UD III – ASSUNTO 1. LIBERALISMO, NACIONALISMO E UNIFICAÇÃO ALEMÃ E ITALIANA. OBJETIVOS: 1.RELACIONAR O AVANÇO DA BURGUESIA EUROPEIA AO LIBERALISMO E AOS MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIO DE 1830 E 1848. 2. IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS ETAPAS DOS PROCESSOS DE UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E DA ALEMANHA. 3. RELACIONAR AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA AOS INTERESSES DA BURGUESIA NA EXPANSÃO DO CAPITALISMO. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO. 2. RESTAURAÇÃO NA FRANÇA E A REVOLTA DE 1830. 3. AS REVOLTAS LIBERAIS DE 1848 NA INGLATERRA E NA FRANÇA. 4. O GOVERNO DE LUÍS BONAPARTE E O II IMPERIO. 5. A 3ª REPÚBLICA E A COMUNA DE PARIS. 6. APRECIAÇÃO 7. 1ª VERIFICAÇÃO. 8. A UNIFICAÇÃO ITALIANA. 9.A UNIFICAÇÃO ALEMÃ. 10.CONCLUSÃO 11. 2ª VERIFICAÇÃO. . 1. INTRODUÇÃO 1.1. Generalidades O século XIX foi, por um período, bastante conturbado na Europa. Ocorreram muitos movimentos revolucionários derivados da Revolução Francesa: -Movimentos contrários ao Absolutismo, -Movimentos liberais burgueses. -A França foi o berço de todas essas ondas revolucionárias. -Essas ondas revolucionárias são uma reação às medidas do Congresso de Viena e continuação dos ideais da Revolução Francesa. Estudaremos as ondas revolucionárias de 1820,1830 e 1848. 1.2. A Santa Aliança Foi uma tentativa da Rússia, Prússia e Áustria de garantir a realização das medidas aprovadas pelo Congresso de Viena. Além de impedir o avanço das ideias liberais e constitucionalistas na Europa. Áustria Interferiu na política Prússia Rússia colonial dos países ibéricos, já que era a favor da recolonização. O Direito de Intervenção defendido pelo ministro austríaco, príncipe Metternich, permitia a Santa Aliança intervir nos países em que o absolutismo estivesse ameaçado ou onde fosse derrubado. A maior importância dessa aliança é o fato de ser o símbolo do absolutismo, a vingança aos ideais da Revolução Francesa. Imagem: Klemens Wenzel von Metternich (1773-1859), alemãoaustríaco diplomata, político e estadista / Autor: Thomas Lawrence (1769-1839) / public domain in the United States. 1.2. QUESTÕES TERRITORIAIS Estabelecimento de áreas de influência após 1815: a. Ao sul da Europa, próximas à região mediterrânea, em meio às cidades independentes da península itálica: Áustria e Inglaterra. b. Ao norte da Europa, próximas aos limites do mar do Báltico: Prússia e Rússia. c. Ao centro da Europa, próximas aos reinos germânicos independentes: Prússia e Áustria. Reflexos imediatos: *Supressão da Confederação do Reno. *Criação da Confederação Germânica. *Expansão territorial dos Estados Absolutistas. *Crescimento da oposição liberal em meio à restauração dos governos depostos por Napoleão. *Criação do Reino dos Países Baixos. *Explosão de ondas revolucionárias por toda Europa. QUESTÕES TERRITORIAIS QUESTÕES TERRITORIAIS -SÉCULO XIX: marcado por agitações sociopolíticas causadas pelo LIBERALISMO e aumento do NACIONALISMO e o surgimento DO SOCIALISMO. Crise econômica revoluções liberais e unificações. A monarquia restauradora não percebeu que a oposição ao absolutismo e ao princípio de legitimidade já estava no povo desde a revolução francesa. 1.3. LIBERALISMO: regime de governo democrático, com poderes do Estado limitados por uma constituição. O Estado não interviria na economia e se limitaria à ordem e segurança. 1.4.NACIONALISMO: solidariedade existente entre os habitantes de uma nação; implica em experiências históricas vivida das em comum e na aspiração de perseguir um destino comparlhado no futuro. - IMPLICA EM: CONSCIÊNCIA DE COMUNIDADE. 1.5.PRINCIPAIS ELEMENTOS DO ESTADO SOBERANIA, POVO, TERRITÓRIO, LÍNGUA E HISTÓRIA. 1.6. REVOLUÇÕES LIBERAIS 1ª FASE:(1820-1825) Foi a primeira onda revolucionária que abalou a Europa depois das Guerras Napoleônicas. Os eixos ideológicos foram o LIBERALISMO e o NACIONALISMO. Os países mais afetados foram os do sul da Europa, como a Espanha, Itália e a Grécia e Península Ibérica. Na França, acirraram o debate entre monarquistas e liberais. Os revolucionários mantinham a monarquia, mas submetida a uma Constituição. -Conflitos e motins restritos à região do Mediterrâneo e Península Ibérica. a. Grécia (1820-1825): -Movimento nacionalista contra o domínio do Império Turco Otomano. -Coalizão de forças políticas entre liberais moderados e radicais. -Proposta de construção de uma República. -Independência obtida em 1823. b. Espanha (1820-1822): - Revolta da Cidade de Cádiz. - Movimento liderado pela ala liberal contra Fernando VII. - Defesa do fim dos privilégios sociais e políticos obtidos pela nobreza. - Proposta de criação de uma nova carta constitucional. c. Nápoles e Piemonte (1825-1830): -Rebeliões locais contra o domínio austríaco. -Defesa da manutenção dos governos independentes. -Formação de uma identidade nacional a partir da presença de estrangeiros. - Fracasso no movimento. 1.7.Revolução de 1820 em Portugal (1821-1823): Fuga da Família real para o Brasil após a invasão francesa. Revolução de caráter liberal, iniciada na cidade do PORTO pregando a implantação de uma Constituição. -Revolução Liberal do Porto. -Movimento liderado pela burguesia mercantil. -Proposta de criação de uma carta constitucional. -O parlamento português(Cortes) exigiu o retorno imediato de D João VI e defendeu nova forma de recolonização. -1823: Movimento da Vilafrancada . (Absolutistas x Liberais) Na ocasião, D. Miguel emitiu a seguinte proclamação: "Portugueses: É tempo de quebrar o férreo jugo em que vivemos (…) A força dos males nacionais, já sem limites, não me deixa escolha (…)Em lugar dos primitivos direitos nacionais que vos prometeram recuperar em 24 de Agosto de 1820, deram-vos a sua ruína e o Rei reduzido a um mero fantasma; (…) a nobreza (…) à qual deveis a vossa glória nas terras de África e nos mares da Ásia, reduzida ao abatimento e despojada do brilho que outrora obtivera do reconhecimento real; a religião e os seus ministros, objecto de mofa e de escárnio (…) .Acho-me no meio de valentes e briosos portugueses, decididos como eu a morrer ou a restituir a Sua Majestade a sua liberdade e autoridade (…).Não hesiteis, eclesiásticos e cidadãos de todas as classes, vinde auxiliar a causa da religião, da realeza e de vós todos e juremos não tornar a real mão, senão depois de Sua Majestade ser restituído à sua autoridade.Vila Franca, 27 de Maio de 1823. Vitoriosas, as cortes portuguesas tentaram aumentar as amarras do Pacto colonial contra o Brasil. Foi a gota d’água para os desejos da liberdade brasileira. 1824: Confederação do Equador no Brasil em Pernambu co, reprimida com o fuzilamento do Frei Caneca. *1820-1830: -Movimentos liberais de reação às medidas conservadoras de Viena. -Grande participação popular nos processos de reformulação dos Estados europeus: aprofundamento das divergências teóricas entre liberais, democratas e nacionalistas. -Vitória definitiva dos setores liberais moderados (conservadores). 2. RESTAURAÇÃO NA FRANÇA E A REVOLTA DE 1830 2.1. FRANÇA LUÍS XVIII assumiu o governo em 1815 com o apoio político da burguesia. Quadro político com 03 grupos: a.ULTRA-REALISTAS: liderados pelo irmão do Rei, CONDE DE ARTOIS (ABSOLUTISTA); b.BONAPARTISTAS: retorno de Napoleão. c.RADICAIS: contrário ao absolutismo e intransigentes na defesa dos ideais liberais. 2.2. ESTRUTURA POLÍTICA NO REINADO DE LUÍS XVIII. -PODER LEGISLATIVO: SUBORDINADO AO EXECUTIVO. -FORMADO POR: -CÂMARA DOS PARES: DEPUTADOS INDICADOS PELOS REI. -CÂMARA DOS DEPUTADOS: . DEPUTADOS ELEITOS PELO VOTO CENSITÁRIO (BASEADO NA RENDA). -LUÍS XVIII governou com o Legislativo e desagradou tanto aos nobres como aos burgueses. -Morreu em 1824 e seu irmão fica como Carlos X. CARLOS X tentou restaurar os privilégios da aristocracia e causou instabilidade política na França. -Queria restabelecer o absolutismo do antigo regime (partido do ultras). -1830 - eleição para o parlamento, a oposição liberal conquistou a vitória. -Carlos X respondeu com as ordenações de julho. Abolição da liberdade de imprensa Anulação das últimas eleições Ordenações de Julho Redução do eleitorado Governo por decreto Dissolução da câmara Ações realizadas: -Fechamento da assembleia; -Implantação da censura; -Modificações da lei eleitoral; -Geraram agravamento do quadro econômico. -Nova assembleia com maioria ultrarrealista provocou em 1830 uma Revolta liberal com Barricadas em Paris( “Jornadas Gloriosas de Julho de 1830”) -Alastramento da onda nacionalista e Liberal por toda Europa: Bélgica, Suíça, Itália, Polônia e Alemanha. CARLO X RENUNCIOU, FUGIU E ASSUMIU O PODER O DUQUE LUÍS FELIPE DE ORLEANS, O REI BURGUÊS. .FEZ UM GOVERNO LIBERAL COM O EXECUTIVO SUBORDINADO AO LEGISLATIVO (VOTO CENSITÁRIO) E JUROU GOVERNAR COM A LEI. .ACABOU COM A CENSURA E FORTALECEU O LIBERALISMO. .MANTEVE O VOTO CENSITÁRIO, DANDO PRIORIDADE AOS INTERESSES DA ALTA BURGUESIA. .SOFREU OPOSIÇÃO DAS CAMADAS POPULARES E DA PEQUENA BURGUESIA. -ENFRAQUECIMENTO DA SANTA ALIANÇA. -O descontentamento popular contra o rei Luís Filipe I e seu ministro Guizot avolumou-se a partir de 1846, culminando nas revoluções de 1848. A partir de 1830 a Europa ficou dividida em dois grupos: UM LIBERAL: Grã-Bretanha, França e Bélgica. OUTRO CONSERVADOR: Áustria, Prússia e Rússia. 2.3. Expansão da Revolução de 1830 (2ª FASE) Na Polônia, houve uma tentativa de libertar-se da Rússia, violentamente reprimida. Nos estados italianos, a revolução teve caráter liberal e nacional, a intervenção austríaca reprimiu o movimento. Nos estados alemães, os movimentos liberais procuravam submeter o poder real a uma Constituição, reprimida pelo exército austríaco . Em Portugal, D. Pedro IV (Pedro I do Brasil) derrotou as forças absolutistas de seu irmão D. Miguel, assegurando direitos de D. Maria da Glória. Fora da França, os levantes foram reprimidos pelas tropas da Santa Aliança. Bélgica (1830): -Luta contra as determinações do Congresso de Viena. -Caráter separatista: independência da Holanda. -Diferenças religiosas (católicos x protestantes) e étnicas. -Proposta de uma Monarquia liberal e constitucional. Polônia: Revolta da região de Varsóvia. Proposta de separação política da região do domínio russo. Defesa da criação de uma Monarquia constitucional aos moldes do padrão liberal. • Cisão política entre aristocratas e liberais: • vitória russa. 3. AS REVOLTAS LIBERAIS DE 1848 (PRIMAVERA DOS POVOS). -Principal onda revolucionária do século XIX. -Combinação das aspirações liberais da burguesia, os ideais nacionalistas e as reivindicações dos trabalhadores. -Mobilização das camadas desfavorecidas impulsionada pela terrível crise econômica da Europa entre 1846 e 1850, originada das péssimas colheitas agrícolas e que se propagou pelas cidades. Custo de vida elevado, dispensa dos operários nas indústrias e o seu consequente fechamento e, ainda, a interrupção de obras ferroviárias. 