Aula de Estimulação 7º ano Parte Gramatical 20 de março Estrutura das Formas Verbais Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos: a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar) 2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3ª - Vogal Temática - I - (partir) c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) d) Desinência número-pesssoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural). Por exemplo: falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) Exercícios: 1. Cite três verbos da primeira conjugação. 2. Cite três verbos da segunda conjugação. 3. Cite três verbos da terceira conjugação. 4. Agora encontre os radicais dos nove verbos que você citou. Parte II: Texto Sobre “Capitães de areia” Publicado em 1937, Capitães da Areia é o sexto romance de Jorge Amado, um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros do século XX. No prefácio ao livro, escreve o romancista que, com essa obra, encerra o ciclo de "os romances da Bahia". A narrativa, de cunho realista, gira em torno das peripécias de um grupo de "meninos de rua" que sobrevive de furtos e pequenas trapaças. A historia é conduzida em função dos destinos individuais de cada integrante do bando. Em novembro de 1937 a obra foi perseguida pelo governo, sendo queimados em Salvador 808 exemplares em praça pública, junto a outros livros do autor e outros escritores, como José Lins do Rego, sob o pretexto de se tratar de objeto de propaganda comunista. No dia 8 de dezembro do mesmo ano a obra foi também uma das que foram apreendidas nas livrarias do Rio de Janeiro, sob a alegação de serem "nocivas à sociedade"'. Havia no Brasil da década de 1930 uma visão de país "novo", que ainda não havia se realizado, como registrou Antonio Candido de Mello e Souza, ressaltando os autores da época aquilo que separava a nação dos países ricos. Vivia o Brasil um momento conturbado, em que se tomava consciência da chamada luta de classes, durante a ascensão ao poder de Getúlio Vargas; João Luiz Lafetá afirma que “A consciência da luta de classes, embora de forma confusa, penetra em todos os lugares - na literatura inclusive, e com uma profundidade que vai causar transformações importantes”. Buscava-se, então, a mudança social, ao contrário do momento literário anterior em que se enaltecia as qualidades do país, presente no movimento modernista; há um certo desencanto com a realidade, que a literatura passa a retratar de modo pessimista, mas fazendo-o de forma ativa, transformadora. No dizer de Lafetá, deu-se a "consciência pessimista do subdesenvolvimento". Nesse contexto, a obra de Amado pode ser qualificada como "social e proletária". Ambiência Neste livro Jorge Amado retrata a vida nas ruas de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, naquela época afetada por uma epidemia de bexiga (varíola); o aparato policial destinava-se à perseguição pura e simples dos menores infratores, encontrando mesmo prazer na tortura, sem qualquer senso de justiça. Diante do ambiente hostil em que vivem, o grupo de meninos abandonados reage de forma também agressiva, mas de forma a encontrar nas ruas uma certa liberdade; tem por refúgio um velho trapiche (espécie de armazém) abandonado, numa das praias da capital baiana - de onde vem o nome do grupo. Esse trapiche é a única referência de "lar" que possuem; é onde se abrigam, se escondem, e vivem como família. Sua descrição ocupa lugar de destaque no início da obra. Ali constroem suas próprias regras, são os senhores e é objeto de investigação pelas autoridades, que desconhecem onde os mesmos se ocultam. Localizada na Cidade Baixa, parte da capital baiana onde está a zona portuária, é contudo na residencial e mais rica Cidade Alta que os menores realizam suas ações infratoras. Personagens O grupo de menores abandonados que recebe o nome de Capitães da Areia traz em comum a pobreza, a vida insalubre, uma vaga revolta contra o mundo hostil, a liberdade que encontra nas ruas, a lealdade grupal e uma certa maturidade prematura que, contudo, cede lugar a rasgos de deslumbramento infantil ou à falta de uma mãe. A distinção dos garotos se dá na forma com que cada um deles lida com essa situação comum: Gato liga-se às prostitutas; Volta-Seca sonha com o cangaço; SemPernas torna-se sarcástico e cruel; Pirulito busca a religiosidade; Professor busca os livros, planejava as estratégias; Pedro Bala arquiteta planos de roubos. Neles se adivinha o futuro que os espera: o gigolô em Gato, o sacerdote em Pirulito, num fatalismo inevitável - e aqueles a quem Jorge Amado antevê a solução para tais casos de reação à realidade adversa: em Professor e Pedro Bala, dá-se o encontro com a luta de classes e o ideal comunista. Exercícios: 1. 2. 3. 4. 5. Quando foi publicado o livro “Capitães de areia”? Sobre que tema trata o livro? O que aconteceu em novembro de 1937? Por qual momento passava o Brasil na época da publicação do livro? Agora, fale sobre os fatores que mais chamaram sua atenção no texto acima. (mínimo de linhas: sete).