é capaz de realizar qualquer atividade. A pesquisa surgiu a partir do seguinte questionamento: O que caracteriza o comportamento da criança com S.D? Como ocorre o processo de ensino aprendizagem da criança com SD? O que pensam as professoras que têm incluídas em suas salas de aula crianças com SD? 3 Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi verificar, a partir da concepção das professoras, como ocorre o processo de aprendizagem da criança portadora de síndrome de down, em uma escola particular do município de Fortaleza. Os portadores da síndrome têm os mesmo direitos humanos e liberdade que as demais pessoas, podendo assim freqüentar a escola sem nenhuma restrição, mas é preciso leis que assegurem esses direitos, pois ainda existem discriminação e desconfiança quanto ao potencial e habilidades dessas pessoas. A escola deve está preparada para atender as necessidades do aluno, organizando seus currículos e capacitando profissionais voltados para a atenção a diversidade, assim confirma a Declaração de Salamanca: [...] Qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito de expressar seus desejos com relação à sua educação, tanto quanto estes possam ser realizados. Pais possuem o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação mais apropriada às necessidades, circunstâncias e aspirações de suas crianças. Assim é possível que os pais acompanhem de perto as ações e estratégias que os professores estão usando para a educação dos seus filhos, e podem ajudar dando continuidade ao processo com incentivos e até mesmo cobranças de melhorias se necessário, pois é fundamental a parceria de pais e escola para que se tenha resultados positivos. O mediador deve ter um olhar diferenciado reconhecendo na criança suas limitações, buscando sempre oferecer atividades prazerosas e atrativas para facilitar o processo de ensino aprendizagem. Pesquisas comprovam a mudança em relação 4 ao desenvolvimento intelectual aproximado ao desenvolvimento de uma criança considerada normal. Esse estudo mostra como ocorre o aprendizado e desenvolvimento dos portadores da síndrome de down rompendo com preconceitos e segregação que impede de muitos acreditarem no potencial que os mesmos tem de se desenvolver, foi realizado em uma escola da rede de ensino particular. O critério para a escolha da escola foi aquela que tinham alunos com síndrome de down matriculadas e freqüentando o ensino regular. A escola tem uma boa estrutura física, encontra-se bem localizada e com ótimos profissionais, tem como publico a classe média alta, trabalha com a inclusão que é um grande desafio para a escola, que está passando por grandes transformações devido à mudança de gestão e mudança de prédio. Para a obtenção dos dados da pesquisa foi observada a prática das professoras bem como suas estratégias para com os alunos portadores da síndrome de down, todas as informações foram registrados em um diário de campo, foi elaborado um questionário cujo propósito era analisar a concepção das professoras sobre o trabalho pedagógico realizado com as crianças portadora da Síndrome. 2. O PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN O desenvolvimento de uma criança com Síndrome de Down difere em pouco do das demais, dessa forma ela pode frequentar a escola, essa convivência no âmbito escolar, também é positiva para as demais crianças, pois faz com que elas cresçam respeitando as diferenças, sem nenhum tipo de restrição em seu círculo de amizade, seja por raça, aparência, religião e nacionalidade. 5 O preconceito fez com que essas crianças não tivessem nenhuma chance de se desenvolverem cognitivamente, eram rotuladas como pessoas doentes e, portanto, excluídas do convívio social. A criança com Síndrome de Down apresenta dificuldades em realizar tarefas, juntar habilidades e ideias, reter e transferir o que sabem, se adaptar a situações novas, aceitar regras e, portanto todo aprendizado deve sempre ser estimulado a partir do concreto necessitando de intervenção e instruções visuais para consolidar o conhecimento. Para Pueschel (1993) nem todos os portadores da síndrome apresentaram as características e comprometimentos citados, já que não são especificos da síndrome. Algumas características são mais acentuadas em algumas crianças do que em outras, embora as crianças com síndrome de down possam ser reconhecidas por sua aparência fisica semelhante, e cada característica isoladamente, pode está presente em individuos com desenvolvimento comum. São passiveis de tratamento e controle, se forem precocemente diagnosticado e sujeitos a trabalhos de estimulaçao precoce. A estimulação precoce é importante para uma melhor aquisição e evolução das funções cognitivas motoras. Nos primeiros meses de vida, a estimulação refere-se as atividades sensório-motoras e segue progressivamente as etapas de desenvolvimento. É preciso estimular para desenvolver as funções de alimentação por meio de técnicas derivadas, trabalhando o tônus e as habilidades motoras a