UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO CARLOS EDUARDO FRANCISCHONE JUNIOR ESTUDO DAS DIMENSÕES DA PAPILA GENGIVAL PERI E INTERIMPLANTAR ATRAVÉS DA GENGIMORFOMETRIA BAURU 2011 CARLOS EDUARDO FRANCISCHONE JUNIOR ESTUDO DAS DIMENSÕES DA PAPILA GENGIVAL PERI E INTERIMPLANTAR ATRAVÉS DA GENGIMORFOMETRIA Tese apresentada à Pro-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Sagrado Coração, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Doutor no Programa de Doutorado em Biologia Oral, área de concentração: Implantologia, sob orientação do Prof. Dr. Paulo Henrique Orlato Rossetti. BAURU 2011 Francischone Junior, Carlos Eduardo F8197e Estudo das dimensões da papila gengival peri e interimplantar através da gengimorfometria / Carlos Eduardo Francischone Junior -- 2011. 52 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Rossetti. Co-orientador: Prof. Francischone. Paulo Dr. Henrique Carlos Orlato Eduardo Tese (Doutorado em Biologia Oral - Implantologia) - Universidade Sagrado Coração - Bauru - SP. 1. Papila periimplantar. 2. Papila interimplantar. 3. Ausência de papila interimplantar. I. Rossetti, Paulo Henrique Orlato. II. Francischone, Carlos Eduardo. III. Título. A Deus, que sempre iluminou e guiou meus caminhos. DEDICATÓRIA Ao meu pai, Carlos Eduardo Francischone, especialista na arte de recuperar a alegria de seus pacientes, devolvendo-lhes o sorriso, sua maior recompensa. Hoje, esses mesmos pacientes são seus amigos, sinal de reconhecimento e estima. Meu maior exemplo de profissional, meu melhor amigo nas horas difíceis e companheiro de trabalho. Seu amor, competência e dedicação à Odontologia Brasileira despertaram em mim o entusiasmo e a vontade de abraçar a essa profissão como minha fonte de realização em todos os sentidos. Seguir seus passos é uma tarefa árdua, tamanho é o grau de notoriedade que atingiu, mas que sem dúvida é engrandecedor! Meu pai, meu educador, a formação que me deu me trouxe até aqui e me levará sempre adiante. E é com esta certeza de estar sempre crescendo que gostaria de retribuir toda sua dedicação. Pai, muito obrigado!! À minha mãe, Ana, por todo amor, carinho e dedicação. Pela luta diária em nos tentar mostrar qual o caminho correto e seguro a ser seguido. Aos meus irmãos, Ana Carolina e Fabricio, pelo profundo amor e carinho devotados durante todos esses anos, pelo apoio nos momentos mais importantes e sempre presentes nos mais difíceis. À Prisicila, por sua enorme paciência, compreensão, alegria e entusiasmo. Companheira, sempre apoiando as decisões e dando o equilíbrio adequando para todas elas. Suas atitudes, o carinho e o amor que dedica ao nosso filho Lucca, dão o verdadeiro significado da palavra Mãe e a certeza do que é AMOR. Muito obrigado por ter entrado em nossas vidas, digo nossas, também por minha família, sei o quanto você representa para eles e também a admiração que tem por você. Obrigado por me aturar, aturar minhas manias (que não são poucas), não sei se eu mesmo me aturaria. Obrigado pelo amor e dedicação. Ao nosso filho Lucca, me faltam palavras para descrever o que o Lucca representa para toda nossa família, ele mudou totalmente o sentido da vida para todos nós, encheu nossas casas de amor, carinho, molecagem e alegria. Como é bom ter um filho como você, Lucca, papai e mamãe amam muito você. Aos meus Sogros Sr. Flavio e Dna. Arlete, pelo exemplo de humildade, pela dedicação em nos ajudar a cuidar de nosso filho Lucca, enquanto saímos para trabalhar! Muito obrigado! Ao Professor Dr. Paulo Rosseti, Além de orientador, exemplo de dedicação à profissão. Meus sinceros agradecimentos por toda sua dedicação a esta obra, sem a qual este trabalho não seria possível. AGRADECIMENTOS Aos meus Avós: Sebastião (in-memorian), Milthes, Cidinha (in-memorian) e Romildo (in-memorian), por sempre estarem presentes na minha vida, zelando e orando pelo meu bem-estar com profundo amor e carinho. Quanta saudade dos que estão longe. Aos meus Tios e Primos: Paulinho, Leda, Telma, Letícia e Rodrigo, sempre marcantes e desprendidos, me apoiando e acreditando na conquista de meus sonhos. Aos meus Amigos e Colegas do Doutorado e Mestrado, pelo apoio e companheirismo ao longo do curso. Às Irmãs da USC, por sempre acreditarem em meu trabalho e por darem a oportunidade de poder me desenvolver dentro desta Universidade onde, realmente, me sinto em casa. Ao Professor Jobson, por sempre acreditar em nosso potencial, apoiando em nosso trabalho. Muito obrigado! Ao Professor Consolaro, pela dedicação a profissão e por seus ensinamentos precisos quando e sempre que necessário. Aos Colegas do Consultório: Ana Eliza, Fernando Bichuette, Juliana, Rose, Karina, Ana Claudia, Mariana, Cida, em especial ao José Roberto, pelo apoio, dedicação e o carinho com que sempre tratam os pacientes e a nós. Ao meu amigo e colega, Juliano, pelo apoio e incentivo, nossa amizade, sempre acompanhando minha caminhada dês de o segundo ano de faculdade enquanto parceiros de algumas clínicas e hoje com a maior satisfação e alegria tenho você em minha banca examinadora. Muito obrigado! Ao Professor e Amigo Renato, por sua lealdade, desprendimento, companheirismo, uma pessoa especial em todos os sentidos que nos surpreende todos os dias, da o tom do verdadeiro equilíbrio e serenidade que faz com que consiga ter o senso da justiça nas horas que a decisão deva ser tomada. Estudioso, embarca em minhas maluquices e também cai do cavalo, mas não deixa de tentar, demonstrando que sempre esta disposto a conseguir novas conquistas, antes deixar claro suas opiniões, o que é muito bom para nosso trabalho em equipe. Sempre pronto a ajudar em qualquer hora para qualquer situação, profissional ou pessoal, quer seja para o atendimento de um paciente em pleno feriadão ou um simples e fundamental não menos importante cafezinho, no meio do tumultuado expediente. Obrigado por sua amizade! Obrigado por sua lealdade, estes anos todos! Este ano de 2011, será o ano da vida deles, dele e da também amiga e querida Ana Paula, estão grávidos!!! Ainda não se sabe se é um menino ou uma menina, mas a alegria e ansiedade estão claros, estampados em suas faces. Desejo tudo de bom à vocês três e estarei sempre ao lado de vocês para o que precisarem. Ao Bruno e Caiê, pelo apoio, incentivo, amizade e lealdade, por estarem presentes sempre quando preciso, de uma, duas, três ou quatro mãos para ajudar em algum procedimento. São dois ex-alunos que estão sendo lapidado, realmente estamos conseguindo o corte correto, fato este é o brilho de vocês que a cada dia fica mais forte. Parabéns pela dedicação de vocês a nossa profissão. A TODOS os Funcionários da Universidade do Sagrado Coração por seu trabalho e dedicação. A Todo departamento de Pós-Graduação, Professores e Funcionários da USC, por estarem sempre prontos a nos ajudar com seu trabalho e dedicação. A todos os meus pacientes, que me mostram dia após dia que a Clínica é e sempre será SOBERANA. RESUMO A reabilitação através da osseointegração, vem buscando a cada dia soluções estéticas que permitam um equilíbrio perfeito entre a estética branca e a estética rosa. Nesta busca pelo equilíbrio o desafio maior está em se conseguir um tecido peiimplantar que seja harmonioso em relação ao trabalho reabilitador, atendendo desta forma as expectativas do paciente e do profissional. O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a manutenção ou não dos níveis (altura e áreas) papilares em regiões estéticas que receberam apenas 1 implante, 2 implantes contíguos, ou 2 implantes contíguos associados a enxertos de tecido ósseo e tecido gengival. A amostra contou com 30 pacientes, de ambos os gêneros, que apresentavam 2 ausências dentárias contíguas em área