Segunda-feira, 3 de março de 2003

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Quarta-feira, 9 de março de 2011
Cinzas – Dia de Jejum e Abstinência – Início da Quaresma - 4ª Semana do Saltério - Cor Roxa
Hoje: Início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade, tempo de penitência e conversão.
Santos: Antônio de Froidemont (monge), Bosa de York (bispo), Catarina de Bolonha (clarissa, virgem), Cirion e Cândido
(mártires da Armênia), Domingos Sávio (adolescente de Turim discípulo de Dom Bosco), Gregório de Nissa (bispo), Paciano
de Barcelona (bispo).
Antífona: Ó Deus, vós tendes compaixão de todos e nada do que criastes desprezais: perdoais nossos pecados pela
penitência porque sois o Senhor nosso Deus. (Sb 11, 24-27)
Oração: Concedei-nos, ó Deus todo-poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma, para que a penitência
nos fortaleça no combate contra o espírito do mal. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.
I Leitura: Joel (Jl 2, 12-18)
O Senhor encheu-se de zelo por sua terra
"Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos;
rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo,
paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo". 14Quem sabe, se ele se volta para
vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção, oblação e libação para o Senhor, vosso Deus?
12
13
Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; 16congregai o povo,
realizai cerimônias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu
aposento, e a esposa, seu leito. 17Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os ministros sagrados
do Senhor, e digam: "Perdoa, Senhor, a teu povo, e não deixes que esta tua herança sofra infâmia e
que as nações a dominem". Por que se haveria de dizer entre os povos: "Onde está o Deus deles?"
18
Então o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo. Palavra do Senhor!
15
Salmo: 50 (51), 3-4.5-6a.12-13.14 e 17
Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos (cf. 3a)
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! 4Lavai-me
todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!
3
Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente.
só contra vós, que eu pequei, pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
5
Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido.
afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
12
Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso!
Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!
14
13
17
6a
Foi contra vós,
Ó Senhor, não me
Abri meus lábios, ó
II Leitura: Coríntios (2Cor 5, 2—6,2)
É nossa obrigação vivermos segundo o ensinamento de Cristo
Irmãos, 20somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de
Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. 21Aquele que não cometeu nenhum
pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus. 6,1Como
colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, 2pois ele diz:
"No momento favorável, eu te ouvi e no dia da salvação, eu te socorri". É agora o momento
favorável, é agora o dia da salvação. Palavra do Senhor!
Evangelho do dia: Mateus (Mt 6, 1-6.16-18)
Jejum, esmola e oração
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1"Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na
frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do
vosso Pai que está nos céus.
Evangelho do Dia
07/03/11
Mundo Católico (www.mundocatolico.org.br)
Pg.1
Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas
sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam
a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz
a tua mão direita, 4de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te
dará a recompensa.
2
Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas
esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a
sua recompensa. 6Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu
Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. 16Quando
jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os
homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: Eles já receberam a sua recompensa.
17
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam
que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está
escondido, te dará a recompensa". Palavra da Salvação!
5
Leituras paralelas: Lc 11,2-4 (oração)
Comentando o Evangelho
Como agradar a Deus
A prática quaresmal da esmola, da oração e do jejum tem a finalidade de sintonizar-nos com a
vontade do Pai, de forma a preparar-nos, da melhor maneira possível, para a celebração da Páscoa.
As três práticas de piedade visam refazer nossa amizade com o Pai, enquanto discípulos de Jesus.
Têm como objetivo tornar-nos agradáveis a ele. De onde a importância de serem vividas segundo as
orientações dadas pelo Mestre Jesus.
Existem maneiras incorretas de dar esmolas, rezar e jejuar. Portando, vazias e inúteis. Isto
acontece com quem se serve destes atos para fazer exibição de piedade, pretendendo passar por
santos aos olhos dos outros. Mas, também, com quem dá esmola de maneira mecânica, sem
comprometer-se com o gesto de dar; com quem transforma a oração num amontoado de palavras,
sem interioridade nem unção; com quem jejua para cumprir um preceito, embora desconheça o
valor de seu gesto.
