UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA ra Ob Aproveitamento econômico de areia a partir da produção de brita pa WASHINGTON DE MELLO MEDEIROS JÚNIOR ra (2005040353) Co Prof. Dr. Lucio Carramillo Caetano DG/UFRuralRJ ul ns Orientação ta Dezembro / 2008 Agradecimentos Eu gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por sua infinita fidelidade. Aos meus maravilhosos pais, por todo o seu carinho amor e proteção. A minha querida irmã, por todo o seu carinho e incentivo. A todos os meus familiares por todo o apoio. Amo vocês!!! Ao professor Lucio Carramillo Caetano, muito mais que um orientador, um grande amigo, sem o qual Ob eu não seria capaz de desenvolver todo esse trabalho. Ao professor Sérgio Valente pela imensa colaboração. ra Aos eternos amigos da rural, os quais eu nunca esquecerei. A todos os funcionários que sempre estiveram prontos a me ajudar. Aos professores que foram peças importantes para que eu chegasse até aqui, me fazendo crescer não só como um profissional, mas também como pessoa. pa Ao departamento de geociências, pelos quatro maravilhosos anos que passei aqui. ra Um grande abraço e fiquem com Deus ul ns Co ta Dedicatória ra Ob ra pa ul ns Co Ao Senhor Jesus Cristo Toda honra, toda glória E todo louvor sejam dados a Ele! E aos meus amados pais! ta Resumo A ampliação do consumo de areia motivada pelo desenvolvimento nos projetos de infraestrutura da região metropolitana do Rio de Janeiro tem propiciado a criação de linhas de linhas de pesquisa e investimentos na fabricação de areia artificial em áreas de extração de rochas de composição granítica para produção de brita. A areia produzida durante a extração desse material era tratada como rejeito. Dessa forma, obrigava o empresário a utilizar extensas áreas para alocação desse produto ampliando os riscos de Ob impactos ambientais no entorno da atividade mineral. Com o aumento da demanda e, consequentemente, elevação dos preços da areia no mercado fluminense, desperta no setor empresarial o interesse por investir no beneficiamento desse produto. ra Com custos de produção reduzidos, se comparados com o custo de produção da brita, encontra-se um nicho de mercado que pode gerar elevados lucros e, ao mesmo tempo, racionalizar o aproveitamento de areia no Estado do Rio de Janeiro diminuindo, sensilvemente, o passivo ambiental. ra pa ul ns Co ta SUMÁRIO Dedicatória Agradecimento Resumo Lista de figuras Lista de tabelas Lista de gráficos i ii iii iv v vi Capítulo 1: Introdução 1 1 Ob 1.1 Apresentação 1.2 Objetivos 1.3 Metodologia de pesquisa 1.3.1 Revisão bibliográfica 1.3.2 Trabalhos realizados 1.4 Localização e acesso 1 1 2 ra Capítulo 2: Geologia regional 3 Capítulo 3: Geologia local pa 3.1 Unidades de mapeamento 5 Capítulo 4: Beneficiamento e classificação da areia ra 4.1 Beneficiamento 4.2 Classificação quanto a origem 4.3 Classificação quanto à massa específica 4.4 Classificação quanto à composição mineralógica 4.5 Classificação quanto à dimensão dos grãos 4.6 Pedra 4.7 Areia Capítulo 6: Método de aproveitamento da areia Capítulo 7: Exploração mineral e impactos ambientais 7.1 Introdução 7.2 Extração de areia em cava/dragagem 7.2 Impactos ambientais provocados pela explotação mineral Referências bibliográficas ta 6.1 Introdução 6.2 Método de fabricação de areia artificial Capítulo 8: Conclusões e considerações finais 24 25 25 26 27 29 ul ns 5.1 Introdução 5.2 Produção 5.3 Dados da produção 5.4 Consumo 5.5 Preço 5.6 Balanço produção-consumo Co Capítulo 5: Economia 19 19 19 20 21 22 23 31 33 35 35 37 Lista de figuras 2 Figura 3.1: Aspecto geral de afloramento de rochas da Unidade Gnaisse Fino. Notar o bandamento gnáissico sub-vertical conspícuo levemente dobrado. Ponto PC5. 6 Figura 3.2: Detalhe do bandamento gnáissico levemente dobrado das rochas da Unidade Gnaisse Fino. Notar o bandamento gnáissico sub-vertical conspícuo levemente dobrado. Ponto PC7. 6 Figura 3.3: Anfibolitos (setas) intercalados aos litotipos da Unidade Gnaisse Fino Ponto PC8. 7 ra Ob Figura 1.1: Mapa de localização da área de estudo (www.google.com). As principais rodovias de acesso e a área de estudo estão indicadas. Figura 3.4: Veio pegmatítico (seta) discordante ao bandamento gnáissico subvertical dos litotipos da Unidade Gnaisse Fino. Ponto pa PC8. 8 9 Figura 3.6: Bloco de monzogranito com veio budinado (elipses tracejadas) Ponto PC17. 9 ra Figura 3.5: Aspecto geral de afloramento do litotipo típico da Unidade Monzogranito. Ponto PC13. Co 10 Figura 3.8: Corpo tabular centimétrico de diorito (tracejado) cortando os aplitos concordantes característicos do litotipo da Unidade Monzogranito. Ponto PC15. Notar o zonamento textural do diorito. 11 Figura 3.9: Contato alterado (tracejado) entre granodiorito e monzogranito. Ponto PC16. 12 ul ns Figura 3.7: Diferentes gerações de aplitos (α) e pegmatitos (¶) cortando litotipo da Unidade Monzogranito. O aplito α2 preenche falha (círculo tracejado) que desloca o aplito α1. O pegmatito ¶ corta o aplito α3. A cronologia relativa entre o aplito α3 e os outros aplitos não pode ser estabelecida no campo. Ponto PC15. Figura 3.11: Aspecto textural mosqueado do granodiorito denotado pelos aglomerados de biotita envoltos numa matriz cinza-claro. Ponto PC16. ta Figura 3.10: Aspecto assimilado do granodiorito (g) em monzogranito. Ponto PC16. 12 13 Figura 3.12: Contato (tracejado) entre litotipos das unidades Gnaisse Fino (GF) e Sienogranito (SG). Ponto PC9. 13 Figura 3.13: Aspecto de campo de litotipo da Unidade Sienogranito. Ponto PC11. 14 15 Figura 3.15: Intrusões tabulares de diorito (d) em sienogranito. Ponto PC11. 15 Figura 3.16: Enclave de granodiorito mosqueado (g) em sienogranito (SG). Ponto PC11. 16 Figura 3.17: Diques de basalto (β) sub-verticais intrusivos em rochas da Unidade Monzogranito. Ponto PC35. 17 Figura 3.18: Diaclasamento conspícuo em dique de basalto (β) sub-vertical intrusivo em rochas da Unidade Monzogranito. Ponto PC14. 17 Figura 3.19: Intrusão múltipla de diabásios (d1 e d2) em rochas da Unidade Sienogranito. Ponto PC25. 18 22 Figura 4.2: Agregado miúdo (areia quartzoza lavada). 