partir das funções de sucção, deglutição e mastigação. (Alves 2011, p.51) De acordo com a referida autora a ausência de estímulos na síndrome de down significa regressão, até mesmo na fase adulta. Muitas vezes a falta de informação e orientação faz com que as familias percam oportunidades de fazer a 6 criança down começar a se estimular logo nos primeiros meses de vida. A estimulação leva a modificações funcionais, principalmente quando há intervenções psicomotoras e pedagógicas. A criança com síndrome de down apresnta hipotonia muscular, ela atinge toda a musculatura, isso faz com que o desenvolvimento inicial fique um pouco mais lento e consequentemente a criança levará mais tempo para se desenvolver. Esse atraso no desenvolvimento motor, vai inferir no desenvolvimento das habilidades, mas não significa que por isso as crianças com síndrome de down serão privadas de desenvolver-se cognitivamente, por isso é necessário a estimulação desde os primeiros meses de vida da criança. Pesquisas recentes comprovam que crianças com Síndrome de Down podem alcançar estágios avançados no desenvolvimento psicomotor, na linguagem e cognitivo. Segundo Bissoto: O desenvolvimento do indivíduo portador da SD é, tanto quanto o de qualquer não portador, resultante de influências sociais, culturais e genéticas; incluindo-se aí as expectativas havidas em relação às suas potencialidades e capacidades e os aspectos afetivo-emocionais da aprendizagem. (Bissoto 2005, p.86). Assim, quanto mais ampla a diversidade das interações sociais, maior a riqueza no processo de construção do conhecimento, os estimulos recebido do meio social o ajudaram na formação da personalidade do individuo. Algumas 7 características atribuidas aos portadores da síndrome de down como, teimosia, docilidade, birra, não estão relacionadas a sua alteração cromossomica e sim aos estímulos que ele recebe do contexto social no qual está inserido. Para que aconteça esse desenvolvimento das potencialidades e capacidades da criança é essencial a presença dos pais interagindo e construindo um vinculo de confiança com seus filhos para conhecer melhor suas habiliades e fraquezas. As atividades apresentada para uma criança com Síndrome de Down devem ser lúdicas e atrativas facilitando assim sua aprendizagem. É fundamental que o profissional que estiver lidando com a criança e a famila saiba ouvir e falar. O educador deverá ser criativo e paciente para ajudar a pessoa com síndrome de down descobrir seus talentos e mostrar-lhe que pode contribuir para a sociedade apesar de suas limitações, mas para isso é necessário que o mesmo seja incentivado e encorajado. Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso do brinquedos e de jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse pelo o aprender. No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down deve ser reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse, temos que respeitar seu tempo. Existe inúmeras formas de se estimular o desenvolvimento de uma criança portadora da síndrome de down, cabe aos pais acompanhar esse processo que é lento e continuo, e incentivar cada vez mais pra que eles possam descobrir sua real capacidade. 8 3. RESULTADOS Foi realizada uma busca de esclarecimento de informações empíricas que possibilitem verificar as concepções que as professoras tem sobre aprendizagem e desenvolvimento das crianças com síndrome de down. O questionário foi categorizado segundo as respostas das participantes para facilitar a compreensão dos indicadores de como as professoras veem a aprendizagem e o desenvolvimento da criança portadora de síndrome de down. Os professores serão nomeados por a letra “P”, posteriormente segue as informações permitindo verificar vários aspectos como, formação curso, experiência no magistério e com crianças com síndrome de down. P1 é formada em pedagogia tem 27 anos, atua na educação há dois anos e trabalha com crianças portadora de síndrome de down há 1 ano; P2 é formado em Arte e educação com ênfase na música, tem 32 anos e 2 anos de docência e trabalho com SD; P3 é pedagoga, tem 4 anos de docência e 2 de inclusão com crianças portadora de síndrome de down. Questionadas sobre os desafios para trabalhar com a inclusão, as professoras responderam que os desafios para a inclusão de alunos portadores de síndrome de down segundo P1, P2 e P3 está relacionado à falta de recursos didáticos e a preparação dos profissionais. Segue abaixo a anunciação que evidenciam isso: “São diversos os desafios, falha na estrutura física, despreparo de professores que não sabem como lidar com o aluno, falta de recursos didáticos para que o aluno desenvolva de acordo com suas limitações, políticas mais comprometidas com a causa e o fiel cumprimento da mesma”. (P 3) 9 Para Mantoan (2003) a inclusão realmente acontece quando ninguém fica fora da escola, onde todos, independentemente de suas limitações, possam juntas desfrutar do mesmo espaço, sendo aceitos e respeitados com suas diferenças, tendo