3.1. NA INGLATERRA -Rebeliões a partir de 1815, em virtude do desemprego e depressão. -Inviabilidade de vida dos campônios. -Classe média e alta queriam mudar o quadro político para garantir seus bens e os camponeses queriam uma campanha em 1889 reforma social. -Organização de associações sindicais (Trade Unions), que não foram reconhecidas. -Movimento Ludita ou Ludismo e Cartista (sufrágio universal masculino, voto secreto e outras), outras inúmeras reinvindicações e a ação das Trade Unions culminaram com a criação do Labor Party em 1893, no final do século. REVOLTAS LIBERAIS NA EUROPA EM 1848 3.2. NA FRANÇA JULHO DE 1847: reunião dos membros da Câmara dos Deputados em um banquete para comemorar o apoio para alterações do sistema eleitoral e exigir melhores condições de vida para os trabalhadores. “Não serão banquetes de vitela fria (..) que me destronarão do trono”= Rei afirmou União dos bonapartistas, republicanos e socialistas contra o rei. Primeiro ministro GUZOT proibiu reuniões. -LEVANTE EM FEV 1848: -Governo Provisório: -Restabelecimento da 2ª REPUBLICA e convocação de uma Assembleia Constituinte (liberal Lamartine, Jornalista Rolim, socialista Louis Blanc e um da classe operária) -Irradiação do movimento revolucionário por toda Europa (Itália, Alemanha, Suiça, Áustria, Polônia, Espanha e Portugal. Ideias liberais chegaram ao Brasil (Revolução Praieira) Principais ações: 2ª República; -restabelecer o sufrágio universal e acabar com a pena de morte; - criar oficinas nacionais, para a garantia de trabalho; - Partidos do governo: interesses distintos≡ socialistas versus liberais. - Revoltas contra o fechamento de oficinas. - Guerra civil em Paris por 03 dias - Repressão do Gen Cavaignac ( o Carniceiro); - Eleição para presidente em Dezembro: Gen Cavaignac versus Luís Napoleão, sobrinho de Napoleão Bonaparte; - Ganhou LUÍS NAPOLEÃO com ampla maioria, eleito na ilusão da volta do mito. 4. GOVERNO DE LUÍS E O II IMPÉRIO. -Aliança com bonapartistas= mandato de 10 anos; golpe de Estado com o apoio da população: 2º golpe do 18 Brumário; II IMPÉRIO: 1851 A 1870: Napoleão III 4.1.Causas: - maioria agrícola não queria agitação de republicanos e socialistas; - temor da classe burguesa; - apoio da Igreja ; -apoio do Exército (aumento salario); - Incentivo à Indústria e ampliou as estradas de ferro, desenvolvendo a França. Mesmo com poderes imperiais, deu liberdade à imprensa e poder ao Legislativo. - Urbanizou Paris; satisfez a burguesia com a expansão econômica; - Percalços em sua política externa. 4.2. Política externa de Napoleão III -Consolidou a França na África e na Indochina; - Apoiou os italianos contra a Áustria na unificação política da Itália; -Pressionado pela maioria católica, lutou contra os italianos em favor da Igreja; -Problemas na Guerra da Criméia (18541856): Aliança com a Inglaterra contra a Rússia; Intervenção no México (1862- 67): desastre com prejuízos econômicos; 4.3. Guerra Franco-Prussiana (1870) - Luta com a Prússia que queria unificação; - crise socioeconômica e instabilidade política com guerra contra a Prússia. -Napoleão III foi derrotado em 01 Set 1870 na cidade de Sedan, eito prisioneiro e deposto; -Enviado à cidade alemã de Cassel; - Políticos republicanos decidiram proclamar a Terceira Republica. -Governo Provisório tendo ADOLPHE THIERS como chefe do como Executivo; -Mudança para Versalhes com a invasão de Paris pelos prussianos; -1871: Capitulação dos Franceses: rebelião da população de Paris em 28 de março. - Coroação de Guilherme I no Palácio de Versalhes em Janeiro de 1871 como Imperador ou Kaiser do II Reich; - Tratado de Frankfurt: França deveria pagar indenização de 05 bilhões de francos e aceitar a presença de tropa prussiana. -Perda das regiões de Alsácia e Lorena (ricas em carvão e ferro). - Nova e grave crise (miséria); -Ressentimentos contra a Alemanha. 5. Terceira República (1870-1914) -Nascimento em crise, com a vitória dos alemães; - Revolta do povo com a mudança da capital; 5.1.A Comuna de Paris (1871) -Milhares de trabalhadores realizam uma grande rebelião socialista; -Tomada de Paris e implantação da Comuna de Paris (72 dias reprimidos), -Tomada da Prefeitura em Paris; -Estabelecimento do 1º Governo socialista europeu em março de 1871; - Apoio dos liberais radicais e anarquistas; -Manutenção dos serviços básicos, capacidade de organização sem necessidade de um poder central (sociedade sem Estado) 5.2. Objetivos da Comuna: -medidas de desmantelamento do aparelho repressor do Estado; -procura da adesão de todas as cidades; -comunas autônomas; -procura de melhoria de vida; -escolha de funcionários por votos; - grupamento de milícias ao invés do Exército; -criação de escolas e creches; -congelamento de preços; - Separação total entre a Igreja Católica e a Comuna: propriedades e riquezas novamente confiscadas. Forma de Governo: Conselho Comunal incorporou as funções legislativa e executiva. -Reunião de várias correntes: anarquistas, marxistas e socialistas de várias tendências. -Dificuldade de uma ação unificada para o movimento; -Duração: 02 (dois) meses. Recusa do governo de Thiers de negociar com os revolucionários e ordenamento da repressão -Reação da burguesia: prejuízo ao comércio; -Prisioneiros franceses da Alemanha soltos e Incorporados para combater a Comuna; -Semana sangrenta: 21 a 28 de maio de 1871, -grande mortandade e mais -de trinta mil deportados; -Alastramento das revoluções liberais por toda Europa (Itália, Alemanha, Suiça, Áustria, Polônia, Espanha e Portugal); -Reflexo do liberalismo na literatura=romantismo exaltando a individualidade criadora 6. APRECIAÇÃO -A derrota de Napoleão inaugurou na Europa uma disputa acirrada entre dois modelos de sociedade. -Por um lado, os que defendiam a permanência ou o retorno das bases do Antigo Regime principalmente o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero. -De outro lado, os defensores do liberalismo político e de hierarquias sociais decorrentes do mérito individual e não da condição de nascimento. -Os defensores do primeiro modelo predominaram desde o Congresso de Viena até 1830. Nesse período (Restauração), as monarquias destituídas por Napoleão regressaram ao trono, Constituições liberais que tinham sido aprovadas foram suprimidas e regimes políticos autoritários foram adotados na Europa (exceto na Inglaterra). - Mesmo na fase restauradora, as ideias liberais despertadas pela Revolução Francesa não desapareceram, havendo a explosão dos movimentos revolucionários de 1820, com centros na Grécia, Itália e Península Ibérica. Essas revoluções apresentaram um ingrediente novo: o Nacionalismo (projeto de construção do Estado Nacional). -Na Grécia, as ideias liberais e nacionalistas inspiraram a luta de independência do domínio otomano, reconhecida em 1829; nos reinos da Itália, o movimento se voltou contra a presença da dinastia francesa dos Bourbon e contra a dominação austríaca; -Contudo, foram as Revoluções de 1830 e 1848 que fizeram do século XIX o mais revolucionário que a Europa havia visto, haja vista a capacidade de propagação e os resultados que produziram. -A Revolução de 1830, começando na França, atingiu rapidamente outras regiões, como a Bélgica, Península Itálica e Estados Germânicos. -A onda revolucionária de 1848 (Primavera dos Povos) combinou as aspirações liberais da burguesia, os ideais nacionalistas e as reivindicações dos trabalhadores. Em regiões que depois formariam a Itália e Alemanha as rebeliões foram sufocadas, mas em alguns pequenos Estados a república foi implantada. - Nessas regiões o esforço nacionalista se caracterizava pela tentativa de reunir as unidades políticas (monarquias ou repúblicas) e formar um Estado Nacional unificado. -O Império Austríaco também foi atingido por agitações liberais e, com isso, aboliu o trabalho servil no campo. A Hungria tornou-se independente da Áustria. -A combinação das ideias liberais com o nacionalismo e as questões sociais significou uma grande inovação nas lutas e expressou a revolta de vários grupos sociais à política conservadora. -As insurreições, por outro lado, mostraram a violência da reação contrarrevolucionária, que tentava impedir que mudanças profundas acontecessem na maioria dos países. 7. 1ª VERIFICAÇÃO 1. Durante o século XIX, uma onda revolucionária varreu a Europa, ora a favor da derrubada das monarquias, ora pela volta da aristocracia ao poder. Sobre estas mudanças, identifique as proposições verdadeiras (V) ou falsas (F). ( )Após a queda de Napoleão, a dinastia dos Bourbons retornou ao poder, na França, através dos reinados de Luís XVIII e Carlos X. ( )Na região onde atualmente reconhecemos a Itália, a revolução pretendeu expulsar o domínio estrangeiro e unificar todos os Estados independentes. ( )A situação sócio - econômica europeia, entre 1845 e 1848, foi de crise e fome provocadas pela falta de alimentos e pela presença de constantes guerras. ( )Na Alemanha, a onda revolucionária provocou a cisão no Cristianismo, possibilitando o aparecimento da Reforma. ( )A burguesia urbana e o proletariado, durante esse período, realizaram alianças temporárias e dessas alianças surgiram ideias nacionalistas, liberais e socialistas. Resposta: V - V - F - V - V TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Puccamp 2005) “A razão mais profunda do Naturalismo foi a experiência política da geração de 1848: o fracasso da revolução, a repressão, a ascensão de Luís Napoleão - uma torva experiência que obrigou os escritores a uma concentração nos fatos, a um enfrentamento com a realidade, à mais rigorosa objetividade, no plano artístico, e, no plano ético, à solidariedade social e ao ativismo político.” (Franklin de Oliveira. "Literatura e Civilização". Rio de Janeiro: Difel/INL, 1978, p. 74) 2. O século XIX, no qual está inserida a geração a que o texto se refere, teve como um dos seus eixos a a)luta pela abolição de resquícios medievais e pelo fortalecimento do capitalismo em formação. b)luta pela igualdade, pela ampliação dos direitos de cidadania e pela sociedade democrática. c)descoberta da liberdade como valor fundamental da sociedade liberal e dos ideais absolutistas. d)transformação do Estado em importante agente econômico, com prática da política mercantilista. e)vitória das revoluções socialistas e a ampliação do confronto entre o capitalismo e o comunismo. Resposta: letra b. 3. No contexto histórico da geração de 1848, a França tornouse palco inicial e de expansão de revoltas em toda a Europa que enfraqueceram definitivamente os movimentos: a) liberais, que ganhavam força política com a restauração dos Estados Absolutistas. b) socialistas, que pregavam o fim da propriedade privada e da sociedade sem classes. c) nacionalistas, que procuravam enfraquecer a política intervencionista da Santa Aliança. d) conservadores, que procuravam restaurar o Antigo Regime desde o Congresso de Viena. e) anarquistas, que defendiam o fim do poder político e o domínio superior do