22 Figura 6.1: Fotos mostrando as diversas estapas da produção de brita 31 Figura 6.2: Fotos mostrando formas de extração de areia 32 Figura 7.1: Extração de areia por dragagem 35 ra Figura 4.1: Variação da granulometria da brita pa Ob Figura 3.14: Grãos grossos de alanita em litotipo da Unidade Sienogranito. Ponto PC11. ra Lista de tabelas Tabela 4.1: Classificação do agregado graúdo quanto à dimensão. 21 Co 22 Tabela 5.1: Evolução da produção de agregados para construção civil 1988-200 25 Tabela 5.2: Evolução dos preços médios de agregados 1988-2000 28 Tabela 5.3: Balanço consumo produção de agregados para construção civil 1998-2000 30 Lista de Gráficos ul ns Tabela 4.2: Classificação do agregado miúdo quanto à dimensão. ta Gráfico 5.1: Evolução da produção de agregados para construção civil 1988-2000 26 Gráfico 5.2: Segmentação do consumo de areia para construção civil no Brasil (2000) 26 Gráfico 5.3: Segmentação do consumo de brita (2000) 27 Gráfico 5.4: Evolução dos preços médios dos agregados para construção civil (Brasil) 1988-2000 28 Gráfico 5.5: Evolução dos preços médios dos agregados para construção civil (USA) 1988-2000 29 ra Ob ra pa ul ns Co ta CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação O presente trabalho está vinculado à disciplina Trabalho de Graduação (IA 243) do curso de graduação em Geologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O trabalho consistiu no levantamento e apresentação de dados concernentes ao processo de aproveitamento econômico da areia na produção de brita no Estado do Rio de Janeiro. O projeto foi orientado pelo Ob Dr. Lucio Carramillo Caetano do Departamento de Geociências da UFRuralRJ. 1.2 Objetivo ra A proposta dessa monografia é disponibilizar ao setor mineral, particularmente ao de agregado, informações que lhe permita investir na fabricação de areia artificial a partir do aproveitamento de todo o rejeito de finos dessa extração mineral. pa 1.3 Metodologia de pesquisa Nesse capítulo são apresentados os procedimentos executados para o cumprimento dos ra objetivos desse trabalho. O modelo metodológico utilizado foi o da pesquisa bibliográfica e documental uma vez que apenas uma visita de campo foi executada. Co 1.3.1 Revisão bibliográfica extração de areia no Brasil. ul ns A partir da pesquisa bibliográfica foi possível traçar um breve histórico sobre a situação de Com base nas diversas publicações voltadas ao setor de agregados foi possível estabelecer um comparativo entre as condições gerais apresentadas na extração de areia através de cavas com o aproveitamento de areia artificial proveniente de extração de britas. ta 1.3.2 Trabalhos realizados Os principais trabalhos executados foram: visita a extração de agregados em Magé, RJ (Pedreira CONVEM Ltda.), coleta de dados de produção no DNPM e entrevista com o Engenheiro de Minas Bernardo Piquet, responsável técnico da Pedreira CONVEM Ltda. 1 1.4 Localização e acesso A área estudo é delimitada pelas coordenadas 22º30’ - 22º45’S e longitude 43º00’ - 43º15’W, ao norte da Baía de Guanabara, na porção central do estado do Rio de Janeiro. O acesso à pedreira pode ser feito facilmente por vias pavimentadas, como exemplo, através da rodovia Washington Luiz (BR-040) e depois pela BR-464 (Rio-Magé). Após o pedágio, no Km 14 da BR464; onde já é possível avistar a pedreira, cruza-se a via férrea à direita, no distrito de Santa Dalila, Magé é onde se localiza a Convem Mineração Ltda. O acesso aos afloramentos dentro da Ob área de lavra pode ser feito a pé ou de carro, trafegando pelas bancadas ou até mesmo pelas ruas não pavimentadas dentro da pedreira. As bancadas superiores de cota 145 metros se encontram bastante alteradas e o acesso às bancadas situadas nas cotas mais elevadas é ra perigoso devido à presença de blocos soltos de grandes dimensões. ra pa Co BR 040 Convem Mineração Ltda. BR 464 ul ns Rio de Janeiro Magé ta Figura 1.1: Mapa de localização da área de estudo (Google, 2006, in Vasconcellos, 2006) As principais rodovias de acesso e a área de estudo estão indicadas. 2 CAPÍTULO 2: Geologia Regional A área da Convem Mineração LTDA. está localizada próximo à Baía de Guanabara, na porção central do Estado do Rio de Janeiro, sendo delimitada pelas coordenadas 22º30’-22º45’S e longitude 43º00’-43º15’ W. Gnaisses e granitóides são os litotipos mais comumente encontrados na região. Assim, o Complexo Rio Negro é interpretado como uma sequência metamórfica do início do período Ob Paleoproterozóico constituída essencialmente de gnaisses diversos, migmatitos homogêneos e heterogêneos nos quais se encaixa o Batólito Serra dos Órgãos (Rosier, 1957; Mattos et al., 1980, in Vasconcellos, 2006). Além destes litotipos gnáissicos, metassedimentos foram descritos no ra Complexo Rio Negro e inseridos nas unidades Santo Aleixo e Bingem (Penha, 1989, in Vasconcellos, 2006) e Maria Comprida (Rosier, 1965, in Vasconcellos, 2006). Os granitóides aflorantes na região onde insere-se a lavra da Convém Mineração Ltda. são pa correlacionáveis àqueles aflorantes na Serra dos Órgãos (p.ex.: Mattos et al., 1980; Penha, 1984, in Vasconcellos, 2006). Gnaisses leucocráticos a mesocráticos, de granulação média a grossa, e com estruturas migmatíticas variadas (metatexitos e diatexitos associados), também foram ra descritos na região, embora haja litologias que são mais homogêneas de caráter nitidamente granítico. Nos migmatitos heterogêneos as estruturas mais comuns são a estromática (principalmente na Unidade Santo Aleixo), flebítica, schöllen e agmatítica. Frequentemente, o Co paleossoma é um biotita-gnaisse ou biotita-hornblenda-gnaisse de coloração cinza-escuro e granulação fina a média. Anfibolitos tabulares e lenticulares, provenientes de antigos diques máficos anfibolitizados, são também encontrados associadamente aos migmatitos. Os tipos mais ul ns homogêneos são os granitóides típicos e isotrópicos, de composição granodiorítica. Eles são classificados, em geral, como muscovita-biotita-granito, de coloração clara e granulação média. Outros corpos granitóides mais jovens, de idade Brasiliana, constituem complexos granitóides sin-tectônicos que afloram na região. Rosier (1957, 1965, in Vasconcellos, 2006) caracterizou com mais detalhe a predominância de gnaisses granitóides, biotita-gnaisses, ta migmatitos, granitos porfiróides grosseiros (na região de Suruí), biotita-granito porfirítico acinzentado, descrito como ‘’granito em faca’’, por sua natureza tabular sub-horizontal e também há um leucogranito aplítico mais jovem. No entanto, o corpo granítico mais importante no contexto regional da área de estudo é o Batólito da Serra dos Órgãos, reconhecido inicialmente por Rosier (op.cit.), e que o denominou de gnaisse granitóide. Posteriormente, por Penha et al., (1979, 1981, in Vasconcellos, 2006) e Pinto (1980, in Vasconcellos, 2006) reconheceram granitos em Itaipava, Teresópolis e Petrópolis correlacionáveis àquele batólito, onde ele é descrito como um (granada)hornblenda-biotita-gnaisse granítico a granodiorito com foliação de minerais máficos discóides. 