estética da maxila (incisivo central e incisivo lateral ou canino e incisivo lateral) e foram divididos em três grupos: Grupo I: um implante instalado, sendo que o lado contralateral homólogo permanecia com os dentes naturais. A prótese sobre implante traz um elemento em cantléver. Grupo II: dois implantes instalados, sendo que o lado contralateral homólogo permanecia com os dentes naturais. A prótese sobre implante é representada por duas coroas unitárias. Grupo III: dois implantes instalados e associados aos enxertos de tecido ósseo e gengival, sendo que o lado contralateral homólogo permanecia com os dentes naturais. A prótese sobre implante é representada por duas coroas unitárias. As medidas foram realizadas por softwares de imagem e submetidas à análise estatística. Com base nos resultados encontrados, pode-se concluir que: As alturas e áreas papilares são mais satisfatórias quando se usa um implante para dois elementos protéticos, sendo 1 em cantléver. Que as alturas e áreas papilares sofrem maiores perdas no caso de dois implantes contíguos. E ainda para a instalação de dois implantes contíguos em área estética, recomenda-se ou indica-se a utilização prévia de enxertos ósseos associados aos enxertos de tecido gengival. Palavras Chave: Papila periimplantar. Papila interimplantar. Ausência de papila interimplantar. ABSTRACT DIMENSIONS ANALYSIS OF THE PERI- AND INTERIMPLANT GINGIVAL PAPILLA BY GINGIMORPHOMETRY The rehabilitation by means of osseointegration has always been searching for esthetic solutions to achieve the perfect balance between white and pink esthetics. The greatest challenge in this search for balance is the achievement of a harmonious peri-implant tissue in relation to the rehabilitation treatment performed, thereby meeting both patient’s and professional’s expectations. This retrospective study analyzed the maintenance or not of papillae levels (height and areas) in esthetic regions receiving only one implant, two adjacent implants, or two adjacent implants combined with bone and gingival grafts. The sample was composed of 30 patients of both genders, who presented two adjacent missing teeth in esthetic maxillary area (central and lateral incisor or canine and lateral incisor) and were divided into three groups: Group I – one implant, with natural homologous teeth on the contralateral side. The implant-supported denture had one cantilever pontic. Group II – two implants, with natural homologous teeth on the contralateral side. The implantsupported denture consists of two single crowns. Group III – two implants combined with bone and gingival grafts, with natural homologous teeth on the contralateral side. The implant-supported denture consists of two single crowns. The measurements were obtained using image softwares and submitted to statistical analysis. Based on the results, it could be concluded that the papillae heights and areas are more satisfactory when one implant is used for two teeth, with one cantilever pontic; the papillae heights and areas exhibit greater loss if two adjacent implants are placed; also, when two adjacent implants are planned in an esthetic area, the previous accomplishment of bone grafts associated to gingival grafts is recommended. Keywords: Perimplant Gengival Papila. Interimplant Gengival Papila. Interimplant Gengival Papila Loss. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 14 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 22 ARTIGO .................................................................................................................... 29 ANEXO A - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA ...................................................... 52 12 1 INTRODUÇÃO O fenômeno biológico da osseointegração, que possibilitou à Odontologia, uma nova forma de retenção para prótese, através dos implantes de titânio, proporcionou muitos avanços nas reabilitações protéticas desde as reposições totais até as unitárias1,2,7,8. No início, os implantes eram utilizados como forma de retenção para as próteses fixas nos desdentados totais. Havia preceitos rígidos de procedimentos cirúrgicos e protéticos emanados por Brånemark e equipe1 que deveriam ser seguidos criteriosamente e que com isso proporcionava resultados previsíveis e duradouros.1-6 A indústria disponibilizava componentes protéticos com pouquíssima versatilidade, praticamente direcionados para forma de retenção. A partir de 1982, alguns anos foram necessários para que os profissionais melhorassem a curva de aprendizado e aplicassem com segurança os protocolos cirúrgicos e protéticos. Na década de 90, paralelamente ao desenvolvimento da função imediata, que trouxe alterações significativas nos protocolos cirúrgico e protético originais, as empresas iniciaram projetos para a evolução e oferta de componentes protéticos visando não só a função,mas também a estética. Com isso, evoluíram e aumentaram as alternativas das reabilitações parciais e unitárias, com envolvimento estético. Alguns estudos de acompanhamento longitudinal mostram também a segurança da osseointegração e componentes protéticos no tratamento dos edentulismos unitários.7-17 A partir da introdução da tecnologia CAD-CAM, em 1993 para o desenvolvimento de pilares protéticos personalizados, fabricando-os em alumina e zircônia como uma alternativa estética aos pilares de titânio, uma nova era deu início nas reabilitações estéticas osseointegradas.18-23 Paralelamente, planejamentos e resoluções clínicas inter ou multidisciplinares começaram a ser introduzidas junto com a Implantologia, com a finalidade de melhorar os resultados estéticos das reabilitações osseointegradas. Hoje, sem dúvida alguma, a Implantologia é a especialidade odontológica mais dependente de outras especialidades, quando se desejam resultados funcionais e estéticos otimizados.24-27 E isto se torna obrigatório no momento em que há necessidade de reconstrução óssea e gengival para 13 harmonização da estética branca representada pelas coroas protéticas e estética rósea representada pela gengiva, especialmente nos pacientes que apresentam linha do sorriso alta.28 Nos dias atuais, o grande desafio é tornar a arte de reabilitar pacientes com prótese osseointegradas imperceptíveis, sabendo-se que inúmeros fatores devem ser profundamente analisados durante o planejamento estético, pois poderão influenciar positiva ou negativamente no resultado estético final. Esses fatores vão desde a análise inicial do paciente, limitações do caso, grau de complexidade, envolvimento multi ou interdisciplinar, altura do sorriso, altura e dimensões da papila gengival,15,45 contorno e zênite gengival,9,15,46 alternativas cirúrgicas e 28 disponibilidade de componentes protéticos. Por ser um tema extremamente complexo e em certos aspectos até controverso, motivou-nos a fazer um estudo retrospectivo das relações gengimorfométricas dos tecidos gengivais com as próteses unitárias contíguas ancoradas em 2 ou 1 implantes, com e sem reconstrução óssea e gengival prévia, em área estética. 