ideal humanista. Resposta: letra d. 4. Considere os itens a seguir. I. O Manifesto Comunista insistia que a finalidade imediata dos comunistas era pôr fim à dominação burguesa, mesmo em sua versão "civilizada", liberal, e levar o proletariado à conquista do poder político. II. Nesse ano foram tomadas, na Europa, diversas medidas, que tinham por objetivo conter o avanço das idéias liberais disseminadas durante a expansão napoleônica, bem como restaurar a situação vigente antes da Revolução Burguesa. III. As revoluções da Primavera dos Povos foram desencadeadas e vencidas em um período mínimo de tempo. Porém, contribuíram para o fim da política tradicional das monarquias na Europa ocidental, que acreditavam na Teoria do Direito Divino. IV. O Haiti, influenciado pelos ideais liberais dos movimentos revolucionários dessa década, tornou-se o primeiro país latino-americano a se constituir como nação negra independente, após a revolta dos escravos. Sobre os acontecimentos que marcaram o ano a que o texto se refere é correto SOMENTE o que está afirmado em a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III e) II e IV. Resposta: letra b. 5. Na questão a seguir escreva nos parênteses a soma dos itens corretos. Sobre as ondas revolucionárias de 1830 e 1848, na Europa, pode-se afirmar: (01) Essas ondas ocorreram como reação aos princípios de restauração e legitimidade estabelecidos pelo Congresso de Viena, implantados em diversos países europeus e defendidos pela Santa Aliança. (02) A burguesia e o operariado estiveram unidos, objetivando a derrota dos governos fundamentados no Antigo Regime, distanciando-se, entretanto, logo que a burguesia assumiu o poder e se evidenciaram as divergências e as contradições existentes entre as duas classes. (04) O princípio do nacionalismo presente nessas ondas revolucionárias apresentava um duplo significado: SEPARAÇÃO, para a retomada da autonomia nacional, e UNIFICAÇÃO, para a construção de novas nações. (08) Durante as referidas ondas revolucionárias, o socialismo e o Partido Comunista já estavam estruturados, delas participando de forma organizada e adotando uma política moderada. (16) Entre os efeitos das citadas ondas revolucionárias, destaca-se a intervenção da Santa Aliança nos movimentos de emancipação da América Latina, com o apoio da Inglaterra. (32) O pensamento liberal e nacionalista contido na onda revolucionária de 1830 refletiu-se na política do Império brasileiro, contribuindo, entre outros fatores, para o movimento que resultou na abdicação de D. Pedro I. Resposta: 01 + 02 + 04 + 32 = 39 ( ) 6. A França do século XIX é marcada por movimentos sociais que acabaram por associá-la a um "laboratório" de experiências políticas. Sobre tais movimentos, é correto afirmar que: (01) A Revolução Liberal de 1830 assinala a derrota política da aristocracia diante do avanço da burguesia. Marco da urbanização e industrialização, projeta os industriais e os banqueiros como nova classe dirigente. (02) A Revolução de 1848, início da Segunda República, é marcada pelos movimentos proletários urbanos. Para combater o desemprego, o governo adota as propostas socialistas de Louis Blanc de criação de Oficinas Nacionais. (04) O golpe de Louis Bonaparte em 02 de dezembro de 1851 (o "18 do Brumário") encerra a Segunda República e inaugura o Segundo Império. Napoleão III, o novo imperador, desenvolve um vasto programa de obras públicas, entregando as reformas de Paris ao Barão Hausssmann. (08) A guerra Franco-Prussiana cria condições para um imenso levante popular na capital, que instaura a Comuna de Paris (1871). Os revolucionários propõem a formação de um estado constituído de comunas autônomas. São duramente reprimidos pelas tropas do governo. (16) A Comuna de Paris, assim como as Internacionais Operárias de 1864 e 1889 e o Manifesto Comunista de 1848, são expressões da oposição à montagem da ordem burguesa na França, bem como na Europa do século XIX. Resposta: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 ( ) 7.A Revolução Americana (1775 - 1783) foi o sinal de alerta para a burguesia européia. Foi o prelúdio de um ciclo revolucionário que somente se estancaria com a repressão de 1848. Em 1776, com a Declaração da Independência, abriu-se a "Era das Revoluções", conforme a afirmação de Eric Hobsbawm. Sobre as chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII e início do XIX, julgue os itens a seguir F ou V. ( )Na França do Antigo Regime - minado pelas ideias iluministas, pela fome e pela crise econômico-financeira exacerba-se a contradição entre o enriquecimento da burguesia e a estrutura jurídico-política arcaica da sociedade estamental. ( ) No processo revolucionário francês, a aliança entre burguesia e parte da nobreza e do baixo clero concretizou-se na atuação política, comum nos clubes, nas academias, na imprensa e, sobretudo, na maçonaria, condenando os privilégios da sociedade das ordens. ( ) As revoluções liberais de 1830 e 1848 implantaram regimes representativos e democráticos, baseados no sufrágio universal. ( ) A Revolução Francesa foi o símbolo maior da luta contra o absolutismo monárquico, e tornou-se ecumênica, inaugurando uma nova cultura política no mundo ocidental. Resposta: V - V - F - V. 8. Quase toda a Europa Ocidental e Central foi sacudida, em 1848, por uma onda de revoluções que se caracterizaram por misturar motivos e projetos políticos diferenciados: liberalismo, democracia e socialismo. Elas também foram marcadas por uma atmosfera intelectual e um sentimento Ideológico comuns. Trata-se, no caso destes últimos, do: a) realismo e internacionalismo. b) romantismo e nacionalismo. c) romantismo e corporativismo. d) realismo e nacionalismo. e) modernismo e internacionalismo. Resposta: letra b. 9. (Cesgranrio 95) Entre as décadas de 30 e 70 do século XIX, eclodiram diversos movimentos revolucionários que provocaram diversas transformações nas nações da Europa Ocidental. Marque a opção que apresenta corretamente um desses movimentos: a) A Revolução de 1830, na França, foi motivada por ideias liberais e nacionalistas que se opunham aos objetivos restauradores do Congresso de Viena. b) A Revolução de 1848, na Itália, foi um movimento que pregava a descentralização republicana, provocando a queda da monarquia italiana. c) A Revolução de 1848, na Confederação Germânica, foi provocada pelos ideais da restauração monárquica, propondo a unificação alemã sob a Casa Real austríaca. d) A Revolução de 1848, na França, proclamou o Segundo Império, instituindo uma política de nacionalidades ligada ao Congresso de Viena. e) A Comuna de Paris, em 1871, caracterizou-se por ser um movimento liberal e burguês que criou a primeira experiência de autogestão democrática, apoiada pelo governo da Terceira República francesa recém-instalada. Resposta: letra a 10.(Puccamp 95) Analisando-se o Movimento Revolucionário ocorrido na França, em 1848, verifica-se que apresenta uma significativa diferença em relação às demais Revoluções Liberais europeias do período de 1815 a 1850. Indique a alternativa que diz respeito a essa diferença. O Movimento Revolucionário: a) foi nitidamente liberal, provocando a queda de Carlos X e o início da chamada "Monarquia de Julho". b) teve o duplo caráter: nacional e liberal, representando um momento decisivo contra o estatuto político-territorial estabelecido pelo Congresso de Viena. c) adquiriu um caráter bonapartista, anti-republicano e antilegitimista. d) assumindo uma conotação socialista, dividiu as forças revolucionárias, atemorizando a burguesia. Resposta: letra d. 11. A história política da Europa, durante o século XIX, foi marcada por uma sucessão de "ondas" revolucionárias caracterizadas especificamente numa das opções a seguir. Assinale-a. a) O Congresso de Viena representou a consolidação da obra revolucionária na implantação da sociedade burguesa. b) Os movimentos revolucionários de 1830 marcaram o processo de Restauração, liderados pela aristocracia. c) As "ondas" revolucionárias corresponderam ao avanço dos cercamentos dos campos - os "enclousures" - que liberaram a população camponesa para as cidades. d) Os movimentos de 1848 contaram com a participação das camadas populares e com a forte influência das ideias socialistas. e) Os movimentos de 1870, na Itália e na Alemanha, deixaram a questão nacional em segundo plano, priorizando a conquista da ordem democrática. Resposta: letra d. 12. (Unirio 95) Os movimentos revolucionários que ocorreram em parte da Europa, entre 1830 e 1848, foram influenciados pelo avanço de idéias: a) monárquicas. b) socialistas. c) liberais. d) sindicalistas. e) comunistas. Resposta: letra b. 13. A "Primavera dos Povos", como foram batizadas as Revoluções de 1848 na Europa, trouxe uma novidade para o panorama político europeu. Pela primeira vez a) a ideia de Revolução foi conjugada com o ideal liberal de uma sociedade cuja organização fosse fundada num pacto social. b) o regime republicano era instaurado sob o patrocínio exclusivo da burguesia, uma vez que os trabalhadores abdicaram da participação na reordenação política. c) o proletariado fazia sua aparição política com reivindicações classistas e propostas de mudança da ordem social. d) o internacionalismo proletário foi experimentado, tendo sido o motivo para a simultaneidade das revoluções em toda a Europa. e) a proposta de um centralismo democrático na estruturação do partido Liberal foi testada, tendo como resultado a efetiva conquista do poder por esse grupo. Resposta: letra c. 14. A expressão "Revoluções Burguesas" refere-se à múltiplas transformações ocorridas na Europa. A alternativa que condiz com a citada expressão é: a) domínio da atividade comercial e crescente urbanização da sociedade europeia ao final da Idade Média; b) processo de expansão comercial comandado pela burguesia e pelos Estados Nacionais europeus ao longo da Época Moderna; c) movimentos diversos que determinaram mudanças de natureza social, econômica e jurídico-política, encontrando sua expressão clássica na Inglaterra do século XVII e na Revolução Francesa; d) revoluções responsáveis pela implantação do Parlamentarismo na França e pela condução de Luís XVI ao poder da Inglaterra; e) revoluções comandadas por Kerensky e Lênin respectivamente em março e outubro de 1917 na Rússia Czarista. Resposta: letra c. 15.