3 Corpos magmáticos intrusivos pós-tectônicos e sin-tectônicos afloram na área sob a forma de diques, sills e stocks, sendo posteriores ao evento Brasiliano. Eles ocorrem predominantemente na região centro-sul do estado, numa faixa de direção E-NE, de Parati até Casimiro de Abreu, voltando a aflorar na região de Campos. Estes granitóides também afloram nos distritos de Suruí, Ipiranga e Andorinha, na região onde insere-se a área de estudo desta monografia. Ob Penha et al. (1979, 1980, 1981, in Vasconcellos, 2006) descreveram o granito Suruí como uma rocha constituída de megacristais suborientados de microclina envoltos por uma matriz quartzo-diorítica. Os mesmos autores descreveram o granito Andorinha como uma rocha de ra granulometria fina a média, porfíritica, com allanita e titanita ou magnetita e ilmenita, além de hornblenda subordinada e enclaves surmicáceos, gabróicos e quartzo-dioríticos. Dados geoquímicos mostram que estes granitóides são subalcalinos com trend cálcioalcalino, tendo os mesmos sido associados à processos genéticos crustais a profundidades superiores a 30 km, pa possivelmente associado a metassomatismo sódico e potássico (Puget, 1979; Zorita, 1979, in Vasconcellos, 2006). ra Três blocos estruturais principais foram discriminados na região sudeste, quais sejam, o Bloco Cabo Frio, o Bloco das Zonas de Cisalhamento e o Bloco da Serra dos Órgãos, estando a região onde insere-se a área de lavra da Convém Mineração Ltda. localizada neste último. Este Co bloco é caracterizado por estruturas de cavalgamento/empurrão, zonas de cisalhamento, antiformes e sinformes, além de lineamentos NE – SW. Todas estas estruturas obliteraram as relações estratigráficas entre embasamento e supracrustais. O metamorfismo é tipicamente de alta temperatura/ baixa pressão, com intensa e extensa granitogênese Brasiliana, anatexia e ul ns retrabalhamento crustal. ta 4 CAPÍTULO 3: Geologia Local 3.1 Unidades de mapeamento Os principais litotipos aflorantes na área de estudo são granitóides (monzogranitos e sienogranitos), gnaisses e anfibolitos, cortados por veios de aplito, pegmatito e diques de Ob diabásio. Os litotipos gnáissicos e graníticos foram preliminarmente inseridos em três unidades de mapeamento: 1) Unidade Gnaisse Fino, 2) Unidade Monzogranito e 3) Unidade Sienogranito (Vasconcellos & Valente, 2004 in Vasconcellos, 2006). ra A Unidade Gnaisse Fino (Figura 3.1) ocorre principalmente na porção oriental da área mapeada. Ela é representada por um gnaisse com bandamento fino, de aspecto milonítico, subvertical e, às vezes, pouco dobrado (Figura 3.2). Localmente, intercalações métricas de anfibolito, geralmente muito alterado, ocorrem concordantemente com o bandamento gnaíssico (Figura 3.3), pa sendo também cortado por veios pegmatíticos e aplíticos centimétricos (Figura 3.4). Próximo ao contato com as rochas da Unidade Sienogranito, ocorrem enclaves de gnaisse aparentemente assimilados ao lado de enclaves relativamente angulosos de aproximadamente 0,80 m a 1 m. Fino. (Vasconcellos, 2006) ra Esta relação de campo indica o caráter intrusivo do sienogranito nas rochas da Unidade Gnaisse ul ns Co ta 5 ra Ob pa Figura 3.1: Aspecto geral de afloramento de rochas da Unidade Gnaisse Fino. Notar o bandamento gnáissico sub-vertical conspícuo levemente dobrado. ra ul ns Co ta Figura 3.2: Detalhe do bandamento gnáissico levemente dobrado das rochas da Unidade Gnaisse Fino. Notar o bandamento gnáissico sub-vertical conspícuo levemente dobrado. 6 ra Ob pa Figura 3.3: Anfibolitos (setas) intercalados aos litotipos da Unidade Gnaisse Fino ra ul ns Co ta Figura 3.4: Veio pegmatítico (seta) discordante ao bandamento gnáissico subvertical dos litotipos da Unidade Gnaisse Fino. 7 As rochas da Unidade Monzogranito afloram principalmente na parte ocidental da área mapeada na porção sul/sudeste da área de lavra, em contato observado com as rochas da Unidade Sienogranito e inferido com as rochas da Unidade Gnaisse Fino. A Unidade Monzogranito é representada por uma rocha com foliação de fluxo ou foliação tectônica (?) (Figura 3.5), de direção aproximadamente N-S e mergulho variando entre 70º e 75º. O litotipo mais representativo desta unidade é uma rocha constituída por quartzo, plagioclásio, biotita e álcali-feldspato, de textura fina a média, inalterada, variando de leucocrática a Ob mesocrática. Veios de aplitos centimétricos e irregulares, subconcordantes à foliação, são comumente encontrados, estando alguns deles localmente budinados (Figura 3.6). (Vasconcellos, 2006) ra ra pa ul ns Co Figura 3.5: Aspecto geral de afloramento do litotipo típico da Unidade Monzogranito. ta 8 ra Ob pa Figura 3.6: Bloco de monzogranito com veio budinado (elipses tracejadas) ra ul ns Co ta 9 Diferentes gerações de aplitos e pegmatitos cortam os litotipos da Unidade Monzogranito (Figura 3.7). α3 Ob ¶ ra α1 α2 ra pa Figura 3.7: Diferentes gerações de aplitos (α) e pegmatitos (¶) cortando litotipo da Unidade Co Monzogranito. O aplito α2 preenche falha (círculo tracejado) que desloca o aplito α1. O pegmatito ¶ corta o aplito α3. A cronologia relativa entre o aplito α3 e os outros aplitos não pode ser estabelecida no campo. ul ns Localmente, o monzogranito é cortado por corpos tabulares centimétricos de diorito (Figura 3.8). Este diorito tem coloração cinza-escuro, é isotrópico e texturalmente zonado, com variações granulométricas desde frações finas a médias, das bordas