14 2 REVISÃO DE LITERATURA Esta revisão tem como meta expor os dados de literatura sobre a manutenção da papila em três condições clínicas: interdentária, periimplantar e interimplantar. A influência da cirurgia para tecido duro/mole na região estética também será citada quando oportuno, assim como os métodos prognósticos utilizados. a) Manutenção da papila interdentária A manutenção dos tecidos moles é um assunto complexo. Em 1965, um estudo clínico mostrou que a papila interdentária, quando excisada, não regenerava completamente seu contorno e altura original,47 antecipando os desafios clínicos e dificultando o prognóstico para o paciente. Blatz, Harzeler e Strub, 34 anos depois, fizeram uma extensa revisão da literatura sobre a restauração previsível e completa da papila interdentária, apontando que as publicações apresentadas eram relatos de casos e pouco conhecimento científico estava disponível sobre o sucesso longitudinal das técnicas utilizadas.48 Chang, em 2007, avaliou trezentos e trinta adultos buscando uma associação entre a morfologia da embrasura e a recessão na papila central. Uma associação positiva ficou evidente entre a recessão na papila central e a idade, e uma associação negativa entre a idade e a altura papilar. A recessão na papila central em função da idade é mais frequente em larguras interditarias amplas e uma distância maior entre a junção cemento-esmalte proximal e o ponto de contato.49 Em 2008, Ghezzi et al constataram que o tratamento combinado entre a regeneração óssea guiada (ROG) e ortodontia para pacientes com defeitos intraósseos severos e migração dentária patológica impede o dano ao aparelho regenerado e produz melhoras estéticas como resultado dos realinhamentos e melhora na altura da papila. Em 14 pacientes, os resultados mostraram redução de 5,57mm na profundidade de sondagem e ganho de inserção de 5,86mm entre o primeiro ano após a ROG e a ortodontia, com melhora na altura da papila observada em nove dos 14 pacientes.50 15 Outro grande problema clínico está na manutenção da papila interdentária após a extração do elemento dentário. Taleghani et al (2008) verificaram que existem diversos métodos para manutenção da papila: uma opção envolve uma prótese temporária com pôntico oval colocada no momento da extração para sustentar as papilas proximais, o tecido mole vestibular, e o tecido gengival em cicatrização. Também, o tecido pode ser esculpido pelo laser ou eletrobisturi. Em alguns casos, a porcelana rosa pode ajudar numa estética adequada.51 Finalmente, Von Arx et al (2009) avaliaram a recessão gengival 1 ano após a cirurgia apical em 70 dentes anteriores superiores (incisivos central e lateral, canino, e primeiros pré-molares). Uma análise visual do aspecto vestíbulo-mediano das alturas das papilas dos dentes tratados foi realizada antes e 1 ano após. Os seguintes fatores influenciaram significativamente a recessão gengival: biótipo periodontal (fino; p<0,05), profundidade de sondagem <2,5mm (p<0,03), e o tipo de incisão (submarginal gerando menor recessão comparada à intrasulcular, incisão na base da papila ou não envolvendo a papila). A análise visual não mostrou alterações no nível gengival ou na altura papilar após 1 ano.52 b) Manutenção da papila periimplantar Se a manutenção da papila entre dentes já era complicada, este assunto ficou mais desafiador ainda após a introdução dos implantes unitários como terapia para reposição dos elementos ausentes na região anterior da boca. Em 1997, Jemt propôs um índice para verificar a regeneração da papila em 21 pacientes com 25 coroas implantossuportadas, após um período de 1,5 anos. O índice utilizado foi: 0=ausência de papila e ausência de curvatura do tecido mole adjacente ao implante; 1=menos da metade da altura da papila está presente, contorno convexo de tecido mole adjacente à coroa implantossuportada e ao dente está presente; 2=metade ou mais da metade da papila está presente; 3= a papila preenche todo o espaço proximal e está em harmonia com as papilas adjacentes, com contorno adequado do tecido mole; 4= papila hiperplásica cobrindo grande parte da restauração e/ou dente adjacente.53 Mais tarde, Chang et al (1999), examinaram vinte pacientes adotando como critérios o formato da coroa, e os parâmetros e condições do tecido mole. A satisfação geral do paciente foi avaliada através da escala de análise visual (0-12). 16 Em comparação ao dente natural contralateral, os resultados mostraram que: 1) a coroa implantossuportada era mais longa, possuía uma dimensão vestibulo-lingual maior, 2) estava cercada por uma mucosa vestibular mais espessa, 3) a papila distal possuía uma altura menor, 4) mostrava uma frequência maior de mucosite e sangramento à sondagem e 5) maior profundidade de sondagem. Entretanto, a escala de análise visual variou de 7 a 10.54 Se o processo de reparo da papila é complexo na situação dente-implante, existiria alguma intervenção cirúrgica capaz de minimizar/impedir o problema? Grunder, em 2000, avaliou a estabilidade do tecido mole ao redor de 10 implantes unitários. Todos os casos incluíram ROG e enxerto de tecido conjuntivo. Um ano após a colocação da prótese, a contração no tecido mole vestibular foi de 0,6mm em média. O volume de tecido mole na área da papila aumentou em média 0,375mm, e nenhuma papila perdeu volume.55 Além do enxerto associado, o momento da exposição do implante ao meio bucal seria determinante no reparo bem sucedido da papila? Choquet et al (2001), em estudo retrospectivo, analisaram vinte e seis pacientes (27 implantes) quanto ao nível da papila entre dente e implante. Seis meses após a inserção, 17 implantes foram expostos pela técnica convencional, enquanto os 10 remanescentes foram expostos com uma técnica visando a regeneração da papila. Os autores observaram que, quando a distância entre o ponto de contato das restaurações e a crista óssea era de 5mm ou menos, havia 100% de papila em todas as vezes. Quando a distância era maior ou igual a 6mm, a papila estava presente 50% das vezes ou menos. A média de altura de papila foi 3,85mm. A técnica de papila modificada gerou altura de 4,01mm.56 Esta técnica envolve a dissecção da mucosa mastigatória do osso subjacente com um retalho de espessura total no sentido vestíbulo-palatino, perpendicular à crista do rebordo, tanto nos aspectos mesial com distal do implante. Uma incisão horizontal de espessura total é estendida da distal para mesial no lado palatino compreendo quase dois terços da distância entre os dois dentes. Duas incisões, paralelas entre si, são feitas no sentido vestíbulo-palatino criando um retalho de espessura parcial estendendo-se para o palato, deixando o periósteo intacto. Esta extensão é desenhada como uma faixa para ser posicionada no aspecto mesial do implante. Uma dissecção horizontal de espessura parcial é feita para conectar as duas incisões paralelas formando a faixa por deslize palatino. Uma 17 incisão final disseca a mucosa mastigatória do osso e incorpora a incisão de espessura parcial numa incisão de espessura total em sentido vestibular. Priest, em 2003, analisou cinquenta e um pacientes (55 implantes) por 1 e 9 anos (média de 3,5 anos), estabelecendo-se 1) o nível de regeneração papilar e sulcular e 2) verificando-se se a morfologia do sulco é mantida após o período de avaliação. Os resultados mostraram que a base do sulco sofre 0,06mm de recessão, e a papila só mostra preenchimento em 75% dos casos. Ao longo dos anos, a papila “cresce” lentamente a recessão sulcular diminui.57 Kan et al, também em 2003, publicaram um estudo onde quarenta e cinco implantes foram colocados em dois estágios e avaliados após 32,5 meses (faixa de 12 a 78 meses). Mensurações lineares foram realizadas nas regiões proximais dos dentes adjacentes, bem como nas regiões mesial, vestibular e distal dos implantes unitários. Os resultados encontrados foram: regiões proximais dos dentes naturais: mesial e distal (4,20mm); bem como 6,17mm, 3,63mm, e 5,93mm, para as regiões mesial, vestibular e distal dos implantes colocados, respectivamente. O nível da papila interproximal depende do nível ósseo interproximal do dente adjacente. Dimensões maiores da mucosa periimplantar foram observados nos biótipos espessos.58 Ryser et al (2005) analisaram a diferença de preenchimento das papilas usando-se coroas provisórias imediatas e tardias, bem como a relação entre os