(Unb 97) "A série de agitações e movimentos revolucionários que caracterizam a sociedade europeia após 1815 está ligada à insatisfação burguesa ante o estatuto político e social fixado em 1815 pelas forças conservadoras, insatisfação essa que nada mais é que a tradução, no plano social e ideológico, dos antagonismos suscitados pelo rápido desenvolvimento da produção capitalista industrial". (J. Falcon e G. Moura, A FORMAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO.) Com o auxílio do texto, julgue os itens a seguir, relativos à evolução política ocidental nas primeiras décadas do século XIX. (1) O Congresso de Viena (1814-1815) defendeu o retorno à ordem anterior à Revolução Francesa e ao período napoleônico, restaurando as antigas fronteiras européias e preservando os sistemas coloniais. (2) Sob a inspiração de Metternich, chanceler austríaco, o Congresso de Viena consagrou o sistema europeu das grandes potências, autêntica barreira conservadora em torno da França. (3) A Santa Aliança, nascida no Congresso de Viena, obteve êxito em sua tentativa de impedir as independências latinoamericanas e as revoluções liberais na Europa. (4) Fazendo um jogo de dupla face, a Inglaterra foi conservadora na Europa e liberal em relação às colônias latino-americanas que buscavam sua independência. Resposta: V - V - F - V 16.(Ufal 99). Coloque F (falso) ou V (verdadeiro) nas afirmativas abaixo: “Em 1848, outra Revolução na França explodiu, irradiando-se por todo o continente europeu, numa sucessão de eventos que passou à História como Primavera dos Povos, introduzindo no contexto das relações políticas”: ( )O sentimento de impotência dos grupos liberais, incapazes do consolidar o Estado Liberal Burguês. ( ) Reivindicações e propostas proletárias próprias de mudança da ordem social e econômica. ( )O internacionalismo proletário e a consolidação da primeira experiência real de socialismo, a Comuna de Paris. ( )O liberalismo clássico, que consolidou o Estado burguês através de um amplo programa social. ( )Nova experiência republicana, que entretanto durou pouco tempo. Resposta: F - V - F - F - V. 17. Sobre as revoluções de 1848 na Europa, pode-se afirmar: ( ) tentaram impor o retorno do absolutismo, anulando as conquistas da Revolução Francesa. ( ) foram caracterizadas pelo nacionalismo e pelo liberalismo, incluindo propostas socialistas. ( ) provocaram a união das tropas de Bismarck e Napoleão lII, para destruir o governo revolucionário. ( ) conduziram Luís Felipe ao trono da França e deram origem à Bélgica como Estado independente. ( ) foram vitoriosas e completaram as unificações nacionais na Itália e na Alemanha. Resposta: F - V - F - F - F. 18.(Unb 98) Liberalismo, imperialismo e socialismo representam alguns dos mais significativos emblemas do século XIX. A esse respeito, julgue os itens que se seguem. ( ) Ideologicamente sustentado pelo liberalismo, desenvolveu-se o capitalismo de base industrial, associado, portanto, à expansão imperial. ( ) Embora enfatizando a competição como definidora das leis do mercado, o liberalismo defendia a intervenção do Estado na economia. ( ) Na Alemanha, a unificação política foi precedida pela unificação econômica; a união aduaneira estimulou o comércio interno, a produção industrial e as comunicações. ( ) O “ Manifesto Comunista" de 1848, publicado no calor da onda revolucionária, expressava o desenvolvimento de uma nova visão o socialismo -, que se opunha à vitoriosa ordem burguesa. Resposta: V - F - V - V. 19. (Cesgranrio 93) "Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!" Com essa frase, que se tornou famosa, Marx e Engels começavam o "Manifesto Comunista" no fervilhar de um período de profundas agitações em toda a Europa, no período entre 1830 e 1848. Acerca dessa conjuntura, podemos afirmar que: a) as barricadas de 1848, em Paris, exigiam mudanças sociais na França e culminaram com a queda da monarquia de Luiz Bonaparte. b) com a formação do II Reich, em 1830, os estados alemães unificados começaram a atender aos anseios nacionalistas dos movimentos sociais. c) as vitórias do movimento cartista inglês criaram as bases para o surgimento do "Labour Party", intérprete das demandas operárias na vida política nacional. d) a consolidação da Internacional Socialista, em 1848, unificando os vários partidos social-democratas europeus, colocou em xeque os governos democrata-cristãos. e) a atuação dos "déspotas esclarecidos" contra o avanço do nacionalismo e do liberalismo reafirmou os compromissos do Congresso de Viena. Resposta: letra C 19. (Ufrrj 2003) Leia o texto abaixo. "As revoluções de 1848(...) tiveram muito em comum, não apenas pelo fato de terem ocorrido quase simultaneamente, mas também porque seus destinos estavam cruzados, todas possuíam um estilo e sentimento comuns, uma atmosfera curiosamente românticoutópica e uma retórica similar, (...) Era a 'primavera dos povos' - e, como primavera, não durou." HOBSBAWM, Eric J. "A Era do capital". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 33. A chamada "Primavera dos Povos", por sua amplitude e radicalidade, apresentou-se como uma enorme esperança de mudanças políticas e sociais no continente europeu e até fora dele (influência na Revolução Praieira em Pernambuco). A opção que caracteriza corretamente um dos movimentos revolucionários daquele período, é: a) Em 1848, a rebelião popular em Viena não conseguiu depor o ministro Metternich, dado o apoio do Império Russo ao governo conservador. b) Na França, a partir da Revolução de Fevereiro, formou-se um governo com a participação de socialistas, responsável pela criação das Oficinas Nacionais. c) Influenciada pela rebelião ocorrida em Viena, a Lombardia-Veneza rebelou-se contra os austríacos, com sucesso, tornando-se o centro do processo de unificação italiana. d) Como resistência à invasão prussiana, operários franceses tomaram as ruas e ocuparam as prefeituras das cidades, gerando o movimento da Comuna da Paris, primeiro governo socialista vitorioso da história da humanidade. e) Na França, a classe média com o apoio dos camponeses pequenosproprietários se rebelou contra Luís Bonaparte, que, apoiado pela burguesia, deu golpe de Estado e implantou uma ditadura. Resposta: letra b. 20. (Fgv 2009) "A nova onda se propagou rapidamente por toda a Europa. Uma semana depois da queda de Luís Filipe I, o movimento revolucionário tomou conta de uma parte da Alemanha e, em menos de um mês, já estava na Hungria, passando pela Itália e pela Áustria. Em poucas semanas, os governos dessa vasta região foram derrubados, e supostamente se inaugurava uma nova etapa da História europeia, a Primavera dos Povos". (Luiz Koshiba, "História - origens, estruturas e processos"). O texto faz referência: a) à Belle Epoque. b) às Revoluções de 1848. c) à Restauração de 1815. d) à Guerra Franco-Prussiana. e) às Revoluções liberais de 1820. Resposta: letra b. 21. (Uem 2004) "Em 1848, a Europa foi varrida por uma nova onda de revoluções que, pela primeira vez, contaram com ativa participação política da classe operária. Nesse ano, enquanto o continente era sacudido pela 'primavera dos povos', ocorreu a publicação do Manifesto Comunista, assinalando o surgimento do socialismo científico, cujos fundadores foram Karl Marx e Friedrich Engels. A passagem do socialismo utópico para o científico representou a passagem da infância para a maturidade política do proletariado industrial." (MELLO, L. I. A. & COSTA, L. C. A. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Scipione, 1993). Em relação ao Manifesto Comunista, de Marx e de Engels, assinale o que for correto. 01) Marx e Engels combatiam a sociedade capitalista apelando para que os burgueses abrissem mão de suas propriedades e organizassem uma sociedade socialista. 02) Marx e Engels afirmavam que a divisão da sociedade em classes seria determinada por fatores de ordem econômica e, sobretudo, pela existência da propriedade privada. Os interesses econômicos antagônicos estavam na base do conflito entre as classes sociais, e essa luta, por sua vez, constituiria a força motriz das grandes transformações históricas. 04) Segundo Marx e Engels, a história é a história das lutas de classes, que, na sociedade capitalista, caracteriza-se pelo antagonismo social entre a burguesia industrial e a nobreza encastelada, ávida para reconquistar sua condição de classe dominante. 08) Marx e Engels escreveram o Manifesto Comunista com o objetivo de mostrar ao mundo que existia uma teoria consolidada que propunha o fim da propriedade privada dos meios de produção. 16) Marx e Engels entendiam que a construção da nova sociedade passaria necessariamente por uma revolução que faria a destruição violenta da burguesia e promoveria a socialização dos meios de produção. Resposta: 2 + 8 + 16 = 26 22. O texto abaixo trata da Revolução de 1848. Leia-o e, em seguida, responda às questões abaixo. “Tem havido um bom número de grandes revoluções na história do mundo moderno, e certamente muitas delas foram bem-sucedidas. Mas nunca houve uma que se tivesse espalhado tão rápida e amplamente, alastrando-se como fogo na palha por sobre fronteiras, países e mesmos oceanos.[..]Em poucas semanas, nenhum governo ficou de pé numa área da Europa que hoje é ocupada completa ou parcialmente por dez Estados, sem contar as repercussões menores em outros. Além disso, 1848 foi a primeira revolução potencialmente global, cuja influência direta pode ser detectada na insurreição de 1848 em Pernambuco (Brasil) e, poucos anos depois, na remota Colômbia. Em certo sentido, foi o paradigma de um tipo de “revolução mundial” com o qual, dali em diante, os rebeldes poderiam sonhar e que em raros momentos, como no pós-guerra das duas guerras mundiais, eles pensaram poder reconhecer. De fato, tais explosões simultâneas continentais ou mundiais são extremamente raras. A revolução de 1848 na Europa foi a única a afetar tanto as partes ‘desenvolvidas’ quanto as ‘atrasadas’ do continente.[..] As revoluções de 1848 deixaram claro que a classe média, o liberalismo, a democracia política, o nacionalismo e mesmo as classes trabalhadoras eram, daquele momento em diante, presenças permanentes no panorama político.[..]” HOBSBAWM, Eric . A era do capital: 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. p. 28-29; 50. a.De acordo com Hobsbawm, qual foi a originalidade da Revolução de 1848? Resposta: A originalidade da Revolução de 1848 esteve no fato de ela ter sido a primeira de caráter verdadeiramente mundial. A revolução não ficou restrita a um único país nem mesmo ao continente europeu. Segundo o próprio autor, 1848 foi um ano de agitação política também no Brasil e na Colômbia. É importante também dizer que essa Revolução estabeleceu uma nova expectativa para muitos grupos rebeldes e revolucionários posteriores. A internacionalização dos movimentos sociais tornara-se possível. Por último, a Revolução de 1848 introduziu de maneira permanente personagens sociais e bandeiras políticas nos movimentos de contestação que viriam depois. b. A Revolução de 1848 consolidou a presença de novos atores no cenário político urbano. Em alguns momentos, no entanto, esses novos atores entraram em conflito aberto. Responda quem eram esses novos atores sociais e quais reivindicações os conduziram ao conflito. Resposta: Os novos atores sociais eram formandos pela classe média urbana, constituída por profissionais liberais, professores, escritores, comerciantes e burgueses, entre outros, e pela classe trabalhadora. As diferenças entre esses dois grupos sociais se acentuavam quando os respectivos interesses eram colocados em questão. Enquanto a classe média urbana se simpatizava pelo liberalismo, a classe operária, por outro lado, aderia às correntes socialista e anarquista. 