para o centro. Estes corpos tabulares de diorito cortam as fases aplíticas concordantes típicas dos litotipos da Unidade Monzogranito. (Vasconcellos, 2006) ta 10 ra Ob pa Figura 3.8: Corpo tabular centimétrico de diorito (tracejado) cortando os aplitos concordantes característicos do litotipo da Unidade Monzogranito. Notar o zonamento textural do diorito. ra O litotipo da Unidade Monzogranito aflora em contato com um granodiorito. Embora o contato não seja facilmente observado, em função do desmonte e do elevado grau de alteração das rochas localmente (Figura 3.9), aparentemente o granodiorito ocorre como um megaenclave, de proporções decamétricas, assimilado pelo monzogranito (Figura 3.10). Co O granodiorito tem textura mosqueada formada por aglomerados de biotita envoltos por uma matriz cinza-claro (Figura 3.11). ul ns A Unidade Sienogranito está representada na porção leste da área mapeada, em contato brusco, subconcordante e sub-vertical com as rochas da Unidade Gnaisse Fino (Figura 3.12). As rochas da Unidade Sienogranito têm grande variação faciológica, sendo de granulometria fina no contato com a Unidade Gnaisse Fino e granulometria mais grossa longe do contato. (Vasconcellos, 2006) ta 11 ra Ob pa Figura 3.9: Contato alterado (tracejado) entre granodiorito e monzogranito. Ponto ra Co g ul ns g ta Figura 3.10: Aspecto assimilado do granodiorito (g) em monzogranito. 12 ra Ob pa Figura 3.11: Aspecto textural mosqueado do granodiorito denotado pelos aglomerados de biotita envoltos numa matriz cinza-claro. ra ul ns Co SG GF ta Figura 3.12: Contato (tracejado) entre litotipos das unidades Gnaisse Fino (GF) e Sienogranito (SG). 13 O litotipo representativo da Unidade Sienogranito é uma rocha composta de quartzo, feldspatos e biotita. Este litotipo é caracterizado por uma foliação de fluxo ou foliação tectônica (?) incipiente e granulometria variando de fina a grossa (Figura 3.13). (Vasconcellos, 2006) ra Ob ra pa Co Figura 3.13: Aspecto de campo de litotipo da Unidade Sienogranito. O sienogranito geralmente é equigranular e leucocrático. A granulometria dos feldspatos é geralmente fina (< 1,0 mm) e os grãos estão pouco alterados, com formação incipiente de sericita, ul ns principalmente ao longo de microfraturas. Os hábitos dos grãos de feldspato são variáveis, desde euédricos a anédricos. Os grãos euédricos são geralmente poiquilíticos, com inclusões de quartzo, feldspatos e biotita. Grãos de alanita de até 0,5 cm ocorrem localmente no sienogranito (Figura 3.14). ta 14 ra Ob pa Figura 3.14: Grãos grossos de alanita em litotipo da Unidade Sienogranito. Intrusões tabulares, mais ou menos regulares, de diorito, de ocorrência muito subordinada, cortam as rochas da Unidade Sienogranito (Figura 3.15). ra ul ns Co d ta Figura 3.15: Intrusões tabulares de diorito (d) em sienogranito. 15 Estes dioritos também ocorrem como enclaves métricos nos sienogranitos (Figura 3.16). Ob d ra ra pa SG Figura 3.16: Enclave de granodiorito mosqueado (d) em sienogranito (SG). Co Diques de diabásio ocorrem na área como intrusões subverticais (Figura 3.17), com menos de um metro de espessura, muito diaclasadas (Figura 3.18) e alteradas. Os diques cortam as rochas da Unidade Monzogranito e da Unidade Sienogranito na área. (Vasconcellos, 2006) ul ns ta 16 β ra Ob β pa Figura 3.17: Diques de basalto (β) sub-verticais intrusivos em rochas da Unidade Monzogranito. Ponto PC35. ra ul ns Co β ta Figura 3.18: Diaclasamento conspícuo em dique de basalto (β) sub-vertical intrusivo em rochas da Unidade Monzogranito. 17 Estes litotipos estão possivelmente associados ao processo de separação do paleocontinente Gondwana e posterior abertura do oceano Atlântico-Sul (Almeida & Carneiro, 1998 in Vasconcellos, 2006). Alguns destes diques ocorrem como intrusões múltiplas (Figura 3.19) onde diferentes pulsos de magma basáltico preencheram fraturas reativadas. Amígdalas são frequentemente observadas nestes diques e, em alguns casos, elas podem ser vistas alinhadas numa estrutura do tipo vesicule pipes (Figura 3.20). (Vasconcellos, 2006) ra Ob d1 d2 ra pa ul ns Co Figura 3.19: Intrusão múltipla de diabásios (d1 e d2) em rochas da Unidade Sienogranito. ta 18 CAPÍTULO 4: Beneficiamento e Classificação da Areia Artificial 4.1 Beneficiamento Segundo a NBR 9935 (ABNT, 1987) agregado pode ser definido como o material granular pétreo, sem forma ou volume definido, a maioria das vezes quimicamente inerte, obtido por fragmentação natural ou artificial, com dimensões e propriedades adequadas a serem empregados em obras de engenharia. Ob A produção de agregados é dada a partir da britagem de maciços rochosos (pedra britada, pó de pedra) ou da exploração de ocorrências de material particulado natural (areia, seixo rolado ou pedregulho). A principal aplicação dos agregados é na fabricação de concretos e argamassas onde, em ra conjunto com um aglomerante (pasta de cimento portland/água) constituem uma rocha artificial, com diversas utilidades em engenharia de construção, cuja principal aplicação é compor os diversos elementos estruturais de concreto armado (lages, vigias, pilares, sapatas, etc). pa Os agregados também possuem aplicação em outros campos da engenharia, tais como: base de estradas de rodagem, lastro de vias férreas, elemento filtrante, jateamento para pintura, paisagismo, etc. (RODRIGUES, 2008) ra O agregado pode ser classificado tecnologicamente quanto a sua origem, massa específica, composição mineralógica e dimensão dos grãos. 