níveis ósseos horizontais e verticais com o preenchimento papilar. A morfologia papilar foi classificada de 1 a 4. A temporização imediata ou tardia não foi um fator significativo nas diferenças entres os níveis papilares e ósseos. Não houve diferença significativa entre a distância horizontal e a manutenção da papila. Houve relação significante entre a distância vertical do ponto de contato aos níveis ósseos, sendo a distância do ponto de contato ao dente adjacente a mais crítica para manutenção da papila. À medida que a distância do ponto de contato ao implante aumentava, havia chance significativa de perda da papila.59 Fürhauser et al, em 2006 estabeleceram, com base na análise fotográfica, um novo escore para avaliação da estética periimplantar, sendo utilizados a papila mesial, papila distal, nível do tecido mole, contorno do tecido mole, deficiência do processo alveolar, cor e textura do tecido mole. O escore varia de 0 a 2, sendo a pontuação máxima igual a 14. Uma observação interessante é que o valor final do 18 escore nos 30 casos observados foi de 10,6 para os protesistas, 9,2 para os cirurgiões, 9,9 para os estudantes de odontologia e 7,6 para os ortodontistas.60 Henriksson e Jemt, em 2004, analisaram dezoito pacientes que receberam implantes unitários na área do incisivo central foram analisados após 1 ano em relação ao volume do tecido vestibular, sendo utilizados dois tipos de pilares nas restaurações: CeraOne e Procera personalizado. As papilas se recuperaram espontaneamente, e nenhuma relação foi observada entre a presença da papila e o tecido ósseo subjacente. Também, nenhuma relação foi estabelecida entre a presença de papilas e a distância entre o ponto de contato e a crista óssea subjacente.61 Em 2006, também como método de manutenção da papila periimplantar, Margeas propôs usar o próprio dente do paciente durante as fases cirúrgica e de cicatrização, com o tecido mostrando recessão mínima, gerando um resultado mais estético.62 Existem outros fatores que também podem influenciar no nível da papila periimplantar. Cardaropoli et al, em 2006, examinaram onze pacientes receberam implantes em dois estágios, com intervalo de cicatrização de 6 meses. O nível do tecido mole foi examinado antes e depois da colocação do implante, antes da conexão do pilar, depois da colocação da coroa e após 1 ano de acompanhamento. No intervalo entre a colocação da coroa e 1 ano, houve recessão de 0,6mm na margem do tecido mole vestibular. O preenchimento papilar ≥50% foi observado em 32% dos casos no momento de colocação da coroa e em 86% dos casos após 1 ano. As alterações no tecido mole após a colocação das coroas podem afetar o apelo estético da terapia restauradora.63 Cooper et al, em 2007, avaliaram trinta e nove indivíduos (43 implantes) após 3 anos de uso da restauração unitária implantossuportada, sendo realizado o carregamento precoce após 3 semanas de instalação dos implantes. Os resultados mostraram crescimento papilar de 0,61mm e 0,74mm após 1 e 3 anos. De modo similar, os tecidos moles vestibulares periimplantares e o zênite gengival também aumentaram em 0,34 e 0,51mm após 1 e 3 anos.64 Em 2008, De Rouck et al estudaram trinta pacientes tratados com enxertos e implantes unitários na zona estética pela colocação e temporização imediata. 19 Exames clínicos e radiográficos feitos após 1, 3, 6 e 12 meses revelaram 0,98mm e 0,78mm de perda óssea nos aspectos mesial e distal. A recessão no tecido mole vestíbulo-mediano e a contração nas papilas mesial/distal foi de 0,53, 0,41 e 0,31mm. A satisfação estética foi de 93%.65 Em 2008, Lops et al avaliaram quarenta e seis pacientes que receberam implantes imediatamente pós-extração, tendo os implantes recebido as restaurações quatro meses depois. Quando a distância dente-implante era de 3-4mm, e também tendo-se a distância entre a base do ponto de contato ao osso interdentário entre 35mm, a papila interproximal estava significativamente presente.66 Porém, os autores não relataram o quanto da papila estava presente. Lai et al, também no ano de 2008, examinaram vinte e nove pacientes receberam implantes Straumann na região anterior da maxila. Os tecidos foram analisados no momento da colocação das coroas e seis meses depois. O pink esthetic score variou de 6,90 a 9,55 após 6 meses. Os escores das papilas mesial e distal, nível da margem do tecido mole, contorno do tecido mole, e sua cor aumentaram significativamente no Acompanhamento. A maior alta foi verificada nos casos com escore inicial entre 0 e 4.67 Em 2009, Chen, Darby e Reynolds examinaram os efeitos da extração sem retalho em oitenta e cinco pacientes que receberam implantes imediatos nas regiões dos incisivos centrais e laterais. Uma recessão significativa da papila mesial (6,2%), papila distal (7,4%) e da mucosa vestibular (4,6%) foi observada entre a cirurgia e 1 ano depois (p<0,001). Sítios com margens inicialmente coronais atingiram níveis próximos à linha de simetria do dente contralateral. Sítios ao nível ou apical falharam em atingir a linha de simetria a recessão permaneceu. Para os sítios inicialmente com margens ao nível gengival, uma recessão acima dos 10% ocorreu em seis dos 25 biótipos finos, comparados aos dois sítios de 19 biótipos espessos. A recessão foi maior para os implantes colocados mais para vestibular nos alvéolos de extração.68 A regeneração óssea guiada também tem sido aplicada para melhorar o prognóstico da papila periimplantar. Cosyn e De Rouck, no mesmo ano, avaliaram vinte e sete pacientes receberam implantes 6-8 semanas após a extração dentária em conjunto com ROG. As coroas implantossuportadas não eram mais largas do que os dentes contralaterais e os tecidos moles vestibulares vestíbulo-medianos 20 mostraram níveis comparáveis após 21 meses de função. Os dados também indicaram perda significativa da papila no aspecto distal dos implantes.69 De Rouck et al (2009), num estudo single-blinded, avaliaram 24 pacientes receberam restaurações imediatas e 25 restaurações tardias. Exames clínicos e radiográficos foram conduzidos após 3, 6 e 12 meses. A restauração tardia resultou numa perda papilar inicial levando até 1 ano para atingir altura comparável à da restauração imediata. A recessão vestíbulo-mediana foi 2,5-3 vezes maior após a restauração tardia, gerando 0,75mm de perda adicional em comparação à restauração imediata, após 1 ano.70 Finalmente, Lee et al, em 2009, analisaram vinte e cinco pacientes que receberam implantes unitários nas posições de pré-molares e molares. Radiografias foram utilizadas para medir a distância entre o pico das papilas e o osso da crista, tanto do lado dos implantes como do lado correspondente aos dentes naturais. Nenhuma diferença estatisticamente significativa foi observada entre os aspectos mesial e distal comparando-se o lado artificial com o lado natural.71 c) Manutenção da papila interimplantar Um dos trabalhos mais clássicos sobre a manutenção da papila interimplantar foi realizado por Tarnow et al, em 2003. Cento e trinta e seis papilas interimplantares de 33 pacientes foram avaliadas por 8 examinadores após anestesia local, com uma sonda periodontal sendo colocada até o pico ósseo. A altura média das papilas entre os implantes foi de 3,4mm (faixa de 1 a 7mm). Estes resultados alertaram os clínicos para os riscos de dois implantes contíguos na zona estética e as modificações que seriam necessárias nos planos de tratamento.72 Kourkouta et al, em 2009, avaliaram quinze adultos com dois ou mais implantes adjacentes na região anterior da maxila participaram do estudo. A dimensão vertical média das papilas interimplantares (distância da ponta da papila até à crista óssea) foi de 4,2mm. A ponta da papila entre dois