23. Eugène Delacroix (1798-1863) foi um grande representante da pintura romântica francesa. Sua tela aqui reproduzida, A Liberdade guiando o povo, foi feita em comemoração à Revolução Liberal de 1830, que reverteu a onda conservadora reacionária iniciativa com o Congresso de Viena na Europa. a. Descreva a cena retratada na pintura. Resposta: A cena mostra uma batalha, com combatentes seguindo uma mulher (Marianne), corpos caídos e fumaça. Essa mulher avança empunhando em uma das mãos a bandeira tricolor da França, o símbolo da unidade nacional, e na outra, um fuzil. Acompanham-na algumas pessoas, entre elas um garoto empunhando armas de fogo e que parece usar uma bolsa escolar e um adulto em trajes burgueses com um fuzil na mão. b. Pensando no título dessa pintura, o que a mulher à frente do grupo estaria representando? O que o quadro simbolizaria? Resposta: Ela, como alegoria, representa a liberdade e a nação francesa. O quadro simbolizaria a mobilização popular durante a Revolução Liberal de 1830, mostrando que, para se obter a liberdade, é necessário lutar. c. Você já estudou a Revolução Liberal de 1830. Contra quem os revolucionários representados nessa pintura lutavam e o que eles defendiam. Resposta: Lutavam contra o governo de traços absolutistas de Carlos X. Lutavam pelos ideais liberais defendidos pela Revolução Francesa. 24. A foto 1 mostra uma rua de Paris, antes da reforma urbanística empreendida por GEORGE EUGÈNE HAUSSMAM, prefeito pariense durante o reinado de Napoleão III. O traçado das Rua Traversin, antes da reforma, em 1860 ruas era irregular, sem qualquer uniformidade. A foto 2 retrata uma avenida pariense após a reforma. a. Como você classificaria cada uma das ruas mostradas nas pinturas ao lado? Avenida Bois de Boulogne, em 1880 Resposta: A rua Traversin tem aspecto escuro, insalubre. É estreita, com construções antigas e em mau estado de conservação, com difícil acesso. Já a avenida é retilínea, ampla, larga e arborizada. b. Como estava disposto o traçado das ruas da cidade antes da reforma? E depois? Resposta: as ruas eram irregulares e estreitas. Depois, tornaram-se retas, amplas e largas. 3. Comparando as imagens e com base no contexto das revoluções liberais ocorridas, que hipóteses racionais você levantaria para explicar a alteração no traçado e na disposição das ruas de Paris? Resposta: Algumas hipóteses: 1) o traçado tortuoso das ruas facilitava a dispersão dos revolucionários e dificultava o trânsito das forças de repressão. A reforma permitiu dispersar qualquer movimento contestador rapidamente; 2) promover mais salubridade e limpeza; 3) A ordenação da cidade refletia a ordem imposta pelo governo conservador em resposta à desordem e ao caráter revolucionário das camadas insurgentes. A cidade se embelezava e ficava cada vez mais “segura”, permanecendo, no entanto, as causas das agitações sociais . 25. Agora que você estudou as características das Revoluções de 1848 (Primavera dos Povos), é possível estabelecer um paralelo com as insurreições iniciadas em 2010 nos países árabes do norte da África, que foram batizadas pela imprensa de Primavera Árabe. O que existe de comum entre esses movimentos para ambos terem sido identificados com a “estação da primavera”? Zine el-Abidini Ben Ali Tunísia Hosni Mubarak Egito Muamar Kadafi Líbia Resposta: Na Europa a estação da primavera está associada ao reflorescimento da flora e da fauna terrestres após o rigoroso inverno do hemisfério norte. A onda revolucionária de 1848 significou o acordar ou despertar político de importantes setores da sociedade após a era conservadora da Restauração (Congresso de Viena). O nome “primavera” remete, assim, ao renascimento da luta pela liberdade e pela democracia. Por essa razão, as insurreições de 2010 nos países árabes também foram associadas à estação da primavera. A população desses países se rebelou contra as longas ditaduras (Zine el-Abidine Ben Ali, na Tunísia; Mubarak, no Egito; Kadafi, na Líbia) além de terem sido motivadas por dificuldades socioeconômicas e rivalidades religiosas e étnicas. 8. UNIFICAÇÃO ITALIANA 8.1. Antecedentes. -Vários Estados entregue a monarcas Estrangeiros: -Reino Sardo-Piemontês: sob o comando dos Savoia, família Italiana; -Reino Lombardo-Veneziano: sob domínio da Áustria; -Estados Pontifícios: da Igreja e governados pelo Papa; -Reino das Duas Sicílias: Nápoles e Sicília entregues aos Bourbons, da França; -Ducados de Parma, Módena e Toscana: gerência da Áustria. 8.2. Sociedades secretas -Surgimento com o objetivo de unificar e implantar ideias liberais; -Carbonários: republicanos e monarquistas para a expulsão dos austríacos e Intolerância religiosa; Estandarte da Carbonária -Reuniam em cabanas de Carvoeiros; - Difusão limitada de suas ideias, apenas para pequenos grupos; 8.3.LEVANTES: reino das Duas Sicílias contra Fernando II e o obrigou governar com uma Constituição; -Piemonte: Rei Carlos Alberto declarou guerra à Áustria; derrotado, renunciou em favor de seu filho Vitor Emanuel II. Rei Fernando II das Duas Sicílias Rei Carlos Alberto -Destaque para Giuseppe Mazzini, líder genovês republicano, que funda a Jovem Itália; -considerado Profeta da Unificação; -Vencido pelos austríacos, refugiou-se em Londres; -Jovem Itália: organização paramilitar com objetivos de unidade, liberdade, Independência e criação de uma república democrática. -Em 1852: unificação conduzida no Reino Sardo-Piemontês pelo Conde de Cavour (Camilo Benson); -Incentivo do desenvolvimento da região pelo comércio e indústria; -Ideais nacionalistas concentrados nos -grandes proprietários, intelectuais e proletariado. -Risorgimento: Movimento de união do proletariado urbano à média burguesia que queria um governo democrático (República) Norte da Itália: queria uma Monarquia progressista de Piemonte-Sardenha. -Corrente religiosa: queria a unificação em torno do Papa Pio IX (havia negado aos austríacos passagem pelas terras da Igreja no levante camponês da Sicília). -CAVOUR enviou tropas para apoiar os franceses na Guerra da Crimeia – Rússia versus França e Inglaterra (1854 a 1856). Motivo: desejo expansionista russo de dominar o Mar Negro. Iniciou-se com a invasão da Turquia pelo Czar Nicolau I, sob o pretexto de proteger cristãos. -GRANDE CERCO A SEBASTOPOL: morte de mais de cem mil (cólera e frio). -Rússia contida; Império Turco manteve sua integridade; Mar Negro desmilitarizado e projeção da França. 1856: novo acordo de Cavour com a França: apoio de Napoleão ao Piemonte no caso do conflito com a Áustria (condatos de Nice e Savoia com a França e região Lombárdio – Veneziana com Piemonte). -Áustria invade Piemonte, perde a guerra e Napoleão III assinou com a Áustria o Armistício de Vilafranca, que manteve Veneza mas perde Lombardia para o Reino de Piemonte. -Ducados de Toscana, Módena e Parma: optaram pelo rei Vitor Emanuel II. -Ducados de Nice e Savoia: em 1860 após um plebiscito aderiram à França. -Reino das Duas Sicílias: revolta contra o rei Francês Francisco II e desejo de se unir Piemonte. -Giuseppe Garibaldi (herói de dois Mundos): republicano, com os seus seguidores Camisas Vermelhas, ajudaram Cavour a atacar o Reino das Duas Sícílias: fuga do Rei Francisco II; -Em 1861, na cidade de Turim, o rei Vitor Emanuel II foi aclamado Rei da Itália, mesmo sem Veneza e estados papais. - A região de Veneza: anexada em 1866 na guerra da Prússia contra a Áustria. -Não anexados: Estados Papais e as regiões de Trentino, Ístria e Porto de Trieste (Territórios Irridentos) anexados após Primeira Grande Guerra. -Em 1870: anexação de Roma com a saída da guarda militar de Napoleão; - Oferta ao Papa Pio IX uma indenização que não foi aceito. O Papa se declarou prisioneiro. -Questão Romana só resolvida em 1929, Com o Tratado de Latrão, criando o ESTADO DO VATICANO, já com BENEDITO MUSSOLINI. 9. UNIFICAÇÃO ALEMÃ 9.1. Antecedentes. Congresso de Viena:39 estados independentes Representação: Dieta presidida pela Áustria (assembleia política onde se discutiam vários assuntos e se reuniam diversas categorias sociais escolhidas pelo imperador) -Ambição da Áustria: unificação de tudo. -Ambição da Prússia: formar a Alemanha sem a Áustria (antiliberal, poucos alemães e povos diversos como croatas, sérvios, húngaros ,romenos e italianos do reino lombardo- veneziano, além de outros) -Início do Século XIX: Economia agrícola/ Nobreza Rural (Junkers) compradores de terras dos pequenos proprietários busca de trabalho nas cidades Industrialização/ Operários. JUNKERS: grupo da nobreza rural preso preso a hábitos feudais que teve seus lucros abalados com o fim da escravidão. Era contrário ao liberalismo e à monarquia constitucional. -Industrialização alimentada pelo carvão vindo da região do Ruhr, originando uma classe abastada. -Interesse no término de barreiras. -Comércio prejudicado haja vista o excesso de moedas (mais de cem). 9.2. ZOLLVEREIN (1834) -Unificação alfandegária (aduaneira e comercial) do norte da Alemanha com padronização de pesos e medidas, moeda única e a unificação de taxas alfandegárias. -Facilitou a circulação de mercadorias; - fomentou o comércio e a indústria; -estimulou o transporte ferroviário entre os estados. -Liderança da Prússia e exclusão da Áustria. - Criação do Reichsbank e Livre cambismo na Alemanha: crescimento do capitalismo; Áustria: base econômica agrícola 9.3 AÇÕES PARA A UNIFICAÇÃO -Espera por um governo constitucional; -MONARCA FREDERICO GUILHERME IV: 1847- acordo com liberais/verbas para a ferrovia troca assembleia e votação de diversos assuntos com o parlamento eleito pelo povo. Maioria liberal: dissolvida. 1848- 1º Movimento de unificação na Prússia. -MOTIVO: crise na agricultura; liderança da Prússia com a criação de uma bandeira, representando o liberalismo e a unificação alemã. -Parlamento de Frankfurt ofereceu o título de Imperador da Alemanha ao rei Frederico Guilherme IV. -Recusa: temor reação da Áustria. -Dissolução do Parlamento. -Nobreza conservadora dos Estados Alemães queriam monarquia absolutista. A unificação passa a ser conduzida pelos monarquistas. Ela atenderia: aos grandes industriais; aos radicais da média burguesia que queriam uma República e à classe operária seguidora do marxismo. -Com sua morte em 1861 subiu ao trono Guilherme I, seu irmão, que nomeou Otto Von Bismark como primeiro ministro. Este acreditava que a unificação da Alemanha só se daria pela força. Por isso, organizou um exército eficiente e disciplinado dizendo: “os grandes problemas de hoje não se resolvem com discursos (...) nem com votos da maioria, mas com sangue e ferro”. -Por suas ações rigorosas, recebeu o cognome de CHANCELER DE FERRO. 