4.2 Classificação quanto à origem Co O agregado pode ser classificado como natural ou artificial. O natural é aquele que é encontrado na natureza em estado de ser utilizado ou que necessita de pequeno processamento. ul ns Como exemplos, podem ser citados a areia lavada e o seixo rolado (pedregulho) extraído de rios, areia de mina (cava), areia de duna, areia de barranco, jazida de solo pedregulhoso, escória vulcânica, pedra pome, etc. O agregado artificial é aquele que após sua extração da natureza sofre um processo de industrialização com objetivo de atingir propriedade específica (granulometria, por exemplo). Podem ser citados como agregados artificiais a pedra britada e o pó de pedra (areia artificial). ta Os agregados mais usados para fabricação de concreto e argamassa são as areias naturais quartzosas, principalmente a areia lavada proveniente de portos de areia (areais), e a pedra britada proveniente de pedreiras. (TERRA, 2003 in RODRIGUES, 2008) 4.3 Classificação quanto à massa específica Conforme sua massa específica aparente (γ), os agregados podem ser classificados em leves, normais ou pesados, dentro dos seguintes limites: 19 3 ● leves – γ < 1000 kg/m , por exemplo, vermiculita, pérolas de isopor, argila expandida, pedra pome, etc; 3 3 ● normais – 1000 kg/m < γ < 2000 kg/m , por exemplo, areia quartzoza, brita e seixos rolados graníticos; 3 ● pesados – γ > 2000 kg/m , por exemplo, brita de barita e magnetita. Ob 4.4 Classificação quanto à composição mineralógica O conhecimento da natureza dos agregados é de fundamental importância para a fabricação de concretos e argamassas. Os agregados são, com freqüência, considerados inertes, ra embora em alguns casos possuam características físico-químicas (modificação de volume por variação de umidade) e químicas (reação com os álcalis do cimento) que influem diretamente na qualidade final das argamassas e concretos produzidos. Por exemplo, quando do emprego de rocha calcárea e de escória de alto forno como agregado, podem ocorrer reações químicas pa expansivas entre o agregado e o cimento, principalmente em meio úmido, devido à reação entre álcalis do cimento e a sílica não cristalizada do agregado, bem como, a reação dos álcalis do cimento com o carbonato de magnésio de certos calcáreos dolomíticos. ra Em relação à composição mineralógica, os agregados podem ser provenientes da decomposição de três tipos de rochas: Co ● Ígneas: São as rochas que se formaram pelo resfriamento e endurecimento de minerais em estado de fusão. Podem apresentar estrutura cristalina ou ser amorfas, de acordo conhecidas como rochas magmáticas. Seu ul ns com a velocidade de resfriamento. Resultantes de atividades vulcânicas, são também componente principal é a sílica. Quimicamente, são as mais ativas. Por exemplo: granito, basalto e pedra-pomes; ● Sedimentares: São as rochas estratificadas em camadas, que se originaram da ta fragmentação de outras rochas. Por exemplo: calcário, areia, cascalho, arenito e argila; ● Metamórficas: São as rochas que se originaram da ação de altas temperaturas e fortes pressões sobre rochas profundas, sem que ocorresse fusão do material original. São, portanto, resultantes da metamorfose de rochas ígneas ou de rochas sedimentares. Por exemplo: gnaisse, mármore, ardósia e pedra-sabão. (RODRIGUES, 2008) 20 4.5 Classificação quanto à dimensão dos grãos O agregado é chamado de graúdo quando pelo menos 95% de sua massa é retida na peneira de malha 4,8 mm e passa na peneira 152 mm, conforme definido na NBR-7211 (ABNT, 1982). A tabela 4.1 apresenta a classificação dos agregados graúdos conforme apresentado na NBR-7211 e na NBR-7225 (ABNT, 1982), bem como a classificação comercial comumente utilizada pelas pedreiras. Ob Tabela 4.1 – Classificação do agregado graúdo quanto à dimensão. Pedra britada numerada (NBR-7211/NBR-7225) ra Mínima 4,8 12,5 25,0 50,0 76,0 Tamanho nominal Malha da peneira (mm) Máxima 12,5 25,0 50,0 76,0 100,0 ra pa Número brita 0 brita 1 brita 2 brita 3 brita 4 brita 5 Comercial Obs: para efeito de dosagem pode-se utilizar d=25 mm para uma mistura de brita1+brita2 Mínima 4,8 9,5 19,0 38,0 50,0 > 76 mm Máxima 9,5 19,0 38,0 50,0 76,0 pedra de mão Co A escolha da dimensão do agregado graúdo é função da dimensão da peça a ser concretada (geometria da estrutura), bem como da densidade de armadura da seção transversal. Deve-se usar o maior tamanho possível do agregado, obedecendo às limitações seguintes: ul ns ● menor que1/4 da menor dimensão da peça em planta; ● menor que1/3 da espessura, para lajes; ● menor que 0,8 x (espaçamento horizontal entre as armaduras); ta ● menor que 1,2 x (espaçamento vertical entre as armaduras); ● menor que 1/3 do diâmetro da tubulação (para concreto bombeado). 21 Na figura 4.1 são mostradas fotos de amostras de pedra britada de rocha granítica, com granulometria variando de brita 0 a brita 3. F igura 3 – Agregado graúdo (pedra granítica britada). Ob Figura 4.1: variação da granulometria da brita O agregado é chamado de miúdo (areia natural ou resultante de britamento de rochas ra estáveis) quando os grãos passam na peneira de malha 4,8 mm e ficam retidos na de 0,075 mm. A tabela 4.2 apresenta a classificação dos agregados miúdos conforme apresentado na NBR7211 (ABNT, 1982), enquanto, na figura 4, são mostrados exemplos de areias de granulometria grossa e média. (RODRIGUES, 2008) pa Tabela 4.2 – Classificação do agregado miúdo quanto à dimensão. Módulo de finura (MF) Mínima 0,15 0,6 1,2 2,4 Máxima 0,6 1,2 2,4 4,8 MF < 2,0 2,0 < MF < 2,4 2,4 < MF < 3,2 MF > 3,2 ul ns Co muito fina fina média grossa Tamanho nominal (mm) ra Tipo de areia 4.6 Pedra ta Figura 4.2 – Agregado miúdo (areia quartzoza lavada). A pedra, para uso como agregado graúdo em construção civil, pode ser classificada como natural (pedregulho ou seixo rolado, cascalho) e artificial (pedra britada, argila expandida, escória, etc). 22 A pedra britada é obtida em uma unidade industrial / mineradora chamada pedreira, onde ocorre a desintegração, por explosão controlada, da rocha que dá origem à brita (granito, gnaisse, basalto, etc). Após a detonação da rocha matriz, grandes matacões são transportados para serem triturados em equipamento chamado britador (razão do nome pedra britada). Por fim, a brita é passada em peneiras onde é classificada de acordo com sua granulometria (brita 1, 2, 3, etc). (RODRIGUES , 2008) 4.7 Areia Ob A areia é a substância mineral proveniente da decomposição de rochas, principalmente graníticas, compondo-se de grãos arredondados de quartzo, podendo conter ainda, em diversas proporções, grãos de outros minerais (feldspato, mica, etc). ra A areia, usada como agregado miúdo para emprego em argamassas e concretos, pode ser classificada como natural (rios, minas, várzeas) e artificial (resíduo fino de pedreiras – pó de pedra). pa A areia é extraída em unidades de mineração chamadas de areais ou portos de