implantes estava em média 2mm mais apical comparada aos sítios dente-implante. A perda de altura papilar foi em média 1mm no caso de temporização imediata e 2mm no caso de uma prótese removível. Houve uma associação significativa entre o protocolo de temporização e a altura papilar ausente, também influenciada pela distância horizontal entre os implantes.73 21 d) Técnica da gengimorfometria Weinlander et al, 2008, propuseram uma nova técnica para quantificação longitudinal das mudanças nas alturas e áreas papilares. Fotos dos seis dentes anteriores superiores foram padronizadas (posicionador, distância do plano dos dentes ao filme) e importadas no formato jpeg para um programa de mensuração (Osirix). Foram realizadas medidas dos seguintes parâmetros: 1) altura mesial e distal da papila, 2) área mesial e distal da papila, 3) altura do tecido mole no zênite gengival (recessão), e 4) perímetro do tecido mole. As medidas foram fornecidas em pixels (altura) e pixels quadrados (áreas). A reprodutibilidade da técnica foi confirmada neste artigo.74 22 REFERÊNCIAS 1. Branemark PI, Zarb GA, Albrektsson T. Tissue-integrated prostheses. Osseointegration in clinical dentistry. Chicago, EUA: Quintessence Publishing Co Inc;1985. 2. Adell R, Lekholm U, Rockler B, Branemark PI. A 15 year of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Int J Oral Surg,1981:387-416. 3. Van Steenberghe D, Naert I, Bossuyt M, De Mars G, Calberson L, Ghyselen J, Branemark PI. 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Ao longo dos anos, com o conceito de osseointegração aplicável também às reabilitações parciais e unitárias,1,2,15 o posicionamento tridimensional final dos implantes, obtido indiretamente muitas vezes por procedimentos multidisciplinares (ex., enxertos, ortodontia, cirurgia para tecidos moles e duros),3 é apenas um dos fatores no estabelecimento de papilas duradouras e impedimento dos buracos negros que comprometem a fonética, estética, e auto-estima do paciente. Na região anterior, as papilas são formadas por tecido conjuntivo em formato piramidal, com base voltada para cervical e ápice voltado para incisal. O ponto de contato proximal entre dois dentes ou restaurações determina o comprimento ápicoincisal da papila. Esta configuração espacial é concebida também pelo nível do tecido ósseo subjacente, linha da junção cemento-esmalte, e pelo formato/largura da coroa e raiz dentária.4,5 Classicamente, a literatura define o paciente em dois biótipos gengivais (espesso-plano, delgado-festonado) sendo que o primeiro apresenta prognóstico mais favorável do ponto de vista reparador e regenerativo.6 Também, a distância entre a plataforma de dois implantes vizinhos, distância entre dente e implante, e a espessura da tábua óssea vestibular são considerados elementos diagnósticos na determinação da previsibilidade de manutenção e formação ou não destas papilas.7,8 Entretanto, o suprimento sanguíneo dificultado9 e a ausência das fibras que dão tônus e resiliência adequada à papila interdentária (circulares, dentogengivais, dentoperiosteais, e transeptais) são fatores críticos na regeneração destes tecidos.10 Ainda, a presença de uma distância biológica periimplantar similar aos dentes naturais11 por si própria não é garantia de uma saúde papilar (e por conseguinte, do formato) mantidos a longo prazo. A solução protética mais comum nestes casos tem sido a extensão apical do ponto de contato entre as restaurações, criando uma ilusão estética.12 Quando os implantes adjacentes estão muito próximos, próteses com extensões (cantiléveres), onde um dos implantes não é colocado em função, tem se mostrado uma conduta 31 clínica.13 Entretanto, os níveis papilares destas restaurações não têm sido avaliados sistematicamente. O objetivo deste estudo foi avaliar a manutenção ou não dos níveis papilares em regiões estéticas que receberam apenas 1 implante, 2 implantes contíguos, ou 2 implantes contíguos associados a enxertos de tecido ósseo e tecido gengival, em área estética. As hipóteses nulas testadas foram: 1) não existem diferenças entre os níveis papilares ao redor dos implantes e dos dentes naturais comparando-se as hemiarcadas do mesmo paciente; 2) não existem diferenças entre as alturas e áreas papilares mesiais, distais e entre implantes ou entre pôntico e implante instalados na mesma hemi-arcada para os três grupos testados. Material e método Pacientes Neste estudo retrospectivo multicêntrico, trinta pacientes que receberam próteses sobre implantes foram tratados em 2 clínicas particulares e na clínica de pós-graduação da Universidade Sagrado Coração – Bauru, Brasil. Os pacientes que apresentavam 2 ausências dentárias contíguas em área estética da maxila (incisivo central e incisivo lateral ou canino e incisivo lateral), foram divididos em três grupos conforme a modalidade de tratamento realizada (Fig. 1): Grupo I: um implante colocado, sendo que o lado contralateral homólogo, permanecia com os dentes naturais. A prótese sobre implante traz um elemento em cantléver. Grupo II: dois implantes colocados, sendo que o lado contralateral homólogo permanecia com os dentes naturais. A prótese sobre implante é representada por duas coroas unitárias. Grupo III: dois implantes colocados e associados aos enxertos de tecido ósseo e gengival, sendo que o lado contralateral homólogo permanecia com os dentes naturais. A prótese sobre implante é representada por duas coroas unitárias. 32 Ressalte-se que, os pacientes que apresentavam ausências de 2 incisivos centrais superiores foram excluídos da amostra, tendo em vista a impossibilidade de comparações individuais por terem papilas comuns localizadas na linha média. Além disso, anatomicamente, após a perda dos 2 incisivos centrais a papila gengival está presente em função de ser sustentada pelo tecido ósseo cortical que sempre permanece na linha média ao longo do tempo. Esse tipo de situação clínica sempre proporciona bons resultados estéticos, seja pela presença completa da papila interimplantar, ou seja pela compensação protética, aumentando o contorno das duas ameias mesiais das 2 coroas, quando da presença parcial da papila gengival interimplantar15. Protocolo cirúrgico Os procedimentos cirúrgicos para instalação dos implantes foram realizados por 3 profissionais experientes e de acordo com os protocolos preconizados por Brånemark e colaboradores.14 Os implantes utilizados possuíam plataforma de 4,1mm hexagonal externa, tendo comprimentos variados, e instalados a nível ósseo em relação à face vestibular. As suturas foram realizadas com fio de seda 4-0 e a medicação antibiótica, anti-inflamatória e analgésica prescrita. Após 4 a 6 meses os implantes foram expostos e iniciaram-se os procedimentos clínicos para adequação do tecido gengival através da instalação de cicatrizadores e/ou restaurações provisórias. No grupo III, os enxertos de tecido ósseo e gengival foram colocados numa primeira fase, e após 4 meses os implantes sendo colocados, numa segunda fase. Protocolo protético Todos os pacientes foram reabilitados conforme protocolos protéticos em desenvolvimento na época para próteses implantossuportadas.15 Somente após o condicionamento e estabilização dos contornos e papilas gengivais, é que os pilares protéticos definitivos foram instalados sobre os implantes, seus parafusos torqueados seguindo-se as recomendações do fabricante, e as embocaduras dos parafusos seladas com guta-percha e resina composta. Procedimentos normais de moldagem, prova e entrega das próteses definitivas foram aplicados. As tomadas fotográficas foram feitas, entre 6 a 12 meses da instalação das próteses, com ângulo 33 de 90º em relação à face vestibular, a uma distância de 28cm, abertura 