O reverso da medalha corresponde à forma efetiva de agradar a Deus. Neste caso, a esmola será
expressão da misericórdia que existe no coração de quem se faz solidário com a carência alheia; a
oração consistirá mais em escutar do que em falar; o jejum corresponderá a um esforço sincero de
controlar os próprios instintos e paixões, de forma a não desviarem o ser humano do caminho de
Deus. A melhor forma de agradar a Deus será pôr em prática tudo isto no humilde escondimento.
(O EVANGELHO DO DIA, Ano “A”. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1998)
Oração da assembleia: (Missal Dominical, Paulus)
• Para que a Quaresma nos faça reencontrar ou confirmar uma vivência fundamental do nosso ser
cristão, rezemos ao Senhor: Convertei-nos, Senhor!
• Para que também os que têm uma fé pouco pessoal e uma prática pouco engajada acolham o
convite do Senhor a se voltarem para ele de todo o coração, rezemos ao Senhor: Converteinos, Senhor!
• Para que os cristãos praticantes não se vangloriem de sua fidelidade buscando uma segurança
puramente humana em sua vida espiritual, rezemos ao Senhor: Convertei-nos, Senhor!
• Para que o nosso jejum e renúncia séria ao supérfluo sejam um sinal autêntico de nossa
fraternidade para com os mais pobres, rezemos ao Senhor: Convertei-nos, Senhor!
Bênção das Cinza:
Ó Deus, que vos deixais comover pelo que se humilham e vos reconciliais com os que reparam suas
faltas, ouvi como um pai as nossas súplicas. Derramai a graça da vossa bênção sobre os fiéis que
vão receber estas cinzas, para que, prosseguindo na observância da Quaresma, possam celebrar de
coração purificado o mistério pascal do vosso Filho, Por Cristo, nosso Senhor.
Evangelho do Dia
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Pg.2
Oração sobre as Oferendas:
Oferecendo-vos este sacrifício no começo da Quaresma, nós suplicamos, ó Deus, a graça de dominar
nossos maus desejos pelas obras de penitência e caridade, para que, purificados de nossas faltas,
celebremos com fervor a paixão do vosso Filho. Que vive e reina para sempre.
Antífona da comunhão:
O que medita dia e noite na lei do Senhor dará seu fruto no devido tempo. (Sl 1, 2-3)
Oração Depois da Comunhão:
Ó Deus, fazei que sejamos ajudados pelo sacramento que acabamos de receber, para que o jejum
de hoje vos seja agradável e nos sirva de remédio. Por Cristo, nosso Senhor.
Para sua reflexão: Moral da história: devemos louvar a Deus e não ao homem! Com nossas orações e bons
atos voltados para Deus nossas obras resultarão em boa recompensa. Resta-nos ajustarmos a nossa prática,
tanto na oração quanto no cumprimento dos preceitos bíblicos e da Igreja. Oração e esmola não devem ser
praticas centradas apenas na quarta-feira de cinzas, mas no nosso cotidiano; o jejum, muito importante para os
momentos fortes da liturgia da nossa Igreja, nunca deveria ser relaxado. Os cristãos das cidades urbanas estão
relaxando esta prática de purificação e conversão. Que tal doar uma das suas três refeições para uma pessoa
necessitada neste dia? Mas a doação deverá ser completa, sem restrições!
Tempo da Quaresma
O tempo da Quaresma vai desta quarta-feira (09/03/2011) até a missa da Ceia do Senhor,
exclusive (21/04/2011). É o tempo para preparar a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto
na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente
pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal”
(SC 109).
Recomendações da CNBB:
1. Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º Domingo da
Quaresma), bem como as solenidades e festas.
2. A cor do tempo é roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa.
3. Em todas as Missas e Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
4. Nas solenidades e festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deum e o
Glória.