as mesmas oportunidades, mas é claro, recebendo tratamento diferenciado, onde cada um seja atendido dentro da sua especificidade. Afinal de contas a sociedade se constitui de pessoas heterogêneas, com uma forma particular de se apropriar das coisas do mundo. De acordo com a proposta de inclusão, a escola deve ter um olhar para além da deficiência, na tentativa de romper com idéias tradicionalmente estabelecidas e estereotipadas a respeito do aprendizado e desenvolvimento das crianças com necessidades educacionais especiais. Dessa forma a escola contemporânea precisa redefinir seus planos para uma educação voltada à cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconheça e valorize as diferenças (Mantoan, 2003). Ao perguntar sobre quais atividades você desenvolve com a criança portadora de síndrome de down, P1 e P3 afirmam que oferecem a seus alunos com síndrome de down atividades diferenciadas. “As atividades terá que ser feita de acordo com seu campo de alcance. Devem ser no ritmo do aluno, sem pressa, com toda atenção, carinho e paciência que o aluno precisa. No caso de síndrome de down as atividades são mais concretas e lúdicas”. (P 3) É importante oferecer várias experiências que sejam atraentes e significativas para as crianças portadora de síndrome de down. Um adulto pode estruturar o ambiente para atividades lúdicas que promovam o desenvolvimoento social e de habilidades cognitivas. A mediação em situações de faz-de-contas ou jogos de 10 papéis ajuda a criança a melhorar suas habilidades sensório-motoras enquanto o aprendizado transcorre em ambiente menos competitivo e focalizado na velocidade de resposta. (Pueschel 1993, p.158). Em sua fala, P2 afirma não desenvolver nehuma atividade especifica com a criança portadora de síndrome de down, por sua aula ser de música o mesmo acredita que não é necessário. Na questão sobre a visão das professoras sobre a inclusão da criança com SD, P1 e P2, acreditam que a inclusão é algo positivo e que ajuda as crianças a serem vistas com outro olhar na sociedade. “Vejo a inclusão como algo que veio para somar na vida de pessoas que antigamente não tinham uma importancia e um olhar na sociedade, hoje a inclusão muda e realmente está mudadndo a vida de muitos”.(P 1) Estudos comprovam que a educação especial trouxe grandes contribuições para a educação da criança com síndrome de down, mostrando que toda criança, mesmo com atraso mental grave, pode ser educada e são capazes de se desenvolverem na vida e na sociedade. Conforme Mantoan, a inserção escolar das crianças com síndrome de down no ensino regular poderá contribuir significativamente para o seu desenvolvimento intelectual e para a sua atuação no meio social, pois a escola deve dar a base da vida, esquemas acadêmicos básicos, habilidades físicas, aperfeiçoando a linguagem e o relacionamento social deste indivíduo. Já P3, tem outra concepção da inclusão, que a lei favorece o individuo portador da deficiência, mas a prática não se cumpre. 11 “O professor procura proporcionar momentos de aprendizagem significativa para seu aluno, no entanto, se percebe sozinho e dessa forma, não conseguem alcançar o devido êxito”. E, por fim ao indagar sobre quais os estímulos são considerados necessários para o desenvolvimento e aprendizagem da criança portadora de SD: para P1 e P3 é fundamental que a criança seja estimulada desde cedo e o ambiente familiar e escolar é o local adequado para acontecer esses estímulos. Os estímulos devem partir primeiro do ambiente, que deve ser seguro e acolhedor a família e escola. A professora deve mediar às relações do aluno portador de síndrome de down, com os demais colegas, gerando uma situação de igualdade, e respeito. Deve promover momentos de interação, fazer o aluno perceber que a sala de aula, ou a escola, é um ambiente salutar, bom para o convívio, para o desenvolvimento. Deve desenvolver atividades de desenvolvimento do aluno, que desperte interesse e participação”. (Professora 3) De acordo com Alves (2011, p.52) a família tem de ficar ciente de que a estimulação é tarefa de todos que o cercam. A família é reconhecida como fonte principal de sua socialização, satisfação pessoal e identificação. A educação tem a função de preparar crianças e jovens para atingir a qualidade de vida, deve ensinar certas habilidades fundamentais, incluindo-se aquelas que permitem que o aluno seja o mais independente possível depois de formado, bem como aquelas que provem interação com todas as pessoas com ou sem deficiências. É premente que o aluno com síndrome de down seja educado no 12 contexto da escola pública, pois a integração na escola regular oferece à pessoa portadora de deficiência a oportunidade de aprender a atuar no mundo. (Pueschel 1993, p. 184) 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo buscou demonstrar como ocorre o processo de ensino aprendizagem e desenvolvimento cognitivo da criança portadora de síndrome de down, mostrar as dificuldades encontradas pela criança para se