800, velocidade 125,1.3X, envolvendo os 6 dentes anteriores. A máquina fotográfica utilizada foi a D100 e a objetiva Medical-Nikkor, 120mm (Nikon, Japão). Avaliação do nível das papilas (altura e área) Em função do planejamento cirúrgico-protético realizado, dois questionamentos foram feitos antes da mensuração da altura papilar: Situação da hipótese 1: comparando-se as hemi-arcadas no mesmo paciente, será que existe diferença para a altura e a área ocupada pelas papilas, em relação aos dentes naturais e áreas reabilitadas? (Fig. 1, regiões em azul). Situação da hipótese 2: para a mesma hemi-arcada, será que existe diferença entre a área e a altura das papilas adjacentes aos implantes, entre implantes e entre implante-pôntico, em relação às diferentes técnicas cirúrgicas/protéticas realizadas? (Fig. 2, regiões em azul). Para avaliar a altura e a área das papilas na região anterior, foi adotada a técnica da gengimorfometria,16 da seguinte forma: As fotografias já obtidas e catalogadas envolvendo a região dos seis dentes anteriores, a gengiva vestibular, a mucosa alveolar, até as papilas distais dos caninos de cada lado foram colocadas num programa de imagens (Adobe Photoshop CS3 Extended, version 10.0, Adobe Systems Incorporated). Depois, usando-se a ferramenta Image, Rotate Canvas, o plano incisal dos seis dentes anteriores foi girado em sentido horário ou anti-horário, permanecendo paralelo à uma linha imaginária. Mais tarde, usando-se a ferramenta Rectangular Marquee Tool, envolveu-se a região distal papilar intercanina, a gengiva vestibular, e parte da mucosa alveolar, sendo copiada e colocada para um novo arquivo. Agora, o arquivo foi transferido para um programa de apresentações (PowerPoint 2007, Microsoft Corporation), usando-se um fundo preto para melhora do contraste com a foto. Então, aplicando-se a ferramenta Inserir Formas, selecionou-se Forma Livre, cor azul, e os contornos papilares foram traçados manualmente, do zênite cervical passando pelo pico da papila e chegando ao outro zênite cervical do dente vizinho. Este processo foi realizado com aumento 200% na tela. Mais tarde, selecionou-se a 34 ferramenta Inserir, Formas, Reta, e segmentos foram traçados de um zênite ao outro. Depois, as delimitações dos contornos papilares obtidos no Powerpoint 2007 foram inseridas num programa de mensuração (ImagemTool, UTHSCSA). Usandose as ferramentas Distance e Area, foram mensuradas a altura e área da papila, com resultados fornecidos respectivamente em pixels e pixels quadrados (Fig. 3). Média e desvio-padrão foram obtidos para cada grupo. Resultados Altura das papilas: hemi-arcadas com e sem implantes (Fig. 1, Situação 1) A comparação da altura papilar dentro de cada grupo produziu diferenças significativas apenas nas situações II e III (teste t de Student; p<0,001 e p=0,004, respectivamente). Comparadas com o lado da dentição natural, as reduções nas alturas papilares corresponderam à 52,90% e 36,97%, respectivamente, nos grupos II e III. No grupo I, embora a redução tenha sido de 18,86%, esta não foi estatisticamente significativa (p>0,05) (Tabela 1). Áreas das papilas: hemi-arcadas com e sem implantes (Fig. 1, Situação 1) A comparação da área papilar dentro de cada grupo também produziu diferenças significativas apenas nas situações II e III (teste t de Student, p=0,001; teste de Mann-Whitney, p=0,003). Comparadas com o lado da dentição natural, as reduções nas áreas papilares corresponderam à 56,03% e 44,61%, respectivamente, nos grupos II e III. No grupo I, a redução foi de 33%, mas não estatisticamente significativa (Tabela 1). Altura das papilas: na mesma hemi-arcada (Fig. 2, Situação 2) No grupo I, houve diferença estatisticamente significante comparando-se as seguintes alturas papilares (distal x mesial; central x mesial) (letras c, d; ANOVA, Tukey p=0,00009). No grupo II, diferenças estatisticamente significativas foram encontradas entre todas as posições (letras g, h, i; teste ANOVA, Tukey p<0,001). 35 Finalmente, no grupo III, diferenças significativas foram encontradas (ANOVA, p=0,011), mas apenas entre as alturas papilares central e mesial aos implantes (letra k; ANOVA, Tukey,p=0,002) (Tabela 2). Área das papilas: na mesma hemi-arcada (Fig. 2, Situação 2) No grupo I, houve diferença estatisticamente significante comparando-se as áreas papilares distal e central ao implante, bem como central e mesial ao implante (letras a, b; teste ANOVA, Tukey p=0,00003). No grupo II, diferenças estatisticamente significativas foram encontradas, sendo entre as áreas distal x central, e central x mesial aos dois implantes (letras e, f; ANOVA, Tukey, p=0,00003). Finalmente, no grupo III, diferenças estatisticamente significativas foram encontradas entre as áreas central e mesial aos implantes (letra j, ANOVA, Tukey, p=0,026) (Tabela 2). Discussão Hipótese 1, situação 1 A hipótese nula foi parcialmente rejeitada. Para a área e altura de papila, apenas o grupo I não mostrou diferenças. A estratégia usada (prótese implantossuportada com instalação de apenas 1 implante e uma das unidades em cantléver) mostrou-se capaz de estabilizar os níveis papilares ao longo do tempo (Fig. 4). O cantléver funciona como pôntico na região anterior, evitando-se a colocação de dois implantes adjacentes. Por outro lado, as alturas e áreas papilares encontradas no grupo II refletem o efeito deletério de dois implantes adjacentes, principalmente na região anterior (Fig. 5). Este fato pode ser comprovado observando-se que o grupo II mostrou perdas maiores nas alturas e áreas papilares quando comparado ao grupo I (Tabela 1). Neste sentido, a intervenção cirúrgica mínima e o condicionamento do tecido mole feito pela prótese provisória e mantido pela prótese definitiva são ferramentas ideais para obter e manter estética adequada. 36 Ainda, outro fator interessante é a colocação do enxerto de tecido ósseo e gengival numa fase anterior à colocação dos dois implantes (grupo III), procedimento recomendado quando houver desejo de instalar dois implantes contíguos (Fig. 6). Apesar de existir deficiência em área e altura papilar, ela é menor comparada ao grupo II. A análise comparativa do lado que contém os implantes com o lado contralateral que contém dentes naturais adotada nesta pesquisa, seguramente possibilitou quantificar com precisão, o comportamento das alturas e áreas das papilas interimplantares. Através da técnica da gengimorfometria, usando aumento de 200%, pode-se constatar perdas extremamente significativas no grupo II, tanto em altura (52,90%) como em área (56,03%) das papilas interimplantares, quando comparadas com as papilas existentes entre os dentes naturais do lado contralateral (Fig. 5). Essas perdas refletem em complicações cirúrgico-protéticas difíceis de serem solucionadas sob o ponto de vista estético. Por outro lado, as perdas em altura e área das papilas interimplantares apresentadas pelo grupo III (36,97% e 44,61 %, respectivamente) apesar de serem estatisticamente significantes, demonstram comportamento clínico aceitável e previsível quando se propõe instalar dois implantes contíguos em área estética (Fig. 6). Perdas menos significativas foram observadas no grupo I (18,86% para altura da papila 33% para área de papila), quando comparadas com os grupos II (52,90% e 56,03%) e grupo III (36,97% e 44,61%). Isto nos fez recomendar ou dar preferência para o uso da técnica do grupo I. Essas perdas percentuais de altura e área da papila gengival interimplantar só foram possíveis de serem detectadas e quantificadas ao adotarmos o lado contralateral com dentes naturais como referência ou controle. Por essa razão que também não utilizamos na mostra, dois implantes contíguos instalados nas áreas dos