Protecção contra Sobretensões

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Protecção
de
Sobretensões
Luis Cabete
Nelson Vieira
Pedro Sousa
Sobretensões
¾ São as diferenças de potencial anormais que se produzem
num circuito eléctrico, como consequência de diversas
perturbações, sendo susceptíveis de danificar os componentes
desses sistemas ou de prejudicar a sua correcta exploração,
se não forem tomadas medidas de protecção adequadas.
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Tipos de Sobretensões:
¾ Sobretensões Transversais
¾ Sobretensões Longitudinais
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Sobretensões Transversais
¾ Quando o potencial ultrapassa o seu limite de variação normal
¾ Estas sobretensões medem-se em relação à terra ou entre
condutores
¾ Provocam descargas sob a forma de arco eléctrico entre
condutores ou entre condutores e terra
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Sobretensões Longitudinais
¾ Quando o gradiente da tensão atinge valores superiores aos
que se verificam em condições normais.
¾ Manifestam-se entre espiras ou entre dois pontos próximos de
um mesmo condutor resultando pequenas faíscas que
provocam a perfuração dos isolantes.
Protecção contra Sobretensões
Classificação das sobretensões de acordo
com a sua origem
¾ Sobretensão Interna
¾ Sobretensão Externa
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Sobretensão Interna
¾ Sobretensão cuja origem se situa no próprio sistema onde se
verifica.
¾ É originada pelo estabelecimento ou pelo corte de
determinados circuitos.
¾ Incluem-se as chamadas sobretensões de manobra, como as
que resultam da abertura de disjuntores ou da ligação das
linhas em vazio.
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Sobretensão Externa
¾ Sobretensão cuja origem é exterior ao sistema em que se
verifica.
¾ Incluem-se as sobretensões de origem atmosférica, devidas à
acção do raio, bem como as sobretensões devidas à
comunicação directa ou indirecta de uma instalação eléctrica
com outra instalação de tensão diferente.
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Efeitos das Sobretensões
¾ Podem colocar vidas humanas em perigo
¾ A nível económico:
- destruição dos equipamentos
- interrupção do fornecimento de energia
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Descargas atmosféricas
Protecção contra Sobretensões
Estudo das Descargas Atmosféricas
¾ Nível Cerâunico – é o número de dias em que, durante o
ano, se ouve trovejar na região ou no local considerado.
¾ Densidade de descargas no solo – é o número de
descargas por quilómetro quadrado e por ano.
Ns = Ni ( 0,1+0,35 cosα )
α representa a latitude da região considerada
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Curvas de Nível Cerâunico
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Onda de Choque Normalizada 1,2/50
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Equipamentos para protecção contra
Descargas Atmosféricas
¾ Pára-Raios
- Haste de Franklin
- Gaiola de Faraday
¾ Descarregadores de Sobretensões (DST)
¾ Explosores
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Protecção contra descargas Atmosféricas
1 – Interligação das
massas metálicas
2 – Ligação à terra com
cabos curtos
3 – Colocação de dispositivos de
protecção contra sobretensões
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Blindagem
¾ Em linhas fortemente expostas a descargas atmosféricas
- Subestações
- Linhas aéreas de transmissão (as de distribuição não justificam
devido aos custos serem elevados)
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Caminhos de fuga
¾ Pelo condutor de terra mais próximo da descarga
¾ Correntes de descarga noutros condutores de terra
¾ Contornamento do transformador
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Sobretensões de Origem Interna
São designadas por “Sobretensões de origem interna”
porque têm origem no próprio sistema. Neste caso o
sistema eléctrico de energia.
Originam sobreelevações de tensão
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Sobretensões de Origem Interna
Tipos:
¾ Sobreelevação de tensão à frequência da rede
¾ Sobretensões de manobra
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Sobretensões de Origem Interna
Sobreelevação de tensão à frequência da rede
Exemplos:
¾ Disparo brusco da carga de um alternador.
¾ Efeito Ferranti.
¾ Deslocamento do neutro.
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Sobretensões de Origem Interna
Sobreelevação de tensão à frequência da rede
¾ Disparo brusco da carga de um alternador.
Quando ocorre um disparo a queda de tensão interna dos
alternadores e dos transformadores anula-se e a tensão
aproxima-se da f.e.m. dos alternadores. Perante esta situação
o alternador acelera podendo agravar a Sobreelevação da tensão
que desaparece mais ou menos rapidamente em função da acção
dos reguladores de tensão e de velocidade dos alternadores ou
de relés de alta tensão.
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Sobretensões de Origem Interna
Sobreelevação de tensão à frequência da rede
¾ Efeito Ferranti
Funcionamento em vazio de uma linha de grande dimensão.
Quando é alimentada numa das suas extremidades e a outra se
encontra aberta, produz-se um fenómeno de ressonância que se
manifesta pelo facto de a tensão crescer ao longo da linha até à
extremidade aberta.
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Sobretensões de Origem Interna
Sobreelevação de tensão à frequência da rede
¾ Deslocamento do neutro
Ocorre o deslocamento do neutro quando se verifica um defeito
fase-terra afectando uma das fases de uma rede trifásica, as
outras duas sofrem uma variação do respectivo potencial em
relação à terra que se traduz por uma sobreelevação de tensão.
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Sobretensões de Origem Interna
Sobretensões de manobra
Sobretensões de manobra correspondem a fenómenos ocorridos
na sequencia de uma manobra, os quais são rapidamente
amortecidos ao contrário do que se passa com as Sobretensões
analisadas anteriormente (Sobretensões dinâmicas ou temporárias)
As modificações da configuração eléctrica de uma rede originam
regimes transitórios que podem provocar sobretensões mais ou
menos elevadas.
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Sobretensões de Origem Interna
Protecção contra Sobretensões
Sobretensões de Origem Interna
Protecção contra Sobretensões
Sobretensões de Origem Interna
Sobretensões de Manobra
Em termos genéricos, uma manobra conduz à injecção na rede
de um sinal que se sobrepõe ao regime permanente .
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Sobretensões de Origem Interna
Classificação de Manobras
Manobras voluntárias
Ligação (fecho) ou corte de um elemento da rede
Manobras involuntárias
Ruptura de um condutor ou curto-circuito
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Sobretensões de Origem Interna
Sobretensões de manobra podem ser criadas por manobras
¾ De fecho
¾ De corte
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Sobretensões de Origem Interna
Manobras de fecho
¾ Ligação e reengate de linhas em vazio.
¾ Colocando sob tensão transformadores abertos.
¾ Colocação sob tensão baterias de condensadores.
¾ Reengate sobre um defeito permanente
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Sobretensões de Origem Interna
Manobras de corte
¾ Correntes capacitivas (linhas em vazio, baterias de
condensadores).
¾ Pequenas correntes indutivas (transformadores em vazio).
¾ Correntes muito elevadas (eliminação de defeitos).
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Sobretensões de Origem Interna
Comutação de uma bateria de condensadores
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Sobretensões de Origem Interna
Onda de tensão (carga)
Onda de corrente (gerador)
Protecção contra Sobretensões
Equipamentos de protecção:
Visam limitar a tensão à entrada dos equipamentos a proteger,
por outro lado localizar o ponto de escoamento a terra da
corrente de descarga (recorrendo à criação intencional “pontos
fracos” no isolamento).
A localização deste aparelhos deve ser feita o mais próxima
possível dos equipamentos a proteger.
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Equipamentos de protecção:
Dispositivos protectores, com função de eliminar as sobretensões
provenientes de descargas atmosféricas (curta duração) e
manobra no sistema eléctrico.
Como estes estão permanentemente ligados aos circuitos que se
destinam a proteger, devem obedecer às condições:
- não permitir, em condições normais o escoamento de
corrente eléctrica para a terra.
- quando descarregada para a terra a corrente, deverá voltar
à sua condição de isolamento.
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Pára-raios
Hastes de Franklin
¾
Haste metálica que se destina a captar descargas
atmosféricas.
¾
Mais simples e mais visível.
¾
Mais barato.
¾
Menos eficiente.