9.4. ETAPAS DA UNIFICAÇÃO 9.4.1 A GUERRA DOS DUCADOS DO ELBA -Ducados de Schleswig e Holstein tutelados pela Dinamarca. Com a morte do rei da Dinamarca esses ducados queriam a independência. A Áustria foi convidada para lutar contra a Dinamarca com a promessa de receber Scheswig, mais, Ao ser ocupados pelos prussianos, Bismark não cumpriu a promessa. 9.4.2. GUERRA DAS SETE SEMANAS (1866) -provocação da Áustria para a guerra; -apoio da Itália e França neutra; -Áustria obrigada a declarar a guerra à Prússia. -Derrota austríaca em duas frentes: uma com a Prússia e outra com a Itália. -1866: batalha de Sadowa/ paz com a Prússia que anexou os ducados de Schleswig e Holstein, Hanover e Frankfurt. -A Itália ganhou Veneza da Áustria. -Confederação Germânica dissolvida. 1867: Confederação Germânica do Norte com a Prússia e cidades livres. Liderança de Guilherme I. -Prússia protestante e Principados também protestantes. -ao sul principados católicos com a França. 9.4.3. A GUERRA FRANCO-PRUSSIANA-1870 Pretexto: trono da Espanha vago; LEOLPODO I-PRIMO DE GUILHERME- CAN DIDATO AO TRONO/ NAPOLEÃO III NÃO ACEITA E ENVIOU UM EMBAIXADOR À PRÚSSIA/ BISMARK ALTEROU A RESPOSTA DE GUILHERME I/ CONSIDERADA INSULTO, - DECLARAÇÃO DE GUERRA/ VITÓRIA DA PRÚSSIA EM SEDAN E QUEDA IMPERADOR. EM JANEIRO DE 1871, NO PALÁCIO DE VERSALHES, GUILHERME I É PROCLAMADO IMPERADOR DA ALEMANHA-KAISER DO II REICH TRATADO DE FRANKFURT/UNIÃO DOS PRINCI PADOS DO NORTE E DO SUL. UNIFICAÇÃO ALEMÃ FINAL 10. CONCLUSÃO -Nos grandes impérios, como o austríaco, o otomano e o russo, que abrangiam grandes nacionalidades, os movimentos revolucionários tendiam para o separatismo. -Nos territórios marcados pela divisão política, mas constituídos de povos com tradições culturais e uma história comum, como a Itália e a Alemanha, a unificação conseguiu se impor. -Esses dois países foram os únicos da Europa Ocidental que não conseguiram unificar-se como Estado-nação na Idade Moderna. O desfecho se deu apenas na segunda metade do século XIX. -A Alemanha, após a vitória com a França, nasceu como uma potência militar expansionista, iniciando o caminho que a conduziria, no século XX, às duas guerras mundiais. 11. 2ª VERIFICAÇÃO TEXTO PARA A 1ª QUESTÃO (PUCCAMP 2005) Estrangeiro é quem Responda: mudou de país No final do século XIX, a imigração mudou de paisagem europeia para o Brasil estava e fez da viagem relacionada ao processo de unificação um modo de estar. da Itália e Alemanha. O movimento Quem deixou para trás pela unificação desses dois países foi o que tinha pela frente. conduzido, sobretudo, por grupos Quem era igual políticos que e se tornou diferente. defendiam, a um só tempo, o : Estrangeiro é quem a) socialismo e o nacionalismo. mudou por inteiro: b) socialismo e o republicanismo. de ares, de amigos c) liberalismo e o socialismo. E de até de dinheiro. d) liberalismo e o nacionalismo. (Alberto Martins. "A Floresta e e) comunismo e o republicanismo. o estrangeiro". São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. p. 6-7) TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (PUCSP 2006) Considere os textos a seguir, que se referem a dois momentos distintos da história alemã: respectivamente, à unificação do Estado nacional, no século XIX, e ao período nazista, no século XX. "O próprio Bismarck parece não ter-se preocupado muito com o simbolismo, a não ser pela criação de uma bandeira tricolor, que unia a branca e preta prussiana com a nacionalista liberal preta, vermelha e dourada (...).“ Eric Hobsbawn. "A invenção das tradições". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, p. 281) "Hitler escreve a propósito da bandeira: 'como nacional-socialistas, vemos na nossa bandeira o nosso programa. Vemos no vermelho a ideia social do movimento, no branco a ideia nacionalista, na suástica a nossa missão de luta pela vitória do homem ariano e, pela mesma luta, a vitória da ideia do trabalho criador que como sempre tem sido, sempre haverá de ser antissemita." Wilhelm Reich. "Psicologia de massas do fascismo". São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 94-5 2. Sobre os processos e períodos históricos mencionados acima, pode-se dizer que: a) o nazismo chegou ao poder por meio de um golpe militar, em 1933, e criou o Terceiro Império ("Reich"), iniciando um período de forte expansão e anexação territorial, que se manteve mesmo após sua derrota na Segunda Guerra Mundial. b) a unificação ocorreu em 1848, na chamada "Primavera dos Povos", quando trabalhadores se rebelaram contra a fragmentação política da Confederação Germânica e se aliaram à Áustria para conseguir a unidade nacional alemã. c) o nazismo foi derrotado ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando a Alemanha foi repartida entre os vencedores e sua capacidade de produção industrial foi destruída para que se tornasse um país agrícola, o "celeiro da Europa". d) a unificação envolveu diversos conflitos e fez nascer, em 1871, sob comando prussiano, o Segundo Império ("Reich"), iniciando um período de acelerada expansão econômica e militar alemã, que durou até a Primeira Guerra Mundial. 3. A composição das duas bandeiras a que os textos se referem prestase, nos dois casos, a: a) representar o caráter socialista do Estado alemão moderno, daí a presença do vermelho nas duas bandeiras. b) identificar o projeto político vitorioso e dominante com o conjunto da sociedade e com o Estado alemão. c) defender a paz conquistada após os períodos de guerra, daí a presença do branco nas duas bandeiras. d) valorizar a diversidade de propostas políticas existentes, caracterizando a Alemanha como país democrático e plural e) demonstrar o caráter religioso, cristão e antirracista do Estado alemão, daí a presença do preto nas duas bandeiras. 4. (FUVEST 95) "Fizemos a Itália, agora temos que fazer os italianos". "Ao invés da Prússia se fundir na Alemanha, a Alemanha se fundiu na Prússia". Estas frases, sobre as unificações italiana e alemã: a) aludem às diferenças que as marcaram, pois, enquanto a alemã foi feita em benefício da Prússia, a italiana, como demostra a escolha de Roma para capital, contemplou todas as regiões. b) apontam para as suas semelhanças, isto é, para o caráter autoritário e incompleto de ambas, decorrentes do passado fascista, no caso italiano, e nazista, no alemão. c) chamam a atenção para o caráter unilateral e autoritário das duas unificações, imposta pelo Piemonte, na Itália, e pela Prússia, na Alemanha. d) escondem suas naturezas contrastantes, pois a alemã foi autoritária e aristocrática e a italiana foi democrática e popular. e) tratam da unificação da Itália e da Alemanha, mas nada sugerem quanto ao caráter impositivo de processo liderado por Cavour, na Itália, e por Bismarck, na Alemanha. 5. (FUVEST 91) "Desde a 0h de hoje (20h de ontem em Brasília), existe uma só Alemanha. O hasteamento da bandeira alemã de 75 metros no mastro de 45 metros de altura em frente ao Reichstag, prédio do Parlamento, em Berlim, no primeiro minuto deste dia 03, selou a anexação da Alemanha Oriental pela Ocidental. A praça da República, onde fica o Reichstag, estava totalmente tomada. Centenas de milhares de alemães cantaram em coro a canção da Alemanha, hino nacional, para celebrar o fim da divisão do país". (FOLHA DE S. PAULO, Quarta-feira, 03 de outubro de 1990) A notícia anterior refere-se à recente reunificação da Alemanha, que "simboliza a conclusão de uma etapa marcada pela divisão do mundo em blocos geopolíticos desenhados por duas superpotências". No século XIX, a unificação alemã também foi o principal objetivo da ação política de Bismarck, que, para concretizá-la em 1871, combateu: a) Espanha, Prússia e Áustria. d) Prússia, Inglaterra e Holanda. b) França, Inglaterra e Espanha. e) Dinamarca, Áustria e França. c) Dinamarca, Rússia e Itália. 6.(UNESP 91) O desmonte do muro que dividia a cidade de Berlim e o acordo sobre a reunificação alemã são fatores relevantes para a construção de uma nova Europa. No entanto, a fundação do Estado moderno alemão remonta ao século XIX e se relaciona com a: a) cooperação abrangente entre a Prússia e a União Soviética. b) multiplicação das taxas alfandegárias, a revogação da Liga Aduaneira, a aliança franco-prussiana e a ação do Papa. c) cooperação pacífica, duradoura e estável entre todos os Estados da Europa. d) conhecida e inevitável neutralidade alemã na disputa de mercados. e) reorganização do exército prussiano e com o despertar do sentimento nacionalista de união. 7. (MACKENZIE 96) "Em 18 de março a insurreição estourou (...), não esperava mais lhe dar sinais de vida. Durante dois meses vivi na fornalha (...)“ (Émile Zola - carta a Paul Cézanne) "Foi a primeira revolução proletária, o primeiro ensaio da ditadura do proletariado“ (Horácio Gonzáles ) O acontecimento do século XIX a que se referem as citações acima é: a) o 18 Brumário de Luís Bonaparte. b) a Revolução Francesa. c) o Ensaio Geral. d) a Comuna de Paris. e) a Revolução de 1848. 8. (UFV 96) A unificação política da Itália, ocorrida na segunda metade do século XIX, foi um processo tardio, considerando o contexto histórico europeu. Sobre esta unificação é CORRETO afirmar que ela: a) possibilitou a sua participação na corrida colonial, envolvendo-a no domínio do mercado internacional juntamente com a Inglaterra e a França. b) contribuiu em parte para romper o equilíbrio político-militar que, a partir do Congresso de Viena, foi estabelecido entre as nações europeias. c) acarretou o desenvolvimento do capitalismo a partir de um intenso surto de industrialização que se estendeu por todo o seu território. d) permitiu o reatamento das relações político-diplomáticas com o Vaticano e a garantia do direito de liberdade religiosa aos cidadãos. e) impediu o surgimento de fluxos de emigração de camponeses para o Continente Americano, através da implantação de uma política de fechamento das suas fronteiras. 9. (Mackenzie 96) A unificação política da Alemanha (1870-1871) teve como consequências: a) a ruptura do equilíbrio europeu, o revanchismo francês, a revolução industrial alemã e política de alianças. b) enfraquecimento da Alemanha e miséria de grande parte dos habitantes do sul, responsável pela onda migratória do final do século XIX. c) a anexação da Alsácia e Lorena, o empobrecimento do Zollverein e retração do capitalismo. d) corrida colonial, revanchismo francês, o enfraquecimento do Reich e anexação da Áustria. e) o equilíbrio europeu, a aliança com a França, a formação da união aduaneira e a Liga dos Três Imperadores. 10. (UECE 96) As unificações alemã e italiana, em 1860/1871, aconteceram, segundo os historiadores, a partir da chamada "via prussiana". Isto significa que: a) Foram realizadas de cima para baixo, isto é, a partir de uma aliança entre a burguesia e a aristocracia. b) As mudanças ocorridas naqueles países correspondiam às expectativas plenas dos trabalhadores. c) As mudanças foram feitas de baixo para cima, isto é, a partir de uma aliança entre setores populares e setores intelectuais da classe média. d) As transformações políticas na Itália e na Alemanha se verificaram a partir de intervenções de potências estrangeiras, especialmente da Prússia. 