incisivos centrais. Alguns autores também mencionaram recuperação parcial de papilas gengivais, apesar de terem utilizado metodologias diferentes da empregada nessa pesquisa. Priest17 mostrou que a papila só apresenta preenchimento em 75% dos casos. Kourkouta et al18 demonstraram que a ponta da papila entre dois implantes estava em média 2mm mais apical comparada às papilas entre denteimplante. Furhauser et al19 estabeleceram uma nova metodologia, através de 37 escores para avaliação da estética periimplantar, usando fotografias. Seus escores mostraram resultados satisfatórios de papilas em 60 a 70% dos casos. Índices, estes, considerados altos quando se analisa harmonia estética do tecido gengival, em especial em paciente que apresentam linha do sorriso alta. Hipótese 2, Situação 2 Aqui, a hipótese nula foi totalmente rejeitada. A idéia deste modelo foi comparar as alturas e áreas papilares, onde uma das regiões possuía papila periimplantar (região dente-implante), e a outra papila interimplantar (entre os dois implantes) ou “papila” entre o implante e o cantléver (Tabela 2). No grupo I, a “papila” gengival localizada entre o pôntico e o implante mostrou menor altura e área (49,10 e 26,51) quando comparada às alturas e áreas papilares entre implante-dente (92,85 e 4095,90) e entre pôntico-dente (86,55 e 3886,90), com diferença estatisticamente significante. Apesar de existir diferença estatística, sob o ponto de vista clínico essa alternativa restauradora permite equilibrar a harmonia estética dos níveis papilares, desde que se adote o seguinte procedimento (Fig. 4): o pôntico da prótese provisória deve comprimir o tecido gengival, criando-se um perfil de emergência subgengival para alojar o pôntico da prótese definitiva, definindo e garantindo a manutenção do contorno gengival em forma de arco côncavo regular, já que a crista óssea sofre aplainamento irreversível. No grupo II, a papila entre os dois implantes (implante-implante) mostrou menor área e altura do que a papila mais mesial (implante-dente) e a papila mais distal (implante-dente), com significância estatística. Semelhante à hipótese 1, estes achados também mostraram ser esta a situação clínica mais desfavorável para manutenção dos níveis de altura e área papilares (Fig. 5). Esses resultados comprometem definitivamente a resolução estética, em especial nos pacientes com linha do sorriso alta. A possibilidade de confeccionar papila artificial em resina ou porcelana não satisfaz a exigência estética, pelo fato de criar uma interface entre a gengiva natural e a artificial (Fig. 5). Até mesmo a confecção de uma epítese gengival não resolve o problema estético, pela mesma razão da presença de interface entre a gengiva natural e a artificial. 38 No grupo III, a papila entre os implantes (implante-implante) também mostrou menor área e altura do que a papila mesial (implante-dente) e a papila mais distal (implante-dente). Porém, essa situação clínica oferece resultados muito melhores que o grupo II e deveria ser a opção de escolha para a possibilidade de instalação de dois implantes contíguos em área estética (Fig. 6). A Tabela 2, que também contém os dados referentes aos comportamentos estéticos apenas do hemi-arco onde os implantes estão presentes, também demonstram resultados estéticos catastróficos quando dois implantes contíguos são instalados (grupo II), sem a prévia reconstrução óssea e gengival. Estes dados vem confirmar os dados da Tabela 1, porém de forma localizada. Nota-se um comprometimento total da altura e área das papilas entre os dois implantes do Grupo II, quando comparados com os grupos III e I. Se analisarmos os dados da Tabela 2, nota-se que, para os três grupos, sempre as papilas mesiais e distais aos implantes apresentam maiores alturas e áreas do que as papilas entre os implantes, com situação agravada para o Grupo II. Esses dados estão em concordância com os achados de Kan et al20 que observaram que a altura da papila gengival depende da altura da crista óssea alveolar do dente vizinho ao implante, seja para mesial ou distal. Da mesma forma, Kourkouta et al18 chegaram à conclusão de que a média de perda de altura papilar entre dois implantes é de 2mm em relação à altura papilar dente-implante. No trabalho clássico de Tarnow et al21, 2003, alertam os clínicos para os riscos de dois implantes contíguos em zona estética e as modificações que seriam necessárias nos planos de tratamento. Considerando esses dados onde as papilas entre implante-dente são sempre mais volumosas e mais altas do que entre implantes, em função da presença da crista óssea dos dentes vizinhos aos implantes, Francischone et al22, sugerem, através de movimentação ortodôntica prévia, reduzir espaços edêntulos de dois dentes para um ou transformando espaço protético múltiplo em unitários alternados com dentes entre eles, para depois instalar um implante. O resultado estético torna-se mais previsível e desejável. Assim, as opções reabilitadoras mais simples, seguras e previsíveis estão relacionadas com o uso de um implante e uma prótese em cantléver. Quando se propõe utilizar dois implantes contíguos em área estética é mandatório o uso de enxerto ósseo e gengival previamente à instalação dos dois implantes. 39 Um aspecto paralelo e complementar que deve ser abordado na indicação da opção de uso de um implante suportando uma prótese em cantléver é o seu comportamento biomecânico. Barreto, Francischone e Nary F°13 recomendam ajustes oclusais cuidadosos, com leve contato na posição de máxima intercuspidação funcional apenas no retentor, deixando o cantléver livre de oclusão. Durante os movimentos funcionais de protrusão e lateralidade, a guia de desoclusão deve ser realizada apenas na face palatina do retentor, deixando o cantléver livre durante esses movimentos (Fig. 7). As avaliações clínicas periódicas realizadas nos 10 casos do grupo I mostraram normalidade e estabilidade das próteses e do tecido ósseo periimplantar. As porcentagens de perda de altura e área papilar vislumbradas nas Tabelas 1 e 2 servem para que clínicos e pacientes entendam como a previsibilidade estética é complexa e governada por diversos fatores; a capacidade de reparo ou recuperação total do tecido papilar depende também, mas não está restrita apenas as habilidades do cirurgião ou do protesista. Tentativas de se sobrepujar o papel histórico do controle químico-mecânico da placa, assumindo-se que novos desenhos de implantes, conexões e plataformas ou novas superfícies sejam capazes de melhorar os níveis papilares por si mesmas, ainda representam idéias incipientes. Novos produtos e novas abordagens tecnológicas, com seguimentos a longo prazo também são aguardados pela comunidade científica e clínica, com a intenção de otimizar a estética nessas situações clínicas aqui estudadas. Conclusão Com base nos resultados encontrados, pode-se concluir que: 1. As alturas e áreas papilares são mais satisfatórias quando se usa um implante para dois elementos protéticos, sendo 1 em cantléver. 2. As alturas e áreas papilares sofrem maiores perdas no caso de dois implantes contíguos. 40 3. Para a instalação de dois implantes contíguos em área estética, recomenda-se ou indica-se a utilização prévia de enxertos ósseos associados aos enxertos de tecido gengival. Referências 1. Attard NJ, Zarb GA. Implant prosthodontic management of partially edentulous patients missing posterior teeth: the Toronto experience. J Prosthet Dent 2003;89:352-9. 2. Gibbard LL, Zarb GA. A 5-year prospective study of implant-supported singletooth replacements. 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Textbook of Clinical Peridontology. Munksgaard, 2ªed,1989. Treatment. 