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Pára-raios
Haste de Franklin
A área protegida por um pára-raios pode ser calculada de modo
aproximado pela modelo eletrogeométrico.
d = 9,4*I
2/3
Onde d é a distância de escorvamento
que é função do valor de crista da
corrente de descarga (KA)
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Pára-raios
Gaiola de Faraday
¾
¾
¾
Consiste num sistema de vários receptores que são
colocados nos extremos dos edifícios (formando um gaiola).
Mais segura e mais eficiente.
Oferecem protecção contra raios que caiam directamente
na região protegida.
Constituído por um conjunto de condutores fixados exteriormente ou
interiormente, dispostos na cobertura e nas paredes do edifício a
proteger e por um conjunto de eléctrodos de terra, sendo este parte
integrante da terra de protecção do edifício.
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Pára-raios
Gaiola de Faraday
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Explosores
Constituído por dois eléctrodos metálicos separados pelo ar um ligado
ao elemento a proteger e outro ligado à terra.
Distância entre eléctrodos determina nível de protecção.
As várias formas que podem tomar em antena, ou mais
elaborados com anéis de forma a eliminar efeitos de coroa.
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Explosores
Vantagens:
¾ Simplicidade
¾ Robustez
¾ Mais económico de todos os equipamentos
contra sobretensões
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Explosores
Desvantagens:
¾ Origina um curto-circuito à terra em que arco não se extingue
espontaneamente.
¾ Desaconselhável para sobretensões de manobra.
¾ Depende de parâmetros tais como ionização do ar, condições
atmosféricas, sujidade dos eléctrodos.
¾ Escorvamento origina onda cortada.
¾ Sensíveis condições externas: aves, animais, queda de ramos
neve.
¾ Níveis de isolamento mais elevados
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Descarregadores
Criados com objectivo de ultrapassar os inconvenientes dos explosores.
Limitam amplitude e duração da corrente que os percorre, sem que
os disjuntores actuem.
Escoam para terra uma onda de corrente, quando atingidos por uma
sobretensão.
Constituídos por vários explosores ligados em série
com uma ou várias resistências não lineares, no
interior de um invólucro isolante e estanque.
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Descarregadores
Resistências não lineares:
São elementos que não obedecem lei de ohm, quando estão à
tensão nominal funcionam como isolante, à medida que tensão
sobe este começa comportar-se como curto-circuito.
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Descarregadores
Óxido de Zinco (ZnO):
São os descarregadores mais utilizados
Funcionam com resistência não linear, dai a necessidade da terra
onde se ligam os aparelhos apresentar um valor o mais baixo
possível, inferior a 20Ω.
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Descarregadores
Características Técnicas:
¾ Tensão estipulada.
¾ Tensão máxima de serviço em regime permanente.
¾ Tensão residual máxima ou nível de protecção.
¾ Corrente nominal de descarga.
¾ Comprimento da linha de fuga.
¾ Capacidade de absorção de energia.
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Descarregadores
Vantagens:
¾ Segurança de pessoas e equipamentos.
¾ Redução de avarias.
¾ Melhoria da qualidade de serviço.
¾ Redução da energia não fornecida.
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Descarregadores
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Cabos de guarda
Como o escorvamento dos isoladores duma linha de fase tem grande
probabilidade de ocorrer, tenta-se obter a protecção colocando por
cima destes cabos de guarda, esta protecção depende fortemente
da qualidade da terra.
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Coordenação de isolamento
Localizar as descargas em pontos predefinidos de forma a minimizar
os danos na instalação.
Normalmente existem três níveis:
¾ Baixo – explosores e descarregadores de sobretensões.
¾ Intermédio – isoladores e distância livre no ar entre pólo e terra.
¾ Elevado – transformadores, cabos, condensadores, distância entre
contactos abertos e diferentes fases de aparelhos corte.
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Coordenação de isolamento
A coordenação de isolamentos entre linhas e subestações é
geralmente inferior nas subestações e superior nas linhas,
diminuindo as perturbações nas linhas e deixando que as
descargas inevitáveis se verifiquem em locais determinados junto
às subestações, onde existem os aparelhos de protecção, até
porque as sobretensões vão amortecendo ao longo das linhas.
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