areia, podendo ser extraída do leito de rios, depósitos lacustres, veios de areia subterrâneos (minas) ou de dunas. (RODRIGUES, 2008) ra ul ns Co ta 23 CAPÍTULO 5: Economia 5.1 Introdução Os recursos em agregados para a indústria da construção civil são abundantes no Brasil. Em geral, os grandes centros consumidores encontram-se em regiões geologicamente favoráveis à existência de reservas de boa qualidade. (VALVERDE, 2001) O segmento econômico da construção civil é responsável por 14,8% do PIB representando Ob um importante setor da economia no país. Entretanto, a indústria da construção civil é a responsável por 14 a 50% do consumo dos recursos naturais consumidos pela sociedade em todo planeta (SILVA FILHO et al., 2002 in RODRIGUES, 2008). Os agregados são considerados produtos básicos para a indústria da construção civil, ra apresentando, quando utilizado para confecção de concreto, consumo médio, por metro cúbico, de 42% de agregado graúdo, 40% de agregado miúdo, 10% de cimento, 7% de água e 0-1% de aditivos. (RODRIGUES, 2008) pa Areias e rochas para britagem são facilmente encontradas na natureza e são consideradas recursos minerais abundantes. Entretanto, essa relativa abundância deve ser encarada com o devido cuidado. ra A produção de areia e pedra britada caracteriza-se pelo baixo valor unitário e pela produção de grandes volumes. O transporte corresponde à cerca de 67% do custo final do produto. Idealmente, portanto, os pontos de produção devem ficar o mais próximo possível do mercado consumidor, o que torna antieconômico boa parte dos recursos minerais para areia e Co rocha disponíveis na natureza. Em regiões metropolitanas, como as de São Paulo e Rio de Janeiro, quase toda a areia consumida pela construção civil está sujeita a transporte por distâncias de cerca de 100km (RODRIGUES, 2008) ul ns O maior problema para o aproveitamento das reservas existentes é a urbanização crescente que esteriliza importantes depósitos ou restringe a extração. A ocupação do entorno de pedreiras por habitações e restrições ambientais à utilização de várzeas e leitos de rios para extração de areia criam sérios problemas para as lavras em operação. Muitas vezes, mesmo havendo recurso mineral disponível, este não pode ser extraído devido a restrições à sua ta exploração. (VALVERDE, 2002) Em conseqüência, novas áreas de extração estão cada vez mais distantes dos pontos de consumo, encarecendo o preço final dos produtos. 24 5.2 Produção A produção de agregados para a construção civil está disseminada por todo o território nacional. Em 2000, foram produzidos 238,0 milhões de metros cúbicos (380,0 milhões de toneladas) de agregados para construção civil, representando um crescimento de 11,0% em relação a 1999. Deste total, 97,3 milhões de metros cúbicos (155,8 milhões de toneladas) são representados por pedras britadas e 141,1 milhões de metros cúbicos (226,0 milhões de toneladas) por areia. A areia é extraída de leito de rios, várzeas, depósitos lacustres, mantos de Ob decomposição de rochas, pegmatitos e arenitos decompostos. No Brasil, 90% da areia são produzidos em leito de rios. (VALVERDE, 2001). 5.3 Dados da produção ra Evol ução da Produçã o de Agr egados para C o ns t r u çã o C i v i1988 l – 2000 1988 pa AGREGADOS 89.820.530 1989 38.841.993 60.397.369 99.239.362 1990 9.343.744 53.370.215 62.713.959 1991 8.804.024 50.461.839 59.265.863 1992 50.672.750 60.689.739 111.362.489 1993 47.138.916 57.115.496 104.254.412 1994 49.523.297 60.231.776 109.755.073 1995 54.481.032 65.538.785 120.019.817 1996 99.399.160 59.990.050 1997 127.898.870 87.972.232 1998 125.219.419 91.263.583 1999 128.093.698 88.695.759 2000 141.100.000 97.300.000 ANOS AREIA BRITA 31.726.200 TOTAL 58.094.330 ra ul ns Co 215.871.102 216.483.002 216.789.457 238.400.000 ta Unidade: m³ Fonte: ANEPAC - D N PM/D IR IN 159.389.210 Tabela 5.1 – Evolução da produção de agregados para construção civil 1988-200 25 Evolução da Produção de Agregados para Construção Civil 1988-2000 300 250 Em 100.00 0 m³ 200 150 Ob 100 50 0 1988 1989 1990 1991 1992 1993 ra AREIA 1994 BR ITA 1995 1996 1997 1998 1990 2000 TOTAL Fonte: ANEPAC - DNPM/DIRIN Gráfico 5.1 – Evolução da produção de agregados para construção civil 1988-2000 ra pa 5.4 Consumo S e gme nt a ç ã o do C ons umo de A re ia p a ra C o ns t ru ç ã o C iv il no B ra s il ( 2 0 0 0 ) 25% Massas em geral 25% Concreto dosado em central ta Concreto não usinado ul ns Co 50% Gráfico 5.2 – Segmentação do consumo de areia para construção civil no Brasil (2000) 26 Segm entação do Consum o de Br i ta (2000) 7% 5% 15% 40% 16% 17% ra Ob Pav imentadoras e Órgãos Públic os Conc reteiras R ev endedoras e v arejo Cons trutoras (edific aç ões ) Indús tria de pré-fabric ados Outros (las tros , enroc amentos , etc ) Gráfico 5.3 – Segmentação do consumo de brita (2000) pa 5.5 Preço A série histórica de preços apresenta uma relativa consistência. Tomando o caso da brita, ra de 1988 a 1997, com exceção de 1990 e 1991, o valor variou dentro de uma faixa entre US$ 13.00/m³ e US$ 16.00/m³. A partir de 1998, por problemas de falta de demanda principalmente em São Paulo, o preço desabou, fato agravado pela desvalorização do Real ante o Dólar americano. Co No caso da areia, os preços até 1995 refletem o fato de que dados para areia para construção e areia industrial eram computados juntos. (VALVERDE, 2001) De qualquer forma, a alta inflação entre 1988 e 1994 torna qualquer critério de preço, ul ns principalmente para produtos produzidos e consumidos internamente, muito precário. De 1995 para cá, com a estabilidade, já é possível fazer alguma análise mais consistente. (VALVERDE, 2001) ta 27 E v o l uç ã od o s P r e ç o s M é d i o sd e A g r e g a d o s– 1 9 88-88 2 0 0 0 BRASIL (1) AREIA ANOS Corrent e US$/t FOB USA(2) PEDRA BRITADA AREIA PEDRA B RITADA Constante Corrente Constante Corrente Constante Corrente Constante US$/t US$/t US$/t US$/t US$/t US$/t US$/t (*) FOB (*) FOB FOB FOB FOB (*) FOB FOB (*) 4,54 6,68 12,94 19,04 2,76 4,06 3,03 4,46 1989 5,91 8,29 16,56 23,24 2,72 3,92 3,00 4,21 13,25 17,65 19,95 26,57 2,68 3,57 3,12 4,16 1991 8,58 10,97 10,95 14,00 2,55 3.26 3,25 4,15 1992 8,27 10,26 13,41 16,63 2,59 3,21 3,28 4,07 