41 11. Berglundh T, Lindhe T, Ericsson I, Marinello CP, Liljenberg B, Thomsen P. The soft tissue barrier at implants and teeth. Clin Oral Implants Res 1991;2:81-90. 12. Rosenberg M, Kay HB, Keough BE, Holt RL. Periodontal and Prosthetic Management for Advanced Cases. Chicago: Quintessence Publishing Co, 1988. 13. Barreto M, Francischone CE, Filho HN. Two prosthetic crowns supported by a single-implant: an esthetic alternative for restoring the anterior maxilla. Quintessence Int 2008;39:717-25. 14. Albrektsson T, Zarb GA. The Brånemark Osseointegrated Implant. Chigago: Quintessence, 1985. 15. Francischone CE, et al. Osseointegration and Multidisciplinary Treatment. Chicago:Quintessence Publishing Co, 2008,cap.2;7-33. 16. Weinländer M, Lekovic V, Spadijer-Gostovic S, Milicic B, Krennmair G, Plenk Jr H. Gingivomorphometry – esthetic evaluation of the crown-mucogengival complex: a new method for collection and measurement of standardized and reproducible data in oral photography. Clin Oral Implants Res 2009;20:526-530. 17. Priest G. Predictability of soft tissue form around single-tooth implant restorations. Int J Periodontics Restorative Dent 2003;23:19-27. 18. Kourkouta S, Dedi KD, Paquette DW, Mol A. Interproximal tissue dimensions in relation to adjacent implants in the anterior maxilla: clinical observations and patient aesthetic evaluation. Clin Oral Implants Res 2009. 19. Fürhauser R, Florescu D, Benesch T, Haas R, Mailath G, Watzek G. Evaluation of soft tissue around single-tooth implant crowns: the pink esthetic score. COIR 2006. 20. Kan JY, Rungcharassaeng K, Umezu K, Kois JC. Dimensions of peri-implant mucosa: an evaluation of anterior maxillary single in humans. J Periodontol 2003;74:557-62. 21. Tarnow D, Elian N, Fletcher P, Froum S, Magner A, Cho SC et al. Vertical distance from the crest of bone to the height of interproximal papilla between adjacent implants. J Periodontol 2003;74:1785-8. 42 22. Francischone CE et al. Treatment for Multidisciplinary implantology, orthodontics, and restorative dentistry. Pract Proced Aesthet Dent. 2003; 15(4):321-326. 43 FIGURAS b a c Figura 1 - Três formas de comparação para altura e área na situação 1. a) Grupo I, b) Grupo II e c) Grupo III. As regiões em azul representam as regiões de comparação. 44 a b c Figura 2 - Três formas de comparação para altura e área na situação 2. a) Grupo I, b) Grupo II e c) Grupo III. As regiões em azul representam as regiões de comparação. 45 Figura 3 - Contornos traçados fornecendo as referências para mensuração da área e altura papilar. 46 A C E B D F Figura 4 - Um implante suportando prótese fixa com umas das unidades em cantléver: A Pilar protético instalado e fixado sobre implante na área do 23; B - Prótese fixa cimentada sobre o pilar protético, tendo o dente 22 em cantléver. Notar contorno e papilas gengivais esteticamente adequadas; C - Vista lingual da prótese fixa com um dos elementos em cantléver; D - Radiografia periapical mostrando nível ósseo periimplantar satisfatório, no controle pós-operatório imediato; E - Vista vestibular mostrando estabilidade e normalidade dos tecidos gengivais periimplantares e sob o cantléver, no controle clínico de 15 anos; F - Controle radiográfico de 15 anos, mostrando estabilidade e corticalização do tecido ósseo periimplantar. 47 A C B D Figura 5 - Dois dentes retendo duas coroas unitárias: A - Pilares protéticos de zircônia instalados e fixados sobre os implantes; B - Coroas unitárias com gengiva artificial cimentadas sobre os pilares protéticos; observar comprimentos maiores das coroas clínicas, bem como ausência de papila gengival entre os dois implantes. C - As papilas gengivais próximas aos dentes naturais 11 e 14 mostram-se satisfatórias e a papila gengival entre os dois implantes está ausente. D - Radiografia periapical, mostrando presença de crista óssea alveolar nas faces mesial do 14 e face distal do 11, e ausência de crista óssea alveolar entre os dois implantes. 48 A B C D E F G Figura 6 - Dois implantes associados aos enxertos de tecido ósseo e gengival, retendo duas coroas unitárias: A - Vista vestíbulo-incisal mostrando falta de volume gengival e provavelmente ósseo; B - Espessura óssea insuficiente para instalar implante e depressão vestibular; C - Bloco de enxerto ósseo autógeno removido da região retromolar, em forma de “L”, colocado na área correspondente aos dentes 11 e 12, com finalidade de reconstruir espessura e altura óssea; D - Vista incisal, após enxertos ósseo e gengival mostrando aumento de volume; E Radiografia periapical mostrando os dois implantes já osseointegrados e os pilares protéticos fixados sobre eles; notar níveis ósseos satisfatórios nas regiões periimplantares; F - Coroas provisórias cimentadas sobre os dois implantes, direcionando a gengiva para a estética; notar configuração do arco côncavo gengival. G - Coroas protéticas já cimentadas sobre os dois implantes. Observar o contorno e papilas gengivais, numa configuração de arco côncavo regular. 49 A C B D Figura 7 - Um implante suportando prótese fixa com uma de suas unidades em cantléver: A - Fita demarcadora de contato interposta entre os dentes anteriores, na fase de ajustes da guia anterior, durante o movimento funcional de protrusão; B - Vista lingual mostrando as demarcações das excursões protrussivas nas faces palatinas das coroas dos 11 e 21. Notar que o pôntico em cantléver (12) está livre de demarcação de contatos protrusivos; C - Movimento funcional de protrusão determinado pela trajetória incisal realizada às custas das faces palatinas dos 11 e 21 e notar pôntico em cantléver (12), livre de contatos protrusivos; D Radiografia periapical mostrando prótese fixa em cantléver retida por um implante e nível ósseo periimplantar satisfatório. TABELAS Tabela 1 - Média e desvio-padrão da altura e área das papilas na situação 1. Perda (%) Perda (%) Alturas (pixels) Áreas (pixels quadrados) Implante Dente Implante Dente I 49,10±18,47 56,3±30,0 B 18,86 2651,7±928,5 2968,0±1718,3 A 33,00 II 41,4±20,1 b 87,9±19,9 B,b 52,90 2006,80±446,80 a 4703,0±1424,3 A,a 56,03 III 45,7±12,3 d 77,9±20,5 B,d 36,97 2067,70±1128,40 c 4786,7±1526,6 A,c 44,61 10 indivíduos por grupo. Letras iguais na mesma linha indicam diferenças estatisticamente significativas. a: teste t de Student, p=0,001; b: teste t de Student, p<0,001; c: Mann-Whitney, p=0,003; d: teste t de Student, p=0,004. Letras iguais na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas. A: ANOVA (1 critério), p=0,023; B: ANOVA (1 critério), p=0,009. 50 Tabela 2 - Média e desvio-padrão da altura e área das papilas na situação 2. Altura analisada (pixels) Área analisada (pixels quadrados) Distal aos Implantes Entre implantes Mesial aos implantes Distal aos implantes Entre implantes Mesial aos implantes I* 86,55±29,63 c 49,10±18,47 c,d 92,85±20,95 d 3886,90±1241,98 a 2651,70±928,50 a,b 4095,20±916,08 A,b II 73,03±25,16 g,i 41,42±20,12 g,h 108,38±16,20 C,h,i 4409,30±1799,63 e 2006,80±446,80 e,f 6191,00±1983,58 A,B,f III 67,10±25,41 45,75±12,31 k 84,20±16,68 C, k 4278,70±2261,89 2067,70±1128,40 j 4541,90±1236,45 B,j 10 indivíduos por grupo. * no grupo I, apenas um implante colocado. A papila distal é realmente a mais distal ao implante. A papila central ao implante fica entre o implante e o pôntico. Letras iguais minúsculas na mesma linha indicam diferenças estatisticamente significativas. (a,b: ANOVA Tukey p=0,00003); (c,d: ANOVA Tukey p=0,00009); (e,f: ANOVA Tukey p=0,00003); (g,h,i: ANOVA p<0,001); (j: ANOVA Tukey p=0,026); (k: ANOVA p=0,002). Letras iguais maiúsculas na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas. (A, B: ANOVA Tukey, p=0,008); (C: ANOVA, Tukey, p=0,019). 51 52 ANEXO A - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA