CICLO CANAVIEIRO, UM MARCO ECONÔMICO DO BRASIL COLONIAL JONATHAN JÚLIO KEGLER ([email protected]) / Geografia/Unifra, Santa Maria- Rio Grande do Sul LIA MARGOT DORNELLES VIERO ([email protected]) / Geografia/Unifra, Santa Maria- Rio Grande do Sul Palavras-Chave: GEOGRAFIA - REGIÃO NORDESTE - CANA-DE-AÇÚCAR De acordo com Magnoli (et al), uma das principais atividades econômicas do Brasil, em especial no espaço nordestino durante os séculos XVI e XIX, foi a cana-de-açúcar, a qual dominou amplos trechos da Zona da Mata (1999). Este trabalho é resultado das leituras realizadas durante a disciplina de Geografia do Brasil II, integrante do quinto semestre da matriz curricular do mesmo curso. O objetivo geral do trabalho foi enfatizar a presença do cultivo da cana-de-açúcar como produto gerador de mudanças no espaço agrário do espaço brasileiro. Como proposta metodológica do trabalho foram estabelecidas leituras de obras de cunho geográfico e histórico que pudessem melhor dimensionar e aprofundar a temática. Através do estudo do ciclo canavieiro, foi possível caracterizar elementos que definiram a organização socioeconômica do Nordeste: a grande propriedade, a monocultura e o trabalho escravo. A origem do escravismo moderno está ligada a grandes latifúndios que produziam para o mercado externo, mais especificamente, a Europa. O trabalho, na lavoura canavieira, exigia um enorme esforço e tempo de dedicação, pois o escravo participava de todas as etapas do cultivo, desde o plantio, da limpeza até a colheita. Conforme registro de Carmo, o esgotamento físico do escravo levava à desatenção, o que aumentava em muito o número de acidentes (1998). A economia canavieira, segundo Andrade, marca o processo de formação e de consolidação do país desde o período colonial (1994). De acordo com Carmo, o engenho de açúcar foi uma empresa de duração secular da qual se originou a sociedade agrária brasileira (1998). Seu modelo de estrutura social se estendeu, inclusive, para outras culturas. Por fim, pode-se constatar que o ciclo canavieiro provocou profundas modificações no espaço natural, econômico, social e ambiental, com implicações inclusive fora do espaço brasileiro, uma vez que a produção vem crescendo de forma acelerada, conforme menciona Andrade (1994) em virtude da ampliação do mercado por países do terceiro mundo. Cabe ao Brasil, um dos grandes produtores mundiais, definir políticas para a produção interna e valorizar o produto como uma alternativa de comércio internacional. REFERÊNCIAS: ANDRADE, Manuel Correia; A expansão da agroindústria canavieira e seu impacto ecológico e social.; São Paulo; Unesp; 1994. CARMO, Paulo Sérgio do; História e ética do trabalho no Brasil; São Paulo; Moderna; 1998. MAGNOLI, Demetrio (et al); Conhecendo o Brasil: região nordeste; São Paulo; Moderna; 1999.