11. (CESGRANRIO 91) Os movimentos nacionais, na Alemanha e na Itália, na 2ª metade do século XIX, além das diferenças políticas têm como objetivo a: a) unidade política e econômica como requisito para o desenvolvimento capitalista através do fortalecimento do Estado e da integração geográfica dos mercados. b) independência econômica frente à intervenção econômica inglesa com a manutenção de estruturas de produção medievais. c) valorização do arianismo como instrumento de recuperação do homem germânico e italiano e criador do "espaço vital". d) construção de um estado forte inspirado nos modelos orientais como base política para a recuperação da posição que Itália e Alemanha haviam ocupado no final do século XVIII. e) manutenção de uma política de proteção territorial contra os interesses franceses resultantes da expansão napoleônica assentados numa perspectiva política conservadora. 12. (CESGRANRIO 97) Assinale a opção que apresenta uma afirmativa correta sobre o processo de unificação da Alemanha (1871) e da Itália (1870): a) Na Itália, a proclamação da República por Giuseppe Garibaldi, líder do movimento carbonário e republicano, estabilizou economicamente o país, permitindo a fixação das fronteiras internacionais italianas e sua unificação interna. b) Na Itália, com o apoio do Papa Pio IX, o movimento unificador difundiu-se a partir da cidade de Roma, sendo contrário aos interesses econômicos da burguesia do Piemonte e do norte do país. c) Na Alemanha, Bismarck implementou a unificação com a ajuda econômica e militar do Império Austríaco, opondo-se à política separatista da Prússia de Guilherme I. d) A criação da União Alfandegária (Zollverein) entre os estados alemães desenvolveu a industrialização e a economia da Confederação Germânica, culminando na unificação política com a criação do Segundo Reich (império) Alemão. 13. (UFF 97) No final da chamada "era napoleônica", derrotado o imperador francês em 1815, tornou-se possível a recomposição das forças sociais e políticas ligadas ao Antigo Regime, em boa parte do continente europeu. Nada disso deteve, porém, a onda revolucionária e o surgimento de revoltas, a partir de 1820 até 1848. Na Itália, por exemplo, coube a uma sociedade secreta a elaboração de um programa político "contra as tiranias", cuja grande meta era a unificação da nação italiana e o triunfo dos princípios liberais. Assinale a opção que identifica corretamente os revolucionários anteriormente mencionados: a) Pedreiros-livres b) Cristãos-novos c) Maçons d) Carbonários 14. (Uff 97) À época de Bismarck (1871 -1890) associam-se alguns elementos que vieram a reforçar o capitalismo industrial e financeiro na Alemanha recém-unificada. Assinale a opção que contém referências vinculadas ao momento político mencionado. a)Vitória dos cristãos-sociais mais moderados ao impor reformas do sistema de trabalho na década de 1880, greve dos mineiros do Ruhr, emigração maciça para o continente americano, imposição do livre comércio de importação e exportação em 1879. b)"Zollverein" ou união aduaneira alemã, abolição do regime político federal no Império Alemão, diminuição da influência dos Junkers prussianos, dissolução da Aliança do Centeio e do Aço. c)Unificação monetária alemã e fundação do "Reichsbank", extensão das ferrovias, desaparecimento de numerosas pequenas empresas após a crise financeira de 1873, imposição do protecionismo alfandegário em 1879. d)Financiamento de seguros sociais pelo "Reichsbank" para aliviar tensões, condução a um período de paz social através da unidade alemã, privatização das ferrovias, entrada da Alemanha na corrida colonial ao anexar a Etiópia. 15. (UERJ 98) “O dia 12 de setembro de 1990 marcou o fim da Segunda Guerra Mundial: a Alemanha, vencida há quarenta e cinco anos, dividida e colocada sob a tutela de seus vencedores, encontrou através de sua unificação a sua soberania plena e completa. A última unidade alemã tinha sido proclamada em 1871, na galeria dos espelhos do palácio de Versalhes, depois de uma guerra vitoriosa contra a França.” ("Adaptado de Le Monde", 13/09/90)”. As conjunturas históricas indicadas no texto acima representam aspectos diferenciados. Os dois momentos de unificação, no entanto, transformaram a Alemanha em: a) um Estado unitário, com uma representação classista de deputados b) uma potência central, com um papel decisivo no equilíbrio de poder europeu c) uma república federal, com um regime parlamentar e uma constituição liberal d) uma nação democrática, com suas instituições liberais ampliadas do oeste para o leste 16. (UEPG 2001) Na Europa, na primeira metade do século XIX, surgiram ideias nacionalistas, como afirmação dos princípios liberais aplicados à nação, entendida como um conjunto de indivíduos dotados de liberdades naturais e unidos por interesses e idioma comuns, constituindo uma "individualidade política" com direito a autodeterminação. Na segunda metade desse século, o panorama político europeu caracterizou-se pela política das nacionalidades, e nesse contexto ocorreram as unificações da Itália e da Alemanha. Sobre a unificação da ltália, assinale o que for correto (01)A ideia de unificação partiu das zonas de crescente desenvolvimento industrial, correspondendo basicamente aos interesses de setores da burguesia, desejosos de constituir um amplo mercado nacional para seus produtos. (02) O processo de unificação se desenvolveu no sentido norte/sul, a partir do Reino do Piemonte-Sardenha. (04) O movimento nacionalista de Mazzini foi derrotado em 1830, mas recuperou força em 1849, com a fundação da República Romana. (08) O caráter popular e a radicalização dos movimentos de unificação nos anos de 1848 e 1849 levaram a burguesia a retirar o seu apoio, o que favoreceu a contra-revolução. (16) Concluído o processo de unificação, dois importantes problemas permaneceram: a Questão Romana - recusa de Pio IX e seus sucessores em aceitar a perda de seus territórios - e a existência de minorias italianas fora do território unificado. 17. (UEL 99) As Unificações Italiana e Alemã alteraram profundamente o quadro político da Europa na Século XIX, rearticulando um equilíbrio de forças que resultaria na a) Primeira Guerra Mundial. b) Revolução dos Cravos. c) Guerra Civil Espanhola. d) Revolta dos Cipaios. e) Segunda Guerra Mundial. 18. (UFRN 99) Sobre a unificação alemã o séc. XIX, MARIONILDE MAGALHÃES afirma: “Desde o final do século XVIII, a criação de inúmeras associações resultou num determinado patriotismo cultural e popular, num território dividido em estados feudais dominados por uma aristocracia retrógrada. Tais associações se dirigem à nação teuta, enfatizando o idioma, a cultura e as tradições comunitárias, elementos para a elaboração de uma identidade coletiva, independentemente do critério territorial. E, de fato, esse nacionalismo popular, romântico-ilustrado (uma vez que pautado no princípio da cidadania e no direito à autodeterminação dos povos), inspirará uma boa parcela dos revolucionários de 1848. Mas não serão eles a unificar a Alemanha. Seus herdeiros precisarão aguardar até 1871, quando Bismarck realiza uma revolução de cima, momento em que, em virtude do poderio econômico e da força militar da Prússia, a Alemanha se unifica como Estado forte, consolidando-se a sua trajetória rumo à modernização.” [adaptação] MAGALHÃES, Marionilde D. B. de. A REUNIFICAÇÃO: enfim um país para a Alemanha? Revista Brasileira de História. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, v.14, n.28. 1994. p.102. Tendo-se como referência essas considerações, pode-se concluir que a)o principal fator que possibilitou a unificação alemã foi o desenvolvimento econômico e social dos Estados germânicos, iniciado com o estabelecimento do Zollverein - liga aduaneira que favoreceu os interesses da burguesia. b)a unificação alemã atendeu aos interesses de uma aristocracia rural desejosa de formar um amplo mercado nacional para seus produtos, alicerçando-se na ideia do patriotismo cultural e do nacionalismo popular. c)Na Alemanha, a unificação nacional ocorreu, principalmente, em virtude da formação de uma identidade coletiva baseada no idioma, na cultura e nas tradições comuns. d)na Alemanha, a unificação política pôde ultrapassar as barreiras impostas pela aristocracia territorial, que via no desenvolvimento industrial o caminho da modernização. 19. (G1 - uftpr 2008) A Itália foi uma nação que se unificou tardiamente, na segunda metade do século XIX. Levando em conta os fatores históricos desse processo, é INCORRETO afirmar que: a)as determinações do Congresso de Viena (1814 - 1815) assinalaram a divisão da Itália em sete Estados submetidos parcialmente à ocupação austríaca. b)o norte da Península Itálica era industrializado, com investimentos nos setores mecânicos e ferroviários, na instalação de companhias de créditos e no estabelecimento de bancos e redes comerciais. c)após a unificação, a burguesia do sul da Península Itálica promoveu um desenvolvimento capitalista a partir de um intenso surto de industrialização. d)interessava à burguesia do norte da Península Itálica superar todos os obstáculos que emperravam o crescimento capitalista. A Península Itálica, dividida em vários reinos, apresentava diversas leis e impostos que retardavam a livre circulação das mercadorias. e) no norte da Península Itálica se evidenciou a formação de uma burguesia industrial interessada em fortalecer os empreendimentos capitalistas, combatendo o domínio das forças conservadoras. 20. (UFPEL 2000) Leia o texto a seguir: "Com a crescente expansão da industrialização do continente europeu, a partir de 1830, os pequenos Estados italianos e alemães sentiram a necessidade de promover uma centralização, com o objetivo de conseguir equiparar-se às grandes potências, principalmente França e Inglaterra. Ainda politicamente fracas, nem a burguesia italiana nem a alemã tinham condições de assumir a direção do governo. Por isso, aceitavam a monarquia constitucional, desde que o Estado incentivasse o progresso econômico. Acreditavam que só assim poderiam chegar à centralização política, sem passar necessariamente por mudanças estruturais que colocassem em perigo sua posição de classe proprietária.