1993 8,70 10,48 14,27 17,19 2,62 3,16 3,28 3,95 1994 9,13 10,71 14,55 17,05 2,71 3,18 3,35 3,93 9,32 10,65 14,94 17,07 2,77 3,16 3,35 3,83 1996 5,76 6,39 13,65 15,14 2,83 3,14 3,37 3,74 1997 5,74 6,22 13,93 15,10 2,88 3,12 3,53 3,83 1998 4,99 5,30 11,73 12,45 2,95 3,08 3,37 3,58 1999 3,21 3,32 7,52 7,78 3,05 3,15 3,34 3,45 3,52 3,52 6,43 6,43 3,14 3,14 3,38 3,38 Ob 1988 1990 ra 1995 pa 2000 Unidades Monetárias: US$/m³ Fonte: (1) ANEPAC- DNPM/DIRIN (2) U.S.Geological Survey, Mineral Commodity Summaries (*) Valores deflacionados com base no IGP– DI - USA (Ano-base: 2000 = 100) ra Tabela 5.2 – Evolução dos preços médios de agregados 1988-2000 Co Evolução dos Preços Médios dos Agregados para Construção Civil (BRASIL) - 1988-2000 30,00 25,00 ul ns E m U S$ / m ³ 20,00 15,00 ta 10,00 5,00 0,00 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 AR EI A C o r r e n t e AR EI A C o n s t a n t e PEDRA BRIT ADA Co r r e n te PED R A BR I T AD A C o n s t a n t e 1998 1999 2000 F o n te : ANEPAC - DNPM /DIRIN 28 Gráfico 5.4 – Evolução dos preços médios dos agregados para construção civil (Brasil) 19882000 Evolução dos Preços Médios dos Agregados para Construção Civil (USA) - 1988-2000 5,00 4,50 Ob Em US$ / m³ 4,00 3,50 ra 3,00 2,50 pa 2,00 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 AREIACorrente AREIAConstante PEDRABRITADACorrente PEDRABRITADAConstante 1998 1999 2000 ra Fonte: U.S.Geological Survey, Mineral Commodity Summaries Gráfico 5.5 – Evolução dos preços médios dos agregados para construção civil (USA) 1988-2000 Co 5.6 Balanço Produção-Consumo A produção de areia e brita para construção civil, até o presente, vem atendendo satisfatoriamente a demanda nacional. Entretanto, a disponibilidade desses recursos, ul ns especialmente aqueles localizados dentro ou no entorno dos grandes aglomerados urbanos do país vem dia a dia declinando em virtude de inadequado planejamento, problemas ambientais, zoneamentos restritivos e usos competitivos do solo. A possibilidade de exploração destes recursos está sendo limitada cada vez mais, tornando-se aleatórias as perspectivas de garantia de suprimento futuro. Até o presente, o preço relativamente baixo destes insumos foi possível devido ta ao fácil acesso às reservas e, pequenas a moderadas distâncias de transporte. Mas as restrições estão a cada dia maiores, seja para a obtenção de novas licenças, seja para garantir a atividade das minerações existentes. Em suma, é bem notado o paradoxo existente, ou seja, uma sociedade criando uma demanda cada vez maior de areia e brita e, ao mesmo tempo, impedindo ou restringindo a produção. É fácil concluir que o papel do Estado (nas três esferas de governo) como mediador, através de um efetivo planejamento nas áreas críticas será fundamental para que a atividade possa continuar operando a custos baixos dentro de sua função de supridora dos insumos básicos 29 para a indústria da construção civil. A tabela 04 mostra o balanço produção/consumo e projeções até 2010. (VALVERDE, 2001) B a l a n ç o C o ns um o P r o du ç ã o de A gr e g a d o s p a r a C o n s tr u ç ã o C i v i l 1 9 9 8 – 2 0 00 ANOS AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL AREIA BRITA TOTAL H ISTÓR IC O 31.726.200 58.094.330 89.820.530 1989 38.841.993 60.397.369 99.239.362 1990 9.343.744 53.370.215 62.713.959 1991 8.804.024 50.461.839 59.265.863 1992 50.672.750 60.689.739 111.362.489 1993 47.138.916 57.115.496 104.254.412 1994 49.523.297 60.231.776 109.755.073 1995 54.481.032 65.538.785 120.019.817 1996 99.399.160 59.990.050 159.389.210 1997 127.898.870 87.972.232 215.871.102 1998 125.219.419 91.263.583 216.483.002 1999 128.093.698 88.695.759 216.789.457 2000 141.660.567 97.696.943 239.357.510 ra Ob 1988 pa PRO JEÇÃO 168.337.000 116.370.000 285.107.000 2010 200.988.000 138.612.000 339.600.000 ra 2005 Tabela 5.3 – Balanço consumo produção de agregados para construção civil 1998-2000 No período 1988-2000, os agregados tiveram um crescimento médio de 4,4% ao ano. No Co período de estabilização da moeda (1995-2000 ) o crescimento foi da ordem de 6,5% ao ano. Em 2000, o incremento da oferta atingiu 10,4% em relação a 1999. (VALVERDE, 2001) Com base no crescimento médio, período histórico, fatores sócio-econômicos, financeiros ul ns e políticos do país, acredita-se que o setor poderá, no mínimo, crescer a uma taxa de 4% a 4,5% ao ano. Assim, foi considerada uma projeção de oferta/demanda de 285 milhões e 339 milhões de metros cúbicos em 2005 e 2010, respectivamente. (VALVERDE, 2001) ta 30 CAPÍTULO 6: Método de Aproveitamento da Areia 6.1 Introdução Atualmente a atividade mineradora ligada à construção civil se concentra principalmente na extração de areia e brita utilizada como agregado para a fabricação de concreto, de argilas sendo aplicada na indústria de cerâmica e de rochas calcáreas utilizadas na indústria de cimento. Ob As principais rochas utilizadas para a produção de pedra britada são: Granito e Gnaísses (85%), calcário e dolomito (10%) e basalto e diabásio (5%). No estado do Rio de Janeiro a produção de pedra britada é proveniente da extração de basicamente rochas graníticas e gnáissicas. ra Atualmente no estado do Rio de Janeiro as minerações típicas de agregados para a construção civil são os portos-de-areia e as pedreiras, como são conhecidas popularmente. ra pa As figuras abaixo mostram o sistema de mineração de areia (RODRIGUES, 2008) ul ns Co (transporte e matacões) (explosão) ta (britagem) Figura 6.1 – Fotos mostrando as diversas etapas da produção de brita 31 ra Ob (Silo de areia) ra pa Co (barcaça de areia) (barcaça de areia) ul ns ta (areal) Figura 6.2 – Fotos mostrando formas de extração de areia 32 6.2 Método de fabricação de areia artificial A obtenção de areia artificial através do material fino das pedreiras, que antes era descartado, hoje tem sido possível em virtude de tecnologias desenvolvidas que possibilitam o aproveitamento dos mesmos. Em consulta realizada em 17 de outubro de 2008 na página eletrônica do Canal Ciência (http://www.canalciencia.ibict.br) foi possível estabelecer o marco inicial da fabricação de areia artificial no estado do Rio de Janeiro. Pesquisadores