5. As memórias obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
6. Na celebração do Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção
nupcial; mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa. (Fonte: Diretório
da Liturgia 2011 da CNBB)
Quarta-feira de Cinzas
A liturgia da Quarta-Feira de Cinzas recorda-nos nossa condição de mortais: "Memento homo quia pulvis es et in
pulverem reverteris - Lembra-te, homem, de que és pó e ao pó hás de voltar" .... Neste início de Quaresma,
procuremos, mais ainda do que a mortificação corporal, aceitar o convite que a Liturgia sabiamente nos faz,
combatendo o amor próprio com todas as nossas forças. "Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e
vede se encontrais outra coisa que não seja a graça de Deus". (Sto. Agostinho)
Ao receber daqui a pouco as cinzas sobre a cabeça, ouviremos mais uma vez um claro convite à conversão que
pode expressar-se numa fórmula dupla: "Convertei-vos e acreditai no evangelho", ou: "Recorda-te que és pó e em
pó te hás de tornar".
Evangelho do Dia
07/03/11
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Precisamente devido à riqueza dos símbolos e dos textos bíblicos, a Quarta-Feira de Cinzas é considerada a
"porta" da Quaresma. De fato, a hodierna liturgia e os gestos que a distinguem formam um conjunto que antecipa
de modo sintético a própria fisionomia de todo o período quaresmal. Na sua tradição, a Igreja não se limita a
oferecer-nos a temática litúrgica e espiritual do itinerário quaresmal, mas indica-nos também os instrumentos
ascéticos e práticos para o percorrer frutuosamente.
"Convertei-vos a mim de todo o vosso coração com jejuns, com lágrimas, com gemidos". (Joel 2,12). Os
sofrimentos, as calamidades que afligiam naquele tempo a terra de Judá estimulam o autor sagrado a encorajar o
povo eleito à conversão, isto é, a voltar com confiança filial ao Senhor dilacerando o seu coração e não as vestes.
De fato, recorda o profeta, ele "é clemente e compassivo, paciente e rico em misericórdia e se compadece da
desgraça" (2, 13). O convite que Joel dirige aos seus ouvintes também é válido para nós.
Não hesitemos em reencontrar a amizade de Deus perdida com o pecado; encontrando o Senhor experimentamos
a alegria do seu perdão. E assim, quase respondendo às palavras do profeta, fizemos nossa a invocação do refrão
do Salmo 50: "Perdoai-nos Senhor, porque pecamos". Proclamando, o grande Salmo penitencial, apelamo-nos à
misericórdia divina; pedimos ao Senhor que o poder do seu amor nos volte a dar a alegria de sermos salvos.
Com este espírito, iniciamos o tempo favorável da Quaresma, como nos recordou São Paulo: "Aquele que não
havia conhecido o pecado, diz ele, Deus o fez pecado por nós, para que nos tornássemos, nele, justiça de Deus"
(2 Cor 5, 21), para nos deixarmos reconciliar com Deus em Cristo Jesus. O Apóstolo apresenta-se como
embaixador de Cristo e mostra claramente como precisamente através d'Ele, seja oferecida ao pecador, isto é a
cada um de nós, a possibilidade de uma reconciliação autêntica.
Só Cristo pode transformar qualquer situação de pecado em novidade de graça. Eis por que assume um forte
impacto espiritual a exortação que Paulo dirige aos cristãos de Corinto: "Em nome de Cristo suplicamos-vos:
reconciliai-vos com Deus"; e ainda: "Este é o tempo favorável, é este o dia da salvação" (5, 20; 6, 2). Enquanto
Joel falava do futuro dia do Senhor como de um dia de terrível juízo, São Paulo, referindo-se às palavras do
profeta Isaías, fala de "momento favorável", de "dia da salvação". O futuro dia do Senhor tornou-se o "hoje". O dia
terrível transformou-se na Cruz e na Ressurreição de Cristo, no dia da salvação. E este dia é agora, como nos diz
o Canto ao Evangelho: "Hoje não endureçais os vossos corações, mas ouvi a voz do Senhor". O apelo à
conversão, à penitência ressoa hoje com toda a sua força, para que o seu eco nos acompanhe em cada momento
da vida.