desenvolver e ser aceita pela sociedade como um ser humano “diferente” dos demais, mas capaz de levar a vida como outro qualquer. São muitas as limitações encontradas por crianças portadora da síndrome, mas através da intervenção e mediação suas habilidades podem ser aperfeiçoadas. Se essas dificuldades forem precocemente bem trabalhadas com auxilio de profissionais elas podem ser minimizadas e a criança alcançara êxito em seu processo de desenvolvimento, podendo assim desfrutar a vida sem nenhuma restrição. Bissoto (2005), em consonância com os outros autores que serviram de base para esse estudo, afirma que o desenvolvimento cognitivo do portador de síndrome de down é marcado por várias concepções distorcidas que segundo a autora precisam ser revistas. Uma concepção ainda muito presente em relação aos portadores de síndrome de down é que eles se desenvolvem todos da mesma forma, ou seja, apresentam as mesmas características, incapacidades e limitações orgânica, motoras e cognitivas; dando continuidade ao pensamento de um dos primeiros 13 pesquisadores da síndrome, o Dr. J. Langdon Down que, no século XX “catalogava” todos os portadores da síndrome numa espécie de sub-raça humana a raça “mongolóide” Outra concepção é a de que o portador de síndrome de down alcança o ápice de seu desenvolvimento cognitivo, da linguagem e de esquemas motores ao atingir a adolescência, iniciando-se, então, um declínio dessas capacidades. Para Pueschel (1993), as informações sobre educação especial e pessoas com deficiência são escassas e desatualizadas, sobretudo considerando-se os avanços recentes no tratamento e integração das pessoas portadoras de deficiência. Bissoto (2005) diz que os resultados das investigações podem causar grande impacto sobre o processo de aprendizagem no sentido de elaboração de recursos e metodologias educacionais. Como o uso de recursos visuais para apoiar a aprendizagem do portador de síndrome de down. Colaboradores de Bissoto afirmam que o uso e interligado de sinais (imagens/gestos) associados à fala, na comunicação com crianças portadoras de síndrome de down que ainda não desenvolveram a linguagem, pode reduzir as dificuldades de comunicação encontradas por essas crianças, melhorando o padrão da fala e o conteúdo da linguagem. Os portadores da síndrome de down têm necessidades educacionais próprias de aprendizagem relacionadas às especificidades da síndrome, que devem ser investigadas, reconhecidas e trabalhadas através de técnicas apropriadas, com a adoção de diversos recursos instrucionais de maneira a propiciar que as informações sejam compreendidas. 14 A pesquisa possibilitou concluir que o desenvolvimento da criança portadora da síndrome de down, está inteiramente relacionado aos estímulos oferecidos a criança, na intervenção precoce e mediação proporcionada com estímulos apropriados para melhoria do desenvolvimento motor, social e afetivo da criança. A família deve ser a principal fonte de estímulos e incentivos, mostrando que a mesma será capaz de viver normalmente como os demais integrantes da família. A análise das informações empíricas apresentadas neste estudo permitiu verificar as concepções dos professores participantes em relação à aprendizagem e desenvolvimento da criança portadora de síndrome de down. Foi possível concluir que os professores acreditam na inclusão, no beneficio proporcionado por esse movimento para as pessoas com deficiência, acreditam do desenvolvimento e capacidade das pessoas portadora de síndrome de down, que se tiverem oportunidades de tratamento e acompanhamento profissional estes terá um grande progresso em seu desenvolvimento. Mas esses profissionais se percebem sozinhos na luta, sem apoio das autoridades, sem estrutura física adequada para oferecer de acordo com as limitações de cada um, sem recursos didáticos e até mesmo capacitação. O profissional fica desmotivado diante de tanto descaso com a educação especial que deveriam ter políticas mais comprometidas com seu cumprimento oferecendo realmente educação para todos. 15 REFERÊNCIAS ALVES, F. Para entender a Síndrome de Down. Rio de Janeiro. Editora Wak, 2ª edição 2011. AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Fundamentos da Biologia Moderna. São Paulo, Ed. Moderna, 2002. BISSOTO, M.L. O Desenvolvimento cognitivo e o processo de aprendizagem do portador de Síndrome de Down: revendo concepções e perspectivas educacionais. Disponível em: <http://www.cienciasecognicao.org/pdf>. Acesso em: 12 de maio de 2015. MANTOAN, M.T.E. O direito de ser, sendo diferente, na escola. Disponível em: <https://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/revcej/article/view/622/802 pdf>Rev. Brasília, n.26, jul/set, 2004. PUESCHEL, S.M. Org. Síndrome de Down: guia para pais e educadores. Campinas, SP. Editora Papirus, 1993. UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Brasilia, 1994. Disponível em:<portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca> Acesso em: 24 de maio 2015. CEJ.