BOLETIM TÉCNICO: 32/07 - PG 1 DISPOSITIVOS DIFERENCIAIS RESIDUAIS (DR) SI BR AT EC O dispositivo à corrente diferencial residual (DR) tem a função de interromper, num determinado prazo de tempo, a corrente elétrica fornecida a uma carga (aquecedor, bomba, lâmpada), quando uma corrente que flui para a terra (choque ou fuga devido ao mal funcionamento de algum aparelho) excede um valor predeterminado. Esta corrente é geralmente muito menor do que a requerida para acionar a proteção de sobre-corrente (fusível ou disjuntor) do circuito de alimentação. TRANSFORMADOR A figura ao lado mostra o princípio de funcionamento DIFERENCIAL dos DRs. Todas as correntes elétricas absorvidas por cargas elétricas retornam pelo neutro ou por outra fase, ou seja, toda a corrente elétrica que entra em uma I1 F1 determinada carga deve retornar pelo neutro ou por CARGA outra fase. O transformador diferencial está F2 ou N I2 continuamente monitorando essas duas correntes. Quando houver uma fuga de corrente no lado da carga, ou seja, após o DR, a corrente que retorna da carga será menor do que a corrente absorvida por esta carga. Quando esta diferença atingir uma certa diferença, em geral 30mA, o circuito eletrônico atua e abre os contatos do DR. CIRCUITO ELETRÔNICO Na figura acima: Se I1-I2 for menor do que 30mA, o DR não abre Se I1-I2 for maior do que 30mA, o DR abre Veja agora uma situação em que está havendo fuga de corrente elétrica para o terra após o DR: TRANSFORMADOR DIFERENCIAL Agora a situação é a seguinte: F1 F2 ou N I1 CARGA I2 CIRCUITO ELETRÔNICO I1 = I2 + If (A corrente que entra na carga é igual a corrente que retorna pelo neutro o u por outra fase mais a corrente de fuga) If (fuga) No momento em que If atingir o nível de 30mA, o DR abre. Observe que se alguém, inadvertidamente, tocar em um condutor sem isolamento após o DR, o corpo desta pessoa passa a conduzir corrente para o terra, produzindo uma fuga de corrente, isso faz com que o DR atue, desenergizando todo o circuito. A velocidade de atuação dos DRs é muito grande, geralmente na ordem de milissegundos. Isso faz com que atuação seja tão rápida que uma pessoa que toca em um condutor nu nem sente o choque. O mesmo princípio vale para os DRs tetrapolares, que são usados em redes trifásicas. O único detalhe é que, neste tipo de DR, as correntes monitoradas pelo transformador diferencial estão defasadas entre si, o que torna o circuito eletrônico mais complexo. TÉCNICAS DE INSTALAÇÃO O primeiro cuidado que deve ser tomado para a instalação de DRs é o fato de que após o DR não se pode mais fazer nenhum aterramento, pois se esse aterramento irá desviar corrente para o terra fazendo com que a corrente de retorno seja menor do que a corrente de entrada provocando a atuação do DR. Os DRs devem sempre ser instalados junto a cargas ou grupos de cargas onde a possibilidade de fuga de corrente é muito grande. Nas residências o ideal é instalar DRs para as áreas de lavação, cozinha, chuveiros e tomadas em geral, deixando os circuitos de iluminação fora do DR. A figura seguinte mostra uma aplicação residencial típica. Os circuitos 6 e 7, que são monitorados por um DR, poderiam, por exemplo, serem os circuitos da cozinha e da área de lavação. SIBRATEC BR 470, Km140, Número 5342 - Sl 14 - Polo Ind. de Rio do Sul 89160-000 - Rio do Sul/SC - Fone/Fax: (47) 3521 2986 Email/MSN: [email protected] - Site: www.cca.ind.br BOLETIM TÉCNICO: 32/07 - PG 2 DISPOSITIVOS DIFERENCIAIS RESIDUAIS (DR) SI BR AT EC Nas indústrias os DRs podem ser instalados junto a um único motor, prevenindo assim fugas de corrente para a carcaça, ou em redes com várias máquinas. O importante é sempre considerar que após o DR não pode mais haver aterramento do neutro. ATENÇÃO NESTA SITUAÇÃO O DR NÃO VAI ARMAR, PORQUE A CORRENTE DESVIADA PARA O TERRA PELO ATERRAMENTO FEITO APÓS O DR PRODUZ UM DESEQUILIBRIO NA CORRENTE DO RETORNO F1 F2 F3 DR CARGA Na situação seguinte o DR monitora toda a instalação. Essa situação pode ser complicada em uma residência, pois a atuação do DR desativa todos os circuitos, inclusive a iluminação. N PARA QUE O DR FUNCIONE CORRETAMENTE, TODA A CORRENTE QUE ENTRA NO CIRCUITO PASSANDO PELO DR DEVE RETORNAR PELO NEUTRO OU POR OUTRA FASE. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO NOS VÁRIOS TIPOS DE CIRCUITOS 1. CARGA MONOFÁSICA COM NEUTRO E CONDUTOR DE ATERRAMENTO: Ligar o DR entre a fase de alimentação e o neutro e aterrar a carcaça da máquina no condutor de aterramento SIBRATEC 2. CARGA MONOFÁSICA EM CIRCUITO ONDE O CONDUTOR DE ATERRAMENTO É TAMBÉM O NEUTRO: BR 470, Km140, Número 5342 - Sl 14 - Polo Ind. de Rio do Sul 89160-000 - Rio do Sul/SC - Fone/Fax: (47) 3521 2986 Email/MSN: [email protected] - Site: www.cca.ind.br BOLETIM TÉCNICO: 32/07 - PG 3 DISPOSITIVOS DIFERENCIAIS RESIDUAIS (DR) TÉCNICAS DE INSTALAÇÃO SI BR AT EC 3. CARGA LIGADA EM SISTEMA TRIFÁSICO SEM NEUTRO: Neste caso o DR atua somente se houver uma fuga na carcaça do aparelho e outra entre uma das fases utilizadas e o terra. ASPECTO FÍSICO BIPOLAR TETRAPOLAR FALHA 1 FALHA 2 DIMENSÕES EXTERNAS (mm) 67,5 43,5 90 45 30,5 4 35 SIBRATEC ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS 70 NORMAS IEC 1008, EN 61 008, BS 4293 VOLTAGEM DE UTILIZAÇÃO (V) 240/415 CORRENTE NOMINAL DOS CONTATOS (A) CORRENTE DE DISPARO (mA) CORRENTE DE CURTO CIRCUITO (kA) FREQUÊNCIA DA REDE (Hz) GRAU DE PROTEÇÃO TEMPERATURA AMBIENTE ( ºC) UNIDADE RELATIVA DO AR (%) VIDA ÚTIL (NÚMERO DE OPERAÇÕES) FIXAÇÃO 25/40/63 30 6 50/60 IP20 -5 A 55 10 A 90 10.000 TRILHO DIN BR 470, Km140, Número 5342 - Sl 14 - Polo Ind. de Rio do Sul 89160-000 - Rio do Sul/SC - Fone/Fax: (47) 3521 2986 Email/MSN: [email protected] - Site: www.cca.ind.br