A liturgia da Quarta-Feira de Cinzas indica assim na conversão do coração a Deus a dimensão fundamental do
tempo quaresmal. Esta é a chamada muito sugestiva que nos vem do tradicional rito da imposição das cinzas, que
daqui a pouco renovaremos. Rito que assume um dúplice significado: o primeiro relativo à mudança interior, à
conversão e à penitência, enquanto o segundo recorda a precariedade da condição humana, como é fácil
compreender das duas fórmulas diversas que acompanham o gesto.
Amados irmãos e irmãs, temos quarenta dias para aprofundar esta extraordinária experiência ascética e espiritual.
No Evangelho (cf. Mt 6, 1-6.16-18), Jesus indica quais são os instrumentos úteis para realizar a autêntica
renovação interior e comunitária: as obras de caridade (a esmola), a oração e a penitência (o jejum). São as três
práticas fundamentais queridas também à tradição hebraica, porque contribuem para purificar o homem aos olhos
de Deus.
Estes gestos exteriores, que devem ser realizados para agradar a Deus e não para obter a aprovação e o
consenso dos homens, são por Ele aceites se expressam a determinação do coração a servi-LO, com
simplicidade e generosidade. Recorda-nos isto também um dos Prefácios quaresmais onde, em relação ao jejum,
lemos esta singular expressão: "ieiunio... mentem elevas: com o jejum elevas o espírito" (Prefácio IV).
O jejum, ao qual a Igreja nos convida neste tempo forte, certamente não nasce de motivações de ordem física ou
estética, mas brota da exigência que o homem tem de uma purificação interior que o desintoxique da poluição do
pecado e do mal; que o eduque para aquelas renúncias saudáveis que libertam o crente da escravidão do próprio
eu; que o torne mais atento e disponível à escuta de Deus e ao serviço dos irmãos. Por esta razão o jejum e as
outras práticas quaresmais são consideradas pela tradição cristã "armas" espirituais para combater o mal, as
paixões negativas e os vícios.
A este propósito, apraz-me ouvir de novo convosco um breve comentário de São João Crisóstomo. "Como no
findar do Inverno escreve ele volta a estação do Verão e o navegante arrasta para o mar a nave, o soldado limpa
as armas e treina o cavalo para a luta, o agricultor lima a foice, o viandante revigorado prepara-se para a longa
viagem e o atleta depõe as vestes e prepara-se para as competições; assim também nós, no início deste jejum,
quase no regresso de uma Primavera espiritual forjamos as armas como os soldados, limamos a foice como os
agricultores, e como timoneiros reorganizamos a nave do nosso espírito para enfrentar as ondas das paixões.
Como viandantes retomamos a viagem rumo ao céu e como atletas preparamo-nos para a luta com o
despojamento de tudo" (Homilias ao povo antioqueno, 3).
Evangelho do Dia
07/03/11
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Na mensagem para a Quaresma, convidei a viver estes quarenta dias de especial graça como um tempo
"eucarístico". Haurindo daquela fonte inexaurível de amor que é a Eucaristia, na qual Cristo renova o sacrifício
redentor da Cruz, cada cristão pode perseverar no itinerário que hoje empreendemos solenemente. As obras de
caridade (a esmola), a oração, o jejum juntamente com qualquer outro esforço sincero de conversão encontram o
seu significado mais alto e valor na Eucaristia, centro e ápice da vida da Igreja e da história da salvação. "Este
sacramento que recebemos, ó Pai assim rezamos no final da Santa Missa nos ampare no caminho quaresmal,
santifique o nosso jejum e o torne eficaz para a cura do nosso espírito".
Pedimos a Maria que nos acompanhe para que, no final da Quaresma, possamos contemplar o Senhor
ressuscitado, interiormente renovados e reconciliados com Deus e com os irmãos. Amém!