do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) Ob do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Departamento de Engenharia Civil e Metalurgia/Materiais da COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolveram estudos e técnicas para viabilizar a produção de areia artificial a partir dos finos de pedreira. ra A metodologia utilizada, por essa equipe de pesquisadores, foi: 1°) aquisição e confecção dos equipamentos, montando-se, então, uma unidade piloto; 2º) utilização de rochas de origem granítica nos ensaios, provenientes das pedreiras localizadas no Estado do Rio de Janeiro e também da região de Juiz de Fora (MG). A partir daí, foram definidas duas faixas de tamanhos pa para alimentação ao circuito de britagem, são elas: entre 12,5 e 4,8 milímetros (brita 0) e entre 0 e pó-de-pedra. ra ul ns Co Os ensaios de britagem foram realizados em um circuito fechado representado por um silo com capacidade de, aproximadamente, 2 metros cúbicos, um alimentador de gaveta, um britador de eixo vertical VSI (BARMAC, modelo 3000), com capacidade nominal de 12 toneladas por hora, com regulagem de abertura de fluxo por cascata, uma peneira vibratória com duplo deque (de 6 e 3 milímetros) e quatro transportadores de correia que operaram à velocidade de 1,6 metros por ta segundo. Nesse circuito fechado de britagem, o material retido nas telas com aberturas de 6 milímetros (alívio) e 3 milímetros é realimentado ao britador, junto à alimentação nova. O material passante no deque é depositado em uma pilha para posterior classificação a seco, realizada por um classificador Sturtevant, com capacidade nominal de 200 quilos por hora. Sua alimentação é realizada com o auxílio de um alimentador vibratório. Os produtos oriundos do classificador são areia artificial (produto grosso) para concreto e o filler (produto fino) para argamassa. (http://www.canalciencia.ibict.br – consulta em 17/10/2008). 33 Pode-se definir que através desse sistema há possibilidade de se estabelecer, durante o processo de fabricação de areia artificial a exata granulometria de interesse. ra Ob ra pa ul ns Co ta 34 CAPÍTULO 7: Explotação Mineral e Impactos Ambientais 7.1 Introdução Atualmente grande parte da produção nacional de areia é obtida a partir da extração em leitos de rios. A extração de seixos, areia e pedra é também definida pela legislação mineral como uma explotação mineral, e sendo considerada altamente impactante ao meio ambienta. A explotação mineral tradicional nos leitos dos rios, pelo método de cava, tem provocado intensa degradação ao meio ambiente no decorrer dos anos, uma vez que sempre é Ob acompanhada principalmente da remoção da camada vegetal, do solo e das rochas que estejam acima dos depósitos minerais. ra 7.2 Extração de Areia em Cava/Dragagem A maior parte da areia utilizada no Estado do Rio de Janeiro é proveniente de extrações em rios e cavas. Normalmente são pequenos empresários que dispõem de poucos recursos pa para investimentos na melhoria da qualidade do produto final. Nesse tipo de extração se torna mais difícil estabelecer padrões granulométricos mais homogêneos. Dessa forma parte do minério deixa de ser aproveitado bem como uma outra ra parte pode não satisfazer totalmente o mercado. Por Cava/Dragagem Co 7.3 Impactos Ambientais Provocados pela Explotação Mineral No caso da extração de areia em cava ou no leito do rio, pode causar: alteração da proteção do recurso hídrico (de subterrâneo passa a superficial – lagos) ul ns contaminação do lençol freático; instabilidade das encostas nas margens dos rios; alterações dos cursos d'água; destruição do fundo dos rios; alteração do pH; aumento do teor do material sedimentado em suspensão, promovendo ta assoreamento, entre outros. Por Desmonte No caso da exploração de pedra e areia, pode causar: 35 desmatamento; descaracterização do relevo; formação das cavas; assoreamento de cursos d'água, presentes; destruição de áreas de preservação permanente; destruição da flora e fauna. Ob ra Abaixo fotos de extrações de areia por dragagem na região de Seropédica. (http://www.rjtv.globo.com/jornalismo - consulta em 08/11/2008) ra pa ul ns Co Figura 7.1 – Extração de areia por dragagem ta 36 CAPÍTULO 8: Conclusões e Considerações Finais Acompanhando-se a evolução na produção de agregados no Brasil, pode-se concluir pela elevada importância dessa extração mineral para o país. Alie-se a esse fato a necessidade de proteção ambiental e o ulterior aproveitamento das reservas, conclui-se que a fabricação de areia através do rejeito dos finos é, no momento, a opção mais adequada. A extração de areia em cava ou em rios para uso na construção civil trata-se de um Ob empreendimento exploratório de elevada degradação ambiental. Diante disso a produção de areia artificial passa a ser um grande aliado na diminuição do passivo ambiental provocado pela mineração. Existem dois fatores principais que reforçam cada vez mais a utilização da areia artificial. O ra primeiro é aproveitar os finos das pedreiras (considerados rejeitos), e o segundo evitar, principalmente, a degradação dos aqüíferos e cursos d`água. Com metodologia simples, o aproveitando do rejeito, que se tornaria um impactante pa ambiental, a fabricação de areia em áreas de extração de agregados une todos os parâmetros necessários para um desenvolvimento sustentável. Diminuir a área degradada ao mesmo tempo em que amplia a lucratividade é um binômio artificial. ra raro na mineração, perfeitamente acessível no caso dos agregados através da fabricação de areia ul ns Co ta 37 Referências bibliográficas ANEPAC, http://WWW.anepac.org.br/ (consulta em 08/11/2008) CANAL CIÊNCIA, http://WWW.canalciencia.ibicit.br (consulta em 17/10/2008) CETEM, Areia artificial pode ser opção mais barata. Gazeta Mercantil, A-13 p. PIQUET, B. 2007, entrevista executada na Pedreira CONVEM, Magé, RJ. Em 12 out.. 2007. Ob RODRIGUES, E; Agregados. Livro para o SBEA, capítulo I, 1-8 p. 2008 VALVERDE, F.M, Agregados para construção civil. Balanço Mineral Brasileiro, 6-14 p. 2001. ra VASCONCELLOS, R.V.A; Geologia e petrografia da área de lavra da Convem Mineração LTDA, Santa Dalila, Magé, RJ, capítulo I, 3-4 p. capítulo II, 8-10 p. 2006. ra pa ul ns Co ta 38