“ (PAZZINATO, Alceu Luiz; et alii. "História Moderna e Contemporânea". São Paulo: Ática, 1993, p. 186.) O texto está relacionado com: a) as "trade-unions", ou uniões operárias, que inicialmente eram entidades de auxílio mútuo, fortemente assistencialistas, preocupadas em ajudar trabalhadores com dificuldades econômicas e reivindicar melhores condições de trabalho. b) o socialismo utópico, assim chamado por acreditar na organização comunista das sociedades, sem lutas de classe, através de reformas pacíficas e graduais. c) o socialismo científico, que criticava o capitalismo dominante, propondo a organização de uma sociedade comunista, necessariamente pela luta de classes. d) o movimento cartista, em que os trabalhadores ingleses promoveram agitações de rua e apresentaram ao Parlamento reivindicações como: representação igual para todas as classes, sufrágio universal restrito para os homens aos vinte e um anos, etc. e) o nacionalismo, na prática representado pela unificação da Itália e da Alemanha, o qual defendia a luta dos povos ligados por laços étnicos, linguísticos e culturais, pela sua independência como nação. 21.(UFG 2006) A unificação italiana, no final do século XIX, ameaçou a integridade territorial da Igreja. Esse impasse resultou a) no reforço dos sentimentos nacionalistas na Itália, provocando a expropriação das terras da Igreja. b) no envolvimento da Igreja em lutas nacionais, criando congregações para a expansão do catolicismo. c) na adoção de atitudes liberais pelo Papa Pio IX, como forma de deter as forças fascistas. d) na assinatura do Tratado de Latrão, em 1929, quando Mussolini criou o Estado do Vaticano. e) no "Risorgimento", processo em que segmentos ligados à Igreja defenderam a Itália independente. 22. (UECE 2008) O Movimento das Nacionalidades traz em si a concepção de Nacionalismo e reafirma os princípios liberais aplicados à ideia de Nação. Ao ressaltar elos étnicos, lingüísticos e culturais, criam o arcabouço ideológico de algumas unificações europeias. Dos países unificados, no século XIX, destacam-se: a) a Itália e a Alemanha. b) a Rússia e a Inglaterra. c) a Áustria e a França. d) a Prússia e a Suíça. 23. (UFRS 2007) A Unificação Alemã, habilmente arquitetada por Otto Von Bismarck, realizou-se em torno de guerras bem-sucedidas contra potências vizinhas. Assinale a alternativa correta em relação às motivações e aos acontecimentos que desencadearam esse processo de unificação: a) O processo de unificação alemã contou com o apoio da França, que, acossada pela supremacia britânica, via no novo Estado um importante aliado na corrida imperialista. b)A fragmentação política obstaculizava o pleno desenvolvimento comercial e industrial da região. A unificação promoveria um mercado ágil e ampliado, com condições de enfrentar a concorrência inglesa através da proteção governamental. c) A unificação foi liderada pela Áustria, o mais poderoso dos Estados germânicos e sucessora do extinto Sacro-Império, capaz de eliminar as pretensões da Prússia. Aliado da França, o país austríaco contou com o seu apoio para vencer as resistências germânicas do sul. d) A constituição, redigida por Bismarck, inaugurou uma era democrática nos estados alemães, sob influência dos ideais da Revolução Francesa, baseados na soberania e na participação popular. e) As decisões do Congresso de Viena, ao reconhecerem o direito de independência da Alemanha, foram fundamentais para a consolidação da unificação, pois inibiram as pretensões italianas aos territórios do sul da Alemanha. 24. (PUCRS 2004) Em 1871, alterava-se profundamente o quadro geopolítico europeu com a conclusão do processo de unificação da Alemanha sob hegemonia prussiana e a criação do "Segundo Reich". É correto afirmar que um componente político fundamental da estratégia prussiana de unificação foi o .................., tendo como base social decisiva ...................... a) republicanismo a alta burguesia b) nacional-socialismo os operários fabris c) militarismo a aristocracia fundiária d) nacional-socialismo a alta burguesia e) militarismo os operários fabris 25. (DEPA) Na unificação italiana, Cavour foi ajudado pelos camisasvermelhas, que eram seguidores de: a) Giuseppe Mazzini. b) Napoleão III. C) Vitor Emanuel II d) Giuseppe Garibaldi. 25. No dia 21 de março de 1871, o Journal Officiel (Jornal Oficial) do governo formado na Comuna de Paris, publicou uma notícia a respeito do papel da burguesia na história. Leia um trecho dessa notícia: “A burguesia, que conquistou sua emancipação há mais de 3/4 de século, não compreende que hoje chegou a hora de emancipação do proletariado. Os desastres e as calamidades públicas nas quais sua incapacidade política e sua decrepitude moral e intelectual mergulharam a França deveriam, no entanto, demonstrar-lhe que seu tempo terminou. Que ela realizou a tarefa que lhe fora imposta em 1789 e que ela deve, se não ceder seu lugar aos trabalhadores, ao menos permitir que eles alcancem a emancipação social” In: CHASTENET, Jacques. O povo no poder. História viva. Ano I, n.12. out. 2004, p.31. a. O documento faz referência ao ano de 1789. O que ocorreu nesse ano? Por que esse acontecimento foi relembrado em 1871, na Comuna de Paris? Resposta: o texto refere-se ao início da Revolução Francesa. A referência deve-se ao fato de que, já no século XIX, esse acontecimento era considerado o marco da tomada do poder pela burguesia. Em 1871, os membros da Comuna de Paris exigiam que a burguesia se afastasse do poder político, conquistado pela Revolução Francesa, para abrir caminho aos proletários (operários). b. Quais são as reivindicações consideradas ideais pelos revolucionários defendidas no documento? Resposta: eram os ideais socialistas, sintetizados pelo controle do Estado pelos trabalhadores visando a ditadura do proletariado. c. De acordo com o documento, qual foi o papel desempenhado pela burguesia na história da França? Resposta: Seu papel foi acabar com o Antigo Regime, retirando os nobres do Poder. De acordo com o texto, agora ela deveria deixar esse poder para que o proletariado o assumisse. 26. Compare os mapas da Itália de 1815 e o atual. a. Que mudanças você percebe ao observar e comparar os dois mapas? Resposta: Não há mais a divisão em reinos autônomos nem o vasto território pertencente à Igreja Católica. b. Quais são as denominações atuais das principais regiões existentes no século XIX? Resposta: As principais mudanças referem-se à mudança de nomenclatura das regiões, não mais determinadas por reinos ou principados, mas pela divisão político-administrativa republicana. Por exemplo, no sul o que era o Reino das Duas Sicílias passou a ser a Sicília (ilha) e a parte continental subdivida em Calábria, Puglia, Basilicata e Campanha, Abruzzo e Lazio. 27. Quais eram os princípios e pontos de vista defendidos pelos liberais no século XIX? E pelos nacionalistas? Resposta: O liberalismo previa a instalação de governos democráticos, separados da Igreja, regidos por uma constituição e com separação de poderes. A interferência do Estado na vida econômica seria mínima. O nacionalismo defendia a formação de nações independentes, de acordo com laços culturais, étnicos e linguísticos. 28. Quais eram os interesses envolvidos na unificação italiana? Qual grupo liderou esse processo? Resposta: Aos poucos, foram se desenvolvendo os ideais de unidade nacional, que favoreciam o desenvolvimento e a expansão comercial e atendiam aos interesses burgueses. O movimento pela unificação italiana foi liderado pelo Reino de Piemonte-Sardenha que possuía uma Constituição Liberal e era governado pelo rei VITOR EMANUEL II e por seu ministro, o Conde de CAVOUR - e contou com a adesão de GIUSEPPE GARIBALDI, líder republicano considerado o libertador do sul da Itália. A unificação total só se concretizaria na segunda metade do século XIX, após sucessivas lutas com os governos das regiões anexadas. 29. Explique com as suas palavras o que foi a Questão Romana e como ela foi resolvida? Resposta: Com a anexação de Roma à Itália, em 1870, o Papa permaneceu no Vaticano, considerando-se prisioneiro. Ele não queria submeter Roma ao governo de Vitor Emanuel II. Essa situação, conhecida como Questão Romana, só foi resolvida em 1929, no governo de Mussolini, mediante a assinatura do TRATADO DE LATRÃO, que criou em Roma o Estado do Vaticano, independente de Roma. 30.Explique o que você entendeu sobre ZOLLVEREIN e sua importância para o processo de unificação da Alemanha. Resposta: O Zollverein foi uma aliança aduaneira entre os Estados da Confederação Germânica. O objetivo era eliminar os impostos alfandegários entre os estados membros. Essa aliança colaborou para aumentar o desenvolvimento econômico alemão. 31. Explique as consequências políticas e econômicas da unificação alemã e os interesses da Prússia nesse processo. Resposta: A unificação permitiu a criação de um governo forte, baseado nos ideais nacionalistas. Quanto à economia, acelerando o desenvolvimento industrial, os alemães conquistaram um poder econômico sentido em todo mundo. O crescimento da produção levou os industriais alemães a procurar ampliar, de forma agressiva, os mercados consumidores de seus produtos, dando início a disputas por regiões coloniais com ingleses e franceses. O principal interesse da Prússia com a unificação era o seu fortalecimento como nação e também o fortalecimento político e econômico, o de fato aconteceu. 32. Analise a afirmação a seguir e responda ao que se pede: “Tanto a unificação italiana como a unificação alemã foram impulsionadas pelo desenvolvimento industrial liderado pela burguesia. Assim, o nacionalismo serviu de instrumento para a concretização desses processos de unificação.” a. Essa afirmação procede? Justifique a resposta. Resposta: Sim. O nacionalismo e o desenvolvimento industrial liderado pela burguesia serviram de instrumentos eficazes para o auxílio da formação da unidade nacional e consequentemente, para a unificação de ambos países. b. Qual foi o papel do capitalismo nos processos de unificação alemã e italiana? Resposta: Na época da unificação italiana e alemã, setores da burguesia, empenhados no desenvolvimento industrial, passaram a defender os ideais nacionalistas. A formação de uma nação iria unir política e economicamente várias regiões, dando maior impulso ao desenvolvimento industrial e fortalecendo a burguesia. c. Qual a importância do nacionalismo na construção de um país unificado? Resposta: Ele une as pessoas sob uma mesma bandeira cultural e de luta. Fortalece, assim, a sociedade, que por sua vez serve de sustentação para o desenvolvimento político e econômico. d. Quais as possíveis consequências negativas do exagero desse sentimento nacionalista? Resposta: São principalmente a xenofobia e até mesmo conflitos e guerras com outras nações. 33. O que pretendiam as revoluções liberais, intensificadas na Europa de 1830 a 1848? Resposta: No caso da Revolução de 1830, os revolucionários burgueses defendiam ideias liberais, enquanto a Revolução de 1848 os revolucionários também defendiam ideais socialistas. 30. Observe os dois mapas da Alemanha, um do século XIX e outro atual e compare as fronteiras. Que mudanças você pode inferir? Resposta: No mapa do século XIX, podemos observar os Estados que faziam parte da Confederação Germânica. Esses limites foram modificados em 1870, com a unificação. Pelo mapa atual, a região da Confederação abrangia parte de vários países como França, ÁusTria, Polônia, R. Tcheca.