Fonte: http://www.arautos.org/especial/13407/Quarta-feira-de-Cinzas.html
Veja a data da quarta feira de cinzas entre 2012 e 2019:
2012 - 22 de fevereiro
2013 - 13 de fevereiro
2014 - 5 de março
2015 - 18 de fevereiro
2016 - 10 de fevereiro
2017 - 1 de março
2018 - 14 de fevereiro
2019 - 6 de março
O significado das cinzas
O uso litúrgico das cinzas tem sua origem no Antigo Testamento. As cinzas simbolizam dor, morte e
penitência. Por exemplo, no livro de Ester, Mardoqueu se veste de saco e se cobre de cinzas quando
soube do decreto do Rei Asuer I (Xerxes, 485-464 antes de Cristo) da Pérsia que condenou à morte
todos os judeus de seu império. (Est 4,1). Jó (cuja história foi escrita entre os anos VII e V antes de
Cristo) mostrou seu arrependimento vestindo-se de saco e cobrindo-se de cinzas (Jó 42,6). Daniel
(cerca de 550 antes de Cristo) ao profetizar a captura de Jerusalém pela Babilônia, escreveu: "Volvime para o Senhor Deus a fim de dirigir-lhe uma oração de súplica, jejuando e me impondo o cilício e
a cinza" (Dn 9,3). No século V antes de Cristo, logo depois da pregação de Jonas, o povo de Nínive
proclamou um jejum a todos e se vestiram de saco, inclusive o Rei, que além de tudo levantou-se
de seu trono e sentou sobre cinzas (Jn 3,5-6). Estes exemplos retirados do Antigo Testamento
demonstram a prática estabelecida de utilizar-se cinzas como símbolo (algo que todos
compreendiam) de arrependimento.
O próprio Jesus fez referência ao uso das cinzas. A respeito daqueles povos que recusavam-se a se
arrepender de seus pecados, apesar de terem visto os milagres e escutado a Boa Nova, Nosso
Senhor proferiu: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em
Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob
o cilício e as cinzas. (Mt 11,21) A Igreja, desde os primeiros tempos, continuou a prática do uso das
cinzas com o mesmo simbolismo. Em seu livro "De Poenitentia" , Tertuliano (160-220 DC),
prescreveu que um penitente deveria "viver sem alegria vestido com um tecido de saco rude e
coberto de cinzas". O famoso historiador dos primeiros anos da igreja, Eusébio (260-340 DC), relata
em seu livro A História da Igreja, como um apóstata de nome Natalis se apresentou vestido de saco
e coberto de cinzas diante do Papa Ceferino, para suplicar-lhe perdão. Sabe-se que num
determinado momento existiu uma prática que consistia no sacerdote impor as cinzas em todos
aqueles que deviam fazer penitência pública. As cinzas eram colocadas quando o penitente saía do
Confessionário.
Já no período medieval, por volta do século VIII, aquelas pessoas que estavam para morrer eram
deitadas no chão sobre um tecido de saco coberto de cinzas. O sacerdote benzia o moribundo com
água benta dizendo-lhe: "Recorda-te que és pó e em pó te converterás". Depois de aspergir o
moribundo com a água benta, o sacerdote perguntava: "Estás de acordo com o tecido de saco e as
cinzas como testemunho de tua penitência diante do Senhor no dia do Juízo?" O moribundo então
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07/03/11
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respondia: "Sim, estou de acordo". Se podem apreciar em todos esses exemplos que o simbolismo
do tecido de saco e das cinzas serviam para representar os sentimentos de aflição e
arrependimento, bem como a intenção de se fazer penitência pelos pecados cometidos contra o
Senhor e a Sua igreja. Com o passar dos tempos o uso das cinzas foi adotado como sinal do início
do tempo da Quaresma; o período de preparação de quarenta dias (excluindo-se os domingos)
antes da Páscoa da Ressurreição. O ritual para a Quarta-feira de Cinzas já era parte do Sacramental
Gregoriano. As primeiras edições deste sacramental datam do século VII. Na nossa liturgia atual da
Quarta-feira de Cinzas, utilizamos cinzas feitas com os ramos de palmas distribuídos no ano anterior
no Domingo de Ramos. O sacerdote abençoa as cinzas e as impõe na fronte de cada fiel traçando
com essas o Sinal da Cruz. Logo em seguida diz: "Recorda-te que és pó e em pó te converterás" ou
então "Arrepende-te e crede no Evangelho". Devemos nos preparar para o começo da Quaresma
compreendendo o significado profundo das cinzas que recebemos. É um tempo para examinar
nossas ações atuais e passadas e lamentarmo-nos profundamente por nossos pecados. Só assim
poderemos voltar nossos corações genuinamente para Nosso Senhor, que sofreu, morreu e
ressuscitou pela nossa salvação. Além do mais esse tempo nos serve para renovar nossas
promessas batismais, quando morremos para a vida passada e começamos uma nova vida em
Cristo. Finalmente, conscientes que as coisas desse mundo são passageiras, procuremos viver de
agora em diante com a firme esperança no futuro e a plenitude do Céu.
O jejum que salva
Este dia e a sexta-feira santa são os únicos em que é pedido a todos os adultos que jejuem (isto é,
que renunciem a uma das refeições importantes do dia) em sinal de disponibilidade e solidariedade.
Disponibilidade à escuta de Deus, demonstrando dar mais valor à sua palavra que ao bem-estar
imediato, sinal de conversão do coração; isto é que significa o jejum dos cristãos, como o do Mestre
no início de sua missão. Um jejum mais sensível neste dia, mas que se prolongará por todo o tempo
da Quaresma, com outras iniciativas pessoais de desapego, renúncia às comodidades e satisfações
mesmo legitimas, para maior liberdade interior. Assim o jejum ritual, feito com interioridade e não
por mero formalismo, se torna sinal da fé e caminho de salvação para todo o nosso ser. Por outro
lado, sofrendo um pouco de privação, saibamos unir-nos de algum modo aos homens para os quais
é habitual a privação de alimento, de meios econômicos, de bens culturais e de possibilidades
concretas de desenvolvimento; o jejum se torna um gesto simbólico, denúncia profética da injustiça
que nasce do egoísmo, solidariedade com os mais pobres. Assim, a preparação para a Páscoa se
torna "Campanha da Fraternidade", e a ceia do Senhor um gesto de pobreza, contrição, esperança,
anúncio. Quem participa seriamente da paixão do Senhor, ainda hoje viva nos pobres da terra, sabe
que a volta ao Pai (tanto a sua como a da comunidade) já começou, e que na mortificação da carne
pode florescer o Espírito da ressurreição e da vida. (Extraído do MISSAL DOMINICAL, página de 140, ©
Paulus, 1997 )
Campanha da Fraternidade 2011
Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta.
Lema "A Criação Geme em Dores de parto" (Rm 8,22).
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe a cada ano, através da Campanha da
Fraternidade (CF), um itinerário evangelizador fortemente voltado para a conversão pessoal e
comunitária, em preparação à Páscoa. Em 2011, a CF atinge um marco importante pela 47ª vez!
Os objetivos gerais da CF são sempre os mesmos e decorrem da missão evangelizadora que a Igreja
recebeu de Jesus Cristo: em vista do mandamento do amor fraterno, despertar e nutrir o espírito
comunitário no meio do povo e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum; educar para a
vida fraterna, a partir da justiça e do amor, que são exigências centrais do Evangelho; renovar a
consciência sobre a responsabilidade de todos na ação evangelizadora da Igreja, na promoção
humana e na edificação de uma sociedade justa e solidária.
Durante esses quarenta e sete anos, a CF passou por três fases distintas: no início, os temas eram
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mais relacionados com a renovação da Igreja (1964 e 1965) e a renovação pessoal do cristão (1966
a 1972). Na segunda fase (1973 a 1984), a preocupação era mais voltada para a realidade social
mediante a denúncia do pecado social e a promoção da justiça (Gaudium ET Spes, Medellín e
Puebla). Na terceira fase (de 1985 até o presente), a Igreja no Brasil propõe temas de reflexão e
conversão relativos às várias situações sociais e existenciais do povo brasileiro, que requerem maior
fraternidade.
Em 2011 estaremos falando sobre meio ambiente, a gravidade do aquecimento global e das
mudanças climáticas – causas e consequências. Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta; Lema "A
Criação Geme em Dores de parto", (Rm 8,22). Não há como não se dar conta que esta campanha
esta ligada a Campanha de 2010, ora o fator econômico não esta relacionado à situação de nosso
planeta hoje? Somos todos moradores de uma mesma casa, gostando disso ou não estamos
interligados. Não há como simplesmente virar as costas e não se importar, afinal se ocorresse uma
catástrofe a nível global para onde iríamos? Aquecimento global, mudanças geológicas nada mais é
do que reações as nossas ações. A Campanha da Fraternidade de 2011, de maneira primorosa como
sempre, vem justamente nos alertar desta verdade tudo o que fazemos pode prejudicar ou ajudar a
salvar nosso planeta nos dá a oportunidade de como uma família sentarmos juntos e elaborarmos
ações para salvar a nossa casa.
Em cada catástrofe seja ela terremotos, inundações, podemos sentir o planeta gemer, e a
humanidade fazendo o mesmo, este gemido tem uma conotação de tristeza imensa. Ainda estamos
em tempo hábil para reverter esta situação podemos transformar estes gemidos de dor em gemidos
de amor e de esperança, sim podemos iniciar um período de gestação e após este período em que
nos organizaremos com ações que ajudem a preservar o meio ambiente, receberemos de volta um
planeta saudável, resgataremos o planeta que nos foi dado por Deus.
Esta campanha não é uma utopia e sim um alerta de que atitudes devem ser tomadas, não por uma
minoria, mas por um todo, este planeta é nossa casa, precisamos ser fraternos, gerar ações que nos
levem ao bem comum.
E para reforçar nossas expectativas aos Gestos Concretos que com certeza surgirão em nossas
Paróquias, Sociedade através da conversão individual e coletiva nesta quaresma, sugerimos para
nos estimular ao amor fraterno entre irmãos e irmãs comprometidos com o Meio Ambiente,
louvarmos ao Senhor como São Francisco de Assis o fez por todas as criaturas que fazem parte da
vida planetária.
Que a oração em que São Francisco louva a Deus pelas criaturas, nos inspire novas atitudes e nos
ajude a ser transformados pelo Espírito de Deus de modo a resgatarmos atitudes de quem cultiva e
cuida do seu jardim, esta obra maravilhosa, que hoje requer socorro dos autênticos filhos de Deus,
e de todos aqueles que empreendem ações sinceras e despojadas em favor do planeta.
CÂNTICO DAS CRIATURAS SÃO FRANCISCO DE ASSIS!
Altíssimo, onipotente e bom Deus, teus são o louvor,
a glória, a honra e toda benção.
Só a Ti, Altíssimo, são devidos, e homem algum
é digno de Te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor, com todas as Tuas criaturas.
Especialmente o irmão Sol, que clareia o dia
e com sua luz nos ilumina.
Ele é belo e radiante, com grande esplendor de Ti,
Altíssimo é a imagem.
Evangelho do Dia
07/03/11
Mundo Católico (www.mundocatolico.org.br)
Pg.7
Louvado sejas meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas,
que no céu formastes claras, preciosas e belas.
Louvado sejas meu Senhor, pelo irmão Vento,
pelo ar ou neblina, ou sereno e de todo tempo,
pelo qual às Tuas criaturas dais sustento.
Louvado sejas meu Senhor, pela irmã Água,
que é muito útil, humilde, preciosa e casta.
Louvado sejas meu Senhor, pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite, e ele é belo e alegre, vigoroso e forte.
Louvado sejas meu Senhor, pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e nos governa, e produz frutos diversos,
e coloridas flores e ervas.
Louvado sejas meu Senhor, pelos que perdoam
por Teu amor e suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados os que sustentam a paz, que por Ti,
Altíssimo serão coroados.
Louvado sejas meu Senhor, pela nossa irmã a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar conforme a Tua Santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.
Louvai e bendizei ao meu Senhor, e dai-lhes graças
e servi-O com grande humildade.
Aconteceu no dia 9 de março:
1521: Domigo de Invocavit, Martinho Lutero durante oito dias consecutivos da Quaresma prega oito
sermões que ficam conhecidos por "Sermões de Invocavit".
Em nome de Cristo vos pedimos: deixai-vos reconciliar com Deus! (2Cor 5,20b)
Evangelho do Dia
07/03/11
Mundo Católico (www.mundocatolico.org.br)
Pg.8
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